Projeto enviado ao 2º concurso de idéias para habitação de interesse social
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SÍNTESE
A escolha de intervir no terreno localizado no município de Icapuí, a alguns quilômetros de Fortaleza, capital do
Ceará, partiu de uma relação sócio-afetiva que nosso orientador estabelecia com o lugar, o que resultou na sua tese de
doutorado sobre a elaboração da gramática de formação das casas em Icapuí. A intervenção pretendia envolver a
equipe desde a própria produção do programa de necessidades, que contaria com o contato direto com os moradores
da região e a posterior vivência do lugar, até a efetuação do projeto ao nível de estudo preliminar. A fim de seguir uma
linha teórica compatível com o pensamento do grupo, consultamos os casos do projeto do Grupo Elemental em
Iquique, no Chile, e o projeto de Álvaro Siza na quintas da Malagueira na cidade de Évora, em Portugal. Diante disso, co-
letamos dados sócio-econômicos entre uma parcela significante dos moradores da região e principalmente, construí-
mos uma percepção do lugar e do morar tradicional de Icapuí. Para transformar os dados da pesquisa em informações
usamos o suporte de um programa específico, o Agna. Essa abstração nos fez admitir a presença de um eixo principal
(alpendre, sala de estar, sala de refeições, cozinhas de fora e de dentro) em comum na maioria das antigas casas. Segui-
mos para o projeto com a escolha de duas tipologias para que o morador pudesse escolher qual habitar, dentre essas
ocorreu uma divisão em três subtipos, os quais refletiam o crescimento da família através do grau de evolução da casa.
Aspectos como noção de profundidade do espaço, a valorização da permeabilidade dos ambientes e a presença do
gradiente de intimidade estão presentes nos dois casos do estudo. Em conjunto, essas moradias criam uma composição
de formas e cores que estampam a paisagem e destacam o conjunto no alto da serra.
O QUARTEIRÃO
A proposta arquitetônica foi utilizada em um só quar-
teirão, apesar do terreno conter todo o complexo de quatro
quarteirões. Dessa forma, observamos após a obtenção do
produto final, este porém não acabado, que a casa em cada
lote soube aproveitar o espaço disponível, sem prejudicar as
áreas verdes. Isso se traduz em um certo ritmo entre as facha-
das, tanto nas das ruas principais como nas da rua interna.
Resolvemos também, usar as cores nessas fachadas como
critério de identificação do estágio de evolução das casas: o
amarelo para a casa mínima, o azul para a casa média e o ver-
melho para a máxima. Critério este que se perde quando as
casas atinguem seu grau máximo, misturando todas as cores
não refletindo, nesse momento, na área de cada casa. A identi-
ficação das casas por cores também é comtemplada a partir
da visão da rua interna, fortalecendo a identidade dos mora-
dores entre si e em todo o município.
Certamente, por se tratar de um espaço voltado para a
comunidade, onde a mesma estabelecerá seus laços de am-
izade e seu cotidiano, através do morar, pretendemos não
imaginá-la como um conjunto e sim, dotar cada núcleo resi-
dencial com importância, capacidade e significado próprios, a
fim de não se transformarem num refúgio do exterior, so-
mente, mas num lugar de permanência e de vida.
LEI DE COMPOSIÇÃO DO PERFIL DAS FACHADAS
1. As casas se organizam através do espelha-
mento das tipologias, o que permite conforto am-
biental e harmonia estética, já que o crescimento
das casas acontece verticalmente em um único
eixo.
2. sempre que um lote começar com uma
tipologia qualquer, o próximo deverá começar
com uma tipologia qualquer espelhada e vice-
versa.
3. Sempre que houver uma casa do tipo 1,
logo após tem de haver uma casa do tipo 1e. E o
tipo 1e só acontece após o tipo 1.
>>2B 2C
1Be >> 2C
2C 2B
2C 2Be
1B 2Ce1B 1Ae
2Ce 1B
TIPO 1
1B
1C
1A
1Be
1Ce
1Ae
ou
ou
ou
TIPO 2 2A
2B
2C
ou
ou
ou
2Be
2Ce
2Ae*
*Tipo A: 1 quarto. Tipo B: 2 quartos. Tipo C: 3 quartos.
Imagem de um dos quarteirões propostos.
O QUARTEIRÃOcomposição do perfil
ÁREA VERDE [vista superior]
quarteirão 1 quarteirão 2
vistas do quarteirão
2Ae 2C2Ae 1Ae1A 1Ce 2Ce2Ae 2B2B 1A 1B 1Ce
1Ce2Ae 1B 1A 1Be 2A 2Ce 2B2C 2Ae 2Ce 1A 1Be
2C1B 1Ae 1B2Be 2A 2Ae 1Ce 2B 2Ae 2C 1A 1Ce
2Ce 1Ae1B 1Ce 1A 1Ae 2B 2Ae 2C 2Be 2A 1B 2A
2Ae 2B1A 1Ae 2C 1B 1Ce 2C 2Be 2Ae 1A 1Be 1C
2Ce1Ce1A 2B 2A 2A2Ae 2C 2Ae 1B 1Ce 2C 2Ae
2Ce2Ce1C 1Be 2A 1B1A 1Be 1Ce 2B 2Ae 2A 1B
2C1C 1Ae 2B 2Ae 1C 1Ae 2A 2Ce 1B 1Ce 2Ae 1A
2A 1C2Ce 2C 2A2Ae2B2Be 1B 1Ce 1A 1Ae 2Be
1Be 1B2A 2Ce 1Ae 2B 2Ce 1A 1Ae 2C 2Be 2A 2Be
2Be 1C 1Be 1A 1Ce 2C 2Ae 2A 2Ce 2B 2Ae 2B 2Ce
2Be 2A 2Ce 2C 2Ae 1B 1Ae 1C 1Ce 2A 2Be 2C 2Ae
2Ce 1A 1Be 2C 2Ce 2B 2Ae 1A 1Be 2C 2Be 2A 2Be
2Ce 2C 2Ae 1B 1Ce 2B 2Be 2C 2Ae 1A 1Ce 2B 2Ae
1Ae 2A 2Ae 1C 1Be 2C 2Ce 2A 2Be 1B 1Ae 2C 2Be
2Ae1Ae 2C 2Be 2A 2B 2Ae 1C 1Ae 2C 2Be 1A 1Be
ALGUMAS POSSIILIDADES DE ARTICULAÇÃO DAS FACHADAS SEGUNDO A REGRA DE COM-POSIÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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nuestro punto?. Disponível em
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