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Portas abertas António Sobral

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Portas abertasAntónio Sobral

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Capa“Lisboa de Sta.Catarina”

Ficha TécnicaExposição | Galeria de Arte do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, patente a partir de 1 de DezembroOrganização | Fozcôactiva, Gestão de Equipamentos Desportivos e Culturais, E. M. | www.fozcoactiva.pt | [email protected]ária da Exposição | Ana MesquitaColaboração | Câmara Municipal de Vila Nova de Foz CôaGrafismo, paginação, e produção | bloom, marketing, comunicação e eventos Digitalização, calibração e tratamento de imagens | bloom, marketing, comunicação e eventosImpressão | Tipografia LobãoTiragem | 300 Exemplares

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Portas Abertas

Natural de Freixo de Numão – Concelho de Vila Nova de Foz Côa – António Sobral tem corrido Mundo. Nas suas peregrinações faz- -se sempre acompanhar de caderno e pena. Como outros captam com as suas objectivas movimentos e imagens das suas andan-ças, António espraia o seu espírito pelas coisas raras e mesmo pe-las mais comuns. Numa atitude eminentemente artística e filosófica, sempre à procura de desvendar pequenos e grandes mistérios da Criação, não se cansa de registar os seus pensamentos por mais vagos e abstractos que sejam, e de ir escrevendo textos e fazendo desenhos sobre o que sonha e o que vê. Ao sabor da pena e ao correr do tempo. O que resulta de tudo isso é um puro estado de alma, sem técnicas nem regras que condicionem a vivência es-pontânea do momento ou a liberdade de pensar sem amarras. O que alcança é como que um “tudo e nada”, em que se revela uma grande sensibilidade e uma constante sede de conhecimento. Parte desses registos e de outros trabalhos é o que nos oferece o Autor com a presente exposição.

Emílio MesquitaPresidente da Câmara

de Vila Nova de Foz Côa

“À espera das horas”

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Atravessando as quedas do Niagara O António conta estórias, conta-as impulsivamente, em tom fre-nético. Qualquer linha, movimento ou peripécia fazem disparar a sua imaginação. Temos perante nós uma panóplia de pequenas imagens, à pri-órie de “espécies” técnicas diferentes mas com um denominador comum: um desejo inominável de contar e saber. Ele utiliza materiais “ambulantes”, uma mão cheia deles. Tinta da china, canetas de feltro, lápis de cor, pequenos godés de guache ou aguarela – tudo lhe serve. Com eles procura, inicia caminhos, lança questões, mostra o seu mundo – por vezes atira-nos com ele à cara. O seu suporte de eleição: o caderno, o seu sempeterno cader-no (raramente o vejo sem ele), parte integrante da sua imagem, da sua maneira de viver. Mas como dizia, o seu suporte é no fundo tudo aquilo que lhe vem parar à mão. Na sua impulsividade qualquer pedaço de papel lhe é útil: o verso de um folheto de publicidade, cartões de todas as proveniências; enfim: tudo. Vejo dois temas no seu trabalho, melhor seria de lhes chamar ve-ículos: a Memória e a Visão. Daqui vislumbram-se paisagens, cenas do quotidiano, abstracções estéticas. Temos “o que foi” e o “já”. Neste todo a experiência é uma constante. Ele salta da linha para a mancha tal equilibrista sem medo ao atravessar a corda sobre o Niagara e fá-lo com entusiasmo – coisa rara nos dias que correm. Apreciemos então, com calma, o trabalho do António Sobral.

Alexandre Conefrey

“Waterfalls”

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“Quadriptíco”

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“Harmonia de sons” “Na cruz do lado direito”

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“Penélope” “Na praia”

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“Ostrogodo” “Lúcifer”“Eh! Touro”

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“Orfeu”

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“Argumentos” “Três irmãos”

“Metamorfose”

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“O Escondido” “Kronos”“Carochinha”

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“Abelha Mestra” “Urgência”

“Vôo solitário”

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“No café” “Em cena”

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“�5% do sangue português é arabe”

“Eclipse” “Ao Norte”

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“Contingências” “Êxtase”

“Caligrafia” “Encapelado”

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“�º Aniversário” “Hegel”“Uma mão cheia”

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“Zigurate” “Taj Mahal”“Rua dos Lusíadas”

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“O homem da maratona” “Harmonia veloz II O Barquinho”

“Harmonia veloz”

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“Um, dó, li, tá...”

“Nós”

“Sem título”

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“Bairro Alto I”“Bairro Alto III” “Bairro Alto II”

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“Sintra I” “Sintra III”

“Sintra II”

“Foz do Sabor”

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“Largo de S. Carlos”

Desenhos

Os teus desenhos vêm da ancestralidade dos valados do rio, das fogueiras dos povos que o habitaram, do remanso do seu serpen-tear.

Têm a perspicácia dos olhos dos grifos que sobrevoam as margens e expurgam da natureza os restos.

Têm a força dos braços e a graça das mãos da monda dos vinhe-dos, ao cair das tardes.

Têm o negrume e as névoas das montanhas de granitoe o brilho do xisto ao despontar das auroras.

Vêm do fundo do Douro, riscados de cores misteriosas e sobem nos arco-íris que nele se deitam.

Os teus desenhos são o fundo do fundo do óculo da tua câmara pentax, aonde mais ninguém vê o que tu colhes.

Isabel Maçana Bruxo

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António Manuel Brilhante Sobral nasceu em Foz Côa, em 1963. Filho primogénito de Francisco da Conceição Brilhante Sobral e de Maria Fernanda Freixinho Bri-lhante fez a instrução primária em Freixo de Numão, onde vivia com os pais e os dois irmãos. Faz os estudos preparatórios e secun-dários, no Colégio de Lamego. Viveu no Porto, para realizar o 12º ano. Em 1986, em Lisboa, conclui a licenciatura em Relações Inter-nacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, tendo aí sido aluno do mestrado em Ciência Política. Tem a parte curricular do doutoramento em Antropologia Social e Política pela Universidade Nacional de Ensino à Distância de Madrid.

Para além da experiência em Co-municação Social, leccionou, du-rante vários anos, como docente do Ensino Superior, as cadeiras de

Pensamento Contemporâneo, e a nova Ordem Mundial da Informa-ção em Lisboa e no Porto.Actualmente, é o Assessor de Im-prensa da Universidade de Lisboa.

O vivo, e vivido, interesse pela Li-teratura, Filosofia e Fotografia tem sido uma presença indissociável do seu viver, onde a Viagem se en-contra muitas vezes presente. Aqui e ali, na paisagem do humano, co-meça a registar a memória das coi-sas através do traço pincelado, ou não, numa procura que se tornou começo de caminhos. Dizem que começou a pintar à espera das ho-ras e com saudades do inacaba-do… E os desenhos começaram a aparecer sem destino imediato, mas apaixonadamente.

São algumas obras dessas horas que estão agora patentes na sua terra natal, onde quis realizar a sua primeira exposição.