O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO - … · A pós o fim de semana que deveria ter definido o...

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A pós o fim de semana que deveria ter definido o campeão da Liberta- dores de 2018, o termo “vergonha” passou a ser o mais usado entre imprensa e personalidades do esporte para definir a decisão do torneio. Não foi por acaso: a partida foi cancelada após o ônibus do Boca Juniors ter sido apedrejado na chegada do time ao estádio do rival, o River Plate. Foi uma sucessão de erros da organização daquela que prometia ser uma das mais marcantes finais de Libertadores, graças à histórica rivalidade entre as duas maiores torcidas da Argentina. O caso começou com uma grave falha no esquema de segurança da chegada do Boca Juniors. Sem isolamento, o ônibus da equipe entrou em uma emboscada de torcedores do River, que fizeram uma chuva de O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR REDAÇÃO Renovada, Libertadores vira ‘vergonha’ 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1131 - SEGUNDA-FEIRA, 26 / NOVEMBRO / 2018 Milhões de Euros foi a receita do Bayern de Munique na temporada de 2017/2018; foi um recorde para o clube. 657 mi

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Após o fim de semana que deveria ter definido o campeão da Liberta-dores de 2018, o termo “vergonha” passou a ser o mais usado entre imprensa e personalidades do esporte para definir a decisão do torneio.

Não foi por acaso: a partida foi cancelada após o ônibus do Boca Juniors ter sido apedrejado na chegada do time ao estádio do rival, o River Plate.

Foi uma sucessão de erros da organização daquela que prometia ser uma das mais marcantes finais de Libertadores, graças à histórica rivalidade entre as duas maiores torcidas da Argentina. O caso começou com uma grave falha no esquema de segurança da chegada do Boca Juniors. Sem isolamento, o ônibus da equipe entrou em uma emboscada de torcedores do River, que fizeram uma chuva de

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR REDAÇÃO

Renovada, Libertadores vira ‘vergonha’

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N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1131 - SEGUNDA-FEIRA, 26 / NOVEMBRO / 2018

Milhões de Euros foi a receita do Bayern de Munique na temporada de 2017/2018; foi um recorde para o clube. 657 mi

pedras no veículo. Vidros foram quebradas, e dois jogadores do time tiveram feri-mentos nos olhos, o que os impediria de entrar em campo.

Após o incidente, a Conmebol cometeu erros que desrespeitaram os 60 mil tor-cedores nas arquibancadas, os patrocinadores, as mídias e os milhões de telespec-tadores pelo mundo. Sem saber o que fazer, a partida foi retardada duas vezes. O adiamento definitivo aconteceu mais de duas horas depois do horário estabeleci-do inicialmente para o início do segundo jogo decisivo da Libertadores.

O embate ficou então marcado para domingo, mas o Boca Juniors protestou. O clube afirmou que não haveria garantias de segurança e que os jogadores não tinham condições de entrar em campo. A diretoria da equipe pediu os pontos da partida, com o argumento de que o mesmo aconteceu no clássico de 2015, tam-bém pela Libertadores. Na ocasião, torcedores do Boca jogaram gás de pimenta nos atletas do River, e a equipe foi desclassificada da competição. A Conmebol decidiu finalmente adiar a decisão sul-americana, sem definir uma data.

Na próxima terça-feira (27), a cúpula da Conmebol deverá ser reunir para definir os detalhes da partida decisiva. A entidade afirmou que o caso não era idêntico ao de 2015 porque o incidente aconteceu fora do estádio. Para marcar o jogo, no entanto, haverá alguns problemas. Na próxima semana, Buenos Aires receberá a cúpula do G20, o que dificultará a realização do evento esportivo. Por outro lado, a Copa do Mundo de Clubes da Fifa será iniciada no dia 12 de dezembro, o que dificulta o adiamento maior das datas. A confederação terá, então, dois dias para tentar amenizar o clima de decepção e “vergonha” que virou a Libertadores.

I M A G E M D A S E M A N A

PALMEIRAS VOLTA A SER

CAMPEÃO BRASILEIRO

Após o título de 2016 e o vice de

2017, o Palmeiras voltou a ser

campeão brasileiro; na imagem, o recém-reeleito

presidente do clube, Maurício Galiotte, celebra ao lado do técnico Luiz Felipe

Scolari, uma aposta do dirigente.

O P I N I Ã O

Libertadores é a mesma de sempre

A Libertadores continua a mesma. Um ano após a chegada da FC Diez e a pro-messa da Conmebol de mudar a imagem do torneio sul-americano, a mais importante disputa de clubes do continente permanece uma absoluta várzea.

Neste ano, teve um pouco de tudo: jogador irregular, regras ignoradas, WO. E, claro, o torneio terminou com um dos seus episódios mais patéticos.

E, infelizmente, há mais uma má notícia: a tendência é de manutenção dos problemas. Isso porque o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, teve a capacidade de afir-mar em nota oficial que os problemas da decisão não eram culpa da entidade, em uma clara falta de noção das responsabilidades mínimas de uma entidade que organiza eventos esportivos. Sem assumir os erros, fica difícil corrigi-los.

A situação aconteceu porque a Conmebol tem um longo histórico de conivência com os maiores absurdos recentes vistos no fu-tebol. Foi o caso do último embate entre Boca Juniors e River Plate, em que o time da Bombonera teve punição mínima após o caso do spray de pimenta.

Evidentemente que a Conmebol não pode ser responsável direta pela segurança de todos os jogos, mas cabe à entidade esta-belecer um manual de práticas obrigatórias, com responsabilidades mínimas para cada um que organiza o evento. E com punições bem estabelecidas a cada quebra de protoco-

lo. É o que faz a Uefa e qualquer entidade esportiva séria ao redor do mundo.Basicamente, a Libertadores deveria ter regras específicas para a chegada em segurança

do Boca ao estádio. Sem seguir o padrão imposto, o River deveria ter claro qual seria a sua punição. E, com a agressão direta a um jogador, o mínimo que se esperava era a punição esportiva ao clube que errou. Algo que hoje não poderá acontecer porque não há nada claramente estabelecido. Por culpa da Conmebol, obviamente.

Há alguns dias, a Máquina do Esporte mostrou como a FC Diez tem sido eficiente na busca de novos patrocínios para a Libertadores, mesmo sem o torneio ter melhorado sua imagem. Agora, está claro que, caso a agência queira triunfar, terá que se impor em questões esportivas. Se o torneio for gerido dessa maneira, será impossível realizar qual-quer trabalho responsável nos bastidores. Não há credibilidade que consiga ultrapassar a barreira do óbvio que é a falta de organização das partidas da competição.

A Libertadores e o futebol sul-americano sofreram um duro golpe no fim de semana. E não foi exceção. Há um enorme caminho para curar as feridas mais recentes.

Ao dizer que não teve culpa,

Conmebol mostra que tem pouco

comprometimento com seus torneios

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

Nike usa seleção em campanha com

basquete de rua

O Tribunal de Contas da União decidiu suspender o repasse das verbas das loterias para o Comitê Olímpico do Brasil. Segundo o TCU, a entidade está inadimplente com o governo e, por isso, a verba da Lei Piva está bloqueada, o que pode representar um rombo de cerca de R$ 18 milhões por mês no orçamento das confederações.

O Tribunal de Contar da União também suspenderá imediatamente o repasse de recursos do Comitê Olímpico para diversas confedera-ções, como Badminton, Canoagem, Capoeira, Hóquei e Patinação, Mo-tociclismo, Muay Thai, Taekwon-do, Tiro com Arco, Tiro Esportivo, Triatlo e Wrestling.

T C U S U S P E N D E V E R B A D E L E I P I VA PA R A C O M I T Ê

A Conmebol apresentou, na última sexta-feira, uma mudança em

relação à Copa América de 2019, a ser realizada no Brasil. A Arena Cor-inthians, que havia pedido para não participar do torneio, substituirá o Allianz Parque, estádio do Palmei-

ras. A administração do local alegou que haveria eventos na data que não poderiam ser cancelados. Dessa ma-

neira, o estádio em Itaquera receberá o torneio. Em São Paulo, o Morumbi

também terá jogos da disputa.

A R E N A C O R I N T H I A N S

R E C E B E R Á C O PA A M É R I C A

D E 2019

POR REDAÇÃO

A Nike decidiu usar o basquete de rua para ativar o patrocí-nio à seleção brasileira da modalidade. No próximo dia 1°, a marca americana vai promover em São Paulo a última etapa do Nike Battle Force, evento que foi realizado em diversos pontos da capital paulista para promover o calçado icônico de basquete Air Force 1, sucesso nos anos 1980.

A empresa fará o evento num espaço fechado na Vila Le-opoldina. A ideia é reforçar a cultura urbana a partir da pre-sença de ícones do movimento rap, como a cantora Karol Conka, além de promover uma batalha entre cantores.

A marca ainda aproveitará o evento para ativar a seleção masculina, que é patrocinada pela Nike e está na disputa das eliminatórias da Copa do Mundo de 2019. Os jogadores da seleção vão realizar um treino aberto ao público.

O evento reforça o novo posicionamento da Nike na ati-vação de seus patrocínios. Desde o ano passado, a marca tem procurado atrelar as ações a movimentos relacionados à cultura urbana. Foi assim, por exemplo, que a marca usou o conceito de “Brasileiragem” para ativar a seleção brasileira de futebol que jogou a última Copa do Mundo. A apresenta-ção do uniforme, aliás, foi feita num evento na avenida Pau-lista, com a presença de ex-jogadores do Brasil.

O mesmo conceito é transferido ao basquete. Atletas-sím-bolo da modalidade, como Magic Paula e Janeth estarão presentes por meio de alunos de seus institutos. A marca ainda promoverá a venda e a customização de calçados.

POR ERICH BETING

Logo após a confirmação do título brasileiro para o Palmeiras, a dona da Crefisa, Leila Pereira, prometeu que iria renovar o contrato de patrocínio ao clube por mais três anos. A executiva falou com jornalistas ainda no estádio

São Januário, após o time bater o Vasco e se consagrar campeão.A executiva exaltou os títulos recentes conquistados pelo Palmeiras para dizer

que a parceria era de “extremo sucesso”. Com o aporte da Crefisa, o time paulista chegou ao segundo título brasileiro, além de uma taça da Copa do Brasil.

Leila Pereira também reforçou que a iniciativa está diretamente relacionada com a reeleição do presidente Maurício Galiotte; o mandatário venceu as eleições do clube no fim de semana. A executiva e o dirigente mantêm relações próximas.

Durante as eleições do clube, por sinal, a parceria com a Crefisa esteve em evi-dência. A oposição do Palmeiras chegou a garantir ter um patrocínio encaminhado que pagaria ainda mais ao time. A ideia, claro, era enfraquecer a força que Galiotte mantém ao ser o homem de confiança de Leila Pereira dentro da agremiação.

Galiotte foi um dos responsáveis por dar mais poder à executiva dentro do clu-be, com manobra que permitiu que Pereira conseguisse um cargo de conselheira dentro do Palmeiras, algo que irritou alguns dos dirigentes do time.

Com o anúncio, a tendência é que os atuais termos sejam mantidos. Atualmente, a Crefisa paga R$ 78 milhões anuais ao time paulista, em acordo que engloba to-das as propriedades do uniforme palmeirense. Além da Crefisa, Leila Pereira usa a FAM no aporte ao clube; a instituição faz parte do mesmo grupo.

Crefisa promete renovar com Palmeiras

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POR REDAÇÃO