O Transcendente - No.15

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ANO IV - Nº15 OUT / NOV 2010 O Transcendente Av. Hercílio Luz, 1079 Florianópolis SC 88020-001 Fone: (48) 3222.9572 www.otranscendente.com.br PAG 01.indd 1 20/09/2010 10:41:34

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Edição Outubro/Novembro 2010

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ANO IV - Nº15

OUT / NOV2010

O Transcendente • Av. Hercílio Luz, 1079 • Florianópolis • SC • 88020-001 • Fone: (48) 3222.9572 • www.otranscendente.com.br

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Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME - Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13 - Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E. - Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 - Redator: Abrão Iuskow / Roseli Cassias - Diagramação: Fábio Furtado Leite

SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão Jovem - PARA CORRESPONDÊNCIA: Cx. Postal 3211CEP 88010-970 / Florianópolis / SC - FONE: (48) 3222-9572 / FAX-AuTOMáTICO: (48) 3222-9967EndErEço do JornAL “o TrAnSCEndEnTE”: •Individual:

•Assinatura Coletiva (no CUPoM da página 11)•Assinatura de apoio:•Internacional:

r$ 20,00

r$ 35,00r$ 55,00

P rezados professores e respon-sáveis estaduais e municipais

do Ensino Religioso.

A todos e a todas desejamos grande paz!

Com esta edição, o jornal/subsídio O TRANSCEN-DENTE está completando seu quarto ano de existência e de serviço prestado para o bom desenvolvimento do Ensi-no Religioso. Para a nossa Equipe, tem sido uma aventura interessante, mas nada fácil, pois esta área está em cons-tante busca para chegar a uma definição mais clara de sua identidade.

O leque das opiniões e sugestões, após o MEC ter lançado as linhas gerais do Ensino Religio-so, ainda é grande e nem sempre estas são convergentes. Isso mostra o grande es-forço e interesse que se tem por esta vasta e abrangente área de ensino.

A preocupação que sempre norteou a equipe de O TRANSCEN-DENTE, nestas suas primeiras de-zesseis edições, foi a de harmonizar, em concordância com o MEC, as teorias e as práticas que pareciam mais equilibradas e úteis para a educação e a formação integral dos alunos que vivem em um tempo de rápidas mudanças mas que, feliz-mente, apresenta-se acolhedor e aberto aos valores presen-tes nas diversas culturas e religiões do mundo.

Contudo, não podemos fechar os olhos diante de ma-nifestações estranhamente marcadas por intolerâncias, para não dizer guerras de cunho religioso. Um dos erros mais comuns é o de julgar as pessoas pela aparência, caindo em exclusões e julgamentos errados, feitos a partir de detalhes, esquecendo que, além deles e acima deles, existe a infinita dignidade da pessoa humana. Nada justifica a exclusão!

Nesta questão, o evangelista Lucas traz um testemu-nho pertinente de acolhida total. Ele apresenta um homem assaltado e deixado quase morto à beira do caminho. Narra o evangelista que, por ali, passaram um sa-cerdote e um levita, pessoas de bem, mas in-sensíveis e que nada fizeram por ele. Pas-sou também um samaritano, consi-derado pecador e pagão, porém, sensível à dor. Este não hesitou em parar, prestar-lhe os primei-ros socorros, levá-lo a um hospital e financiar sua recuperação.

Vemos claramente que o samaritano não ficou na su-perfície, mas, ao ver o necessitado, embora de outra cultura e religião, tratou dele. Eis aí um modelo eloquente para a nova humanidade que todos almejamos.

Recentemente, o Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos aprovou uma resolução em que condena a difamação e a dis-criminação das minorias religiosas, sublinhando que “o respeito pela diversidade cultural, étnica e religiosa é essencial para a paz global e a compreensão entre os povos, enquanto que as manifestações de intolerância e preconceitos étnicos e religiosos são fonte de ódio e violência entre as nações”.

Contra estes preconceitos, a informação e a edu-cação são os caminhos apontados. A hostilidade reli-giosa, venha de onde vier e dirija-se a quem dirigir, é

sempre um passo atrás no progresso da humanidade e no empobrecimento

de uma sociedade.

É nesta linha que a equipe de O TRANSCENDENTE tra-balhou e continuará trabalhando e assessorando os professores de

Ensino Religioso e matérias afins. Pretendemos também ajudá-los para

que sejam mestres com uma identida-de bem definida que os torne capazes de

dialogar com o diferente.

Insistindo nesta linha, e dialogando constantemente com os professores, muitas ve-zes levados pelo desânimo e desesperança, acre-

ditamos que estaremos oferecendo-lhes a força, a capacidade e o otimismo necessários para orientarem as novas gerações que, como nunca, são hoje tentadas a se envolverem na violência ou a se fecharem no individualis-mo. É sobretudo através do Ensino Religioso que o pro-fessor é chamado a formar jovens capazes de colocarem à disposição seu entusiasmo e habilidades na construção de um mundo onde reine a fraternidade e a paz.

A todos os professores e professoras, como tam-bém aos responsáveis do Ensino Religioso, em seus

diferentes níveis, pedimos que colaborem conosco na preparação e na difusão de

O TRANSCENDENTE. Trabalhar juntos é mais fácil e proveitoso!

Com esta edição, encerra-mos mais um ano de atividades. Agradecemos a todos os pro-fessores e professoras, como

também às muitas Secretarias de Educação que, acreditando

nesta Equipe, fizeram e sempre renovaram sua assinatura coleti-

va deste nosso subsídio.

Um grande abraço e até o próximo ano!

Adquira-os através do site: www.otranscendente.com.br / E-mail: [email protected]

S omos todos unidos por uma rea-

lidade: a nossa humanidade. E dela não pode-mos fugir. Isso nos força a con-viver, e do outro não podemos escapar.

O que nos resta é descobrir o que há de verdade naquilo que os outros nos apresentam.

A convivência por uma interação ativa aberta ao outro é a chave da transcendência.

ASSInATUrA AnUAL

ASSINANTES Nº DE ASSINATuRAS

Brasil 3581Prefeituras 264(fizeram assinaturas para todas as suas escolas)

Escolas Particulares 1259

ASSINATuRAS POR ESTADOAcre 07Alagoas 37Amazonas 47Amapá 65Bahia 73Ceará 138Distrito Federal 54Espírito Santo 68Goiás 111Maranhão 66Minas Gerais 318Mato Grosso do Sul 11Mato Grosso 36Pará 100Paraíba 57Pernambuco 47Piauí 60Paraná 481Rio de Janeiro 102Rio Grande do Norte 67Rondônia 05Roraima 01Rio Grande do Sul 916Santa Catarina 422Sergipe 24São Paulo 213Tocantins 22

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QUESTÕES PARA DISCUTIR1. O que você entende por “ser”?2. Por que chamamos de “prova ontológica” a argumentação de Santo Tomás?3. Quais as cinco provas da existência de Deus segundo Santo Tomás?

sos ou dogmáticos. Diferente da prova anselmiana, que deduz a existên-cia de Deus a partir de sua essência, a prova tomista é a posteriori. Pres-supõe uma determinada ideia do ser, como perfeição absoluta. Depois, procede partindo da relação dos entes com o ser, que é uma relação de finitude, de participação e de gradualidade. Estas relações constituem três modalidades da prova ontológica tomista.

quem é tomás de aquino (vida e obra)

T omás de Aquino, italiano, nasceu em Roccasecca em 1225 e faleceu em Fossanova no dia 7 de março de 1274. Foi um padre do-minicano e teólogo. São Tomás de Aquino é chamado “o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios”. Ele fez a síntese do

cristianismo com a visão aristotélica do mundo. Escreveu muitas obras. As mais importantes são a Suma Teológica e a Suma Contra os Gentios. Nelas, sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época.

as cinco vias da existência de deus

P artindo do conceito do Ser como perfeição absoluta e da experiência de finitude, participação e gradualidade dos entes em relação ao Ser, Tomás de Aquino constrói a sua prova ontológica da existência de Deus.

Contudo, nem todos os seres são desnecessários, se não o mundo não existiria. Logo, é preciso que haja um ser necessário, que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro

ser. Este ser necessário é Deus.

4ª via: ser perfeito e causa da perfeição dos demais - Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, pois uns

são mais perfeitos que outros. Também constatamos que o universo está ontologicamente hierarquizado: seres racionais corpóreos, animais,

vegetais e inanimados. Qualquer graduação pressupõe uma parâmetro máximo, logo, deve

existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que seja a causa da perfeição dos demais seres. Este, que é a causa do ser, da

bondade e de toda a perfeição para todos os outros entes, nós o chamamos Deus.

5ª via: inteligência ordenadora - Existe uma or-dem admirável no universo que é facilmente verificada. Algumas coi-sas que carecem de conhecimento, como os corpos físicos, agem em vista de um fim, visto que sempre, ou na maioria das vezes, agem da mesma maneira, a fim de alcançarem o que é ótimo.

Fica claro que não é por acaso, mas em virtude de uma inten-ção que alcança o fim. Ora, como pode algo que não tem conhe-

cimento tender a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente? Logo, existe algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas, ao qual nós chamamos Deus.

1ª via: Primeiro motor imóvel - Os sentidos atestam que as coisas se movem. Tudo o que se move é movido por alguém. É impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento das coisas que se movem atualmente pois, ao contrário, nunca se chegaria ao mo-vimento presente. Logo, existe um Motor Primeiro que deu início ao movimento existente e que não foi movido por ninguém. E este Ser é Deus.

2ª via: causa primeira ou causa eficiente - Na relação “causa-e-efeito” constata-se que não é possível algo que seja a cau-sa eficiente de si próprio, porque desse modo seria anterior a si próprio. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada.

A todo efeito é atribuída uma causa inicial, do contrário não haveria nenhum efeito, pois cada causa pediria uma outra, numa sequência infinita e não se chegaria ao efeito atual. Logo, é necessário afirmar uma causa eficiente primeira que não tenha sido causada por ninguém. Esta causa é Deus.

3ª via: ser necessário e ser contingente - Existem seres que podem ser ou não ser, e nós os chamamos de contingentes, isto é, a sua existência não é indispensável. Eles podem existir e depois deixar de existir.

Todos os seres que existem no mundo são contingentes, isto é, aparecem, duram um tempo e depois desaparecem.

o argumento ontológico

Continuando a apresentação das provas da existência de Deus, vamos ver a prova ontoló-gica. O argumento ontológico da existência de Deus foi desenvolvido por Anselmo de

Canterbury na obra “Proslogion”, conforme apresentado no último número. O raciocínio anselmiano segue o argumento: existe na mente de todo homem a ideia de um ser que

não se pode pensar outro maior; existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na realidade; se o ser maior, do qual não se pode pensar outro, só existisse na mente seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade; logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na realidade. Logo, Deus é esse ser perfeitíssimo.

deus é o Princípio e o Fim

concluindo

Como vimos, existe a possibilidade de se elaborar uma via ontológica do ser, isto é, um caminho de conclusão lógica que leve o ser até Deus. Foi por esta via que Tomás de Aquino se encaminhou (cf Battista Mondin, em Quem

é Deus, Ed. Paulus, 2005, p. 227).No próximo número, “As provas Cosmológicas da Existência de Deus”.

São Tomás de Aquino, na sua obra Suma Teológica, desenvolveu ou-tro argumento ontológico. Como veremos, é algo totalmente diferente da prova ontológica anselmiana, porque não se baseia na existência mas, no ser. O tomista diz que Deus é o princípio e o fim de todas as coisas.

Partindo das coisas criadas, afirma Tomás de Aquino, é possível demonstrar a sua existência, sem precisar recorrer a argumentos religio-

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No ano de 2009 assinei o jornal “O Transcenden-

te” com o objetivo de trabalhar a questão da reli-giosidade africana em sala de aula, pois é uma te-mática bastante polêmica no âmbito educacional, mas que precisa ser trabalhada e respeitada como todas as religiões. E foi com este propósito que apresentei a importância do jornal para a equipe gestora da escola com base na Lei 9394/96 de Di-retrizes e Bases da Educação e a Lei 10.639/03 que determina as atividades da escola inserida na cultura africana.

Como “O Transcendente” traz uma visão pe-dagógica no seu aspecto religioso e uma diversida-de cultural em seus conteúdos, iniciei com minha turma do 3º ano do Ensino Fundamental uma lei-tura sobre o nome do jornal que nos remete à pa-

lavra transcender, ou seja, elevar-se. Assim,

demonstrei aos alunos que toda a religião é algo superior que eleva a pessoa para que alcance a paz. Que cada ser humano ou cada grupo de pessoas tem seu jeito de entender e expressar este amor, isto é, sua religião!

A princípio, os alunos aceitaram par-cialmente as atividades do jornal, pois acharam diferente ter um jornal que abordasse assunto religioso sem es-tar vinculado a uma instituição re-ligiosa. A partir deste momento, minha preocupação foi de inserir os pais e a comunidade escolar nas atividades de Ensino Religioso da minha classe.

Então foram realizadas dife-rentes situações de práticas religiosas através de pesquisas, mensagens, músicas gospel e filmes, cartazes sobre a crença dos alunos com seus fa-miliares.

Interagindo com as disciplinas de História e Geografia, os grupos de alunos fizeram alguns desenhos e histórias em quadrinhos sobre diversas

culturas religiosas que estavam especifica-das em uma edição de “O Transcendente” como, por exemplo, as diversas modalidades do Cristia-nismo. Pesquisamos no mapa as localizações de

alguns países que praticam o Cristianismo. Assim, sucessivamente, com as Matrizes

Africanas, Metodistas etc. O trabalho foi tão interessante

porque também os pais dos alunos se envolveram, enviando para a

sala de aula alguns versículos e mensagens bíblicas que, diaria-

mente, foram lidos pelos pró-prios alunos em sala de aula.

Mediante planejamento escolar a classe apresentou, no pá-

tio escolar, os trabalhos realizados no bimestre, inclusive um ritual africano com a presença dos pais e da comunidade.

O Ensino Religioso em minha escola tem sido tra-balhado de forma a nortear o fenômeno religioso pre-sente em meio a alunos e comunidade, prospec-tando para um fenômeno religioso mais amplo,

em meio à globalização em que estamos inseridos. A aceitação do ensino religioso como discipli-

na curricular, pelos pais, alunos, direção e o próprio pro-fessor, é o fator mais importante para o sucesso do trabalho pedagógico. É o que ocorre de forma bastante clara em minha escola. O currículo deve contemplar os conteúdos que permeiam o fenômeno religioso, do micro ao macro, no universo da religiosidade humana.

Minha Escola e a comunidade construíram uma concepção de Ensino Religioso que visa o respeito às diferenças, deixando a religião como foco no currículo para contemplar o foco do Fenômeno Religioso.

O aluno precisa sentir-se parte deste fenômeno religioso que “rega” sua vida historicamente como ser humano na busca por respostas: quem somos, de onde viemos, para onde vamos.

Coordenar e articular essa gama de questões faz com que o Ensino Religioso floresça na sala de aula e na vida do educando levando a uma formação completa e plena de conheci-

mentos e valores como o respeito pelo outro. Com meus alunos, trabalho a Transcendência como

fruto do sentido da vida. Para isso, uso a frase de Albert Einstein para reforçar: “Quanto mais acredito na ciên-cia, mais acredito em Deus – O universo é inex-plicável sem Deus”.

E então, professor (a)?1. O que achou dos três depoimentos?

2. Quais as semelhanças e diferenças en-tre estes três fazeres pedagógicos?

3. O que caracteriza o seu Ensino Reli-gioso em sala de aula?

Sou professora e articuladora de Ensino Religioso da Rede Municipal de Ensino de Jaraguá do Sul

– SC. Trabalho com as turmas de 1° ao 9° ano. Amo trabalhar com esta disciplina e procuro transmitir esse sentimento aos meus alunos em cada tema trabalhado.

Apesar de a disciplina do Ensino Religioso ser facultativa, todos os alunos participam das aulas e per-guntam: “Por que temos somente uma aula por sema-na? Essa aula é tão boa, mas passa tão rápido!”. Fico feliz com o depoimento dos alunos e procuro com-pensá-los com novidades, sempre dinamizando as au-las, trabalhando com temas atuais, usando dinâmicas,

músicas, poesias, danças circulares sagradas e outros subsídios pedagógicos da nova proposta da disciplina do Ensino Religioso que os levem a refletir sobre sua existência neste mundo.

Ressaltando que todos os temas estão em acordo com a Proposta Curricular de Jaraguá do Sul, em con-sonância com a Proposta Curricular de Santa Catarina e com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, nas aulas procuro proporcionar o encantamen-to, a escuta, o respeito ao educando e à sua bagagem reli-giosa e à construção de sua autonomia na elaboração do saber religioso. Sempre que possível, trabalho a relação entre o conteúdo e os interesses dos educandos.

Diante da diversidade cultural religiosa exis-tente em nossa sociedade, percebe-se que os valores humanos, éticos e religiosos sofrem para manter suas identidades. Neste sentido, o Ensino Religioso tem muito a contribuir nas escolas e em nossa existência. Seu papel é o de despertar o educando para o mundo do conhecimento religioso, abrindo-o ao pluralismo cultural religioso e à alteridade, promovendo assim, uma ação transformadora capaz de garantir o respeito à diversidade e ao reconhecimento da importância de todas as tradições religiosas, tendo, como resultado

O aluno precisa sentir-se parte deste fenômeno religioso.

final, uma formação holística do ser huma-no.

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Olá amigos! Nesta edição, o Jornal O TRANSCENDENTE faz uma síntese das edições do ano 2010, que apresentaram as seguintes religiões: Cristia-

nismo, Religiosidade e Cultura Indígena, Islamismo. O objetivo é refletirmos sobre os pontos mais relevantes dos conteúdos apresentados e conferirmos o conhecimento adquirido com o estudo realizado.

Para facilitar nosso trabalho, convidamos novamente os personagens dessas religiões que estiveram conosco nas respectivas edições de O TRANSCENDENTE de 2010.

Eles nos ajudarão a resumir tudo que eles próprios apresentaram sobre suas religiões e a descobrir a aplicabilidade, em nossas vidas, dos valores por eles apresentados. Vamos rever a caminhada?

Olá amigos (as), sou Pe. Paulo. Na edição nº 12, o Jornal O TRANSCENDENTE apresentou o Cris-

tianismo e tudo que a ele está ligado. Por ela, soubemos que o cristianismo, em suas diversas expressões, con-grega o maior número de adeptos no mundo inteiro e é

rico em tradições, doutrinas, ritos, celebrações, símbolos, virtudes e valores.

A vivência de práticas e de valores, transmitidas de geração em geração, se tornou um patrimônio para o

povo cristão e a base para o surgimento da civilização Ocidental.

Quem fundou o cristianismo foi Jesus, que nós, cristãos, acreditamos ser o filho de Deus e Deus Ele

Olá, pessoal, sou o Caci-que Jaborá. Nós indí-

genas, na 13ª edição deste ano, tivemos a alegria de falar para

vocês sobre as maravilhas de nossa cultura e religiosidade indígena.

Aquela edição foi tão lon-ge que chegou inclusive em

muitas escolas onde há proje-tos especiais de educação para

os nossos irmãos indígenas, ou seja, nas escolas municipais e estaduais, situadas nas regiões do Brasil onde há reservas indígenas.

Olá amigos, sou Iman Jafar. Se bem lembrarem, na 14ª da edição de O TRANSCENDENTE tratamos do Islamismo. Estou certo de que muitos de vocês enriqueceram seus conhecimentos com os importantes ensinamentos que rece-

beram sobre a nossa religião e a nossa cultura.O islamismo difundiu-se tão rapidamente a ponto de se tornar uma das religiões mais presentes no mundo. Ele

nasceu na Arábia, onde está a cidade sagrada dos muçulmanos, a Meca. Cinco vezes por dia, nós muçulmanos, rezamos voltados para Meca. O Islã exige de nós uma vivência integral da fé transmitida por Alá ao profeta Maomé e que se encontra

no Alcorão, o nosso livro sagrado é escrito em língua árabe. Por isso, nós muçulmanos, nos esforçamos para colocar em prática as nossas crenças, inclusive em nossa vida social e política.

(Vamos lembrar alguns dos preceitos religiosos do islamismo)

Convido-os, agora, a responderem as seguintes perguntas:1. Quais as semelhanças e as diferenças que encontramos nas religiões apresentadas?

2. Quais são os principais ensinamentos que nos transmitem essas religiões? 3. Em sua religião, quais são os aspectos ou valores que vocês mais gostam e apreciam?

Pois bem, amigos, ao fazermos esta retrospectiva da caminhada do ano, pudemos aprender e enriquecer o nosso conhecimento. E isso é muito bom!

mesmo. Tudo isso encon-tramos na Bíblia.

Mais de dois bilhões de cristãos acreditam em Jesus e se esforçam para praticar seus ensinamentos.

Mas, sendo que as pessoas são mor-tais, é importante que isso passe de gera-ção em geração para a construção de um mundo melhor, com mais fraternidade e paz?

(Vamos lembrar algumas dessas tradi-ções mais significativas do cristianismo)

Professores e alunos ficaram muito felizes ao receberam o jornal O TRANSCENDENTE. Através dele puderam

aprender muitos ensinamentos sobre a beleza e a gran-deza de nossa cultura e de nossa religiosidade sempre

ligada à natureza, expressão maior da bondade do Criador.

Infelizmente não é fácil, para nós, conservar es-sas tradições por não serem respeitadas pelos assim chamados “civilizados”.

Pensem como a natureza está sendo sacrificada e, muitas vezes, vingando-se pela violência dos homens!(Vamos lembrar das agressões feitas à natureza: des-

matamento, queimadas, poluição)

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Para os povos indígenas, a terra é fonte e mãe da vida, o espaço vital, a garantia da existência e reprodução. Não é possível imaginar um povo in-

dígena sem terra. Por isso, a defesa do território equi-vale à defesa da sobrevivência material e espiritual.

O que acontece com a terra acontece com os filhos da terra.

A terra não é, como na mentalidade capi-

talista de proprie-dade individual,

As religiões se encontram e dialogam por meio da espirituali-dade expressa por seus fiéis nas atitudes de solidariedade, na acolhida permeada pela compreensão e na promoção da vida.

A busca pela justiça, pela dignidade e pela vida em todas as suas dimensões: saúde, família, tradição, cultura, religião, sociedade etc, são vias pelas quais todas as religiões circulam. Há uma conexão, entre elas, que evidencia um verdadeiro tratado de paz que compõe um etos mundial.

Por onde quer que se ande nesse mundo, encontra-se uma “estação” de religiosidade: um templo religioso, um grupo reuni-

do em oração, um ícone místico ou uma espiritualidade vivenciada em comunidade.

É importante entender que a solidariedade e o espírito humani-tário, frutos de uma espiritualidade colocada em prática, ultrapassam fronteiras, não tem idade, nível social ou confissão religiosa.

Não há uma fórmula ou modelo pronto de como viver uma espiritualidade. Ela é uma virtude que pode ser percebida tanto em pessoas ilustres e renomadas, como também em pessoas devotadas que vivem seu dia a dia à luz de valores que elevam a pessoa humana.

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NA RAINHA RANIA?Ela é a rainha da Jordânia – país do Oriente Médio,

esposa do rei Abdullah Il. O casal tem 4 filhos e, desde que assumiu o reino, em 1999, Rania tem dedicado par-te da sua vida às causas das crianças e mulheres, dos

meios menos desfavorecidos, através de inúmeras instituições das quais é fundadora.

Em seu trabalho social, Rania promove atividades que abor-dam temas como educação, saúde, direitos, segurança e ambiente. Dentro destes temas, as atividades de Rania se ampliam na promoção da melhoria da qualidade de vida das famílias, na proteção das crianças contra a violência, na valorização da educação e no desenvolvimento de projetos e boas práticas no domínio da micro-finança.

A rainha estabeleceu um diálogo intercultural com o objetivo de semear a com-preensão e a tolerância no mundo por meio de uma agenda de visitas a vários países.

Em 2008, a rainha Rania esteve no Brasil e visitou o projeto Cidade-Escola Aprendiz – apoiado pela UNICEF - na vila Madalena, em São Paulo. Ela ficou muito impressionada e comovida com o interesse das crianças e dos adolescentes brasileiros pelo aprendizado.

Em 2009, por ocasião da visita do papa Bento XVI à Jordânia, Rania escreveu em seu twitter: “Acabo de ouvir o discurso do Papa. Nossa região precisa muito de uma mensagem de paz”.

Convicta dos ideais humanitários, a rainha declarou: “Deve-mos fazer esforços para aprendermos mais uns com os outros (...), o diálogo e a compreensão são o melhor antídoto con-tra o medo do desconhecido”.

Para que o mundo muçulmano e o mundo ociden-tal se conheçam melhor, a rainha Rania tem apelado às causas solidárias e à compreensão entre os povos e as cul-turas do oriente ao ocidente.

A “IRMÃ DULCE CATARINENSE”Ketty Klingelfus Merlim é uma se-

nhora profundamente religiosa, mãe de sete filhos e, embora fragilizada fisicamen-te pela idade, dedica-se, com entusiasmo admirável, nas obras de promoção humana. Junto com seu esposo, o médico Dr. Eros Clovis Merlim, trabalhou durante mui-to tempo no Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina, demonstrando todo o seu afeto e solidariedade para com os doentes. De lá prá cá ela não pa-rou mais de fazer o bem e, até hoje, dedica-se no au-xílio aos mais abandonados da sociedade.

Dona Ketty foi catequista, professora de Ensino Religioso, voluntária em hospitais e ministra católi-ca da Eucaristia.

Quem vê dona Ketty pessoalmente, mal acredita que aquela pequena senhora, de corpo franzino e caminhando com

imenso esforço, revela uma grandiosa mulher, dona de dignidade ímpar e fé inabalável. Periodicamente, ela leva conforto espiritual

a pacientes nos hospitais e em suas próprias residências.Seu lema: “Servir, servir sempre, mas nunca dizer ou

falar de onde provem os recursos, pois a doação faz parte da alma e do coração”.

Pelos amigos ela é carinhosamente chamada de “Santinha Ketty” e não são poucos os que a veem como a humilde “Ir. Dulce Catarinense”.

algo que pode ser comprado ou transferido segundo as leis do mercado.A terra, para os povos indígenas, não é só a base do sustento, mas também

o lugar onde jazem os ancestrais, onde se reproduzem a cultura, a identidade e a organização social. Ela vai além disso, pois a terra abrange o solo e o subsolo, a flora e a fauna, a água e o ar, como também os lugares sagrados.

Por tudo isso, os indígenas reivindicam que seja reconhecido e respeitado seu direito à terra, isto é, os seus territórios historicamente definidos, sem os quais sua existência, enquanto povos étnica e culturalmente diferenciados, ficaria comprometida.

Fonte: Revista Porantim / Março de 2009

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JerusalémÉ a cidade sagrada dos judeus, dos cristãos e dos

muçulmanos. Para os cristãos, Jerusalém tem um sig-nificado especial, pois lá Jesus fez grande parte de suas pregações e foi morto. Por ser considerada Terra Santa, Jerusalém recebe muitos peregrinos cristãos e visitantes de religiões do mundo inteiro. Nessa ci-dade, os cristãos percorrem o mesmo caminho que Jesus fez subindo o Monte Calvário, onde foi crucifi-cado – a Via Sacra.

muro das lamentações Em Jerusalém encontra-se também o Muro Oci-

dental, mais conhecido como “Muro das Lamenta-ções”. Ele é o lugar mais sagrado e venerado pelo povo judeu por tratar-se de uma relíquia do último templo de Jerusalém.

o muro das lamentações, conforme se encon-tra na atualidade, é uma parte pequena da muralha que Herodes construiu no ano 20 a.C. ao redor do segun-do Grande Templo, o qual foi destruído no ano 70 d.C., pelo general Tito, futuro Imperador romano. Esta parte do muro foi deixada por Tito com o objetivo de mostrar, às gerações posteriores, o poder dos romanos.

no aniversário da destruição, os ju-deus iam lamentar a dispersão de seu povo e choravam sobre as ruínas do Templo.

nos dias atuais, o Muro das Lamentações é considerado um lugar de júbilo nacional e de culto religioso, por isso muitos fiéis judeus e também cató-licos visitam este lugar sagrado para orar e depositar seus desejos por escrito nos vãos entre as pedras da

Por “lugar” se entende um local como ponto próprio para alguma coisa, uma porção na superfície terrestre ou um espaço de identificação e familiaridade com alguma coisa.

Um “lugar sagrado” pode ser identificado pelas manifestações do fenômeno religioso que nele ocorrem e o valor a ele atribuído. A partir da manifestação do sagrado ocorrido em um espaço, ele passa a ser reconhecido como tal. Assim,

lugar sagrado é um espaço físico, ou não, onde acontece a manifestação e o encontro com o Transcendente.

a lém dos lugares sagrados localizados em importantes espaços e monumen-tos, existem ainda os lugares sagrados em nossa cidade, em nossa comuni-

dade, em nossa casa.

1. aumente seu conhecimento pesquisando e reconhecendo os lugares / espaços sagrados da sua comunidade, não se esquecendo de contemplar as várias religiões.2. Que tal convidar representantes das religiões apresentadas nesta edição para visitar sua escola e falar para sua turma sobre a religião que professam?

muitos são os lugares denominados sagrados, como, por exemplo:lugares da natureza: matas, lagos, rios, montanhas, caminhos e outros.lugares construídos: templos, igrejas, mesquitas, mausoléus, cidades ou ce-

mitérios. Lugares significativos: onde nasceu ou morreu uma pessoa religiosa ou um

mártir, como: casas, cidades, terrenos, catacumbas, pirâmides, cemitérios.

no entanto, algumas pessoas profundamente espiritualizadas, como Gandhi, Francisco de Assis, Buda, ... podem se apresentar também a nós como um “lugar sagrado”, por causa de suas originais experiências místicas.

as expressões religiosas são as que mais consagram espaços como lugares sagrados, uma vez que a manifestação do sagrado é própria da identidade e da fundamentação de uma religião.

• realize um passeio com sua turma pela comunidade ou centro da cidade e procure identificar os lugares sagrados.

• Faça registros fotográficos e entreviste pessoas perguntando sobre o que representam os lugares sagrados para os moradores da cidade (igrejas, templos, terreiros).

• apresente o trabalho para toda a escola.

construção, conforme fizeram os Papas: João Paulo II e Bento XVI

mecaÉ a cidade sagrada dos muçulmanos,

localizada na Arábia Saudita. Foi em Meca que o profeta Maomé proclamou o Islamismo e onde se encontra uma mesquita que abriga a Caaba (Cubo).

a caaba é coberta por um man-to negro que contém várias inscrições em ouro. Dentro dela está a rocha sa-grada que, segundo a tradição, caiu do céu e foi ofertada por Abraão. A rocha que era branca ficou negra ao absor-ver os pecados do homem.

está escrito no alcorão que o de-voto muçulmano deve orar cinco vezes em direção à Meca (salat) e peregrinar até lá pelo menos uma vez na vida.

Varanasi É a cidade da Índia considerada a

mais sagrada do hinduísmo. Além de ser o ponto mais importante de pe-regrinação para os hindus, também

é tradicionalmente associada à prática da cremação.

Varanasi é onde está situado o rio

Ganges, um dos rios mais sagrados do hinduísmo, a ponto de ser considerada di-vindade materna.

um conjunto de tradições e costumes acontecem ao longo do Ganges como, por exemplo, espalhar nele as cinzas dos entes queridos que foram cremados nas suas margens.

muitos hindus acreditam que o Ganges pode limpar uma pessoa de todos os seus pecados e curar

doenças. Por esta razão, os religiosos hindus acreditam que sua vida não é completa sem um mergulho em suas águas.

terreiroO Terreiro é o lugar sagrado das

tradições religiosas afro-brasileiras.os terreiros de umbanda e

candomblé, além de serem lugares sagrados, são também locais de resis-tência e preservação cultural. Neles ocorrem, além das manifestações re-ligiosas, o encontro da comunidade, integrando as crianças e os adultos.

sagihengu eKamuKuwaKá

Para os indígenas, toda a terra é um lugar sagrado, bem como todos os elementos que ela contém. Recen-temente os espaços sagrados de Sa-gihengu e Kamukuwaká, do Alto-Xin-gu, no Mato Grosso, foram tombados como patrimônio cultural do Brasil.

a proposta foi apresentada pelas etnias Waurá, Kalapalo e Kamayurá e reforçada pelo Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, recebendo aprovação unâni-me dos avaliadores.

os dois lugares sagrados se-diam parte do Kwarup, a maior festa ritualística entre os povos do Alto-Xingu e são compartilhados pelas

nove etnias que formam seu complexo cultural. sagihengu, onde começa o ritual Kwarup que

é vital para a existência dessa comunidade indí-gena, “é lugar que tem remédio para ficar forte e bonito e para sonhar com vida longa”, explica o indígena.

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Geraldo Vandré, de forma muito sábia, cantou:

“Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas, campos e construções, caminhando e cantando e seguindo a canção. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, e não espera acontecer”.

Sabe-se que, ao longo da história da humanida-de, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram.

Na sociedade atual, dita moderna e até pós-moderna, a cobrança sexual é tão gran-de que o preconceito encontra terreno fértil. Basta prestar atenção na esco-la: se um menino parece efemi-nado ou uma menina é em-brutecida, logo são tachados de homossexuais.

É preciso cultivar o res-peito pelas diferenças e este respeito deve ser ensinado pela família e pela escola. O professor tem que preparar os alunos para entenderem e respeitarem as individua-lidades, dentro de seus limites. Essa orientação precisa partir da direção da escola, mas, geralmente, não é isso que acontece.

É notória, em conversas com professores, a di-ficuldade por eles encontrada para lidarem com o assunto. Vale ressaltar que, mesmo sendo a educa-ção sexual matéria obrigatória dentro dos Temas Transversais dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais, estabelecidos pelo Ministério de Educa-ção e Cultura (MEC), as aulas de educação sexual, em muitas escolas, ainda se resumem à descrição do aparelho reprodutor feminino e masculino ou ao uso de “camisinha”.

1. Você consegue identificar se possui precon-ceitos? Caso consiga, quais são?

2. Você conhece alguém que tem sido vítima de pre-conceito? Por que esta pessoa é vítima?

3. Você sofre algum tipo de preconceito?4. O que você acha das diferenças existentes entre as pes-soas?

5. Quando estas diferenças são positivas e quando são negativas?

6. O que você achou do tema abordado?

Palavra de origem - grega homos (igual) + latim sexus (sexo) - que quer dizer atra-ção física, emocional e estética por outro

ser do mesmo sexo.Estudiosos da ciência psicológica garan-

tem que não se trata de uma escolha conscien-te, pois ninguém quando começa a vida sexual fica perguntando se gosta de meninos ou meni-nas. O desejo emocional e sexual, por pessoas do mesmo sexo, surge espontaneamente, da mesma forma como acontece com os heterossexuais. A homossexualidade é, portanto, uma das varian-tes, isto é, uma das formas de expressão da sexu-alidade humana.

A partir desse conhecimento, faz-se neces-sário romper com uma das mais perversas for-mas de violência que vem sendo fomentada ainda hoje: o preconceito. Quando o assunto em pauta é a homossexualidade, o preconceito do brasilei-ro já começa na escola.

Mesmo aprendendo, nas diversas disci-plinas curriculares, que as diferenças existem e devem ser respeitadas e encaradas como ne-cessárias para o desenvolvimento de cada um, ainda assim, é preciso aprender a arte de ensinar a conviver com estas diferenças, sejam elas de cor, raça, religião, econômica, social e de orien-tação sexual. No entanto, muitas vezes, pais, professores e educadores esbarram no seu pró-prio preconceito.

Os profes-sores devem ser incentiva-dos a introduzirem em suas aulas, além dos temas mencionados, outros, como a homossexu-alidade, tendo enfoque no respeito ao outro e na escolha por ele realizada. Devem ainda fomentar uma convivência fraterna de amizade, confiança e solidariedade.

Em pesquisas realizadas com adolescentes que se declararam homossexu-ais, estes revelaram a dor e o sofrimento a

que foram submeti-dos por serem “dife-rentes”.

É triste dizer, mas muitos são os

adolescentes que, não conseguin-do mais conviver com tamanha

discriminação, abandonam a escola e seus projetos por acharem que não

são dignos deste direito. Faz-se urgente refletir: com que

direito se julga e se maltrata pessoas, só porque pensam diferente, agem diferen-te e gostam de coisas diferentes? Como é possível tamanha perversidade? Chega de discursos coloridos de inclusão social quando não conseguimos conviver e nem respeitar pessoas que querem se encon-trar, se aceitar e ser aceitas.

Professores são formadores de opi-nião, por isso devem cuidar para traba-lhar o respeito às diferenças, sejam elas quais forem, pois o respeito à diferença permite um clima de mais companheiris-mo na escola, na família e na sociedade em geral.

Este livro é o resultado de reflexões publicadas no Jornal Missão Jovem. Procura levar as pessoas a refletir e atuar com mais realismo e otimismo sobre a vida.Esta obra está dividida em quatro grandes blocos. O primeiro apresenta reflexões so-

bre a educação, relacionado-a com diversas dimensões da vida: cidadania, religião, meio ambiente, sexualidade, trabalho, política, entre outros. O segundo apresenta atitudes fundamentais para uma boa educação. No terceiro bloco, o livro apresenta questões mais próximas do dia a dia: relacionamento, namoro, família, as características evoluti-vas da família...

Por último, são expostos temas um pouco mais genéricos: o primeiro emprego, a globali-zação, a internet, a corrupção, as drogas etc.

Com este livro termina aquele corre-corre para pre-parar uma aula, um encontro, uma palestra e, além

disso, a celebração das datas será enriquecida. Você terá uma biblioteca em um só livro.

A educação deve estar integrada à vida concreta das pessoas. Esta obra é um subsídio para ser utilizado por diver-

sas disciplinas escolares e também na fomação de grupos de jovens, movimentos, pastorais, associações, ONGs e outros grupos com-prometidos com a construção de um mundo mais solidário e justo para todos.

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Após essas informações, a partir de cenas do cotidiano, o interesse pela realidade desta ilha aumenta: como pode? Vamos agora ouvir o que brota da experiência dos próprios habitantes: um grupo de cidadãos de Maurício, um muçulmano, um hindu, um padre, um europeu, um chinês, ... dialogam sobre a vida em seu país. Nós apeNas recoNhecemos o direito de cada um de ser difereNte

O Cardeal Pagiot, bis-po de Maurícios, fez uma declaração que descreve muito bem isso: nós deverí-amos considerar cada gru-po racial ou cultural como uma fruta, como uma maçã, uma pera, uma manga.

Nós não devemos fazer de Maurício uma geléia, tendo um só sa-bor, sim, devemos fazer uma salada de frutas, onde cada fruta mantém o seu próprio sabor e o seu aroma in-dividual.

Nós temos orgulho dos Nossos aNcestrais e dos Nossos valores aNcestrais

Somos cinco ou seis culturas, religiões e etnias di-ferentes, mas cada um tem sua própria sociedade. Os hindus, os chineses, os muçulmanos... cada povo tem sua própria identidade. O importante é que cada um se sinta feliz dentro de sua sociedade. É só dessa for-ma que eles podem viver com outras culturas.

as difereNças são umavaNtagem para maurício

Eu tive a oportunidade de frequentar a escola com hindus, muçulmanos e cristãos. Desde a minha infância tenho vivido nesse ambiente e, portanto, não acho essas diferenças tão estranhas. Eu as considero normais. Eu gosto delas. Elas são uma vantagem para Maurício. Eu não gostaria que isso mudasse e todos fa-lassem a mesma língua, praticassem a mesma religião, comessem a mesma comida ou se vestissem iguais. É isso que torna as sociedades grandes tão chatas.

coexistêNcia pacífica?Falam de Maurício como um exemplo de coe-

xistência pacífica. Para mim isso já está ultrapassa-do. Eu acredito mais que as coisas se desenvolvem em termos de uma interação ativa entre as diferentes comunidades que vivem neste país.

Pelo fato de existirem aqui tantas culturas e comunidades, nós fomos acostumados a cuidar dos outros, a escutar os outros, suas opiniões. A ideia é tentar pegar um pouco de cada um e conseguir encontrar, no final, um resultado melhor que os outros.

ofeNder assuscetibilidades

Nós não dizemos nada para ofender as susceptibilidades cul-turais ou religiosas de qualquer um dos grupos.

E este é um prin-cípio cardeal para se viver aqui: que as pessoas nunca se ofendam delibera-da ou acidental-mente.

a tradição eNsiNa a esteNder a mão

Eu acho que, depois de todos os problemas que enfrentamos em Maurício, nós conseguimos enten-der que não há nada melhor que compreender, ajudar, compartilhar e estender a mão a quem está perto de você. Eu acho que as mulheres, que trabalham nos campos de cana-de-açúcar, preservaram esta tradi-ção. Por exemplo, a mulher creoule não hesitaria nem um minuto em ajudar a mulher hindu a completar a sua tarefa. É algo extraordinário que eu amo.

eu Não posso viver sem...Se eu acordasse uma manhã e alguém, ou

qualquer um dos componentes da comunidade de Maurício tivesse desaparecido, para mim seria completamente desastroso. Eu não posso viver sem os chineses, os muçulmanos, os hindus, os creoules, os descendentes de franceses. Eles fazem parte da minha humanidade. Eu estaria incom-pleto.

o amorNão há religião no mundo que pregue algo

contrário ao amor, à fraternidade universal e à to-lerância. Uma hora ou outra, a qualquer momento, algum festival religioso está acontecendo, alguma tradição religiosa está sendo praticada, o que lembra ao cidadão de Maurício a necessidade de unir-se aos

valores mais elevados.

para fazer um homemVocê não pode crescer num pequeno núcleo familiar

e tornar-se alguém capaz de viver em harmonia com a sociedade. É necessário um povoado inteiro para fazer um homem. Em Maurício nós temos esse povoado.

existem teNsões

Maurício é uma grande família, e como em toda família existem tensões, diferenças, ... mas, ao mesmo tempo, aqui é um lugar em que, mesmo que você dis-que o número errado, você pode ficar conversando por meia hora. Todos se conhecem.

um jardim com um sótipo de flores?

Imagine-se vivendo numa ilha do Oceano Ín-dico onde todos falam a mesma língua e têm a mesma religião. Em Maurício não é assim. Graças a Deus nós somos diferentes! Um jardim com um só tipo de flores seria um jardim sem graça e eu realmente acredito que as nossas diferenças são uma grande vantagem, pois tornam as coisas mui-to mais interessantes, especialmente agora que o mundo tornou-se um só grande lugar.

Texto retirado do DVD que acompanha o livro “O 8º Hábito”, de Steven Cowey. Neste filme é feito um retrato de Maurício, uma ilha Estado que fica no Oceano Índico. O texto completo está no site: www.otranscendente.com.br. Vale a pena trabalhá-lo com os alunos de Ensino Religioso de 7ª e 8ª série ou com o Ensino Médio em Filosofia, Sociologia ou áreas afins.

INTERAÇÃO

Um breve histórico da Ilha: Religiões predominantes: hinduísmo, isla-

mismo, budismo e cristianismo.Alfabetização: 98%Índice de empregos: 100%Ausência de tumultos raciais.A polícia não carrega armas.É prática comum a celebração de festas

entre diferentes crenças.Na África, tem a mais longa história inin-

terrupta de democracia.

ATIVA

1. Através da “interação ativa”, pessoas de convicções religiosas diferentes podem chegar a soluções comuns?

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Notícia alarmaNte: consumo de crack cresce sem controle no Brasil

O crack é uma droga derivada da cocaína e que está se tornando um flagelo nacional uma vez que se alastra por todo o país atingindo diferentes classes sociais, adentrando nas casas e invadindo as escolas.

Por todo o Brasil são vários os registros de es-colas que foram invadidas por usuários de crack e também por traficantes que destroem banheiros e pa-vilhões, roubam torneiras e fiação elétrica, quebram janelas e roubam esquadrias, enfim, depredam o pa-trimônio público para sustentar seu vício e manter a roda viva do uso de drogas.

Normalmente o usuário se envolve tanto que aceita vender a droga para manter o vício. Como de-pendente, ele não consegue mais resistir e consome o estoque criando dívidas, restando, então, a necessida-de de roubar, prostituir-se e até matar para conseguir dinheiro para adquirir a droga da morte.

Em Maceió (AL), pesquisa realizada indica que 30% dos alunos das 120 escolas da rede pública es-tadual, entre 10 e 20 anos de idade, estão envolvidos com o tráfico de drogas ou viraram viciados.

Em Salvador (BA), de 2006 a 2009, quase seis mil novos usuários passaram a ser atendidos pelo Programa de Redução de Danos, da Universi-dade Federal.

No Rio de Janeiro (RJ), estima-se que pelo menos 800 pessoas, em situação de risco, são vicia-das em crack.

No Estado de Santa Catarina, a média mensal de apreensão do crack cresceu 59,93% no primeiro semestre de 2010 em comparação com o ano de 2009.

PROCEdiMENtOS:• Alunos em círculo.• O professor liga o aparelho de som.• Uma caixinha com perguntas sobre o tema traba-

lhado com os alunos passa de mão em mão.• O professor para a música de repente.• O aluno com quem está a caixinha retira da mesma

um papel onde consta uma pergunta sobre o tema.• Caso o aluno não saiba a resposta, o papel é recolocado

na caixinha e o mesmo deverá pagar uma multa suge-

rida pelo colega que estiver ao lado (exemplo: recitar uma poesia, criar um slogan etc.).

• A música continua e a dinâmica também.COMPEtÊNCiAS E HABiLidAdES

• Oportunizar a vivência humana, levando em con-sideração a vida e as possibilidades de não cair nas drogas. Isto é um exercício de cidadania!

Fale com a professora Maria da Conceição: E-mail: [email protected]

No Rio Grande do Sul do total de 809 crian-ças e adolescentes protegidos pela Fundação de Pro-teção Especial do Estado, em 2005, 51 (6,91%) ti-nham menos de três anos. Hoje, os pequenos somam 97 (15,8%) dos 695.

Em Belo Horizonte-MG, as pesquisas revelam que, até 1996, quando o crack era incipiente naquela cidade, as mortes provocadas por conflitos gerados por drogas ilícitas eram 8,3% do total. Entre 2005 e

2006, esse índice quadruplicou para 33,3%.No Brasil, segundo pesquisas do Escritó-

rio das Nações Unidas sobre Drogas e Crime – UNODC, está crescendo assustadoramente a circulação do crack. Em 2002, 200 quilos da dro-ga foram apreendidos, enquanto que, em 2007, foram 578 quilos, equivalendo a 81,75 do crack apreendido em toda a América do Sul.

Dados oficiais dão conta de que essas tra-gédias se repetem em outras capitais e cidades brasileiras e de que a dependência do crack pode acontecer em qualquer família. Percebe-se, no entanto, que há maior incidência do uso desta droga em famílias desajustadas nas quais é comprometida a função paterna, sendo pais

muito ausentes ou omissos.

Professor (a),A saúde é um direito de todos e, portanto, é

assunto para ser tratado com muita responsabili-dade em sala de aula, procurando abranger todas as dimensões: física, mental, psíquica e espiritual. Este estudo fará o(a) aluno(a): • Compreender que a saúde é produzida nas

relações com o meio físico e social;• Identificar os fatores de risco que compro-

metem a saúde dos indivíduos;• Perceber a necessidade de adotar hábitos de

auto-cuidado.

SUGEStÃO dE APLiCABiidAdE: 5º ano ao 9º ano e Ensino Médio.OBJEtiVOS: Conscientizar-se dos males causados pelas drogas, propi-ciando um exercício de cidadania e uma vida saudável; oportunizar a partici-pação do grupo.

CONtEÚdO: Contextualizando os malefícios causados pelas drogas. tRANSVERSALidAdE: Ética, Cidadania e Saúde.

FUNdAMENtO: Alteridade, relacionamento permeado por limites éticos e morais.

A atividade pedagógica possibilita envolver o modo de ver a realidade, a sociedade em que vivemos com pers-

pectivas de desenvolver ações de prevenção, destinada prioritariamente a alertar que as drogas podem fazer vítimas entre nós: causam dependência, medo, di-ficultam a aprendizagem, distorcem o centro de percepção e a concentração levando à desagrega-ção das famílias.

Estabelecer ações concretas que permitam buscar um novo tempo, a paz, a força espiritual, tratando de dar outro sentido à vida,

onde as pessoas valham pela dignidade de seres humanos completos e livres das drogas.

Neste contexto, a atividade pedagógica oportuni-za ações propostas com a vivência humana, levando

em consideração a vida, o amor, o jeito de ver o outro e as possibilidades de não cair no vício.

As drogas podem ser consideradas como o mal deste século. diante disso, a escola deve fazer parte do processo de prevenção.

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Categoria 4º e 5º ano:1ª Lugar:BrUna MaKi UtSUnoMiYa HoSaProfª indionara B. BertoncelloColégio Bom JesusPalmas - Pr2º Lugar:iSaDora MarQUeS De CaMPoSProfª Maria da Conceição M. B. raimundoeeB Profª Justina da Conceição Silvaimbituba - SC3º Lugar:MiCHeLLY Mariano KoCHanSKi

Profª Maria da Conceição M. B. raimundoeeB Profª Justina da Conceição Silvaimbituba - SC

Categoria 7º ano:1º Lugar:tHUini LUiZi rigattiProfª adriana C. KozelskiColégio Bom Jesus / Palmas - Pr2º Lugar:JULiana V. Do naSCiMentoProfª gisélia Paladiniee Profª ondina Mª Diastijucas - SC3º Lugar:equipe: anDreSSa B. toMaSoni e LeiDiani C. Da SiLVaProfª gisélia Paladiniee Profª ondina Mª Diastijucas - SC

No final do ano passado O TRANSCENDENTE lançou uma proposta aos professores de Ensino Religioso do Brasil para apresentar seu Ponto de

Vista em relação à prática da disciplina de ER.Agradecemos a todos que nos enviaram suas ricas produções a partir do

seu modo de ver e agir o ER enquanto disciplina da área do conhecimento, o que contribui para a formação integral dos estudantes.

O objetivo desta campanha de OT foi montar uma coletânea de pareceres dos educadores do Brasil sobre a disciplina de ER, em constante processo de construção e, na sequência, divulgá-la para o conhecimento de todos.

Assim, os trabalhos serão divulgados em nossas próximas edições, na íntegra

Categoria 6º ano:1º Lugar:LiLiani De SoUZa FLorProfª Maria da Conceição M. B. raimundoeeB Profª Justina da Conceição Silvaimbituba - SC2º Lugar:iSaBeLe BeneDetti SeLBenProfª adriana C. KozelskiColégio Bom Jesus Palmas - Pr3º Lugar:JÉSSiCa LUiZa PaLaViCiniProfª adriana C. KozelskiColégio Bom Jesus Palmas - Pr

Os alunos estão de parabéns e também a escola, o professor e a professora que os motivaram naprodução dos trabalhos. Foram muitas as produções enviadas e todas mereceram nossa atenção, porém, como

estabelecemos alguns critérios para avaliação, foi por meio deles que escolhemos os seguintes trabalhos com o tema:

Caros Educadores de Ensino Religioso do Brasil. É com muita alegria que apresentamos o resultado do CONCURSO 2010:Categoria 8º ano:1º Lugar:FranCiane M. aMaraL gaiPoee Joaquim afonso rodriguesCarmo da Mata - Mg

2º Lugar:raMoM gUÉrioS riBaSProfª adriana C. KozelskiColégio Bom Jesus Palmas - Pr

3º Lugar:PaULa JeniFFer DoS S.Viriato ee Joaquim afonso rodriguesCarmo da Mata - Mg

Categoria 9º ano:equipe:

eMiLY g. roSSi,LariSSa FeLiCiano,

gioVana aLVeS arioS eLUiZ eDUarDo MoraiS

Profª gisélia Paladiniee Profª ondina Mª Dias

tijucas – SC

ou por tópicos referenciais. Pela sua participação, cada participante receberá um livro da Coleção Educação. (veja os trabalhos na íntegra no site: www.otranscendente.com.br)

Destaques aos Professores:• Profª Adriana Candido Delphino / Professora e Articuladora do Ensino Religioso em Jaraguá do Sul.

• Profª Francisca R. Franco R. de Souza / Pedagoga Especialista, profª de ER - João Pessoa - PB

• Profª Maria da Conceição Moreira Barreto Raimundo / Imbituba – SC

• Prof. Rudimar Gomes / Passo Fundo - RS

• Profª Vera Winkelmann

PARABÉNS A TODOS! A REDAÇÃO

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Professor, professora:A partir da Parábola do Lápis construa, com seus alunos, um rico momento de formação, analisando os vários aspectos apresentados a

respeito do lápis e relacionando-os com a missão e compromisso que cada pessoa tem diante da vida.

Parábolas são expressas em linguagens figuradas que servem para esclarecer ensinamentos.

São narrações alegóricas nas quais o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior.

São narrativas, imaginadas ou verdadeiras, que se apresentam com o fim de ensinar uma verdade.

As parábolas revelam as pessoas em sua maneira de proceder e de viver.

Algumas parábolas ensinam uma simples lição moral.

Outras, uma profunda verdade espiritual.

O fabricante de lápis disse aos seus lápis:– Há cinco coisas que vocês precisam

saber antes de eu enviá-los ao mundo. Sempre se lembrem delas, para se tornarem os melhores.

– Primeira: vocês poderão fazer grandes coisas, mas só se estiverem seguros na mão de alguém.

– Segunda: vocês experimentarão um doloroso processo de serem afiados de vez em quando, mas isso é necessário se

quiserem se tornar melhores.– Terceira: vocês têm a habilidade de corrigir qualquer

mal entendido que puderem ocasionar.– Quarta: a parte mais importante em todos vocês sempre estará do lado de dentro.

– Quinta: não importa a condição, vocês de-vem continuar a escrever. Vocês devem sem-pre deixar uma marca clara e legível, não importa

quão difícil seja a situação.Os lápis entenderam os ensinamentos, prometendo lem-

brar-se sempre, e entraram na caixa compreendendo completamente as lições do seu fabricante.

Autor desconhecido

Esta coleção com cinco livros contendo mais de 500 histórias, leva o leitor a compreender realidades fundamentais da vida através de contos de várias culturas e povos.

Os professores, pais e lideranças, em geral, terão neste livro o apoio que precisam para educar, preparar reuniões e encontros, conduzir orações em grupo, entre tantas outras atividades do educador comprometido.

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