Paula Rocha Cristina Cunha Enfermeiras Especialistas … APER 2016/CLs/8 - Levantamento das... ·...
Transcript of Paula Rocha Cristina Cunha Enfermeiras Especialistas … APER 2016/CLs/8 - Levantamento das... ·...
Paula Rocha
Cristina CunhaEnfermeiras Especialistas de Reabilitação
Hospital de Sousa Martins, ULS da Guarda, EPE4-dez-16
“Global Care” - um projeto em desenvolvimento
1ª Fase
• Estudo da frequência das LMERTs nos profissionais de saúde do Hospital de Sousa Martins e Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia.
2ª Fase
• Implementação de um Programa de Formação sobre prevenção das LMERTs.
3ª Fase
• Implementação de um programa de Ginástica Laboral para os profissionais de saúde, estabelecido de forma sequencial.
OBJETIVOS do Projeto Global Care:
Estudar a frequência das LMERTs nos profissionais de saúde.
Implementar um programa de formação sobre prevenção de
LMERTs e ginástica Laboral.
Implementar um programa de ginástica laboral para os
profissionais de saúde.
É numa perspetiva de promoção da saúde e visando a otimização
do contexto laboral dos profissionais, que este projeto se
sobreleva, contemplando a criação e aproveitamento de
oportunidades para promover estilos de vida saudáveis, através de
divulgação de informação geradora de aprendizagem cognitiva e
de novas capacidades.
Desta forma, na procura permanente da excelência no exercício
profissional, surgiu o Projeto Global Care com o propósito de
garantir a formação sobre a Prevenção de LMERTs e implementação
de programas de Ginástica Laboral, deixando de existir, por
conseguinte, essa lacuna, na instituição.
Análise da frequência das LMERT’s nos
enfermeiros dos serviços de Medicina (A e B)
do Hospital de Sousa Martins, da ULS da Guarda.
São um problema de saúde ocupacional
muito comum na Europa
As lesões músculo-esqueléticas
relacionadas com o trabalho
(LMERT’s)
No âmbito do seu exercício profissional, os enfermeiros, bem
como outros profissionais no setor da saúde
Executam diariamente diversas atividades (posicionamentos,
movimentações e transferências de doentes) que exigem dos
mesmos um esforço físico considerável, de forma frequente e, por
vezes, repetitiva.
O programa de ação da Comissão Europeia consiste em “melhorar
a prevenção das doenças profissionais e, em particular das LMERT”
(Inspeção Geral do Trabalho, 2007).
Têm-se procurado aumentar a consciência dos riscos associados às
movimentações manuais de cargas nos trabalhadores e entidade
patronal, bem como promover uma mudança cultural na
abordagem deste problema.
Em função desta realidade, enfatiza-se o papel do Enfermeiro de
Reabilitação
Decisivo na prevenção de danos que possam advir de tais práticas:
- Demonstrar a forma adequada de realizar estas atividades
- Reforçar a importância da adoção de posturas corporais corretas
- Alertar para as consequências de posturas incorretas.
OBJETIVOS:
Avaliar a frequência das LMERT’s nos enfermeiros dos serviços de
Medicina (A e B) do Hospital de Sousa Martins, da ULS da Guarda.
Identificar as regiões corporais mais afetadas pela
dor/desconforto.
AMOSTRA
42 Enfermeiros a exercer funções no Serviço de Medicina (A e B) do
Hospital de Sousa Martins da ULS da Guarda
PROCEDIMENTO E MÉTODO DE COLHEITA DE DADOS
Questionário Nórdico Músculo-Esquelético
(Kuorinca, et al., 1987)
TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Descritivo
Excel
INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS
SECÇÃO DOMÍNIO EM ESTUDO
A Caracterização sócio-demográfica
B Caracterização Estado de Saúde
C Caracterização da sintomatologia ligada ao trabalho
(Questionário Nórdico Músculo-Esquelético).
Questionário Nórdico Músculo-Esquelético
(Kuorinca, et al.,1987)
Pretende avaliar a presença ou ausência de fadiga,
desconforto ou dor nos diversos segmentos corporais
Nos últimos 12 meses
Nos últimos 7 dias
Existência (ou não) de períodos de absentismo relacionados com
os sintomas referidos.
42 enfermeiros (81% do género feminino e 19% do género
masculino), com uma média de idades de 29,7 anos.
90% encontra-se a realizar 40 horas de trabalho semanal, possuindo
em média 6,4 anos de exercício profissional.
32 enfermeiros fazem horário por turnos; 10 fazem horário fixo.
22 profissionais praticam regularmente algum tido de atividade
física.
7 profissionais (16,7%) têm uma patologia diagnosticada,
encontrando-se 5 deles (11,9%) a cumprir terapêutica.
Na atualidade 5 enfermeiros encontram-se a receber tratamentos
de reabilitação.
64,3% consultaram algum médico nos últimos 12 meses.
.
Região cervical:
- 75,8% dos enfermeiros
Região lombar:
- 72,85% dos enfermeiros
Ombros:
- 66,4% dos enfermeiros
Frequência elevada
de sintomas
músculo-
esqueléticos em
diferentes zonas
corporais
A dor cervical e lombar foi a queixa mais frequente que
impediu os enfermeiros de realizar o seu trabalho.
26,2% e 23,8% dos enfermeiros estiveram ausentes do
trabalho, nos últimos 12 meses, devido a dor cervical e
lombar, respetivamente.
Este estudo, evidenciou uma frequência elevada de sintomas
músculo-esqueléticos em diferentes zonas corporais,
particularmente na região cervical, na região lombar, e
ombros, sendo a dor cervical e lombar a principal queixa
responsável pelo absentismo daqueles profissionais, nos últimos
12 meses.
Face ao elevado número de profissionais que apresentam
sintomatologia ligada ao trabalho, com afetação de vários
segmentos corporais, revela-se importante a adoção de
medidas preventivas deste tipo de lesões, nomeadamente
através de programas de exercícios terapêuticos e programas
de reeducação postural e comportamental, de forma a
promover a sua saúde e bem-estar.
Neste sentido, reconhecemos que as exigências físicas
associadas às atividades do quotidiano dos profissionais de
saúde, e a adoção de posturas corporais por vezes inadequadas,
são aspectos que se constituem como fatores que predispõem à
ocorrência de LMERT´s.
Este projeto - visa fomentar o envolvimento dos pares, com
vista à minimização do impacto negativo, nos vários contextos
da prática clínica.
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. (2000). Lesões por esforços repetitivos nos estados
membros da EU: Síntese de um relatório da Agência. Facts, 6. Retrieved from http://bookshop.europa.eu/pt/facts-
n-6.-les-es-por-esfor-os-repetitivos-nos-estados-membros-da-ue-pbTE2900028/
Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho. (2007). Lesões músculo-esqueléticas de origem
profissional: Regresso ao trabalho. Facts, 75. Retrieved from https://osha.europa.eu/pt/tools-and-
publications/publications/factsheets/75/view
Alexandre, N. M. C, & Angerami, E. L. S. (1993). Avaliação de determinados aspetos ergonómicos no transporte de
pacientes . Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 21(77), 81-90.
Barroso, M., Carneiro, P., & Braga, A. (2007). Characterization of ergonomic issues and musculoskeletal complaints
in a portuguese district hospital. In Proceedings of International Symposium Risks for Health Care Workers:
Prevention challenges. ISSA, Athens.
Bonica, J. (1990). The management of pain. Philadelphia: Lea & Febiger.
Coelho, M. S. R. (2009). Estudo da frequência de lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, LMERT
em profissionais de enfermagem (Monografia de licenciatura, Universidade do Porto). Retrieved from
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/21697/2/16363.pdf
Cotrim, T., Ramalho, F., Duarte, A. P., & Simões, A. (2006). Assessing the exposure risk to low back-pain at nurses
related with patient handling using MAPO. In Proceedings of the 16th World Congress on Ergonomics: Meeting
Diversity in Ergonomics. Maastricht, Netherlands.
Direcção-Geral da Saúde. (2008). Lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho: Guia de orientação para
a prevenção. Lisboa.
Fonseca, M. R. F. T. (2005). Contributo para a avaliação da prevalência de sintomatologia músculo-esquelética
auto-referida pelos enfermeiros em meio hospitalar (Dissertação de mestrado, Universidade do Porto). Porto.
Fortin, M.-F. (2003). O processo de investigação: da concepção à realização (3.ª ed). Loures: Lusociência.
Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (2007). Quarto inquérito europeu sobre as
condições de trabalho. Retrieved from
https://www.eurofound.europa.eu/sites/default/files/ef_files/pubdocs/2006/78/pt/1/ef0678pt.pdf
Inspecção-Geral do Trabalho. (2007). Alivie a carga: Prevenção das lombalgias no sector dos cuidados de saúde.
Lisboa.
Kuorinka, I., Johnsson, B., Kilborn, A., Vinterberg, H., Biering-Sørensen, F., Andersson, G., & Jørgensen, K., (1987).
Standardized nordic questionnairs for the analysis of musculoskeletal symptoms. Applied Ergonomics, 18(3), 233-
237.
Maia, P. (2002). Avaliação da capacidade laboral de enfermeiros em contexto hospitalar (Dissertação de mestrado,
Universidade do Minho).Guimarães.
Ranney, D. (2000). Distúrbios osteomusculares crônicos relacionados ao trabalho. São Paulo: Editora Roca.
Serranheira, F., Cotrim, T., Rodrigues, V., Nunes, C., & Sousa-Uva, A. (2012). Lesões músculoesqueléticas ligadas
ao trabalho em enfermeiros portugueses: Ossos do ofício ou doenças relacionadas com o trabalho. Revista
Portuguesa de Saúde Pública, 30(2), 193-203. Retrieved from
http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpsp/v30n2/v30n2a10.pdf
Trinkoff, A., Lipscomb, J., Geiger-Brown, J., & Brady, B. (2002). Musculoskeletal problems of the neck, shoulder
and back and functional consequences in Nurses. American Journal of Industrial Medicine, 41(3), 170-178.
UVA, A. S. (2010). A identificação, a avaliação e o controlo dos riscos profissionais. Diagnóstico e Gestão de Risco
em Saúde Ocupacional. Lisboa.