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DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DO EMPREGO: UMA MEDIDA DE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO SUDOESTE DO PARANÁ
Olga da Conceição Pinto Tschá1
Ricardo Rippel2
Jandir Ferrera de Lima3
RESUMO: O objetivo deste artigo foi verificar a relação entre o aumento do número de
empregos e a movimentação populacional nas microrregiões do Sudoeste do Paraná ao
ponto de provocar saldos positivos e/ou negativos nas trocas populacionais entre os
anos de 2001 a 2007. Para tanto, a variável utilizada foi o emprego formal. No cômputo
geral, concluiu-se que existe uma dificuldade nas microrregiões em manter a população,
uma vez que as atividades econômicas destas, apesar de os dados apontarem como fonte
geradoras de postos de trabalhos, não são suficientes para atender a demanda existente.
Os empregos estão sendo gerados e ocupados pela população local e pelas pessoas que
migram da área rural para a urbana, não alterando significativamente o quadro geral da
população da mesorregião Sudoeste do Paraná.
PALAVRAS-CHAVES: Desenvolvimento regional, migração, urbanização, mercado
de trabalho.
SECTORAL DISTRIBUTION OF EMPLOYMENT: A MEANS TO REGIONAL
DEVELOPMENT IN THE SOUTHWESTERN REGION OF PARANÁ STATE
ABSTRACT: This article aims to verify the relation between the increasing number of
jobs and the population movement in the hinterlands of the Southwestern Region of
Paraná State in Brazil, in so far as to cause positive and/or negative balances in the
population change between the years of 2001 and 2007. In order to do so, the variable
chosen was labor. On the whole, the conclusion to be drawn is that some micro regions
face difficulties in keeping their population, as the economic activities from these
regions, despite being presented in the data as a generating source of jobs, are not
enough to fulfill the existing demand. The jobs are being created and occupied by the
local population and by people who migrate from the countryside to the cities, not
significantly altering the general picture of the population from the on Southwestern
Region of Paraná State.
KEY-WORDS: Regional development, migration, urbanization, labor market.
Área temática: 13. Questões espaciais no mercado de trabalho.
1 Economista, Mestranda em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da UNIOESTE/ Campus Toledo
Professora da Universidade Paranaense – Unipar – Campus de Cascavel. E-mail: [email protected]
Endereço: Mestrado Desenvolvimento Regional (UNIOESTE)-Rua da Faculdade, 2550 Toledo - Paraná
CEP: 85903-000. 2 Doutor em Demografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor adjunto do
Colegiado de Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo.
Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e Desenvolvimento Regional (GEPEC).
E-mail: [email protected] - Endereço: UNIOESTE-Rua da Faculdade, 2550 Toledo - Paraná CEP:
85903-000. 3 Ph.D. em desenvolvimento regional pela Université du Québec (UQAC)/Canadá. Professor Adjunto do
Colegiado do Curso de Ciências Econômicas e do Mestrado em Desenvolvimento Regional e
Agronegócio da Unioeste/Campus de Toledo. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Agronegócio e
Desenvolvimento Regional (GEPEC) da UNIOESTE. E-mail: [email protected]. Endereço:
UNIOESTE-Rua da Faculdade, 2550 Toledo - Paraná CEP: 85903-000.
1
DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DO EMPREGO: UMA MEDIDA DE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO SUDOESTE DO PARANÁ
1. Introdução
O mercado de trabalho brasileiro se destaca pela sua habilidade em gerar
empregos e essa competência vem ocupando, há muito tempo, lugar de destaque no
debate sobre a situação econômica social do país. Esse fato se deve, em grande parte, à
forte pressão da oferta de mão-de-obra - decorrente tanto de movimentos puramente
demográficos quanto de alterações no processo de decisão de ingresso no mercado de
trabalho (RAMOS, FERREIRA, 2005).
Segundo Singer (2002), entre os fatores que mais atraem os movimentos
demográficos está a demanda por força de trabalho, não aquela gerada apenas pelas
empresas industriais, mas a que resulta da expansão dos serviços. Essa demanda por
força de trabalho é entendida como oportunidades econômicas, capazes de constituir um
fator de atração, pois é na estrutura do mercado de trabalho que estão expressas essas
possibilidades, bem como as indicações da dinâmica produtiva que impulsiona a
economia dos municípios.
Assim, no caso da mesorregião Sudoeste do Paraná, a grande transformação na
dinâmica produtiva ocorreu no período de 1950 e 1960, quando houve a introdução de
novas práticas de cultivo a partir da expansão da cultura da soja. No entanto, foi em
função das transformações modernizantes das atividades agrícolas que o meio rural da
região vem experimentando saldos migratórios negativos bastante elevados no
transcorrer das últimas décadas do século XX, resultando em um dos mais expressivos
do Estado nos anos 90 (IPARDES, 2004).
Diante disso, a questão que se apresenta é: existe uma relação entre o aumento
do número de empregos e a movimentação populacional nas microrregiões do Sudoeste
do Paraná, ao ponto de provocar saldos positivos e/ou negativos nas trocas
populacionais? Este trabalho é relevante por compreender como a base produtiva de
uma região é capaz de atrair ou repelir os fluxos migratórios, influenciando dessa forma,
o desenvolvimento regional.
Assim, será analisado o período de 2001 a 2007, com enfoque nas 04
microrregiões do Sudoeste do Paraná, sendo elas a MRG - Microrregião de Capanema,
MRG - Microrregião de Francisco Beltrão, MRG – Microrregião de Palmas e a MRG -
Microrregião de Pato Branco.
A escolha da mesorregião Sudoeste do Paraná se justifica após se verificar que
houve um processo de esvaziamento populacional em 31 dos 42 municípios que
compõem a região no período entre 2001 a 2007. Dessa forma, com o propósito de
responder sobre a limitada capacidade do setor produtivo moderno em gerar novos
empregos - o que tem levado os trabalhadores a migrarem das regiões que passam por
ajustes estruturais profundos para novos polos de crescimento - torna-se necessário
discorrer sobre a Região Sudoeste do Paraná, que está localizada no Terceiro Planalto
Paranaense e abrange uma área de 1.163.842,64 hectares. Em 2007, essa região era
composta por 566.703 pessoas (IBGE, 2007).
Além desta introdução, a composição e a contextualização da análise serão
realizadas por meio de uma breve caracterização histórica do desenvolvimento da
mesorregião Sudoeste do Paraná. Na sequência, estão apresentados os procedimentos
metodológicos e indicadores utilizados para chegar aos resultados dos cálculos de
índices de ligações setoriais e multiplicadores na seção dois. Na seção três, a discussão
dos resultados e as conclusões compreendem a seção quatro.
2
1.1 Migração, Urbanização e Mercado de Trabalho no Sudoeste do Paraná
No Paraná, mais precisamente na mesorregião Sudoeste Paranaense, as primeiras
ocupações e explorações ocorreram no início do século XX, a partir do ciclo de
extrativismo da madeira e da erva-mate, que esteve presente em todo o Estado do
Paraná. A partir de 1920, iniciaram-se também as instalações da agricultura em
pequenas áreas, com vistas à produção de alimentos (IPARDES, 2004).
Durante as décadas de 1950 e 1960 deu-se a ocupação em larga escala e a
formação da maior parte dos municípios nessa mesorregião. A corrente migratória desse
período era composta por indivíduos catarinenses e gaúchos e era constituída, em
grande parte, por colonos de origem alemã e italiana com razoável capacidade
financeira, instrumentos de trabalho e conhecimentos técnicos para assegurar a
formação de novas propriedades rurais, encontrando nas terras da Região Sudoeste do
Paraná farta disponibilidade de terras baratas, de boa qualidade e pouco povoada
(IPARDES, 2006).
Assim, de acordo com dados do Ipardes (2006), foi no início de 1970 que o
Sudoeste Paranaense apresentava uma população em torno de 450 mil habitantes, mas a
região mostrava-se uma das menos populosas do Estado. A maior parte da população
residia no meio rural, apresentando um grau de urbanização no período de 18%, o mais
baixo no comparativo das mesorregiões do Estado.
Um dos fatos preponderantes para esse cenário, segundo Magalhães (1996), foi a
base produtiva da região, basicamente assentada na produção de alimentos e
suinocultura formada pela pequena propriedade familiar. Esses fatores nos anos de 1970
levaram a mesorregião a um processo de modernização da agropecuária mais lenta,
retardando a urbanização da região.
Na seqüência, segundo dados do IPARDES (2004), entre 1970 e 1980, a
população rural do Sudoeste do Paraná enfrentou um pequeno decréscimo, enquanto a
população urbana dobrou de tamanho. Nas décadas seguintes, as perdas populacionais
no meio rural da região foram rapidamente intensificadas. Mesmo tendo as áreas
urbanas demonstrado nesse período ritmos significativos de crescimento populacional, a
mesorregião, como um todo, experimentou taxas declinantes.
Em decorrência desse cenário, o volume populacional da região no total do
Estado se manteve baixo e com tendência à redução nas duas últimas décadas do século
XX. Importa destacar que o Sudoeste, em 2000, abrigava aproximadamente 11% da
população rural do Paraná (IPARDES, 2004).
Nesse período, a população economicamente ativa (PEA) na mesorregião
Sudoeste, contava com 243 mil pessoas. Ao comparar o Sudoeste com as demais
mesorregiões do Estado do Paraná, tem-se a maior taxa de atividade, demonstrando,
segundo o Ipardes (2004), que de cada 100 pessoas de 10 anos ou mais de idade, 64
estavam inseridas no mercado de trabalho regional.
Ainda, com respeito aos dados apresentados pelo Ipardes (2004), constata-se que
em 2000, na mesorregião do Sudoeste, 94 mil pessoas estavam ocupadas com alguma
atividade agropecuária ou de exploração florestal, ficando em terceiro lugar nesse tipo
de atividade no Estado. A indústria empregava 26 mil pessoas, ou seja, 17,3% do total
da região e, nessa época, o setor de serviços apresentou a menor participação no total da
ocupação.
3
1.2 Síntese da Urbanização e do Mercado de Trabalho no Sudoeste do Paraná
Segundo Mondardo (2007), na década de 1960, o Sudoeste Paranaense
apresentava 225.347 habitantes e a maior parte de sua população (88%) vivia na zona
rural, sendo considerada então a região menos urbanizada do Estado do Paraná.
O forte movimento de urbanização verificado no Brasil entre 1970 e 1980 fez
com que o crescimento da população urbana superasse o crescimento da população
total. Para Santos (1996), esse fato consolidou-se na década de 1980. Outro fator
determinante nesse processo, segundo o autor, está atrelado aos processos hegemônicos
de expansão e concentração do capitalismo mundial, desencadeados nos países
subdesenvolvidos por meio da industrialização.
É nesse contexto que a urbanização brasileira se alastra espacialmente para
vários espaços e subespaços que compõem o território brasileiro, como é o caso da
mesorregião Sudoeste do Paraná, onde a formação dos primeiros núcleos urbanos foi
resultado basicamente do ciclo da madeira, que trouxe para a região um aumento do
fluxo migratório entre 1940 e 1970. Devido a essa nova dinâmica, foram geradas
estruturas, recursos e empregos diretos e indiretos, desenvolvendo-se a indústria e o
comércio (IPARDES, 2006).
Para Corrêa (1970), o surgimento de centros urbanos na mesorregião do
Sudoeste do Paraná aconteceu de duas formas: primeiramente, os centros formaram-se
espontaneamente ou pela da ação de agente colonizador. Os que surgiram
espontaneamente instalaram-se inicialmente isolados na mata, que mais tarde
transformou-se em foco de atração da população de colonos, que então iniciaram a
prática da comercialização, comprando produtos agrícolas e vendendo bens de
consumo.
Entre os anos de 1950 a 1955, com o aumento populacional na mesorregião
Sudoeste do Paraná, Pato Branco reforçou sua posição de localidade central. Por volta
de 1960, os centros que se diferenciaram dos demais foram: Pato Branco, Francisco
Beltrão, Chopinzinho, Coronel Vivida, Capanema, Santo Antonio do Sudoeste,
Barracão e Dois Vizinhos, sendo que as demais sedes mantiveram-se como
compradoras de produtos rurais e de vendedoras de bens de consumo. O fato é que
estavam limitadas a atender as áreas rurais próximas (CORREA, 1970).
Correa (1970) faz referência a Pato Branco e Francisco Beltrão como os núcleos
urbanos mais significativos para a mesorregião. Além disso, menciona que a
diferenciação mais notável está em Pato Branco, que até 1950 tinha domínio regional
pela circulação e pela área mais densamente ocupada. Depois, passou a destacar-se pela
distribuição de bens e serviços em fase inicial.
No entanto, a mesorregião Sudoeste do Paraná é a segunda região menos
urbanizada do Estado do Paraná. Ao comparar sua trajetória de urbanização com a do
Estado, verifica-se a mesma intensidade. O fato evidente é que o Sudoeste partiu de uma
base inferior e, consequentemente, obteve um resultado menor que o Paraná. Os índices
demonstram essa disparidade: em 1970, o Paraná possuía 36% de população urbana e
em 2000 passava dos 80%, enquanto no Sudoeste o grau de urbanização em 1970 era de
18% , e em 2000 a urbanização alcançou o índice de 60% (IPARDES, 2004).
Analisando a estrutura ocupacional regional, percebe-se que a maioria dos
municípios, no período de 2000, era extremamente dependente das atividades
4
agropecuárias, tendo apenas o município de Pato Branco respondendo por mais de 40%
no setor de serviços (IPARDES, 2004).
No que diz respeito a esse cenário, percebe-se, até nos dias atuais, a dificuldade
de atrair a população para a região, pois as atividades econômicas em desenvolvimento
não são apontadas como fonte geradora de postos de trabalhos nem como
multiplicadora de oportunidades, demonstrando que a região mantém apenas
especialidades de fraca concentração, levando a um esvaziamento populacional do rural
para o urbano (IPARDES, 2004).
No cômputo geral dessa contextualização, vale ressaltar que, além de a
mesorregião do Sudoeste do Paraná ter uma ocupação recente, constata-se a formação
de uma rede de localidades centrais urbanas, como categorias hierárquicas bem
definidas pela relação existente entre produção e consumo desenvolvido na região,
conforme apontou Corrêa (1970).
2. Procedimentos Metodológicos e Indicadores
Os métodos de análise regional são instrumentos que possibilitam a avaliação do
crescimento econômico de uma região. Sua aplicação permite obter resultados, tais
como: índice de crescimento relativo de uma região por setor de atividade, em dado
período de tempo; índice de concentração de um setor econômico em uma região e
índice de complementaridade entre atividades econômicas de duas regiões (HADDAD,
1989).
A variável básica adotada nessa análise foi a distribuição do emprego formal por
microrregião e por setor de atividade. Essa variável foi selecionada, dentre outras, por
possibilitar maior disponibilidade de informações, por fornecer certo grau de
uniformidade para medir e comparar a distribuição dos setores ou atividades no tempo e
pela representatividade para medir o crescimento econômico (HADDAD, 1989). Após definir a variável, segundo Ferrera de Lima (2007), as atividades devem ser
agrupadas conforme a classificação dos ramos de atividades produtivas do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para essa classificação, foram utilizados,
como base, os dados da mão-de-obra formal setorial referentes aos anos 2001 a 2007,
tendo como fonte de informações a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS
(2009), as quais são apresentadas no Quadro 1.
Quadro 1 - Classificação dos ramos de atividades produtivas – IBGE IND EXTR MIN – Extrativa Mineral SERV IND_UTIL PUB - Serviços industriais de
utilidade pública
IND_MIN_NÃO_MET - Indústria de Produtos Minerais
não Metálicos
CONSTR CIVIL - Construção civil
IND METALURG - Indústria metalúrgica COM ATACAD - Comércio atacadista
IND MECÂNICA – Indústria Mecânica COM VAREJ - Comércio varejista
IND_MAT_ELET_COMUN – Indústria do material
elétrico e de comunicações
INST_CRED_SEG_CAPIT - Instituições de crédito,
seguros e capitalização
IND_MAT_TRANSP - Indústria do material de
transporte
ADM MOV_TEC PROF - Comércio e administração de
imóveis, valores mobiliários, serviço técnico
IND_MAD_MOBIL - Indústria da madeira e do
mobiliário
ALOJ COMUNIC - Serviço de alojamento, alimentação,
reparação, manutenção, redação
IND_PAPEL_GRAF - Indústria do papel, papelão,
editorial e gráfica
TRANSP_COMUN - Transportes e comunicações
IND_BOR_FUM_COUR - Indústria da borracha, fumo,
couros, peles, similares, indústrias diversas
SERV ALOJ_ALIM_REP - Serviço de alojamento,
alimentação, reparação, manutenção, redação
IND_QUÍM_FARM_VET – Indústria química de
produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria
SERV_MED_ODONT_VET - Serviços médicos,
odontológicos e veterinários
IND_TÊXTIL - Indústria têxtil do vestuário, artefatos de ENSINO – Ensino
5
tecidos
IND_CALÇADOS - Indústria de calçados ADM PÚBLICA - Administração pública direta e
autárquica
IND_ALIM_BEB - Indústria de produtos alimentícios AGRIC_SILVIC_C. ANIM - Agricultura, silvicultura,
criação de animais, extrativismo vegetal
Fonte: MTE/RAIS (2009) – organizado por (TSCHÁ, 2009)
Para a construção da matriz tem-se:
E ij= emprego no setor i da microrregião j;
E j.=
iijE = emprego da microrregião i em todos os setores;
Ei.=
jijE = emprego no setor i de todas as microrregiões;
E ..=
i jijE = emprego em todos os setores de todas as microrregiões.
A distribuição percentual do emprego, na microrregião, é definida como:
jie
=
iij
ij
EE
(1)
A distribuição percentual do emprego setorial, entre microrregiões, é definida com:
ijiee
jij
ij
EE
(2)
Sendo:
jii
e1,00 ij
j
e
1,00
Definem-se, portanto, as duas equações abaixo:
.ie
jij
e (3)
je
iji
e
(4)
Ressalte-se que a variável emprego apresenta suas limitações, assim como
qualquer outra selecionada para a base dos cálculos. A principal limitação se refere aos
diferenciais inter-regionais de tecnologia e de produtividade, pois pode ocorrer que duas
microrregiões apresentem, para um mesmo setor produtivo, níveis de emprego
semelhantes, porém, com volumes diferentes de produção em termos físicos ou
monetários; ou então, com a evolução da tecnologia e da produtividade em um dado
setor de uma determinada região ao longo do tempo, o decréscimo do nível de emprego
entre dois períodos pode ser compatível com o crescimento da produção setorial
(HADDAD, 1989).
6
Sendo assim, cabe relembrar que a área de estudo consiste na mesorregião
Sudoeste do Paraná, da qual fazem parte as microrregiões Capanema, Francisco
Beltrão, Pato Branco e Palmas (conforme pode ser verificado no mapa 1).
Mapa 1 – Microrregiões Geográficas do Sudoeste do Paraná
Fonte: IPARDES (2008)
Apresenta-se, na seqüencia um conjunto de evidências empíricas distribuídas por
microrregião e municípios do Sudoeste do Paraná, com objetivo de indicar a
distribuição relativa do emprego formal regional e combinar esses resultados com os
dados de emigração e imigração.
3. Resultados e Discussões
O objetivo deste estudo foi verificar a relação existente entre a abertura de novos
postos de trabalho e o aumento populacional, uma vez que foi constatado que no
período de 2001 a 2007, dos 42 municípios pertencentes à mesorregião Sudoeste do
Paraná, apenas 11 tiveram uma evolução positiva na demografia da região.
Assim, no contexto geral das 4 microrregiões do Sudoeste do Paraná, ao analisar
o emprego formal na tabela 2, percebe-se que houve um aumento de 34.714 empregos
formais, uma evolução de 55% nas ofertas de trabalho. Desse total, 88% foram criados
pelas microrregiões Capanema, Francisco Beltrão e Pato Branco, e os setores
responsáveis por essa evolução foram: minerais não metálicos; indústria metalúrgica;
indústria química; indústria têxtil; comércio varejista; borracha, fumo e couro e
comércio atacadista, todos apresentando crescimento no número de empregos em torno
de 70 a 90%.
Os setores de alimentos e bebidas, construção civil e administração técnico
profissional apresentaram média de crescimento de 140%. O setor que foi destaque em
aumento de número de empregos na mesorregião foi a indústria de materiais elétricos e
comunicação que em 2001, tinha uma distribuição de 173 empregos e, em 2007, passou
para 524 oportunidades de trabalho formal.
A microrregião geográfica de Palmas, que passou a fazer parte da mesorregião
Sudoeste do Paraná, a partir de 28/04/2008, após a aprovação da Lei Estadual nº 15.825,
7
representou apenas 12% do total da região e foi, dentre as 4 microrregiões analisadas, a
que demonstrou maior perda na distribuição de emprego entre o período analisado.
Para ilustrar essa distribuição dos empregos formais, torna-se necessário discutir
mais especificamente cada microrregião do Sudoeste Paranaense, apresentada na tabela
2.
Tabela 2 - Distribuição de Empregos Formais nas Microrregiões do Sudoeste do Paraná
– 2001/2007
Atividades/MRG Capanema Franc. Beltrão Pato Branco Palmas Sudoeste PR
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
EXTR MINERAL 14 13 24 26 28 23 6 4 72 66
MIN NAO MET 127 233 175 281 95 213 24 56 421 783
IND METALÚRG 179 373 477 900 500 898 40 196 1.196 2.367
IND MECÂNICA 12 19 191 236 1.244 1.140 30 5 1.477 1.400
ELÉT E COMUN 17 65 52 191 104 268 6 0 179 524
MAT TRANSP 6 21 28 58 38 24 0 0 72 103
MAD E MOBIL 540 718 1.360 1.685 783 852 3.298 2.122 5.981 5.377
PAPEL E GRÁF 21 66 218 210 234 413 270 381 743 1.070
BOR FUM COUR 51 57 105 154 86 267 24 25 266 503
IND QUÍMICA 3 34 116 320 449 673 7 11 575 1.038
IND TÊXTIL 1.519 2.480 1.900 3.445 471 707 42 199 3.932 6.831
IND CALÇADOS - - 9 10 29 8 0 0 38 18
ALIM E BEB 272 1.499 3.290 7.017 695 1.419 310 215 4.567 10.150
SER UTIL PÚB - 2 105 62 110 212 4 1 219 277
CONSTR CIVIL 84 280 428 1.413 550 940 311 211 1.373 2.844
COM VAREJ 1.260 2.496 4.500 8.062 3.710 6.431 1.160 1.998 10.630 18.987
COM ATACAD 371 714 636 1.017 1.325 2.379 150 562 2.482 4.672
INST FINANC 142 185 316 483 390 474 96 133 944 1.275
ADM TÉC PROF 57 107 613 2.019 799 1.427 187 2.478 1.656 6.031
TRAN E COMUN 203 332 1.086 1.490 712 981 178 263 2.179 3.066
ALOJ COMUNIC 346 618 1.824 2.279 1.340 1.535 484 421 3.994 4.853
MED ODON VET 78 96 581 719 659 770 147 195 1.465 1.780
ENSINO 96 109 596 1.008 767 993 525 575 1.984 2.685
ADM PÚBLICA 2.247 2.671 4.937 6.491 2.962 3.577 1.807 2.831 11.953 15.570
AGRICULTURA 955 321 1.016 1.805 1.280 1.690 1.099 1.376 4.350 5.192
OUTR/IGN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total Atividades 8.600 13.509 24.583 41.381 19.360 28.314 10.205 14.258 62.748 97.462
Nº. Estabelecimentos 1.137 1.870 3.636 5.343 3.086 4.224 1.397 1.800 9.256 13.237
População 93.835 93.055 228.119 231.021 150.672 152.464 84.817 90.163 557.443 566.703
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009) * Censo Demográfico 2000 – IBGE/SIDRA (2009)
A MRG de Capanema apresentou, de acordo com os dados da tabela 2, no total
das atividades econômicas analisadas, um aumento de 57% no número de empregos
ofertados, ou seja, 4.909 novos postos de trabalho. Essa evolução ocorreu mesmo tendo
essa microrregião apresentado uma perda populacional de 780 pessoas no período.
Os setores que mais número de empregos geraram foram o comércio varejista,
alimentos e bebidas e a indústria têxtil, que juntos foram responsáveis por 3.424 novos
empregos, representando 70% do total de empregos gerados na microrregião.
8
Observando os dados do MTE/RAIS (2009), tabela 3, verifica-se que na faixa
etária até 17 anos, a indústria têxtil ofertava 89 empregos formais, porém em 2007 esse
número passou para 188 postos de trabalho.
Outro setor representativo na oferta de empregos nessa faixa de idade foi o
comércio varejista, que de 47 aumentou para 90 o número de empregos. Para a faixa de
idade entre 18 a 24 anos, em 2001, os números de empregos ofertados eram de 1.903,
passando para 3.283 em 2007. Os setores responsáveis por essa absorção de mão-de-
obra de menores de 18 anos foram a indústria madeireira e mobiliário, indústria têxtil,
alimentos e bebidas, comércio varejista, comércio atacadista e administração pública.
Tabela 3 – Distribuição de Emprego Formal por Atividade Econômica e Faixa Etária na
Microrregião Capanema – 2001/2007
SUBS IBGE
até 17 18 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 64 65 ou mais
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
EXTR MINERAL 0 0 3 1 4 2 4 6 3 3 0 1 0 0
MIN NAO MET 3 2 32 52 19 41 31 54 28 49 14 35 0 0
IND METALÚRG 2 9 78 92 36 92 40 116 18 45 5 19 0 0
IND MECÂNICA 0 1 2 6 2 1 1 8 6 3 1 0 0 0
ELÉT E COMUN 0 1 9 26 1 13 4 14 3 7 0 4 0 0
MAT TRANSP 0 1 2 6 0 5 4 5 0 3 0 1 0 0
MAD E MOBIL 34 28 142 242 106 150 142 162 71 92 44 43 1 1
PAPEL E GRÁF 4 4 4 28 4 10 5 13 4 10 0 1 0 0
BOR FUM COUR 1 1 11 17 7 12 17 14 11 11 4 1 0 1
IND QUÍMICA 0 0 0 1 1 5 1 11 0 13 1 4 0 0
IND TÊXTIL 89 188 527 814 290 432 387 625 185 327 40 93 1 1
IND CALÇADOS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ALIM E BEB 5 2 67 511 53 328 86 422 47 189 14 47 0 0
SER UTIL PÚB 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
CONSTR CIVIL 2 3 27 49 12 45 24 90 18 65 1 28 0 0
COM VAREJ 47 90 359 794 217 436 362 604 191 386 82 176 2 10
COM ATACAD 7 10 90 180 67 128 112 187 74 147 21 61 0 1
INST FINANC 2 0 22 49 22 43 57 51 35 35 4 7 0 0
ADM TÉC PROF 2 6 23 30 9 26 17 19 5 16 1 10 0 0
TRAN E COMUN 1 1 18 43 32 66 70 97 58 76 24 48 0 1
ALOJ COMUNIC 13 7 57 95 57 90 102 178 74 168 41 77 2 3
MED ODON VET 2 1 10 20 8 21 17 18 26 26 14 10 1 0
ENSINO 0 0 26 13 22 27 25 37 17 20 5 12 1 0
ADM PÚBLICA 0 0 123 162 226 279 768 761 707 933 409 527 13 9
AGRICULTURA 3 4 271 52 177 35 358 110 116 76 29 44 1 0
OUTR/IGN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 217 359 1.903 3.283 1.372 2.287 2.634 3.603 1.697 2.701 754 1.249
22 27
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009)
Ao comparar a tabela 2 com a tabela 3, percebeu-se que foram justamente estes
setores (indústria de madeira e mobiliário, indústria têxtil, alimentos e bebidas,
comércio varejista, comércio atacadista e administração pública) os responsáveis pelo
aumento do número de empregos gerados nessa microrregião, no período analisado. Na
faixa etária entre 18 a 24 anos ocorreu a maior absorção no mercado de trabalho, com
72%. A surpresa encontra-se nas pessoas que estão entre 50 a 64 anos, que
representaram 65% das ocupações dos empregos formais na microrregião durante o
período analisado.
9
Verificou-se também que nesse período houve uma redução de emprego formal
no setor de agricultura (66%), ou seja, de 955 para 321 pessoas ocupadas nesse setor.
No entanto, manteve-se um leve crescimento na oferta de emprego no setor da
agricultura para a faixa etária dos 50 a 64 anos.
Nessa contextualização, tudo indica que essa distribuição ocorreu em função de
maior oferta de mão-de-obra que migrou do meio rural para o urbano, conforme pode
ser verificado no gráfico 1.
Gráfico 1 – População Urbana e Rural das Microrregiões do Sudoeste do Paraná – 2000
a 2007
Fonte: IBGE (2007) Contagem da população 2007 – Organizada por Tschá (2009).
A microrregião de Capanema, no ano de 2000, possuía uma distribuição
populacional equilibrada, ou seja, 50% urbana e 50% rural. Já em 2007, a populacão
urbana passou para 55%, uma evolução de 5%, enquanto a população rural apresentou,
no mesmo período, 5% de esvaziamento populacional. Já a população urbana da
microrregião de Francisco Beltrão em 2000 era 16% maior que a população rural. Em
2007 essa diferença aumentou para 28%, uma diminuição de 6% na população rural,
bem como apresentou um aumento de 6% na população urbana.
A maior diferença em termos de distribuição populacional urbana e rural está na
microrregião de Pato Branco, onde, em 2000, a população urbana era 38% maior que a
rural e, em 2007, essa diferença passou para 48%, ou seja, nesse período a microrregião
apresentava 79% população urbana contra 26% população rural. A microrregião de
Palmas, nesse mesmo período, era composta por 62% de população urbana e 32% rural.
Em 2007 a população urbana cresceu 6% e a rural involuiu 6%.
Esse fato remete a Mondardo (2007), quando menciona que a população urbana
cresce principalmente em função do deslocamento de população rural-urbana, levando a
um aumento da oferta de mão-de-obra, porém esse fluxo pode não provocar aumento
significativo no número de habitantes, uma vez que o indivíduo saí da área rural para o
urbana, mantendo-se no mesmo espaço geográfico.
Em 2001, o índice da população ocupada na microrregião de Capanema era de
9%, passando, em 2007, para 14%. Esse fato demonstra que o aumento do número de
50
58
69
62
50
42
31
38
55
64
74
68
45
36
26
32
-
10
20
30
40
50
60
70
80
MRG Capanema MRG Franc Beltrão MRG Pato Branco MRG Palmas
2000 Urbana % 2000 Rural % 2007 Urbana 2007 Rural
10
empregos serviu para promover a entrada no mercado de trabalho de pessoas que até
então se encontravam disponíveis para tal, considerando ainda que exista um número
muito grande de pessoas à espera de oportunidade de trabalho nessa microrregião.
A MRG de Francisco Beltrão é composta por 19 municípios e por uma
população, segundo IBGE (2007), de 228.119 pessoas. E foi nessa microrregão,
segundo a tabela 2, que durante o período de 2001 a 2007 ocorreu o maior aumento do
número de empregos formais - 16.798 novas oportunidades de trabalho - uma evolução
de 68%. Do número total de empregos gerados na mesorregião Sudoeste do Paraná, essa
microrregião foi responsável por 48% das novas oportunidades de trabalho no período
analisado.
De acordo com os dados da tabela 2, apenas o setor de serviços de utilidade
pública reduziu em 41% o número de empregos formais. Os demais setores
apresentaram todos os índices positivos na distribuição de emprego. Os setores que mais
colaboraram para esse resultado, apresentando índices acima de 100% de crescimento,
foram: indústria elétrica e comunicação; materiais de transporte; indústria química;
alimentos e bebidas; construção civil; administração técnica e profissional. O setor da
agricultura, nessa microrregião apresentou um aumento de 77%, o maior percentual de
crescimento, dentre as microrregiões do Sudoeste do Paraná, no período analisado.
Ao fazer uma análise da tabela 4 – “distribuição do emprego formal por faixa
etária”, constatou-se que dos 16.798 empregos criados nesste período, 24% atenderam
as faixas etárias de 15 a 24 anos. Os trabalhadores de 35 a 49 anos ficaram com 41% e
de 50 até mais de 65 anos foram responsáveis por 34% da ocupação da mão-de-obra
formal nessa microrregião. Os dados demonstram, ainda, que apenas os setores da
indústria de papel e gráfica e os serviços de utilidade pública perderam postos de
trabalho, uma diminuição de 3% e 40%, respectivamente.
A indústria têxtil criou 1.545 novos postos de trabalho, um crescimento de 81%
no período analisado e a faixa etária que mais entrou nesse mercado foi a de 18 a 24 e
entre 30 a 39 anos. O setor do comércio varejista foi responsável pelo aumento de 3.562
novos empregos (79%), sendo que a distribuição também ficou entre os indivíduos que
possuem de 18 a 24 e de 30 a 39 anos.
Tabela 4 – Distribuição de Emprego Formal por Atividade Econômica e Faixa Etária na
Microrregião Francisco Beltrão – 2001/2007
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
SUBS IBGE 15 A 17 18 A 24 25 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 64 65 ou +
EXTR MINERAL 1 0 2 4 0 3 12 6 7 10 2 3 0 0
MIN NAO MET 5 5 36 62 36 34 48 88 28 56 21 36 1 0
IND METALÚRG 20 22 169 313 95 176 118 207 57 134 14 46 4 2
IND MECÂNICA 9 8 69 71 27 55 45 52 35 35 6 15 0 0
ELÉT E COMUN 1 7 15 62 11 43 16 42 6 23 3 12 0 2
MAT TRANSP 0 2 10 11 6 13 6 14 4 15 1 3 1 0
MAD E MOBIL 30 45 342 337 208 270 378 477 261 344 137 204 4 8
PAPEL E GRÁF 6 10 74 64 56 41 62 50 18 40 2 5 0 0
BOR FUM COUR 0 2 34 27 14 33 34 39 21 31 2 22 0 0
IND QUÍMICA 2 12 43 96 27 54 33 94 8 46 3 18 0 0
IND TÊXTIL 96 184 641 1.186 349 631 497 808 257 468 59 167 1 1
IND CALÇADOS 1 0 5 3 1 3 2 3 0 0 0 1 0 0
ALIM E BEB 12 38 1.081 2.163 696 1.503 1.073 2.029 363 1.073 65 208 0 3
SER UTIL PÚB 0 2 12 11 10 10 33 12 30 9 19 15 1 3
CONSTR CIVIL 2 4 63 176 56 183 145 350 117 432 43 261 2 7
11
COM VAREJ 144 254 1.398 2.497 797 1.531 1.255 1.941 641 1.273 256 552 8 14
COM ATACAD 12 17 142 237 107 199 201 268 130 200 42 94 2 2
INST FINANC 1 0 56 105 41 127 124 124 88 107 6 19 0 1
ADM TÉC PROF 15 14 173 394 91 350 159 589 109 445 62 220 4 7
TRAN E COMUN 18 11 179 214 171 246 332 413 265 388 119 211 2 7
ALOJ COMUNIC 43 54 432 431 293 395 575 631 337 518 135 241 9 9
MED ODON VET 6 5 103 129 107 129 166 217 149 159 50 80 0 0
ENSINO 3 5 90 120 100 229 226 347 127 222 48 84 2 1
ADM PÚBLICA 2 0 327 412 629 715 1.742 2.040 1.482 2.056 728 1.214 27 54
AGRICULTURA 14 51 152 349 149 290 353 531 236 397 111 185 1 2
OUTR/IGN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 443 752 5.648 9.474 4.077 7.263 7.635 11.372 4.776 8.481 1.934 3.916 69 123
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009)
As microrregiões de Capanema e de Francisco Beltrão foram as que mais
contribuíram para o aumento na distribuição de emprego formal na indústria têxtil. No
entanto, no que se refere ao fator produtivo, a falta de mão-de-obra qualificada na região
é a principal barreira para um maior crescimento e desenvolvimento do setor.
Para tanto, tem sido importante a parceria que as indústrias vêm realizando com
o Sinvespar (Sindicato Vestuário do Paraná), SENAI, SEBRAE e a UNISEP (instituição
privada de ensino que oferece o curso superior de Tecnologia do Vestuário), na
qualificação e especialização de mão-de-obra para atender esse mercado (APL, 2009).
A terceira microrregião de análise é Pato Branco, composta por 10 municípios
que, entre 2001 e 2007, teve um aumento na sua população de 1.792 pessoas, enquanto
o número de empregos gerados nesse período aumentou em 8.954 vagas, passando de
19.360 para 28.314 postos de trabalho.
O aumento do número de empregos nessa microrregião teve sua distribuição
entre 70% a 80%, principalmente na indústria metalúrgica, papel e gráfica, serviço de
utilidade pública, construção civil, comércio varejista, comércio atacadista,
administração técnico e profissional.
Os setores destacados, com mais de 100% de crescimento, foram a indústria
mineral não metálico, a elétrica e comunicação, alimentos e bebidas e, com 200% de
aumento na força produtiva, ficou a indústria de borracha, fumo e couro. As atividades
econômicas que sofreram redução de 8%, 36% e 72% na sua oferta de empregos foram
a indústria mecânica, materiais de transportes e a indústria de calçados,
respectivamente.
Vale ressaltar que dos 152.464 habitantes da microrregião de Pato Branco, o
município de Pato Branco representa 44% desse total e é responsável também por cerca
de 60% dos empregos gerados, demonstrando a potência deste para o total da
microrregião e, consequentemente, para a mesorregião, onde sua participação em
número de empregos gerados foi de 17%.
A distribuição de emprego formal por atividade econômica e por faixa etária,
está representada na tabela 5. Na análise geral dos dados, verifica-se que houve aumento
em torno de 50% no número de empregos, compreendendo as faixas etárias entre 25 a
29 e 40 a 49 anos. O grande salto (88%) foi para as pessoas com idade entre 50 a 64
anos. Para os indivíduos com até 17 anos, o número de oferta de trabalho no período foi
de apenas 8 novos empregos.
A MRG de Pato Branco teve entre 2001 e 2007 um aumento de 6% no número
de empregos formais gerados em relação à população, ou seja, os empregos estavam
distribuídos entre 12% da população em 2001 e essa distribuição passou para 18% em
2007.
12
Tabela 5 – Distribuição de Emprego Formal por Atividade Econômica e Faixa Etária na
Microrregião Pato Branco – 2001/2007
SUBS IBGE
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
até 17 18 a 24 25 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 64 65 OU + IGN
EXTR MINERAL 0 0 4 1 9 6 2 7 6 7 7 2 0 0 0 0
MIN NÃO MET 1 4 11 33 18 37 29 58 32 58 4 22 0 1 0 0
IND METALÚRG 34 29 155 229 93 174 146 246 63 151 9 67 0 2 0 0
IND MECÂNICA 47 6 517 385 227 263 254 290 156 137 41 59 2 0 0 0
ELÉT E COMUN 3 1 52 157 17 64 19 24 11 19 2 3 0 0 0 0
MAT TRANSP 2 0 10 7 5 2 10 10 5 4 6 1 0 0 0 0
MAD E MOBIL 48 39 188 226 131 133 189 208 132 150 88 92 7 4 0 0
PAPEL E GRÁF 8 6 79 129 52 84 58 117 30 58 7 19 0 0 0 0
BOR FUM COUR 4 6 14 57 15 45 27 91 20 49 5 17 0 2 1 0
IND QUÍMICA 24 8 186 247 86 155 104 165 36 76 13 22 0 0 0 0
IND TÊXTIL 19 51 129 238 67 95 155 178 78 105 23 39 0 1 0 0
IND CALCADOS 1 1 9 2 2 1 14 4 0 0 3 0 0 0 0 0
ALIM E BEB 17 27 144 392 153 240 224 373 118 304 39 80 0 3 0 0
SER UTIL PÚB 1 2 12 24 10 29 41 51 36 63 10 39 0 4 0 0
CONSTR CIVIL 2 6 90 121 82 138 184 277 123 246 69 149 0 3 0 0
COM VAREJ 117 179 1.163 1.876 641 1.204 1.015 1.623 558 1.040 204 487 11 22 1 0
COM ATACAD 15 22 302 528 231 492 465 638 248 478 62 215 2 6 0 0
INST FINANC 2 2 67 88 51 121 151 126 110 115 9 21 0 1 0 0
ADM TÉC PROF 25 7 202 388 124 269 234 379 152 261 60 117 2 6 0 0
TRAN E COMUN 7 11 95 122 105 144 236 289 184 268 83 143 2 4 0 0
ALOJ COMUNIC 24 18 322 251 213 250 410 388 261 425 104 200 6 3 0 0
MED ODON VET 5 3 124 135 97 134 226 244 172 195 34 58 1 1 0 0
ENSINO 2 2 86 99 139 179 290 357 181 240 66 111 3 5 0 0
ADM PÚBLICA 0 0 249 185 403 414 1.031 1.117 849 1.191 419 650 10 20 1 0
AGRICULTURA 33 19 232 282 187 238 426 506 269 420 123 217 10 8 0 0
OUTR/IGN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 441 449 4.442 6.202 3.158 4.911 5.940 7.766 3.830 6.060 1.490 2.830 56 96 3 0
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009)
A microrregião de Palmas é composta por 5 municípios, sendo Palmas o maior
deles, com 40.485 pessoas, conforme divulgado pelo IBGE (2007), seguido por
Clevelândia e Mangueirinha.
Verificando os dados apresentados na tabela 2 e 6, a atividade de administração
técnica e profissional apresentou o maior crescimento no que se refere ao número de
empregos formais no período analisado. Em 2001, esse segmento empregava 187
pessoas e, num espaço de 6 anos, passou para 2.478 novos empregos. A tabela 6
demonstra que esse crescimento ocorreu praticamente em todas as faixas etárias.
Os setores da indústria metalúrgica e indústria têxtil também apresentaram saltos
surpreendentes cerca de 350% de aumento na geração de novos postos de trabalho.
Completando o quadro de crescimentos no período, tem-se o setor de comércio
atacadista e a indústria mineral não metálica, com índices de 275% e 133%,
respectivamente.
A Administração Pública, em 2007, aumentou o número de empregos formais
em 57%, se comparado a 2001. Destes, em torno de 45% ficaram distribuídos na faixa
etária dos 18 aos 39 anos, enquanto a grande concentração ocorreu entre 40 a 64 anos.
13
Tabela 6 – Distribuição de Emprego Formal por Atividade Econômica e Faixa Etária na
Microrregião Palmas – 2001/2007
SUBS IBGE
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
até 17 18 A 24 25 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 64 65 OU + IGN
EXTR MINERAL 0 0 2 0 2 1 0 2 1 1 1 0 0 0 0 0
MIN NAO MET 4 0 9 13 2 10 6 16 2 14 1 3 0 0 0 0
IND METALÚRG 1 1 18 64 8 53 11 53 2 17 0 8 0 0 0 0
IND MECÂNICA 1 0 6 1 5 3 12 0 4 0 2 1 0 0 0 0
ELÉT E COMUN 0 0 3 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
MAT TRANSP 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MAD E MOBIL 68 13 954 427 619 409 901 620 499 405 245 236 11 12 1 0
PAPEL E GRÁF 10 7 77 117 52 57 81 118 33 58 16 23 1 1 0 0
BOR FUM COUR 1 0 7 6 5 5 8 7 1 5 2 2 0 0 0 0
IND QUÍMICA 0 1 4 2 3 1 0 4 0 1 0 2 0 0 0 0
IND TÊXTIL 1 13 5 90 8 32 13 36 9 16 6 12 0 0 0 0
IND CALÇADOS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ALIM E BEB 9 8 69 39 54 34 99 63 61 51 15 20 3 0 0 0
SER UTIL PUB 0 0 1 0 2 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
CONSTR CIVIL 7 0 40 32 66 20 120 74 43 53 33 32 2 0 0 0
COM VAREJ 69 64 400 616 212 392 293 509 127 272 55 139 4 6 0 0
COM ATACAD 4 3 39 101 27 111 51 189 24 118 5 40 0 0 0 0
INST FINANC 0 0 10 27 16 38 44 32 25 32 1 4 0 0 0 0
ADM TÉC PROF 7 6 67 603 39 528 45 810 15 365 14 158 0 8 0 0
TRAN E COMUN 4 1 25 31 22 48 58 79 43 52 26 48 0 4 0 0
ALOJ COMUNIC 12 11 104 79 102 73 143 106 86 92 37 59 0 1 0 0
MED ODON VET 1 0 27 38 27 40 54 66 30 37 8 14 0 0 0 0
ENSINO 3 2 47 43 78 124 179 183 142 152 73 68 3 3 0 0
ADM PÚBLICA 1 0 100 147 259 377 660 970 495 836 272 485 19 16 1 0
AGRICULTURA 18 13 191 189 174 185 363 447 232 355 113 179 8 8 0 0
OUTR/IGN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 221 143 2.205 2.665 1.783 2.541 3.143 4.385 1.874 2.932 926 1.533 51 59 2 0
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009)
Essa microrregião foi a que apresentou mais setores com redução de número de
empregos. O destaque foi o setor de material elétrico e comunicação, com redução de
100% nas ofertas de emprego. Vale mencionar ainda a indústria da madeira e
mobiliário; alimentos e bebidas e o setor de construção civil, com índices em torno de
30% na redução do quadro de funcionários.
Conferindo os dados da tabela 6, verificou-se que, apesar de a microrregião de
Palmas já ter participado de uma economia voltada para o setor madeireiro e
reflorestamento, eles apontaram uma diminuição na oferta de emprego em torno de 30%
no ano de 2007. Essa redução atingiu principalmente os trabalhadores com idade entre
18 a 39 anos.
Verificou-se ainda nessa região, uma evolução populacional de 16% e no
mercado de trabalho um aumento de 40% no número de empregos gerados, passando de
12% da população ocupada para 16% em 2007, indicando esses dados que a
distribuição do emprego formal ocorreu entre as pessoas economicamente ativas.
Na tabela 7 é possível verificar o percentual que cada atividade econômica
representa no total da mesorregião Sudoeste do Paraná e de que forma está distribuído
14
entre as microrregiões no período de análise. Dessa forma, tem-se que as atividades
mais representativas, no tocante à distribuição de emprego, para o total da região, são o
comércio varejista e a Administração Pública, com 30% e 24%, respectivamente.
A microrregião responsável pela maior distribuição percentual de emprego no
comércio varejista foi Pato Branco, com 11%, enquanto a Administração Pública esteve
mais distribuída percentualmente entre todas as microrregiões no ano de 2007.
Tabela 7 - Distribuição Percentual do Emprego nas Microrregiões do Sudoeste do
Paraná – 2001/2007
Atividade/MRG
Capanema Franc Beltrão Pato Branco Palmas Total Região
2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007 2001 2007
EXTR MINERAL 0,08% 0,05% 0,05% 0,03% 0,07% 0,04% 0,03% 0,01% 0,20% 0,12%
MIN NÃO MET 0,74% 0,86% 0,36% 0,34% 0,25% 0,38% 0,12% 0,20% 1,34% 1,58%
IND METALÚRG 1,04% 1,38% 0,97% 1,09% 1,29% 1,59% 0,20% 0,69% 3,30% 4,05%
IND MECÂNICA 0,07% 0,07% 0,39% 0,29% 3,21% 2,01% 0,15% 0,02% 3,67% 2,37%
ELÉT E COMUN 0,10% 0,24% 0,11% 0,23% 0,27% 0,47% 0,03% 0,00% 0,47% 0,94%
MAT TRANSP 0,03% 0,08% 0,06% 0,07% 0,10% 0,04% 0,00% 0,00% 0,19% 0,19%
MAD E MOBIL 3,14% 2,66% 2,77% 2,04% 2,02% 1,50% 16,16% 7,44% 7,93% 6,20%
PAPEL E GRÁF 0,12% 0,24% 0,44% 0,25% 0,60% 0,73% 1,32% 1,34% 1,17% 1,23%
BOR FUM COUR 0,30% 0,21% 0,21% 0,19% 0,22% 0,47% 0,12% 0,09% 0,73% 0,87%
IND QUÍMICA 0,02% 0,13% 0,24% 0,39% 1,16% 1,19% 0,03% 0,04% 1,41% 1,70%
IND TÊXTIL 8,83% 9,18% 3,86% 4,16% 1,22% 1,25% 0,21% 0,70% 13,91% 14,59%
IND CALÇADOS 0,00% 0,00% 0,02% 0,01% 0,07% 0,01% 0,00% 0,00% 0,09% 0,03%
ALIM E BEB 1,58% 5,55% 6,69% 8,48% 1,79% 2,51% 1,52% 0,75% 10,07% 16,53%
SERV UTIL PÚBL 0,00% 0,01% 0,00% 0,07% 0,00% 0,37% 0,02% 0,00% 0,00% 0,46%
CONSTR CIVIL 0,49% 1,04% 0,87% 1,71% 1,42% 1,66% 1,52% 0,74% 2,78% 4,40%
COM VAREJ 7,33% 9,24% 9,15% 9,74% 9,58% 11,36% 5,68% 7,01% 26,06% 30,34%
COM ATACAD 2,16% 2,64% 1,29% 1,23% 3,42% 4,20% 0,73% 1,97% 6,87% 8,07%
INST FINANC 0,83% 0,68% 0,64% 0,58% 1,01% 0,84% 0,47% 0,47% 2,48% 2,11%
ADM TÉC PROF 0,33% 0,40% 1,25% 2,44% 2,06% 2,52% 0,92% 8,69% 3,64% 5,36%
TRAN E COMUN 1,18% 1,23% 2,21% 1,80% 1,84% 1,73% 0,87% 0,92% 5,23% 4,76%
ALOJ COMUNIC 2,01% 2,29% 3,71% 2,75% 3,46% 2,71% 2,37% 1,48% 9,18% 7,75%
MED ODON VET 0,45% 0,36% 1,18% 0,87% 1,70% 1,36% 0,72% 0,68% 3,34% 2,58%
ENSINO 0,56% 0,40% 1,21% 1,22% 1,98% 1,75% 2,57% 2,02% 3,75% 3,37%
ADM PÚBLICA 13,06% 9,89% 10,04% 7,84% 7,65% 6,32% 8,85% 9,93% 30,76% 24,05%
AGRICULTURA 5,55% 1,19% 2,07% 2,18% 3,31% 2,98% 5,38% 4,83% 10,92% 6,35%
OUTR/IGN 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Fonte: MTE/RAIS, (2009) Dados da pesquisa (2009)
A indústria têxtil representa para o total da região 14% dos empregos formais,
dos quais 9% estão concentrados na microrregião de Capanema, indicando uma
concentração maior de mão-de-obra qualificada nesse setor. Já a atividade de alimentos
e bebidas tem sua distribuição na microrregião de Francisco Beltrão, com 51% do total.
A agricultura teve uma redução significativa durante o período de análise e esse evento
foi sentido mais pela microrregião de Capanema, que passou de 5,55% para 1,19%, em
2007.
15
CONCLUSÃO
O objetivo geral deste artigo foi verificar se existe uma relação entre o aumento
do número de empregos e a movimentação populacional nas Microrregiões do Sudoeste
do Paraná, ao ponto de provocar saldos positivos e/ou negativos nas trocas
populacionais no período entre 2001 e 2007.
Os resultados demonstraram que, numa análise por microrregião, apenas
Capanema apresentou redução no número de habitantes, e avaliando os dados por
município, apenas a cidade de Ampére, em 2007, demonstrou um aumento populacional
de 9%.
É interessante observar que, mesmo com perda populacional, a região de
Capanema aumentou em 57% o número de empregos formais e também favoreceu a
abertura de 733 novas unidades de atividades econômicas durante o período de análise,
ficando a indústria têxtil com aumento de 38%; alimentos e bebidas 43%; com 73% de
aumento comércio varejista; o comércio atacadista respondendo por 92% e alojamento e
comunicação aumentaram em 82% suas atividades.
Na microrregião de Francisco Beltrão, dos 19 municípios, apenas quatro
apresentaram aumento populacional numa média de 6% cada. No entanto, o número de
atividades econômicas aumentou em 47% e a geração de novos empregos, em 68%. Das
26 atividades econômicas analisadas, apenas duas não aumentaram o número de
estabelecimentos - indústria mecânica e indústria de calçados. Os destaques dessa região
foram materiais elétricos e comunicação que dobraram o numero de atividades,
provocando aumento nas ofertas de empregos em 267%.
Pato Branco possui 10 municípios em sua microrregião e somente ela e Itapejara
do Oeste apresentaram índices de crescimento populacional em 15% e 7%,
respectivamente. Com respeito ao número de estabelecimento, houve um acréscimo de
37% , sendo que os empregos formais elevaram-se a 46%. A atividade de comércio
varejista demonstrou elevação no número de estabelecimentos em 63% e gerou 73% de
novas vagas.
No contexto das 4 microrregiões, apenas Palmas teve crescimento satisfatório
(6%), sendo que os demais apresentaram saldos migratórios positivos ínfimos, porém
constantes. Entretanto, como as demais microrregiões também demonstraram evolução
positiva do número de empregos formais, bem como do número de estabelecimentos, na
microrregião de Palmas houve maior redução de estabelecimentos na atividade da
indústria da madeira e mobiliária em 28%. Esse índice representou diminuição de 35%
na oferta de empregos formais no período de 2001 a 2007.
No cômputo geral, os resultados demonstraram que houve aumento no número
de empregos formais e que estes não estão correlacionados com o aumento populacional
da região, uma vez que eles apresentaram saldos satisfatórios de crescimento:
Capanema 57%, Francisco Beltrão evoluiu em 68%; com 46% está Pato Branco e
Palmas com 39%. Essas microrregiões não demonstraram uma evolução populacional
nos mesmos índices.
Tudo indica que as vagas dos empregos gerados foram ocupados pela população
economicamente ativa e pela mão-de-obra rural que migrou para a cidade, conforme foi
apresentado no gráfico 1. Outro fato constatado nesse gráfico, foi que, nas quatro
microrregiões, o índice de evolução populacional urbana de 2000 para 2007 foi o
mesmo de involução populacional rural. Esses dados proporcionais indicam que o
aumento no meio urbano ocorreu em virtude de esvaziamento rural.
16
No quesito involução populacional, na maioria dos municípios, o que se tem
percebido é que essas microrregiões apresentaram especializações em alguns setores
específicos, o que tem levado a população a procurar emprego em outras regiões. Nas
que tem um grau de especificidade maior, como é o caso das microrregiões de
Capanema e Francisco Beltrão, a tendência é formar a mão-de-obra local, por meio de
parcerias com instituições de ensino para atender a demanda, assim atraindo pouca mão-
de-obra externa.
Diante disso, conclui-se que existem dificuldades nas microrregiões em manter a
população, uma vez que suas atividades econômicas, não são suficientes para atender a
demanda existente, pois o percentual de população ocupada em relação ao total da
população é de apenas 17%. Ou seja, a distribuição setorial de empregos não tem
influenciado a movimentação populacional durante o período de análise. O que se
constatou foi que os empregos estão sendo gerados e ocupados pela população local e
pelas pessoas que migram da área rural para a urbana, não alterando o quadro geral da
população da mesorregião Sudoeste do Paraná.
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