Elementos sistemáticos: religião e construção do mundo - Peter Berger

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O DOSSEL SAGRADO – PETER BERGER SOBRE PETER BERGER “sociólogo da religião, autor de vários outros livros além do citado, nesta área de estudos, embora um tanto discriminado pela intelectualidade brasileira, antes por motivos ideológicos – é protestante, liberal e foi assessor para assuntos religiosos do ex-presidente Nixon – que propriamente acadêmicos. Vai além da proposta de Bourdieu porque não se limitou a rever as teorias clássicas da religião, como este, mas aplicou sua teoria na análise empírica, no caso das religiões norteamericanas

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Apresentação da parte I do livro "O Dossel Sagrado" de Peter L. Berger

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O DOSSEL SAGRADO – PETER BERGER

SOBRE PETER BERGER

“sociólogo da religião, autor de vários outros livros além do citado, nesta área de estudos, embora um tanto discriminado pela intelectualidadebrasileira, antes por motivos ideológicos – é protestante, liberal e foi assessor para assuntos religiosos do ex-presidente Nixon – que propriamente acadêmicos. Vai além da proposta de Bourdieuporque não se limitou a rever as teorias clássicasda religião, como este, mas aplicou sua teoriana análise empírica, no caso das religiões norteamericanas contemporâneas.” (Negrão, 2005)

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“Se não se pode aceitar uma continuidade necessária entre religião e capital (pelo menos como lei geral e inevitável), não há dúvida de que no mundo americano – que Berger “reflete” – esta continuidade existe. Baste-nos a referência ao estudo acurado de Herberg que vê o protestantismo, o catolicismo e o judaísmo como três variantes da mesma religião, o “american way of life”. De resto, se Marx já tinha decifrado o caráter religioso da mercadoria, a seu modo, Berger decifra o CARÁTER MERCANTIL da RELIGIÃO!”(Benedetti, Introdução, p.7)

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Prefácio

• “Perspectiva teórica geral derivada da sociologia do conhecimento ao fenômeno da religião”, em duas partes: sistemática e histórica.

• Não é uma “sociologia da religião” – não trata da relação entre religião e outras instituições da sociedade, as formas de institucionalização religiosa, os tipos de liderança religiosa...

• “Levar à derradeira consequência sociológica uma compreensão da religião como produto histórico.” (p.10)

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Parte IElementos Sistemáticos: Religião e

Construção do Mundo.

• Destaque ao lugar da religião na construção humana do mundo. (fenomenológico, ontológico omitido)

• Sociedade – indivíduo – pessoa: “O homem não pode existir independentemente da sociedade.”(p.15). A História tanto precede uma biografia individual quanto sucede, sobrevive.

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• A sociedade é produto do homem, o homem é produto da sociedade: é necessário reconhecer seu caráter dialético para compreendê-la em termos adequados à sua realidade empírica. Implícito pressuposto da antropologia marxista - Realidade empírica como produto coletivo

• Dialética do social – síntese teórica das abordagens sociológicas • Weber: realidade social continuamente

constituída por significação humana. Fundamento subjetivo.

• Durkheim: social contrastante com individual – sua facticidade objetiva – privacidade/publicidade.

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• Processo dialético fundamental: três momentos ou passos que devem ser entendidos conjuntamente.

• Exteriorização• Objetivação• Interiorização

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• Exteriorização

• Necessidade antropológica (Essencialista – Hegel e Marx, Scheler) + Fundamentação biológica (Gehlen)

• “Tornar-se homem” – interação da criança com um ambiente exterior ao seu organismo que é mundo físico e mundo humano para desenvolver personalidade e assimilar cultura.

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• “Existe um mundo de camundongos, um mundo de cães, um mundo de cavalos, e assim por diante[...] Não há um mundo do homem no sentido acima. O mundo do homem é imperfeitamente programado pela sua própria constituição. É um mundo aberto” (p.18)

valores progressistas e iluministas

• “O homem não só produz um mundo como também se produz a si mesmo. Mais precisamente – ele se produz a si mesmo num mundo. Só nesse mundo estabelece-se e realiza a sua vida.”

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• CulturaTotalidade dos produtos do homem,

diversos em seus simbolismos culturais (visão antropológica cultural americana). Toda efusão cotidiana do ser humano sobre o mundo, contínua na atividade física e mental.

Homo sapiens – animal social.“Embora seja possível, talvez com intuitos heurísticos, analisar a relação do homem com o seu mundo em termos puramente individuais, a realidade empírica da construção humana do mundo é sempre social.”

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Exteriorização...Objetivação

• Socialização – a participação individual numa cultura não só acontece neste processo social , mas também a continuação da existência cultural depende da manutenção de dispositivos sociais específicos.

• “A sociedade estrutura, distribui e coordena as atividades de construção do mundo desenvolvidas pelos homens. E só na sociedade os produtos dessas atividades podem durar” (p.21)

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• Compreensão sociológica humanizante

“Em si mesmo não há nada de errado em falar o sociólogo de instituições, estruturas, funções, padrões etc. O mal vem só quando ele as concebe, como o homem comum, como entidades existentes entre si e por si mesmas, desvinculadas da atividade e produção humanas. [...] A compreensão sociológica deve ser humanizante, isto é, deve referir as configurações ilusórias da estrutura social aos seres humanos que a as criaram.” (p.21).

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• Ratifica grau de distinção do homem criador e do que foi por ele produzido, derivado – confronto entre o criador e a facticidade que lhe é exterior, presente no conceito de objetivação.

• Objetivação: quando os produtos da atividade humana conquistam uma realidade que se defronta inclusive com os seus produtores originais.

• Produtos culturais do homem: materiais e não materiais. Impõem sua lógica aos que deles se utilizam, embora possa não lhes ser agradável, não pretendida, não prevista.

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• “O homem produz valores e verifica que se sente culpado quando os transgride. [...] Pode também acontecer, naturalmente, que o homem se afogue nas ondas que ele próprio produziu.”(p.23)

• Status de objetividade da cultura em dois sentidos: ela está lá - à disposição de qualquer um.

• O indivíduo pode sonhar, ter devaneios sociológicos – que enquanto ficam presos à consciência individual e não reconhecidos pelos outros como possibilidades empíricas, só existirão como fantasmagorias irreais.

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• Em contraste, as instituições são reais por sua realidade objetiva, por mais que o indivíduo as odeie. “Estar na cultura significa compartilhar com outros de um mundo particular de objetividades.” (p.24)

• “Nas suas mais poderosas apoteoses (um termo propositadamente escolhido, como adiante veremos) a sociedade pode até destruir o indivíduo”(p.24)

• Objetividade coercitiva: “por na linha” os indivíduos ou grupos recalcitrantes. Pressupõe existir na totalidade das instituições, inclusive daquelas que foram fundadas em consenso.

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• “A sociedade está diante do homem como facticidade externa, subjetivamente opaca e coercitiva.”(p.24)

• Coercitividade fundamental da sociedade está não nos mecanismos de controle social, mas sim no seu poder de se constituir e se impor como realidade.• Caso paradigmático da linguagem: produto

humano da inventividade, da imaginação e até do capricho do homem.

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• Linguagem: regras objetivas, precisam ser aprendidas, não podem ser modificadas, mas reconhecidas. Penalidades para transgressões, constrangimento social. “... um universo pronto e coletivamente reconhecido de discurso, no âmbito do qual os indivíduos podem entender-se uns com os outros e a si mesmos” (p.26)

• Biografia do indivíduo só podem existir porque antes porque existem as interpretações oficiais da existência individual – nome, dependencia legal, cidadania, estado civil, ocupação – a sociedade pode conferir realidade ao sujeito.

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• Papeis na família como institucionalização da sexualidade humana experimentada e apreendida como uma realidade objetiva. (p.26)

• “Desempenhando esse papeis, o indivíduo vem a representar as objetividades institucionais de um modo que é apreendido, por ele e pelos outros, como desvinculado dos “meros” acidentes da sua existência individual.”(p.27) – cita Mead e Durkheim.

• Conservação de uma “verdadeira identidade pessoal”, consciência de si mesmo distinto do papel- máscara ao ator.

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• “A sociedade não só contem um conjunto disponível de instituições e papeis, mas um repertório de identidades dotadas do mesmo status de realidade objetiva.” (p.27)

• Não se espera somente o representar mas o ser.

• Recesso da consciência do homem, defrontando-se consigo mesmo em figuras que são geralmente disponíveis como elementos objetivos do mundo social. Diálogo interno com as objetivações de si mesmo, que possibilita, em primeiro lugar, a socialização.

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• Interiorização – reabsorção na consciência do mundo objetivado, de modo que as estruturas deste mundo vêm a determinar as estruturas subjetivas da própria consciência. Diferente do mundo das objetivações sociais, produzido pela exteriorização da consciência, que enfrenta a consciência como facticidade externa. (p.28)

• Problema enfrentado pela sociedade – transmitir os seus sentidos objetivados e fazer viver de acordo com seus programas institucionais e tarefas estabelecidas – aceitação de papeis e identidades.

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• Os processos que interiorizam o mundo socialmente objetivado são os mesmos processos que interiorizam as identidades socialmente conferidas. Ex.: militar, acadêmico, sacerdócio, familiar

• Realidade conferida pela conversação: “É possível resumir a formação dialética da identidade da afirmação de que o indivíduo se torna aquilo que os outros o consideram quando tratam ele” (p.29)

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• Manutenção da continuidade – conversação com quem é significativo. Um dos mais importantes imperativos da ordem social.

• Facticidade: objetiva do mundo social e subjetiva.

• O indivíduo se apropria da realidade das instituições juntamente com os seus papeis e sua identidade. Papeis se igualam à própria identidade.

• Introspecção como método viável para a descoberta de significados institucionais – depois de uma socialização bem sucedida.

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• Participação – Apropriação – co-produção: a negação entra na dialética como fator formativo do mundo e do individuo.

• Mundo socialmente construído é acima de tudo, uma ordenação significativa da experiência: Sociedade nomizante. “A ordenação da experiência é própria a toda espécie de interação social” (p.32).

• “O ato nominante original é dizer que um item é isto e, portanto, não aquilo.[...] visa uma ordem compreensiva de todos os itens que possam ser objetivados, um nomos totalizante.”(p.33)

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• “O nomos objetivo é interiorizado no decurso da socialização” (p.34) – apropriação, sentido

• ruptura do sujeito com a sociedade implicaria em estados de anomia coletivos e individuais. Ordem fundamental para o sujeito “dar sentido” à sua vida e reconhecer a própria identidade.

• “O nomos socialmente estabelecido pode, assim, ser entendido, talvez no seu aspecto mais importante, como um escudo contra o terror.” (p.35) O terror da ruptura com a sociedade.

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• Tensões psicológicas que se fundam no fato antropológico da sociedade: “A anomia é intolerável até o ponto em que o indivíduo pode lhe preferir a morte.” (p.35)

• Sacrifício e sofrimento na busca de um mundo nômico. Comparável a “angústia epistemológica” de Pondé.

• Podem surgir neuroses ou psicoses sobre a fragilidade e possível fraude imposta pela “normalidade”

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• “inata precariedade de todos os mundos sociais”:

Possibilidade da sociedade ruir pelo nomos. O caos embora poderoso e de estranha força, deve ser mantido em cheque a todo custo. A “orientação para a realidade” é fundamental e oficialmente estabelecida.

• “Não basta que o indivíduo considere os sentidos-chave da ordem social como úteis, desejáveis ou corretos. É muito melhor (em termos de estabilidade social) que ele os considere como inevitáveis, como parte e parcela da universal “natureza das coisas”.(p.37) – ex. pânico homossexual – culpa e terror.

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• Nomos e cosmos aparecem como co-extensivos quando o nomos socialmente estabelecido atinge a qualidade de ser aceito como expressão da EVIDÊNCIA, quando ocorre a

Fusão do seu sentido com os que são considerados os sentidos

fundamentais inerentes ao universo.

• Cosmos sagrado – empreendimento da religião.

• “salta para fora” das rotinas normais do dia-a-dia.

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• Sagrado e profano – dicotomização da realidade é intrínseca a especulação religiosa (p.39).

• Cosmos sagrado enfrenta o caos como seu terrível contrário

• “Caos” – “voragem”• “Religião” – latim ter cuidado.

• Toda cosmificação, convalidado nos nomoi humanos, não precisa ser sagrada. Mas pode-se afirmar com segurança que TODA cosmificação teve um caráter sagrado. Sendo a existência humana como exteriorizante, através do sagrado foi possível ao homem conceber um cosmos em primeiro lugar. (Berger usa Eliade, p.41))

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BERGER, Peter. (2001), “A dessecularização do mundo: uma visão global”.

[...] uma subcultura internacional composta por pessoas de educação superior no modelo ocidental, em particular no campo das humanidades e das ciências sociais, que é de fato secularizada. Essa subcultura é o vetor principal de crenças e valores progressistas e iluministas. Embora sejam relativamente pouco numerosos, são muito influentes, pois controlam as instituições que definem “oficialmente” a realidade, principalmente o sistema educacional, os meios de comunicação de massa e os níveis mais altos do sistema legal (2001, pp.16-17).

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“Berger entende a religião como uma forma de atribuição de significado à vida natural e social que exerce função nomizadora. Na ausência de instintos sociais, ordem significativa, por ele designada pela palavra “nomos”, extensão do cosmos sagrado e absoluto, fora do qual existe apenas o caos, os terrores da anomia. Quando se dá por estabelecido o nomos como próprio da “natureza das coisas”, entendido cosmológica ou antropologicamente, se lhe dota de uma estabilidade que deriva de fontes mais poderosas do que os esforços históricos dos seres humanos. É este o ponto em que a religião entra significativamente em nossa exposição.

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... A religião é a empresa humana mediante a qual se estabelece um cosmos sagrado. Para dizê-lo de outra maneira, a religião é a cosmicização de um modo sagrado (1971, p. 40, trad. Negrão).”

“Mas a religião é também uma forma de alienação,pois por meio dela a sociedade oculta seu caráter de construção humana. Como tal, sua ordem é relativa e precária, uma vez que pode ser transformada por um ato de vontade ou decisão. Reconhecer-se como produto humano não permitiria que fosse legitimada e aceita pelas novas gerações. Daí a ocultação, necessária à sua reprodução ordenada no tempo, obtida através da remissão a um cosmos sagrado....

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... A religião, na medida em que produz a perda da consciência de que o mundo humano é um mundo socialmente criado e mantido, constitui-se no agente privilegiado da falsa consciência e da alienação. Embora use estes últimos termos, sua análise nada temde marxista, pois o que se oculta não é a dominaçãode classe, mas o caráter social da construçãoda sociedade. Esta é vista por Berger comouma totalidade indivisa, cuja transmissão se dáentre gerações. A questão em pauta é a da ordem,de sua transmissão e manutenção. Mais próximade Durkheim que de Marx ou mesmo de Weber.” (Negrão, “Nem jardim encantado, NEM “CLUBE DOS INTELECTUAIS DESENCANTADOS”