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ANÁLISE DO SERVICO DE ATENÇAO FARMACEUTICA AOS PACI ENTES PORTADORES DE HEPATITE C NO HOSPITAL SANTO ÂNGELO, RS.

" Analysis of Pharmaceutical Care to Patients With Hepatitis C in Hospital Santo Angelo, RS"

Diôser BERGMANN1

Scheila da Silva Soares de OLIVEIRA2 Tiago Bittencourt de OLIVEIRA 3

Resumo A hepatite C é uma infecção viral que gera inflamação e lesão hepática, levando a cirrose hepática, câncer de fígado e óbito por insuficiência hepática. Devido ao alto custo e aos vários efeitos colaterais graves do tratamento da hepatite C o estado do Rio Grande do Sul criou, no ano de 2003, os CAMMIs (Centro de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis), sendo estes, centros de aplicação, racionalização no uso da medicação para hepatite C. O CAMMI incentiva a adoção de um modelo de atenção farmacêutica, baseando-se na monitorização dos tratamentos a partir de entrevistas farmacêuticas, assim auxiliando na implementação e consolidação do serviço de atenção farmacêutica aos pacientes portadores de hepatite C. Este funciona desde novembro de 2010 no hospital de Caridade de Santo Ângelo. Foram realizadas, aproximadamente, 100 consultas farmacêuticas no período de estudo. Já, foram tratados, no CAMMI de Santo Ângelo, 18 pacientes. Destes 66,6% eram do sexo masculino e 88,8% têm acima de 40 anos. O genótipo 3 foi o mais frequente com 55,5% dos casos. Na questão do tratamento 10 pacientes utilizaram intereferon alfa associados a ribavirina com 0% de resposta virológica sustentada, já 8 pacientes realizaram tratamento com o interferon peguilado e ribavirina destes 37,5% obtiveram resposta virológica sustentada. Dos 18 pacientes, 6 responderam ao questionário de satisfação sobre o serviço, o qual apresentou resultados excelentes. Com base nos dados coletados, pode-se concluir que todos os esforços feitos pela equipe multiprofissional do CAMMI refletem em uma boa adesão ao tratamento. Palavras-chaves: Hepatite C, Interferon, Ribavirina, atenção farmacêutica. Abstract Hepatitis C is a viral infection that causes inflammation and liver damage leading to cirrhosis, liver cancer and death from liver failure. Due to the high cost and the number of serious side effects of hepatitis C treatment the state of Rio Grande do Sul created, in 2003, the CAMMIs (Center Application and Monitoring Injectable Drugs), these being application centers that rationalization the use of medications for hepatitis C. The Cammi encourages the adoption of a pharmaceutical care model, based on the monitoring of treatments from pharmaceutical interviews, thereby assisting in the implementation and consolidation of the pharmaceutical care service to patients with hepatitis C. This works since November 2010 in the hospital of Caridade of Santo Ângelo. 1Estudante do curso de Farmácia e Bolsista do Projeto de Extensão. 2 Estudante do curso de Farmácia e Bolsista voluntária do Projeto de Extensão. 3 Professor Mestre do Curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Santo Ângelo e Orientador do Projeto de Extensão.

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Approximately 100 pharmaceutical interviews were conducted during the study period. Already been addressed in Cammi of Santo Ângelo 18 patients, of whom 66.6% were male and 88.8% are above 40 years. Genotype 3 was the most frequent with 55.5%. In the matter of treatment 10 patients used interferon alpha associated with ribavirin 0% SVR (sustained virological response). Others 8 patients underwent treatment with pegylated interferon and ribavirin these 37.5% were SV. Were 6 of 18 patients who responded to satisfaction about the service, which showed excellent results questionnaire. Based on the data collected, it can be concluded that all efforts made by the multidisciplinary team Cammi reflect on a good adherence to treatment. Key words: Hepatitis C, Interferon, Ribavirin, pharmaceutical care. Introdução

A hepatite C é uma infecção viral que afeta o fígado, podendo resultar em inflamação e lesão hepática, levando em certos casos a cirrose hepática, câncer de fígado e óbito por insuficiência (BEZERRA & OLIVEIRA, 2007). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foi estimado a existência de cerca de 170 a 200 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV) em todo o mundo. No período de 1999 a 2010, foram confirmados 62.952 casos de hepatite C no Brasil (BRASIL, 2007; DIAS-BASTOS et al., 2013). A prevalência de Hepatite C, no Brasil, é estimada em 2,6%, enquanto a prevalência mundial deste vírus é de 2,2%, sendo que os locais mais acometidos são a África, Sudoeste Asiático e o Oriente Médio, e os países industrializados apresentam uma menor prevalência (DIAS-BASTOS et al., 2013).

O HCV pertence ao gênero Hepacivirus da família Flaviviridae, sendo seu genoma constituído por uma fita simples de RNA, com 6 genótipos diferentes e mais de 100 subtipos, os quais apresentam diferença na resposta ao tratamento e na distribuição geográfica. Dentre esses genótipos, o genótipo 1 caracteriza-se pela maior resistência ao tratamento antiviral (FERREIRA & SILVEIRA, 2004; ZALTRON et al., 2012). A classificação do vírus da hepatite C foi atualizada em 1998, esta é baseado na topologia de árvores obtidas através de análises filogenéticas entre diferentes variantes virais. As variantes do VHC podem ser classificadas dentro de seis genótipos ou clados. Os genótipos podem diferir entre si, de 31% a 33% nas sequências dos nucleotídeos e são denominados através de algarismos arábicos de 1 a 6. Os subtipos podem diferir de 20 a 25% e são denominados por letra em ordem alfabética correspondendo às sequências correlatas dentro de um clado (NAKATANI, 2008).

A hepatite C é a principal causa de doença hepática, com desfechos relevantes em termos de morbimortalidade. O curso evolutivo da infecção é heterogênea, a fase aguda da doença é rara, e a crônica é a forma clínica predominante. A evolução da doença está associada ao desenvolvimento de insuficiência hepática, caracterizada por alterações sistêmicas e hipertensão portal. Na ausência de tratamento, ocorre cronificação em 60 a 85% dos casos; em média, 20% podem evoluir para cirrose e 1 a 5% dos pacientes desenvolvem carcinoma hepatocelular, o que constitui a principal indicação de transplante hepático em adultos (BRASIL, 2011). Além disso, as frequentes mutações do HCV e os numerosos subtipos virais são alguns dos obstáculos para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o vírus (VASCONCELOS et al., 2006).

A transmissão preponderante do HCV ocorre por meio de sangue contaminado, pela via parenteral, sendo a transmissão sexual e vertical pouco frequente (BRASIL, 2011). Já, o diagnóstico laboratorial é altamente sensível e específico. Os métodos sorológicos servem como marcadores de contato com RNA do HCV, podendo persistir indefinidamente ou desaparecer após a cura (GONÇALVES, 2008).

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No Brasil, é garantindo à população o direito ao tratamento da hepatite C gratuitamente e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2002; BRASIL, 2011) no âmbito do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), e a solicitação é individual, de acordo com protocolo clínico vigente. Este tratamento é oneroso em função do alto custo dos medicamentos e da ocorrência de vários efeitos adversos (DA ROSA, 2010). Os objetivos da terapêutica são a RVS (Resposta Virológica Sustentada); o aumento da expectativa de vida; a melhora da qualidade de vida; a diminuição do risco de transmissão da doença e a redução da probabilidade de evolução para insuficiência hepática terminal (BRASIL, 2010).

Afim de racionalisar o uso e utilização de forma correta foram criados os CAMMIs (Centros de Acompanhamento e Monitorização de Medicamentos Injetáveis). O primeiro CAMMI no estado do Rio Grande do Sul foi implantado no Hospital Sanatório Partenon (HSP) em setembro de 2003. Esse centro surgiu para beneficiar os portadores de hepatite C que fazem uso do interferon alfa ou peguinterferon alfa 2a ou 2b e ribavirina. Esse serviço visa à aplicação de medicamentos injetáveis e acompanhamento do tratamento, tendo como referência técnica os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde (PICON & BELTRAME, 2002). Assim, o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica da Hepatite Viral Crônica C (PICON & BELTRAME, 2002) estabelece critérios de inclusão e exclusão para o uso de medicamentos, além de incentivar a adoção de um modelo de “Atenção Farmacêutica”, prática que vem se desenvolvendo em diversos países desde a década de 60, utilizando-se dos conceitos advindos da Farmácia Clínica. O protocolo de tratamento da hepatite viral C têm sofrido constantes atualizações com algumas modificações podendo citar os diversos protocolos publicados em portarias pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002; BRASIL, 2007; BRASIL, 2011; BRASIL, 2013).

A associação Hospital Caridade Santo Ângelo é uma instituição filantrópica de médio porte, com 172 leitos, de referência na região das missões no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Neste hospital, no mês de novembro de 2010 foi criado um CAMMI para monitoramento e aplicação de medicamentos a pacientes com hepatite C, o mesmo foi projetado para atender aproximadamente 40 pacientes por semana da cidade de Santo Ângelo e oriundos da 12ª Coordenadoria Regional de Saúde. A área física disponível para o CAMMI é composta por um consultório e uma sala de administração de medicamentos. A equipe do CAMMI do Hospital Santo Ângelo é composta por 2 enfermeiras, 1 farmacêutica e 1 médica perita, associado aos bolsistas e professor orientador do curso de farmácia da URI.

Dessa forma, este estudo teve como objetivo auxiliar no tratamento de portadores de Hepatite viral C. O presente trabalho também analisou o perfil dos pacientes tratados, verificou a presença de efeitos colaterais e a satisfação do usuário com o serviço. Contribuindo para a rotina no acompanhamento do tratamento e aplicação de Peguinterferon 2a ou 2b e Interferon alfa no hospital de Caridade de Santo Ângelo. Metodologia

Foi realizado um estudo transversal prospectivo com os pacientes em tratamento para a hepatite C crônica no CAMMI do hospital Caridade de Santo Ângelo, situado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no período de dezembro de 2010 a dezembro de 2011.

O tratamento dos usuários atendidos pelo CAMMI foi monitorado através da realização de entrevistas mensais com o farmacêutico, seguindo-se das aplicações semanais do Peguinterferon (2a ou 2b) ou Interferon alfa pela enfermagem. Primeiramente, todos os pacientes passam por uma entrevista inicial ao qual eram coletados os dados pessoais e clínicos, assim como, repassado informações sobre a importância, cuidados e principais efeitos adversos do tratamento.

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Foi utilizado no acompanhamento dos pacientes um guia de orientação, uma ficha Farmacoterapêutica, segundo o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para medicamentos de alto custo do Ministério da Saúde (PICON & BELTRAME, 2002). Nas fichas farmacoterapêuticas eram registradas todas as informações do paciente e intervenções realizadas. A finalidade da entrevista farmacêutica era fazer o acompanhamento de reações adversas, dos exames laboratoriais, da resposta virológica, além da assistência no esclarecimento de dúvidas sobre a doença e o seu tratamento. Ainda, de acordo com a necessidade o farmacêutico pode marcar entrevistas extras com o paciente. As possíveis intervenções eram anotadas nas fichas farmacoterapêuticas, estas se dividiam em encaminhamento para outros profissionais, uso de fatores de crescimento, redução de dose. Com as intervenções ou a situação era resolvida ou evoluía para interrupção do tratamento.

Através da realização das entrevistas farmacêuticas puderam ser colhidos nas fichas farmacoterapêuticas os dados do trabalho, como gênero, idade, escolaridade, possível via de transmissão, genótipo viral, tipo e resposta ao tratamento, efeitos adversos, além da aplicação do questionário de satisfação do usuário com o serviço. Todos estes dados serviram como base para o aperfeiçoamento do trabalho voltado aos pacientes portadores de hepatite C.

Os pacientes que participaram do presente estudo foram convidados e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, os pacientes que não consentiram participar foram acompanhados pelo farmacêutico, mas não foram incluídos na análise dos dados. O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da URI, campus de Santo Ângelo, sob registro nº 0130-4/PPH/11.

Os dados foram digitados no programa Microsoft Excel®, versão 2007. As análises foram realizadas por meio do cálculo das proporções e médias.

Resultados e discussão

Entre os 18 pacientes portadores do VHC, 66,6% eram do sexo masculino. A idade variou de 28 a 60 anos com distribuição etária de 88,8% acima de 40 anos, 38,8% não tinham o ensino fundamental completo. O perfil da idade e sexo dos pacientes é semelhante a estudos realizados com pacientes em tratamento para hepatite C (ALVES et al., 2003; ACRAS et al., 2004; DA ROSA et al., 2010).

A transfusão de sangue foi a mais frequente forma de contaminação, identificada em 22,2% dos pacientes, dados conforme a Tabela 1. Conforme Vasconcelos e colaboradores (2006), como também, Paraná e colaboradores (2000), a forma mais frequente de infecção do vírus C foi a transfusão sanguínea. Estudo epidemiológico elaborado pelo Ministério da Saúde de 1999 a 2009 demonstrou que a forma mais frequente de contaminação foi o uso de drogas injetáveis, seguido de muito próximo pela transfusão sanguínea (BRASIL, 2010).

Tabela 1 – Distribuição das características demográficas e fatores de risco para a infecção pelo VHC.

Variável n=18 % Sexo

Masculino 12 66,6 Feminino 6 33,3

Idade ≤ 40 2 11,1

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> 40 16 88,8 Escolaridade

Fundamental incompleto 7 38,8 Fundamental completo 1 5,55 Médio incompleto 0 0,0 Médio completo 4 22,2 Superior completo 1 5,55 Superior incompleto 3 16,6 Não relatou* 2 11,1

Possível via de contaminação Acidente ocupacional 1 5,55 Dentista 1 5,55 Drogas injetáveis 3 16,6 Cirurgia 3 16,6 Navalha 1 5,55 Transfusão 4 22,2

Indeterminado 5 27,7 * Em algumas fichas não havia registro de todas as variáveis

Dentre os portadores de hepatite C, a gama de genótipos para a doença é muito grande, sendo esses reunidos em seis grupos designados de números de 1 a 6 e mais de 100 subtipos (LIANG & GHANY, 2013). No Brasil, prevalece o genótipo 1b, mas também são encontrados outros subtipos como 1a, 2a, 3a, distribuídos de acordo com a região geográfica (BRASIL, 2011). Os genótipos 4a, 5a e 6a são mais difíceis de serem encontrados e estão restritos em áreas específicas do Brasil (ZARIFE et al., 2006; PERONE et al., 2008). No trabalho realizado com 788 amostras de pacientes portadores do HCV, atendidos nos Centros de Referências em Hepatites Virais de Belo Horizonte, foi observado a alta prevalência do genótipo 1 em 78,4%, seguido pelo genótipo 3 em 17,9% dos pacientes e pelo genótipo 2, em 3,1% (PERONE et al., 2008).

No presente estudo os genótipos variaram entre os números 1 a 3, sendo o genótipo 3 o mais predominante com 55,5% das infecções, seguido do genótipo 1 com 33,1%, dados apresentados na tabela 2. Destaca-se que ainda não se registrou pacientes com o genótipo 4, 5 e 6 no nosso meio. O genótipo 1 tem sido o mais prevalente no sudeste (ACRAS et al., 2003; PERONE et al., 2008) e nordeste brasileiro (PARANÁ et al., 2000; MOURÃO et al., 2008), porém um estudo realizado no estado do Rio Grande do Sul apresenta o genótipo 3 como o mais prevalente (ALVES et al., 2003), outro estudo epidemiológico demonstra significativa prevalência do genótipo 3 na região sul do Brasil, porém com predominância do genótipo 1 (CAMPIOTTO et al., 2005).

Tabela 2 - Distribuição dos pacientes em relação ao genótipo.

Genótipo n=18 % 1a 4 22,2 1b 1 5,5 1c 1 5,5 2 2 11,1 3 10 55,5

Entre os medicamentos utilizados no CAMMI, como forma de tratamento para os portadores

de Hepatite C, encontram-se o Interferon alfa, Peguinterferon e a Ribavirina. Para a realização das entrevistas farmacêuticas, os conteúdos utilizados para a avaliação dos pacientes eram baseados nos

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Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, específicos para a Hepatite viral C, disponibilizados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Durante a época em que o trabalho foi realizado, os protocolos de tratamento foram alterados, tendo algumas alterações nos esquemas de tratamento.

Cabe destacar que o genótipo 1 é o mais resistente ao tratamento, podendo interferir negativamente na efetividade terapêutica do tratamento dos pacientes (CHEVALIEZ & ASSELAH, 2011). Portanto, os pacientes com genótipo 1 são tratados por 48 semanas com peguinterferon 2a ou 2b em aplicações subcutâneas semanais, associadas a ribavirina em doses diárias por via oral. Os portadores do genótipo 2 e 3 são, em geral, tratados por 24 semanas com interferon alfa, por via subcutânea, três vezes por semana, associada a doses diárias de ribarivina (BRASIL, 2007; BRASIL, 2011)

Atualmente, os pacientes portadores de Hepatite C tratados no CAMMI recebem os comprimidos de Ribavirina, entretanto, os pacientes com genótipo 1 e os de genótipos 2 e 3 que tenham carga viral alta utilizam o PEG-INF (Peguinterferon), evidentemente seguindo alguns critérios estabelecidos no protocolo (BRASIL, 2011). O PEG-INF é uma suspensão que utiliza um polímero para aumentar o tempo de efeito do medicamento no organismo, assim os pacientes precisam utilizar o medicamento injetável apenas uma vez na semana. Este fato influencia positivamente na adesão ao tratamento do paciente (BRASIL, 2007).

No presente estudo, foi realizado o levantamento dos pacientes já tratados pelo CAMMI, que concluíram o tratamento, totalizando 18 pacientes. Dentre os 18 (100%), 16,6% estão em retratamento. O retratamento é uma fase em que toda a terapêutica é refeita tendo em vista que o tratamento anterior não efetivou uma RVS (Resposta Virológica Sustentada) para o portador de hepatite C. A resposta virológica sustentada significa a ausência de carga viral 24 semanas após a conclusão do tratamento, resultado este verificado pelo exame de PCR quantitativo (BRASIL, 2011).

Em nosso estudo, dos 10 pacientes que receberam o tratamento com INF + RBV (interferon alfa e ribavirina), a taxa de resposta ao final do tratamento foi de 80%, porém 0% dos pacientes obtiveram resposta virológica sustentada (24 semana após término do tratamento). Os resultados estão descritos na tabela 3.

No estudo realizado por Gonçalves Jr, aproximadamente 60% dos pacientes infectados com HCV genótipo 1 e por volta de 40% dos infectados com o genótipo 3 não encontraram uma resposta virológica sustentada (RVS) quando tratado com regime do interferon alfa e ribavirina (GONÇALVES JÚNIOR, 2007).

Tabela 3 - Distribuição dos pacientes quanto ao esquema terapêutico INF + RBV.

INF convencional + RBV*

Duração / 24 semanas n=10 % Final do tratamento 10/10 100

Sem resposta 2/10 20 Com resposta 8/10 80 Paciente suspenso/Interrompido 0/10 0

6 meses após o tratamento Sem resposta 7/10 70 Com resposta virológica sustentada 0/10 0 Indeterminado** 1/10 10

* INF convencional + RBV = interferon convencional associado a ribavirina * *Em alguns prontuários não havia registro de todas as variáveis.

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No estudo de Acras e colaboradores (2004), envolvendo 87 pacientes do ambulatório de Hepatologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, perceberam que a

resposta sustentada ao tratamento com INF ɑ associado a RBV, foi de (32,1%), correlacionada aos genótipos 2 e 3. Em outro estudo, envolvendo 665 pacientes cadastrados em um programa público de fornecimento de medicamentos de alto custo, foi observado uma taxa de resposta virológica ao final do tratamento de 49% e resposta sustentada de 32% (ALVES et al., 2003). Observando esses estudos retrospectivos, o presente estudo não encontrou taxas de resposta sustentada, o que pode ser explicado pelo pequeno número de pacientes que realizaram o estudo, fato este que leva a uma limitação na análise dos nossos dados.

Entre os 8 pacientes que realizaram o tratamento com PEG-INF + RBV (Peguinterferon mais ribavirina), 6 concluíram o tratamento, com resposta de 75% ao final do tratamento, 1/8 (12,5%) cometeu suicídio e 1/8 (12,5%) desistiu antes do término. Após 24 semanas do final do tratamento 3/8 (37,5%) obtiveram resposta virológica sustentada. Um paciente não foi encontrado, o que levou a falta do dado, apresentado como indeterminado, dados conforme tabela 04.

Mesmo assim os tratamentos com peguinterferon ou interferon peguilado mostraram maior efetividade em relação a resposta virológica sustentada, quando comparados com a utilização de inferferon alfa ou convencional, fato já observado no trabalho publicado por Almeida (2009). Em ensaios clínicos internacionais de grande porte, os pacientes sem tratamento que se incluíram na combinação PEG-INF e Ribavirina tiveram resposta virológica sustentada significativamente maior que o de uso da combinação INF e RBV (54-56% contra 44-47%) (FRIED et al., 2002; GONÇALVES JÚNIOR, 2007).

Cumpre salientar, entretanto, que os resultados obtidos por ensaios clínicos controlados que validam a eficácia dos tratamentos atuais podem não se reproduzir na prática clínica de forma tão eficaz. A resposta aos tratamentos aplicados na prática enfrenta dificuldades como ocorrência de pacientes menos selecionados e, portanto, com maior número de co-morbidades, seguimento médico irregular e limitações de ordem econômica para a aquisição de drogas e realização de exames (SILICIANO & BOULOS, 2004).

Tabela 4 - Distribuição dos pacientes quanto ao esquema terapêutico INF PEG + RBV.

INF PEG + RBV*

Duração / 48 semanas n=8 %

Final do tratamento 6/8 75 Sem resposta 0/8 0 Com resposta 5/8 75 Paciente suspenso/Interrompido 3/8 37,5

6 meses após o tratamento Sem resposta 1/8 12,5 Com resposta sustentada 3/8 37,5 Indeterminado** 1/8 12,5

* INF PEG + RBV= peguinterferon 2a ou 2b associado a ribavirina. ** Em alguns processos não havia registro de todas as variáveis.

Pacientes infectados com os genótipos 2a/3a que foram recidivante com o uso de INF + RBV podem ser submetidos a um novo esquema de tratamento com INF PEG associado a RBV. Estudos preliminares realizados no Brasil, com INF PEG associado a RBV em pacientes tratados

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previamente com INF associado a RBV mostraram taxas de negativação do HCV viral próximas de 80% e resposta sustentada de 51% para pacientes previamente recidivantes (TEGAN & ARAÚJO, 2004). Outro estudo multicêntrico, não controlado evidenciou que as taxas de RVS para os pacientes recidivantes ao INF + RBV foi de 63,6% para pacientes infectados pelos genótipos não-1 (TORRES, 2004).

Considera-se, atualmente, que as taxas esperadas de resposta virológica sustentada em pacientes tratados com INF PEG infectados com genótipo 1 é de 42 à 46% (GONÇALVES & GONÇALVES, 2004). No estudo de Fried e colaboradores (2001), encontraram 41% de resposta virológica sustentada para pacientes infectados pelo genótipo 1.

Durante o tratamento algumas complicações podem surgir e agravar a terapêutica do paciente que está em tratamento para hepatite C. Entre elas podemos citar casos de plaquetopenia, anemia, agravamento da função hepática e casos de depressão severa (BRASIL, 2011). No estudo realizado por Miyazaki (2005), ocorreram efeitos colaterais importantes em 3 pacientes que tiveram de interromper o tratamento para hepatite C. Um apresentava sintomas muito sérios de plaquetopenia (plaquetas abaixo de 23000 céls/mm3), sendo que o estabelecido pelo protocolo de diretrizes terapêuticas para o tratamento de Hepatite C determina a interrupção do tratamento deve ser realizada quando a concentração de plaquetas estiver em nível inferior a 25000 céls/mm3 (BRASIL, 2011). Outro paciente teve de interromper a terapêutica com Peguinterferon e Ribavirina devido à tentativa de suicídio, deve-se considerar o fato de que o tratamento pode provocar ou agravar sintomas de depressão (MIYAZAKY, 2005). O nível elevado de glicemia foi outro problema enfrentado por 1 paciente que refletiu na suspensão do tratamento. No estudo de Parise e colaboradores (2006) 6% dos pacientes interromperam o tratamento devido aos efeitos adversos e 45% tiveram redução da dose do peguinterferon, devido principalmente a leucopenia e anemia (PARISE et al., 2006). Os efeitos adversos enfrentados pelos pacientes podem comprometer a eficácia do tratamento para Hepatite C. Os principais efeitos adversos estão apresentados na tabela 5.

Os efeitos adversos que mais se destacam são as dores no corpo, cansaço, febre e anorexia, sendo que a maioria dos pacientes apresenta perda de peso considerável, tornando-se muito semelhantes com os efeitos colaterais apresentados em outros estudos, que avaliaram os efeitos colaterais de portadores de hepatite C, tratados com interferon, citando como principais as dores no corpo, irritabilidade e cansaço (CARVALHO, 2001; PARISE et al., 2006). Os principais efeitos adversos relacionados à terapia são: falsa gripe, supressão da medula óssea, anemia hemolítica e efeitos cognitivos e emocionais. Essas reações exigem manejo com ajustes de doses, tratamento de sintomatologia e uso de estratégias de prevenção, como por exemplo, o uso de antidepressivos, de fatores de crescimento hematopoiéticos e de medidas não-farmacológicas (SMITH et al., 2007; VIGANI, 2007).

Os efeitos colaterais acabam perturbando os pacientes e interferem diretamente na adesão ao tratamento, também geram um impacto direto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, aumentando o estresse durante a fase de diagnóstico e tratamento (VIGANI, 2007; BLATT et al., 2009).

Tabela 5 - Principais efeitos adversos relacionados ao uso de Interferon peguilado e Ribavirina no CAMMI em Santo Ângelo- RS.

Efeitos Adversos n (%)

Dor no corpo

Cansaço, Febre

13 (72,2)

12 (66,2)

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Anorexia

Pele desidratada

Cefaleia, Insônia, Náusea

Diarreia, Alopecia

Irritação

Paladar metálico, Tontura

Anemia, Artralgia,

Dispneia, Hipertensão,

Redução da visão

Plaquetopenia

9 (50,0)

8 (44,4)

7 (38,8)

6 (33,3)

5 (27,7)

3 (16,6)

2 (11,1)

2 (11,1)

Embora os efeitos adversos sejam intermitentes e o tratamento crônico com aproximadamente 48 semanas de duração, os trabalhos voltados a atenção farmacêutica realizados no CAMMI tem-se mostrado relevantes e de suma importância na terapêutica do paciente (AMARAL et al., 2006; DA ROSA et al., 2010).

Foi aplicado um questionário de satisfação, ao qual era recolhido ao término do tratamento de cada paciente. Estes dados foram realizados por apenas 6 pacientes, já que alguns tinham concluído o tratamento antes da implementação deste questionário e outros não aceitaram participar, resultados estão relatados na tabela 6.

Tabela 6 - Satisfação do usuário com o atendimento do CAMMI Santo Ângelo.

Muito Bom

n (%)

Bom

n (%)

Satisfatório

n (%)

Regular

n (%)

Classificação

do

atendimento

6 (100) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Conceito da

entrevista

farmacêutica

6 (100) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Conceito do

setor de

enfermagem

5 (83,33) 1 (16,67) 0 (0) 0 (0)

Pela tabela acima, a grande maioria dos pacientes considera, tanto o atendimento

farmacêutico quanto o prestado pela equipe de enfermagem muito bom. Apenas 1/6 (16,67%) paciente optou pela alternativa "bom" para conceituar o setor de enfermagem.

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Assim o trabalho realizado pela equipe profissional no CAMMI, principalmente a instituição do trabalho farmacoterapêutico no acompanhamento de portadores de Hepatite C tem-se revelado muito importante e decisivo para minimizar possíveis complicações e interferir de maneira positiva até o fim da terapêutica de cada paciente.

Considerações finais

O centro CAMMI vem desenvolvendo um trabalho específico e de grande responsabilidade, que está auxiliando a vida de muitas pessoas portadoras do vírus da hepatite C em tratamento. Coletando dados mensais, dispensando a medicação correta e dando todos os subsídios necessários para o desenvolvimento de uma terapêutica eficiente, o CAMMI recebe elogios de seus pacientes, que demonstram a cada consulta farmacêutica sua satisfação pessoal pelo auxilio no tratamento e principalmente o acolhimento e o grande empenho da equipe na busca pela recuperação de seus pacientes.

Apesar das complicações, muitas vezes não relacionadas com o comprometimento do paciente perante o tratamento, mas sim pela própria utilização da medicação, os pacientes no CAMMI tem uma boa adesão ao tratamento e efeitos colaterais são controlados pelo acompanhamento médico e pelo farmacêutico. O farmacêutico acompanha pelas entrevistas farmacoterapêuticas, conforme modelo de atenção farmacêutica para tratamento da hepatite C, trabalho pioneiro já descrito por Amaral e colaboradores (2006).

Os questionários aplicados, além de fornecerem dados importantes para o CAMMI, servem como uma base para a identificação dos pontos negativos que possam existir no serviço prestado. Assim, consequentemente promovem a criação e implantação de uma melhor estratégia terapêutica.

Com base nos dados coletados, pode-se concluir que todos os esforços feitos pela equipe multiprofissional do CAMMI refletem em uma boa adesão ao tratamento dos pacientes.

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