Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de...

41
Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP

Transcript of Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de...

Page 1: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Pleurodese. Quando e Como?

Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP

Ricardo M. Terra

Grupo de Doenças da Pleura

Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP

Page 2: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Pleurodese

• Sem conflitos de interesse

Page 3: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Pleurodese

• Definições• Indicação• Agente• Método de

administração• Perspectivas

Page 4: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

“utilização de substâncias ou técnicas com o intuito de formar aderências entre os folhetos pleurais, evitando, dessa forma a recidiva do derrame pleural”

Pleurodese

Vargas FS. In: Derrame Pleural, 2004

Page 5: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Pleurodese

• Derrame pleural maligno recidivante

• Pneumotórax recorrente• Outras causas

• Quilotórax• ICC• Hepatopatia

Light RW. In: Pleural Diseases,2001.

Page 6: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Pleurodese

• Derrame pleural maligno recidivante

• Pneumotórax recorrente• Outras causas

• Quilotórax• ICC• Hepatopatia

Light RW. In: Pleural Diseases,2001.

Page 7: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

HistóricoFem, 61 aDispnéia aos médios esforços há 15 diasDor torácica leveAsteniaEx-tabagista

Caso Clínico

Page 8: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Punção Pleural e Biópsia

TORACOCENTESE1600ml sero-hemáticoParou por dor e tosse

LÍQUIDO PLEURALExsudato linfocítico ADA: 18,1 NegativasBacterioscopiaCultura

Page 9: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Anatomia PatológicaAdenocarcinoma infiltrando pleura

Positiva para células neoplásicas

Estudo Cito-Patológico

Citologia Oncótica

Page 10: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Melhora da Dispnéia

Expansão Quase Completa

Radiografia Pós-Punção

Page 11: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Após 2 semanas:

•Retorno da dor e dispnéia

•Em avaliação pela oncologia

Evolução

Page 12: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Toracocentese de alívio

2. Toracostomia com catéter

3. Pleurodese

4. Observação clínica

5. Quimioterapia apenas

Page 13: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Toracocentese de alívio

2. Toracostomia com catéter

3. Pleurodese

4. Observação clínica

5. Quimioterapia apenas

Page 14: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Indicação:

• Derrame pleural maligno com diagnóstico

• Derrame pleural: Recidivante

Sintomático

• Pulmão expansível após punção esvaziadora

Pleurodese

Antunes G et al., Thorax, 2003

Page 15: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Bleomicina

2. Nitrato de prata

3. Talco

4. Tetraciclina

5. Iodopovidine

Qual agente esclerosante?

Page 16: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Bleomicina

2. Nitrato de prata

3. Talco

4. Tetraciclina

5. Iodopovidine

Qual agente esclerosante?

Page 17: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Qual o melhor agente? Metanálise Eficácia

Pleurodese - Agente

Shaw P. The Cochrane Library, 2004

TalcoBleomicina

Tetraciclina

Mustina

Drenagem 1,34 (IC95% 1,16 – 1,55)

1

Page 18: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

• SARA (4 casos)

de Campos JRM et al., Lancet 1997.

• 1,3% dos pacientes (série de 614 pts)

de Campos JRM et al., CHEST, 2000.

Pleurodese - AgenteSegurança?

Page 19: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

• Tamanho da partícula de talco

Maskell NA et al., Am J Resp Crit Care Med, 2004.

• Coorte prospectiva multicêntrica incluindo 558 pts• Pacientes com DPM → Pleurodese c/ talco graduado• Incidência de SARA• 0%

Janssen JP et al., Lancet, 2007.

Pleurodese - AgenteSegurança?

Page 20: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

1. Videotoracoscopia

2. Toracotomia

3. Dreno pleural

4. Catéter pleural

5. Opções 1 e 3 têm resultado semelhante

Qual método para administração do talco?

Pleurodese - Método

Page 21: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

1. Videotoracoscopia

2. Toracotomia

3. Dreno pleural

4. Catéter pleural

5. Opções 1 e 3 têm resultados semelhantes

Qual método de administração do talco?

Pleurodese - Método

Page 22: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Instilação de talco por dreno de tórax (DT)

Pleurodese - Administração

Page 23: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Videotoracoscopia com Insuflação de Talco (VT)

Pleurodese – Videotoracoscopia

Page 24: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Videotoracoscopia(VT)

Instilação de Talco(DT)

Sucesso daPleurodese 90,2% – 93,4% 77% – 100%

ComplicaçõesMaiores 2,8% – 12,2% 0% – 17%

Empiema 0% – 4% 0% – 5%

Insuf. Respiratória 0% – 1,3% 0% – 4%

Edema Pulmonar 0% – 2,2% 0%

SobrevidaMédia 6,4 – 6,7 meses 4,9 – 5,7 meses

Junqueira JJ, Terra RM,et al. Rev Med, 2007

Séries de Casos

Page 25: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Qual o melhor método

Estudo Prospectivo Randomizado N= 482 pacientes

Dresler CM, et al. CHEST, 2005

Pleurodese - Administração

DT (%) VT(%) pEleitos 57 64 0,177>90% 56 67 0,045

Pulmão/mama 55 69 0,026>90% 53 72 0,006

Complicações respiratórias (atelectasia, pneumonia e falência respiratória): VT (13,5%) vs. DT (5,6%), p = 0,007.

Page 26: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

10º Pós-operatório

Page 27: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Repetir Videotoracoscopia

2. Toracocentese de Alívio

3. Drenagem Pleural

4. Observação Clínica

5. Drenagem Pleural e Nova Pleurodese

Page 28: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

CONDUTA

1. Repetir Videotoracoscopia

2. Toracocentese de Alívio

3. Drenagem Pleural

4. Observação Clínica

5. Drenagem Pleural e Nova Pleurodese

Page 29: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

7o dia 1o mês 3o mês 6o mês

TC de Tórax TC de Tórax TC de Tórax TC de Tórax

Aspectos Radiológicos pós-pleurodese

• 60 pacientes com DPM recidivante

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

N=30

N=30

Page 30: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Total

Evolução da Expansão Pulmonar (TC Seguimento )

Parcial

7o Dia

Resultados

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

45%

55%

Page 31: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Evolução da Expansão Pulmonar (TC Seguimento )

Inalterada

39.6%

7o Dia 3o Mês

Resultados

Page 32: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Evolução da Expansão Pulmonar (TC Seguimento )

7o Dia

Resultados

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

Page 33: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Evolução da Expansão Pulmonar (TC Seguimento )

Melhora

31%7o Dia 3o Mês

Resultados

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

Page 34: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Falha Radiológica

Recidiva Clínica

Complicações

Expansão Pulmonar Imediata Total (n=27) 8 2 5 Parcial(n=33) 9 7 11

p 0.60 0.15 0.20

Resultados

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

Page 35: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Falha Radiológica

Recidiva Clínica

Complicações

Expansão Pulmonar Imediata Total (n=27) 8 2 5 Parcial(n=33) 9 7 11

p 0.60 0.15 0.20

Resultados

Terra RM, et al. CHEST, 2009 (in press)

Page 36: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

90º Pós-operatório

Page 37: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Métodos Ambulatoriais:• Catéteres de Longa Permanência (PleurX)

• Pleurodese Ambulatorial

Novos Agentes: Iodo e Nitrato

Perspectivas

Page 38: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

PerspectivasDrenagem pleural prolongada em ambiente domiciliar:

- 223 pacientes submetidos a 250 drenagens

- 88,8% de remissão dos sintomas

- 26,8% de complicações

- 42,9% de pleurodese espontânea

- Tempo médio de permanência de 56 dias

Tremblay A. et al., Chest , 2006

Page 39: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

• 45 cateteres (2 bilateral) n = 28

9.3 ± 1 dias

n = 9

n = 17

30 ± 7 dias

n =19

n = 17

Pleurodese Ambulatorial

Terra RM, et al., Chest (Suppl), 2007

Page 40: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

9% 13% 10% 16%

Recidiva: 4 pacientes

(9%) Total

(13%) Vivos após 30d

Recidiva da pleurodese:

(10%) Total

(16%) Vivos após 30d

Terra RM, et al., Chest (Suppl), 2007

Pleurodese Ambulatorial

Page 41: Pleurodese. Quando e Como? Disciplina de Cirurgia Torácica - FMUSP Ricardo M. Terra Grupo de Doenças da Pleura Serviço de Cirurgia Torácica – HCFMUSP.

Ricardo M. Terra

[email protected]