Aveiro, Dezembro de 2019 APER 2019/CLs/12 - Adaptação à... · pelas diferentes classes de...

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Trabalho realizado por Marta Carvalho [email protected] UCNeurocríticos – Centro Hospitalar São João, EPE Aveiro, Dezembro de 2019

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Trabalho realizado por Marta Carvalho

[email protected]

UCNeurocríticos – Centro Hospitalar São João, EPE

Aveiro, Dezembro de 2019

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▪ Apresentação de um estudo a ser realizado na UCNC do CHSJoão, EPE

▪ Compreender as alterações hemodinâmicas, nomeadamente na variação na PAM e Oximetria Cerebral que ocorrem aquando da readaptação à posição ortostática em doente pós-lesão cerebral.

▪ Compreender se o treino de ortostatismo contribui para a uma recuperação do doente, nomeadamente ao nível da variação da oximetria cerebral.

▪ Compreender se a técnica inicialmente proposta para a reabilitação do doente pós lesão cerebral é adequada.

▪ Conhecer os ganhos relativamente à recuperação respiratória e de equilíbrio no treino de reabilitação.

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As estruturas do SNA localizam-se essencialmente ao nível do

tronco cerebral mas lesões cerebrais focais podem

interromper as redes neuronais afetando o SNA.

Uma lesão focal pode desencadear um resultado amplo

prejudicando a autorregulação cerebral.

Alterações na regulação da PAM desencadeiam

alterações na autorregulação cerebral.

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Elevação para posição ortostática

Desvio sangue MI (500-1000 ml)

Hipovolémia

Barorrecetores carotídeo e aórtico

reflexo simpático

FC e vasoconstrição periférica débito cardíaco

Adaptação à posição ortostática

Vasodilatação e FC

Ativação nervo vago (SNP)

Adaptação final à posição ortostática

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▪ Em Enfermagem de Reabilitação utiliza-se o Plano Inclinado para diminuir os efeitos da

imobilidade, diminuindo a morbilidade e melhorando o outcome do doente.

▪ A melhoria da resposta cardiovascular autonómica, da oxigenação, da ventilação, da atenção,

da estimulação vestibular, da resposta postural e a prevenção das UP são alguns dos benefícios

desta ferramenta.

▪ O trabalho propriocetivo realizado pela estimulação dos pés, da visão e do aparelho vestibular

do PI resulta na estimulação do cerebelo, núcleos vestibulares e formação reticular – estruturas

envolvidas no controlo postural com capacidade antigravitacional.

O Plano Inclinado estimula a resposta vestibular e postural.

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1. Iniciar protocolo com cabeceira a 0° durante 15min;

2. Elevar PI a 15° - permanecer nesta posição durante 15min;

3. Se tolerância elevar para 30° - permanecer nesta posição durante 15min;

4. Se tolerância elevar para 45° - permanecer nesta posição durante 15min;

5. Se tolerância elevar para 60° - permanecer nesta posição durante 15min;

6. Em caso de intolerância reverter gradualmente o PI para 0°, sem novas tentativas nas 24h seguintes.

7. Para finalizar o treino descer (gradualmente) o PI 15° a cada 5 min até à posição de 0°.

Baseado em Alexandra Silvério (2014) e Sibinelli et al (2012)

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Média de idades de 50,7 anos

(idade mínima 21 anos; idade máxima 69 anos)

2

1

Nº Doentes

Masculino Feminino

Diagnósticos médicos avaliados:• Hemorragia Intracerebral - 1 doente

• Traumatismo Cranioencefálico – 2 doentes

O TCE cursa com contusões cerebrais

• Foram analisados 8 momentos de treino de

plano inclinado

• Foram excluídos os doentes com apenas uma

avaliação de treino

Seleção de estudos de caso, onde foi realizada

mais do que uma avaliação por doente

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Doente de 62 anos

HIC direita

Medicado com carvedilol e amlodipina

1º Treino• NIRS fora do valor normal

• NIRS mais elevado à direita

• PAM consegue adaptar-se à elevação do PI

• Por valor superior a 0,3 na COX compreende-se que doente não tem autorregulação avaliada pela oximetria cerebral na maior parte do tempo

• No basal final a PAM decresce consideravelmente

2º Treino• Mantém ausência de autorregulação avaliada pela oximetria cerebral apesar de PAM estável

• Melhoria da autorregulação comparativamente com dia anterior

0º 15 º 0º15º 30º 45º 30º 0º 15º 30º 45º 60º 45º 30º 15º 0º

1º treino 2º treino

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Doente de 21 anos

TCE (Contusões esquerda)

Medicado com Propranolol

1º Treino• NIRS fora do valor normal

• NIRS mais elevado à direita (lado são)

• Apresenta mais variações de NIRS do lado esquerdo (afetado)

• PAM consegue adaptar-se à elevação do PI - nos 60º com redução significativa, mas recuperação rápida da TAM

• Por valor superior a 0,3 na COX compreende-se que doente perde a autorregulação no final do procedimento, apesar de manter PAM estável

2º Treino• Melhoria da autorregulação

• Mantém ausência de autorregulação no basal 2

0º 15º 30º 45º 60º 45º 30º 15º 0º

2º treino

0º 15º 30º 45º 60º 45º 30º 15º 0º

1º treino

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1º Treino• Carvedilol 6,25 + captopril 6,25

• NIRS esq abaixo do valor normal

• NIRS E<D

• PAM não tolera elevação do PI

• Maioritariamente sem autorregulação

• No basal final a PAM decresce consideravelmente

2º Treino• Carvedilol 6,25

• NIRS dentro de valores normais

• Ausência de autorregulação apesar de PAM estável

3º Treino• Carvedilol 12,5

• NIRS direito abaixo do normal

• PAM desce após o 2º basal mas mantém

autorregulação

• Período em que manteve autorregulação a maior

parte do tempo

4º Treino• Carvedilol 6,25 + captopril 6,25

• NIRS normal

• PAM normal

• Ausência de autorregulação na maior parte do treino

2º treino

3º treino

1º treino

4º treino

Doente de 69 anos

TCE (HSD + Contusões direita)

Medicado com Carvedilol e captopril

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▪ No 1º e 2º casos verificou-se que existe uma melhoria da

tolerância ao treino de ortostatismo na realização do

segundo treino.

▪ Denota-se que os períodos de perturbação da

autorregulação vão diminuindo.

▪ No terceiro estudo apresentado denota-se uma variação da

resposta à elevação do corpo associada a grande variação

da toma de anti-hipertensores.

▪ A tolerância ao ortostatismo parece ser influenciada

pelas diferentes classes de antihipertensores

administrados.

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▪ Questões a trabalhar posteriormente:

▪ Alteração final da autorregulação relaciona-se com a alteração do volume sanguíneo cerebral no regresso aos 0º de elevação da cabeceira.

▪ Perda de autorregulação verificada aquando do regresso à posição basal (retorno aos 0º).

▪ Relação entre diferentes anti-hipertensores e tolerância do ortostatismo.

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▪ O treino de ortostatismo realizado pela equipa de enfermagem de reabilitação resulta em melhoria da adaptação à posição ortostática.

▪ A estimulação da propriocepção a nível da planta do pé promove a recuperação das vias ascendentes (sensitivas) potenciando a recuperação das vias descendentes (motoras) e do equilíbrio.

▪ A medicação anti-hipertensora parece interferir na adaptação à posição ortostática e na autorregulação avaliada pela oximetria cerebral.

▪ É necessário continuar a recolher dados em doentes para validar as informações já analisadas. Propõe-se a recolha de informação de, pelo menos, 2 vezes em cada doente.

▪ Proposta para aumento do tempo de avaliação (15 para 30 minutos) dos parâmetros após a recuperação do segundo basal (retorno aos 0º).

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• Riberholt et al (2013) - Patients with severe acquired brain injuryshow increased arousal in tilttable training, DAN MED, 60(12):A4739, http://www.danmedj.dk/portal/page/portal/danmedj.dk/dmj_forside/PAST_ISSUE/2013/DMJ_20 13_12/A4739.

• Sibinelli (2012) - Efeito imediato do ortostatismo em pacientes internados na unidade de terapia intensiva de adultos, Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Ciências Médicas, http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-507X2012000100010&script=sci_abstract&tlng=pt

• Silvério, A. P. et al (2014) - O uso da prancha ortostática como recurso fifioterapeutico aplicado em pacientes da UTI à enfermaria.

• Suarez, J et al - Length of stay and mortality in neurocritically illpatients : Impact of a specialized neurocritical care team in CriticalCare Medicine, 2004; Vol. 32, issue 11. ISBN: 10.1097/01.CCM.0000146132.29042.4C