Peter Berger, O Dossel Sagrado - Resumo

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Peter Berger, O Dossel Sagrado Peter Berger, O Dossel Sagrado. Ms. Clemir Fernandes Peter L. Berger foi professor de Sociologia e de Teologia na Universidade de Boston, onde também foi diretor do Institute on Cultere, um centro de pesquisas destinado ao estudo sistemático dos relacionamentos entre o desenvolvimento econômico e a mudança sociocultural em diversas partes do mundo. Sendo também um autor contemporâneo, com diversos livros sobre a sociologia da religião publicados no Brasil. Nascido em Viena no ano de 1929. Em sua obra, O Dossel Sagrado, Berger faz uma análise sobre a Sociologia da Religião baseando-se em três pensamentos de três autores importantes. Berger compartilha com Marx a convicção fundadora de seu pensamento: onde a sociedade é feita por homens que constroem um mundo humano, tal mundo é cultura entendida como totalidade de produtos. Já na semelhança com Durkhein e Weber , Berger quer trazer a religião para o mundo dos homens, como uma forma de realidade para se entenderem e se explicarem a si mesmos no mundo. No primeiro capítulo Berger relata muito uma sociedade com fenômenos dialéticos por ser nada mais um produto humano, que, no entanto, retroage continuamente sobre o seu produtor. E esse processo dialético constitui em três momentos: exteriorização, objetivação e a interiorização. Sendo a exteriorização contínua efusão do ser humano sobre o mundo. A objetivação é a conquista por parte destes produtos em uma atividade física e mental. E por último a interiorização sendo uma reaproximação de uma realidade por parte dos homens transformando-as de estruturas no mundo objetivo em estruturas da consciência subjetiva. O autor relata também nesse capitulo o mundo em que homem vive, sendo imperfeitamente programado pela sua própria construção, sendo modelado pela própria atividade do homem, caracterizado pro uma instabilidade congênita. É pois, a sociedade um produto do homem. Tosa sociedade que continua parada no tempo, tem a dificuldade de passar para as próximas gerações os seus sentidos objetivados. Sendo essa dificuldade atacada por processos pelos

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Peter Berger, O Dossel SagradoPeter Berger,O Dossel Sagrado.Ms. Clemir FernandesPeter L. Berger foi professor de Sociologia e de Teologia na Universidade de Boston, onde tambm foi diretor do Institute on Cultere, um centro de pesquisas destinado ao estudo sistemtico dos relacionamentos entre o desenvolvimento econmico e a mudana sociocultural em diversas partes do mundo. Sendo tambm um autor contemporneo, com diversos livros sobre a sociologia da religio publicados no Brasil. Nascido em Viena no ano de 1929.Em sua obra, O Dossel Sagrado, Berger faz uma anlise sobre a Sociologia da Religio baseando-se em trs pensamentos de trs autores importantes. Berger compartilha com Marx a convico fundadora de seu pensamento: onde a sociedade feita por homens que constroem um mundo humano, tal mundo cultura entendida como totalidade de produtos. J na semelhana com Durkhein e Weber , Berger quer trazer a religio para o mundo dos homens, como uma forma de realidade para se entenderem e se explicarem a si mesmos no mundo.No primeiro captulo Berger relata muito uma sociedade com fenmenos dialticos por ser nada mais um produto humano, que, no entanto, retroage continuamente sobre o seu produtor. E esse processo dialtico constitui em trs momentos: exteriorizao, objetivao e a interiorizao. Sendo a exteriorizao contnua efuso do ser humano sobre o mundo. A objetivao a conquista por parte destes produtos em uma atividade fsica e mental. E por ltimo a interiorizao sendo uma reaproximao de uma realidade por parte dos homens transformando-as de estruturas no mundo objetivo em estruturas da conscincia subjetiva. O autor relata tambm nesse capitulo o mundo em que homem vive, sendo imperfeitamente programado pela sua prpria construo, sendo modelado pela prpria atividade do homem, caracterizado pro uma instabilidade congnita. pois, a sociedade um produto do homem.Tosa sociedade que continua parada no tempo, tem a dificuldade de passar para as prximas geraes os seus sentidos objetivados. Sendo essa dificuldade atacada por processos pelos quais se ensina uma gerao a viver de acordo com os programas institucionais da sociedade.A religio a ousada tentativa de conceber o universo inteiro como humanamente significativo, diz Berger. (p.41)No segundo captulo Berger relata a religio como uma forma de manuteno do mundo. E fala diretamente sobre o processo de legitimao que vm a ser as respostas que o homem procura para comprovar a existncia de determinadas idias. A prpria religio legitima as instituies. Nas civilizaes da sia Oriental as legitimaes mitolgicas se transformam em categorias filosficas e teolgicas de alto nvel de abstrao. O grau de elaborao terica das legitimaes religiosas variar de acordo com mltiplos fatores histricos, mais ao mesmo tempo induziria e grave equivoco tomar em considerao apenas as legitimaes mais sofisticadas. (p. 54)A religio serve para manter a realidade daquele mundo socialmente construdo nas vidas cotidianas dos homens, mantendo a realidade socialmente definida, legitimando as situaes as situaes marginais em termos de uma realidade sagrada de mbito universal, assim o ser humano se identifica com o mundo da sua sociedade.Berger relata tambm que a plausibilidade um pr-requisito que pertencem a mundos religiosos inteiros como a legitimao destinada a mant-los, podendo fazer mais uma diferenciao. A situao agravada quando h uma mudana drstica de sistemas religiosos diferentes, e seus respectivos promotores institucionais entram em competio pluralstica uns com os outros.Para o indivduo, existir no mundo religioso significa existir no contexto social particular no seio do qual aquele mundo pode manter a sua plausibilidade. (p.63) O poder as religio depende, em ultima instancia da credibilidade das bandeiras que coloca nas mos dos homens quando esto diante da morte, ou mais exatamente, caminham, inevitavelmente, para ela.O autor no terceiro captulo retrata o problema de uma teodicia, na sagrada ordem do cosmos sendo repetidas vezes, reafirmada atravs do caos, como uma forma de atitude masoquista. Os ritos de passagens humanas incluem sem duvida experincias felizes e infelizes, e por isso que h um desenvolvimento de uma teodicia implcita, partindo de uma teologia implcita de toda ordem social precede, naturalmente, quaisquer legitimaes, religiosas ou no, servindo, contudo como indispensvel abstrato para o qual mais tarde podero ser construdos os edifcios de legitimao.Antes de tudo a teodicia no provoca a felicidade e proporcionasignificado. A teodicia atravs da transcendncia de si mesmo surge reiteradas vezes no misticismo. Mais adiante o autor relatara os vrios tipos de teodicias em religies diferentes, milenares ou no e at mesmo teodicias bblicas, fazendo um esboo sobre o livro de J sendo uma forma pura de masoquismo religioso.Os mundos que o homem constriesto permanentemente ameaados pelas foras do caos e, finalmente pela realidade inevitvel da morte. A teodicia uma tentativa de se fazer um pacto com a morte. (p.92)No quarto captulo o autor escreve sobre religio e alienao, voltando a falar dos trs pontos relatados anteriormente que foram: exteriorizao, objetivao e interiorizao. Partindo de trs pontos importantes para a alienao que em primeiro lugar, cumpre acentuar que o mundo alienado, com todos os seus aspectos, um fenmeno deconscincia, mais especifica de falsa conscincia. E em segundo como sendo um erro considerar a alienao como um desenvolvimento ulterior da conscincia, uma forma de queda da graa. E em terceiro a alienao sendo um fenmeno completamente diferente da anomia, que causa de uma sert forma uma confuso at hoje sobre esses conceitos por cientistas sociais americanos. Tal alienao pode ser um dos obstculos mais eficientes contra a anomia.Uma vez estabelecida falsa unidade do eu, e enquanto ela permanecer plausvel, provvel que ela seja uma fonte de fora interior. A identidade social como um todo pode ento ser apreendida pelo indivduo como algo sagrado, criado ou querido pelos deuses. Os significados projetados da atividade humana cristalizam-se num gigantesco e misterioso outro mundo, que paira sobre o mundo dos homens como uma realidade alheia. (p.107) O grande paradoxo da alienao religiosa que o prprio processo de desumanizao do mundo sciocultural tem suas razes no desejo fundamental de que a realidade como um todo possa ter um lugar significativo para o homem. E essa alienao tem sido uma preo pago pela conscincia religiosa em sua busca de uma universo humanamente significativo.No quinto capitulo Berger fala sobre o processo de secularizao, como um processo pelo qual setores da sociedade e da cultura so subtrados dominao das instituies e smbolos religiosos. Relatando, o autor, sobre a historia ocidental moderna onde a secularizao manifesta-se na retirada das Igrejas crists de reas que antes estavam em sue controle ou influencia como: a separao da Igreja e Estado..., j na questo dos smbolos pode-se afirmar que a secularizao mais do que um processo sociocultural, podendo ser vista como um fenmeno global das sociedades modernas, no sendosua distribuio uniforme.Nesse mesmo captulo, mais adiante na pgina 124, o autor comea a relatar a diferena entre o protestantismo e o universo catlico comparado a seu adversrio. Onde o protestante j no mais vive em um mundo continuamente penetrado por foras sagradas e sim por uma divindade radicalmente transcendente. E essa radical transcendncia de Deus defronta-se com um universo fechado para o sagrado.As razes de secularizao esto nas mais antigas fontes disponveis de Israel, sustentando o desencantamento do mundo. De uma forma que tudo que ocorre aqui em baixo no plano humano corresponde u l em cima no plano dos deuses, sendo uma continuidade entre o microcosmo humano e o macrocosmo divino, podendo claro ser rompida por causa de faltas cometidas pelos homens.O A.T. postula um Deus que est fora do cosmos. Esse cosmos foi criado por Deus, e eles se defrontam mais no se permeiam. Esse Deus radicalmente transcendente e no se identifica com nenhum fenmeno natural ou humano. No sendo apenas o Criador, mais o nico Deus em existncia, de qualquer forma o nico que contava par Israel, como por exemplo o livro de Gn 1, a historia da criao que incorpora vrios elementos cosmognicos da mitologia mesopotmica, cujo captulo acaba com a criao do homem,como uma ser distinta em alto grau de todas as outras criaturas. Encontramos um Deus transcendente e o homem com um universo inteiramente demitologizado entre eles. Berger fala na pg. 131 sobre os livros do A.T.,suas festa e acontecimentos, girando em torno da histria de uma forma que nenhum outro grande livro religioso do mundo faz, inclusive o N.T..No captulo VI, Berger falar sobre a secularizao e o problema da plausibilidade, pode ser considerado tambm uma crise de credibilidade sendo uma das formas mais evidentes do efeito da secularizao para o homem comum. Sendo uma tima oportunidade para se mostrar em concreto a relao dialtica entre a religio e sua infra-estrutura, que j havia sido desenvolvida teoricamente. O palco original da secularizao, indicado anteriormente foi rea econmica, formados por pelos processos capitalistas e industriais. Agora o autor cita que por outro lado a secularizao est se formando em reas como o Estado e a famlia, nas pginas 142 e 143 Berger d exemplos disso.A religio continuar a ter um potencial de realidade considervel, continuando a ser relevante em termos de motivos e auto-interpretaes de pessoas nessa esfera da atividade social cotidiana. Por outro lado essa religiosidade limita-se a domnios especficos da vida social que podem ser efetivamente segregados dos setores secularizados da sociedade moderna, esses valores que dizem respeito religiosidade privada, que so irrelevantes em contextos institucionais diferentes em esfera privada.Durante a maior parte da historia humana, os estabelecimentos religiosos existiram como monoplios na sociedade, monoplios de legitimao ltima de vida individual e coletiva. Berger cita a grande crise do hindusmo na ndia, quando conquistada por estrangeiros que no podiam ser tratados da mesma maneira. E ainda assim, sobre o domnio de muulmanos e cristos, a sociedade hindu conseguiu, por um longo tempo, continuar a usar os mtodos tradicionais e fechar-se sobre si mesma e evitar que a conquista se seguisse a desintegrao interior. Somente com a modernizao da ndia recentemente que foi possvel observar o surgimento de um genuno pluralismo, expresso politicamente pela definio da ndia independente do Estado secular. No Ocidente ao contrario do hindusmo, a cristandade empregou livremente a violncia militar contra os infiis, tanto externos quanto internos.Berger nos informa que hoje os grupos religiosos so competitivas agencias de mercado, se organizando de forma a conquistar uma populao de consumidores em competio com outros grupos que tem o mesmo propsito, com a presso de se obter resultados numa situao competitiva acarretando uma racionalizao das estruturas scio-religiosas. A seguir o autor far um amplo comentrio sobre esse mercado religioso e seus fregueses, dizendo que qualquer mudana drstica desse padro de crescimento religioso levaria inevitavelmente a srios distrbios na economia de muitas denominaes.No stimo e ltimo captulo, Berger fala sobre a secularizao e o problema da legitimao, e cita a crise da teologia na situao religiosa contempornea baseando-se numa crise de plausibilidade que precede qualquer teoria. A medida que a secularizao e o pluralismo so atualmente fenmenos de mbito mundial, da mesma forma a crise da teologia adquire essa amplitude. Berger faz um comentrio sobre a IGM e a IIGM, onde a IGM sendo um choque para o mundo e os horrores da IIGM, onde nas duas Guerras houve uma desintegrao do pr-domnio do liberalismo protestante, e suas vrias formas de ortodoxia.No basta o que a religio possa ser, alm disso, ela um universo de significado construdo pelo homem, e essa construo feita por meios lingsticos. Sendo assim a religio implica na busca pelo homem de um mundo que esteja relacionado com ele. A religio um fator fundamental para compreender a sociologia, Durkheim diz que estudar religio uma forma de se compreender o mundo. Todas as tradies religiosas tm sua escatologia, de final feliz.Marx nos informa que a religio um fator de libertao, dizendo que: o mundo onde estou no me d esperana, o que me d esperana de uma nova vida a religio. A religio proporciona o prazer, o bem estar. Marx diz que a religio faz critica da sociedade, mais ela estrutura o mundo, e tambm resultado desse mundo.Berger nesse livro diz que outros grupos que regem a sociedade, influenciado diretamente partir de experincias religiosas, como: a famlia, os costumes, educao, trabalho, lazer, esportes, e o prprio Estado... um mundo estruturado pelo sagrado e profano, com regras em primeiro lugar, e o possvel estabelecimento da Paz, da Ordem. Regras essas muitas vezes estabelecidas para os mais fracos. Onde as instituies foram criadas para aliviar o indivduo de reinventar o mundo a cada dia e ter que se orientar dentro dele as instituies criam programas para a execuo da interao social e para a realizao de currculos de vida.