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Produtividade Regional da Indústria de Transformação Brasileira
Daniela Schettini* *
e Carlos R. Azzoni* *
Resumo A série de transformações que ocorreram na economia brasileira durante a década de 1990, com a
abertura comercial e o ajuste microeconômico das firmas, resultou em grandes aumentos da
produtividade e competitividade industrial. Os diferentes desempenhos econômicos observados
entre as regiões são explicados, em grande parte, pela concentração espacial das atividades
econômicas. Através de estimações de funções de produção, este artigo visa investigar a dispersão
espacial da produtividade entre regiões brasileiras e os setores da indústria de transformação. A
análise se baseia em um painel de 137 mesoregiões para o período de 1996 a 2006, com dados da
Pesquisa Industrial Anual. Encontramos evidências de maior produtividade nos setores mais
intensivos em tecnologia e em mesorregiões do Sul e Sudeste, com expansão para os estados do
Centro-Oeste.
Palavras-chave: Produtividade, Indústria de Transformação, Análise Regional.
Áreas: Localização e Concentração das Atividades Econômicas.
Abstract The sequence of transformations that affected the Brazilian economy during the nineties,
considering the economic openness process and the microeconomic adjustment of the firms,
resulted in the increase of the industrial productivity and competitiveness. The different economic
performance observed among regions is explained mainly by the spatial concentration of the
economic activities. Using production functions, this paper intends to investigate the spatial
dispersion of the productivity among the Brazilian regions and the sectors of the manufacturing
industry. The analysis is based on a panel data containing 137 mesorregions during 1996 to 2006,
(data provided by the Pesquisa Industrial Anual). We found evidences of higher productivity among
the most technology intensive sectors and in the South and Southeast regions, expanding to the
Center-West.
Keywords: Productivity, Manufacturing Industry, Regional Analysis.
Areas: Location and Concentration of Economic Activities.
* *
Departamento de Economia, Universidade de São Paulo
INTRODUÇÃO
O processo de industrialização brasileiro, apesar de tardio, resultou em uma estrutura relativamente
completa, diversificada e de grandes proporções. Segundo Bonelli (1996), o Estado teria intervindo
parcialmente no processo de alocação setorial de recursos, seja através de políticas comerciais,
industriais e creditícias, ou diretamente através da criação de empresas estatais. Exemplos deste
modelo foram o Plano de Metas (1956-1961) e os Programas Nacionais de Desenvolvimento
(décadas de 1960 e 1970), acompanhados da industrialização por substituição de importações. No
entanto, estes programas focaram na expansão da produção nacional deixando em segunda instância
questões de competitividade e eficiência.
Apesar de que, a partir da segunda metade da década de 1980, observa-se redução da participação
das indústrias mais tradicionais, como madeira, mobiliário, têxtil e mecânica e avanço nos setores
mais dinâmicos da economia, como química, material elétrico, alimentos e material de transporte,
essas mudanças são de pequenas. Dos anos 1980 ao início de 1990, a indústria sofreu períodos de
recessão, estagnação e superinflação. A preocupação desse período é de que, segundo Bonelli
(1996) e Bonelli e Gonçalves (1999), desde meados dos anos 1970 até o começo da década de 1990,
reduzem-se os ganhos de produtividade da indústria brasileira.
A série de transformações que ocorreram na economia brasileira durante a década de 1990, com a
abertura comercial e o ajuste microeconômico das firmas, resultou em grandes aumentos da
produtividade e competitividade industrial, com menor participação estatal. De acordo com os
dados da CNI (2000), a produtividade da mão-de-obra da indústria cresceu a uma taxa anual média
de 8,1%. No entanto, essa taxa reduziu-se de 14,5% em 1996 para 5,8% em 2000. O mesmo
processo ocorreu com a produtividade do capital que de um crescimento anual médio de 3% na
primeira metade de 1990 passou a taxas negativas na segunda metade da década. Em 1999, com a
desvalorização acentuada da moeda nacional, as exportações brasileiras cresceram e houve
gradativa recuperação do emprego industrial. Em relação às exportações industriais, com dados de
2000, Kupfer e Rocha (2005) concluem que existe um perfil fortemente concentrado do comércio
exterior nos setores de material de transporte, química, agronindústria, metalurgia, eletrônica e
combustíveis.
Tendo em conta este novo paradigma, é importante estudar a estrutura produtiva brasileira durante
esse período (1996 a 2006). Os diferentes desempenhos econômicos observados entre regiões
distintas são explicados, em grande parte, pela concentração espacial das atividades econômicas.
Dessa forma, ao estudar as alterações nos padrões competitivos setoriais é importante considerar
não somente a distribuição espacial das atividades econômicas como também os problemas e as
características específicas da diversidade regional brasileira.
O objetivo deste artigo é estudar o desempenho regional da produção industrial da economia
nacional. Buscamos entender quais locais no Brasil apresentaram melhor performance na produção
industrial do país. A seção seguinte discute a metodologia do artigo, a seção dois descreve os dados
e suas estatísticas, enquanto que a três apresenta os resultados. Por último, concluímos e
descrevemos os anexos.
1. METODOLOGIA
Além de determinante para a prosperidade econômica regional, a produtividade é uma das medidas
mais representativas da competitividade regional (Kaldor, 1970). Vários autores também sugerem a
produtividade como melhor medida para a competitividade de firmas, indústrias, nações etc. e
sugerem que a produtividade é um componente essencial da prosperidade econômica regional
(Fingleton e McCombie, 1998, Porter e Ketels, 2003 e Gardiner et al., 2004). Vários fatores afetam
o crescimento da produtividade das firmas na região (World Bank, 2005, Bonelli, 1996 e Balassa,
1967). A produtividade é um indicador de sucesso, pois relaciona, em termos reais, a produção de
bens e serviços e os insumos utilizados no processo, como trabalho, capital e recursos naturais
(Bonelli, 1996 e Miller, 1984). Vários autores discutem questões sobre produtividade e os fatores
que a influenciam (Kendrick, 1977, Nishimizu e Robinson, 1986, Carvalho, 2001, Gardiner et al.,
2004 e Ricera et al., 2006).
A teoria neoclássica aponta duas medidas principais de produtividade: a parcial e a total. Na
primeira, apenas um dos insumos é considerado. O exemplo mais comum é a produtividade da mão-
de-obra, que representa a razão entre o fluxo de produção e a quantidade do insumo trabalho. A
segunda (produtividade total dos fatores – PTF) mede a eficiência da produção de todos os fatores e
insumos empregados na produção em que cada fator tem sua participação ponderada de alguma
forma. No entanto, caso tenha havido uma substituição de trabalho por capital nesse período, este
fenômeno não é refletido nas medidas de produtividade parcial, superestimando os ganhos de
eficiência produtiva das firmas. Há autores que afirmam que a PTF é melhor estimada a partir do
valor agregado da produção (Bonelli e Gonçalves, 1998 e 1999 e Sabóia e Carvalho, 1997). Vários
artigos tentaram quantificar os ganhos de produtividade da indústria brasileira na última década
(Bonelli et al, 1994, Rossi Jr. e Ferrerira, 1999 e Bonelli, 1992 e Schor, 2003).
Segundo Bonelli e Gonçalves (1998 e 1999), existem três métodos principais para estimar a PTF: o
método da função de produção, em que se demanda a escolha de uma forma funcional, o método
das razões de produtividade e o método da contabilidade do crescimento. Neste artigo usamos o
primeiro método. No entanto, o interesse não recai tanto no valor estimado, mas na comparação da
produtividade da indústria de transformação entre as diversas regiões do Brasil.
A função de produção é uma representação algébrica que expressa a relação entre os insumos e
produtos. Ela mostra a cesta mínima de insumos necessária para produzir certa quantidade de
produto, ou ainda, o máximo de produto obtido a partir de uma cesta de insumos, dada a tecnologia
disponível. A literatura tem estimado funções de produção, custo e lucro, entre eles destacando os
trabalhos iniciais de Cobb e Douglas (1928), Arrow et al (1961), Berndt e Christensen (1973) e
Christensen et al (1973). Estes autores supuseram funções flexíveis e erros estatísticos
simetricamente distribuídos em torno da média zero.
Por outro lado, produtividade tem sido referida, em alguns artigos e textos teóricos, como a variação
da produção não explicada pela variação dos insumos, ou seja, uma medida do resíduo. Este resíduo
pode ser função da maior eficiência organizacional, da mudança da eficiência na utilização do
insumo, da mudança na escala de operação ou de uma mudança tecnológica (Knight 1965, Schor,
2003 e Fried et al, 2008 ). A PTF é calculada como a diferença entre a produção observada e a
produção estimada pela função de produção. As formas funcionais da função de produção mais
comumente utilizadas na literatura e neste artigo são a Cobb-Douglas e a Translog, dadas a seguir
em sua forma logarítmica. Por simplicidade, ocultamos os subscritos de região e tempo.
Cobb-Douglas: Translog:
k
kk xy lnln 0
k h
hkkh
k
kk xxxy lnln2
1lnln 0
Em que lny é o logaritmo da produção e lnx são os insumos (k diferentes insumos) usados pela
firma. De acordo com Schor.pdf, o resíduo pode ser definido como w , onde w, o termo
conhecido pela firma, mas não pelo econometrista, refere-se à produtividade e representa choques
aleatórios. Segundo a autora, a estimação da função de produção por Mínimos Quadrados
Ordinários (MQO) pode ser viesada pela da presença do viés de simultaneidade e seleção, causada
pelo termo w. Há duas soluções propostas. A primeira é seguir a metodologia proposta por Olley e
Pakes (1996) e a segunda é utilizar efeitos fixos para corrigir o viés. Dado que o objetivo, neste
artigo, é de analisar a diferença de produtividade entre as regiões do Brasil, mais do que obter um
valor para a produtividade industrial em si, optamos pelo método mais simples da inclusão dos
efeitos fixos nas estimações, apesar de também mostrarmos os resultados obtidos pelas estimativas
de MQO.
2. DADOS E ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS
O artigo estuda os setores da indústria de transformação. A análise setorial é imprescindível, pois
dada a heterogeneidade da estrutura brasileira, também devem ser suas estratégias. Schor (2003)
aponta que existe uma grande heterogeneidade da produtividade dos setores da indústria de
transformação brasileira ao longo do período de 1986 a 1998, indicando a importância de distinguir,
de alguma forma, os setores na estimação (Bonelli e Fonseca, 1998 e Rossi e Ferreira, 1999).
A divisão geográfica por mesorregiões, nível mais desagregado que estados, justifica-se uma vez
que existem características de produção específicas de cada região, seja por fatores naturais,
disponibilidade de infra-estrutura, capital, recursos humanos etc. Os dados no nível estadual não
representam uma unidade geográfica adequada para a análise dos setores industriais, principalmente
porque a estrutura industrial brasileira é muito heterogênea.
A amostra é um painel não balanceado de mesorregiões durante o período de 1996 a 2006. Os dados
são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), obtidos através da PIA (Pesquisa
Industrial Anual). Trabalha-se apenas com a indústria de transformação e com o estrato certo, ou
seja, são contabilizadas as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. A estrutura industrial é
dividida em 23 setores (no nível “Divisão” - dois dígitos) de acordo com a CNAE 1.0. O Brasil é
dividido em 137 mesorregiões. Portanto, no limite, cada mesorregião pode ter até 23 observações,
que correspondem aos 23 setores da indústria. Todas as variáveis da pesquisa estão detalhadamente
conceituadas em PIA (2004). A amostra é formada por 9.222 observações, num painel não
balanceado de 122 mesorregiões durante 11 anos (1996 a 2006).
A fim de estimar a função de produção é necessário obter uma medida do produto e medidas de
insumos. O produto será considerado pela variável Valor da Transformação Industrial (VTI) e o
insumo trabalho pelo Número Médio de Pessoas Ocupadas no Ano. A variável estoque de capital
não é obtida diretamente da PIA-Empresa. Até 1995, a variável capital foi construída, na PIA, a
partir de informações do balanço das firmas. No entanto, a partir de 1996 não há mais no
questionário dados de balanço, apenas de investimento. Aliás, somente a partir de 2000 o
questionário incluiu a informação sobre o Valor Total do Ativo na Empresa, que considera o
circulante, realizável de longo prazo e o permanente. Seria possível, através desta rubrica, construir
uma série de estoque de capital para as firmas usando informações de Aquisições, Produção Própria
e Melhoria de Ativos Tangíveis e de Baixa de Ativos Tangíveis para os anos anteriores a 2000. Para
estes, a série foi construída de acordo com a seguinte fórmula, em que os subscritos r e t
representam a mesorregião e o tempo:
trtrtrtrtrtr baixasodepreciaçãmelhoriasaquisiçõesestoqueestoque ,,,,,1,
No entanto, para algumas mesorregiões foi necessário realizar alguns ajustes na série. O caso mais
comum é que algumas mesorregiões não possuem dados contínuos no tempo. Estes ajustes são
discutidos no Anexo I. É importante notar a seguinte definição. Os dados são agregados, tanto no
nível industrial (setores industriais de dois dígitos da CNAE1.0), quanto no nível geográfico por
mesorregiões. Isto significa que não temos acesso ao valor das variáveis para a empresa ou firma.
Na verdade, nesta pesquisa, cada mesorregião assume o papel de uma firma, ou seja, temos uma
firma representativa para a mesorregião. Assim, de acordo com nosso banco de dados, cada setor
industrial pode ter no máximo 137 firmas no Brasil, pois existem 137 mesorregiões. Cada
mesorregião está composta por estabelecimentos e o IBGE informa o valor agregado de cada
variável. A fim de evitar distorções, calculamos os valores médios de cada variável para a
mesorregião. Ou seja, os valores dos insumos e produtos da mesorregião, que é composta por n
unidades locais (estabelecimentos) foram obtidos através da divisão do valor agregado da
mesorregião por n.
O tratamento das observações aberrantes (outliers) está descrito no Anexo I. Além disso, a fim de
evitar distorções nos resultados causadas por mesorregiões com pouca representatividade industrial
ou setores com baixa dispersão regional, adotamos duas regras de exclusão de observações.
Primeiro, para cada setor da CNAE permanecer na amostra é preciso que ele apareça em, pelo
menos, dez mesorregiões. Este critério excluiu somente o setor de Fabricação de Produtos de Fumo,
com presença em seis mesorregiões. Segundo, excluímos todas as observações cujo Número de
Unidades Locais, isto é, número de firmas, na mesorregião e no setor fosse menor que cinco.
Assim, de um total de 11.862 observações, nossa amostra final é composta por 9.222 observações.
Por último, as variáveis monetárias da PIA foram deflacionadas utilizando o IPA-OG (Índice de
Preços por Atacado – Oferta Global) setorial, calculado pela Fundação Getúlio Vargas.
Estatísticas Descritivas
As estatísticas descritivas apresentadas neste artigo são resumidas pela Tabela 1 e Mapa 1. A
primeira mostra a média anual da produção industrial brasileira por setor. O mapa detalha a média
anual da produção de cada mesorregião. Os Anexos II e III descrevem a classificação dos códigos
das mesorregiões e dos setores, respectivamente.
Tabela 1 – Valores da Produção Industrial Brasileira por Setor – média anual
Setor VTI PO K
23 1.998.077.549 4.868 5.282.055.460
27 1.204.697.062 7.238 5.705.860.819
15 865.392.271 15.280 2.548.196.737
34 606.406.904 6.886 1.390.662.276
24 483.076.996 4.172 1.666.416.140
21 352.384.978 4.249 1.281.028.708
35 298.605.271 2.354 1.149.259.763
32 260.291.627 2.184 756.864.222
29 251.390.104 5.585 536.035.022
26 250.933.635 5.212 1.049.693.350
17 203.873.811 7.167 702.488.854
31 197.949.325 3.901 470.947.202
28 180.639.538 4.372 470.289.538
22 180.079.535 3.404 294.302.077
25 168.362.187 4.516 436.667.668
19 165.541.298 7.571 333.039.465
36 117.216.134 4.642 244.483.377
30 98.479.640 825 305.223.161
20 95.972.715 3.969 302.771.740
33 75.173.787 1.372 153.523.466
18 58.821.875 4.740 121.493.113
37 5.741.856 206 9.981.230
Média 369.050.368 4.760 1.145.967.427
O setor de Refino de Petróleo e Produção de Álcool (23) tem a maior produção anual da indústria
de transformação brasileira em termo de VTI, seguindo pelo setor de Metalurgia Básica (27).
Ambos os setores são intensivos em capital, apesar de que o setor 27 se destaca como o terceiro
maior empregador do país. Por ser um setor básico, a Fabricação de Alimentos e Bebidas (15) tem
bastante expressão e representatividade pelas mesorregiões do país, além de ser bastante intensivo
em mão-de-obra. A cadeia têxtil, que engloba os setores 17, 18 e 19, emprega cerca de cinco vezes
mais que a média setorial brasileira.
O Mapa 1 mostra a grande concentração industrial em termos de produto no Sul e Sudeste, com
destaque para as mesorregiões de Campinas o Centro Amazonense e as Metropolitanas do Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador. Com valores intermediários,
destacam-se os estados da região Centro-Oeste.
Mapa 1 – Mapa da Produção Industrial Brasileira por Mesorregião – média anual
3. RESULTADOS
Os resultados das estimações das funções de produção Cobb-Douglas e Translog estão na Tabela 2
e 3 respectivamente.
Função de Produção
Quando a função translog é utilizada, deve-se atentar que, para obter a parcela do produto explicada
pelos insumos é necessário realizar a derivada total do produto em relação a cada insumo, isto é, as
parcelas de trabalho e capital não são obtidas diretamente dos coeficientes estimados como ocorre
na Cobb-Douglas. A translog, por ser uma função mais flexível, contém termos quadráticos e
elementos cruzados de modo que, ao se derivar a influência dos insumos sobre o capital é preciso
assumir algum valor para as variáveis lnPO, lnK e a tendência t, que neste artigo, definimos igual a
média amostral. Os resultados destes cálculos estão representados nas Tabelas 2 e 3 como “Parc.
PO”, “Parc. K” e “Parc. T”.
Da análise da Cobb-Douglas, há indícios de que a indústria de transformação brasileira tenha
retornos constantes de escala. Quando a tendência é excluída do modelo (modelos 1 a 4), o capital é
capaz de gerar mais produto que a mão-de-obra, exceção para o modelo 4 (com dummies setoriais e
de efeito fixo), em que os insumos são igualmente importantes. Ainda nestes modelos, comparando
entre os modelos 1 e 2 por um lado e 3 e 4 por outro, nota-se que a inclusão dos efeitos fixos através
das dummies de mesorregiões não altera significativamente as parcelas de trabalho e capital. A
adição da tendência nos modelos Cobb-Douglas deixa claro que a função de produção da indústria
se desloca positivamente ao longo do tempo, aumentando cerca de 0,05% do produto a cada ano.
No entanto, a participação do trabalho no produto diminui ao longo do tempo, enquanto que a do
capital aumenta, indicando uma tendência de capitalização das indústrias. A inclusão de efeitos
fixos nestes modelos (comparando modelos 6 e 7 por um lado e 8 e 9 por outro) indica pequena
variação entre as parcelas do trabalho e uma variação um pouco maior entre as parcelas do capital,
principalmente entre os modelos 8 e 9. Este caso aponta que se o viés de simultaneidade existe, ele
tende a influenciar principalmente o capital, inflando a parcela explicada pelo insumo.
Os resultados gerados pela função Translog são bastante parecidos com a Cobb-Douglas, indicando
a robustez dos mesmos. A indústria continua apresentando indícios de retornos constantes de escala.
Novamente nos modelos sem tendência, a parcela do capital supera a da mão-de-obra, indicando
que o capital é capaz de gerar mais produto que a mão-de-obra partindo-se de um aumento de igual
em ambos os insumos. A tendência desloca positivamente a função de produção na mesma
proporção apontada pela Cobb-Douglas. Em relação aos efeitos fixos, a translog aponta uma
diferença maior entre os resultados das parcelas dos insumos estimadas, ora no trabalho, ora no
capital. Portanto, se o viés de simultaneidade existe, os modelos mais flexíveis são capazes de
capturá-lo melhor.
Tabela 2 – Resultado Função de Produção Cobb-Douglas LVTI 1 2 3 4
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
lpo 0.486 34.35 *** 0.484 35.94 *** 0.522 30.36 *** 0.539 32.18 ***
lk 0.601 91.66 *** 0.581 86.77 *** 0.562 66.52 *** 0.530 60.74 ***
lpo2
lk2
lpolk
t
t2
tlpo
tlk
Parc. PO 0.486 0.484 0.522 0.539
Parc. K 0.601 0.581 0.562 0.530
Parc. T
Dummy Setor Não Não Sim Sim
Dummy Meso Não Sim Não Sim
LVTI 5 6 7 8 9
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
lpo 0.514 37.34 *** 0.700 22.59 *** 0.688 24.31 *** 0.729 23.47 *** 0.742 26.19 ***
lk 0.585 91.48 *** 0.451 32.08 *** 0.427 32.84 *** 0.405 28.24 *** 0.364 27.43 ***
lpo2
lk2
lpolk
t 0.054 30.43 *** -0.147 -7.29 *** -0.148 -8.07 *** -0.148 -7.57 *** -0.143 -8.13 ***
t2
tlpo -0.030 -6.95 *** -0.028 -7.18 *** -0.027 -6.75 *** -0.025 -6.94 ***
tlk 0.021 10.62 *** 0.021 11.47 *** 0.021 10.85 *** 0.020 11.72 ***
Parc. PO 0.514 0.534 0.534 0.578 0.602
Parc. K 0.585 0.568 0.543 0.519 0.475
Parc. T 0.054 0.052 0.054 0.055 0.058
Dummy Setor Não Não Não Sim Sim
Dummy Meso Não Não Sim Não Sim
Tabela 3 – Resultado Função de Produção Translog LVTI 1 2 3 4 5
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
lpo 1.841 16.9 *** 1.841 18.2 *** 1.764 15.7 *** 1.774 17.2 *** 1.855 17.4 ***
lk -0.551 -14.3 *** -0.543 -13.8 *** -0.672 -16 *** -0.688 -16.5 *** -0.506 -13.3 ***
lpo2 -0.068 -4.0 *** -0.009 -0.57 -0.049 -2.86 *** 0.000 0.02 -0.056 -3.5 ***
lk2 0.044 18.5 *** 0.048 20.8 *** 0.048 18.7 *** 0.051 20.8 *** 0.043 18.4 ***
lpolk -0.047 -3.76 *** -0.081 -6.78 *** -0.051 -3.95 *** -0.080 -6.42 *** -0.053 -4.35 ***
t 0.060 8.06 ***
t2 -0.001 -1.25 ***
tlpo
tlk
Parc. PO 0.486 0.565 0.509 0.521 0.514
Parc. K 0.628 0.606 0.597 0.565 0.611
Parc. T 0.052
Dummies Setor Não Não Sim Sim Não
Dummies Meso Não Sim Não Sim Não
LVTI 6 7 8 9
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
lpo 1.862 17.4 *** 1.826 18.8 *** 1.820 16.7 *** 1.794 18.4 ***
lk -0.550 -14.5 *** -0.522 -13.7 *** -0.652 -15.9 *** -0.650 -16.2 ***
lpo2 -0.064 -3.96 *** 0.000 0.03 -0.044 -2.7 *** 0.016 1.02
lk2 0.039 16.2 *** 0.043 18.4 *** 0.042 16.5 *** 0.046 18.6 ***
lpolk -0.039 -3.18 *** -0.075 -6.51 *** -0.046 -3.64 *** -0.079 -6.63 ***
t -0.078 -4.72 *** -0.071 -4.6 *** -0.077 -4.77 *** -0.066 -4.43 ***
t2 -0.002 -2.7 *** -0.002 -3.15 *** -0.001 -2.1 ** -0.001 -2.22 **
tlpo -0.026 -6.02 *** -0.022 -5.64 *** -0.024 -5.95 *** -0.020 -5.56 ***
tlk 0.017 9.76 *** 0.016 9.59 *** 0.016 9.71 *** 0.015 9.5 ***
Parc. PO 0.528 0.521 0.562 0.441
Parc. K 0.598 0.570 0.557 0.510
Parc. T 0.052 0.055 0.053 0.057
Dummies Setor Não Não Sim Sim
Dummies Meso Não Sim Não Sim
Dummies de Setores e de Mesorregiões
As dummies setoriais e regionais são de intercepto, ou seja, deslocam a função de produção
paralelamente, mantendo sua inclinação. A fim de evitar a multicolinearidade é necessário excluir
uma dummy de cada grupo. Para a setorial, exclui-se a dummy de Fabricação de Alimentos e
Bebidas (15), enquanto que para a regional, exclui-se a dummy mesorregião Metropolitana de São
Paulo (3515). A comparação da produtividade entre as regiões está baseada no seguinte raciocínio.
Considerando o Gráfico 1:
Gráfico 1 – Função de Produção
Passando uma reta entre a origem e qualquer ponto da curva, percebe-se que a inclinação dessa reta
é a medida de produtividade y/x. Quanto maior for a inclinação da reta, maior será a produtividade
da firma. Cada mesorregião é descrita por uma função de produção idêntica a essa, apenas sofrendo
deslocamentos paralelos por diferenças de interceptos. Assim, as funções de produção mais
afastadas da origem, ao considerarmos todos os demais fatores constantes e o mesmo nível de
insumos x, terá uma reta (que passa entre a origem o ponto da curva) mais inclinada, indicando
maior produtividade. Assim, quanto mais positivo for o coeficiente da dummy da mesorregião ou
do setor, maior é o deslocamento da curva e maior sua produtividade em relação à dummy de base.
No caso regional, como tomamos a mesorregião Metropolitana de São Paulo como base, a maioria
dos coeficientes das dummies regionais são negativos, indicando uma contração paralela da função
de produção, que diminui a inclinação da reta que passa pela origem para determinado nível de
insumo x, resultando em menor produtividade, em relação à dummy de base.
A Tabela 4 mostra os resultados das estimações em que se consideraram apenas as dummies
setoriais dos modelos Cobb-Douglas e Translog. Para facilitar a visualização dos resultados,
apresentamos apenas os sinais de influência das dummies. Assim, um sinal “+” significa que o
intercepto da função de produção para esse setor é maior do que o do setor 15, ou seja, para os
mesmos níveis de insumo, o setor consegue produzir mais. Sinal “-” significa o contrário, enquanto
que “0” indica que a dummy não é significante2 influenciando a função de produção assim como o
setor 15. Os resultados completos estão no Anexo IV.
2 Foram considerados significantes apenas os níveis de 1% e 5%. Para os demais valores, assumimos igual a zero.
Tabela 4 – Resultado das Dummies Setoriais 1 2 3 4 5 6 7 8
Modelo CD CD CD CD Translog Translog Translog Translog
Tendência Não Não Sim Sim Não Não Sim Sim
Parc. PO 0.522 0.539 0.578 0.602 0.509 0.521 0.562 0.441
Parc. K 0.562 0.530 0.519 0.475 0.597 0.565 0.557 0.510
Parc. T 0.055 0.058 0.053 0.057
Dummies Meso Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim
17-Produtos Têxteis - - - - - - - -
18-Vestuário e Acessórios - - - - - - - -
19-Couro e Calçados - - - - - - - -
20-Madeira - - - - - - - -
21-Celulose e Papel 0 0 0 - 0 - 0 -
22-Edição, Reprodução + + + + + + + +
23-Petróleo, Álcool 0 0 0 0 - - - -
24-Produtos Químicos + + + + + + + +
25-Borracha e Plástico - - - - 0 - - -
26-Minerais não Metálicos - - - - - - - -
27-Metalurgia Básica + + + + 0 0 + 0
28-Produtos de Metal 0 - 0 - + 0 0 -
29-Máq. e Equipam. + + + + + + + +
30-Escritório e Informática + + + + + 0 + 0
31-Máq. e Mat. Elétricos + 0 + - + 0 + -
32-Eletrônico e Comunic. + + + + + 0 + 0
33- Precisão, Automação + + + 0 + + + 0
34-Veículos + 0 + - + 0 + -
35-Outros Veículos 0 - 0 - 0 - 0 -
36-Móveis e outros - - - - - - - -
37-Reciclagem + 0 0 - + 0 + -
Com exceção dos setores 28, 31, 34 e 37, a influência dos setores sobre a função de produção não
varia de acordo com o modelo estimado. Todos os setores mais intensivos em tecnologia3 (PIA,
2003) apresentam produtividade maior que o setor 15, classificado como baixa intensidade
tecnológica. Apenas os setores de transporte (34 e 35) fogem à regra. Do mesmo modo, todos os
setores de baixa intensidade tecnológica4 são menos produtivos que o 15, com exceção dos setores
22 e 27. Vale destacar que nos modelos mais flexíveis (translog), em que se incluem os efeitos
fixos, apenas os setores 22, 24 e 29 apresentam consistentemente maior produtividade que o setor
15.
A Tabela 5 apresenta a mesma análise para as dummies de regiões. A grande maioria das
mesorregiões são menos produtivas do que a Metropolitana de São Paulo. Apenas o Extremo Oeste
Baiano (2901) se mostrou consistentemente mais produtivo que São Paulo, em qualquer modelo
analisado. Há algumas mesorregiões, porém, que possuem o mesmo intercepto na função de
produção que a Metropolitana de São Paulo. Isto ocorre consistentemente para Centro Amazonense
(1303), Baixo Amazonas (1501) e Marajó (1502), Baixadas, no Rio de Janeiro (3304), Campinas
(3507), Marília (3509) e Vale do Paraíba Paulista (3513), Sudeste Mato-Grossense (5105) e
Noroeste Goiano (5201).
3 Setores 16, 24, 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 35. Algumas divisões do setor 21 e 23 e 36.
4 Setores 15, 17, 18, 19, 20, 22, 26, 27, 28 e 31. Algumas divisões dos setores 21, 23 e 36.
Tabela 5 - Resultado das Dummies Regionais 1 2 3 4 5 6 7 8
Modelo CD CD CD CD Translog Translog Translog Translog
Tendência Não Não Sim Sim Não Não Sim Sim
Parc. PO 0.484 0.539 0.534 0.602 0.565 0.521 0.521 0.441
Parc. K 0.581 0.530 0.543 0.475 0.606 0.565 0.570 0.510
Parc. T 0.054 0.058 0.055 0.057
Dummies Setor Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim
dm1101 0 0 0 0 + + 0 0
dm1102 - - - - - - - -
dm1202 - - - - - - - -
dm1303 0 0 0 0 0 0 0 0
dm1501 0 0 - 0 0 0 0 0
dm1502 0 0 0 0 0 0 0 0
dm1503 - - - - - - - -
dm1504 - - - - - - - -
dm1505 0 + 0 + + + + +
dm1506 - - - - - - - -
dm1701 - - - - - - - -
dm1702 - - - - - - - -
dm2101 - - - - - - - -
dm2102 - - - - - - - -
dm2103 + - 0 - + 0 0 -
dm2104 - - - - - - - -
dm2201 - - - - - - - -
dm2202 - - - - - - - -
dm2301 0 0 - - 0 0 - -
dm2302 - - - - - - - -
dm2303 - - - - - - - -
dm2305 - - - - - - - -
dm2306 - - - - - - - -
dm2307 - - - - - - - -
dm2401 - - - - - - - -
dm2402 0 0 0 - - - - -
dm2403 0 0 0 0 - - - -
dm2404 - - - - - - - -
dm2501 - - - - - - - -
dm2502 - - - - - - - -
dm2503 - - - - - - - -
dm2504 - - - - - - - -
dm2601 - - - - - - - -
dm2602 - - - - - - - -
dm2603 - - - - - - - -
dm2604 - - - - - - - -
dm2605 - - - - - - - -
dm2702 0 0 - - 0 0 - -
dm2703 - - - - - - - -
dm2802 - - - - - - - -
dm2803 - - - - - - - -
dm2901 + + + + + + + +
dm2902 - - - - - - - -
dm2903 - - - - - - - -
dm2904 - - - - - - - -
dm2905 - - - - - - - -
dm2906 - - - - - - - -
dm2907 - - - - - - - -
dm3101 - - - - - - - -
dm3102 - - - - - - - -
dm3103 - - - - - - - -
dm3104 - - - - - - - -
dm3105 - - - - - - - -
dm3106 - - - - - - - -
dm3107 - - - - - - - -
dm3108 - - - - - - - -
dm3109 - - - - - - - -
dm3110 - - - - - - - -
dm3111 - - - - - - - -
dm3112 - - - - - - - -
dm3201 - - - - - - - -
dm3202 - - - - - - - -
dm3203 - - - - - - - -
dm3204 - - - - - - - -
dm3301 - - - - - - - -
dm3302 0 - - - - - - -
dm3303 0 0 - 0 0 0 - 0
dm3304 0 0 0 0 0 0 0 0
dm3305 0 0 0 0 - - - -
dm3306 - - - - - - - -
dm3501 - - - - 0 - - -
dm3502 - - - - - - - -
dm3503 - - - - - - - -
dm3504 - - - - - - - -
dm3505 - - - - - - - -
dm3506 - - 0 - 0 - - -
dm3507 0 0 0 0 0 0 0 0
dm3508 - - - - - - - -
dm3509 0 0 0 0 0 0 0 0
dm3510 - - - - - - - -
dm3511 - 0 - - 0 0 - 0
dm3512 - - - - - - - -
dm3513 0 0 0 0 0 0 0 0
dm3514 - 0 - - - - - -
dm4101 - - - - - - - -
dm4102 - - - - - - - -
dm4103 - - - - - - - -
dm4104 0 0 0 - - - - -
dm4105 - - - - - - - -
dm4106 - - - - - - - -
dm4107 - - - - - - - -
dm4108 - - - - - - - -
dm4109 - - - - - - - -
dm4110 - - - - - - - -
dm4201 - - - - - - - -
dm4202 - - - - - - - -
dm4203 - - - - - - - -
dm4204 - - - - - - - -
dm4205 - - - - - - - -
dm4206 - - - - - - - -
dm4301 - - - - - - - -
dm4302 - - - - - - - -
dm4303 - - - - - - - -
dm4304 - - - - - - - -
dm4305 - - - - - - - -
dm4306 - - - - - - - -
dm4307 - - - - - - - -
dm5002 - - - - - - - -
dm5003 - 0 - - 0 0 - 0
dm5004 0 0 0 0 - 0 0 0
dm5101 - 0 - - - 0 - -
dm5102 + + 0 0 + + + 0
dm5103 - - 0 - - - - -
dm5104 - - - - - - - -
dm5105 0 0 0 0 0 0 0 0
dm5201 0 0 0 0 0 0 0 0
dm5202 0 - 0 - 0 0 0 -
dm5203 - - - - - - - -
dm5204 0 0 - - 0 0 - -
dm5205 - - - - - - - -
dm5301 - - - - - - - -
O Mapa 2 ilustra estes resultados, classificando as mesorregiões de acordo com seus coeficientes,
isto é, através da dispersão da produtividade da indústria de transformação entre as mesorregiões
brasileiras. O mapa refere-se ao modelo 8, mais flexível (translog com termos de tendência), com
dummies setoriais, além dos efeitos fixos.
As regiões em vermelho são locais que mostraram produtividade maior que a Metropolitana de São
Paulo. No Extremo Oeste Baiano a indústria de alimentos e grãos é bastante forte e possui grandes
indústrias como a Bunge e a Cargill. Além disso, os dados dessas mesorregiões mostram altos
valores das relações produto sobre os insumos capital e trabalho. Já o Sudoeste Paraense possui
somente, nesta amostra, o setor de Fabricação de Produtos de Madeira. As regiões em cinza não se
mostraram significantes e, portanto, teriam níveis equivalentes de produtividade em relação à
Metropolitana de São Paulo. Além de algumas mesorregiões em São Paulo e Rio de Janeiro, como
Marília, Vale do Paraíba Paulista, Sul Fluminense e Baixadas, há algumas mesorregiões no Centro-
Oeste e outras no Norte, merecendo destaque o Centro Amazonense, onde está localizada a Zona
Franca de Manaus. As demais mesorregiões (em diferentes tons de verde) apresentaram
produtividade industrial menor que a Metropolitana de São Paulo. Dentre elas, percebe-se que as
mais produtivas (cor verde mais escuro) localizam-se na faixa litorânea do Sul e Sudeste, com
alguma presença no Centro Oeste e em algumas capitais do Nordeste. O resultado completo das
estimações está no Anexo V.
Mapa 2 – Dispersão da Produtividade Regional da Indústria de Transformação
CONCLUSÕES
Este artigo tratou de analisar a produtividade setorial e regional da indústria de transformação
brasileira, através de um painel não balanceado com os dados da PIA para o período de 1996 a
2006. O estudo da produtividade ocorreu através da estimação de funções de produção com
dummies setoriais e regionais. As conclusões do estudo são, primeiro, que há evidência de que a
indústria de transformação brasileira tenha retornos constantes de escala. Segundo, a inclusão de
efeitos fixos nos modelos estimados pela Cobb-Douglas não alterou tanto as estimativas de trabalho
e capital. Porém, nos modelos translog, há uma maior diferença entre os resultados das parcelas dos
insumos estimadas. Portanto, se o viés de simultaneidade e seleção existe, os modelos mais
flexíveis são capazes de capturá-lo melhor. Terceiro, os resultados mostraram que há um
deslocamento positivo da função de produção ao longo do tempo, o que, demais fatores constantes,
indica um aumento da produtividade industrial brasileira. Essa expansão se faz diminuindo a
participação do insumo trabalho e aumentando a do capital.
Sobre os setores, aqueles mais intensivos em tecnologia mostraram-se mais produtivos. E sobre os
resultados regionais, conclui-se que 10% das mesorregiões apresentaram produtividade igual ou
superior que a Metropolitana de São Paulo. Do restante, as mais produtivas localizam-se na faixa
litorânea do Sul e Sudeste, com alguma presença no Centro Oeste e em algumas capitais do
Nordeste.
ANEXO I – Tratamento de Outliers
Todas as técnicas repetem o mesmo método. Tem-se a variável A para ajustar. Faz-se a proporção
de A com a variável B e então a média entre as seis proporções mais próximas do valor a ajustar.
Com a média e a variável B, recupera-se o valor para a variável A.
Técnica Variável A Variável B
III Pessoal Ocupado (PO) Valor Bruto da Produção (VBP)
IV Energia Elétrica Valor Bruto da Produção (VBP)
VI UL Média entre VBP e PO
VII Pessoal Ocupado (PO) Exceção à regra: ajustadas pelas Contas agregadas de PO
VIII Consumo de Matéria Prima (CMP) Valor Bruto da Produção (VBP)
X Capital (K) Valor Bruto da Produção (VBP)
XII Valor Bruto da Produção (VBP) Média entre CMP e K
Setor 15
- 1101, 1401, 1501, 1502, 1602, 1701, 2103, 2605, 2802, 2901, 2902, 2907, 3103, 3109, 3204,
3304, 3305, 3505, 3515, 4107, 4108, 4203, 4303 e 5102: ajustadas pela técnica X.
- 2901, 2905, 3203, 3505, 4203 e 5204: ajustadas pela técnica VI.
- 3302 e 4105: ajustadas pela técnica VII.
- 4107: ajustada pela técnica III.
- 2901: ajustada pela técnica XII.
Setor16. 2903: ajustada pela técnica X.
Setor 17
- 1303, 2604, 3103, 3106, 3203, 3305, 3515, 4101, 4104, 4110, 4306 e 5203: ajustadas pela técnica
X.
- 2503: COI foi ajustada pela fórmula da soma do Consumo de Matéria-Prima e CDI.
- 4106: ajustada pela técnica III.
Setor 18
- 1503, 2201, 2202, 2302, 2402, 2403, 2604, 2906, 3102, 3110, 3111, 3301, 3302, 3502, 3512,
4101, 4104, 4305, 5104 e 5205: ajustadas pela técnica X.
- 3203 e 3302: ajustadas pela técnica IV.
- 2603 e 3109: ajustadas pela técnica VII.
- 3507, 3511 e 4202: ajustadas pela técnica VI.
- 2403: excluído ano 1998, pois apresentava valor de produção e insumos extremamente altos em
relação à quantidade de ULs, comparando com o resto do período.
Setor 19. 1701, 2504, 2603, 3204, 3506, 4103, 4106, 4202, 4301 e 5205: ajustadas pela técnica X.
Setor 20. 1102, 1501, 1502, 2303, 2605, 2903, 2905, 3105, 3305, 3508, 3512, 4101, 4104, 4205,
4307, 5003, 5102 e 5301: ajustadas pela técnica X.
Setor 21. 2903, 2905, 3501, 3504, 4106, 4301, 4302 e 5301: ajustadas pela técnica X.
Setor 22
- 2503, 2605, 2903, 3108, 3110, 3203, 3302, 3302, 3303, 3505, 3511, 4201, 4306 e 5004: ajustadas
pela técnica X.
- 2703: ajustada pela técnica IV.
- 1101: ajustada pela técnica III.
- 3302: ajustada pela técnica VI.
Setor 23. 3505, 3508 e 5103:ajustadas pela técnica X.
Setor24
- 2103, 2504, 2605, 2906, 3101, 3102, 3103, 3111, 3202, 3303, 3507, 3509, 4106, 5002 e 5003:
ajustadas pela técnica X.
- 3108: ajustada pela técnica III.
- 3103: ajustada pela técnica VIII.
Setor 25
- 1701, 2101, 2703, 2907, 3112, 3203, 4206, 5104 e 5203 ajustadas pela técnica X.
- 3515: ajustada pela técnica VII.
Setor 26
- 1202, 1504, 2105, 2202, 2301, 2302, 2404, 2603, 2604, 2902, 3101, 3103, 3301, 3306, 3514 e
4104: ajustadas pela técnica X.
- 2401e 2604: ajustadas pela técnica VII.
- 3502: ajustada pela técnica VI.
- 4205: ajustada pela técnica III.
- 2102 e 2902: ajustadas pela técnica VIII.
Setor27
- 1303, 3102, 3106, 3504, 3505, 4105, 4201: ajustadas pela técnica X.
- 4201: ajustada pela técnica VII.
- 3106: meso excluída por apresentar muitos pulos na série de Capital.
Setor 28
- 2101, 2307, 2501, 2504, 2905, 3102, 3111, 3301, 3505, 3508, 4105, 4106, 5002, 5104, 5204,
5205: ajustadas pela técnica X.
- 3111: ajustada pela técnica IV.
- 5104: ajustada pela técnica VIII.
Setor29
- 1503, 2404, 2703, 2906, 2907, 3105, 3204, 3507, 4101, 4103, 4107, 4303 e 5002: ajustadas pela
técnica X.
- 1503, 2703 e 3507: ajustadas pela técnica IV.
- 4205: ajustada pela técnica VI.
- 2401, 2906, 3108 e 3302: ajustadas pela técnica VIII.
Setor 30
- 2905, 3110, 3112: ajustadas pela técnica X.
- 1303: ajustada pela técnica IV.
- 3507: ajustada pela técnica VIII.
Setor 31
- 3305, 3503, 3505 e 3506: ajustadas pela técnica X.
- 3203: ajustada pela técnica IV.
Setor 32. 3107, 3306, 3508, 4103, 4110, 4202, 4204 e 4205: ajustadas pela técnica X.
Setor 33. 3513, 4202, 4302: ajustadas pela técnica X.
Setor 34
- 2603, 2605, 2905, 3109, 3112, 3502, 3511, 4305, 4307, 5002, 5104, 5203 e 5301: ajustadas pela
técnica X.
-1303: ajustada pela técnica III.
- 2905 e 35045: ajustadas pela técnica VIII.
Setor 35
- 1503, 2605, 2905, 3107, 3504, 3506, 3512, 4110 e 5203: ajustadas pela técnica X.
- 3305: ajustada pela técnica VIII.
Setor 36
- 1102, 2306, 2307, 2503, 2504, 2603, 2605, 2907, 3106, 3109, 3110, 3203, 4103, 4107, 4109, 4303
e 5301: ajustadas pela técnica X.
Setor 37
- 3107, 3305, 3515, 4110 e 4305: ajustadas pela técnica VIII.
ANEXO II – Código das Mesorregiões 1101 Madeira-Guaporé 2602 São Francisco Pernambucano 3507 Campinas
1102 Leste Rondoniense 2603 Agreste Pernambucano 3508 Presidente Prudente
1201 Vale do Juruá 2604 Mata Pernambucana 3509 Marília
1202 Vale do Acre 2605 Metropolitana de Recife 3510 Assis
1301 Norte Amazonense 2701 Sertão Alagoano 3511 Itapetininga
1302 Sudoeste Amazonense 2702 Agreste Alagoano 3512 Macro Metropolitana Paulista
1303 Centro Amazonense 2703 Leste Alagoano 3513 Vale do Paraíba Paulista
1304 Sul Amazonense 2801 Sertão Sergipano 3514 Litoral Sul Paulista
1401 Norte de Roraima 2802 Agreste Sergipano 3515 Metropolitana de São Paulo
1402 Sul de Roraima 2803 Leste Sergipano 4101 Noroeste Paranaense
1501 Baixo Amazonas 2901 Extremo Oeste Baiano 4102 Centro Ocidental Paranaense
1502 Marajó 2902 Vale São-Franciscano da Bahia 4103 Norte Central Paranaense
1503 Metropolitana de Belém 2903 Centro Norte Baiano 4104 Norte Pioneiro Paranaense
1504 Nordeste Paraense 2904 Nordeste Baiano 4105 Centro Oriental Paranaense
1505 Sudoeste Paraense 2905 Metropolitana de Salvador 4106 Oeste Paranaense
1506 Sudeste Paraense 2906 Centro Sul Baiano 4107 Sudoeste Paranaense
1601 Norte do Amapá 2907 Sul Baiano 4108 Centro-Sul Paranaense
1602 Sul do Amapá 3101 Noroeste de Minas 4109 Sudeste Paranaense
1701 Ocidental do Tocantins 3102 Norte de Minas 4110 Metropolitana de Curitiba
1702 Oriental do Tocantins 3103 Jequitinhonha 4201 Oeste Catarinense
2101 Norte Maranhense 3104 Vale do Mucuri 4202 Norte Catarinense
2102 Oeste Maranhense 3105 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 4203 Serrana
2103 Centro Maranhense 3106 Central Mineira 4204 Vale do Itajaí
2104 Leste Maranhense 3107 Metropolitana de Belo Horizonte 4205 Grande Florianópolis
2105 Sul Maranhense 3108 Vale do Rio Doce 4206 Sul Catarinense
2201 Norte Piauiense 3109 Oeste de Minas 4301 Noroeste Rio-grandense
2202 Centro-Norte Piauiense 3110 Sul/Sudoeste de Minas 4302 Nordeste Rio-grandense
2203 Sudoeste Piauiense 3111 Campo das Vertentes 4303 Centro Ocidental Rio-grandense
2204 Sudeste Piauiense 3112 Zona da Mata 4304 Centro Oriental Rio-grandense
2301 Noroeste Cearense 3201 Noroeste Espírito-santense 4305 Metropolitana de Porto Alegre
2302 Norte Cearense 3202 Litoral Norte Espírito-santense 4306 Sudoeste Rio-grandense
2303 Metropolitana de Fortaleza 3203 Central Espírito-santense 4307 Sudeste Rio-grandense
2304 Sertões Cearenses 3204 Sul Espírito-santense 5001 Pantanais Sul Mato-grossense
2305 Jaguaribe 3301 Noroeste Fluminense 5002 Centro Norte de Mato Grosso do Sul
2306 Centro-Sul Cearense 3302 Norte Fluminense 5003 Leste de Mato Grosso do Sul
2307 Sul Cearense 3303 Centro Fluminense 5004 Sudoeste de Mato Grosso do Sul
2401 Oeste Potiguar 3304 Baixadas 5101 Norte Mato-grossense
2402 Central Potiguar 3305 Sul Fluminense 5102 Nordeste Mato-grossense
2403 Agreste Potiguar 3306 Metropolitana do Rio de Janeiro 5103 Sudoeste Mato-grossense
2404 Leste Potiguar 3501 São José do Rio Preto 5104 Centro-Sul Mato-grossense
2501 Sertão Paraibano 3502 Ribeirão Preto 5105 Sudeste Mato-grossense
2502 Borborema 3503 Araçatuba 5201 Noroeste Goiano
2503 Agreste Paraibano 3504 Bauru 5202 Norte Goiano
2504 Mata Paraibana 3505 Araraquara 5203 Centro Goiano
2601 Sertão Pernambucano 3506 Piracicaba 5204 Leste Goiano
ANEXO III – Código dos Setores da CNAE
Setor Denominação
15 Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas
16 Fabricação de Produtos do Fumo
17 Fabricação de Produtos Têxteis
18 Confecção de Artigos de Vestuário e Acessórios
19 Preparação de Couros e Fabricação de Artefatos de Couro. Artigos de Viagem e Calçados
20 Fabricação de Produtos de Madeira
21 Fabricação de Celulose. Papel e Produtos de Papel
22 Edição. Impressão e Reprodução de Gravações
23 Fabricação de Coque. Refino de Petróleo. Elaboração de Combustíveis Nucleares e Produção de
Álcool
24 Fabricação de Produtos Químicos
25 Fabricação de Artigos de Borracha e Plástico
26 Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos
27 Metalurgia Básica
28 Fabricação de Produtos de Metal – Exclusive Máquinas e Equipamentos
29 Fabricação de Máquinas e Equipamentos
30 Fabricação de Máquinas para Escritório e Equipamentos de Informática
31 Fabricação de Máquinas. Aparelhos e Materiais Elétricos
32 Fabricação de Material Eletrônico e de Aparelhos e Equipamentos de Comunicações
33 Fabricação de Equipamentos de Instrumentação Médico-Hospitalares. Instrumentos de Precisão
e Ópticos. Equipamentos para Automação Industrial. Cronômetros e Relógios
34 Fabricação e Montagem de Veículos Automotores. Reboques e Carrocerias
35 Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte
36 Fabricação de Móveis e Indústrias Diversas
37 Reciclagem
ANEXO IV – Resultado Completo das Dummies Setoriais LVTI 1 2 3 4
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
Modelo Cobb-Douglas Cobb-Douglas Cobb-Douglas Cobb-Douglas
Tendência Não Não Sim Sim
Parc. PO 0.522 0.539 0.578 0.602
Parc. K 0.562 0.530 0.519 0.475
Parc. T 0.055 0.058
Dummies Meso Não Sim Não Sim
17-Produtos Têxteis -0.316 -10.32 *** -0.370 -12.90 *** -0.342 -12.21 *** -0.419 -16.45 ***
18-Vestuário e Acessórios -0.083 -2.75 *** -0.214 -7.20 *** -0.156 -5.42 *** -0.330 -11.85 ***
19-Couro e Calçados -0.130 -4.60 *** -0.171 -6.02 *** -0.204 -7.56 *** -0.275 -10.17 ***
20-Madeira -0.174 -6.00 *** -0.306 -10.63 *** -0.219 -8.19 *** -0.378 -14.47 ***
21-Celulose e Papel 0.019 0.60 -0.059 -1.88 * 0.017 0.59 -0.083 -2.96 ***
22-Edição, Reprodução 0.401 16.15 *** 0.303 11.93 *** 0.364 15.49 *** 0.230 9.87 ***
23-Petróleo, Álcool 0.065 0.82 0.060 0.82 0.081 1.08 0.083 1.19
24-Produtos Químicos 0.295 10.77 *** 0.242 9.32 *** 0.289 11.17 *** 0.228 9.64 ***
25-Borracha e Plástico -0.054 -2.13 ** -0.138 -5.76 *** -0.084 -3.49 *** -0.197 -8.90 ***
26-Minerais não Metálicos -0.086 -3.31 *** -0.082 -3.42 *** -0.113 -4.60 *** -0.125 -5.70 ***
27-Metalurgia Básica 0.208 6.33 *** 0.123 3.72 *** 0.198 7.12 *** 0.099 3.59 ***
28-Produtos de Metal 0.052 1.90 * -0.066 -2.41 ** 0.016 0.63 -0.132 -5.39 ***
29-Máq. e Equipam. 0.223 9.59 *** 0.106 4.51 *** 0.187 8.67 *** 0.044 2.06 **
30-Escritório e Informática 0.446 7.67 *** 0.239 3.64 *** 0.447 7.98 *** 0.204 3.31 ***
31-Máq. e Mat. Elétricos 0.144 5.06 *** -0.007 -0.22 0.115 4.55 *** -0.073 -2.82 ***
32-Eletrônico e Comunic. 0.350 6.63 *** 0.142 2.73 *** 0.357 7.33 *** 0.113 2.41 **
33-Precisão, Automação 0.318 10.14 *** 0.113 3.45 *** 0.281 10.11 *** 0.026 0.94
34-Veículos 0.093 2.63 *** -0.018 -0.52 0.072 2.29 ** -0.067 -2.19 **
35-Outros Veículos -0.025 -0.39 -0.241 -4.29 *** -0.049 -0.84 -0.304 -5.99 ***
36-Móveis e outros -0.108 -3.98 *** -0.210 -8.03 *** -0.159 -6.30 *** -0.293 -12.28 ***
37-Reciclagem 0.225 3.87 *** -0.020 -0.39 0.088 1.25 -0.225 -3.65 ***
LVTI 14 18 15 19
Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T Coef estat. T
Modelo Translog Translog Translog Translog
Tendência Não Não Sim Sim
Parc. PO 0.509 0.521 0.562 0.441
Parc. K 0.597 0.565 0.557 0.510
Parc. T 0.053 0.057
Dummies Meso Não Sim Não Sim
17-Produtos Têxteis -0.296 -10.00 *** -0.366 -13.13 *** -0.326 -11.90 *** -0.419 -16.83 ***
18-Vestuário e Acessórios -0.190 -7.01 *** -0.322 -12.5 *** -0.247 -9.32 *** -0.422 -16.93 ***
19-Couro e Calçados -0.097 -3.69 *** -0.177 -6.56 *** -0.168 -6.65 *** -0.281 -10.76 ***
20-Madeira -0.168 -6.07 *** -0.321 -11.6 *** -0.209 -8.17 *** -0.388 -15.36 ***
21-Celulose e Papel -0.040 -1.29 -0.136 -4.33 *** -0.035 -1.24 -0.148 -5.25 ***
22-Edição, Reprodução 0.438 18.37 *** 0.324 13.26 *** 0.399 17.51 *** 0.250 11.04 ***
23-Petróleo, Álcool -0.151 -3.09 *** -0.184 -3.93 *** -0.110 -2.26 ** -0.135 -2.95 ***
24-Produtos Químicos 0.217 7.92 *** 0.142 5.36 *** 0.220 8.44 *** 0.136 5.59 ***
25-Borracha e Plástico -0.020 -0.83 -0.118 -5.12 *** -0.052 -2.20 ** -0.176 -8.21 ***
26-Minerais não Metálicos -0.116 -4.47 *** -0.120 -5.05 *** -0.136 -5.52 *** -0.157 -7.24 ***
27-Metalurgia Básica 0.051 1.55 -0.040 -1.25 0.060 2.09 ** -0.041 -1.49
28-Produtos de Metal 0.080 3.00 *** -0.050 -1.87 * 0.041 1.70 * -0.117 -4.92 ***
29-Máq. e Equipam. 0.254 11.22 *** 0.126 5.51 *** 0.217 10.24 *** 0.062 2.97 ***
30-Escritório e Informática 0.314 4.82 *** 0.119 1.69 * 0.329 5.55 *** 0.097 1.53
31-Máq. e Mat. Elétricos 0.168 5.98 *** -0.001 -0.02 0.137 5.42 *** -0.067 -2.61 ***
32-Eletrônico e Comunic. 0.250 4.67 *** 0.055 1.02 0.266 5.51 *** 0.035 0.74
33- Precisão, Automação 0.341 11.21 *** 0.140 4.38 *** 0.303 11.33 *** 0.052 1.90 *
34-Veículos 0.089 2.60 *** -0.043 -1.25 0.071 2.33 ** -0.089 -2.94 ***
35-Outros Veículos -0.087 -1.31 -0.296 -4.89 *** -0.101 -1.66 * -0.351 -6.46 ***
36-Móveis e outros -0.105 -4.07 *** -0.219 -8.83 *** -0.153 -6.27 *** -0.297 -13.00 ***
37-Reciclagem 0.302 5.11 *** 0.046 0.92 0.159 2.27 ** -0.168 -2.78 ***
ANEXO VI – Resultado Completo das Dummies Regionais
1 2 3 4 5 6 7 8
Modelo CD CD CD CD Translog Translog Translog Translog
Tend. Não Não Sim Sim Não Não Sim Sim
Parc. PO 0.48 0.54 0.53 0.60 0.56 0.52 0.52 0.44
Parc. K 0.58 0.53 0.54 0.47 0.61 0.56 0.57 0.51
Parc. T 0.05 0.06 0.05 0.06
Dum.Set. Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim
dm1101 0.16 1.51 0.18 1.93 * 0.06 0.54 0.01 0.11 0.18 2.06 ** 0.17 2.16 ** 0.09 0.94 0.02 0.20
dm1102 -0.48 -4.95 *** -0.43 -4.39 *** -0.52 -5.90 *** -0.51 -5.89 *** -0.40 -4.06 *** -0.37 -3.70 *** -0.45 -4.98 *** -0.45 -5.14 ***
dm1202 -0.90 -4.26 *** -0.80 -4.31 *** -0.92 -4.92 *** -0.87 -5.62 *** -0.79 -3.76 *** -0.72 -3.87 *** -0.83 -4.42 *** -0.80 -5.17 ***
dm1303 0.06 1.18 0.06 1.31 0.07 1.48 0.08 1.76 * 0.03 0.54 0.01 0.14 0.04 0.86 0.03 0.65
dm1501 -0.18 -1.84 * -0.05 -0.50 -0.18 -2.59 *** -0.09 -1.02 -0.07 -0.76 0.04 0.35 -0.09 -1.29 -0.01 -0.10
dm1502 -0.08 -0.76 0.02 0.18 -0.07 -0.55 -0.01 -0.12 0.06 0.49 0.12 1.30 0.04 0.32 0.07 0.62
dm1503 -0.52 -7.95 *** -0.47 -7.25 *** -0.52 -9.48 *** -0.49 -9.09 *** -0.50 -8.42 *** -0.46 -7.68 *** -0.51 -10.39 *** -0.49 -9.95 ***
dm1504 -0.79 -11.39 *** -0.70 -9.84 *** -0.77 -11.66 *** -0.70 -10.73 *** -0.82 -10.16 *** -0.74 -9.21 *** -0.80 -11.01 *** -0.75 -10.61 ***
dm1505 0.08 0.94 0.28 3.36 *** 0.05 0.67 0.24 3.33 *** 0.18 2.19 ** 0.37 4.41 *** 0.14 2.01 ** 0.31 4.45 ***
dm1506 -0.38 -4.68 *** -0.36 -4.80 *** -0.41 -5.64 *** -0.45 -6.91 *** -0.37 -4.56 *** -0.38 -4.72 *** -0.41 -5.54 *** -0.46 -6.63 ***
dm1701 -0.51 -4.18 *** -0.55 -4.60 *** -0.55 -4.80 *** -0.65 -6.01 *** -0.42 -3.51 *** -0.48 -4.04 *** -0.47 -4.15 *** -0.58 -5.42 ***
dm1702 -0.77 -3.10 *** -0.77 -3.10 *** -0.88 -3.98 *** -0.93 -4.22 *** -0.67 -2.66 *** -0.68 -2.67 *** -0.80 -3.56 *** -0.85 -3.81 ***
dm2101 -0.41 -4.65 *** -0.48 -5.89 *** -0.43 -5.12 *** -0.53 -6.86 *** -0.40 -5.07 *** -0.48 -6.50 *** -0.42 -5.56 *** -0.53 -7.50 ***
dm2102 -0.41 -5.27 *** -0.42 -5.68 *** -0.47 -6.84 *** -0.52 -8.16 *** -0.37 -4.77 *** -0.37 -4.95 *** -0.43 -6.39 *** -0.47 -7.39 ***
dm2103 0.10 2.40 ** -0.23 -4.73 *** -0.07 -1.36 -0.48 -8.03 *** 0.20 5.13 *** -0.05 -1.09 0.02 0.42 -0.32 -5.60 ***
dm2104 -1.33 -11.16 *** -1.26 -10.48 *** -1.27 -13.43 *** -1.21 -13.40 *** -1.44 -12.95 *** -1.39 -12.80 *** -1.37 -14.83 *** -1.33 -15.53 ***
dm2201 -0.94 -12.94 *** -1.00 -14.16 *** -0.81 -12.17 *** -0.93 -13.58 *** -0.83 -10.10 *** -0.92 -12.33 *** -0.72 -10.44 *** -0.87 -12.79 ***
dm2202 -0.76 -9.03 *** -0.77 -10.55 *** -0.78 -10.06 *** -0.80 -12.85 *** -0.71 -8.78 *** -0.72 -10.30 *** -0.73 -9.77 *** -0.76 -12.78 ***
dm2301 -0.13 -1.59 -0.10 -1.19 -0.16 -2.01 ** -0.16 -1.96 ** -0.12 -1.45 -0.14 -1.66 * -0.17 -2.04 ** -0.21 -2.56 **
dm2302 -0.58 -7.17 *** -0.59 -7.12 *** -0.62 -7.74 *** -0.67 -7.99 *** -0.55 -7.41 *** -0.58 -7.48 *** -0.61 -8.28 *** -0.67 -8.54 ***
dm2303 -0.56 -10.72 *** -0.56 -11.67 *** -0.57 -12.06 *** -0.58 -14.06 *** -0.51 -10.67 *** -0.53 -12.24 *** -0.53 -12.14 *** -0.56 -14.75 ***
dm2305 -0.45 -5.78 *** -0.50 -6.84 *** -0.50 -6.01 *** -0.61 -7.84 *** -0.57 -7.68 *** -0.65 -8.10 *** -0.61 -7.32 *** -0.75 -8.32 ***
dm2306 -0.64 -3.01 *** -0.75 -3.56 *** -0.71 -3.39 *** -0.91 -4.48 *** -0.81 -4.21 *** -0.94 -4.96 *** -0.89 -4.70 *** -1.11 -6.06 ***
dm2307 -0.88 -10.25 *** -0.86 -9.57 *** -0.94 -11.40 *** -0.93 -10.62 *** -0.85 -9.95 *** -0.86 -9.62 *** -0.90 -11.04 *** -0.93 -10.67 ***
dm2401 -0.77 -5.45 *** -0.76 -5.68 *** -0.78 -6.47 *** -0.81 -7.25 *** -0.75 -5.35 *** -0.78 -5.86 *** -0.77 -6.48 *** -0.83 -7.65 ***
dm2402 -0.19 -1.14 -0.30 -1.86 * -0.24 -1.54 -0.43 -2.91 *** -0.61 -5.86 *** -0.74 -7.62 *** -0.61 -6.23 *** -0.82 -9.07 ***
dm2403 0.15 0.93 0.12 0.76 0.12 0.65 0.04 0.24 -0.36 -2.64 *** -0.37 -2.78 *** -0.39 -2.64 *** -0.44 -3.24 ***
dm2404 -0.50 -7.14 *** -0.47 -7.88 *** -0.56 -8.22 *** -0.54 -9.73 *** -0.44 -6.54 *** -0.41 -7.81 *** -0.50 -7.68 *** -0.49 -9.73 ***
dm2501 -0.49 -5.76 *** -0.46 -5.26 *** -0.58 -7.12 *** -0.62 -7.79 *** -0.52 -6.77 *** -0.53 -7.23 *** -0.60 -8.04 *** -0.67 -10.24 ***
dm2502 -0.88 -5.73 *** -0.96 -6.65 *** -0.99 -5.90 *** -1.15 -7.55 *** -1.02 -7.74 *** -1.13 -8.30 *** -1.10 -8.44 *** -1.27 -10.03 ***
dm2503 -0.85 -9.10 *** -0.81 -9.51 *** -0.88 -10.27 *** -0.85 -11.08 *** -0.78 -8.19 *** -0.75 -8.60 *** -0.81 -9.35 *** -0.80 -10.18 ***
dm2504 -0.82 -10.72 *** -0.77 -10.35 *** -0.82 -11.28 *** -0.78 -11.02 *** -0.77 -10.38 *** -0.72 -10.44 *** -0.79 -11.00 *** -0.75 -11.23 ***
dm2601 -1.77 -18.74 *** -1.69 -18.40 *** -1.77 -14.24 *** -1.70 -14.72 *** -1.72 -15.19 *** -1.64 -14.98 *** -1.73 -12.36 *** -1.67 -12.56 ***
dm2602 -0.70 -5.47 *** -0.76 -5.94 *** -0.75 -6.06 *** -0.88 -7.20 *** -0.61 -4.68 *** -0.69 -5.34 *** -0.66 -5.21 *** -0.82 -6.53 ***
dm2603 -0.60 -5.78 *** -0.56 -5.98 *** -0.64 -6.66 *** -0.64 -7.71 *** -0.68 -8.52 *** -0.66 -9.47 *** -0.72 -9.36 *** -0.73 -11.40 ***
dm2604 -0.79 -13.94 *** -0.79 -12.39 *** -0.78 -13.22 *** -0.82 -12.06 *** -0.69 -12.53 *** -0.67 -11.51 *** -0.71 -12.15 *** -0.72 -11.35 ***
dm2605 -0.41 -7.66 *** -0.42 -8.67 *** -0.42 -8.30 *** -0.43 -9.80 *** -0.37 -7.39 *** -0.40 -8.88 *** -0.38 -8.09 *** -0.41 -10.04 ***
dm2702 -0.34 -1.79 * -0.37 -1.92 * -0.46 -2.38 ** -0.55 -2.85 *** -0.29 -1.55 -0.36 -1.90 * -0.40 -2.10 ** -0.53 -2.73 ***
dm2703 -0.30 -3.43 *** -0.41 -5.06 *** -0.31 -3.55 *** -0.45 -5.51 *** -0.30 -4.01 *** -0.43 -6.40 *** -0.32 -4.27 *** -0.49 -7.04 ***
dm2802 -1.03 -2.76 *** -1.03 -2.97 *** -1.03 -2.55 ** -1.06 -2.91 *** -1.10 -2.76 *** -1.10 -2.92 *** -1.09 -2.57 *** -1.12 -2.88 ***
dm2803 -0.27 -3.40 *** -0.27 -3.67 *** -0.31 -4.52 *** -0.32 -5.18 *** -0.32 -4.06 *** -0.34 -4.66 *** -0.35 -5.09 *** -0.38 -6.11 ***
dm2901 0.98 7.54 *** 1.06 7.96 *** 0.97 10.32 *** 1.02 10.56 *** 0.68 5.69 *** 0.69 5.67 *** 0.71 8.57 *** 0.70 8.13 ***
dm2902 -0.90 -5.41 *** -0.94 -5.85 *** -1.08 -7.38 *** -1.21 -8.95 *** -0.79 -4.58 *** -0.89 -5.23 *** -0.98 -6.24 *** -1.15 -7.89 ***
dm2903 -0.39 -5.43 *** -0.43 -6.20 *** -0.45 -6.88 *** -0.52 -8.32 *** -0.36 -5.20 *** -0.40 -6.00 *** -0.43 -6.64 *** -0.50 -8.07 ***
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Cte 3.82 49.64 *** 4.42 41.84 *** 4.97 37.22 *** 5.84 40.84 *** 9.26 29.92 *** 10.86 32.89 *** 9.36 32.02 *** 10.90 35.20 ***
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