PEC Liliane Machado

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1 Resumo O presente trabalho visa analisar a relação dos internautas com a coleta seletiva de lixo na cidade de Blumenau SC, por meio da rede social Twitter. O estudo desenvolve o produto “Recicla Blumenau”, para que através da ferramenta da web, sejam divulgadas informações, dicas, tabelas e imagens a respeito da importância da preservação do meio ambiente. Com caráter informativo e abordagem quantitativa, a partir de revisão teórica e questionário virtual junto aos internautas ligados a twitters focados ao assunto. Pretende-se chamar a atenção para o jornalismo especializado no meio ambiente, busca-se compreender o desafio de informar tendo por base os 140 caracteres que a ferramenta oferece, bem como acompanhar a evolução que a ferramenta desenvolverá durante o processo. Palavras-Chave: Twitter; Redes Sociais Digitais; Meio Ambiente; Coleta Seletiva de Lixo; Reciclagem.

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Resumo

O presente trabalho visa analisar a relação dos internautas com a coleta seletiva de

lixo na cidade de Blumenau SC, por meio da rede social Twitter. O estudo

desenvolve o produto “Recicla Blumenau”, para que através da ferramenta da web,

sejam divulgadas informações, dicas, tabelas e imagens a respeito da importância

da preservação do meio ambiente. Com caráter informativo e abordagem

quantitativa, a partir de revisão teórica e questionário virtual junto aos internautas

ligados a twitters focados ao assunto. Pretende-se chamar a atenção para o

jornalismo especializado no meio ambiente, busca-se compreender o desafio de

informar tendo por base os 140 caracteres que a ferramenta oferece, bem como

acompanhar a evolução que a ferramenta desenvolverá durante o processo.

Palavras-Chave: Twitter; Redes Sociais Digitais; Meio Ambiente; Coleta Seletiva

de Lixo; Reciclagem.

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Abstract The present work intends to analyze the relation between the Internet users and the

selective waste collection at the city of Blumenau – SC, by using the Twitter social

network. The study develops the product “Recicla Blumenau”, in order to - by the

use of this web tool – divulge information, tips, charts and images about the

importance of the environment preservation. With informative character and

quantitative approach, through the theoretical revision and a virtual questionnaire

applied with the Internet users who have a Twitter account and who are focused on

this subject in this network. Thereby, it pretends to call the attention for the

journalism specialized in environment, it tries to comprehend the challenge of

informing with the limitation of 140 characters that the tool offers, as like to

accompany the evolution that the tool will develop during the process.

Keywords: Twitter, digital social networks, environment, selective waste collection, recycling.

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1. Introdução

Cento e quarenta caracteres. É com essa proposta que a rede social Twitter

vem cativando cada vez mais os internautas em todo mundo. Os usuários do

Twitter não têm um perfil definido nem um padrão de interesses, são estudantes,

órgãos públicos e privados, instituições religiosas, veículos de comunicação,

organizações, profissionais dos mais diversos setores, além destes, adiciona-se o

universo de indivíduos presentes no Word Wide Web.

O Twitter é uma rede social relativamente nova, originada em 2006.

(RECUERO, 2009). Além das utilidades comuns das redes sociais digitais, como

por exemplo, o encontro e recados entre os envolvidos, o Twitter vem sendo usado

como outras formas de comunicação entre os internautas, como críticas, protestos

e campanhas. A rede caiu nas graças dos veículos especializados em

comunicação, dificilmente se encontram sites especializados em notícias que ainda

não tenha seu perfil no twitter. A sua praticidade e simplificação é o que leva a um

crescimento contínuo de sua utilização. Os microtextos deixam a informação mais

concisa e objetiva.

E por que não usar esta ferramenta para chamar a atenção dos internautas

para o assunto meio ambiente? Pensando assim, surgiu a idéia de se conectar ao

Twitter para alertar e informar sobre a coleta seletiva e reciclagem de lixo em

Blumenau, SC. O “Recicla Blumenau”, além de informar diariamente sobre locais e

horários que recebem a coleta seletiva na cidade, também serve para alertar a

respeito dos cuidados que se deve ter com a separação e conservação do lixo,

novidades e pesquisas realizadas sobre meio ambiente, ações e eventos

realizados na cidade e região que ressaltem o tema escolhido, bem como abrir

espaço para a comunidade ser ouvida a respeito do assunto, assim aumentando os

elos entre a sociedade e órgãos relacionados com a coleta seletiva e reciclagem.

Com esta iniciativa, a intenção deste trabalho é poder colaborar com a

conscientização dos moradores de Blumenau, a respeito da importância de separar

o lixo corretamente para que cada um faça sua parte e assim contribua para a

preservação do meio ambiente.

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1.1 Justificativa

A preocupação com o meio ambiente e a busca pelos caminhos que se deve seguir

para preservá-lo são cada vez mais necessárias. (ERBOLATO, 1981). A partir

desse pensamento surgiu a necessidade da criação de um veículo de comunicação

que fortaleça o laço entre os envolvidos. A infinidade de assuntos que tratam do

meio ambiente é notória, mas foi necessário desenvolver um sub-tema, que foi a

coleta seletiva e a reciclagem de lixo. A partir daí foi detectado que na sociedade

atual, o tempo dedicado a informar e se informar sobre esse assunto é cada vez

mais curto, (TRIGUEIRO, 2005). Assim ocorre a idéia de estabelecer um veículo

prático, simplificado e interativo, nasce assim o TWITTER RECICLA BLUMENAU.

A partir dos objetivos destacados neste trabalho, buscou-se conscientizar e

informar os participantes do www.twitter.com/reciclablumenau a respeito da coleta

seletiva e reciclagem em Blumenau. Na cidade de aproximadamente 300 mil

habitantes, são produzidos por mês cerca de seis mil toneladas de lixo, sendo que

deste total apenas 220 toneladas mensais estão sendo recicladas no município1.

Diante desta realidade, evidenciou-se a necessidade de um canal de

informação e interatividade com a comunidade blumenauense. Neste canal são

informados diariamente os locais e horários que o caminhão de coleta passa nas

ruas e bairros da cidade, além de links para outras páginas da web que tragam

informações relevantes sobre o tema. Os usuários do twitter participam através da

interatividade proporcionada pela plataforma através de comentários e perguntas

postadas na página. Desta forma busca-se colaborar para que a disseminação da

consciência social e ecológica seja um assunto de maior importância e interesse na

comunidade blumenauense.

A questão socioambiental também é um dos aspectos que motivou este

trabalho, na realidade atual onde a preocupação com as atividades sociais esta

cada vez mais presente, a reciclagem é uma fonte de renda, além auxiliar na

preservação do meio ambiente.

1 Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Marcos Froeschlin, Gerente de Resíduos

Sólidos do SAMAE.

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2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral:

Criar uma ferramenta utilizando uma rede social digital, através de um twitter

sobre reciclagem de lixo em Blumenau SC, focando na coleta seletiva de lixo na

cidade.

2.2 Objetivos específicos:

a) Trazer informações utilizando o twitter RECICLA BLUMENAU com

elementos sobre coleta seletiva de lixo, reciclagem e preservação do

meio-ambiente;

b) Expor a praticidade da comunicação através da internet, destacando o

tema escolhido, através do twitter, utilizar outras ferramentas de apoio

para informar sobre o assunto;

c) Revelar as possibilidades que o twitter oferece sobre meio ambiente,

destacar ações que levem a conscientização do tema escolhido;

d) Relatar a construção do Twitter, alimentação de informações acerca do

tema, divulgação entre os twitteiros, seguidores e seguidos;

e) Revelar o desafio de informar os internautas através de uma ferramenta

que permite apenas a publicação de cada informação com no máximo

140 caracteres, tomando como referência o RECILA BLUMENAU.

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3. Fundamentação Teórica

3.1 Novas Mídias

As novas mídias surgem como uma maneira de se diferenciar das mídias

tradicionais, tais como televisão, rádio e jornal impresso. As novas mídias definem-

se por novas tecnologias e métodos de comunicação. As mídias inseridas dentro

da internet se multiplicam e mudam a cada dia, a cada hora. Indo por este

caminho, novas perspectivas são abertas para os indivíduos, tanto para sua

inserção econômica quanto para o exercício da cidadania (PICKERING apud

SANTOS, 2007).

Alguns autores compreendem as novas mídias como relativamente novas,

uma vez que mídias hoje consideradas convencionais, tais como rádio e televisão,

em outra época já foram consideradas novas, Manovich afirma que:

Em vez de reservar o termo “novas mídias” para nos referirmos aos usos culturais das presentes tecnologias do computador ou redes de computadores, alguns autores sugeriram que todas as mídias modernas e as tecnologias de comunicações passam por sua “etapa de nova mídia”. Em outras palavras, em algum momento, a fotografia, o telefone, o cinema, a televisão, foram “novas mídias”. (MANOVICH, 2001, p. 37)

De acordo com a compreensão corrente, as novas mídias estão vinculadas

ao uso do computador para distribuição e exibição de informações. Manovich

(2001) aponta como relevante e central na caracterização das novas mídias não

apenas a função do computador na distribuição e exibição de informações, mas

também na produção de conteúdos de mídia. O autor sugere que estaríamos no

meio de uma revolução das novas mídias, cujo impacto já pode ser observado. De

acordo com Manovich ( apud SANTOS, 2001):

Essa nova revolução é seguramente mais profunda que as anteriores e nós estamos apenas começando a registrar seus efeitos iniciais. De fato, a introdução da prensa afetou apenas um estágio da comunicação cultural – a distribuição de mídia. Da mesma forma, a introdução da fotografia afetou apenas um tipo de comunicação cultural – imagens estáticas. Em contraste, a revolução da mídia do computador afeta todos os estágios da comunicação, incluindo a aquisição, manipulação, armazenamento e distribuição; ela também afeta todos os tipos de mídia – textos, imagens

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estáticas, imagens em movimento, som e construção de espaços (MANOVICH apud SANTOS, 2001, p. 19)

As transformações que acontecem quando uma mídia nova surge podem ser

por vezes assustadoras, a história mostra que quando um novo mecanismo de

mídia surge o antecessor com a mesma potência sente-se ameaçado. Foi assim

quando o rádio ameaçou o jornal impresso, ou quando a televisão intimidou o rádio,

mas o tempo comprovou que há espaço para todos. Tendo em vista essa nova

fase, que proporciona uma interatividade nunca antes experimentada é necessário

observar de perto os efeitos que ela vai produzindo, pois a tecnologia atual permite

um salto na história das mídias.

A mudança das mídias convencionais para as novas mídias é cada vez mais

constante. As pessoas físicas, empresas e organizações cada vez se utilizam mais

das mídias eletrônicas e consecutivamente das novas mídias para se conectarem

aos seus contatos e clientes. Há 10 anos autores como Wilson Dizard já notavam

as mídias eletrônicas como promessas de veículos cada vez mais fortalecidos nas

comunicações.

A mídia de massa é uma pequena parte das instituições sociais e econômicas que estão sendo moldadas por essa mudança. Os bancos e outras organizações financeiras, por exemplo, dependem quase que totalmente das novas ligações computador/comunicações. O setor da mídia apenas começa a alcançá-los. Cada vez mais, ela vê seu futuro papel como o de um provedor eletrônico de produtos de informação e entretenimento. (DIZARD, 2000, p.56)

A conexão permitida pelas novas mídias proporciona um contato único com

o receptor, o papel de provedor citado no texto acima, representa apenas uma

parte do que realmente pode ser explorado com o forte laço de conectividade.

Estas novas ligações proporcionam além de um contato mais próximo e íntimo,

uma maior captação de preferências e interesses que podem ser pesquisadas e

analisadas pelos meios eletrônicos.

Para Ferrari (2004), existem dois pontos fundamentais na diferença das

mídias tradicionais e das novas mídias. As tradicionais buscam alcançar uma

grande quantidade de pessoas e assim agradar oferecendo um determinado tipo

de conteúdo, já a mídia digital busca atingir o indivíduo multimídia, aquele que sabe

o tipo de notícia que procura e com preferências editorias específicas.

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A grande diferença entre mídia tradicional impressa e a digital passa pelo seguinte conceito: a tradicional tem como objetivo falar com uma grande quantidade de pessoas; oferecer conteúdo jornalístico capaz de agradar, por exemplo, mais de um milhão de assinantes da maior revista semanal brasileira. Ou, no caso da TV, de propagar um programa de entrevistas, de auditório ou mesmo jornalístico para todos os lares brasileiros. (FERRARI, 2004, p.53)

Seguindo este conceito cabe ainda destacar que a mídia tradicional

apresenta seu produto como um negócio já consagrado, deste modo já tem seu

público definido, visando assim a produção de conteúdos homogêneos que alcance

o maior número de receptores possível.

Pollyana Ferrari ainda faz um contraponto entre a mídia tradicional e a

digital, com comentários sobre os avanços da tecnologia para o jornalismo.

A mídia digital, nascida graças aos avanços tecnológicos e à solidificação da era da informação, consegue atingir o indivíduo digital – um único ser com suas preferências editoriais e vontades consumistas, um cidadão que cresceu jogando videogame e interagindo com o mundo eletrônico. Os jovens entre 18 e 25 anos são hoje potencias consumidores da nova mídia interativa. (FERRARI, 2004, p.53)

Deste modo compreende-se que as novas mídias nascem da evolução dos

mecanismos tecnológicos de comunicação. Essas novas ferramentas são utilizadas

para atingir cada vez mais um número significativo e diversificado de receptores.

Porém nos casos das mídias digitais acontece de forma diferente, busca-se atingir

um público mais fiel e com preferências evidentes.

3.1.1 Redes Sociais Digitais

Com a evolução das novas mídias, os estudos ao seu respeito também foi

ganhando espaço. Dentro desta nova proposta midiática surgem as redes sociais

digitais. O crescimento dos usuários que utilizam estas redes cresce na medida em

que novas redes surgem e evoluem, como veremos neste trabalho.

O estudo sobre as redes sociais demonstra que sua análise e pesquisa vêm

muito antes das redes sociais na internet. De acordo com Recuero,

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Os primeiros passos da teoria das redes encontram-se principalmente nos trabalhos do matemático Ëuler que criou o primeiro teorema da teoria dos grafos. Um grafo é uma representação de um conjunto de nós conectados por arestas que, em conjunto, formam uma rede. (RECUERO, 2009, p. 2)

Se analisarmos a teoria de Euler, é possível notar que somos cercados por

estas redes. Os nós formados no local de trabalho, podem estar conectados os

nós formados pelos amigos particulares, que pó sua vez se conectam com outros

nós representados pelos familiares e assim formando uma rede.

Conforme Lèvy (2000, p. 36) redes sociais são um conjunto de nós

interconectados, onde as pessoas são os nós e os laços sociais, as conexões. Os

laços sociais são compostos de interações. Uma interação repetitiva gera um laço

social. Existem dois tipos de laços sociais: Os fortes, quando há proximidade, em

que as pessoas interagem e confiam umas nas outras, nas informações

repassadas. E os fracos, onde há um menor grau de confiança, ou seja, não há

tanta confiança e credibilidade no conteúdo e na interação.

Estes graus de proximidade podem ser calculados em quantidade de

interações, às vezes mais outras menos. Porém a qualidade, desta confiança em

que o autor se refere é por vezes difícil de ser contabilizada, uma vez que a

confiança pode ser relativizada. Portanto a conexão existente entre as redes pode

ser diluída ou fortalecida, dependendo da confiança depositada em cada um dos

nós.

Ainda na “Teoria dos Nós”, Castells (1999) afirma que a rede pode se

multiplicar de forma ilimitada. Depende de como os atores se integram e expandem

interesses em comum. Para o autor, redes são estruturas abertas capazes de

expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-

se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de

comunicação. Prova destas integrações são as redes que geram um grau de

interesse expressivo, como por exemplo, uma rede de interesses de uma

comunidade, quanto maior o grau de cumplicidade dos nós maior sua

interatividade.

Segundo Recuero (2009), as redes podem ser definidas como um conjunto de

dois elementos, sendo um deles os atores, que seriam as pessoas, instituições ou

grupos, sendo estes os nós da rede. E as conexões, que seriam as interações e os

laços sociais.

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Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem da rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem suas conexões. (RECUERO, 2009, p. 23)

Os estudos das estruturas das redes sociais na internet são relativamente

recentes, alguns autores concordam que as topologias das redes sociais são

constituídas através dos laços sociais estabelecidos pelos atores presentes nas

redes. Exemplo disso é o trecho do estudo realizado por Recuero (2009):

Augusto de Franco (2008) aponta que as topologias são essenciais para a compreensão das redes sociais. Para ele, assim como para outros autores, a metafora da rede é essencial justamente por possibilitar a percepção de topologias mais ou menos eficientes para a ação dos gruppos sociais. Franco parte de um memorando de Paul Baran (1964) para discutir que as redes sociais possuem três topologias básicas possíveis: distribuida, centralizada e desentralizada. (apud RECUERO, 2009, p. 56)

Embora as redes sociais e os sites de redes sociais na internet se

confundam, é importante ressaltar a diferença entre eles, os sites de redes sociais

são o espaços virtuais para a expressão das redes sociais na internet, onde os

atores se comunicam mediados por um computador. (RECUERO, 2009, p. 52).

As redes sociais na internet tem sido amplamente utilizadas, algumas são

mais conhecida e usadas em algumas partes do mundo, as redes sociais digitais

usadas para fins particulares, acabaram ficando popularmente chamadas de

“página de perfil”, como é o caso do Orkut, a rede social digital mais usada no

Brasil, lá os atores postam recados, fotos, vídeos e existe também uma ferramenta

que oferece ao usuário expor todos os dadosparticulares, um verdadeiro perfil, com

espaço para apontar desde sua comida preferida até o local de trabalho.

A lista de redes sociais na internet cresce a cada dia, algumas das mais

conhecidas e utilizadas são: Orkut, Fotolog, Flickr, Facebook, Myspace, Twitter e

Plurk. Por atingir um sem número de usuários, as redes sociais digitais estão

servindo de veículo para difundir informação, elas representam um canal interativo

onde a informação é oferecida, distribuída e dividida pelos internautas.

Outro elemento que é característico das redes sociais na internet é a sua capacidade e difundir informações através das conexões existentes entre os atores. Essa capacidade alterou de forma significativa os fluxos de

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informação dentro da própria rede. O surgimento da Internet proporcionou que as pessoas pudessem difundir informações de forma mais rápida e mais interativa. Tal mudança criou novos canais e, ao mesmo tempo, uma pluralidade de novas informações circulando nos grupos sociais. (RECUERO, 2009, p. 116)

As redes sociais se tornaram um mecanismo de descoberta e nteração

praticamente sem limites na internet. A troca de informações através da ferramenta

tem despertado a atenção e a curiosidade dos usuários, a possíbilidade de partilhar

estas informações entre os usuários da redes sociais digitais faz com que seu uso

se torne cada vez mais pluralizado.

A circulação de informação através das redes sociais é evidente, em São

Paulo, maior cidade da América Latina, os flashmobs 2 são frequentes. A notícia

avisando do encontro circula na rede e em poucas horas a aglomeração dos

usuários acontece no local previamente determinado pelo flashmob, que foi

recebido pela internet e muitas vezes acessado pelos aparelhos móveis. O primeiro

flash mob no Brasil aconteceu em São Paulo no dia 4 de abril de 2009,

denominado "International Pillow Fight Day" - o Dia Mundial da Guerra de

Travesseiros, o encontro foi organizado pela internet e reuniu cerca de 500 pessoas no

Parque do Ibirapuera3.

3.1.2 Blogs e web blogs

Em meio às tantas ferramentas jornalísticas presentes na rede, os blogs e

web blogs surgem como um elemento praticado com freqüência. Segundo Blood

(2000), blog é um formato típico de produção e disponibilização de conteúdo na

web caracterizado pela apresentação de informações em ordem cronológica

inversa e também da possibilidade de listar links que apontem para sites similares

ou sugeridos. Enquanto formato, o blog tem sido apropriado para as mais diversas

finalidades (apud AMARAL, RECUERO E MONTARDO, 2008, p. 29).

2 Flashmob: é a abreviação em inglês de “flash mobilization”, que traduzido para o português quer dizer

mobilização instantânea ou temporária, geralmente organizada através de celulares e internet, na maioria das vezes sem um propósito claro. 3 Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1087883-5605,00.html Acesso em 29/05/2010.

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De acordo com Zago (2008), em sua tese: “O Twitter como suporte para

produção e difusão de conteúdos jornalísticos”, os blogs têm formato dinâmico e

facilmente podem ser renovados. A autora ainda destaca a característica do micro

conteúdo existente nos blogs e seus semelhantes.

Os formatos presentes nos blogs podem ser facilmente modificados,

inclusive com a possibilidade de personalização, como por exemplo, o lay-out de

um blog pode apresentar fotos do usuário no fundo de tela, ou até mesmo

proporcionar a quem acessa a página um som ou música previamente selecionada

pelo blogueiro.

Além do formato de publicação em ordem cronológica inversa, os blogs se caracterizam pela publicação de micro conteúdo, ou seja, conteúdo voltado para as especificidades da leitura na tela de um computador, diferentemente de outros formatos como portal, a unidade de conteúdo do formato blog é o post, e não a página. (ZAGO, 2008, p.3)

O conteúdo de um blog geralmente é apresentado de maneira simplificada

ou exemplificada, tanto pode ser um blog com intuito de diário, ou com intenção de

contar as novidades. Pequenas lojas ou comerciantes se utilizam da ferramenta

blog para estreitar os laços com as clientes, nos blogs são postadas, por exemplo,

fotos das mercadorias recém chegadas, uma maneira de chamar a atenção para as

compras.

Segundo Zago (2008, p.3), o formato blog originou outros diversos formatos,

como o fotolog em que as imagens e fotografias são o conteúdo principal, os

videologs onde os vídeos predominam, os audioblogs em que os arquivo de áudio

prevalecem, e os moblogs, blogs atualizados por dispositivos móveis, como o

celular.

Estas variações existentes a partir dos blogs podem ser consideradas

oriundas da diversificação que o formato blog apresenta. A partir dele as

possibilidades de execução de mecanismos como vídeo, imagens e áudio são

aplicadas e assim servindo como um apoio ao texto postado no blog e seus

variáveis.

3.1.3 Microblogs

Seguindo a tendência dos blogs, os aplicativos ganharam ainda mais

elementos, tendo em vista a facilidade de seu uso, surgiu a necessidade de

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diminuir o formato, porém sem tirar as características da ordem inversa e da

simplificação da mensagem. Acompanhando a linha dos blogs, em 2006 surgiram

na Califórnia os microblogs.

Além dos blogs, surgiram há dois anos, na Califórnia, os microblogs, criados por um grupo de amigos com o objetivo de compartilhar suas rotinas – um deles, Evan williams, que foi o criador de Bloogger. A principal ferramenta do gênero é o Twitter, no qual cada usuário tem uma rede de amigos, que recebem automaticamente as postagens de seus contatos em mensagens curtas de até 140 caracteres, podendo ser enviadas e lidas pela web, por programas de mensagens instantâneas (MSN Messenger) ou por telefone celular. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 171)

Os microblogs podem ser considerados blogs de forma mais simplificada, a

idéia da ordem cronológica invertida e outras características dos blogs ainda

permanecem neste formato. O que se destaca no microblog é o tamanho da

postagem, no twitter, por exemplo, a quantidade de caracteres presentes em cada

atualização não pode passar de 140. (ZAGO, 2008, p.3)

A adoção dos microblogs por meios de comunicação on line foi rápida.

Surgiu como uma maneira de chamar a atenção para as manchetes, e guiar o leitor

até o texto original. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269).

Além de chamar a atenção do leitor através da manchete o microblog

também pode ser utilizado como pílulas de informação, numa frase podem conter

informações básicas para o receptor entender o que é o fato, onde ocorreu e por

que.

Com links, notas curtas e atualizações contínuas, prende a atenção do internauta para as reportagens de maior fôlego e contextualizadas que serão exploradas nas edições online ou impressas. Essas pequenas “pílulas” de notícias curtas vão construindo um nó de informações que pode desencadear na expectativa para a leitura das matérias jornalísticas mais aprofundadas sobre o tema em foco do dia. Por isso, talvez, se deva a adoção rápida dos microblogs por jornais online consagrados, como The New York Times e BBC, que perceberam que surgia um novo fenômeno na internet com características apropriadas para “chamadas” de suas notícias principais. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269)

É interessante notar a evolução dos microblogs em relação aos usuários.

Assim como os blogs, considerados de caráter pessoal, foram ganhando espaço e

força e acabaram conquistando os meios de comunicação mais conhecido s e

reconhecidos do mundo, como é o caso de jornais como os citados no texto acima.

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A conquista do twitter sob os meios tradicionais de comunicação pode ser

comprovada acessando a plataforma e procurando o nome do veículo que se

queira encontrar. O que talvez ainda não tenha acontecido é uma melhor

exploração dos veículos no que diz respeito à receptividade dos twitteiros, a

maioria dos twitters consagrados de notícias, estão mais preocupados em dar a

notícia do que interagir com o internauta. (TORDIVELLI, 2010, p. 9)

A busca pelo leitor através das manchetes possibilitadas pelos posts do

twitter, já é facilmente percebida. Porém o que ainda não está totalmente sendo

explorado é o mecanismo que a ferramenta oferece, a possibilidade do espaço

aberto para ouvir o que o leito tem a dizer.

3.1.3 Twitter

O Twitter foi fundando como um projeto da empresa norte americana Odeo,

por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams, em 2007. Um de seus fundadores,

Stone, foi funcionário da Google, e participou do desenvolvimento do Blogger, outro

serviço de mídia social de grande repercussão. (NEIVA, 2009, p.19-13)

Em vídeo explicativo de como aconteceu a criação do twitter Evan Willians o

co-fundador do twitter conta que ainda em 2006 a plataforma era um projeto

paralelo de sua empresa Odeo. “Devemos seguir nossos instintos mesmo quando

você não consegue necessariamente justificá-los ou mesmo saber aonde eles vão

te levar”4.

Conforme Mischaud (2007), a popularidade do Twitter começou a crescer a

partir de março de 2007. (apud ZAGO, 2008, p. 4). Semelhante ao blog, ele ficou

particularmente conhecido como microblog, e difundiu-se rapidamente na rede.

Durante a Twitter´s Chirp, conferência do Twitter para desenvolvedores que

aconteceu nos dias 14 e 15 de abril deste ano em San Francisco (EUA), Biz Stone,

co-fundador do site, apresentou algumas estatísticas. Entre os dados divulgados

está o número total de usuários cadastrados até a data, que era de mais de 105

milhões. O Twitter anunciou ainda que 300 mil novos perfis são criados diariamente

4 Disponível em http://www.tradeblog.com.br/2009/09/01/evan-willians-revela-como-nasceu-o-twitter/ Acesso

em 02/06/2010.

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e que o site recebe 180 milhões de visitantes únicos por mês. O número de

usuários ativos não foi divulgado. 5

Em pesquisa realizada entre os dias 16 de outubro e 16 de dezembro de

2009, O Instituto Sysomos analisou o perfil de 13 milhões de usuários ativos do

Twitter. A pesquisa revelou que a rede social reúne no Brasil o segundo maior

grupo de usuários. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que soma cerca de

50% do total de membros ativos do serviço de microblogs. De acordo com a

pesquisa do instituto, especializado em análises de redes sociais, os brasileiros

representam 8% do total de usuários do Twitter, contra apenas 2% registrados em

junho passado. Deste modo, os brasileiros representam a segunda população mais

ativa da rede social, a frente da Grã-Bretanha (7,2%), Canadá (4,3%) e Alemanha

(2,49%). 6

No dia 12 de maio de 2009, o site www.twittercentral.com.br lançou o

primeiro Censo do uso do Twitter no Brasil. O objetivo é coletar dados estatísticos

para uma aproximação demográfica da Twittosfera no Brasil7.

A pesquisa não tem data prevista para término. Nossa meta é atingir cerca de 70mil respostas, acreditamos ser um número muito baixo comparado ao universo do Twitter no Brasil. Segundo o Ibope, o Twitter no Brasil possui 3,5 milhões de usuários. Mas afinal, onde estão todos esses usuários? Acreditamos que seja uma afirmação errônea e não ultrapasse 200/300 mil usuários. A medição do IBOPE Nielsen Online registra apenas quem acessou o serviço, seja ele usuário ou não, então o objetivo do nosso Censo é mostrar realmente quais e quantos são os usuários do Twitter no Brasil.

8

A participação na pesquisa pode ser feita por qualquer pessoa ou empresa

que utilize o Twitter, o processo é simples, são oito tópicos a serem preenchidos e

pode ser acessado através da URL: http://twittercentral.com.br/censo/. Os

resultados parciais da pesquisa também podem ser acessados a qualquer

momento pelos usuários, para isso só é necessário seguir os links: Resumo

gráfico: http://migre.me/1EGY , e resultados em tempo real: http://migre.me/1EJ4.

5

Disponível em http://tecnologia.ig.com.br/noticia Acesso em 02/06/2010. 6 Idem

7 Disponível em http://twittercentral.com.br/140br-censo-de-uso-do-twitter-no-brasil/ Acesso em 02/06//2010.

8 Idem

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A adaptação do jornalismo para formatos de tamanhos diminuídos na

internet tem se evidenciado. “... a utilização de microblogs como o Twitter como

ferramenta jornalística tem aos poucos se consolidado, em decorrência da

versatilidade do sistema de publicação em um microblog.” (ZAGO, 2008, p. 7)

A facilidade e a mobilidade têm sido papel fundamental na popularidade do

Twitter. De acordo com Aguiar (2009) “A postagem de mensagens sobre o clima, o

trânsito, acidentes e fenômenos naturais dá ao site um caráter de utilidade pública”.

Por ter a instantaneidade como principal característica, o Twitter desponta

como ferramenta de interação imediata e apresenta ainda a possibilidade da

mesma mensagem correr rapidamente por diversas redes ao mesmo tempo.

A possibilidade de comunicação entre os usuários através dos mecanismos de interação o assemelha a um mensageiro instantâneo. Em todas essas funções, a necessidade de comunicação está claramente expressa. A veiculação desses conteúdos em tempo real e de qualquer lugar mantém os usuários do site informados e interconectados, recebendo e enviando mensagens sobre os assuntos e acontecimentos que mais lhes interessam. (AGUIAR, 2009, p.4)

O Twitter é uma plataforma de comunicação que permite aos usuários

escrever e ler mensagens com até 140 caracteres. A essência básica da

ferramenta consiste numa página de recados, onde os participantes, chamados de

twitters ou twitteiros, podem criar uma rede social digital e acompanhar as

atualizações das pessoas de sua rede, os participantes da rede são denominados

de seguidores e seguidos.

O Twitter é estruturado com seguidores e pessoas a seguir, onde cada twitter pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por outros. Há também a possibilidade de enviar mensagens em modo privado para outros usuários. A janela particular de cada usuário contém, assim, todas as mensagens públicas emitidas por aqueles indivíduos a quem ele segue. Mensagens direcionadas também são possíveis, a partir do uso da “@” antes do nome do destinatário. Cada página particular pode ser personalizada pelo twitter através da construção de um pequeno perfil. (RECUERO, 2009, P. 174)

A partir do momento em que o internauta começa fazer parte da rede ele já

pode se conectar aos demais participantes. Ao ingressar no twitter a pessoa pode

ser seguidor de quem quiser e automaticamente fica sabendo de tudo que as

pessoas vêm ou fazem, caso seja feita uma postagem no respectivo microblog.

O twitter parte de uma pergunta básica a ser respondida como minipost:

Page 17: PEC Liliane Machado

17

“What are you doing ?”, traduzido para o português: “O que você está fazendo ?”,

na janela da resposta, como já foi citado, pode ser publicado de cada vez um texto

com no máximo 140 caracteres9. Embora o twitter tenha atingido um número

considerável de participantes no Brasil a apresentação e o lay-out da rede social

ainda não têm tradução para o português.

Criar uma conta no twitter é simples, basta acessar na sua página,

www.twitter.com, no link em verde: “SIGN UP NOW”. Em seguida basta digitar

primeiramente o nome, depois o nome ou apelido de preferência para o login,

escolher a senha, adicionar um e-mail para contato, e digitar os caracteres que

aparecem na figura a fim de evitar possíveis fakes.

Com a página básica pronta o usuário pode modificar e personalizar as cores,

fundos e fontes da estrutura. Clicando no link “Find accounts and follow them”, em

português, “encontre contas e as siga”, é possível acessar outros atores

participantes da rede e tornar-se seguidor, da mesma forma estará disponível para

ser acessado e seguido. A partir daí surgem o envio e troca de mensagens, que

podem ser diretas ou indiretas. As mensagens que se destinam para uma pessoa

específica, “são possíveis a partir do uso do @ antes do nome do destinatário.”

(RECUERO, 2009, p.173)

Dentro das opções de ferramentas disponibilizadas na plataforma ainda estão

presentes o reply (resposta pública a uma postagem, como um comentário de

blog), a direct message (mensagem direta e particular) e o retweet (republicação de

uma postagem). Dentre os três recursos, o retweet é o mecanismo responsável

pela disseminação de links e mensagens, ele permite a ponte entre redes

diferentes. Retweetar significa receber uma postagem e republicá-la em sua própria

rede, assim os outros contatos presentes na rede também podem fazer o mesmo e

a mensagem pode se disseminar por incontáveis vezes10.

O tempo real e instantâneo das postagens e do recebimento das mensagens

no twitter é um dos diferenciais que destaca o serviço. Em entrevista a “Revista

Unimed Blumenau”, o comunicador multimídia Marcelo Tas destaca esta

característica para definir o twitter. Ele está entre as 10 pessoas mais seguidas no

Brasil, no dia 07 de junho de 2010 contabilizava 594.690 followers.

9 Observação direta desta pesquisadora. Disponível em: www.twitter.com Acesso em: 31 mar. 2010.

10

Idem

Page 18: PEC Liliane Machado

18

É uma maquina de cutucar corações e mentes na velocidade da luz. O limite é a sua imaginação. Muita gente acha que o limite do twitter são 140 caracteres, mas acho que com poucas palavras você pode contar uma história ou anexar um link com vídeo ou texto. Acho também que o twitter é uma máquina de captar. (TORDIVELLI, 2010, p. 9)

Com os serviços de utilização simplificados o Twitter vem se consolidado em

seu seguimento. Em Blumenau a ferramenta tem ganhado adeptos a cada dia,

Twitters de serviços públicos podem confirmar seu crescimento, foi o caso do

Twitter da Defesa Civil11, criado no dia 26 de abril de 2010, durante a ameaça da

última enchente na cidade. Nos dois primeiros dias, o serviço contabilizou a adesão

de mais de 800 participantes em sua rede. A intenção dos usuários era de

acompanhar a constante atualização com informações a respeito do nível do Rio

Itajaí-Açu, podendo assim tomar precauções sobre os efeitos da possível enchente,

que acabou não acontecendo.

3.2 Comunicação e Meio Ambiente

3.2.1 O meio ambiente na mídia

A preocupação social com o meio ambiente é recente se comparada com a

idade do planeta Terra, 4,6 bilhões de anos. Segundo Brügger (2004), os

movimentos ecológicos eram praticamente inexistentes antes da década de

1960, e no Brasil emerge a partir da década de 1970. Parte desta expansão

pode se atribuir ao fato de que na década de 60 os veículos e meios de

comunicação também evoluíram e puderam destacar o assunto, de acordo com

o crescimento das mídias o meio ambiente também ganhou seu destaque.

A emergência da questão ambiental, em nível global, é historicamente nova. Historicamente novas são também as tentativas globais de conscientização ambiental, mas a questão ambiental sempre esteve associada, como não poderia deixar de ser, a fatores econômicos, políticos e culturais, entre outros. Assim, as preocupações que antes ocorriam sob a forma de focos

11

Disponível em http://twitter.com/DefesaCivilBNU Acesso em 23/05/2010.

Page 19: PEC Liliane Machado

19

isolados deram lugar a movimentos planetários de caráter social, sendo o “movimento ecológico” um exemplo. (BRÜGGER, 2004, p. 30)

O foco da mídia para a questão ambiental não está presente há muito

tempo, os fatores políticos e econômicos ajudaram a expor os problemas

ambientais, porém com focos isolados. Com o tempo a questão ambiental foi

conquistando seu espaço e ganhando força.

Na década de 80 surgem editorias nos meios de comunicação brasileiros

específicas para assuntos ambientais ou ecológicos. Erbolato (1981) defende a

idéia de que a denúncia pelos meios de comunicação referente aos efeitos nocivos

ao meio ambiente deve ser urgente e amplamente difundida.

O meio ambiente tem pressa, pois sofre com os efeitos nocivos que recebe

da humanidade, existe inúmeras maneira de difundir a idéia da preservação, um

exemplo disso é noticiá-la.

Jornalisticamente, devem ser feitos levantamentos e denuncias de tudo quanto prejudique a vida humana, seja na cidade, seja nos campos, a ser impedida a fabricação de produtos que possam causar a destruição de animais. Talvez seja essa, hoje, uma das mais prioritárias missões que se possa atribuir a imprensa, pois se tudo caminhar como atualmente, é difícil saber o que acontecerá dentro de um ou dois decênios. (ERBOLATO, 1981, p.154)

Na atual realidade a mídia se tornou uma aliada para que se possa

compreender melhor todo e qualquer assunto. Em sites de pesquisa, como por

exemplo, o Google12, facilmente se pode obter pesquisas, dados e informações.

E quando o que interessa é um aprofundamento sobre algum determinado tema,

é só digitar as palavras chaves em algum site de busca na internet e surge um

verdadeiro bombardeio com links que levam a inúmeros outros sites. Assim

acontece se a palavra meio ambiente for digitada. Porém a disseminação da

informação pela mídia nesse determinado tema ainda não é de fato relevante. O

meio ambiente ainda não parece ser um fato relevante na mídia atual, não se vê

com facilidade programas relacionado ao assunto e o abordando de uma forma

ambiental.

12

Observação Direta, Disponível em: www.google.com.br Acesso em: 08 mai 2010.

Page 20: PEC Liliane Machado

20

Na era da informação, na Idade Mídia, em que os profissionais da comunicação pertencem ao que se convencionou chamar de Quarto Poder, meio ambiente ainda é uma questão periférica, porque não alcançou o sentido mais amplo, que extrapola a fauna e a flora. O interessante é que esse sentido mais amplo está na origem d expressão “meio ambiente”, que reúne dois substantivos redundantes: meio (do latin mediu) significa tudo aquilo que nos cerca, um espaço onde nós também estamos inseridos; (TRIGUEIRO, 2005, p.288)

O autor chama atenção para o sentido real a palavra meio ambiente, que

acaba sendo muito abrangente e generalizado. A palavra em sua origem semântica

acaba tendo uma conotação simplificada demais, é preciso analisar profundamente

o que ela realmente quer dizer e o que de fato representa.

...enquanto ambiente é uma palavra composto por dois vocábulos latinos – a preposição amb (o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Ambiente, portanto, seria tudo que vai à volta. Mas dizer que meio ambiente é tudo seria simplificar demais a questão. Uma das boas definições é aquela que meio ambiente “é um conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles.” (TRIGUEIRO, 2005, p.288)

Deste modo fica mais claro compreender o que de fato representa a palavra

meio ambiente e o que ela envolve, além de significar somente um vocábulo. André

Trigueiro (2005) relata em seu livro, que o espaço oferecido ao meio ambiente

pelos meios de comunicação é pequeno, a notícia factual é o que move a mídia.

Neste quadro o meio ambiente não se encaixa com facilidade uma vez que os

impactos ambientais demoram cerca de 50 ou 100 anos para se concretizar.

Mencionando a mídia eletrônica o autor destaca a volatilidade do tempo da notícia.

“O timing do noticiário, portanto, é acelerado, e com a evolução das tecnologias na

área da comunicação tende a ser cada vez mais instantâneo e interativo”.

(TRIGUEIRO, 2005, p.290)

É possível ainda analisar a relação da idade do planeta Terra com o tempo

de duração de um programa de notícias. A comparação exemplifica a pressa da

instantaneidade e interatividade necessárias num noticiário e o tempo sem demora

da evolução do planeta.

No tempo histórico, num planeta de 4,6 bilhões de anos, um século voa. No tempo do noticiário, como já vimos, o prazo de validade das notícias se esgota normalmente em um dia. A questão aqui parece ser a seguinte: numa sociedade cada vez mais imediatista (na qual o prestígio da informação on line só faz crescer), o que vai acontecer daqui a algumas

Page 21: PEC Liliane Machado

21

décadas tem cada vez menos importância. Algumas questões, como a escassez crescente de água, a progressão geométrica do volume de lixo e o ritmo acelerado e desertificação do solo, tornam-se menos interessantes se comparadas com outros assuntos que têm o apelo factual, que se resolvem numa escala de tempo bem definida e que respondem aos interesses imediatistas de quem consome noticia. (TRIGUEIRO, 2005, P. 290)

A relação do tempo com os períodos de acontecimentos em eventos da

natureza também e explorada. O factual tem um poder maior nas notícias do que

um evento natural que demora anos ou séculos para se concretizar, talvez esse um

dos grandes motivos para a mídia desprezar certas notícias relacionadas ao meio

ambiente.

A função da mídia de noticiar os problemas e as soluções relacionadas com

a preservação do meio ambiente é evidente, mas há o outro lado, a

responsabilidade que os órgãos têm de municiar os veículos de comunicação com

informações, dados e ações relacionadas com o tema. Notamos esta preocupação

nas palavras de Philippi Jr. et. al. (1999).

A comunicação social é um dos instrumentos mais valiosos para a obtenção de apoios institucionais, sociais, políticos e financeiros para projetos de responsabilidade do órgão ambiental. A informação correta e confiável, a divulgação adequada de indicadores de qualidade ambiental, a demonstração de resultados efetivamente obtidos em parcerias institucionais e com a participação da sociedade, criam clima propício para a importância das ações desenvolvidas, e freqüentemente revertem em beneficio para o andamento dos planos, programas e projetos do sistema de gestão ambiental. Cabe, pois, à administração instrumentalizar, de forma adequada, o fornecimento de informações e a comunicação social da instituição. (PHILIPPI JR. et al., 1999, p. 53)

Deste modo fica claro a importância da participação tanto dos jornalistas em

relatar as notícias, como também das assessorias de empresas e profissionais

responsáveis por disseminar a informação através da imprensa, fazendo assim um

trabalho em conjunto em prol do meio ambiente.

O papel da mídia para informar sobre o meio ambiente é de fundamental

importância, Erbolato (1981), desta forma entendemos que quanto maior for a

participação dos jornalistas em se preocuparem com esta questão maior também

será o envolvimento dos receptores da notícia.

Page 22: PEC Liliane Machado

22

3.2.2 Coleta Seletiva e Reciclagem

A coleta seletiva de lixo e a reciclagem ganham cada vez mais espaço na

importância sobre meio ambiente, porém ainda não estão suficientemente

difundidos, “...dos mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros, mais de

cinco mil convivem com os problemas de lixões operados de forma inadequada.”

(PHILIPPI JR. et. al.,1999, p. 23).

De acordo com o artigo de Alexandre Spatuzza na Revista

Sustentabilidade13 “o Brasil gerou 8% mais lixo em 2009, mas a coleta seletiva

estacionou”. O texto também aponta que segundo o Panorama de Resíduos

Sólidos de 2009, apresentado em 26 de maio de 2010, a geração de resíduos

atingiu 57 milhões de toneladas em 2009, 7,7% acima do volume gerado em 2008,

enquanto o volume coletado aumentou 8%, chegando em 50 milhões de toneladas

no ano. O incremento na geração de resíduos é resultado do aumento de renda e

do crescimento econômico, neste ano a população cresceu cerca de 1%. Segundo

dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, ABRELPE, cada

brasileiro gerou em média 1,15 kg por dia, no ano passado, 6,6% mais do que em

2008. (SPATUZZA, 2010).

Assim é visível que ganhando mais o brasileiro gasta mais, gerando assim

um volume de lixo maior, e em contraponto colaborando mais para a contaminação

e acumulo de resíduos, que poderiam ser evitados se houvesse maior

conscientização do problema.

Em entrevista para a Revista Sustentabilidade, o Diretor Executivo da

ABRELPE, Carlos Roberto Vieira alertou para o problema da falta de políticas

públicas para a gestão de resíduos, ele diz que a coleta seletiva continua sendo

implementada por iniciativas pontuais por empresas ou entidades e ações

informais. “O resultado disso é que o setor de reciclagem não avançou muito entre

2008 e 2009”. Devido a estes aspectos a falta de avanço no setor impediu as

empresas de gerenciamento de resíduos de investirem em novas tecnologias de

reciclagem e abrirem novos negócios, uma tendência mundial no setor.

(SPATUZZA, 2010).

13

Disponível em: www.revistasustentabilidade.com.br Acesso em: 27 mai. 2010.

Page 23: PEC Liliane Machado

23

O incentivo privado para campanhas de conscientização e apoio para

reciclagem é importante, porém não é suficiente, ainda falta muito para que o Brasil

avance na questão de políticas públicas que destaque a questão da coleta seletiva

e reciclagem.

Segundo Vieira, as regiões que mais se desenvolveram foram as regiões Sul

e Sudeste, pois aumentaram seus índices de destinação correta para 76,2% de

67,4% e para 78,7% de 73,4% respectivamente por meio de políticas

convencionais de gestão de resíduos. “A região Sul é a que mais está próxima de

destinar todo seu lixo adequadamente, pois lá faltam cerca de 5.500 toneladas

diárias, o que pode ser resolvido com a construção de um o dois aterros sanitários”,

conclui Vieira. (SPATUZZA, 2010).

De acordo com o artigo, a região sul é a que mais se destaca na destinação

correta do lixo, e não falta muito para o problema ser solucionado, com mais

incentivo e informação, a adequação do sistema de coleta e armazenagem do lixo

pode ser resolvida em pouco tempo.

Um exemplo vem da cidade de Porto Alegre no RS. Na capital gaúcha a

coleta seletiva e gerenciamento de resíduos já são trabalhados há mais de 20

anos, e não são apenas órgãos públicos e empresas que se empenham na causa,

todos que residem na cidade estão envolvidos no processo, uma pesquisa

organizada por Menegat e Almeida (2004) diz que:

A coleta seletiva, iniciada em julho de 1990, recolhe materiais pré-separados espontaneamente pelos moradores e é executada semanalmente em todos os bairros. Desde sua implantação ate 1997, foram recuperadas mais de 15% dos resíduos secos produzidos. (MENEGAT, ALMEIDA, 2004 p. 222).

Em Porto Alegre o gerenciamento de resíduos sólidos está obtendo

resultados significativos através do Programa de Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos – GIRS/POA (MENEGAT, ALMEIDA, 2004). A função do

programa é diminuir a produção de lixo, a reciclagem e o reaproveitamento de

resíduos sólidos, além de atividades de prestação de serviços. Segundo Menegat e

Almeida (2004), neste programa além de diminuir a quantidade de resíduos

dispostos nos aterros sanitários, a cidade também gerou renda a partir da

reciclagem, mas para isso foi necessário implementar ações de educação

ambiental e conscientizar a população da importância da separação do lixo.

Page 24: PEC Liliane Machado

24

3.2.3 Coleta Seletiva e Reciclagem em Blumenau

O município de Blumenau possui 300 mil habitantes, estes distribuídos em

uma área de 531 Km², sendo 36% área urbana e 64% área rural. De acordo com o

Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto o SAMAE, em Blumenau a Coleta

Seletiva de lixo atinge 1358 ruas de um total de cerca de 4.300 em toda cidade, ou

seja, 31% das ruas do município recebem a coleta seletiva de lixo. São dez

veículos que circulam pelas ruas e bairros coletando o lixo de segunda a sexta-

feira.(FURTUNATO, 2010).

O SAMAE é um órgão público responsável pelo tratamento de água e esgoto

da cidade, e é encarregado também de fazer a coleta e dar destino ao lixo

produzido no município, quem gerencia este processo é o setor de Resíduos

Sólidos da autarquia. Em depoimento a esta pesquisadora, o Gerente de Resíduos

Sólidos, Marcos Froeschlin, conta que o blumenauense produz uma média de 250

toneladas de lixo por dia, enquanto por mês são recicladas apenas 220 toneladas.

Ou seja, o total reciclado por mês não equivale ao total recolhido do lixo em um dia

de coleta. Aproximadamente apenas 4% do lixo seco recolhido por mês é reciclado

pelo SAMAE.

O SAMAE tem um objetivo traçado que é atingir 20% do que é possível ser reciclado do lixo domestico, ou seja, em torno de 24 toneladas por dia ou 544 toneladas por mês, sendo este valor um tanto quanto pequeno para o potencial de reciclagem que a cidade possui. (FURTUNATO, 2009, p.3)

Ainda em depoimento para esta pesquisa, Froeschlin, explica que o SAMAE

tem uma parceria com uma Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, a

RECIBLU. O acordo entre os dois é o seguinte: o SAMAE fornece toda a parte da

funcionabilidade e logística, ou seja, os caminhões, os dois galpões onde o lixo é

separado e armazenado, as máquinas que auxiliam na separação, esteira e

prensa, e os demais materiais necessários para a seleção dos produtos.

Em contraponto a RECIBLU entra com a mão de obra necessária para que o

trabalho de coleta e separação aconteça. São 84 associados, sendo que 63

Page 25: PEC Liliane Machado

25

trabalham diretamente na central de Reciclagem que fica localizado na Rua Eng.

Udo Deeke, ao lado Terminal Aterro, no bairro Salto do Norte, os outros 21

trabalham no centro da cidade no setor de transbordo, um ponto menor de coleta

que fica localizado no bairro da Velha, próximo a Vila Germânica14. Depois que o

material passa pela triagem, separação e armazenagem a própria RECIBLU se

encarrega de comercializá-lo, não existe divisão de lucros entre o SAMAE e a

RECIBLU, todo valor arrecadado é dividido entre os sócios. O que gera um

rendimento médio para cada associado de R$ 850,00 mensais15. Neste aspecto a

reciclagem deixa de ser somente uma preocupação ambiental e divide espaço com

a questão social, gerando emprego e renda. (FURTUNATO, 2009).

A gerência de resíduos sólidos está satisfeita com a parceria, pois não

precisa manter uma equipe de funcionários para fazer o trabalho, os únicos

funcionários que cedem são os motoristas dos caminhões, pois os coletores fazem

parte da associação. Esta parceria começou em agosto de 2009, mas nem sempre

a coleta foi assim:

A coleta seletiva em Blumenau teve início em 1990, através de ações da Fundação Cultural, e atuava com o slogan “Reciclar também é cultura”. Em 1992, o Departamento de Serviço Urbano (DSU) assumiu a coleta seletiva, mais tarde, em 1993, a Sociedade Promocional do Menor Trabalhador de Blumenau – PROMENOR passou a gerenciar a coleta seletiva. (FURTUNATO, 2009, p.2)

De acordo com o ambientalista Ronaldo Furtunato, em depoimento a esta

pesquisadora, no início da década de 90 a coleta seletiva na cidade era difundida

por um caráter mais social do que ambiental, era a oportunidade de jovens com

situação econômica desfavorável arrecadarem recursos para auxiliar nos gastos da

família. “Procura-se agora através da educação ambiental recuperar o foco

socioambiental para assim equilibrar os dois fatores’. (FURTUNATO, 2009, p.2)

Na fala do ambientalista é possível notar a preocupação existente no

equilíbrio dos fatores sociais que também fazem parte da coleta seletiva e

reciclagem de lixo na cidade. Deste modo a participação não só da comunidade

ultrapassa a barreira da questão ambiental, que pode ser encarada como problema

14

Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Clarice Oliveira, responsável pela contabilidade da RECIBLU. 15

Idem

Page 26: PEC Liliane Machado

26

a longo prazo e passa a ser identificada em âmbito social, gerando assim uma

maior urgência pelo aspecto econômico.

Atualmente, o investimento em educação ambiental é pesado, todo esse esforço é para recuperar o prestígio que o projeto já teve e cada vez mais elevar a porcentagem de coleta e triagem que já foi muito significativa no período em que a PROMENOR, hoje PRO-FAMILIA era responsável pela coleta, isso por se tratar de uma secretaria de cunho totalmente social, essa entidade ainda possui participação no programa, porém muito tímida. (FURTUNATO, 2009, p. 3)

A educação ambiental liderada pelo biólogo e educador ambiental do

SAMAE, Ronaldo Furtunato visa difundir a idéia de cooperação e respeito do

cidadão para com o meio ambiente e a causa social envolvia no processo da

reciclagem. Entre as ações aplicadas na comunidade para promover a

conscientização estão palestras em escolas, panfletagem, publicidade

convencional e o contato por telefone, em que o indivíduo pode questionar, sugerir

melhorias e esclarecer dúvidas.

Desta forma entendemos que a questões ligadas a reciclagem e coleta de

lixo na cidade de Blumenau ainda têm um longo e trabalhoso caminho a percorrer,

porém iniciativas como as de conscientização e busca de envolvimento com a

comunidade estão sendo aplicadas.

3.3 Critérios de Noticiabilidade

Os critérios de noticiabilidade ajudam a estabelecer a busca por respostas

sobre o porquê de alguns acontecimentos se transformarem em notícias e

ganharem manchetes dos meios de comunicação enquanto outros recebem menor

importância ou simplesmente são descartados. Estas questões são amplamente

estudadas e tem mobilizado pesquisadores e teóricos.

Os critérios ajudam a diferenciar o que é notícia do que é apenas

acontecimento, separando o fato em diversas modalidades ou valores. Para Gans

(1979), a aplicação dos critérios deve ser avaliada da seguinte forma:

Os critérios devem ser fácil e rapidamente aplicáveis, de forma que as escolhas possam ser feitas sem demasiada reflexão. Para, além disso, a simplicidade do raciocínio ajuda os jornalistas a evitarem incertezas excessivas, quanto ao fato de terem ou não efetuada a escolha apropriada.

Page 27: PEC Liliane Machado

27

Por outro lado, os critérios devem ser flexíveis para poderem adaptar-se à infinita variedade de acontecimentos disponíveis; alem disso, devem ser relacionáveis e comparáveis, dado que a oportunidade de uma notícia depene sempre das outras notícias igualmente disponíveis. (GANS apud Wolf, 1985, p.174)

De acordo com Traquina (2005), a cada notícia devem ser estabelecidas

diferentes importâncias, ou seja, a análise de cada fato merece e precisam ser

estudada. Os valores da notícia são o que determinam “se um acontecimento ou

assunto é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor

de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor notícia”

(TRAQUINA, 2005, p. 63).

Mauro Wolf (1999) definiu seis critérios que auxiliam jornalistas a decidir

quais acontecimentos serão notícia. São eles: proximidade, atualidade,

identificação social, intensidade, ineditismo e identificação humana. Além disso,

Rosa e Cunha (1999) apontam que são necessários clareza, precisão, objetividade,

rapidez. De acordo com Ericson, Baranek e Chan (apud Traquina, 2005), são seis

os valores-notícia de construção: simplificação, amplificação, relevância,

personalização, dramatização e consonância.

Como este estudo visa uma análise de como se dá a notícia veiculada em

uma mídia de nova tecnologia, analisaremos os seguintes critérios: proximidade,

simplificação, atualidade e objetividade. Vamos a eles:

Proximidade: este critério é definido pelos fatos que afetam o indivíduo de

maneira direta e indireta, ou seja, um indivíduo apresenta mais interesse em

fatos que se aproximem ou o afetem diretamente e os aproximam da noticia.

No caso deste estudo pode ser o aquecimento global de forma indireta, bem

como a poluição do Rio Itajaí-Açu de forma direta.

Simplificação: aplicar a notícia de forma simples e inteligível. De maneira

que o receptor possa captar a notícia de forma rápida e clara.

Principalmente em se tratando de web texto, onde quem lê busca agilidade e

rapidez de informação. “Os jornalistas têm obrigação de escrever de uma

forma fácil de compreender; por simplificação, portanto, entendemos tornar a

notícia menos ambígua, reduzir a natureza polissêmica do acontecimento”.

(TRAQUINA, 2005, p.91).

Page 28: PEC Liliane Machado

28

Atualidade: este aspecto é importante na escolha do tema deste trabalho,

por se tratar de um assunto que se renova e muda a cada dia. As pesquisas

publicadas que noticiam números atualizados, como por exemplo: a coleta

seletiva cresceu 8% no ultimo ano no país; Blumenau contempla mais 15

ruas com a coleta seletiva de lixo.

Relevância: quanto maior for a importância e mais impacto tiver um

acontecimento sobre as pessoas, mais hipóteses tem de ser registradas

como notícia. Exemplo disso é a questão ambiental, se cada indivíduo se

sentir afetado pela notícia maior relevância ela terá sobre o papel do

indivíduo em fazer a sua parte.

No que se trata de critérios de noticiabilidade no caso de um twitter, uma

forma nova de mídia, de se expor a notícia e o desafio de informar a partir de 140

caracteres, as escolhas devem ser tomadas a partir desta nova forma que se cria,

e de um modelo novo de se fazer jornalismo.

O jornalismo experimenta uma interface entre a mídia de massa e a mídia de funções pós-massiva na construção do tempo real na relação com o espaço urbano e a mobilidade. A reapropriação destas ferramentas para a produção jornalística introduz novos critérios de noticiabilidade. Compreender estas mutações é fundamental para um enquadramento conceitual do próprio futuro do jornalismo num ambiente de convergência e de digitalização midiática. (SILVA, 2008, p.1)

Os critérios de noticiabilidade são os instrumentos que o jornalista tem para

fazer seu trabalho de maneira equilibrada e sem excessos e definir quais critérios

serão usados em cada texto. É de fundamental importância para a credibilidade da

noticia.

...noticiabilidade corresponde ao conjunto de critérios, operações e instrumentos de que os jornais se utilizam para escolher, diariamente, dentre um número indefinido de acontecimentos, a quantidade finita e tendencialmente estável de notícias. (AGUIAR, 2006, p. 10)

Buscando assim equilibrar um fato que se sobrepõe a outro e visando a

excelência da informação. Sem destacar os interesses particulares, trazendo em

evidência o que de fato é mais importante ser noticiado.

Page 29: PEC Liliane Machado

29

4. Relatos de Produção

4.1 Pré Produção

Que tema e produto serão usados para o desenvolvimento deste PEC-JOR? Esta

pergunta desencadeou preocupação no final da primeira aula do 7º semestre. Claro

que já existia uma vaga idéia, a de explorar as novas mídias, mas qual delas? O

material teórico existente sobre o assunto seria suficiente? E o tema? Como já

havia sido exaustivamente discutido em aula, teria que ser algo que despertasse

interesse e fosse prazeroso pesquisar. A resposta veio, a questão sócio-ambiental

sempre despertou interessou, a reciclagem de lixo é uma preocupação que existia

há algum tempo. E o produto foi eleito a partir do desafio. Já que a escolha era

usar uma mídia nova: porque não escolher o Twitter? Uma ferramenta ainda pouco

pesquisada e analisada se comparado a outras mídias. O caminho era procurar

entender melhor esse mecanismo novo que tem envolvido e seduzido tanto os

internautas.

As leituras diárias e rotineiras de jornais, revistas e sites na internet

começaram a se transformar em busca por material, mesmo que essa não fosse a

intenção inicial da leitura. Pronto, já existia uma linha de raciocínio criada, qual

seriam os objetivos a serem alcançados e o principal, o que mais serviu de

incentivo, era fato que a escolha não beneficiaria apenas a esta pesquisadora, mas

poderia ser utilizado por outras pessoas. E foi assim que o

www.twitter.com/reciclablumenau foi criado.

4.2 Produção

A partir da escolha, começa a pesquisa, vieram então as sugestões de

leituras, autores, e muitos sites na internet. Surpreendentemente foi encontrado um

material satisfatório em relação ao Twitter, quase que 100% na própria internet.

Livros disponibilizados em PDF nos sites especializados eram achados com certa

facilidade. A pesquisa sobre meio ambiente revelou um material numeroso e

facilmente encontrado na biblioteca da FURB.

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Ainda no caminho da pesquisa, iniciou-se a análise de alguns PECs de

alunos já formados, para auxiliar na estrutura do trabalho. Isso ajudou a elaborar a

parte teórica, mas na maioria dos exemplos que eram lidos, a parte teórica era feita

primeiro para depois dar continuidade com o produto propriamente dito. Foi

decidido fazer o inverso, havia pressa para começar o funcionamento do twitter, e

saber de fato como poderia ser utilizado para a finalidade escolhida.

O nome “reciclablumenau” foi pensado a partir da idéia de incentivar a

cidade em participar ativamente da coleta seletiva de lixo. O ícone verde com

setas, representando a reciclagem foi escolhido devido a ser facilmente identificado

com o assunto.

A criação da URL aconteceu no dia 31 de março, as postagens eram

principalmente sobre as datas e horários em que a coleta seletiva passava nas

ruas contempladas no município. Na semana seguinte a cidade recebeu mais

quatro caminhões para auxiliar na coleta seletiva, houve uma entrega solene da

prefeitura para a SAMAE/RECIBLU. O evento foi acompanhado por esta

pesquisadora, e no mesmo dia a notícia e um link para as fotos da entrega já

estavam postadas no twitter. E assim seguiram-se os dias, com postagens diárias

sobre pontos e horários da coleta, dicas, novidades, curiosidades, etc. Os

seguidores começaram tímidos, mas foram crescendo e até a finalização deste

trabalho já contabilizavam 155.

A interação com os seguidos e seguidores também foi gradativa,

primeiramente determinou-se seguir twitters ligados ao meio ambiente, coleta

seletiva e reciclagem, mas como a idéia inicial era atingir os twitteiros de

Blumenau, delimitou-se então a idéia de enviar mensagens para twitters

conhecidos e bem seguidos da cidade, como por exemplo, @santacombr, @furb,

@BlumenauNews, @BlumenauAgora, @fabrito, @unimedblumenau, entre outros.

Assim que os seguidores começaram a se utilizar do serviço e gostaram da

idéia, começaram também a indicar o @reciclablumenau para sua própria rede.

Neste momento começava também a interatividade com os seguidores. Perguntas

em mensagens diretas e indiretas começaram a surgir: “E a Paulo Zimmermann e

transversais, nada... tô certo?”; “Espero ansiosamente a coleta na Joãozinho

Haeger, Centro, senão 3 meses de reciclagem vão ao lixo comum.”; “tem alguma

ligação com a Reciblu? Estou realizando um trabalho sobre o beneficiamento de

pet na cidade.”

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A sinceridade foi presença constante no contato com os seguidores, se

alguma informação fosse desconhecida, mensagens dizendo que em breve seria

respondido eram disparadas. E assim que fosse esclarecido com o SAMAE, as

duvida dos usuários eram sanadas. Outra preocupação constante foi a de deixar

claro que aquele era um produto experimental e acadêmico e que não fazia parte

da administração municipal. A descrição do twitter @reciclablumenau é: “projeto

experimental em comunicação social – COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE

LIXO EM BLUMENAU SC.”

A dedicação para a atualização do serviço era constante, bem como a

preocupação para que as informações pudessem satisfazer os usuários, embora

em alguns períodos esta pesquisa tenha passado por dificuldades, como por

exemplo, a falta de acesso a internet. A busca por sites que pudessem ser usados

como fonte de pesquisa e indicação através de links era constante, bem como a

busca por informações locais em veículos de comunicação e fontes oficiais como o

site da prefeitura e do próprio SAMAE.

O contato com o SAMAE começou com a primeira visita ao local de destino

da coleta, a unidade do Aterro, na ocasião em que esta pesquisadora se fez

presente para registrar a entrega dos caminhões. Naquele dia aconteceu o primeiro

contato com a assessora de imprensa do SAMAE, Ivana Cunha e o educador

ambiental do órgão, o Ronaldo Furtunato. Os dois se mostraram interessados no

projeto e se prontificaram em ajudar no que fosse necessário, a partir daí o contato

aconteceu através de telefone e email, não foram poucas as vezes que ocorreram

ligações com meia dúzia de dúvidas, da pesquisadora e dos twitteiros que queriam

respostas rápidas.

O questionário de pesquisa buscou entender melhor a ferramenta e a

explorar como se davam questões que envolvessem o tema meio ambiente. As

perguntas foram aplicadas através do próprio twitter, e enviadas para os

seguidores, algumas vezes retwitados para outras redes. As participações dos

atores sempre foram muito importantes, pois além de enriquecer a pesquisa,

também serviram de incentivo para o estudo.

As perguntas foram desenvolvidas para buscar compreender questões

ligadas ao funcionamento e a relação dos usuários com o Twitter, bem como

entender a participação dos twitteiros com o assunto escolhido como tema, a coleta

seletiva e a reciclagem. Como a maioria dos seguidores é de Blumenau e região,

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algumas vezes as respostas vinham com outros questionamentos ou dúvidas, que

em seguida eram retornados com as respostas.

A aplicação das perguntas e classificação das respostas se deu da seguinte

maneira: Cada questão era twittada várias vezes durante um dia, conforme as

respostas chegavam eram contabilizadas, porém as respostas de cada pergunta

seguiam o padrão de um dia. Cada dia tinha uma pergunta diferente e as respostas

consideradas eram apenas daquele dia em que a questão foi disparada. Critérios

como sexo, idade e grau social não foram levados em consideração, uma vez que

no twitter estão presentes empresas, ONGs, entre outros. Durante a semana do dia

31 de maio ao dia 5 de junho, foram aplicadas seis questões no twitter

@reciclablumenau. Foram elas:

a) Há quanto tempo você utiliza o twitter? Mais de 4 anos? De 3 a 4 anos? De

1 a 2 anos? De 6 meses a 1ano ? Menos de 6 meses?

b) Você usa o twitter para: ( ) se comunicar com seu seguidores e seguidos

( ) informação ( ) opinião ( ) pesquisa ( ) distração.

c) Para você que característica é essencial num tweet? ( )clareza

( )objetividade ( ) concisão .

d) Você separa o lixo orgânico do lixo reciclável?( ) sim ( ) não.

e) Você acha que 140 caracteres são suficientes para informar sobre meio

ambiente?( ) sim ( ) não.

f) Marque com um X o que você acha da Coleta Seletiva de lixo em Blumenau.

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima.

A partir das respostas os dados foram compilados no programa Excel e

convertidos em percentagem. Entre um tweet e outro com as perguntas, era

disparado também um tweet explicativo para os internautas: “Seguidores, conto

com o apoio de todos para responder as perguntas que seguem durante os

próximos dias. Obrigada”. E quando as respostas chegavam, uma mensagem

direta era disparada, “Obrigada pela participação.” Deste modo obteve-se os

dados, que foram convertidos em gráficos, e que se apresentam a seguir.

A partir do questionário comprovou-se que mais de 45% dos usuários

estavam inseridos na rede a menos de seis meses, e nenhum deles usavam a

ferramenta a mais de três anos.

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Gráfico 1 – Tempo de utilização do Twitter pelos seguidores do @reciclablumenau. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

Foi possível também confirmar através do questionário, qual a preferência

dos twitteiros sobre o que eles buscam na rede. Na pergunta que se refere à

preferência do uso do twitter, foi possível notar que quase 30% utilizam a

ferramenta para opinião e apenas 5,88% usa a plataforma para diversão.

Gráfico 2 – Preferência dos seguidores do @reciclablumenau em relação à utilização do twitter. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

Quando as questões começaram a envolver o tema meio ambiente os

seguidores responderam de forma positiva em relação à participação para a

preservação. Quando questionados se separavam o lixo reciclável, mais de 90%

responderam positivamente. Neste aspecto foi possível entender que os usuários

do twitter @reciclablumenau realmente se importam com o tema abordado e

45,45%

36,36%

18,18%

0 0

Menos de 6 meses

De 6 meses a 1 ano

De 1 a 2 anos

De 3 a 4 anos

Mais de 4 anos

11,77%11,77%

29,41%17,64%

23,53%

5,88%se comunicar com seu seguidores e seguidos

informação

Opinião

Pesquisa

Distração

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contribuem dentro do que é possível entender, com coleta seletiva e reciclagem de

lixo.

Gráfico 3 – Seguidores do @reciclablumenau que fazem a separação do lixo orgânico do reciclável. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

Quando os seguidores foram consultados se 140 caracteres eram

suficientes para informar sobre meio ambiente, a maioria também foi mantida.

Gráfico 4 – Opinião dos seguidores do @reciclablumenau questionados sobre a possibilidade de 140 caracteres serem suficientes para informar sobre meio ambiente. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

Este dado foi recebido com felicidade, pois reforçou o incentivo e continuar

informando sobre o meio ambiente através do Twitter. Confirmou-se a aprovação

da forma de se informar sobre o tema escolhido através da nova mídia escolhida

par r andamento a este projeto.

Sobre a satisfação dos seguidores a respeito da qualidade da coleta seletiva

de lixo em Blumenau foi possível verificar que mais de 40% classificam o serviço

como Regular, e os demais resultados se equivalem.

91,66%

8,33%

Sim

Não

87,5

12,5

Sim

Não

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Grau de satisfação dos seguidores do @reciclablumenau sobre a qualidade de coleta seletiva em Blumenau. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

O questionário serviu para clarear a participação os atores na rede, pelo

menos dos participantes envolvidos numa rede voltada para o público regional e

ligados as questões ambientais. Foi possível notar a carência da informação a

respeito da coleta seletiva e reciclagem na cidade, nas respostas que se referiam

ao grau de satisfação com coleta na cidade, surgiu o comentário de que estaria

faltando mais informação sobre o assunto. Assim foi possível concluir que um

mecanismo como o twitter é uma opção que pode ser explorada para passar

informação e obter um feedback dos cidadãos que se preocupam com o assunto.

4.3 Pós Produção e Finalização

Diante da ferramenta funcionando, e o mais importante, obtendo retorno

positivo com a interatividade dos participantes, optou-se por mais um contato com

o SAMAE. Desta vez uma reunião com o órgão e a assessoria de imprensa foi

solicitada por esta pesquisadora, a intenção era tirar as últimas dúvidas e fazer

uma proposta.

O encontro, desta vez mais formal, aconteceu na sala da administração dos

Resíduos Sólidos, alguns dados e números foram atualizados, sendo de

fundamental relevância para a montagem do trabalho. Por fim o twitter

@reciclablumenau foi oferecido para o órgão, para que fosse uma ferramenta

oficial. A resposta positiva foi imediata, ficou acordado que posteriormente a

14,28%

14,28%

42,86%

14,28%

14,28%Ótima

Boa

Regular

Ruim

Péssima

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entrega do presente trabalho, o SAMAE usaria a ferramenta oficialmente. E se

comprometendo a alimentar diariamente com informações e notícias pertinentes,

porém esta pesquisadora poderia continuar participando como principal

colaboradora.

5. Considerações Finais

O trabalho aqui desenvolvido foi impulsionado pelo desejo de realizar um

produto informativo que contribua na conscientização ambiental por meio de uma

nova mídia que embora pouco estudada, vem crescendo em número de usuários e

em acessos diários. Buscou-se compreender melhor como a notícia apresentada

neste tipo de mecanismo pode colaborar para a qualificação do produto jornalístico.

Este trabalho foi muito enriquecedor, pois ajudou a compreender melhor

uma nova mídia, que se apresenta como um novo segmento de comunicação para

o mercado jornalístico. O Twitter vem possibilitar o chamado jornalismo em tempo

real, onde as informações podem ser atualizadas de um dispositivo móvel de

qualquer lugar e a qualquer hora. Se bem utilizada pode oferecer um valoroso meio

de obtenção de notícias, além de proporcionar informação, a ferramenta também

pode ser usada como canal direto com o receptor, valorizando o feedback. A

maneira de informar através de manchetes foi um desafio e ao mesmo tempo uma

forma de incentivar as leituras para as reportagens completas por meio de links.

A contribuição ambiental foi uma das maiores motivações para o

desenvolvimento deste projeto, poder informar e esclarecer dúvidas sobre um

assunto de vital importância para a sociedade foi compensador. Quando a

interatividade dos usuários começou a aparecer, o resultado também começou a se

revelar, era sinal de que a ferramenta estava sendo de fato útil.

Por fim, pude concluir que os receptores interessados em saber mais sobre

meio ambiente e seus efeitos existem, o que ainda falta são mecanismos e meios

de comunicação que os possibilitem. Essa tarefa depende de quem faz a notícia,

ou seja, os jornalistas e profissionais da comunicação têm uma grande missão pela

frente, para isso basta reciclar as idéias.

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