Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

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E STRADA C ONSULTORIA Cenário mais provável Cenário pessimista Cenário otimista Julho 2009 Atualização Cenários para atividade cafeeira Trajetória e alternativas visando a cafeicultura brasileira Engº José Eduardo Reis Leão Teixeira Agradecimento especial: Ao pesquisador do IEA/SAA-SP- Engº Celso Luis Rodrigues Vegro, por seus comentários e verificações . V ARGINHA , MG, B RASIL

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Análises técnicas sobre o comportamento internacional de café e seus reflexos na atividade brasileira de arábica

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ESTRADA CONSULTORIA

Cenário mais provável Cenário pessimista Cenário otimista Julho 2009 Atualização

Cenários para atividade cafeeira

Trajetória e alternativas visando a cafeicultura brasileira

Engº José Eduardo Reis Leão Teixeira

Agradecimento especial:

Ao pesquisador do IEA/SAA-SP- Engº Celso Luis Rodrigues Vegro, por seus comentários e verificações .

VARG I NH A , MG, BRA S I L

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2

Relatório - Cenário mundial cafeeiro: Trajetória e alternativas visando a cafeicultura brasileira.

Sumário

1. Introdução – Página 3

2. Cenário Mais Provável – Página 5

2.1. Produção – Página 5

2.2. Consumo – Página 10

2.3. Preços – Página 12

2.4. Estoques – Página 17

2.5. Variação cambial – Página 20

2.6. Custos – Página 20

2.7. Conclusão ao Cenário Mais Provável - Página 21

3. Cenário Pessimista – Página 22

4. Cenário Otimista – Página 25

5. Proposições – Página 26

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Introdução

JOSÉ EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA é graduado em Engenharia Civil pela UCMG (BH), com especialização em Engenharia de Transportes pela Escola de Engenharia Kennedy (BH), em 1982.

Vivência em obras prediais e de construção pesada em diversas construtoras de porte médio a grande.

Orçamentista, com participação em concorrências para grandes obras no Brasil e exterior.

Sócio-gerente das propriedades agrícolas da família no sul de Minas, tendo como atividades café, leite, corte e grãos, até 2000.

Atualmente, como sócio-gerente da Siscafé Tec. e comércio Ltda e Estrada consultoria, esta última especializada em planejamentos estratégicos e operacionais voltados à cafeicultura e agricultura.

Colunista e articulista, de diversos jornais, além de revistas especializadas, na área agrícola, com mais de 200 artigos publicados explorando o tema sobre gestão e planejamento.

Co-autor de livro “Planejamento e Gestão da Atividade Cafeeira“, em publicação pela Editora UFLA, com lançamento previsto em agosto/2009.

Este estudo foi elaborado utilizando ferramentas estatísticas, apresentadas em análise tabular

seguidas de análises descritivas.

Devido às constantes divergências existentes entre as principais fontes de informações (interna e

externa), análises complementares são ainda necessárias, por meio da realização de cálculos

adicionais como os desvios padrões e as probabilidades. Portanto, os dados apresentados neste

estudo, apesar de cientificamente trabalhados, podem conter fatores de imprecisão decorrente da

mistura de fontes empregada nas tabulações realizadas, sendo que para minimizar esta imprecisão

foram utilizadas metodologias diversas no sentido de se criar convergências entre os mesmos.

Somente após a obtenção das identidades é que os dados foram ratificados e analisados.

O estudo inicial a este trabalho durou cerca de dois anos, concluído em 1998, e foi elaborado no

sentido de atender às perspectivas e necessidades para tomadas de decisões referentes à atividade

produtiva cafeeira em propriedades de minha família.

A metodologia aplicada a este estudo utiliza-se dos padrões estatísticos cientificamente

comprovados e sendo amplamente utilizados, porém, agregados ao conhecimento e experiência em

trabalhos desta natureza.

Este estudo contém informações a partir de 1901. Desta forma, compreende períodos críticos

como as guerras mundiais, entre outras; grandes recessões internacionais, como a ocorrida em 1929,

assim como a atual; além de inúmeras outras ameaças e oportunidades externas, citando a

concorrência produtiva de outros países e o aumento pelo consumo, entre outros fatos.

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4

Este estudo e sua publicação têm por finalidade atender a uma contribuição a esta atividade tão

carente de informações e principalmente por indicadores que facilitem as rotinas de planejamento e

comercialização.

Não será tarefa fácil redirecionar a trajetória desta atividade, atualmente em curso de extinção,

necessitando de uma reengenharia total e precisa nos modelos praticados, para assim criar as

condições de sobrevivência e competitividade.

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2 - Cenário Mais Provável

2.1 - Produção

O gráfico abaixo apresenta as médias de produção mundial, entre os intervalos definidos.

Média últimos 04 anos Média dos últimos

03 anos Média dos últimos 02 anos

122.653.250

126.760.000

125.187.500

Médias por períodos

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6

14,20%

20,83%

24,81%

13,75%

21,60%

3,28%

15,45%

79,40%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%

Últimos 10 anos

Últimos 08 anos

Últimos 06 anos

Últimos 05 anos

Últimos 04 anos

Últimos 03 anos

Últimos 02 anos

1975 a 2008

Crescimento da produção mundial

O crescimento médio da produção mundial no intervalo de 1975-2008 indica 2,40% ao ano.

15,45%

-10,50%

17,70%

-6,09%

9,72%

-15,39%

14,42%

-20,00% -15,00% -10,00% -5,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Var. 2008/09-2007/08

Var. 2007/08-2007/06

Var. 2007/06-2006/05

Var. 2006/05-2005/04

Var. 2005/04-2004/03

Var. 2004/03-2003/02

Var. 2003/02-2002/01

Variação bianual da produção

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A média entre as variações apresenta crescimento mundial de 0,70%.

Considerando apenas a produção brasileira, a média de crescimento é de 1,14% ao ano, se

considerarmos a variação entre a última produção em relação a 1975, possuindo alavancagem

expressiva pela expansão do robusta capixaba, rondoense e baiano.

No período compreendido entre as colheitas de 2002 a 2008 a média de retração na produção

brasileira referente aos anos de baixa produção foi de 25,90%.

Conclusão com projeção:

Considerando também:

A ultima produção brasileira em 46,5 milhões de sacas;

A ultima produção mundial em 134,163 milhões de sacas;

O comportamento de crescimento e retração da produção mundial, estratificado pelos países

produtores e analisado através de intervalos de tempo segmentados;

1-a) A próxima safra brasileira, 2009/2010, deverá ser de 46,5 milhões de sacas – 25,90% =

34,50 milhões de sacas. Considerndo a última projeção da Conab, criaremos o intervalo

produtivo, que passa a ser entre 34,4 - 38,5 milhões de sacas.

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8

1-b) A próxima safra mundial, 2009/2010, deverá ser de 134.163.000 sacas + 0,70%

(crescimento médio bianual) – 12.044.000 sacas (retração sobre a produção brasileira

projetada para 2009/2010 em relação a 2008/2009) = 122,12 milhões de sacas.

Ampliando esta produção ao intervalo referido anteriormente, teremos:

122,12 – 126, 12 milhões de sacas.

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9

O comportamento de produção dos demais países que possuem expressividade indica

estabilidade, conforme gráficos

abaixo.

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10

2.2- Consumo

60,000

70,000

80,000

90,000

100,000

110,000

1968

/69

1969

/70

1970

/71

1971

/72

1972

/73

1973

/74

1974

/75

1975

/76

1976

/77

1977

/78

1978

/79

1979

/80

1980

/81

1981

/82

1982

/83

1983

/84

1984

/85

1985

/86

1986

/87

1987

/88

1988

/89

1989

/90

1990

/91

1991

/92

1992

/93

1993

/94

1994

/95Q

ua

ntit

ativ

os

(milh

õe

s d

e s

aca

s)

Consumo mundial 1968/69 a 1994/95

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11

90,00

92,00

94,00

96,00

98,00

100,00

102,00

104,00

106,00

108,00

1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00

Qu

an

tita

tivo

s (M

ilhõ

es

de

sa

cas)

Consumo mundial de 1995/96 a 1999/00

105,40 108,04 110,74 113,50 116,34 119,25 122,23 125,29 128,42 131,63

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10

Qu

anti

tati

vos

(milh

õe

s d

e s

acas

)

Consumo mundial

A partir de 2000/2001, considerando o crescimento anual médio em 2,5% ao ano, atualmente

( 2008/2009), o consumo situa-se em 128,42 milhões de sacas e para 2009/1010 a projeção poderá

ser de 131,63 milhões de sacas.

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2.3 - Preços

Os preços informados referem-se a valores médios recebidos pelo cafeicultor, no Brasil.

A formação dos preços é diretamente ligada a produção, consumo e estoques, mas não

apenas! A análise fundamentalista praticamente ficou sem sustentação nos últimos quatro anos da

chamada opulência financeira.

A produção mundial ficará abaixo do consumo, porém, devemos observar que existe um

estoque mundial. Estima-se o consumo mundial atual em 128,42 milhões de sacas, contra a

produção projetada 2009/2010 entre 122,12 – 126,12 milhões, conforme análise anterior.

Este consumo, diante da atual crise mundial, poderá ter retração de até 2,5%, bem como

poderá seguir a média de crescimento, portanto, deverá se comportar no intervalo entre 125,20 –

131,63 milhões de sacas.

O crescimento médio anual de consumo (2,50%) está ligeiramente superior ao crescimento

produtivo mundial (2,40%).

$-

$20,00

$40,00

$60,00

$80,00

$100,00

$120,00

$140,00

$160,00

19

99

/00

20

00

/01

20

01

/02

20

02

/03

20

03

/04

20

04

/05

20

05

/06

20

06

/07

20

07

/08

Preços médios de 2000 a 2008

Observem no gráfico acima o comportamento dos preços médios no intervalo de 4 anos entre

2000/01-2003/04, os quais indicam preços abaixo da média, assim como consecutivamente no

intervalo de 4 anos entre 2004/05 a 2007/08 indicam preços acima da média.

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13

$-

$20,00

$40,00

$60,00

$80,00

$100,00

$120,00

$140,00

$160,00

$180,00

$200,00

1989/90 1990/91 1991/92 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99

Preços médios de 1990 a 1999

Da mesma forma ao exposto anteriormente, observem o mesmo comportamento aos preços

médios no intervalo de 4 anos entre 1989/90 a 1992/93, bem como ao intervalo de 4 anos entre

1993/94 a 1996/97.

$0,00

$50,00

$100,00

$150,00

$200,00

$250,00

19

79

/80

19

80

/81

19

81

/82

19

82

/83

19

83

/84

19

84

/85

19

85

/86

19

86

/87

19

87

/88

19

88

/89

19

89

/90

19

90

/91

19

91

/92

19

92

/93

19

93

/94

19

94

/95

19

95

/96

19

96

/97

19

97

/98

19

98

/99

19

99

/00

20

00

/01

20

01

/02

20

02

/03

20

03

/04

20

04

/05

20

05

/06

20

06

/07

20

07

/08

20

08

/09

Preços médios anuais de 1979/80 a 2008/09

O gráfico acima indica o comportamento das médias anuais nos últimos 30 anos, mostrando

que a duração do intervalo com preços abaixo de $100,00 é pronunciada e que os preços acima deste

Page 14: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

14

patamar tiveram picos de extrema e efêmera intensidade, recuando da mesma forma ao valor de

equilíbrio. A média neste período situa-se em $101,22.

Os três gráficos imediatamente abaixo apresentam claramente a visão de como comportaram

os preços médios pagos ao produtor, no intervalo entre jan/79 a dez/2008, mensalmente. Nestes, o

diferencial está no intervalo dos preços, apresentado entre $40,00, $50,00 e $150,00 respectivamente.

Assim, pode-se observar o histórico, bem como as tendências.

No último destes, observa-se sem necessitar empregar fórmulas estatísticas a mínima probabilidade

de ocorrência de preços remuneradores dentro da média de produtividade brasileira para a safra

passada (2008/2009), bem como à próxima. Isto significa que ocorrência de preços acima dos

$150,00 está sem visibilidade ao curto e médio prazo. Considerando as conseqüências da atual crise

econômica mundial, bem como os estoques existentes, esta afirmativa é reforçada.

jan

fev

mar

abril

mai

jun

jul.

ago

set

out

nov

dez

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Comportamento mensal dos preços café de 1979 a 2008

$360,00-$400,00 $320,00-$360,00 $280,00-$320,00 $240,00-$280,00 $200,00-$240,00

$160,00-$200,00 $120,00-$160,00 $80,00-$120,00 $40,00-$80,00 $0,00-$40,00

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15

jan

fev

mar

abril

mai

jun

jul.

ago

set

out

nov

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1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Comportamento mensal dos preços café de jan/79 a dez/2008

$0,00-$50,00 $50,00-$100,00 $100,00-$150,00 $150,00-$200,00

$200,00-$250,00 $250,00-$300,00 $300,00-$350,00 $350,00-$400,00

jan

fev

mar

abril

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jun

jul.

ago

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nov

dez

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Comportamento mensal dos preços café de 1979 a 2008

$300,00-$450,00 $150,00-$300,00 $0,00-$150,00

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16

0

20

40

60

80

100

120

Preço medio entre 1990-1999

Preço médio entre 2000-2008

Preço médio de 79 a 2008

$113,72

$88,74$101,22

Preços médios

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17

2.4 - Estoques

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

19

68

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19

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19

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19

90

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19

91

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19

92

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19

93

/94

19

94

/95

Comparativo entre estoques do USDA e outras fontes no período registrado no eixo do gráf ico

Total Estoque USDA Total Estoque (outras fontes)

O gráfico acima fora elaborado com informações de variadas fontes e tratadas

estatisticamente, porém, com seus dados apresentados de 1968/69 até o ano 1994/1995, para assim

comparar e verificar as similaridades com os dados do USDA no mesmo período. Observem a

sobreposição entre as duas linhas, apresentando apenas um intervalo onde estas não ocorrem, porém,

sobrepondo-se novamente em 1994/95. No intervalo de 08 anos, onde não há sobreposição ocorre

comportamento de variação idêntica. O ponto coincidente aponta estoques em 40,0 milhões de sacas.

Desta forma iremos partir deste ponto coincidente (1994/1995) para as análises

seguintes.

O período compreendido entre 1995/1996 a 1999/2000, imediatamente seguinte ao ponto de

coincidência apresentado acima, foi considerado e analisado isoladamente, através de interpolação e

considerado pelas informações entre produções e consumo. Neste, o consumo supera a produção em

26,0 milhões de sacas, portanto, com média de crescimento negativa quanto a produção, tendo sido a

razão da interpolação.

O gráfico abaixo ilustra esta situação.

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18

78,7089,40

97,60108,90 106,80

96,00101,60 101,10 103,20 105,50

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00

Qua

ntit

ativ

os (m

ilhõe

s de

sac

as)

Produção X Consumo mundial 1995/06 a 1999/00

Total da Produção Total do consumo

Após a conclusão desta análise, para efeito de verificar ocorrência de erro ou falha, foram

elaboradas outras duas avaliações com metodologias diferenciadas e utilizando fontes do USDA,

F.O. Licht e OIC, sendo que o resultado convergiu para os mesmos 26,0 milhões de sacas apontados.

Os dois gráficos abaixo, apresentados em intervalos distintos e consecutivos retratam e

atestam a afirmativa feita acima.

70,00

80,00

90,00

100,00

110,00

120,00

130,00

1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00

Qu

anti

tati

vos

(milh

õe

s d

e s

acas

)

Comparativo para determinar estoques mundiais

Prod. USDA Total da Produção Total do consumo Consumo USDA

O próximo gráfico, dentro desta análise, fora segmentado ao intervalo 2000/01- 2005/06,

apresentando identidade absoluta na média dos somatórios das produções deste estudo em

comparação ao USDA e F.O. Licht, portanto, conferindo precisão ao estudo realizado.

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19

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06

Prod. F.O. Licht

Prod. USDA

Produção ( estudo)

Consumo (estudo)

Consumo USDA

O gráfico abaixo, considerado no período seguinte ao anteriormente analisado, compreendido

entre 2000/01 a 2008/2009, apresenta os dados do consumo através do crescimento pela média de

2,5% ao ano, apontando acréscimo de 19,70 milhões de sacas na produção.

Portanto, os estoques no atual ano safra (2008/2009) estão em 33,7 milhões de sacas.

.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09

Qu

an

tita

tivo

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es

de

sa

cas)

Produção X Consumo mundial

Total da Produção Total do consumo

Observações comparativas:

Em final de 2006, a OIC emitiu um relatório apontando que os estoques mundiais estariam

entre 35-37milhões de sacas.

A estimativa calculada se refere ao ano safra 2006/07, sendo que após este período foram

produzidas duas safras mundiais, em 2007/08 e 2008/09. A diferença entre a produção e o consumo

Page 20: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

20

neste intervalo de duas safras indica que o consumo superou a produção em 3,33 milhões de sacas.

Assim, os atuais estoques anunciados pela OIC estariam entre 31,67-33,67 milhões de sacas,

comprovando o rigor deste estudo, onde aponta 33,70 milhões de sacas.

Este estoque, apesar de reduzido, se comparado a outros períodos, é significante e deve ser eliminado

no sentido estratégico da linha de produção quanto a obtenção de preços remuneradores.

2.5 - Variação cambial

O gráfico anterior mostra e comprova que o valor atual do dólar frente ao real encontra-se no

patamar de equilíbrio, ou seja, onde deveria ter estado há anos. Pelas análises verifica-se que a média

de jan/2004 a jan/2009 é de $1,00=R$2,26.

2.6 - Custos produtivos

A produtividade média brasileira para a próxima safra deverá ser de 17,5 sacas/hectare.

Para o café arábica, nesta produtividade quer seja manual ou mecanizada, os custos

produtivos médios estarão segura e expressivamente acima dos valores calculados pela Conab e

estabelecidos pelo governo como referência ao Preço Mínimo de Garantia.

Sob este aspecto deverão ser concentradas as atenções de planejamentos estratégicos em restabelecer

o necessário e fundamental preço remuneratório.

Neste tópico torna-se importante uma observação esclarecedora. As constantes divergências ao se

apresentarem ou divulgarem custos produtivos ou operacionais se devem a alguns fatores básicos:

Aqueles que possuem apenas os conceitos técnicos, porém, não práticos e não possuem

conhecimento profundo da atividade. Neste caso, não possuiriam conhecimentos ou

capacitação para segmentar a atividade em seus mais variados processos e assim elaborar

orçamentos precisos.

Page 21: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

21

Aqueles que conhecem a atividade, porém, geralmente não possuem conhecimentos

científicos, técnicos e práticos na elaboração de custos. Geralmente, medem os custos e

acreditam estar corretos.

Nestes dois casos, a presença permanente do erro ou falha se deve ao desconhecimento de

técnicas de composição de orçamentos.

Importante considerar que existe uma terceira hipótese, onde o custo é elaborado para atender não às

reais necessidades da atividade, mas a interesses de políticas governamentais.

2.7 – Conclusões relativas ao cenário mais provável

O cenário mais provável está traçado, apresentando os principais fatores de sua formação,

porém, sua alteração poderá ser corrigida somente através de um planejamento estratégico e de forte

impacto, o qual servirá de base para criar as condutas, regras e normas de uma política consistente,

monitorada constantemente e revisada anualmente.

Mesmo considerando a próxima produção brasileira e mundial abaixo da demanda pelo

consumo deve-se levar em consideração que a produção em 2010/2011 a continuar este atual modelo

superará deficiências ao curto prazo, além do estoque mundial existente.

Considerando um aumento de 1,00% no consumo mundial, este se elevará para 129,7 milhões de

sacas, contra uma produção entre 122,12 – 126,12 milhões, reduzindo os estoques para o intervalo de

26,12 - 31,10 milhões de sacas.

A ligeira diferença dos crescimentos entre produção/consumo levará a estabilidade entre

oferta e demanda por um período longo e indeterminado, caso não sejam criadas estratégias

produtivas no sentido de reequibrio de preços no atendimento às necessidades da atividade através

da retração da oferta, com a criação e estabelecimento de ações e políticas consistentes e específicas,

considerando de fundamental importância a redução acentuada dos estoques atuais.

Elaborando as mais diversas análises sobre o comportamento dos preços, as perspectivas ao curto

prazo são de situarem entre $85,00-$100,00.

Para efeito de criação e estabelecimento de ações e políticas é necessário e fundamental ter o

custo de produção detalhadamente elaborado e preciso em sua quantificação, sendo este o ponto

inicial e crucial da atividade. O atual modelo utilizado pela atividade produtiva, inclusive e

necessariamente em suas proposições políticas, além de ações, deverá obrigatoriamente ser

repensado, corrigido e alterado.

Page 22: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

22

Este cenário mundial poderá ser alterado somente sob efeitos de um planejamento estratégico

de forte impacto e consistência, sendo que a cafeicultura brasileira poderá comandá-lo, se alerta a

isto elaborar um plano eficiente, implantado com precisão e com sua respectíva política agrícola

definida e estabelecida.

$0,00

$25,00

$50,00

$75,00

$100,00

$125,00

$150,00

$175,00

$200,00

$225,00

$250,00

$275,00

$300,00

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20,000

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Cenário mais provável

Total da Produção Total do consumo Produção menos consumo Total Estoque Preço médio anual

3 – Cenário Ambiente Pessimista

A demonstração dos cenários a seguir possui como base os estudos elaborados ao cenário

apresentado acima, portanto, a este “cenário pessimista” serão apresentadas descritivamente as

ameaças externas e pontos fracos internos e externos de maior expressão.

Ameaças (externas):

Os cafés robustas, especialmente em relação ao Vietnã, Índia e Indonésia conquistando

produções e mercados com maior potencialidade;

O custo de produção dos demais países a menor do que em relação ao Brasil;

Page 23: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

23

Aumentos expressivos de produtividade e qualidade em alguns países;

Marketing agressivo e conquista de novos mercados, por alguns países;

Fechamento de unidades industriais de torrefação e distribuição; fechamentos de redes de

cafeterias; estagnação de marketing;

Mudanças climáticas, principalmente o fator de aquecimento global;

Captura de fatias do mercado do café brasileiro por outros países concorrentes.

Pontos fracos (internos):

Ausência de planejamento estratégico;

Ausência de políticas governamentais consistentes e precisas;

Escassez e alto custo da mão-de-obra. Neste item convém ressaltar que nas regiões mais

povoadas, em especial ao sul de Minas Gerais, responsável pela maior produção de arábica e

onde não existe outra cultura competitiva o êxodo rural provocado atualmente pela

decadência da atividade econômica será irreversível, assim como ocorreu em São Paulo,

especialmente na região do Vale do Paraíba. Nesta exemplificação a mão- de- obra local se

estabeleceu economicamente nas empresas e indústrias urbanas e o cenário agrícola se tornou

desolador;

Ausência de visão profissional por parte dos representantes da atividade;

Ausência de informações consistentes e precisas a respeito da atividade;

Endividamento do setor, com constantes débitos prorrogados;

Descapitalização dos produtores;

Ausência de marketing agressivo;

Ausência de profissionalismo no gerenciamento das propriedades;

Custo de produção incompatível aos preços recebido pelo produtor.

Com isto, vamos aos fatos:

Page 24: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

24

A cafeicultura mundial, dentro do atual cenário de crise mundial, com retração na

economia, poderá se estagnar, porém, a cafeicultura brasileira também se estabilizando o fará em

condição crítica, diferentemente da maioria dos países que possuam expressividade na produção.

A média de crescimento no período 2002-2008, entre os anos de alta produção foi de

35,44%, portanto, a manter o cenário atual teremos para o ano safra 2010/2011 a produção brasileira

equivalente a última e acrescida pela média de 0,92%, justificado pela média do crescimento mundial

e pela media do crescimento da produção brasileira, sendo de 0,7% e 1,14% respectivamente, ao ano.

Desta forma, a produção brasileira poderá ser de 47,36- 51,36 milhões de sacas; a

produção mundial deverá ser de 136,25 - 141,25 milhões de sacas e o consumo podendo variar no

intervalo de 129,7-133,8 milhões de sacas. Será fundamental e necessário criar antecipadamente

mudanças de rumo e medidas corretivas através de planejamentos estratégicos apontando ações e

políticas consistentes e precisas.

Para reequilibrar a economia cafeeira, a produção mundial terá de se encolher e o Brasil sendo o

mais expressivo deverá ser o protagonista desta acentuada queda e com isto as dificuldades se

potencializarão entre dívidas e falências. A cafeicultura brasileira, especialmente ao arábica irá falir

neste cenário pessimista, caso não sejam tomadas antecipadamente ações e políticas consistentes,

apoiadas sobre planejamentos precisos e urgentemente implantados.

Page 25: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

25

4 – Cenário Ambiente Otimista

Neste cenário, será necessário potencializar os pontos fortes, eliminar ou minimizar os

pontos fracos e superar as ameaças externas, bem como, explorar as oportunidades.

Para o próximo período, considerando que a retração no consumo não ocorra, podendo

ocorrer o aumento pela demanda considerado em 2,5% sobre o ultimo ano, então o consumo crescerá

para 131,6 milhões de sacas, a produção projetada em 122,12 – 126,12 milhões de sacas, gerando

assim um déficit produtivo entre 5,5 - 9,5 milhões de sacas, consumindo parte do estoque mundial

disponível, que passaria a 24,2 – 28,2 milhões de sacas. Na presença deste cenário otimista, porém

considerando o intervalo produtivo, os preços poderão sofrer pressão altista, porém a considerar a

próxima safra brasileira (2010-2011), em especial. A produção brasileira necessariamente deverá ser

reequilibrada à demanda mundial no sentido de eliminação dos estoques.

Ameaças (externas):

Os demais países, inclusive os do continente africano adormecido atualmente pela falta de

investimentos, poderão acordar para outra corrida desordenada pela produção e assim tudo

volta como antes;

Mudanças climáticas, principalmente o aquecimento global;

Pontos fortes (internos):

Setor de pesquisa e desenvolvimento de apoio à produção avançado, ofertando condições

para um melhor desempenho tecnológico;

Extensão territorial, com aptidões para arábicas e robustas/conillon;

Condições climáticas e topográficas favoráveis;

Infraestrutura de suporte a comercialização e industrialização presentes e ativas;

Possuir a condição de conduzir os rumos do mercado, apesar de não ter esta capacidade;

Existência de fundo específico para o segmento, porém desordenado em atender as

necessidades da atividade produtiva;

Page 26: Perspectivas e Cenários para Atividade Produtiva Cafeeira -Atualização julho 2009

26

Pontos fracos (internos):

Ausência de planejamentos estratégicos;

Ausência de ações e políticas de sustentação das cotações;

Condução conjunta de representatividade, ações e políticas para os cafés arábica e robusta.

Oportunidades (externas):

Explorar e conquistar o mercado asiático, especialmente a China;

Intensificar a produção de cafés com maior valor agregado em seus grãos, conquistando

novos mercados.

5 - Proposições para alterações e correções de cenários, criando e

estabelecendo condições de sobrevivência e competitividade

Em todos os três cenários apresentados, considerando um planejamento estratégico

consistente, se fará necessário criar e estabelecer ações combinadas a políticas de sustentação,

visando o reordenamento do mercado para reequilíbrio de preços e satisfação entre as partes..

Fontes de consulta a informações:

DNC, IBC, FEBEC, CNC, OIC, E.D. & Man, USDA, National Trade Statistic, Trade Surveys, LMS

Estimates, F.O. Licht, Minasul, Cooxupe, IEA/SAA-SP, Banco Central do Brasil.

Varginha, MG-Brasil, 20 de julho de 2009.

Engº Jose Eduardo Reis Leão Teixeira

Gerente de projetos e orçamentos

CEO - Estrada Consultoria

Skype: estradacafe