PEC Luana Dallabrida
-
Upload
fran-buzzi -
Category
Technology
-
view
982 -
download
111
Transcript of PEC Luana Dallabrida
7
1 INTRODUÇÃO
O presente projeto, intitulado de Área Cultural, busca explorar os principais pontos
culturais da cidade: museus, Fundação Cultural, Teatro Carlos Gomes, as praças da cidade,
entre outros, divulgar também a cultura dos talentos amadores até então desconhecida, trazer
uma abordagem diferenciada sobre os assuntos de maior interesse dos moradores de
Blumenau, SC, e valorizar a literatura, até então, pouco focada nos cadernos culturais.
Na busca por um nicho de mercado inovador, surgiu a ideia de um folhetim como suplemento
cultural e literário, onde as pessoas tenham acesso a todo conteúdo que envolva cultura na
cidade, não somente as agendas culturais, e sim uma abordagem diferenciada dos Cadernos
Culturais da região, um produto inovador. A inovação fica por conta de poemas, resenhas,
crônicas, entre outros trabalhos artísticos blumenauenses, além da enquete, um espaço para o
público expressar sua opinião.
Segundo Gonzalez (2009):
O jornalismo cultural deve ampliar suas fronteiras para além das notinhas de shows,
as agendas sobre espetáculos diários ou os releases de filmes, peças de teatro ou de
exposições. Ele deve colocar em debate idéias, sem deixar de lado a crítica aos
espetáculos ou aos produtos de arte, que são uma forma de refletir sobre o mundo
[...]
Explorar locais antes inimagináveis é uma alternativa que os meios de comunicação
precisam atender. Explorar assuntos de maneira diferenciada é uma forma de atingir o público
alvo e descobrir os motivos do pré-conceito referente ao jornalismo cultural, que é pouco
valorizado.
Segundo Gomes (2009):
Os folhetins traziam além de romance em capítulos, contos, poemas, crônicas e
eventualmente críticas sobre política, teatro, literatura e coluna social. Com a
chegada das novelas de rádio o folhetim deixa de ocupar espaço nobre na imprensa.
Em 1902 o cinema começava a ser tratado como uma expressão artística. Em 1928
começam as publicações de uma sessão fixa de cinema, teatro e rádio.
E é buscando informações, que o projeto Área Cultural visa além de inovar, reverter o
quadro problemático da desvalorização deste tema. O jornalismo impresso ainda tem a
vantagem de ser levado para qualquer lugar e a qualquer hora. Esse é também um motivo que
nos impulsiona a criar esse material inovador.
Gradim (2000) revela a diferença do jornalismo impresso:
[...] é mais facilmente transportável e manuseável; leva-se para a praia, o café, o
autocarro, o emprego. O jornal de papel continua a ser — por muito que a
velocidade dos processadores e a largura de banda das redes se velocize, de consulta
8
mais rápida que um jornal digital. A leitura em frente a um monitor é também mais
difícil, e susceptível de produzir cansaço visual.
Já Ferrari (2004, p.19) avalia o comportamento dos leitores digitais, diferente do que
acontece com o público do jornal impresso: ―[...] dão uma olhada nas manchetes, lêem o
horóscopo, entram em alguma área que chamou atenção na home page e assim
sucessivamente. A informação é absorvida sem grande comprometimento com a realidade‖. E
ao contrário da afirmação citada pelo autor, Área Cultural visa um comprometimento com a
realidade e o público que busque o mesmo ideal.
1.1 JUSTIFICATIVA
Cada vez mais a sociedade busca receber informações sobre sua cidade. Dornelles
(apud RIBEIRO, 2009) mostra a necessidade do leitor receber informações sobre fatos locais,
próximos da comunidade: ―O leitor opta pela publicação de acontecimentos regionais‖,
conforme diz o autor.
Dessa forma, os blumenauenses querem saber não somente sobre os eventos e locais
culturais existentes, é preciso pensar apoiada no conceito de cultura como diversidade de
expressões artísticas (literatura, cinema, teatro), dos seus criadores, sob perspectiva regional e
principalmente na reflexão das manifestações culturais. Logo, se faz necessário um produto
com um diferencial, que mostra aos moradores da cidade o outro lado da cultura, aquele que
não é abordado nos cadernos culturais.
O produto pode atuar de maneira independente ou até mesmo encadernado em jornais
ou revistas da cidade. A intenção é trabalhar um texto curto e fácil de ser compreendido e, ao
mesmo tempo, apresentar informações relevantes à vida dos blumenauenses e turistas. Tendo
em vista a importância dos temas, o Área Cultural busca apoio na Fundação Cultural de
Blumenau para levantar dados consistentes em função da pesquisa.
E é com base em informações que possam acrescentar e misturar conhecimento com
interatividade ao público leitor, que o Área Cultural, tem o interesse de integrar literatura e
informação diferenciada como conteúdo de um produto inovador.
Pressupomos que o receptor não quer apenas um caderno com agendas culturais, está
preocupado em receber uma informação mais aprofundada e mais diversificação cultural. É
preciso conhecer os trabalhos artísticos, abordar a literatura, o que vai muito além da
9
programação semanal. Será que alguém lembra que o jornalismo cultural precisa ser
valorizado?
Atualmente a cultura nos meios impressos abrange apenas Cadernos de jornais e partes
de revistas, apenas revistas de turismo exploram de uma forma mais ampla o tema. Porém,
nestas revistas são retratadas outras regiões, não somente Blumenau, como é o caso da revista
Destino Blumenau1. O produto abrange também outras regiões como Indaial e Pomerode. E a
forma abordada é para turistas que pretendem frequentar a região do vale e não para
blumenauenses estarem interados dos meios culturais que a cidade tem para oferecer e dos
artistas que possui.
É preciso tirar a visão de que o jornalismo cultural não tem a mesma relevância dos
outros estilos. Considerando que a arte e a cultura são importantes, notamos que existe sim o
jornalismo de veículos, mas não o cultural, portanto falta um veículo impresso de jornalismo
cultural em Blumenau.
Levando em conta que a cultura e a arte são fundamentais para a população de
qualquer cidade. Pressupomos que Blumenau tem apenas jornalismo de veículos e não
jornalismo cultural. O jornalismo cultural precisa ser bem trabalhado, mostrando suas
variadas vertentes. A ausência de incentivo e verbas para a criação de um Folhetim, além do
―medo‖ de arriscar uma nova proposta sem ter êxito são alguns dos motivos que levam a falta
deste produto.
1 Destino Blumenau é uma revista dedicada especialmente aos turistas, com formato em papel couchê
10
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Criar um suporte midiático impresso com o foco de cultura e literatura em Blumenau, SC.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Retratar, a partir de pesquisa com jovens de 18 a 24 anos o interesse nas temáticas
culturais em Blumenau, SC;
b) Realizar um veículo midiático e impresso visando valorizar aos artistas
blumenauenses e a cultura regional;
c) Compreender o conceito sobre cultura e sua importância na construção da
cidadania;
11
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 AS DIFERENTES VERTENTES CULTURAIS
Não podemos falar de Jornalismo Cultural sem antes abordar o conceito de cultura,
afinal cada região tem uma cultura diferente. Segundo Santos (2009, p.44) ―Cultura é uma
dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um
conjunto de práticas e concepções, como por exemplo, se poderia dizer da arte‖.
Desta forma, observamos que a cultura é ampla, não condiz somente à arte, mas
também faz parte de toda uma sociedade. A cultura faz parte do nosso dia a dia, no momento
em que construímos uma identidade, estamos vivenciando uma cultura própria, uma cultura
de vida. O autor ainda acrescenta que:
Não se pode dizer que cultura seja algo independente da vida social, algo que nada
tenha a ver com a realidade onde existe. Entendida dessa forma, cultura diz respeito
a todos os aspectos da vida social, e não se pode dizer que ela exista e alguns
contextos e não em outros. (SANTOS, 2009)
A partir dessa afirmação, concluímos que a cultura é muito mais abrangente do que se
intitula, toda a sociedade está ligada a atividades culturais. ―Cultura é um produto coletivo da
vida humana‖, reforça o autor. Ou seja, o autor indica que a cultura não atua de forma
individual, ela está presente no coletivo, na sociedade, em que juntos a constituem.
Porto (2009, p. 33) aborda a cultura de outra forma:
Se pensarmos a cultura para além da ideia de um conjunto de práticas relacionadas à
produção artística, científica e lingüística, e ao patrimônio histórico e social, isto é,
se concebermos a cultura como (...) ―uma dimensão do processo social da vida em
sociedade‖, possivelmente apenas o transpirar diário do jornalismo – desde que
investido de intenções que contribuíram para o aumento do conhecimento do leitor –
pode ser capaz de fragmentos a dinamicidade do processo cultural sem comprometer
demais a sua compreensão.
Dessa forma, para a autora a cultura faz parte do cotidiano, por isso é determinante
para o convívio em sociedade, já que está estreitamente ligada ao nosso dia-a-dia. Já para
Canclini (2005, p.32), ―A cultura é um processo de montagem multinacional, uma articulação
flexível de partes, uma colagem de traços que qualquer cidadão de qualquer país, religião e
ideologia pode ler e utilizar‖.
Neste ponto de vista, a cultura é multinacional pelo fato de as pessoas consumirem
filmes de outros lugares do mundo ao invés de valorizar a do seu país. Essas são as
consideradas culturas de diferentes nações de qual qualquer indivíduo pode utilizar.
12
E nesta perspectiva o autor cita Renato Ortz, que denomina uma ―Cultura
internacional-popular‖, com uma memória coletiva feita com fragmentos de diferentes
nações. A partir do desinteresse do cidadão, que se torna em primeiro lugar consumidor,
Canclini (2005, p.68) discute a transformação da vida cotidiana por meio dos holofotes de
Hollywood: ―Não sei se a fórmula ―americanização‖ (seria mais correto falar de norte -
americanização) é adequada, mas não acho outra melhor‖.
O autor aborda o fato do cidadão se tornar um consumidor constante, ou seja, se
conforma com o que o mercado propõe. Acostumados a receber o mesmo jornal todos os dias,
não buscam inovações, não exigem um diferencial, um produto novo. Esses são os
consumidores do século XXI. Tendo isto em vista, Canclini (2005, p.71) propõe que
―Podemos atuar como consumidores nos situando somente em um dos processos de interação
– o que o mercado de trabalho regula – e também podemos exercer como cidadãos uma
reflexão [...]‖.
Então, o autor mostra que como papel de consumidores, podemos nos conformar com
o que o mercado nos oferece e com o que regula ou fazer uma reflexão, estabelecer o que
pode ou deve ser mudado, contestar, demonstrando assim, nosso papel como cidadãos
críticos.
A ênfase em mudanças nos leva a pensar na cultura popular, a falta atual das
manifestações em função do querer e do poder do cidadão. De acordo com Santos (2009,
p.55) ―Entende-se por cultura popular as manifestações culturais dessas classes,
manifestações diferentes da cultura dominante, que estão fora de suas instituições, que
existem independente delas, mesmo sendo suas contemporâneas‖. A cultura popular diz
respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso comum. Aparece associada ao povo,
às classes excluídas socialmente, às classes dominadas, não está ligada ao conhecimento
científico.
De acordo com John et al (2007, p. 5) ―[...] a cultura popular tem seu suporte nas
tradições e costumes de um povo‖. Entrar em contato com o povo, e preservar o que pertence
ao passado do mesmo. Mediante a todo bombardeio que sofremos da cultura de massa, a
cultura popular reage como meio contra-repreensivo de preservar as manifestações culturais,
uma repreensão simbólica.
Em contrapartida, Pereira (2009) diz que: ―Não há como definir a Comunicação
Popular ipsi litere, podemos apenas dizer que tem um caráter de oposição ao status quo, que
13
está intrinsecamente ligada aos desejos de mudança, a um reflexivo tempo presente
entrelaçado com um tempo futuro‖. Em oposição ao estado atual da cultura predominante, a
comunicação popular, segundo o autor, quer mudanças para tirar a visão atual de que o
importante é o popular enquanto popularidade na mídia, como mostra a cultura de massa.
Sendo assim, observamos que a partir das atividades, artistas, festas populares, enfim,
consagrações artísticas, que compunham uma cidade são os fatores que formulam sua cultura
popular, aquela ao qual é ―preservada‖ ou até mesmo ―escondida‖ por ser deixada muitas
vezes ao lado em prol da divulgação de uma cultura massiva. A qual busca por mudanças.
Porém, Santos (2009, p.54) acredita que ―O fato de que as tradições de uma cultura possam
ser identificáveis não quer dizer que não se transformem, que não tenham sua dinâmica‖.
Desta forma, é possível sair do conformismo e aplicar o diferenciável, colocar em
vista as tradições com outra abordagem, sem a forma que os veículos impressos costumam
adotar. O autor propõe a mudança de um contexto histórico.
De acordo com Peruzzo (2009, p.2) ―Historicamente o adjetivo popular denotou tratar-
se de ―comunicação do povo‖, feita por ele e para ele, por meio de suas organizações e
movimentos emancipatórios visando à transformação das estruturas opressivas e condições
desumanas de sobrevivência‖.
Deste modo, a comunicação popular é a comunicação do povo, o espaço em que os
talentos são colocados em vigor, e não são escolhidos por serem responsáveis pela audiência
ou pelo sucesso e sim por ser importante e reconhecido numa sociedade em que prevalecem
na mídia os artistas que estão em alta e que são reconhecidos pelo público, a famosa cultura
de massa. A autora ainda frisa como pode ser entendida a comunicação popular:
A comunicação popular e comunitária pode ser entendida de várias maneiras, mas
sempre denota uma comunicação que tem o ―povo‖ (as iniciativas coletivas ou os
movimentos e organização populares) como protagonista principal e como
destinatário, desde a literatura de cordel2 até a comunicação comunitária. Peruzzo
(2006, p.9)
Desta forma, entendemos que a comunicação popular está voltada ao povo e para o
povo, as peças fundamentais da comunidade em questão. Peruzzo (2010, p.10) explica sobre
os processos de comunicação popular e comunitária:
2 Tipo de poesia popular originalmente oral e depois impressa em folhetos pendurado em cordas ou cordéis.
14
Os processos de comunicação popular e comunitária têm maior visibilidade
especialmente em duas situações: quando os desafios estão, por exemplo, na
apropriação de instrumentos de comunicação dirigida, tais como: pequenos jornais,
panfletos, cartazes, faixas, troças carnavalescas, peças de teatro, slides, alto-falantes
etc.
Diante do afirmado, a comunicação popular e comunitária terá maior visibilidade
quando ocorrida por meios mais específicos, meios que tendem a atingir um público desejado.
Isto acontece devido à identificação cultural deste público.
Segundo Fiske (2010) ―A cultura popular envolve a arte de dar um jeito ou se virar
com o que está disponível‖. O artista popular não está preocupado em colocar suas obras
expostas em lugares prestigiados. Nesse sentido, o mais importante na arte popular não é o
objeto produzido, e sim o próprio artista, o homem do povo, do meio rural ou das periferias
das grandes cidades. A cultura popular é a cultura oprimida pela cultura de massa.
O artista popular tem sua ―inspiração‖ em acontecimentos locais rotineiros, pois a arte
popular é regional. Por isso, a arte popular se encontra mais afetada pela cultura de massa, que
atinge a todas as regiões igualmente, procurando homogeneizá-las culturalmente.
John et al, (2007 p.6) comprovam a diferença entre cultura de massa e a cultura popular. ―A
diferença entre essas culturas surge do empobrecimento da cultura popular. Sua renovação
resulta na relação de consumismo estabelecida com o homem e numa cultura não criada, mas
sim, massificada como produto industrial‖. Seguindo a perspectiva dos autores, a renovação
da cultura popular partiu para a ênfase de uma nova cultura, baseada no consumismo, a
cultura de massa.
E quando falamos de uma massa, neste mesmo local, podem existir culturas
diversificadas. De acordo com Morin (2002, p.69) a cultura de massa é a primeira cultura da
história mundial. ―A cultura de massa é a ética do lazer‖. O poder está no fato de conseguir
mobilizar o lazer por meio de atividades e tornando-as um estilo de vida. Holfeldt (2002,
p.47) apresenta um conceito sobre a cultura de massa:
A cultura de massa (mass culture, em inglês) seria, então, a cultura produzida pelas
grandes multidões, perspectiva que Max Horkheimer e Theodor Adorno refutam, em
1947, na obra denominada Dialética do esclarecimento, sob o argumento de que, na
verdade, o fenômeno concreto era o da emergência da indústria cultural.
De acordo com essa afirmação, pode-se concluir que o conjunto de veículos que
integram a indústria cultural seriam os meios de comunicação de massa. John et al, (2007,
15
p.05) concordam com Holfeldt, quando mencionam que: ―A cultura de massa é consequência
dos fenômenos culturais decorrentes da sociedade industrial‖.
A partir desse conceito, podemos relembrar dos teóricos da Escola de Frankfurt3:
Adorno e Horkheimer, responsáveis pelo conceito de indústria cultural. Esse seria o modo
como a sociedade poderia manipular os indivíduos, através dos meios de comunicação de
massa.
Portanto, é muito mais viável a mídia mostrar o show da Beyoncé em Florianópolis4
ao invés de expor o show de um cantor amador, regional. Logo, ―A massificação cultural é
submissa ao capital industrial e financeiro, que consequentemente reprime as demais culturas‖
(JOHN, 2009, p. 6).
Mas, o objetivo da indústria cultural, no conceito proposto na formulação dos autores
é anular as individualidades e a capacidade crítica, formando uma massa homogênea que
consumiria com mais facilidade poucos produtos culturais produzidos em larga escala.
Nesta perspectiva, Benjamin (2010, p. 169) trabalha o conceito da aura da arte: ―O conceito
de aura permite resumir essas características: o que se atrofia na era da reprodutibilidade
técnica da obra de arte é sua aura‖. Nesse sentido, a obra de arte sofre uma mudança para ser
consumida pela grande massa, atualiza o objeto reproduzido, que sofre o abalo da tradição.
Segundo Durhan (apud JACKS, 2005) ―a análise da cultura de uma formação social
exige uma reconstituição da realidade que é elaborada a partir da consciência que dela têm os
portadores da cultura''. É a caracterização do produto de uma sociedade contemporânea.
3.2 MÍDIA IMPRESSA LOCAL: Critérios e Públicos
A mídia local existe desde que surgiram os meios de comunicação de massa. É por
meio das razões históricas e culturais que podemos configurar a existência e o grau de
importância da mídia regional e local. Conhecido no passado, como uma imprensa
3 Nome dado a um grupo de filósofos e cientistas sociais de tendências marxistas que se encontram no final
da década de 1920.
4 A cantora estadunidense Beyoncé realizou o primeiro show no Brasil, em Florianópolis no dia 04 de fevereiro
de 2010.
16
―artesanal‖, o jornalismo local ainda carrega algumas características impostas antigamente,
pelo simples fato de ter exercido um enfoque mais opinativo do que informativo.
E esta forma de ―conversar‖ com o leitor, fazem com que haja ainda mais
aproximação entre as duas partes. É claro que a informação já não fica mais de lado como no
passado. A mídia impressa local tem a possibilidade de exercer a aproximação com o leitor.
De acordo com Peruzzo5 (2005), ―As pessoas acompanham os acontecimentos de forma mais
direta, pela vivência ou presença pessoal [...]‖. Portanto, a mídia de proximidade expressa às
especificidades de uma dada localidade. É caracterizada por vínculos de pertença, enraizados
na vivência e comprometidos com o lugar e com a informação de qualidade.
Segundo Norberto (apud FERNANDES, 2009), ―(...) o leitor prefere tomar
conhecimento de um fato pequeno, mas próximo, do que outro, mais importante, porém,
ocorrido a quilômetros de distância‖. Sendo assim, o critério de noticiabilidade proximidade
prevalece na mídia impressa local, com a possibilidade de o leitor exercer um vínculo com o
texto escrito na matéria ou reportagem.
Conforme Peruzzo6 (2003), ―o sentido de proximidade diz respeito à noção de
pertencimento, ou dos veículos existentes entre pessoas que partilham de um cotidiano e de
interesses em comum‖. Neste caso, a autora expõe o critério de noticiabilidade proximidade,
que é essencial para o jornalismo regional, já que o leitor quer informações relevantes sobre o
que acontece ao seu redor, sentir-se próximo da notícia e de seu cotidiano.
Nesta mesma linha de pensamento Alsina (2009, p. 135) diz que ―A proximidade
espacial, por sua vez, confere à notícia um caráter de interesse particular quando o fato
ocorreu no mesmo espaço físico que o da própria instância de recepção. As representações
profissionais postulam que um acontecimento próximo interessa mais de perto ao cidadão‖.
Portanto, este meio da mídia impressa local é privilegiado pela proximidade com o
público e os eventos ou problemas locais. Ao relatar a cultura da cidade, acontecimentos,
palestras, entre outros.
5 PERUZZO, Cicília M. Krohling. Mídia regional e local: aspectos conceituais e tendências. Disponível em:>
http://revistas.univerciencia.org/index.php/cs_umesp/article/view/196/154< Acesso em 10 nov.2009
6 PERUZZO, Cicília M.Krohling. Mídia local, uma mídia de profundidade. Disponível em: <
http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/comunicacaoveredas/article/viewFile/5105/4723> Acesso
em 12 nov.2009.
17
Segundo Ribeiro (2009), ―Independente de sua linha editorial, o periódico regional
pode informar o que interessa mais de perto a seus leitores, garantindo assim um processo
natural de identificação do leitor com o jornal local‖. Dessa forma, o leitor pode manifestar e
participar do desenvolvimento local, expondo suas opiniões e reivindicações.
De acordo com Fadul (apud JACKS, 2009), ―Por regional, portanto, é entendida a
cultura que se relaciona com o domínio da diferença, do que é específico de uma região''.
Assim, podemos concluir que no jornalismo regional, o lado social é mais acentuado e a
resposta do público é imediata. No regional, há o serviço direto à população específica da
região, possibilidade maior intimidade entre a notícia e o leitor.
Seguindo a opinião do autor, Alsina (2009, p. 136) define bem esta realidade regional
quando diz ―[...] desenvolver uma cidadania da proximidade, do convívio, voltada para a
aldeia‖. Quando fala em aldeia o autor se refere à região específica, ao jornalismo feito para o
habitante daquela cidade, aquela ao qual traz a tal proximidade com o leitor, por se tratarem
de fatos que acontecem ao seu redor.
Segundo Ribeiro (2009) ―o periódico regional pode informar o que interessa mais de
perto a seus leitores, garantindo assim um processo natural de identificação do leitor [...]‖.
Assim, pode-se notar que existe um foco específico, são assuntos que a comunidade local
busca saber. E que não encontrará em um jornal de nível nacional.
Alsina (2009) ressalta que as mídias estão presas a dois imaginários que determinam
dois tipos de público:
[...] aqueles que se apegam à aldeia (a imprensa regional, com a caça, a pesca, a
política local, os faits divers que envolvem as pessoas do local) e aqueles que
sonham com o planeta (a imprensa nacional, com a política interna e externa, os
esportes, os acontecimentos sociais). Mas qual é a mídia que não sonha poder atingir
ao mesmo tempo esses dois tipos de público?
Neste ponto de vista, acreditamos que atingir os dois tipos de público não seja a forma
adequada, jamais conseguiremos agradar a gregos e troianos. Precisamos sim de um público
específico, ao qual sejam feitas as matérias em função dele e para ele.
3.3 CARACTERÍSTICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS
Não basta apenas ter informação, é preciso tê-la com qualidade. E saber fazer com que
o leitor goste do que esta lendo, uma leitura prazerosa, que o agrade e que mostre o
diferencial. Souza (2001, p.121) define como deve ser um texto jornalístico:
18
Um texto jornalístico pode proporcionar uma leitura mais ou menos amena, pode até
fazer brotar uma gargalhada dos lábios do leitor, ou comovê-lo até as lágrimas, pode
fugir às formas rotineiras de elaborar as mensagens. Mas não deve perder de vista os
princípios régios de enunciação jornalística.
A partir disso, pode-se perceber que o texto tem o poder de entreter o leitor, basta
construí-lo da forma adequada a qual alcance o objetivo do jornalista de mostrar o seu
diferencial e ao mesmo tempo exercer seu papel de passar informação ao leitor. Souza (2001,
p.116) reforça o que é de interesse do leitor e do jornal:
[...] a um jornal interessa, sobretudo, ser eficaz na veiculação de informação e
cativar a audiência. As notícias não trazem unicamente o que é ―importante‖, tem
também de trazer o que é ―interessante‖ ou, pelo menos têm de ser contadas de uma
forma interessante.
Portanto, não basta apenas cativar a audiência, é preciso construir o texto de maneira
que faça prender o leitor até o final da matéria, que ele chegue ao final sem sentir cansaço,
com uma leitura que seja agradável e que ao mesmo tempo transmita informação relevante ao
público.
Ainda segundo Souza (2001, p.122) o jornalista deve respeitar os princípios do texto
informativo. São eles: princípio da correção, o texto deve respeitar as regras gramaticais,
obedecer as normas de estilo do jornal e ajustar-se à realidade; princípio da clareza, o texto
deve ser de fácil compreensão; princípio da simplicidade, texto de linguagem simples;
princípio da funcionalidade, adaptação às necessidades do jornal; princípio da precisão,
cada palavra deve ser escolhida de acordo com o seu valor semântico. As fontes devem ser
identificadas, exceto se necessitarem anonimato; princípio da sedução, texto cativante e
agradável, que tenha vivacidade e ritmo para proporcionar uma leitura de prazer e
gratificação; princípio do rigor, texto precioso e rigoroso; princípio da eficácia, o essencial
deve ser imediatamente apreendido; princípio da coordenação, o texto deve ser encadeado,
lógico, conduzido, ordenado. A informação deve ser exposta por etapas; princípio da
selectividade, informação selecionada, evitar evidências e irrelevâncias informativas;
princípio da utilidade, conteúdo útil; princípio de interesse, dar informação interessante e
também tornar interessante a informação importante; princípio da hierarquização,
informação hierarquizada ajuda a estruturar o texto.
E para respeitar os princípios do jornalismo é preciso conhecer os gêneros jornalísticos
deste meio impresso. Para compreender o espaço da opinião na mídia impressa recorremos a
Beltrão (apud MELO 2003, p.58) mencionado como ―único pesquisador a se preocupar
sistematicamente com o fenômeno‖ de classificação de gêneros jornalísticos, para conceituar
19
as cinco classificações dentro do jornalismo opinativo. São elas: o editorial, espaço em que o
veículo expressa sua opinião; o artigo, onde ocorre a dissertação temática, o lugar em que
especialistas ou leitores comuns expõem suas opiniões; a crônica é a narração histórica, o
relato cronológico de um fato cotidiano; a opinião ilustrada é o uso da imagem como
instrumento de opinião: charges e caricaturas. (BELTRÃO, 2003)
Bulhões (2007, p.47) classifica a crônica desta forma: ―A crônica é um gênero ao
mesmo tempo jornalístico e literário‖. Um texto com elementos como ficção, fantasia e
criticismo e também com abordagem de acontecimentos diários. Concluímos então, que a
crônica não é somente um gênero literário, mas também jornalístico, a modalidade que
acompanha a sucessão dos fatos no tempo e se conforma às exigências do conteúdo e da
função a que se presta em uma dada situação. Bulhões (2007, p.49) ainda acrescenta a relação
do cronista com a redação de um jornal:
―E, mesmo que o cronista esteja ausente do ambiente de redação, encarar a crônica
como algo que convive com textos de natureza estritamente jornalística é válido para
se atentar um pouco à sua natureza. Afinal, ela respira o mesmo ar de
circunstancialidade dos textos produzidos pelos profissionais da imprensa diária.
Sendo assim, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base
da crônica. ―É com a opinião segura, abalizada, bem fundamentada, que o veículo de
comunicação cumpre seu papel social a serviço do receptor, agindo com transparência,
passando seriedade e credibilidade‖. (CAMPOS, 2009, p.4)
Porém, mesmo pelas classificações do gênero opinativo divididas por Beltrão (2003)
percebemos dentro do Área Cultural além do uso da opinião, a utilização do gênero
informativo, também classificado por Beltrão como: notícia, reportagem, história de
interesse humano e informação pela imagem. Mesmo levando em consideração que o Área
Cultural mostre o gênero opinativo predominante em suas edições.
Bulhões (2007, p.39) explica o comportamento dos gêneros jornalísticos em relação à
literatura:
A natureza essencialmente pragmática e utilitarista do jornalismo aponta para uma
realização formal que atende a necessidades muito prementes de eficácia
comunicativa, identificadas com demandas por informação ou opinião provenientes
do interesse do grande público. Daí a tendência à fossilização formal dos gêneros, à
padronização de seus traços, ao aspecto viciado e repetitivo de sua fisionomia
textual.
Ou seja, o autor aponta que no jornalismo as demandas por informação ou opinião
surgida pelo grande público são as necessidades para a eficácia comunicativa, o que torna
20
padrão o aspecto textual, fazendo a pasteurização formal, ou seja, a notícia sofre mudança
para ser consumida pela grande massa. Bulhões (2007, p. 39) ressalta ainda:
―[...] o percurso da questão dos gêneros no jornalismo parece ter se dado em
caminho oposto ao da literatura. Enquanto na literatura, a trajetória histórica
conduziu à superação do caráter normativo, com negação de regras e prescrições, no
caso do jornalismo, exigências profissionais e mercadológicas acabaram por
sedimentar a delimitação de padrões expressivos e estilísticos.
Neste caso, Bulhões esclarece os percursos opostos da literatura e do jornalismo,
colocando em maior evidência as preocupações mercadológicas do jornalismo, não que na
literatura não tenha também, porém de forma mais amena.
Por outro lado, Bulhões (2007), p.40) enfatiza o ponto em comum entre jornalismo e
literatura:
Um ponto essencial da confluência de gêneros do jornalismo e da literatura, sem
dúvida, atende pelo nome de narratividade. Produzir textos narrativos, ou seja, que
contam uma seqüência de eventos que se sucedem no tempo, é algo que inclui tanto
a vivência literária quanto à jornalística. E a narratividade possui conexão estreita
com a temporalidade, o que significa dizer que se contam eventos reveladores da
passagem de um estado ao outro.
Podemos concluir que o jornalismo também conta histórias. O depósito dessas
histórias em nosso imaginário não seria um simples acúmulo de experiências fragmentadas,
mas a configuração de grandes narrativas ficcionais sobre a realidade imediata. Nesta linha, o
jornalismo perderia seu caráter de descrição neutra e objetiva do real e se assemelharia à
ficção, tal qual a literatura.
Bulhões (2007, p.40) ainda acrescenta: ―[...] tanto literatura como jornalismo atuam
como expedientes de conhecimento do mundo, sendo que a experiência literária parece
preferir conhecer o mundo por meio da prática imaginativa e alegórica, a qual não é
necessariamente menos ―verdadeira‖ que a alternativa jornalística.
Portanto, entendemos que, ambas as experiências, jornalísticas e literárias, possuem
características próprias que a legitimam como tais. Ou seja, há dentro delas um conjunto de
características específicas, mas que, ambas, estão objetivadas em mostrar um fato enquanto
tais.
Melo (2009, p.28) fala sobre o texto no jornalismo cultural:
O texto hegemônico nos cadernos culturais dos jornais diários não está dissociado
do texto jornalístico. Embora não esteja ―amarrado à ideia de originalidade‖, o texto
jornalístico ―tem a obrigação de trazer uma novidade, já que a essência da imprensa
é a notícia‖.
21
Diante do afirmado anteriormente, entendemos que o jornalista não pode se conformar
com o texto estilo ―feijão com arroz‖ ou com o mesmo estilo de matérias é preciso inovar,
trazer algo que atraia o leitor, que desperte interesse, fazer o diferencial.
3.3.1 Critérios de Noticiabilidade
Atualmente os meios de comunicação selecionam informações antes de veicular uma
notícia. Isso acontece porque toda instituição possui sua linha editorial, que condiz com os
critérios de noticiabilidade impostos por esses veículos ou que deveriam ser seguidos pelos
mesmos.
Segundo Wolf (apud SILVA, 2005, p.99) os critérios de seleção tem início a partir da
descoberta da notícia, considerando a importância de sua relevância, até o processo final de
produção de notícias.
Dessa forma, cabe ao jornalista selecionar o fato que tem maior relevância ao público,
com a utilização dos critérios de noticiabilidade, que irão facilitar esta escolha. Silva (2005,
p.97) explica o uso dos critérios de noticiabilidade para a seleção das notícias:
A necessidade de se pensar sobre critérios de noticiabilidade surge diante da
constatação prática de que não há espaço nos veículos informativos para a
publicação ou veiculação da infinidade de acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia.
Frente a volume tão grande de matéria-prima, é preciso estratificar para escolher
qual acontecimento é mais merecedor de adquirir existência pública como notícia.
Sendo assim, o autor relata o enorme número de acontecimentos que surgem ao
decorrer do dia-a-dia, e é nesta hora em que é necessário aplicar os critérios de
noticiabilidade, e de forma concisa optar pelo fato merecedor da abordagem e futura
publicação realizada pela imprensa.
Na mesma perspectiva, Wolf (1994, p.175) define a noticiabilidade: ―[...] conjunto de
elementos através dos quais o órgão informativo controla e gere a quantidade e o tipo de
acontecimentos, dentre os quais há que selecionar a notícia‖.
Dessa forma, para poder selecionar as notícias que serão publicadas é importante
utilizar os critérios de noticiabilidade, e por meio deles, ter os critérios de escolha a partir dos
valores-notícias.
Silva (2005, p.98) acrescenta ainda: ―A seleção, portanto, se entende redação adentro,
quando é preciso não apenas escolher, mas hierarquizar‖. Diante do exposto, não basta apenas
22
escolher, é preciso selecionar o nível de importância a tais notícias, recorrendo aos valores-
notícia e aos critérios de noticiabilidade, decidindo desta forma qual o assunto cabe a uma
grande reportagem ou apenas a uma nota no veículo impresso.
Neste aspecto Wolf (1994, p.175) diz que: ―[...] valores/notícia são critérios de
relevância espalhados ao longo de todo o processo de produção; isto é, não estão presentes
apenas na seleção das notícias, participam também nas operações posteriores, embora com um
relevo diferente‖. Para o autor os valores/notícia não participam somente de uma escolha e
sim de todo o processo de produção.
Silva (2005, p.102) apresenta conceitos de alguns autores que contribuem com a ideia
de valores notícia no jornalismo:
Quadro 1 – ELEMENTOS DE VALORES-NOTÍCIAS: Segundo Critérios Relevantes
Fonte: Fernandes, Mário
23
Um dos critérios presente neste projeto é o da brevidade. Golding e Elliott (apud
WOLF, 1994, p.185) falam a respeito deste critério: ―De acordo com um dito jornalístico, as
notícias deveriam ser como as saias de uma mulher: suficientemente compridas para cobrirem
o essencial e suficientemente curtas para reterem atenção‖.
A partir dessas informações, entendemos que a notícia não pode ser tão extensa ao
ponto de cansar o leitor, mas também não pode deixar uma informação vaga, sem
entendimento completo, ou seja, deve ser na medida certa. De forma que o leitor compreenda
o exposto e que tenha vontade e satisfação de ler a notícia completa.
Outro critério importante para a produção de um folhetim sobre cultura regional é a
proximidade, que está ligada aos critérios de importância e interesse. Wolf (1994, p.180) fala
que: ―Os critérios substantivos da notícia articulam-se, essencialmente, em dois fatores:
importância e interesse da notícia‖. E para ter a proximidade com o leitor é preciso ter um
assunto de importância relevante e que seja de interesse do público alvo, desta forma ambos
estão interligados com o critério de proximidade.
Além do critério de entretenimento, que está vinculado ao interesse do público de
cultura, como constatado na pesquisa tabulada, em que 40% dos entrevistados de acadêmicos
de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC responderam que lêem jornal por
entretenimento.
3.4 JORNALISMO CULTURAL
Se perguntarmos a alguns jornalistas, qual o significado de Jornalismo Cultural, com
certeza cada um irá fornecer conceitos distintos. Porém, podemos acrescentar as qualidades
imprescindíveis para um bom texto de Jornalismo Cultural. Segundo Piza (2004, p.70) ―[...] o
texto precisa ter clareza, coerência e agilidade, mostrar aos leitores do que a obra ou tema se
trata [...]‖. Assim, o Jornalismo Cultural visa à elaboração e divulgação de notícias para
diferentes mídias, cujo enfoque central são as notícias culturais, qualquer que seja a sua
natureza.
Melo (2009, p.25) faz a seguinte colocação na relação da cultura com o jornalismo:
―[...] vamos observar que o universo cultural se distribui indiscutivelmente pelo conteúdo das
demais editorias de um jornal diário. O que significa dizer que o jornalismo é uma atividade
eminentemente cultural.‖
24
O autor explica que a cultura não está somente distribuída em sua editoria, mas
também agregada nas demais. Já que a cultura é abordada de maneira ampla e faz parte do
cotidiano de uma sociedade. Junto aos textos se encontra as famosas agendas culturais,
utilizadas em cadernos de cultura e lazer catarinenses, como o Jornal de Santa Catarina, Folha
de Blumenau, A Notícia, Diário Catarinense, entre outros.
A partir de sua pesquisa, Daniel Piza (2004, p.75), teve a clara percepção de que o
jornalismo cultural apresenta ampla relação com a evolução das cidades e consequente
processo de urbanização. Piza diz que, não considera como jornalismo cultural as notinhas de
shows, as agendas sobre espetáculos diários ou releases de filmes, peças de teatro ou de
exposições. Além de ressaltar o excesso das agendas nesses cadernos.
John et al, (2009, p.9) concordam com Piza quando citam ―Os suplementos culturais
dedicam cada vez mais espaço para as grades de programação ou matérias que contribuem
para o leitor organizar a sua ―agenda cultural‖ e pouco ou nenhum espaço para matérias que
analisem a repercussão ou a contribuição dessas manifestações, característica essencial do
jornalismo cultural‖.
A partir do que os autores expuseram, nota-se que o principal problema apontado nos
cadernos culturais brasileiros é a tendência ao agendamento. O grande espaço dedicado a
programação dos eventos culturais, sem a preocupação de impor a diferença e de demonstrar
uma nova proposta que envolva literatura, e que busque informações aprofundadas e não
somente meros releases. Cypriano (2009, p.79) argumenta sobre o conteúdo das agendas
culturais:
[...] muito do que se lê em cadernos culturais é uma cópia ou aversão disfarçada de
releases enviados pelas assessorias de imprensa, que cumprem muito bem o seu
papel de divulgadoras das exposições, apesar muitas vezes exagerando nos tons
dessas mostras.
Concordando com a argumentação utilizada pelo autor, podemos concluir que há
matérias culturais como meras cópias de releases. Deste modo, o jornalista passa a não
cumprir seu papel como profissional, copiando ou modificando poucas palavras de um texto
criado por um assessor de imprensa.
―Nesse contexto de ―agenda‖, a cultura popular não tem encontrado espaço, a não ser é
claro que seja absorvida e transformada em cultura de massa‖. JOHN et al, (2009, p.9).
Conforme os autores citam, falta espaço para quem ainda não é conhecido, nem fez sucesso
25
perante a mídia, mas que pode precisar de um apoio ou incentivo para mostrar a importância
de seu trabalho.
Segundo Arendt (apud LEMOS, 2009) ―[...] as obras que duram e que poderiam ser
consideradas culturais seriam as produzidas pelos artistas [...]‖. No ponto de vista do autor,
somente as obras que passam pelo processo de criação dos artistas e que duram poderiam ser
consideradas como cultura. Porém, entendemos que a palavra artista pode referir-se não só as
pessoas que utilizam a arte como profissão mas também as que fazem por lazer.
Cypriano (2006, p.77) reflete sobre o desconhecimento dos jornalistas sobre o papel
que a arte assumiu nos últimos 50 anos, em ser ela também um campo de crítica, de reflexão:
―Por isso, o que predomina nas coberturas em geral é uma visão da cultura e da arte como
entretenimento e diversão, tornando desnecessário qualquer espaço para um jornalismo
crítico‖.
Diante do afirmado anteriormente, percebemos que no jornalismo cultural exercido
nos cadernos culturais ou revistas da região, não há espaço para a crítica. Tendo em vista que
é difícil encontrar resenhas, nem mesmo um espaço dedicado ao público para o mesmo expor
a opinião a cerca de determinado tema. Atualmente não há vez e voz para o jornalismo crítico.
John et al, (2009, p.9) ―Se a ausência da cultura popular nos jornais da circulação mais
ampla (como Folha e Estado de S.Paulo) já é preocupante, o que dizer de jornais que têm
como linha editorial o caráter regional?‖ A preocupação dos autores se constitui justamente
pela ausência da cultura popular até mesmo em jornais que tem linha editorial regional, o que
prejudicam os artistas amadores, que buscam incentivos da mídia impressa. Nísio Teixeira
(2009) apresenta aspectos relevantes quanto ao uso da agenda cultural:
A agenda do jornalismo cultural muitas vezes segue a agenda do próprio produto
cultural, seja ele um livro, um disco, um espetáculo. Mas muitas vezes a pauta recai
sobre o produto cultural e não problematiza os processos que levaram o produto até
sua configuração final.
A partir disso, pode-se concluir que em alguns casos o jornalista não faz um
aprofundamento sobre o assunto, apenas os cita na programação da agenda. Concordando
com esta ideia, Porto (2009, p. 36) afirma “Quando se trata da informação cultural, o descaso
é imensurável. Espaços cada vez mais restritos e predominância do sistema de agenda”.
Nota-se então que cultura vai além de simples notas ou programação semanal, é
preciso ser abordada, mostrar conhecimento, saber agir com a forma diferente que o jornalista
de cultura pode dominar. Assim como as dificuldades existentes em instituições culturais ou
26
na produção de um novo produto cultural. De acordo com Piza, o que importa é ter domínio
no assunto e criatividade na abordagem.
Porto (2009, p.34) acrescenta e questiona ―A informação cultural exige um tratamento
vip, requer que se tenha um mínimo de ciência sobre uma obra ou acontecimento, caso
contrário, como podemos pensar o jornalismo como uma forma de conhecimento?‖ Com base
nesta questão, percebe-se que no jornalismo cultural atual não acontece desta forma, não há
um tratamento “vip”, diferenciado, apenas o dito pelo não dito, ou seja, a informação passada
de maneira curta, presa nas agendas culturais, sem aprofundamento específico.
Porto (2009, p.35) afirma ainda que “[...] a informação cultural pede um tratamento
diferenciado que amplie a noção do leitor sobre aquilo que está sendo dito”. Diante do
afirmado, percebemos que o espaço da cultura é um lugar também para reflexão, por isso
precisa ser tratado de forma diferente, com leveza e de maneira criativa, e claro sem perder a
credibilidade. Nesse sentido recorro ao escrito por Piza (apud BARRETO, 2006, p.72) a
respeito do tratamento dado aos cadernos culturais:
Os cadernos de cultura ainda são tratados pela grande imprensa como área do
jornalismo que desempenha papel quase decorativo, quando, na verdade, sua
importância é muito maior do que se imagina. Importância que vai desde a riqueza
de temas até a sofisticação dos textos que podem e devem chegar aos leitores.
Os cadernos culturais tendem cada vez mais para a ―cultura de variedades‖, deixando
para trás o papel crítico e interpretativo. Como é o caso do caderno do Diário Catarinense,
titulado ―Variedades‖, que trazem inseridos a arte, as tradições e o lazer, geralmente voltados
à cultura de massa. Piza (2004, p. 8), argumenta sobre este aspecto: ―[...] uma tendência do
jornalismo brasileiro recente é de querer aparentar o jornalismo cultural aos outros, o que
numa frase significa não reconhecer o maior peso relativo da interpretação e opinião em suas
páginas [...]‖.
O autor fala sobre a falta de criatividade e também de exploração a cerca dos temas
tratados no jornalismo cultural. Exatamente o espaço em que o jornalista de cultura tem
liberdade para o uso da opinião e interpretação, geralmente não é exercido desta forma.
Levando em conta este papel crítico, Barreto (2006) lembra que antes os suplementos e
cadernos culturais dos veículos impressos eram capazes de estabelecer um vínculo afetivo
com o leitor, que dialoga com os colunistas. Barreto (2006, p.66) enfatiza as mudanças que
ocorreram neste suplemento:
27
Embora nas duas últimas décadas tenham se afastado dessas características,
considerando-se que a cultura está cada vez mais inserida na sociedade do
espetáculo, do consumo imediato, da superficialidade das abordagens, os cadernos
culturais, na maioria das vezes, estiveram ligados à difusão da cultura consagrada e
em processo de consagração.
O escrito citado permite entender que a cultura dos cadernos ou suplementos
culturais está se desviando de seu objetivo inicial, do poder da crítica, e deixando se levar pela
condição de assuntos que façam ―sucesso‖ no momento. Ou também se deixando levar por
meros releases enviados pela imprensa. Barreto (2006, p. 79) argumenta sobre o conteúdo dos
cadernos culturais:
[...] muito do que se lê em cadernos culturais é uma cópia ou uma aversão disfarçada
de releases enviados pelas assessorias de imprensa, que cumprem muito bem o seu
papel de divulgadoras das exposições, apesar muitas vezes exagerando nos tons
dessas mostras.
O autor questiona o uso de releases feitos por assessores de imprensa e publicados
por jornalistas como textos próprios, sem dar o parecer jornalístico à questão e utilizando a
cópia de um texto feito por uma função que não condiz ao seu papel de mediador da
informação.
De acordo com Teixeira (2009), ―O jornalismo cultural inclui textos informativos,
opinativos, serviços, colunas sociais, horóscopos e passatempos [...] A própria ideia do furo
no jornalismo vive, portanto, uma sequencia de dilemas‖.
Apesar de o autor citar colunas sociais, horóscopos e passatempos como parte do
jornalismo cultural, em contrapartida entendemos que esses utensílios constituem o ambiente
de Lazer, uma forma de entretenimento, não considerável como cultura. Ao definir o
jornalismo cultural, Teixeira (2009), aborda as questões dos dilemas culturais:
Gênero jornalístico cuja origem remonta a períodos antes do Iluminismo, o
jornalismo cultural atual vive uma série de dilemas. Desafios que, como se já não
bastassem aqueles existentes ao exercício diário dos cadernos impressos, tornam-se
ainda maiores com o surgimento da internet: uma plataforma que contém, a um só
tempo, a capacidade de pesquisa e publicação e, ainda, traz a possibilidade da
convergência de mídias diversas, como o texto, o áudio e o vídeo.
A partir disso, pode-se concluir que com o surgimento da internet tornou-se ainda
mais difícil escrever sobre jornalismo cultural de maneira que desperte e prenda a atenção do
leitor. Por outro lado, de acordo com Kellner (apud GADINI, 2009) a ‗cultura da mídia‘ é um
processo recente, que é descrito da seguinte forma:
[...] esse processo de ‗midiatização‘ da cultura e da sociabilidade se acentua de
modo ainda mais acelerado e intenso com o desenvolvimento das chamadas novas
28
tecnologias da comunicação. ―A TV a cabo e por satélite, o videocassete e outras
tecnologias de entretenimento doméstico, além do computador pessoal – mais
recentemente –aceleraram a disseminação e o aumento do poder da cultura veiculada
pela mídia.
Assim, percebemos que com o uso da tecnologia, a cultura se tornou mais acessível à
população e com maior quantidade de conteúdos, possibilitando um acervo com mais
variedades, mas também com maiores possibilidades de escolha.
E para a formação de sentimentos, emoções e pensamentos de um indivíduo, é preciso
conhecer os microuniversos culturais e artísticos. Os microuniversos constituem cartografias –
musicais, literárias e filosóficas, segundo Suely Rolnik (2006, p.29): ―Não há subjetividade
sem uma cartografia cultural que lhe sirva de guia; e, reciprocamente, não há cultura sem um
certo modo de subjetivação que funcione segundo seu perfil‖. Portanto, nota-se que não há
um guia para ser cumprido, o jornalismo cultural é preciso ser feito com dedicação, levado a
sério e jamais ser desmerecido.
Piza (2004, p.90), define o que é preciso ser feito neste meio: ―o jornalista cultural, em
resumo, tem de ter temperamento forte e equilibrado, para manter sua independência e não
desbancar para o julgamento fácil quer positivo quer negativo. E isso não sai barato‖.
O autor aborda a forma que o jornalista cultural deve agir, ter temperamento forte, ou
seja, mostrar um texto diferente, mas com equilíbrio, que tenha conteúdos relevantes e
interessantes, sem exageros. Já para Basso (2009), o jornalista de cultura deve seguir estes
parâmetros:
Ao jornalista cultural ou ao crítico de cultura cabe o papel de levar à análise e à
interpretação, de forma a dar subsídios mais aprofundados para o leitor refletindo as
formas de organização da sociedade através das artes e da produção cultural. À parte
expor a filosofia estética de uma obra, por exemplo, cabe também a reflexão sobre
as circunstâncias sócias e históricas em que foi concebida, no sentido de apresentar
como um processo cultural.
Desta forma, para ser jornalista cultural é preciso cumprir as normas estabelecidas
tanto por Piza, quanto por Basso, pois são de forma imprescindíveis para um profissional do
meio. É preciso saber também, o que não deve ser aplicado no jornalismo cultural, onde
aparecem os famosos ―jabás‖7. Costa (2005, p.170) explica esta situação:
[...] perigo é a política de compadrio dos cadernos culturais, permitindo que seu
espaço seja usado para a troca de favores entre jornalistas, editores e críticos. E, com
isso, os contatos e a visibilidade conquistada na imprensa camuflarem a falta de
qualidade de um trabalho literário.
7 Exposição na mídia em troca de dinheiro.
29
Tendo isto em vista, o jornalista de cultura deve cuidar com as possíveis trocas de
favores impostas na imprensa. O poeta Fabrício Marques8 (apud COSTA, 2005, p.171)
dedicou um poema a esta delicada questão de bajulações:
Me suplica que eu te publico
Me resenha que eu te critico
Me ensaia que eu te edito
Me critica que eu te suplico
Me edita que eu te cito
Me analisa que eu te critico
Me cita que eu te publico
Me publica
A poesia de Marques retrata bem esta realidade em que passam alguns veículos
midiáticos, medida a qual não pode ser exercida por um jornalista ético. O jornalista se torna
―setorialista‖ de uma mesma fonte informativa, por construir uma relação de proximidade. E
acaba deixando de lado a possibilidade de aumentar o campo de fontes a serem exploradas.
Sem esquecer que alguns casos, o jornalista abandona seu papel de profissional da informação
e acaba cedendo ao pedido de publicação de fontes que lhe propõem algo em troca.
Já Barreto (2006, p.72) alerta para os perigos existentes no jornalismo cultural:
Primeiramente, como a arte, na maioria das vezes, é encarada como mercadoria, os
jornais simplesmente divulgam a informação, dando maior atenção a circuitos mais
restritos, deixando com isso, de ampliar a visão cultural do público brasileiro para
outras formas de cultura. Em segundo lugar, o jornalista corre o risco de ser
cooptado pelo marketing da indústria cultural, vale dizer, das grandes editorias,
gravadoras e TVS. Por isso, precisa ficar atento à pressão a que é submetido, que
envolve um sem-número de CDS, livros e releases.
Além de seguir os parâmetros definidos pelos autores, um novo produto cultural, como
é o caso de Área Cultural busca mostrar seu diferencial, resgatar a literatura utilizada tempos
atrás nos folhetins. Bulhões (2007, p.25) avalia a função do folhetim: ―[...] o folhetim será um
componente de irresistível atração e apelo às massas como intervalo de puro entretenimento,
espaço para o imaginário das populações urbanas‖.
Levando em conta a afirmação do autor, entendemos que o folhetim é sim um
suplemento também de entretenimento e que em sua maioria são voltados à população
massiva. Porém nos cabe aqui observar que o ideal seria uma informação com conteúdo, que
não deixe o entretenimento de lado e resgate a literatura, mas que ao contrário do colocado se
volta à cultura popular.
8 Poeta e jornalista de Belo Horizonte. Entre 2004 e 2005 foi editor do “Suplemento literário de Minas Gerais”.
30
Como já apontamos anteriormente, no ponto de vista de Meyer (1996, p. 18): ―[...]
folhetim não é algo unívoco fechado, mas tem uma história, a qual se escreve na história‖.
Portanto, o folhetim não é susceptível de uma só interpretação, não é algo evidente, porque
ele permite com que sejam ali retratados assuntos variados, do romance às variedades,
incluindo a literatura.
Strelow (2009, p.1) fala sobre o conteúdo do jornalismo cultural: [...] dentre os
assuntos contemplados pelo que se convencionou chamar de jornalismo cultural, a literatura
foi o primeiro a ocupar lugar nas páginas dos periódicos.
De maneira que o autor cita, a literatura sendo a primeira no espaço das páginas dos
periódicos, não há como deixar de fora a relação entre jornalismo e literatura. E Para falar
sobre esta relação entre jornalismo e literatura é preciso conhecer o New Journalism, a
principal tendência que nos Estados Unidos afrontou os limites convencionais do fazer
jornalístico, lançando um novo ―ritmo‖. Bulhões (2007, p.146) explica o sentido do New
Journalism, que é:
[...] elaborar formas expressivas de uma ―nova‖ textualidade jornalística, desatrelada
da pasteurização e do pragmatismo noticiosos, desatando o nó da gravata da
burocracia redacional, os representantes do New Journalism convocaram
conscientemente as armas – e os barões assinalados – da literatura.
O escrito citado pelo autor permite compreendermos que o New Journalism estabelece
uma nova possibilidade de escrever de maneira diferente, inovar, lançando um novo legado,
com a possibilidade de quebrar barreiras e sair da mesma formatação textual das redações.
Melo (2009, p.23) explica o começo da relação entre jornalismo e literatura:
Categoria emergente nos anos 1980 como produto das mudanças ocorridas em
território nacional (modernização econômica e redemocratização política) e das
transformações operadas nas empresas jornalísticas (profissionalização e
segmentação), o jornalismo cultural é caudatário do jornalismo literário, que teve o
seu apogeu na primeira metade do século XX.
Dessa forma, compreendemos que, o jornalismo cultural segue na mesma direção da
literatura. Já que a literatura faz parte da cultura, ambos seguem juntos, compartilhando um
segmento. Carbajo (apud CASTRO, 2005, p.16) afirma que ―A relação entre literatura e
jornalismo conhece um primeiro momento de esplendor com a aparição das revistas culturais
do século XVIII, estreita-se ao longo do século XIX e constitui um dos capítulos
fundamentais do século XX‖. A partir deste momento o jornalismo passa a dar espaço ao um
novo tema, que antes não havia abordagem nos meios de comunicação impressa. Costa (2005,
p.42) diz que o momento literário passou por uma fase de modernização em 1900:
31
Os jornais, sem desprezarem a colaboração literária, iam tomando um caráter cada
vez menos doutrinário sacrificando os artigos em favor do noticiário e da
reportagem. As notícias de polícia, particularmente, outrora, mesmo quando se
tratava de um crime rocambolesco, não mereciam mais do que algumas linhas, agora
passavam a cobrir largo espaço, surge o noticiário esportivo, até então inexistente,
tudo isso no sentido de servir o gosto sensacionalista do público que começava a
despertar. Consequência: facultando trabalho aos intelectuais, aos escritores, os
jornais lhes pediam menos colaboração literária – crônicas, contos ou versos – do
que reportagem, noticiário, tarimba da redação.
E assim, a literatura perdia espaço nos jornais para dar lugar as matérias
sensacionalistas, que no momento era de maior interesse do público, devido ao apelo abusivo
dos jornalistas quando escrevem matérias deste porte. Castro (2005, p.17) declara o que
aconteceu com a criação literária no jornalismo:
Com efeito, a criação literária, fixada exemplarmente no marco da modernidade
como a conquista de um novo espaço onde se estende essa linha na qual a linguagem
converte-se em obra, enfrenta uma crise sem precedentes, ao questionar-se o próprio
fundamento sobre o que tem se construído durante quase três séculos.
Percebemos então, que após a literatura ganhar maior espaço passa-se a questionar o
objetivo deste espaço. Costa (2005, p.173) explica o que aconteceu com os escritores
jornalistas do gênero literário no decorrer das gerações:
Ao contrário das gerações anteriores, que tiveram grandes nomes que passaram
longe dos bancos universitários, como Graciliano Ramos e Ferreira Gullar,
praticamente todos os escritores jornalistas de hoje são egressos da faculdade de
comunicação treinados desde o início para o exercício de um modelo específico de
texto.
O que nos leva concluir, que atualmente mesmo sem a obrigação do diploma, a
maioria dos escritores de hoje são jornalistas formados até mesmo para uma aprimoração
textual. Entendemos que, a formação do jornalista o faz estar mais preparadas como
escritores, devido à aprendizagem acadêmica, exercida como ferramenta. Porém existem
exceções, como é o caso dos escritores, citados pelo autor: Graciliano Ramos9 e Ferreira
Gullar10
.
Costa (2005, p.42) diz que na nova imprensa era preciso transitar entre os dois meios
(o literário e o jornalístico), a autora cita João do Rio11
, escritor e repórter que soube se
9 Romancista, cronista, contista, jornalista, político e memoralista brasileiro do século XX.
10 Poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memoralista e ensaísta brasileiro.
11 Jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro.
32
encaixar como poucos na nova imprensa. Travancas (2010) fala sobre a imagem que um
suplemento literário transmite para seu público: ―Os suplementos literários transmitem uma
ideia de livro e de literatura e significam prestígio para os jornais e status para quem trabalha
neles‖.
Apesar de concordarmos com o ponto de vista do autor, não há na cidade um
suplemento literário em nenhum dos jornais regionais, portanto, é preciso retomar este
prestígio e status que contém a literatura para um novo produto cultural na cidade. Santiago
(apud TRAVANCAS, 2010) salienta sobre a crítica literária nos jornais:
A literatura (contos, poemas, ensaio, crítica) passou a ser algo mais que fortalece
semanalmente os jornais através de matérias de peso, imaginativas, opinativas,
críticas, tentando motivar o leitor apressado dos dias de semana a preencher o lazer
do weekend de maneira diferente.
Diante da afirmação, observamos que esta é a oportunidade de interação do leitor. Um
espaço em que o leitor tenha entretenimento. Arquitete o uso da interpretação, a imaginação
ou da ficção estabelecida pelo autor. São possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e
da realidade encontradas no mundo das palavras.
Bulhões (2007, p.11) faz uma afirmação a respeito do jornalista como parente da
História: ―Seria, então, o jornalista uma espécie de ―historiador da vida contemporânea‖,
diariamente compartilhada‖. E o jornalista é de fato um historiador, é ele quem informa os
mais variados fatos que acontecem hoje e também aqueles em que marcaram a vida da
sociedade ao decorrer de cada trajetória vivida. Desta forma, percebemos que o jornalismo
está ligado à literatura. Bulhões (2007, p.12) reforça: ―Na literatura, a linguagem não é mera
figurante, mas o centro das atenções‖.
Portanto, não basta apenas escrever, a literatura tem que ser bem feita, ao ponto que
desperte atenção do leitor e o faça compreender o exposto. Não basta exercer a função
cotidiana e costumeira, é preciso transmudar, recriar e inovar. Ainda em Bulhões (2007, p.13)
―Todo texto literário é insubstituível‖. Nesta mesma linha, Bulhões (2007, p.14) afirma: ―No
limite, pode-se afirmar que a literatura nem chega a representar a realidade, mas recriá-la na
operação de desviar a linguagem de sua função habitual‖.
Desta forma, o autor explica que a literatura não é a representação da realidade, como
acontece no jornalismo, mas sim, uma recriação da mesma, abordada de forma diferente e
construída com linguagem diferente.
33
Bulhões explica esta diferença: ―De um lado, o jornalismo seria uma atividade baseada
na urgência informativa, ocupado e preocupado somente com os fatos. Quanto à literatura,
bem, ela poderia se entregar, sem culpa, aos desregramentos da ficção e da fantasia‖. O autor
deixa bem explícito a diferença entre a literatura, que dá lugar para a imaginação, enquanto o
jornalismo dá prioridade a informação e a verdade dos fatos. Bulhões (2007, p.16) fala sobre a
literatura:
Durante séculos - antes do advento do cinema, da televisão e da internet – a
literatura saciou, de forma hegemônica, necessidades de fantasia dos seres humanos.
Nesse sentido, ela participa de uma das atividades mais poderosas e antigas da
manifestação da própria civilização humana, a de contar e transmitir histórias.
Operando com ―a vida que poderia ter sido e não foi‖, não interessaria à literatura
extrair uma verdade factual, mas uma verdade simbólica, ou alegórica.
Diante do citado, compreendemos que o autor explica que a literatura prefere se tornar
parte da vida do leitor e não ser como uma notícia factual, que permanece pouco tempo na
lembrança do leitor e logo é substituída por outro relato mais recente ou de maior
importância.
Bulhões (2007, p.19) conceitua literatura: ―A literatura é, por excelência, um território
para o devaneio fantasioso, uma instância de desatrelamento da vida contingente. A sua
―verdade‖ reside também aí, ou seja, na capacidade de atingir uma dimensão universal e
essencial da subjetividade humana, a da atividade imaginativa‖. O autor aborda a capacidade
de a literatura ser essencial para a imaginação do leitor, uma forma de ―descontração‖ para os
fatos da vida cotidiana expostos pela mídia.
E reforça: ―[...] ela envolve com a dimensão do imaginário, com o que ainda não
existe ou não existirá, abrindo os flancos da vida para a criação do possível ficcional‖. Esta é
a diferença da literatura, que mexe com o imaginário das pessoas, e investe na ficção.
Nesta perspectiva, Bulhões (2007, p.23) relaciona: ―Assim, o jornalismo vai de fato
assumindo uma identidade marcadamente contrária à dos produtos de ficção e fantasia. A
matéria do jornalismo seria a própria vida mas a vida como substância plausível e
demonstrável‖.
O autor nos leva a entender que a literatura não tem uma identidade marcante tal como
acontece no jornalismo, que é o relato dos fatos do cotidiano. Porém, acreditamos que ambos
tenham uma identidade marcante, de formas diferenciadas, mas que levam aos leitores uma
identidade. No jornalismo, pelo factual, acontecimentos que envolvam proximidade e
sentimentos que marcam a vida do leitor. Já na literatura, a imaginação marca por outro lado,
34
o local da fantasia, onde cada indivíduo busca um espaço, até mesmo para entretenimento.
Bulhões (2007, p.28) explica a condição paradoxal da literatura:
A literatura parece viver, portanto, uma eterna condição paradoxal: ao mesmo tempo
que é instância de liberdade pelo poder criativo e transformador da linguagem,
fornece marcas identificadoras que a conectam a uma determinada época. Ela é
autônoma, mas sempre carrega alguma etiqueta que fornece ao leitor sinais de
identificação do tempo em que foi produzida.
Desta forma, concluímos que a obra do escritor é fruto da imaginação dele, embora
seja baseado em elementos reais, que façam com que o leitor identifique o tempo em que foi
criada.
35
4 RELATO DE PRODUÇÃO
4.1 PRÉ-PRODUÇÃO
4.1.1 Pesquisa de Opinião
Em primeiro lugar, optou-se por realizar pesquisa de opinião sobre a importância da
cultura em Blumenau/SC. Além de buscar respostas sobre a satisfação ou insatisfação do
público em relação à abordagem da cultura nos meios impressos da cidade e da possível
implantação de um produto midiático cultural impresso de Blumenau/SC.
Os tipos de pesquisa escolhidos foram quantitativa, descritiva e exploratória com
perguntas fechadas e abertas, de maneira a formar o perfil dos entrevistados. Explorando o
objeto de pesquisa através da aproximação com o tema. (NOVAES, 2005)
As pesquisas de opinião partem de uma perspectiva quantitativa, permitem identificar
posicionamentos, tendências, percepções e sugestões que o público tem a respeito de um
produto ou serviço, da empresa ou de qualquer outro assunto. (NOVAES, 2005)
O público alvo são os jovens blumenauenses e universitários de Instituição de Ensino
Superior do Ibes-Sociesc, de 18 a 24 anos. Pressupõe-se que esses jovens não dispõem de um
produto com esta abordagem na cidade. Em relação à coleta de dados, ela foi realizada entre
os dias 09 e 14 do mês de abril de 2010 no Ibes-Sociesc, das 18 horas às 22
horas. (Apêndice A)
A pesquisa de opinião é um método de investigação científica, que mostra a expressão
de uma opinião pública. É a coleta de vasta quantidade de dados com grande número de
entrevistados. Novaes (2005, p. 164).
Novaes (2005, p.164) destaca como pontos positivos: o resultado da pesquisa como
forma de investigação de um problema de uma empresa, por meio de estatísticas, dados
sociodemográficos e de atitude. Além desse tipo de pesquisa ter um baixo custo de aplicação.
Já como pontos negativos Novaes (2005, p.164) destaca a manipulação do
pesquisador, em tentar influenciar o entrevistado com a má formulação da pergunta,
ordenação confusa das questões ou constrangimento do entrevistado. Segundo Novaes (2005,
p.165) O processo de pesquisa deve cumprir algumas fases:
a) Planejamento e realização – Plano das etapas da pesquisa. São as estratégias utilizadas
para conseguir alcançar os objetivos e evitar incoerências que possam comprometer os
resultados.
36
b) Definição do escopo do estudo – Identificar o alvo, mira, o intuito para não apresentar
dados inúteis ou distorcidos. Além de solicitar e receber bem os pontos de vista dos
entrevistados.
c) Definição do método de coleta, do cronograma e do orçamento – Após analisar as
metas, deve-se escolher se a aplicação da pesquisa vai ser feita pessoalmente por telefone
ou correio.
Novaes (2005, p.165) salienta sobre o uso da técnica de coleta de dados: neste caso, a
entrevista pessoal. E define os aspectos positivos: poder explicar as perguntas com uso de
recursos visuais, a cooperação do entrevistado devido à aproximação, o alcance a pessoas que
não seriam acessíveis em outros métodos, como moradores de ruas, além da possibilidade de
aplicar entrevistas mais longas e obter maior número de respostas, sendo difícil a entrevista
ser interrompida antes de chegar ao final.
Já os pontos negativos relatos por Novaes (2005, p.165) são: o maior custo, o maior
tempo de aplicação e a possibilidade do entrevistador poder induzir o entrevistado a respostas
ou introduzir colocações pessoais além das questões específicas.
Em relação aos tipos de perguntas, Novaes (2005, p.172) relata que nas perguntas abertas
é necessário formular a resposta livremente registrada em forma de texto. Também é preciso
conhecer melhor a opinião do entrevistado, porém, podem surgir respostas que não sejam
objetivas referentes ao tema, dificultando a análise estatística.
Já nas fechadas, Novaes (2005, p.173) explica ser possível uma melhor comparação entre
as respostas, além de melhor facilidade de digitação na base de dados. Porém, pode não ter a
opção que o entrevistado gostaria, não podendo expressar opinião. Se não tiver a alternativa
que a pessoa busca, acaba forçando a pessoa a escolher a alternativa mais próxima. Por isso é
viável apresentar a alternativa ―outros‖ como um campo de anotação, mas não em todas as
perguntas.
Chegando ao trabalho em questão, para realizarmos a pesquisa de opinião utilizamos os
dados de 2009/01, cedidos pela Secretaria Acadêmica do Ibes-Sociesc, por meio de Fernando
Scherer12
. Foi contabilizado o número de matriculados por curso, sexo e idade (de 18 a 24
12
Secretário Acadêmico de Graduação do Ibes-Sociesc.
37
anos), portanto a divisão entre homens e mulheres na aplicação do questionário foi
proporcional a cada curso.
Desta forma, 91 acadêmicos em Administração (50 mulheres e 41 homens), 23 de
Contábeis (12 mulheres e 11 homens), 69 de Comunicação Social (38 mulheres e 31 homens),
32 de Direito (17 mulheres e 15 homens, e por fim, cinco acadêmicos de Psicologia (três
mulheres e dois homens).
Aplicamos então, uma fórmula para o cálculo do tamanho mínimo da amostra. Segundo
Barbetta (2002, p.60) Sejam: N tamanho (número de elementos da população); N tamanho
(número de elementos da amostra); No arma primeira aproximação para o tamanho da
amostra e Eo erro amostral tolerável. Um primeiro cálculo do tamanho da amostra pode ser
feito, mesmo sem conhecer o tamanho da amostra, mesmo sem conhecer o tamanho da
população, através da seguinte expressão:
No = 1/Eo²
Então, No = 1/ (0,05)² = 400
Conhecendo o tamanho N da população, podemos corrigir o cálculo, por: N.no/N+no
Baseado na fórmula de Barbetta (2002, p.60) obtivemos o seguinte resultado:
n = (400).(486)/ 400 + 486 = 194400/886
n = 219,41
Desta forma, entrevistamos 220 pessoas para obtenção do resultado amostral. Assim,
foi aplicada a pesquisa de opinião para conhecer os interesses dos jovens blumenauenses
sobre cultura e áreas relacionadas. O questionário contou com 30 perguntas, sendo a
identificação do nome opcional, então relatamos as 29 questões. O roteiro das perguntas foi
dividido em três partes: identificação, hábitos de leitura e cultura. Seguimos então para a
pesquisa em questão.
O primeiro questionamento foi formulado buscando compreender qual o sexo dos
jovens blumenauenses e universitários de Instituição de Ensino Superior do Ibes-Sociesc, de
18 a 24 anos. Foram abordadas 220 pessoas no total, senso assim o universo da presente
pesquisa.
38
A partir da pesquisa obtivemos o resultado, em que a maioria dos jovens de 18 a 24
anos, 55%, que estudam no Ibes-Sociesc, são do sexo feminino.
O segundo questionamento foi elaborado com intuito de identificar a idade dos jovens
que estudam no Ibes-Sociesc.
Diante das informações tabuladas e apresentadas no gráfico 2, podemos perceber que
dos 220 entrevistados, 37% como maioria dos estudantes da faixa etária estabelecida na
pesquisa (de 18 a 24 anos) tem 21 anos. Em seguida, os jovens de 20 anos, com 34%. Em
contrapartida, apenas 4% possuem 24 anos e 2% dos jovens têm 22 anos.
No terceiro gráfico buscou-se saber a quantidade de jovens na faixa etária de 18 a 24
anos presente em cada curso do Ibes-Sociesc.
Gráfico 1 – População pesquisada, por gênero feminino ou masculino, dos jovens acadêmicos
de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 2 – Faixa etária dos jovens acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau,
SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
39
A partir das informações apresentadas no gráfico, observamos que 41% dos
entrevistados cursam Administração, 16% Jornalismo; em empate, com 15% Direito e
Publicidade e Propaganda; 10% Contábeis e 2% Psicologia.
No quarto questionamento, buscou-se descobrir a ocupação desses jovens, se
trabalham e estudam ou apenas trabalham.
Com o resultado, verificamos que a maioria, 97% dos jovens pesquisados trabalham e
estudam, enquanto 3% apenas estudam.
No quinto gráfico procuramos saber a renda familiar dos entrevistados.
Gráfico 3 – População pesquisada por curso dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de
Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 4 – Ocupação dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em
porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
40
Dessa forma, notamos que, 73% dos pesquisados tem uma renda familiar acima de
R$2000 enquanto o menor índice, 3% dos entrevistados tem renda familiar de R$500 até
R$1000.
No sexto questionamento buscou-se saber com quem os pesquisados residem em
Blumenau.
A partir do resultado, verificamos no topo, que 81% desses jovens residem com os
pais e irmãos e 10% com parentes. Em contrapartida, 1% moram com amigo.
No sétimo gráfico perguntamos a composição familiar dos pesquisados.
Gráfico 5 – Renda familiar dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC.
(Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 6 – Com quem reside os acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC.
(Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
41
Concluimos então, que 80% dos jovens entrevistados tem a composição familiar de
três a quatro pessoas, 9% tem menos de três pessoas na residência, enquanto 8% cinco
pessoas e 3% mais de cinco pessoas.
No oitavo questionamento, buscou-se descobrir o hábito de leitura, se esses jovens
lêem jornal impresso.
A partir dos dados apresentados no gráfico, observamos que 99% lêem jornal impresso
e apenas 1% não lê este tipo de veículo.
O nono questionamento foi elaborado com o intuito de verificar qual jornal os
entrevistados costumam ler.
Gráfico 7 – Composição familiar dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau,
SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 8 – Hábito de leitura de jornal impresso dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-
Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
42
Nesta perpectiva, define-se então que 90% dos entrevistados lêem o Jornal de Santa
Catarina, 6% a Folha de Blumenau, enquanto no empate 2% lêem A Notícia e 2% o Diário
Catarinense.
No décimo gráfico buscou-se saber qual a perocidade da leitura do jornal desses
jovens.
A partir dos dados apresentados no gráfico, observamos que 38% dos pesquisados
lêem jornal todos os dias, 28% uma vez por semana, enquanto 19% mais de duas vezes por
semana e 15% duas vezes por semana.
No décimo primeiro questionamento, perguntamos qual a editoria os entrevistados
mais gosta de ler.
Gráfico 9 – Hábito de leitura de jornal impresso dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-
Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 10 – Periodicidade de leitura do jornal impresso dos acadêmicos de 18 a 24 anos do
Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
43
Com os resultados, verificamos que 41% desses jovens preferem a editoria de Geral,
28% de Cultura e 27% Esportes. Em contrapartida, 3% preferem Política e apenas 1%
Economia.
No décimo segundo gráfico, buscou-se saber se o entrevistado julga claro o
vocabulário dos jornais que costuma ler.
No décimo terceiro questionamento perguntamos quais os motivos que levam os
entrevistados a ler um jornal.
Gráfico 11 – Editoria preferida do jornal impresso pelos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-
Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 12 – Julgamento do vocabulário dos jornais lidos pelos acadêmicos de 18 a 24 anos do
Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
44
A partir dos dados do gráfico, observamos que 56% dos entrevistados lêem jornal para
se manter informado, 40% para ter intretenimento, e no empate, 2% por hábito e 2% por
interesses profissionais.
No décimo quarto gráfico buscou-se saber se a cultura é importante em Blumenau.
A partir das informações apresentadas no gráfico, verificamos que todos os 220
entrevistas, ou seja, 100% do universo da presente pesquisa consideram a cultura importante
em Blumenau. Sendo assim, comprovamos a relevância da cultura para esses jovens e
ressaltamos a importância da existência de um folheto cultural na cidade.
Gráfico 13 – Motivos que levam aos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau,
SC a ler um jornal. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria, da pesquisadora.
Gráfico 14 – Importância da cultura para os acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de
Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
45
No décimo quinto questionamento buscou-se saber os motivos que levam esses jovens
a acreditarem que a cultura é importante em Blumenau.
Conforme as informações do gráfico, podemos concluir que a maioria dos
entrevistados, 55% consideram a obtenção de informação como motivo da importância da
cultura em Blumenau. Enquanto 20% dizem que valorizar a cidade seja o principal motivo; já
15% acreditam que o costume e a tradição sejam as peças principais; 6% julgam a
importância pelo motivo da cultura ser parte da nossa história e 3% acreditam ser importante
para conhecer o passado.
No décimo sexto gráfico perguntamos se Blumenau possui algum meio de
comunicação que traga informação relevante sobre cultura.
Gráfico 15 – Motivos que levam aos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau,
SC a acreditarem que cultura é importante. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 16 – A cidade possui ou não, um meio de comunicação que traga informação relevante
sobre cultura para os acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em
porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Fonte: Elaboração própria, da pesquisadora.
46
De acordo com os dados, verificamos que 96% dos entrevistados acreditam que não há
um meio de comunicação em Blumenau que traga informação relevante sobre cultura,
enquanto apenas 4% afirmam que há um veículo deste porte.
No décimo sétimo gráfico buscou-se saber qual meio de comunicação que traz
informação relevante sobre cultura em Blumenau.
Diante do exposto, observamos que 88% dos pesquisados responderam que os
telejornais são o meio de comunicação que traz informação relevante sobre cultura em
Blumenau, já 13% responderam que os blogs têm esta função.
No décimo oitavo gráfico, perguntamos se os veículos midiáticos culturais se prendem
somente às agendas culturais.
Gráfico 17 – Meio de Comunicação que traga informação relevante sobre cultura em
Blumenau para os acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em
porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 18 – Veículos midiáticos culturais se prendem ou não às agendas culturais na opinião
dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC.
Fonte: Elaboração própria.
47
Mediante as informações, observamos que 89% acreditam que os veículos midiáticos
culturais de Blumenau se prendem sim às agendas culturais, enquanto 11% consideram que
não.
No décimo nono gráfico, buscou-se saber se falta na cidade um veículo impresso
voltado somente à cultura em Blumenau.
De acordo com os dados, observamos que todos os 220 entrevistas, ou seja, 100% do
universo da presente pesquisa acreditam que falta em Blumenau um veículo impresso voltado
somente à cultura. Desta maneira, comprovamos que falta na cidade um produto como o Área
Cultural. Os jovens blumenauenses têm necessidade de um veículo que aborde o jornalismo
cultural.
No vigésimo gráfico, perguntamos quais as três editorias dentro de um Folheto
Cultural os entrevistados preferem.
Gráfico 19 - Necessidade de veículo impresso voltado somente à cultura, na opinião dos
acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 20 – Principais editorias dentro de um Folhetim Cultural na opinião dos acadêmicos de
18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
48
A partir da pesquisa obtivemos o resultado, em que 28% preferem música, 23%
literatura, 12% enquete, 11% cinema, 8% charges e carticaturas, 8% talentos amadores, 7%
festas típicas/eventos, enquanto apenas 3% agendas culturais e 2% teatro. Os dados
apresentados estabelecem vínculo com a linha editorial proposta no Produto Experimental de
Comunicação.
No vigésimo primeiro gráfico, buscou-se saber o que falta nos Cadernos Culturais.
Conforme os dados do gráfico, 47% dos entrevistados acreditam que falta nos
Cadernos Culturais conteúdo com profundidade, 39% responderam que falta interatividade e
14% opinião.
No vigésimo segundo gráfico, perguntamos se os eventos das agendas culturais são
explicados de maneira adequada, e com informação em profundidade.
Gráfico 21 – O que falta nos Cadernos Culturais na opinião dos acadêmicos de 18 a 24 anos do
Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 22 - Eventos das agendas culturais são explicados de forma adequada ou não, na
opinião dos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
49
De acordo com os dados do gráfico, notamos que 98% acreditam que os eventos das
agendas culturais não são explicados de forma adequada, e com informação em profundidade,
apenas 2% acreditam que sim. Percebemos então, que as maiorias dos veículos abordam as
agendas culturais de forma rápida, sem explicar o conteúdo do evento em questão, deixando o
leitor com dúvidas do que está por vir.
No vigésimo terceiro gráfico, buscou-se saber por quais motivos a cultura não é
valorizada na cidade.
Conforme as informações do gráfico, verificamos que 40% acreditam que a falta de
um veículo impresso voltado somente à cultura é o motivo da desvalorização cultural, 25%
afirmam que é devido à falta de apoio e visibilidade aos artistas locais, 15% devido à falta de
um Folheto Cultural de Blumenau em jornais da região, já 12% responderam a falta de
incentivo, enquanto 2% responderam ser a falta de verbas e apenas a falta de interesse.
No vigésimo quarto gráfico, perguntamos quais motivos levariam os entrevistados a
lerem um Folhetim Cultural.
Gráfico 23 – Motivos para a cultura não ser valorizada na opinião dos acadêmicos de 18 a 24
anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
50
De acordo com os dados do gráfico, observamos que 36% consideram a informação
como principal motivo para a leitura de um Folhetim Cultural, 32% acreditam ser o
entretenimento, 21% a cultura abordada de outro forma, 7% o design editorial, enquanto 4% a
obtenção de conteúdo.
No vigésimo quinto gráfico, buscou-se saber até quanto os entrevistados pagariam por
um Folhetim Cultural mensal.
Conforme os dados do gráfico, 46% pagariam R$1,75 por um Folhetim Cultural
mensal, 29% R$1,50, 13% R$1,00, 11% não pagariam e 1% pagariam R$0,75.
No vigésimo sexto gráfico, perguntamos de qual forma o Folhetim Cultural deve
circular.
Gráfico 24 – Motivos para ler um Folhetim Cultural na opinião dos acadêmicos de 18 a 24 anos
do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 25 – Preço que os acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC
pagariam para ter um Folhetim Cultural. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
51
De acordo com as informações do gráfico, 57% preferem que o Folhetim Cultural
circule independente, enquanto 43% encadernado em jornais da região.
No vigésimo sétimo gráfico, buscou-se saber qual o meio utilizado pelos entrevistados
para obter informações culturais de Blumenau.
Definimos então, que 34% dos pesquisados, obtém informações culturais por meio da
televisão, 28% pela internet, 26% por meio do jornal impresso e 12% na rádio.
No vigésimo oitavo gráfico, buscou-se saber se a cultura em Blumenau é conhecida
somente pelas festas alemãs.
Gráfico 26 – Forma em que Folhetim Cultural deve circular na opinião dos acadêmicos de 18 a
24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 27 – Meio utilizado pelos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC
para obter informações culturais de Blumenau. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
52
De acordo com os dados do gráfico, 85% dos entrevistados afirmam que sim, a cultura
de Blumenau é conhecida somente pelas festas alemãs, enquanto 15% acreditam que não.
No vigésimo nono gráfico, perguntamos os motivos da cultura de Blumenau ser
conhecida somente pelas festas alemãs.
Conforme os dados do gráfico, verificamos que 74% acreditam que só com festas há
divulgação, 24% devido às tradições e 2% afirmam como motivo, a falta de incentivo.
Considerando os resultados da pesquisa, comprovamos que as 220 pessoas
entrevistadas, ou seja, 100% do universo da mostra consideram a cultura importante em
Blumenau e também acreditam que falta na cidade um veículo impresso voltado somente à
cultura. Desta forma, concluímos que é necessário um folhetim como o Área Cultural para
Gráfico 28 – A cultura da cidade é conhecida ou não pelas festas alemãs, na opinião dos 18 a
24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 29 – Motivos que fazem a cultura da cidade ser conhecida somente pelas festas
alemãs, na opinião dos 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC. (Em porcentagem)
Fonte: Elaboração própria.
53
preencher o espaço vazio que há na mídia regional em relação a este tema, que é um fator
determinista do cotidiano da sociedade.
4.1.2 Linha Editorial
Pensamos em produzir o folhetim Área Cultural mensalmente. Com texto de
linguagem simples e direta. Mas, também com textos que façam o leitor refletir, o foco é a
cultura de uma forma diferenciada do convencional. A intenção é levar informações culturais,
por meio de notícias, matérias, poesias, contos, crônicas, enquetes, resgatar uma parte do
conteúdo do folhetim de antigamente.
Foram elaboradas 11 editorias, sendo elas: Canto da Poesia, Informações culturais,
Seção de arte, Música.com.BNU, Crônica, Diz aí!, Confira, Editorial, Profissão: Artista,
Polêmica e Lugar de Resenhar.
As editorias foram construídas a partir de assuntos considerados importantes para os
jovens blumenauenses e que quase não possuem abordagem nos veículos midiáticos. Pelo fato
da cultura ter uma definição ampla, deixamos de lado temas já indagados pela mídia local e
optamos por assuntos ligados à literatura, opinião e talentos amadores, abordagem que falta na
cidade.
No caso do presente Projeto Experimental, na segunda página, ao lado esquerdo,
definimos o Canto da Poesia. Onde serão expostas poesias de autores que já publicaram
livros e também de autores que ainda não publicaram, que escrevem por lazer. Indiferente da
idade, porque para lidar com cultura não existe idade específica.
Por que a importância deste espaço? Segundo Pignatari (2010, p.10): ―O poeta é
aquele artista que não está no gibi. E é aquele que ajuda a fundar culturas inteiras‖.
Portanto, brincar com os sons, descobrir novas ressonâncias, poder ouvir e ler pequenas
histórias em verso, memorizar os poemas preferidos, desvendar imagens e sentimentos
contidos na palavra, são atividades de adesão imediata que podem e devem ser introduzidas
no nosso universo e dessa forma fundar as culturas inteiras, citadas pelo autor.
De acordo com Pierce (apud PIGNATARI 2010, p.10): ―O poeta faz linguagem para
generalizar e regenerar sentimentos‖. Dessa forma, é usar a sensibilidade para colocar por
meio dos poemas de forma poética o que acontece em nosso dia-a-dia, injustiça, paixão, amor,
amizade, perda, ilusão, morte, esperança, enfim, sentimentos que percorrem nossos corpos e
acontecimentos que fazem parte da nossa trajetória de vida.
54
É importante ressaltarmos a Poética de Aristóteles, a obra se divide em duas partes. A
primeira apresenta o conceito de poesia como imitação de ações. A segunda parte da Poética,
a mais extensa, estuda a tragédia, uma das espécies ou gêneros da poesia dramática, e faz a
comparação da tragédia e da epopéia.
Aristóteles (1990) diz que: ―A epopéia, o poema trágico, bem como a comédia, o
ditirambo13
e, em sua maior parte, a arte do flauteiro e a do citaredo, todas vêm a ser, de modo
geral, imitações. Diferem entre si em três pontos: imitam ou por meios diferentes, ou objetos
diferentes, ou de maneira diferente e não a mesma‖.
A Poética de Aristóteles se trata basicamente do ato de "imitar" uma arte e conseguir
criar outra, ou seja, fazer com que a partir das diferenças se crie uma imitação diferente. Desta
forma citamos Aristóteles como exemplo e modelo do que estará presente no folhetim.
Concluímos que para ser poeta é preciso inovar, apesar da maioria dos poemas serem
compostos por versos, por esse motivo que o autor fala da imitação.
Continuando a descrição do espaço estabelecido para cada sessão do Folhetim, ao lado
direito no canto superior, estão localizadas as Informações Culturais. Este é o espaço para
colocar tanto matérias sobre algum ponto cultural específico dos blumenauenses, como por
exemplo, as festas culturais, abordadas de uma forma diferente, quanto informações sobre os
eventos culturais que acontecem na cidade, explicados de maneira elaborada.
Já no canto inferior direito está localizado a Seção de arte. O local é destinado para
artistas amadores que criam não só desenhos, mas tudo que seja ligado à arte por lazer e não
pelo trabalho. Um espaço para aqueles artistas blumenauenses que não tem oportunidade para
expor seus trabalhos e valorizá-los.
Na terceira página, no canto superior esquerdo, encontramos o música.com. BNU,
visualizado para dar espaço aos músicos e bandas amadoras ou não, de Blumenau. O lugar
dos blumenauenses prestigiarem e conhecerem as bandas existentes na cidade, assim como os
talentos musicais escondidos, por falta de divulgação.
Logo abaixo, a enquete, espaço opinativo Diz aí!, onde cada mês será elaborada uma
pergunta diferenciada à respeito de Cultura para os jovens blumenauenses responderem e
darem suas opiniões.
13
Hino coral em louvor de Dionisio (Baco).
55
Já no canto superior direito, visualizamos Crônica, um lugar para os cronistas
blumenauenses, tanto profissionais quanto amadores exporem seus textos, compartilhando
com o público leitor a arte de escrever bem.
E abaixo, também ao lado direito, do canto inferior, localizamos o Confira, lugar em
que falaremos sobre um filme interessante, que tenha haver com cultura e que não estreou
ainda nas telas do cinema.
Na última página, no canto superior esquerdo, encontramos o Editorial, colocado de
uma maneira diferenciada dos jornais e revistas, que costumam colocá-lo o início da edição.
O Área Cultural resolveu estabelecer este espaço na última página, para este ser o lugar em
que o leitor fique sabendo como foi a produção do mês, a correria, as dificuldades e por fim, o
resultado final ou uma matéria que foi destaque na edição anterior.
E abaixo, a sessão Polêmica, em que um profissional ou artista da região expõe sua
opinião a cerca de um tema polêmico que envolva cultura em Blumenau.
Ao lado direito, no canto superior, produzimos o Profissão: Artista, um espaço
dedicado aos artistas profissionais, um lugar para expor o trabalho realizado recentemente ou
há anos.
E em seguida, Lugar de Resenhar, onde profissionais podem divulgar resenhas
produzidas por eles.
4.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO
Em busca de um veículo cultural de Blumenau inovador surgiu a ideia de um folhetim
como suplemento cultural e literário, onde as pessoas tenham acesso a todo conteúdo que
envolva cultura na cidade, não somente agendas culturais, e sim uma abordagem diferenciada
dos Cadernos Culturais da região. O nome Área Cultural foi criado pelo fato do veículo ser
uma mídia jornalística que estabelece seu foco na cultura de Blumenau. Portanto, uma nova
área em que serão inseridos conteúdos diferentes dos já abordados pela mídia da região,
cedendo espaço também aos artistas amadores.
4.2.1 Linha Editorial
Por uma questão de diferenciação, optamos por realizar a produção de um material
impresso cultural, em que resgate um pouco do folhetim de antigamente e não se prenda
56
somente às agendas culturais. Cogitamos a possibilidade do produto agir independente ou
encadernado em jornais ou revistas da região.
Foram coletadas informações com a diretora do Patrimônio Histórico da Fundação
Cultural de Blumenau, Sueli Petry14
, no dia 30 de março de 2010 via e-mail. Na entrevista, foi
questionado sobre a divulgação, incentivo, exploração, espaço e abrangência da cultura em
Blumenau. A diretora do Patrimônio Histórico da Fundação Cultural de Blumenau ressaltou
em depoimento:
A cultura é abrangente e não depende apenas das instituições públicas, ela deve e é
manifestada pelo povo! E este deve articular-se para manifestar-se. Deve haver
maior engajamento das instituições privadas e da comunidade como um todo!
Quando ocorrerem os eventos se fazer presente, participar. Não apenas criticar que
não acontecem mais eventos ou atividades. A comunidade deve também promover
no bairro, manifestações culturais que a identifiquem.
Já as enquetes, aconteceram nos dias 2 e 3 de abril. Foram realizadas duas perguntas:
―Para você, o que é cultura‖ e ―O que falta nos Cadernos Culturais‖?
Foram realizadas também entrevistas com artistas amadores e profissionais de
Blumenau. Em contato direto, no dia 5 de abril, conversamos com a blumenauense, Gislaine
Giambastiani Lopes, a estudante de moda da Furb, que busca futuramente seguir o caminho
artístico como profissão, faz representações de mulheres dos anos 40 e também de outros
tipos de figuras humanas.
Entrevistou-se no dia 6 de abril, via e-mail, o caricaturista Daniel Costa de Souza. O
artista profissional relatou como funciona o seu trabalho, os lugares em que já expôs as
caricaturas, o significado de arte e do seu trabalho.
No dia 12 de abril, em contato direto e posteriormente por e-mail, conversamos com a
autora do livro Particularidades e também acadêmica de Jornalismo do Ibes-Sociesc, Nane
Pereira15
. A escritora contou sobre os planos futuros e sua origem, além de contribuir no
projeto com um de seus poemas, incluso no livro, publicado em 2009.
Interrogou-se no dia 15 de abril, em contato direto, Carolina e Sérgio, que fazem parte
da família musical Stein e compõem a Escola de Música Espaço Kan de Blumenau. Ambos
14
Graduada em Pedagogia pela UFSC, além da graduação em Pedagogia pela UFSC, mestrado em Educação
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de
Campinas.
15 A autora do livro Particularidades nasceu em Toledo (PR), mas está radicada em Blumenau (SC), há 29 anos.
57
passaram informações sobre esta paixão pela música, que envolve os quatro componentes da
família.
Perguntou-se via e-mail no dia 18 de abril, para o historiador e escritor, Viegas
Fernandes da Costa16
, sobre as publicações e também sua origem. Além do convite, aceito
pelo escritor, para integrar o Área Cultural, com um de seus poemas.
Falou-se com Camila Mannrich, que ilustra desenhos japoneses, em contato direto no
dia 21 de abril. Ela contou sobre a afeição pelos mangás (desenhos japoneses) e também
sobre quando surgiu o interesse para este nicho.
Já no dia 22 de abril, tivemos contato direto com o vocalista da banda blumenauense
Bipolar, Nitay Gustavo. Questionou-se o significado do nome da banda, assim como o estilo
musical, além dos instrumentos utilizados pelos integrantes, o lançamento do CD demo em
Junho e também a história de uma das apresentações iniciais do grupo.
Apresentou-se e explicou-se o projeto Área Cultural via e-mail, para Maicon Tenfen17
,
no dia 4 de maio, convidando o colunista e também escritor para possível participação no
Folheto Cultural. Posteriormente, o convite foi aceito e Tenfen escreveu uma resenha sobre o
livro Paixão Solitária.
Conversou-se no dia 10 de maio, via e-mail, com o jornalista Fernando Arteche18
,
tendo conhecimento sobre o projeto em questão, aceitou participar do piloto, com a resenha,
feita por ele, do livro O albatroz azul.
No dia 20 de maio, conversou-se via e-mail, com o poeta e escritor blumenauense,
Ricardo Brandes. Explicado o projeto do Área Cultural, o escritor aceitou o convite para
integrar o espaço com uma de suas crônicas.
Foi convidada via e-mail, no dia 24 de maio, para integrar o projeto, a Cônsul de
Poetas del Mundo do Estado de Santa Catarina, Terezinha Manczak19
. Posteriormente, o
convite foi aceito, com a divulgação de uma crônica de sua autoria.
16
Nascido em Blumenau é editor do site de literatura Sarau Eletrônico, da Biblioteca da FURB e possui três
livros publicados.
17 O escritor e colunista do Jornal de Santa Catarina nasceu em Ituporanga, e é conhecido pela publicação de
contos, romances e crônicas.
18 Graduado em Comunicação Social Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
19 Moradora de Blumenau, Terezinha Manczak é tecelã, poeta, cronista e produtora cultural.
58
4.2.1.1 A Primeira Edição do Área Cultural
No primeiro número Área Cultural, o piloto, as pautas foram desenvolvidas de acordo
com as definições dirigentes de cada editoria. No espaço intitulado Canto da poesia foi
exposto o trabalho da acadêmica de Jornalismo e também autora do livro Particularidades,
composto por poemas e lançado no final de 2009. A escolha foi devido à temática dos
poemas feitos pela autora, que condiz com assuntos de interesse do público alvo, jovens de 18
a 24 anos.
Já na editoria Informações Culturais, como forma de não deixar de lado as tradições
da cidade, e ao mesmo tempo ter uma abordagem diferenciada, optamos em construir uma
matéria sobre a 2ª maior festa das Américas. Descobrindo desta forma, como foram realizadas
as primeiras edições e quais as diferenças entre as primeiras e a última edição, o que mudou
referente aos costumes e tradições. Para isso, tivemos como referência informações do livro
Oktoberfest A Festa da Cerveja, de Marita Deeke Sasse20
.
Na Sessão de arte, Gislaine Giambastiani Lopes, demonstra a arte de desenhar por
lazer. A garota mostra um estilo diferente presente em seus desenhos. Um local para os
talentos amadores poderem mostrar seus trabalhos. A jovem foi escolhida devido ao trabalho
diferenciado, ilustrando os “PinUps”.
A banda blumenauense Bipolar foi a escolhida para o Música.com.BNU. O trio, que
começou como uma banda de garagem vem tendo um destaque na cidade e já aguarda o
lançamento do CD demo. O Diz Aí! da nossa primeira edição traz um questionamento
importante e que tem um peso forte com o Área Cultural, a cultura. A pergunta do mês é:
―Para você, o que é cultura?‖ Pergunta escolhida de acordo com o tema exposto em nosso
trabalho experimental.
Na Crônica, foi exposto a crônica do escritor Ricardo Brandes, Amigos Modernos. A
escolha foi devido à temática das crônicas feitas pelo autor, que condiz com assuntos de
interesse do público alvo, jovens de 18 a 24 anos.
Já na editoria Confira! falou-se sobre o filme Tropa de Elite 2, devido a repercussão
que está causando antes mesmo do lançamento nas telas dos cinemas. O editorial é o espaço
em que apresentamos o folhetim, descrevendo o que está por vir.
20
A autora, que nasceu em Florianópolis, licenciou-se em Letras pela FURB. Com opção em Literatura Brasileira
obteve grau de mestre pela UFSC e concluiu doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
59
No Polêmica, buscou-se a opinião do artista plástico Bruno Bachmann, que falou a
respeito da divulgação midiática da cultura em Blumenau. O artista foi escolhido devido aos
trabalhos conhecidos e caracterizados pelos traços fortes e por ressaltar polêmica com os
desenhos feitos em muros da cidade.
Na editoria Profissão: Artista convidou-se o ilustrador de quadros, Nestor Júnior, que
conta sobre o início da vida artística até os dias atuais. Nestor é destaque na cidade pelos seus
quadros diferentes e marcantes.
No Lugar de Resenhar, convidou-se Fernando Arteche Hamilton para fazer uma
resenha a respeito do livro O albatroz azul. Arteche é graduado em Comunicação Social
Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. É especialista em
Jornalismo pela FURB (Blumenau) / INPG e Mestre em Sociologia Política pela
Universidade Federal de Santa Catarina. Desenvolve pesquisas nas áreas de Ética e crítica de
Mídia, além de Mídia e Comunicação. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase
em telejornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo, comunicação,
mídia, televisão e juventude. É pesquisador associado do LEI - Laboratório de Estudos sobre
a Intolerância da Universidade de São Paulo. No projeto Intolerância/Tolerância - Democracia
e Cidadania, do Programa Institutos do Milênio – CNPq desenvolve a pesquisa SBT Meio-
Dia.
4.2.1.2 A Segunda Edição do Área Cultural
No segundo número do Folhetim, permanecem as mesmas editorias do projeto piloto,
porém, surgem novas pautas. No espaço intitulado Canto da poesia foi exposto o poema do
historiador e escritor, Viegas Fernandes da Costa, intitulado Respostas. A escolha foi devido à
temática do poema feito pelo autor, que condiz com assuntos de interesse do público alvo,
jovens de 18 a 24 anos.
Já a editoria Informações Culturais abre espaço para a Sociedade dos Escritores. Para
quem estiver envolvido em atividades culturais poder ingressar e quem não estiver conhecer
como funciona.
Na Sessão de arte, Camila Mammrich, demonstra a arte de desenhar por lazer. A
garota mostra a febre de ilustrar desenhos japoneses, os mangás e explica o motivo da
admiração. A jovem foi escolhida devido aos desenhos japoneses terem virado febre até em
Blumenau.
60
Quem integra o Música.com.BNU é a família Stein. Os quatro integrantes da família se
envolveram com a música e hoje trabalham na Escola de Música Espaço Kan que
construíram, além de tocar em apresentações.
O Diz Aí! da segunda edição traz um questionamento importante sobre cultura e que
tem transmite a preocupação que o Área Cultural tem com as informações culturais. A
pergunta do mês é: ―O que falta nos Cadernos Culturais?‖
Na Crônica, foi exposto a crônica da Cônsul de Poetas del Mundo do Estado de Santa
Catarina, Terezinha Manczak, a Casa Poética. A escolha foi devido à temática das crônicas
feitas pelo autor, que condiz com assuntos de interesse do público alvo, jovens de 18 a 24
anos.
Na editoria Confira, falou-se sobre a animação Rio, que traz no filme a cultura do Rio
de Janeiro, mostrando os principais pontos da cidade, como o Cristo Redentor e as praias.
No editorial deste mês, destacou-se o nosso ponto de vista a cerca de uma matéria
importante que chamou atenção na edição anterior.
No Polêmica Cultural, convidou-se a diretora do Patrimônio Histórico da Fundação
Cultural de Blumenau, Sueli Petry, para falar a respeito da banalização da cultura de
Blumenau em relação à Oktoberfest21
, deixando de lado, os outros eventos culturais da
cidade.
Na editoria Profissão: Artista, o caricaturista Daniel Costa de Souza nos mostra um
pouco sobre seu trabalho, e nos explica o conceito de caricatura. O artista foi cogitado para o
folhetim devido à repercussão de seu trabalho, que já foi exposto em Belo Horizonte e
Campinas.
No Lugar de Resenhar, convidamos Maicon Tenfen, para fazer uma resenha a respeito
do livro Paixão Solitária. Colunista do Jornal de Santa Catarina, entre suas obras,
destacam-se: ―Um Cadáver na Banheira‖ (romance), ―O Impostor‖ (contos), ―Mistérios‖,
―Mentiras e Trovões‖ (novela) e ―A Culpa é do Mordomo‖ (crônicas).
21
A Oktoberfest de Blumenau é um festival das tradições germânicas. É considerada a maior festa alemã das
Américas.
61
4.2.1.3 Futuras Edições do Área Cultural
Para a terceira edição do Área Cultural pensou-se em algumas pautas: No Canto da
poesia, um poema sobre amor, escrito por um dos escritores de Blumenau. Já na editoria
Informações Culturais será abordado o teatro em Blumenau de uma forma diferenciada. Falar
como funciona uma peça teatral desde a produção até o resultado final. Na Sessão de arte será
explorado o talento amador dos malabaristas. Que mesmo sem espaço na mídia, realizam um
trabalho difícil e de relevância cultural.
Para o Música.com.BNU optou-se por um talento amador que toque violão para fazer
parte do espaço. Já no Diz Aí! Perguntaremos que tipo de local cultural falta na cidade. Em
crônica convidaremos um profissional para falar a respeito de um assunto do cotidiano, como
o trânsito em Blumenau.
Na editoria Confira será falado sobre o filme Eclipse22
, o qual é febre não só no Brasil,
mas também em Blumenau. No editorial deste mês, destacamos a nossa opinião a cerca de
uma matéria importante que chamou atenção na edição anterior, as caricaturas de Costa de
Sousa.
Em Polêmica Cultural pensou-se em algum profissional ou artista que possa expor a
opinião em relação aos motivos que fazem com que a cultura seja pouco abordada em
Blumenau.
Na editoria Profissão: Artista surgiu a ideia em convidar um profissional que faz
esculturas para falar sobre seu trabalho. As dificuldades e as conquistas ao longo da carreira.
No Lugar de Resenhar optou-se por um profissional da área para falar a respeito de um filme
polêmico. Em Crônica, um profissional fará um texto sobre amor.
Para a futura quarta edição, no mês da primavera, nada melhor do que o Canto da
Poesia ser composto por um poema voltado a este tema. Já na editoria Informações Culturais,
o foco será no aniversário de Blumenau, instruindo o leitor com os principais pontos culturais
da cidade.
Para integrar a Sessão de arte, um artista que produz fantoches, para mostrar como
funciona a produção dos mesmos. E também como funciona seu trabalho. Para a editoria
Música.com.BNU um resgate ao MPB, com um grupo que toca este estilo musical.
22
Terceiro filme da saga Crepúsculo, adaptação cinematográfica do livro da escritora Stephenie Meyer.
62
Já no Diz Aí! a questão será qual o melhor ponto cultural da cidade. Na editoria
Confira! escolheu-se o filme ―Comer, Rezar, Amar,‖ uma adaptação do livro de Elizabeth
Gilbert23
. No editorial deste mês, destacou-se a nossa opinião a cerca de uma matéria
importante que chamou atenção na edição anterior. Em Polêmica Cultural pensou-se em
algum profissional ou artista que possa expor a opinião em relação aos pontos culturais de
Blumenau. Na editoria Profissão: Artista um artista teatral contará como é organizado seu
trabalho, assim como as falas a serem decoradas para a apresentação.
Em crônica, um profissional vai expor seu texto com o tema primavera. No Lugar de
Resenhar um profissional da área falará a respeito do livro ―Comer, Rezar, Amar‖.
4.2.2 DIAGRAMAÇÃO
Para a produção gráfica do Área Cultural, optou-se pelo software InDesign já que
tivemos conhecimento no 5° semestre do curso de jornalismo do Ibes-Sociesc, dentro da
disciplina de Editoração Eletrônica. Como a intenção do projeto já partiu da inovação,
criamos uma identidade visual própria, fugindo do convencional e apostando na ousadia do
projeto gráfico.
Na primeira capa utilizou-se a fonte Rockwell Extra Bold para a pergunta central e
Forte para os destaques. Já na segunda capa usou-se a letra Hobo Std e Trabuchet MS para a
chamada principal. E para as demais chamadas utilizou-se a fonte Bahaus 93 e novamente a
letra Hobo Std.
Para os títulos do Área Cultural foi escolhida a letra Ravie Regular com o intuito de
transmitir uma sensação suave para o leitor, sem ser uma diagramação carregada. De forma
que interesse ao público alvo, e que aposte em uma ―cara jovem‖. Sair do formalismo dos
jornais, ousar, fazer diferente dos atuais Cadernos Culturais existentes.
Já para os textos, optou-se pela letra Times New Roman, para produzir uma forma mais
tranquila ao leitor e não deixar um texto cansativo.
Somente no Canto da Poesia optamos por uma letra diferenciada, Tw Cen MT, visto
que os poemas precisam de uma letra que represente outro estilo, que diverge do normal.
23
Autora de uma coletânea de contos, além de escrever romances e livros de não-ficção escreve para a revista
norte-americana GQ.
63
Para as fotos das matérias, utilizou-se uma câmera digital amadora (Olympus FE-150).
Já para as fotos, cuja veiculação já tivesse acontecido, as creditamos dentro do folhetim.
4.3 PÓS PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO
Diante da importância de se criar a identidade visual do folhetim cultural, viu-se a
necessidade de criar um visual atraente, mas que criasse impacto aos olhos do leitor. A
criação da logo, assim como os temas abordados, se refere à cultura. Os elementos presentes:
livro, guitarra e pincel, representam a diversidade dentro do Área Cultural. A fonte foi
selecionada buscando um visual sofisticado e que demonstrasse o que o folhetim quer passar
ao leitor. A variedade de cores dentro das letras tem ligação direta com os diferentes estilos
culturais presentes em Blumenau, já que há uma diversidade nas cores e no conteúdo do
projeto. O traço de tinta, abaixo das letras, foi utilizado com a intenção de transmitir o sentido
de leveza, inspiração e tranqüilidade ao qual nos propõe a arte. Mostrar as diferentes vertentes
da cultura da cidade em um único folheto é a função do Área Cultural.
O logotipo:
Devido aos orçamentos de exemplares mínimos para a impressão do folhetim estarem
acima de nossa disponibilidade econômica, finalizamos o projeto com a versão do Área
Cultural impressa para a banca examinadora. Utilizamos o papel couchê, em formato A3,
com o intuito de fornecer ao leitor um espaço que o interesse não somente pelo conteúdo, mas
também pelo visual inovador.
64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sensação que nos fica ao término do Área Cultural é que a cultura ganhou um
espaço que não existia até então. Transformar o conformismo no poder de escolha e de
questionamentos. Abrir um espaço em que possam surgir talentos até então desconhecidos,
resgatar a literatura, que fora deixada de lado e além de tudo ser um local também para uso da
opinião.
O desafio principal desta pesquisa foi transformar o concreto no diferenciável, no
inovador e no único meio cultural voltado ao público de Blumenau. Mostrar acima de tudo a
importância da cultura para toda a sociedade e, sobretudo o destaque que merece na cidade.
Afinal, quem vive sem cultura? Segundo GASSET (2009) ―A cultura é uma necessidade
imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as
mãos são o atributo do homem‖.
A partir disso, considerou-se a cultura uma ferramenta capaz de transmitir por meio
dos assuntos enfatizados no presente Projeto Experimental de Comunicação, a importância
que exerce na cidade de Blumenau, a fim de sustentar um periódico mensal, que se proponha
a informar e entreter além do que encontramos nos Cadernos Culturais da região.
Inicialmente, pressupõe-se que os jovens de 18 a 24 anos sentem falta de um produto
cultural deste porte, construímos o Área Cultural com esta finalidade e comprovou-se por
meio da pesquisa de opinião, com dados concretos, que os estudantes do Ibes-Sociesc, desta
faixa etária sentem falta e querem um suporte midiático cultural da cidade. A pesquisa de
opinião foi ao encontro da linha editorial do Àrea Cultural. Foram 220 entrevistados, 100%
da mostra responderam que Blumenau tem necessidade de um produto deste porte e também
que a cultura é importante sim para a cidade. Comprovou-se com 98% das respostas, que as
agendas culturais da região simplificam o conteúdo e não o abordam com profundidade.
O Área Cultural busca mostrar a importância da cultura em Blumenau e assim,
buscou-se um público que leia, se entretenha e consiga pensar sobre a importância e
relevância deste fato. Que o público veja além de um simples passatempo, que consiga
usufruir, ter um espaço em que possa sair da rotina diária e possa mergulhar em um mundo
que agregue um aprendizado para a vida.
65
REFERÊNCIAS
Livros
BULHÕES, Marcelo. Jornalismo e Literatura em Convergência. São Paulo: Ática, 2007.
CANCLINI, Néstor Gacía. Consumidores e Cidadãos. 5 ed. Rio de Janeiro, 2005.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006.
COSTA, Cristiane. Pena de aluguel. São Paulo, 2005.
LINS, Daniel; et al. Cultura E Subjetividade. 5 ed.São Paulo: Papirus, 2006
MELO, José Marques de. Jornalismo: Compreensão e Reinvenção. São Paulo: Saraiva,
2009.
MELO, José Marques de. Jornalismo Opinativo. 3ed. São Paulo, 2003.
MORIN, Edgar. Cultura de Massas no Século XX . 9 ed. Rio de Janeiro: Florense
Universitária,2002.
PIZA, Daniel. Jornalismo Cultural. 2 ed. São Paulo, 2004.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa, 1994.
Documentos Eletrônicos
ABIAHY, Ana Carolina de Araujo. O Jornalismo Especializado na Sociedade da
Informação. Disponível em: <http://www.bocc.uff.br/pag/abiahy-ana-jornalismo-
especializado.pdf> Acesso em: 15 abr.2010.
AMARAL, Adriana. Subculturas e Cibercultura (s): para uma genealogia das identidades
de um campo. Revista FAMECOS. Disponíel em:
<http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/view/5553/5037> Acesso
em: 20 mar.2010.
BASSO, Eliane Fátima Corti. Para Entender o Jornalismo Cultural. Disponível em:
<http://www.uscs.edu.br/revistasacademicas/revista/com16.pdf#page=70> Acesso em: 12
mar.2010.
BRANCO, Samantha Castelo; TARGINO, Maria das Graças; GOMES, Alisson Dias
Jornalismo Cultural: realidade ou idealização? Disponível
em:>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0144-1.pdf< Acesso em 04
fev.2010.
66
CANAVILHAS, João. O Domínio da Informação-Espetáculo na Televisão. Disponível em:
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-televisao espectaculo.html> Acesso em: 10
mai.2010.
CANO, Jefferson. Folhetim: Literatura, Imprensa e a Conformação de uma Esfera Pública no
Rio de Janeiro do Século XIX. Disponível em: <http://www.ifcs.ufrj.br/~nusc/cano.pdf>
Acesso em: 14 de abr. 2010.
CARREIRO, Rodrigo Octávio d‘ Azevedo. O Gosto dos Outros: Consumo, Cultura Pop e
Internet na Crítica de Cinema de Pernambuco. Disponível em:
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/carreiro-rodrigo-o-gosto-dos-outros.pdf> Acesso em: 11
abr.2010.
CASTRO, Gustavo de. Jornalismo e Literatura: a Sedução da palavra. Disponível em:
<http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=jCu896akfA4C&oi=fnd&pg=PA9&dq
=Jornalismo+e+literatura+em+convergência&ots=y2_QzuqxKZ&sig> Acesso em 12
abr.2010
FERNANDES, Mario Luiz. A proximidade como critério de noticiabilidade da notícia
local. Disponível em:
<http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/iiisbpjor2005_-_ci_-
_mario_luiz_fernandes.pdf> Acesso em 10 mar.2010.
FISKE, John. Cultura Popular. Disponível em:
<http://anabeatrizgomes.pro.br/moodle/file.php/1/Estudos_Culturais/_Estudso_Culturais_Cult
ura_Popular.pdf > Acesso em: 12 abr.2010.
GADINI, Sérgio Luiz. A lógica do entretenimento no jornalismo cultural brasileiro.
Disponível em:
<http://www.eptic.com.br/arquivos/Revistas/v.%20IX,n.%201,2007/9%20SergioGadini.pdf>
Acesso em: 01 fev.2010.
GOMES, Ana Beatriz Gomes. Cultura Popular. Disponível em:
<http://anabeatrizgomes.pro.br/moodle/file.php/1/Estudos_Culturais/_Estudso_Culturais_Cult
ura_Popular.pdf> Acesso em 04 abr.2010.
GONZALEZ, Lydianne de Paula Ribeiro. Jornalismo Cultural: Interfaces entre cultura e
entretenimento. Disponível em:
<http://200.136.53.130:13580/cdrom/2009/intercom/sudeste/cd/expocom/EX14-0616-1.pdf>
Acesso em: 06 fev.2010.
JACKS, Nilda. Mídia Nativa: Inístria Cultural e Cultura Regional. Disponível em:
<http://bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=jacks-nilda-midia-nativa.html> Acesso em: 04
fev.2010.
67
JOHN, Valquíria Michela; ET al. A Invisibilidade da Cultura Popular nos Jornais Diários
Catarinenses. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1352-1.pdf> Acesso em: 15
abr.2010.
LEMOS, Flávia Cristina Silveira. História, Cultura e Subjetividade: Problematizações.
Revista do Departamento de Psicologia UFF. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
80232007000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 jan.2010.
LOVISOLO, Hugo. Mídia, Lazer e Tédio. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação.
Disponível em:
<http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/rbcc/article/view/831/614>. Acesso em: 20
fev.2010.
NOGUEIRA, Antonio Gilberto Ramos. Inventário e Patrimônio Cultural no Brasil.
Estudos Avançados. Disponível em :
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
90742007000200013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 mar.2010.
OLIVEIRA, Neide Aparecida Arruda de; et al. Gêneros Jornalísticos Opinativos de
Humor: Caricaturas e Charges. Disponível em:
<http://publicacoes.fatea.br/index.php/janus/article/viewFile/38/41> Acesso em: 8 mai.2010.
PEREIRA, Lucia Mendes Helena. Comunicação Popular: para além do bem e do mal.
Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/pereira-lucia-comunicacao-popular.html>
Acesso em: 01 abr.2010.
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Conceitos de Comunicação Popular, Alternativa e
Comunitária Revisitados e as Reelaborações no Setor. Disponível em:
<http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs-2.2.2/index.php/revista/article/viewFile/272/264> Acesso em:
13 abr.2010.
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Revisando os Conceitos de Comunicação Popular,
Alternativa e Comunitária. Disponível em:
<http://www.unifra.br/professores/rosana/Cicilia+Peruzzo+.pdf> Acesso em: 15 mar.2010.
PORTO, Ana Carolina Costa. O Jornalismo e o Saber Local: Análise da Construção do
conceito de cultura na revista Continente Multicultural. Disponível em:
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/porto-ana-carolina-jornalismo-saber-local.pdf> Acesso em: 12
abr.2010.
RÉGIS, Fátima . Tecnologias de Informação, Entretenimento e Competências Cognitivas
na Cibercultura. Revista FAMECOS. Disponível em:
<http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/view/5552/5036>. Acesso
68
em: 20 jan.2010.
RIBEIRO, Juliano Colussi. Jornalismo Regional e Construção da Cidadania. Disponível
em:> http://www.labcom.ubi.pt/~bocc/pag/ribeiro-juliana-jornalismo-regional-construcao-
cidadania.pdf< Acesso em: 14 jan.2010.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. Disponível em:
< http://www.slideshare.net/secretariacult/o-que-cultura-jos-luiz-carlos< Acesso em: 2
mar.2010.
TEIXEIRA, Nísio. Impacto da Internet sobre a Natureza do Jornalismo Cultural.
Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/teixeira-nisio-impacto-da-internet.pdf > Acesso
em: 12 fev.2010.
TRAVANCAS, Isabel. Suplementos e Leitores. Disponível em:
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/travancas-isabel-suplementos-leitores.html> Acesso em: 5
mai.2010.
69
APÊNDICE A
Questionário aplicado aos acadêmicos de 18 a 24 anos do Ibes-Sociesc de Blumenau, SC.
QUESTIONÁRIO
Caro(a) amigo(a). Esta pesquisa consiste em saber a relevância da cultura em Blumenau.
Analisar a maneira que a cultura é divulgada e abordada pela mídia na cidade. E ainda
estabelecer quais os estilos culturais mais atrativos ao público. Para isso, precisamos de 10
minutos do seu tempo. Posso contar com a sua participação?
I.IDENTIFICAÇÃO
(1) Nome: ____________________________________________________(opcional)
(2) Sexo:
1. ( ) Feminino 2. ( ) Masculino
(3) Idade: 1. ( ) 18 anos 2. ( ) 19 anos 3. ( ) 20 anos 4. ( ) 21 anos
5. ( ) 22 anos 6. ( ) 23 anos 7. ( ) 24 anos
(4) Curso: _____________________________________________________
(5) Como você ocupa seu tempo?
1. ( ) Você apenas estuda
2. ( ) Você estuda e trabalha
3. ( ) Outros (indicar) __________________________________________
(6) Qual é a renda familiar de sua casa? (total aproximado)
[Salário mínimo atual R$ 510,00]
1. ( ) menos de um salário mínimo
2. ( ) de um salário mínimo até R$500,00
3. ( ) de R$ 500,00 até R$ 1.000,00
4. ( ) de R$ 1.000,00 até R$ 2.000,00
5. ( ) acima de R$ 2.000,00
(7) Atualmente, com quem você reside?
1. ( ) Sozinho (a)
2. ( ) Com amigo (a)
3. ( ) Com parentes
4. ( ) Com os pais e irmãos
Outros (indicar) _________
70
(8) Quantas pessoas compõem a sua família?
1. ( ) Menos de 3 pessoas
2. ( ) De 3 a 4 pessoas
3. ( ) 5 pessoas
4. ( ) Mais de 5 pessoas
II. HÁBITOS DE LEITURA
(9) Você lê jornal impresso?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
Caso você responder não, pule para a parte III
(10) Qual jornal você costuma ler?
1. ( ) Jornal de Santa Catarina
2. ( ) Diário Catarinense
3. ( ) Folha de Blumenau
4. ( ) A Notícia
5. ( ) Outros (indicar) _____________________________
(11) Qual a periodicidade de leitura do jornal?
1. ( ) Todos os dias
2. ( ) Uma vez por semana
3. ( ) Duas vezes por semana
4. ( ) Mais de duas vezes por semana
5. ( ) Outros (indicar) _____________________________
(12) Qual a editoria que você costuma ler mais?
1. ( ) Economia
2. ( ) Geral
3. ( ) Política
4. ( ) Cultura
5. ( ) Esportes
6. ( ) Outros (indicar) _____________________________
(13) Você julga claro o vocabulário dos jornais que costuma ler?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(14) Quais motivos te levam a ler um jornal?
1. ( ) Para se manter informado
71
2. ( ) Para ter entretenimento
3. ( ) Por interesses profissionais
4. ( ) Hábito
5. ( ) Outros
III. CULTURA EM BLUMENAU
(15) A cultura é importante em Blumenau?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(16) Por quê?_________________________________________________________
(17) Blumenau possui algum meio de comunicação que traga informação relevante sobre
cultura?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(18) Qual? (indicar) ______________________________
(19) Os veículos midiáticos culturais se prendem somente as agendas culturais (eventos)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(20) Na sua opinião, falta na cidade um veículo impresso voltado somente a cultura de
Blumenau?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(21) Quais editoriais de um folhetim cultural você prefere? Escolha três.
1. ( ) Literatura (livros, poesias, contos, crônicas, entre outros).
2. ( ) Música
3. ( ) Cinema
4. ( ) Enquete (opinião)
5. ( ) Teatro
6. ( ) Talentos amadores
7. ( ) Charges, caricaturas, pinturas, quadros, entre outros
8. ( ) Festas típicas, eventos, locais culturais
9. ( ) Agendas culturais
(22) O que falta nos Cadernos Culturais? (pode escolher mais de uma opção)
1. ( ) Conteúdo com maior profundidade
2. ( ) Opinião (entrevistas/enquete)
72
3. ( ) Interatividade (links sobre assunto)
4. ( ) Outros (indicar) ______________________
(23) Os eventos das agendas culturais são explicados de maneira adequada, e com
informação em profundidade?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(24) Por quais motivos a cultura não é valorizada na cidade? (pode escolher mais de uma
opção)
1. ( ) Falta de interesse
2. ( ) Falta de verbas
3. ( ) Falta de incentivo
4. ( ) Falta de divulgação
5. ( ) Falta de um veículo impresso voltado somente à cultura
6. ( ) Falta de um folheto cultural de Blumenau em jornais da região
7. ( ) Falta de apoio e visibilidade aos artistas locais
8. ( ) Outros (indicar) ___________
(25) Quais motivos te levariam a ler um folhetim cultural?
1. ( ) Para se manter informado
2. ( ) Para entretenimento
3. ( ) Para obter conteúdo
4. ( ) Pelo design editorial diferenciado
5. ( ) Pela cultura abordada de outra forma, diferente de agendas culturais
6. ( ) Outros (indicar) ____________
(26) Até quanto você pagaria por um folhetim cultural mensal?
1. ( ) R$0,75
2. ( ) R$ 1,00
3. ( ) R$ 1,20
4. ( ) R$ 1,50
5. ( ) R$ 1,75
6. ( ) Não pagaria
(27) O folhetim cultural deve circular de qual forma?
1. ( ) Independente
2. ( ) Encadernado em jornais da região
(28) Você utiliza qual meio para obter informações culturais de Blumenau?
1. ( ) Televisão
2. ( ) Rádio
3. ( ) Jornal impresso
4. ( ) Folhetos/ Panfletos
73
5. ( ) Revista
6 . ( ) Internet
7. ( ) Outros (indicar)
(29) Você acha que a cultura em Blumenau é conhecida somente pelas famosas festas
alemãs? Oktoberfest, Sommerfest e Stammtisch?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
(30) Por quê? ___________________________________________________
74
APÊNDICE B
Recursos necessários para a produção do Projeto Experimental e orçamentos para a impressão
do Área Cultural com finalidade de apresentação à banca.
GRÁFICA HELIOPRINT
Exemplares: 500
Impressão: off-set
Páginas: 2 coloridas em formato
A3 em papel couchê
Preço: R$ 650,00
COPY.COM
Exemplares: 500
Impressão: off-set
Páginas: 2 coloridas em formato
A3 em papel couchê
Preço: R$ 1.700,00
COPIHAUS
Exemplares: 500
Impressão: off-set
Páginas: 2 coloridas em formato
A3 em papel couchê
Preço: R$ 2.200,00
Elementos materiais do PEC - JORN
Papel A4
Câmara fotográfica digital
Meio de transporte
Combustível/Vale transporte
Computador com impressora
Cartucho para impressora
Acesso à internet
Livros
Fotocópias e Impressões
CDS para gravação/Pen drive
Elementos humanos
Acadêmica: Luana Dallabrida.
Coordenadora e orientadora do PEC: Professora
Doutora Ofelia Elisa Torres Morales.
Entrevistados: Bruno Bachmann, Bruno Gabriel
da Silva, Camila Mammrich, Carolina Stein,
Daniel Costa de Souza, Fernando Jader Mantau,
Gislaine Giambastiani Lopes, Nane Pereira,
Nestor Júnior, Nitay Gustavo, Sérgio Stein,
Sheila Sueli Lange e Tuany Bertoldi.
Cronistas: Ricardo Brandes e Terezinha
Manczak.
Resenhistas: Fernando Arteche e Maicon
Tenfen.