Economia Cafeeira Fluxos de renda e tendências ao desequilíbrio externo.

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Economia Cafeeira Economia Cafeeira Fluxos de renda e Fluxos de renda e tendências ao tendências ao desequilíbrio externo desequilíbrio externo

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Economia CafeeiraEconomia Cafeeira

Fluxos de renda e tendências Fluxos de renda e tendências ao desequilíbrio externoao desequilíbrio externo

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ObjetivosObjetivos

• Compreender as alterações econômicas promovidas pela introdução da mão de obra assalariada

• Analisar a possibilidade de concentração da renda

• Refletir sobre os determinantes de uma tendência a um desequilíbrio externo na economia brasileira de fins do século XIX

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Fluxo de renda com trabalho Fluxo de renda com trabalho assalariadoassalariado

• Economia com base no trabalho assalariado continua sendo monocultura e exportadora.

• Também apresenta um conjunto com atividades que se vinculam aos fluxos do comércio

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A geração de renda se dá como?A geração de renda se dá como?

• Venda do exportador deve gerar renda para cobrir depreciação de capital e os custos dos fatores

• Fatores: capital, trabalho e terra• Salários são gastos com bens de consumo.• Renda gerada por investimentos + consumo• Salários pagos no setor exportador

• Núcleo do mercado interno

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A acumulação de CapitalA acumulação de Capital

• Diante da elevação de preços, elevam-se os lucros;

• Normalmente lucros seriam reinvestidos aumentando a possibilidade de lucro;

• Empresário expande a terra produzida, sem ganhos de produtividade física

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Concentração de Renda (1)Concentração de Renda (1) •Se existe reserva de mão de obra, há elasticidade

da oferta de m.o•O fluxo imigratório e a abundância de terras

facilitam a expansão do setor cafeeiro•Expansão ocorre aumentando quantidade

produzida por unidade de capital •Havendo terra para expandir, melhor usar novas

terras do que reinvestirExpansão só é possível porque não há pressão

por aumento de salário real nem pelo aumento do preço real do recurso terra

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Concentração de Renda (2)Concentração de Renda (2)

•O aumento de “ganho “ da atividade não era resultado de vantagens produtivas, mas sim das ondulações de preço do café.

“Lucros”

Retidos pelo empresário.

De natureza econômica (monetária) refletindo variações de preços.

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Concentração de Renda (3)Concentração de Renda (3)

•Se “lucros” eram retidos e não reinvestidos, não há aumento de produtividade física.

•Sem aumento de produtividade física e dada oferta elástica de mão-de-obra, não há pressão por transferência dos lucros para assalariados.

Concentração de Renda

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Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (1) de renda (1)

A renda se concentra no setor exportador porque há transferências

• do setor subsistência para o setor exportação

• COMO?

• Com uma desvalorização cambial, moeda interna tem menor poder de compra

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Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (2) de renda (2)

A renda se concentra no setor exportador porque há transferências

• das populações urbanas para setor exportador

• COMO?

• Com uma desvalorização cambial, moeda interna tem menor poder de compra

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Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (3) de renda (3)

A renda se concentra também devido às dificuldades de financiamento do setor público

• COMO?• Com uma desvalorização cambial, cai a

arrecadação de impostos de importação (os mais importantes p/ Estado)

• Se a arrecadação é menor, a redução de receita publica leva governo a emitir e a pressão inflacionária acaba afetando mais as classes urbanas.

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Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (4) de renda (4)

Se o governo tem dividas em moeda estrangeira é ainda pior

• Necessidade de aumento percentual da arrecadação é ainda maior para pagar dividas

• OU

• Governo contrai mais empréstimos

• ficando mais endividado

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A tendência ao desequilíbrio A tendência ao desequilíbrio externoexterno

• Uma vez solucionado o problema de mão de obra, a economia cafeeira, agora baseada no trabalho assalariada apresenta um novo conjunto de problemas que antes se esboçava.

• Que problemas são esses?

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Problema: Problema: • Intercâmbio per capita > renda per capita, tornando a

economia mais frágil diante de oscilações • Por que?• O alto coeficiente de importações e as características

das exportações tornam o saldo da balança comercial sujeito a desequilíbrios diante de bruscas variações.

• Além dos reflexos nas finanças públicas, pois o principal imposto é o do comércio exterior

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Anexo – síntese das contas do Anexo – síntese das contas do balanço de pagamentosbalanço de pagamentos

1. Balança comercial: Exportações, Importações2. Balança de serviços: Viagens internacionais, Transportes,

Seguros, Lucros e dividendos, Juros, Outros (inclui royalties, assistência técnica, reinvestimentos, etc.)

3. Transferências unilaterais4. Transações correntes (1+2+3)5. Movimento de capitais: Investimentos diretos, Empréstimos

e financiamentos, Amortizações, Capitais de curto prazo, Outros capitais

6. Erros e omissões7. Superávit ou déficit (4+5+6)

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Como era na economia escravista Como era na economia escravista

• problema não é tão serio porque procura monetária = exportações (demanda por moeda = volume exportações)

• não precisavam de fluxo monetário – não pagam salários.

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E na economia com trabalho E na economia com trabalho assalariadoassalariado

• Se aumentam as exportações (X), cresce a procura por moeda para pagar salários e outros fatores.

• Essa renda (Y) se multiplica primeiro em termos monetários, depois em termos reais.

• Pior na crise. Por que?

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Na criseNa crise

• Na crise, a exportação de produtos primários diminui, reduzindo a entrada de divisas

• PORÉM, os efeitos de aumentos anteriores ainda se propagam.

• Assim, há um “meio termo” onde as importações (M) ainda crescem quando X está diminuindo.

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Por que é tão problemático?Por que é tão problemático?• No meio termo, quando cresce a procura

por M e a renda das exportações está caindo, o volume de recursos a serem exportados para compensar o déficit é muito alto.

• Nas economias industrializadas, numa crise a tendência é reduzir importações e queimar estoque, reduzir a circulação monetária interna e levando ao aumento nos juros para atrair capital.

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No Brasil, porém.....No Brasil, porém.....• A importação dos industrializados é

exportação do Brasil!

• Crise leva a uma queda das (preços e volume) exportações e há um tempo longo até que essa queda reduza as importações.

• Os produtos importados pelo Brasil resistem mais a redução de preços.

• PIORAM OS TERMOS DE TROCA

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Para piorar mais um pouquinho (1)Para piorar mais um pouquinho (1)

• Há dificuldades de condução das políticas econômicas internas

• Política Comercial:

• Estrutura de comercio exige imensas reservas metálicas por grande período para compensar deficits.

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Para piorar mais um pouquinho (2)Para piorar mais um pouquinho (2)

• Política Cambial

• Taxa de câmbio deve manter uma certa relação entre moedas externas e moedas internas que obedece às regras do padrão ouro

• O Café, porém, tem variações constantes de seu preço e estas oscilações acabam determinando flutuações no câmbio

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Para piorar mais um pouquinho (3)Para piorar mais um pouquinho (3)

• Política Monetária

• Propensão baixa em depósitos (DV) em banco

• Reduzindo poder de multiplicação bancária ( via crédito)

• Agora problema de liquidez de moeda.

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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas

• FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 22 ed. São Paulo: Cia Ed Nacional, 1987, capítulos XV a XXVIII