Os lusiadas introdução

53
Os Lusíadas de Luís de Camões Introdução ao estudo de

description

 

Transcript of Os lusiadas introdução

Page 1: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas

de Luís de Camões

Introdução ao estudo de

Page 2: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas

1. O Autor: Luís Vaz de Camões2. A Obra: Breve Introdução à Epopeia

da Língua Portuguesa

Page 3: Os lusiadas introdução

O Autor: Luís Vaz de Camões

Page 4: Os lusiadas introdução

O Autor: Luís Vaz de Camões

Page 5: Os lusiadas introdução

A biografia possível…

A biografia de Luís Vaz de Camões levanta inúmeros

problemas para os seus estudiosos. Até o ano e o

local do seu nascimento são impossíveis de indicar

com certeza…

Com base em documentos (registos das armadas,

carta de perdão, cartas de tença, etc.) e em memórias

conservadas pelos primeiros biógrafos, podemos

formar uma ideia geral do que foi a vida de Camões.

Page 6: Os lusiadas introdução

Luís Vaz de Camões Nasceu provavelmente em Lisboa no ano de 1524 ou

1525 (Coimbra, Alenquer e Santarém são outras

possibilidades). Filho de Simão Vaz de Camões e de

Ana de Sá, acredita-se que pertencia à pequena

nobreza.

A vastíssima erudição documentada na sua obra

levou os seus biógrafos a concluírem que terá

frequentado estudos de nível superior em Coimbra.

Page 7: Os lusiadas introdução

Conviveu com personagens importantes da Corte,

tendo-se envolvido em amores e aventuras várias.

Esteve preso várias vezes, devido a desordens.

Entre 1549 e 1551, esteve em Ceuta, como soldado

(foi aqui, em combate, que perdeu o olho direito).

Luís Vaz de Camões

Page 8: Os lusiadas introdução

Regressando a Lisboa, continuou a movimentar-se nos

meios palacianos. Manteve-se distante dos meios

literários (por exemplo, o círculo em torno de Sá de

Miranda).

Devido a uma rixa travada no Rossio, foi obrigado,

segundo consta da Carta de Perdão de D. João III, a

“pagar 4000 réis para piedade e a ir servir o Rei à

Índia”. (Sabe-se hoje, porém, que a viagem para as Índias

não se deveu a uma imposição)

Luís Vaz de Camões

Page 9: Os lusiadas introdução

Em 1553, Camões embarcou para a Índia, tendo sofrido

uma grande tempestade no Cabo da Boa Esperança.

Ficou em terras do Oriente durante mais de uma década,

tendo estado no Malabar na China, em Macau… Prestou

serviço militar e, posteriormente, desempenhou cargos

administrativos.

Algumas composições poéticas mostram que o poeta não

foi feliz nas Índias; Goa foi, na verdade, uma decepção.

Luís Vaz de Camões

Page 10: Os lusiadas introdução

Regressou a Portugal em 1567, depois de ter estado

preso em Goa. No entanto, o capitão do navio que o

levava deixou-o nas costas de Moçambique, onde

ficou a viver da ajuda de amigos.

O historiador Diogo do Couto, encontrando

Camões em Moçambique, ajudou-o a embarcar para

Lisboa. Em 1570, Camões está de novo em solo

pátrio, trazendo consigo o manuscrito d’Os Lusíadas.

Luís Vaz de Camões

Page 11: Os lusiadas introdução

No ano de 1571, obteve licença da Inquisição para publicar

a obra, o que aconteceu no ano seguinte, em 1572. Meses

antes, lera o poema a D. Sebastião.

Em 28 de Junho de 1572, um alvará do Rei D. Sebastião

concedeu ao poeta uma tença anual no valor de 15 mil

réis.

Morreu no dia 10 de Junho de 1580. Dia de Portugal

Luís Vaz de Camões

Page 12: Os lusiadas introdução

Túmulo de Luís de Camões. Mosteiro dos Jerónimos (onde se supõe que estão os restos mortais do poeta desde 1880).

Luís de Camões foi enterrado no Convento de Sant’Ana. Um amigo, D. Gonçalo Coutinho, inscreveu na lápide da sepultura que reservara para o poeta:

“Aqui jaz Luís Vaz de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”

Luís Vaz de Camões

Page 13: Os lusiadas introdução

Luís Vaz de Camões

Page 14: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

Luís Vaz de Camões

Page 15: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

…diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas…

Luís Vaz de Camões

Page 16: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

…diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas…

…diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter estado em Macau, Camões naufragou e, a nado, conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas…

Luís Vaz de Camões

Page 17: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

…diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas…

…diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter estado em Macau, Camões naufragou e, a nado, conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas…

…sobre o estado de penúria em que viveu os seus últimos dias, existe também a lenda das esmolas colhidas por Jau (Javanês), seu criado…

Luís Vaz de Camões

Page 18: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

…diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas…

…diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter estado em Macau, Camões naufragou e, a nado, conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas…

…sobre o estado de penúria em que viveu os seus últimos dias, existe também a lenda das esmolas colhidas por Jau (Javanês), seu criado…

Luís Vaz de Camões

Page 19: Os lusiadas introdução

Quando a história e a lenda dão as mãos…

…diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas…

…diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter estado em Macau, Camões naufragou e, a nado, conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas…

…sobre o estado de penúria em que viveu os seus últimos dias, existe também a lenda das esmolas colhidas por Jau (Javanês), seu criado…

Luís Vaz de Camões

Page 20: Os lusiadas introdução

Luís Vaz de Camões

Page 21: Os lusiadas introdução

Luís Vaz de Camões

Page 22: Os lusiadas introdução

Camões na Gruta de Macau Pintura do século XIX, da autoria de

Francisco Augusto de Metrass. Museu de Arte Contemporânea.

Luís Vaz de Camões

Page 23: Os lusiadas introdução

Camões na Gruta de Macau Pintura do século XIX, da autoria de

Francisco Augusto de Metrass. Museu de Arte Contemporânea.

Luís Vaz de Camões

Page 24: Os lusiadas introdução

Camões na Gruta de Macau Pintura do século XIX, da autoria de

Francisco Augusto de Metrass. Museu de Arte Contemporânea.

Gruta de Camões (Macau)

Luís Vaz de Camões

Page 25: Os lusiadas introdução

A Obra:

Breve Introdução à Epopeia da Língua Portuguesa

Page 26: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas A poesia e a vida…

E Obra Poética

Camões cultivou, além dos metros tradicionais, todos os géneros poéticos renascentistas, destacando-se o Soneto e a Canção.

Também escreveu teatro: os autos Anfitriões, Filodemo e El-rei Seleuco.

É possível considerar que Camões transformou em poesia parte da

sua experiência de vida (como fazem, cada um aproveitando de modo diferente essa experiência, muitos poetas) mas essa consideração não deve transformar em autobiografia cada texto seu...

Page 27: Os lusiadas introdução

• Quando Diogo do Couto encontra Camões em Moçambique, o poeta está a compor uma epopeia, e a trabalhar numa obra que reúne poesias sob o título Parnaso (esta obra viria a ser-lhe roubada).

• Foi, portanto, durante a vida nas Índias que Luís de Camões escreveu Os Lusíadas.

Page 28: Os lusiadas introdução

A Epopeia

Page 29: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…

A Epopeia

Page 30: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

A Epopeia

Page 31: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

A Epopeia

Page 32: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

A Epopeia

Page 33: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

As epopeias celebram os feitos grandiosos de heróis, sejam eles lendários ou personagens históricas.

A Epopeia

Page 34: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

As epopeias celebram os feitos grandiosos de heróis, sejam eles lendários ou personagens históricas.

A Epopeia

Page 35: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

As epopeias celebram os feitos grandiosos de heróis, sejam eles lendários ou personagens históricas.

A Epopeia

Aquiles – Ilíada (sec. IX-VII a.C.)

Ulisses – Odisseia (sec. IX-VII a.C.)Eneias – Eneida (séc. I a.C.)

Page 36: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

As epopeias celebram os feitos grandiosos de heróis, sejam eles lendários ou personagens históricas.

A Epopeia

Aquiles – Ilíada (sec. IX-VII a.C.)

Ulisses – Odisseia (sec. IX-VII a.C.)Eneias – Eneida (séc. I a.C.)

Page 37: Os lusiadas introdução

Cantando espalharei por toda a parte…C O que é uma epopeia?

=> é uma narrativa em verso, isto é, história que alguém conta e que tem a forma de um poema.

C De que falam as epopeias?

As epopeias celebram os feitos grandiosos de heróis, sejam eles lendários ou personagens históricas.

A Epopeia

Aquiles – Ilíada (sec. IX-VII a.C.)

Ulisses – Odisseia (sec. IX-VII a.C.)Eneias – Eneida (séc. I a.C.)

Vasco da Gama (e o povo Português) – Os Lusíadas (sec. XVI)

Page 38: Os lusiadas introdução

Aquiles e o seu amigo Pátrocolo (personagens da Ilíada)

(representação de um vaso grego do século VI A.C.)

A Epopeia

Page 39: Os lusiadas introdução

Ulisses e as sereias. (Episódio da Odisseia.)Pintura de Herbert Draper

A Epopeia

Page 40: Os lusiadas introdução

Eneias salvando o pai. (Um dos mais belos episódios da Eneida.)Pintura de António Manuel da Fonseca.

A Epopeia

Page 41: Os lusiadas introdução

São elementos da estrutura clássica da epopeia:

a Proposição;

a Invocação;

a Dedicatória (elemento facultativo);

a Narração (iniciada in medias res)

A Epopeia

Page 42: Os lusiadas introdução

São elementos da estrutura clássica da epopeia:

a Proposição;

a Invocação;

a Dedicatória (elemento facultativo);

a Narração (iniciada in medias res)

Quando os acontecimentos já decorrem, sendo depois retomados por analepse.

Onde o poeta apresenta o assunto da sua epopeia.

Onde o poeta pede o auxílio de entidades superiores.

Onde o poeta dedica o poema a alguém.

A Epopeia

Page 43: Os lusiadas introdução

Renascimento

E Falando em Renascimento…

A epopeia de Luís de Camões é publicada em 1572…

4 segunda metade do séc. XVI

. A época do Renascimento e do Humanismo.

O que significa esta palavra na história da Humanidade?

Page 44: Os lusiadas introdução

E O Renascimento é o nome dado a um período da História

Ocidental (sécs. XV e XVI) caracterizado, essencialmente, por

duas grandes mudanças relativamente ao mundo cultural da

Idade Média:

4 O desejo de seguir os valores estéticos da Grécia e da Roma

Antigas (a imitação dos clássicos);

4 Feito à imagem e semelhança de Deus, o Homem torna-se

a medida e a referência do Universo. (antropocentrismo)

Renascimento

Page 45: Os lusiadas introdução

Esta i lustração de Leonardo Da Vinci é usada como referência estética de simetria e proporção no mundo todo.

O Homem Vitruviano

Renascimento

Page 46: Os lusiadas introdução

Um fresco pintado por Miguel Ângelo na Capela Sistina

A ideia de que o Homem pode estar

à altura de Deus

RenascimentoA criação de Adão

Page 47: Os lusiadas introdução

E Mas o Renascimento marca também uma nova forma

de entender a construção do conhecimento:

4 O homem do Renascimento, o Humanista, valoriza a

observação e a experimentação.

Renascimento

. É uma época em que se valoriza…

…um saber só de experiências feito…

à Escreverá Camões, no canto IV de Os Lusíadas, no episódio d’”O Velho do Restelo”.

Page 48: Os lusiadas introdução

C O século XVI em Portugal

E As viagens de descoberta de caminhos marítimos feitas pelos navegadores Portugueses, em especial a de Vasco da Gama, permitiam comparar os feitos dos heróis nacionais com a bravura de outros heróis, lendários ou não (aqueles que eram cantados nas epopeias da Antiguidade).

E Existia um sentimento nacional de orgulho 4 era preciso fazer renascer a epopeia clássica para glorificar a realização dos Portugueses.

Os Lusíadas foram o produto desta vontade…

Os Lusíadas

Page 49: Os lusiadas introdução

Camões, como renascentista, traz a epopeia para o século XVI, respeitando as formas instituídas para o género.

Copia a estrutura narrativa da Odisseia de Homero assim como os versos da Eneida, de Virgílio.

Os Lusíadas

Page 50: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas

Estrutura Externa:

O poema é constituído por:

- 10 cantos com um número variável de estrofes, no

total 1102;

- Estrofes de 8 versos, ou seja, oitavas, com versos

decassilábicos (10 sílabas métricas);

- Esquema rimático é abababcc (rima cruzada e

emparelhada).

Page 51: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas

Estrutura Interna:A epopeia é constituída por:

- Proposição: o poeta expõe o tema que se propõe tratar - cantar os feitos heróicos dos portugueses; (C. I; est. 1-3)

- Invocação: o poeta pede inspiração para escrever o poema - invoca as Tágides (ninfas do Tejo); (C.I; est. 4-5)

Page 52: Os lusiadas introdução

Os Lusíadas

Estrutura Interna:A epopeia é constituída por:- Dedicatória: o poeta dedica o poema ao rei D.

Sebastião; (C. I; est. 6-18)- Narração: parte mais longa e importante, onde se

tratam três planos: - História de Portugal; - Viagem de Vasco da Gama; - Mitologia. (C.I; est.19-C.X)

Page 53: Os lusiadas introdução

Pode ler-se na História da Literatura Portuguesa (de António José Saraiva e Óscar Lopes, 17.ª edição, Porto Editora, 1996):

O tema geral escolhido por Camões para o seu poema foi toda a história de Portugal, como se vê pelo próprio título: Os Lusíadas. Esta palavra (neologismo inventado por André de Resende) designa os Portugueses, que a erudição humaníst ica assim nobil i tava como descendentes de Luso, filho ou companheiro de Baco. O próprio autor explicita o seu propósito, ao afirmar que canta «o peito ilustre lusitano».

© 2008 - Prof.ª Elsa Maximiano

Os Lusíadas