Originariedade

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Originariedade Em pleno século XXI ainda existem pessoas que são uns verdadeiros “atores” da vida real. Vivemos num mundo em que a cópia é mais importante que o original. Na novela, no cinema e no teatro, assistimos pessoas fingindo serem outras – os atores, e gostamos de ver isso, tanto é que gastamos nosso tempo e dinheiro nisso. Mas, se pararmos para pensar, vamos nos ver no corpo de outra pessoa. Loucura? Não é não! Afinal, vivemos numa sociedade falsa, mentirosa, em que nos preocupamos mais com o “ter” do que com o “ser”, e só damos valor ao ser, quando o “ter” está ameaçado. Vivemos de aparência, a verdade é essa. É de espantar que em pleno século XXI nós ainda consigamos fazer isso. Somos os melhores atores que podiam existir na face da Terra, somos tão bons que não sabemos quando estamos sendo nós mesmos, ou sendo aquilo que a sociedade nos manda ser. Devíamos receber dinheiro por isso – uma tarefa tão difícil dessas deveria ser recompensada à altura, não acha? Mas o que ocorre é o contrário, gastamos dinheiro para nos representar – que ironia! Concluindo, nós somos os melhores atores que podíamos imaginar, mas, mesmo assim não ganhamos nada por isso, ao contrário, nós perdemos e muito – perdemos dinheiro, perdemos tempo, perdemos a nossa originariedade, enfim perdemos a nossa vida para viver a dos outros.

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Originariedade Em pleno século XXI ainda existem pessoas que são uns verdadeiros “atores” da vida real. Vivemos num mundo em que a cópia é mais importante que o original. Na novela, no cinema e no teatro, assistimos pessoas fingindo serem outras – os atores, e gostamos de ver isso, tanto é que gastamos nosso tempo e dinheiro nisso. Mas, se pararmos para pensar, vamos nos ver no corpo de outra pessoa. Loucura? Não é não! Afinal, vivemos numa sociedade falsa, mentirosa, em que nos preocupamos mais com o “ter” do que com o “ser”, e só damos valor ao ser, quando o “ter” está ameaçado. Vivemos de aparência, a verdade é essa. É de espantar que em pleno século XXI nós ainda consigamos fazer isso. Somos os melhores atores que podiam existir na face da Terra, somos tão bons que não sabemos quando estamos sendo nós mesmos, ou sendo aquilo que a sociedade nos manda ser. Devíamos receber dinheiro por isso – uma tarefa tão difícil dessas deveria ser recompensada à altura, não acha? Mas o que ocorre é o contrário, gastamos dinheiro para nos representar – que ironia! Concluindo, nós somos os melhores atores que podíamos imaginar, mas, mesmo assim não ganhamos nada por isso, ao contrário, nós perdemos e muito – perdemos dinheiro, perdemos tempo, perdemos a nossa originariedade, enfim perdemos a nossa vida para viver a dos outros.