Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

21
BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Setembro de 2007 • Ano 29 • Nº 9 • R$ 3,50

description

• Um Sonho Torna-se Realidade • O Propósito de Deus Para Israel Durante a Tribulação • “Exodus 1947” - A verdadeira história • Quem, afinal, precisa de Israel?

Transcript of Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

Page 1: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Setembro de 2007 • Ano 29 • Nº 9 • R$ 3,50

Page 3: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

13

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• “Exodus 1947” - A verdadeira história - 13• Quem, afinal, precisa de Israel? - 19

índice5 Um Sonho Torna-se Realidade

10 O Propósito de Deus Para Israel Durante a Tribulação

Page 4: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

44 Notícias de Israel, setembro de 2007

“Naquele dia também haverá da partedo SENHOR grande confusão entre eles; cadaum agarrará a mão do seu próximo, cadaum levantará a mão contra o seu próximo”(Zacarias 14.13).

Irônicamente, a luta pelo poder entre o Hamase a Fatah, que terminou com a expulsão da Fatahda Faixa de Gaza, levou a Fatah a pedir ajuda aIsrael. A solicitação era que Israel expulsasse oHamas da Margem Ocidental, para que esse nãoacabasse tomando o poder também nessa região.Hoje em dia, a anteriormente radical Fatah temeser desalojada pelo ainda mais radical Hamas. Naverdade, a luta pelo poder entre os palestinosreflete o que ocorre em todo o mundo islâmico.Por isso, um líder da Fatah afirmou: “A violentatomada do poder pelo Hamas em Gaza deveriapreocupar todo o mundo árabe, pois por trás doHamas está o regime dos mullahs no Irã, quedeclarou guerra não apenas ao Ocidente, mas atodos os regimes árabes pró-ocidentais”. Alémdisso, o que o Hamas entende por pró-ocidental édemonstrado pelos ataques a igrejas e outrasinstalações cristãs que ocorreram em Gaza.

Ephraim Sneh, ex-vice-ministro da Defesa deIsrael, advertiu que o Irã não representará umperigo apenas depois de dispor de bombasatômicas, mas já é atualmente uma forte ameaçapor causa do apoio que dá ao terrorismo mundial.Segundo ele, o confronto com o Irã não seria algoque Israel enfrentará no futuro, mas já teriacomeçado. Em todas as frentes já lidamos agoracom representantes do Irã: com o Hamas e a“Jihad Islâmica” em Gaza e na Margem Ocidental ecom o Hezb’Allah (Partido de Alá) no Líbano e naSíria.

Também a rede terrorista Al Qaeda voltou a semanifestar, através de um vídeo do seuvice-líder, Ayman al Zawahiri. Eleconvocou todos os muçulmanos a seunirem na jihad (guerra santa) contra osEUA e seus aliados. Tradicionalmente, ospovos árabes sempre estiveram divididosentre si. Esse já era o caso no tempo deMaomé. Naquela época, através deguerras de conquista, ele conseguiuunificar as diversas tribos. O sucessodessa estratégia para a propagação do islãfez com que a jihad se tornasse um dospilares dessa religião. Hoje, parece não

haver unanimidade absoluta sobre essa visão dajihad, pois alguns muçulmanos alegam rejeitar aguerra santa ou dizem entendê-la como sendoapenas uma luta espiritual. A Al Qaeda, porém,insiste que o combate militar foi ordenado porAlá como meio de propagação do islã. Esse grupoterrorista chega até ao ponto de acusar detraidores do islã a todos os muçulmanos que nãocompartilham das suas opiniões. Por isso, osadeptos de Osama Bin Laden exigem a derrubadados governos árabes moderados. Assim,atualmente, muitos regimes árabes têm medo doislã radical. Eles estão até dispostos a conversarcom Israel sobre a solução do problema palestino,porque acreditam que assim tirarão dosextremistas as motivações para sua instigação àviolência. Talvez essa situação realmentecontribuirá para uma suposta solução pacífica.Mas, através da perspectiva das profecias bíblicas,sabemos que não será possível evitar o vindourogrande confronto. Quando ele ocorrer, a quedados inimigos de Israel se dará exatamente pela suadesunião interna, como escreve o profetaZacarias: “Naquele dia também haverá daparte do SENHOR grande confusão entreeles; cada um agarrará a mão do seupróximo, cada um levantará a mão contra oseu próximo” (Zacarias 14.13).

Olhando para Aquele que dirige também asguerras, saúdo com um sincero

Shalom!

FFrreeddii WWiinnkklleerr

Page 5: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

55Notícias de Israel, setembro de 2007

O Dr. Martin Luther King, de-fensor dos direitos civis nos EUA,empenhou-se pela equiparação dosnegros na sociedade americana. Em1963 ele fez seu mundialmente fa-moso discurso “I have a dream”(“Eu tenho um sonho”) diante doLincoln Memorial em Washington.Entre outras coisas, ele disse:

Eu tenho um sonho, de que umdia, nas colinas vermelhas da Geór-gia, os filhos de ex-escravos e os fi-lhos de ex-senhores de escravos po-derão sentar-se juntos à mesa da fra-ternidade. Eu tenho um sonho, deque um dia o estado do Mississippi,um deserto que morre de sede no ca-lor da injustiça e da opressão, setransformará em um oásis de liberda-de e justiça. Eu tenho um sonho, deque um dia meus quatro filhos peque-nos viverão em uma nação em quenão serão julgados pela cor da suapele, mas pelo seu caráter. Eu tenhoum sonho hoje. (...) Com esta fé serei

capaz de demolir a montanha do de-sespero até transformá-la em uma pe-dra de esperança. Com esta fé sere-mos capazes de transformar os estri-dentes ruídos de nossa nação emuma maravilhosa sinfonia de fraterni-dade.1

Martin L. King não chegou apresenciar a realização total dessesonho, pois tempos depois foi assas-sinado em um atentado. Mas assuas palavras refletem o sonho detoda a humanidade em todas asépocas. Nós nos preocupamos comnossos filhos e netos. A injustiça e odesespero aumentam; ansiamos porum oásis de justiça e sonhamoscom a esperança.

De geração em geração a huma-nidade anseia por fraternidade eigualdade, por justiça social e pros-peridade, por paz e felicidade paratodos os povos. Por isso foi criada aONU. Agora há uma boa notíciapara todos nós: depois que todas as

tentativas humanas, políticas e hu-manitárias tiverem fracassado e opesadelo do reino do Anticristo ti-ver chegado ao fim, esse sonho setornará realidade! Afinal, JesusCristo voltará e estabelecerá Seureino na terra. O Salmo 72 tratadesse acontecimento. Mesmo queesse salmo não seja mencionado noNovo Testamento, ele é inequivo-camente messiânico. Ele fala de for-ma detalhada sobre o maravilhosofuturo reino de Jesus Cristo. Ele fa-la de um sonho que poderá se tor-nar realidade, e de uma esperançaque só Jesus pode atender.

O Salmo 72 pode ser divididoem quatro seções, que passo a tra-tar individualmente:

Sobre Salomão – fazendoreferência a Jesus

“Concede ao rei, ó Deus, os teusjuízos e a tua justiça, ao filho do rei.

Page 6: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

Julgue ele com justiça o teu povo e osteus aflitos, com eqüidade. Os montestrarão paz ao povo, também as colinasa trarão, com justiça. Julgue ele osaflitos do povo, salve os filhos dos ne-cessitados e esmague ao opressor. Elepermanecerá enquanto existir o sol eenquanto durar a lua, através das ge-rações” (Sl 72.1-5).

Basicamente, o salmo fala do go-verno de Salomão:

• Ele era “filho do rei” Davi. Aaliança davídica continua em dire-ção ao Messias passando por Salo-mão (Sl 89).

• Sob o governo de Salomão, Is-rael experimentou um período deflorescimento e a expansão máximade seu território.

• Os seus juízos eram mundial-mente famosos (1 Rs 3.16-28; 1 Rs5.9-14).

• A rainha deSabá veio de longecom presentes paraconhecer a sua sa-bedoria (1 Rs 10).

• Salomão ge-rou justiça e igual-dade social comoninguém mais de-pois dele.

• Seu reinadode quarenta anosficou caracterizadopor paz, riqueza ejustiça.

Mas por trásdesse reinado salo-mônico resplande-ce o reino futurodo Messias, JesusCristo – o reinadouniversal e eternode Deus. Está es-crito a respeito deJesus, o filho doRei: “Este serágrande e será cha-mado Filho do Altís-simo; Deus, o Se-

nhor, lhe dará o trono de Davi, seupai; ele reinará para sempre sobre acasa de Jacó, e o seu reinado não teráfim” (Lc 1.32-33).

O sonho cujo cumprimento acriação anseia (cf. Rm 8.22-23) secumprirá num momento em que aterra estiver em completa desor-dem. Jesus pisará o “opressor” (oAnticristo), que pouco antes aindareinava com poder satânico (cf. Sl72.4). Portanto, o aumento da inse-gurança, da inquietude e da ameaçatambém promete algo bom: Jesusestá voltando, a profecia está secumprindo.

O “filho do rei” (v.1), descen-dente direto da linhagem de Davi,é, em última instância, uma indica-ção do Filho de Deus e do cumpri-mento do Salmo 2: “Eu, porém,constituí o meu Rei sobre o meu santo

monte Sião. Proclamarei o decreto doSENHOR: Ele me disse: Tu és meu Fi-lho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu tedarei as nações por herança e as extre-midades da terra por tua possessão...Beijai o Filho para que se não irrite, enão pereçais no caminho; porque den-tro em pouco se lhe inflamará a ira.Bem-aventurados todos os que nele serefugiam” (vv. 6.8,12).

Em seu comentário do AntigoTestamento, Arno C. Gaebelein ex-plica a respeito de Jesus Cristo:“Ele é o único que pode trazer jus-tiça e paz ao ser humano e que cer-tamente trará ambas as coisas à ter-ra quando voltar nas nuvens”.

William MacDonald escreve,também em um comentário do An-tigo Testamento: “Será um tempomaravilhoso para este mundo can-sado e constantemente em conflito.Então, terá início a época douradapela qual a humanidade anseia. Oslamentos da criação cessarão, paz eprosperidade florescerão... Tudo oque o Salmo 72 traz em forma dedesejo (ou no tempo futuro, em al-gumas traduções) se tornará reali-dade quando o Redentor estabele-cer Seu radiante reinado”.

A chegada do Messias“Seja ele como chuva que desce so-

bre a campina ceifada, como aguacei-ros que regam a terra” (Sl 72.6). Esseversículo não se refere a Salomão,mas a Jesus. A volta de Jesus está di-retamente ligada à restauração espi-ritual de Israel. Nesse sentido, estáescrito: “Vinde, e tornemos para o SE-NHOR, porque ele nos despedaçou e nossarará; fez a ferida e a ligará. Depoisde dois dias, nos revigorará; ao terceirodia, nos levantará, e viveremos diantedele. Conheçamos e prossigamos em co-nhecer ao SENHOR; como a alva, a suavinda é certa; e ele descerá sobre nóscomo a chuva, como chuva serôdia querega a terra” (Os 6.1-3).

66 Notícias de Israel, setembro de 2007

Martin Luther King: “Eu tenho um sonho...”.

Page 7: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

Depois de três dias, Israel – as-sim como o Filho do homem – serálevantado da morte espiritual: tãocerto quanto Jesus voltará, está ga-rantido o futuro abençoado que Is-rael tem diante de si. E tão certoquanto o sofrimento que Israel pre-cisou padecer, um dia o seu rema-nescente será tirado desse sofrimen-to e colocado por cabeça sobre to-dos os povos: “Porque assim diz oSENHOR: Cantai com alegria a Jacó,exultai por causa da cabeça das na-ções; proclamai, cantai louvores e di-zei: Salva, SENHOR, o teu povo, o res-tante de Israel” (Jr 31.7). “A tua jus-tiça, ó Deus, se eleva até aos céus.Grandes coisas tens feito, ó Deus;quem é semelhante a ti? Tu, que metens feito ver muitas angústias e males,me restaurarás ainda a vida e de novome tirarás dos abismos da terra” (Sl71.19-20).

O reinado do Messias1. Seu reinado universal“Floresça em seus dias o justo, e hajaabundância de paz até que cesse de ha-ver lua. Domine ele de mar a mar edesde o rio até aos confins da terra.Curvem-se diante dele os habitantes dodeserto, e os seus inimigos lambam o pó.Paguem-lhe tributos os reis de Társis edas ilhas; os reis de Sabá e de Sebá lhe

ofereçam pre-sentes. E to-dos os reis seprostrem pe-rante ele; to-das as naçõeso sirvam” (Sl72.7-11). Asp a l a v r a s“justiça” (“ojusto”) e“paz” lem-bram o Mel-quisedequeh i s t ó r i c o ,que apontapara o Mel-quisedeque

celestial – Jesus Cristo: “primeira-mente se interpreta rei de justiça, depoistambém é rei de Salém, ou seja, rei depaz” (Hb 7.2). Da mesma forma co-mo a injustiça gera guerra, a justiçagera paz. Por que há tantas guerras,por que existe tanta violência na so-ciedade? Porque a injustiça nos do-mina.

Vivemos no meio de um mundorasgado por guerras e crises. Por-tanto, as palavras “abundância depaz” soam como bálsamo para a al-ma. Sob o reinado de Jesus Cristoas espadas serão transformadas emrelhas de arado, e ninguém maisaprenderá a guerra (Is 2.4). Quar-téis e exercícios militares serão coi-sa do passado: “Imagine uma guer-ra de que ninguém participará”.

Os governos humanos injustosvêm e vão. Mas Jesus superará tudoo que é temporal, pois Ele é o pró-

prio Sol da justiça (Ml 3.20). Seureinado será eterno e alcançará osconfins da terra (Sl 72.8), inclusiveo novo céu e a nova terra. Israeltambém permanecerá: “...como osnovos céus e a nova terra, que hei defazer, estarão diante de mim, diz oSENHOR, assim há de estar a vossaposteridade e o vosso nome” (Is 66.22;cf. Dn 7.13-14). Mesmo os orgulho-sos povos árabes se curvarão e sehumilharão diante dEle (Sl 72.9).Em minha opinião, isso inclui tam-bém a admissão de que o Corão,que eles consideram superior, nãotem nenhum valor; afinal, esses ha-bitantes do deserto são expressa-mente mencionados. Será queDeus, em Sua previdência, fez comque esses versículos fossem escritoshá longo tempo atrás, para que nósreconhecêssemos a Sua soberania?

Mais que isso, todos os reis epovos honrarão ao Senhor; eles tra-rão dádivas e O servirão. Essa dedi-cação já fora demonstrada a Salo-mão (1 Rs 5.1-5; 10.1ss.). Quantomaior honra receberá o Rei dosreis! Logo depois de Seu nascimen-to os sábios do Oriente já O adora-vam e Lhe trouxeram presentes:“Entrando na casa, viram o meninocom Maria, sua mãe. Prostrando-se, oadoraram; e, abrindo os seus tesouros,entregaram-lhe suas ofertas: ouro, in-censo e mirra” (Mt 2.11).

2. Seu reinado justo“Porque ele acode ao necessitado queclama e também ao aflito e ao desvali-do. Ele tem piedade do fraco e do ne-cessitado e salva a alma aos indigen-tes. Redime a sua alma da opressão eda violência, e precioso lhe é o sanguedeles” (Sl 72.12-14)..

Uma revista publicou uma re-portagem que mostrava que justa-mente os países com as maiores ri-quezas subterrâneas são aquelesque têm maior pobreza e opressão.

77Notícias de Israel, setembro de 2007

O sonho por cujo cumprimento a criação anseia (cf. Rm 8.22-23)se cumprirá num momento em que a terra estiver

em completa desordem.

Page 8: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

As pessoas são exploradas. Mas viráo dia em que essa situação desapa-recerá de uma vez por todas. Os in-justos serão condenados, os pobres,atendidos, e os justos, exaltados.

Thomas Ice e Timothy Demyescrevem a esse respeito: “Em todaa história, o mundo conheceu mui-tos reinos, dinastias e impérios. Elesascenderam e decaíram, passandopelas páginas da história como fo-lhas num dia de outono. Alguns fo-ram espetaculares e repletos de es-plendor, outros escravizaram e mas-sacraram suas populações. Nãoimporta como lembramos deles, to-do têm o mesmo denominador co-mum – líderes humanos”.1

Sob o reinado de Jesus não ha-verá mais discriminação de raças ouminorias. A questão dos curdos ou

o problema doNepal, por exem-plo, serão solu-cionados. Nin-guém mais sofre-rá por causa deinjustiça social,corrupção eopressão. Qual-quer pessoa, sejapobre ou rica, en-contrará nEle seuadvogado; ela se-rá ouvida e terájustiça. Jesus re-solverá todos osproblemas e sal-vará todas as pes-soas que creramnEle.

3. Seu reinadoreconhecido“Viverá, e se lhedará do ouro deSabá; e continua-mente se fará porele oração, e o ben-dirão todos os dias.

(...) Subsista para sempre o seu nomee prospere enquanto resplandecer o sol;nele sejam abençoados todos os ho-mens, e as nações lhe chamem bem-aventurado” (Sl 72.15,17). Em pri-meiro lugar esses versículos certa-mente se referem a Salomão. Mas aindicação profética apontada paraJesus é inconfundível: “Subsista pa-ra sempre o seu nome”.

Um governo recém-eleito nor-malmente recebe congratulações deoutros governos. Isso valerá especial-mente para o Senhor Jesus: a huma-nidade será abençoada por meio dE-le, e por sua vez também O bendirá.Ela irá louvá-lO e honrá-lO por teriniciado o seu domínio. A profeciadada a Abraão será totalmente cum-prida: “...em ti serão benditas todas asfamílias da terra” (Gn 12.3)..

4. Seu reinado social“Haja na terra abundância de cereais,que ondulem até aos cimos dos montes;seja a sua messe como o Líbano, e dascidades floresçam os habitantes como aerva da terra” (Sl 72.16)..

Hoje, aproximadamente doisterços da população mundial vivemabaixo da linha de pobreza, e amaior parte dessa parcela sofre desubnutrição. “Em todo o mundo,246.000.000 crianças precisam tra-balhar para garantir sua própria so-brevivência ou a de sua família –isso corresponde a uma em cadaseis crianças em todo o mundo.Quase um terço delas tem menosde dez anos”.2 “Por ano, cerca dedois milhões de recém-nascidosmorrem antes de completar 24 ho-ras de vida. Isso gerou um estudode âmbito mundial sobre a morta-lidade infantil. A maior parte dasmortes, principalmente nos paísesem desenvolvimento, poderia serimpedida com medidas simples, co-mo alimentação suficiente, roupaspara manter o corpo aquecido outesouras limpas para cortar o cor-dão umbilical”.3 “Mais de um bi-lhão de pessoas vivem sem águalimpa. Um número ainda maior –2,6 bilhões – não têm acesso a sa-neamento básico: não dispõem debanheiros e esgoto. Considere: atéa meia-noite de hoje 6.000 pessoasterão morrido por causa da faltade água – tantas quantas em qual-quer outro dia. O assassino núme-ro um é a água suja, que provocadiarréias e doenças relacionadas.(...) De acordo com os cálculos deespecialistas da ONU, a Terra temmuita água. Mas o homem destróiessa riqueza – por exemplo, pelapoluição”.4 Mas um dia esse sofri-mento desaparecerá! Sob o gover-no de Jesus, celeiros, silos e arma-zéns de todo o mundo ficarãocheios até transbordar. Não have-rá mais fome em parte alguma, e

88 Notícias de Israel, setembro de 2007

Jesus superará tudo que é temporal, pois Ele é o próprio Sol da justiça.

Page 9: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

todas as pessoas viverão em cor-respondente prosperidade.

Um sonho se torna realidade“Bendito seja o SENHOR Deus, o

Deus de Israel, que só ele opera prodí-gios. Bendito para sempre o seu glorio-so nome, e da sua glória se encha todaa terra. Amém e amém! Findam asorações de Davi, filho de Jessé” (Sl72.18-20).

Sonhos se tornam realidade,mas só por meio de Deus. Só Elepode fazer milagres. As pessoasgostam de construir castelos noar. Mas o problema é que não dápara morar neles. Em Deus, po-rém, todas as coisas são possíveis.Sua glória celestial um dia enche-rá toda a terra. Então teremos li-teralmente – e realmente! – o céuna terra: “...ouvi grande voz vin-da do trono, dizendo: Eis o taber-náculo de Deus com os homens. Deushabitará com eles. Eles serão povosde Deus, e Deus mesmo estará comeles” (Ap 21.3).

Mas só quem tiver se refugiadoem Jesus participará dessa glória.Você já deu esse passo? Se não, façaisto agora! Diga sim a Jesus; entãovocê também poderá desfrutar des-ta esperança viva: “Floresça em seusdias o justo” (Sl 72.7). Você se tor-nará justo pela fé em Jesus Cristo:“...para ele mesmo ser justo e o justifi-cador daquele que tem fé em Jesus”(Rm 3.26)..

Versículos como este levaramMartim Lutero à conversão e à Re-forma. E a mesma conversão a Je-sus também foi responsável pela re-

cuperação social dos países que fo-ram alcançados pela Reforma: es-colas, hospitais, asilos e outras ins-tituições sociais foram fundados emseguida. A economia também co-meçou a melhorar. Mas hoje, infe-lizmente, esses mesmos países seencontram novamente em rumodescendente por causa do afasta-mento de Deus.

No fim do Salmo 72, Davi diz:“Findam as orações de Davi” (v.20).Isso significa que ele não tinha maisnada a pedir. Profeticamente ele sa-bia que suas orações seriam atendi-das e seus sonhos se realizariam.Chegará o momento a partir doqual não será mais necessário so-nhar a respeito de tempos melho-res. A volta de Jesus dará início àmelhor das épocas.

O seu sonho já se tornou reali-dade? Você não precisa mais ape-nas sonhar com o perdão; ele já estádisponível. Você não deve se limitara sonhar com vida eterna, pois elajá existe. Basta você estender amão. Sonhos se tornam realidade!

Notas:1. Ice, Thomas e Demy, Timothy A Verdade

Sobre o Milênio, Actual Edições, página 11.2. P.-D. Nr. 2/2006.3. ZO/AvU, 9.5.2006.4. P.-D. Nr. 13/2006.

99Notícias de Israel, setembro de 2007

Haverá abundância de cereais na terra.

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 10: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

HÁ ALGUM TEMPO participei deum debate com o preterista GaryDeMar sobre o seguinte tema: “AGrande Tribulação: Um EventoPassado ou Futuro?”. Um dos ar-gumentos que elaborei a favor daperspectiva de que a Tribulação sedará em tempo futuro, baseou-seno fato de que entre os propósitosestabelecidos na Bíblia para aqueleperíodo de sete anos, um diz respei-to à nação de Israel e não se cum-priu no primeiro século. Então,qual seria exatamente o propósitode Deus para Israel durante a Tri-bulação?

> Eliminar os rebeldes <Um dos principais propósitos de

Deus relativos a Israel durante aTribulação será a conversão do re-manescente judeu à fé em Jesus co-

mo seu Messias. Isso acontecerá notranscurso da Tribulação, contudo,no fim do período de sete anos, onúmero total do remanescente elei-to terá se convertido a Jesus. É pro-vável que esse número seja de umterço do povo judeu, conforme émencionado em Zacarias 13.9:“Farei passar a terceira parte pelo fo-go, e a purificarei como se purifica aprata, e a provarei como se prova oouro; ela invocará o meu nome, e eu aouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá:O SENHOR é meu Deus”. Como par-te do processo de levar o remanes-cente do povo judeu à fé, o texto deZacarias 13.8 fala de uma purifica-ção da nação pelo expurgo daquelecontingente não-eleito de judeus:“Em toda a terra, diz o SENHOR, doisterços dela serão eliminados e perece-rão; mas a terceira parte restará nela”.Os profetas do Antigo Testamento

freqüentemente fazem menção aoexpurgo dos judeus não-eleitos du-rante a Tribulação.

O texto de Ezequiel 20.33-38 éuma das principais passagens quetratam do reagrupamento dos judeusem sua antiga terra, fato esse queocorrerá antes da Tribulação comoum preparo para a eliminação dosnão-eleitos de Israel, os quais, nessapassagem, são denominados de “osrebeldes” (Ez 20.38): “Tão certo comoeu vivo, diz o SENHOR Deus, com mãopoderosa, com braço estendido e derra-mado furor; hei de reinar sobre vós; ti-rar-vos-ei dentre os povos e vos congre-garei das terras nas quais andais espa-lhados, com mão forte, com braçoestendido e derramado furor. Levar-vos-ei ao deserto dos povos e ali entrareiem juízo convosco, face a face. Comoentrei em juízo com vossos pais, no de-serto da terra do Egito, assim entrarei

1100 Notícias de Israel, setembro de 2007

Page 11: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

em juízo convosco, diz o SENHOR

Deus. Far-vos-ei passar debaixo domeu cajado e vos sujeitarei à disciplinada aliança; separarei dentre vós os re-beldes e os que transgrediram contramim...” (Ezequiel 20.33-38a).

A expressão “passar debaixo domeu cajado” refere-se a uma avalia-ção e separação. O processo de ex-purgo resultará na remoção dos re-beldes, restando, assim, o remanes-cente crente que ficará sujeito “àdisciplina da aliança” (Ez 20.37).

Numa disposição similar identi-ficada dois capítulos mais tarde,Ezequiel recebe outra revelação so-bre o futuro reagrupamento nacio-nal de Israel (Ez 22.17-22). Destavez, o Senhor declara: “...eis que vosajuntarei no meio de Jerusalém” (Ez22.19). À semelhança de um meta-lúrgico, o Senhor utilizará o fogo daTribulação para expurgar da naçãoos infiéis, como Ele próprio diz:“Congregar-vos-ei e assoprarei sobrevós o fogo do meu furor; e sereis fundi-

dos no meio de Jerusalém” (Ez22.21). No contexto dessa passa-gem, a expressão “meu furor” re-presenta o tempo da Grande Tribu-lação. Dessa passagem também sedepreende que a nação tem de serreagrupada antes que esse expurgoefetuado por Deus aconteça. O re-sultado desse ato divino se constatapelas seguintes palavras: “E sabereisque eu, o SENHOR, derramei o meu fu-ror sobre vós” (Ez 22.22). Israel jáestá de volta à sua terra, aguardan-do o fogo depurador da Tribulaçãoque removerá os não-eleitos e reve-lará o remanescente fiel.

Em Jeremias 30.7 somos nova-mente informados sobre o “tempode angústia para Jacó”. O contextorevela que tal angústia se compara aalguém que está com dores de par-to, prestes a dar à luz (Jr 30.6), “ele[i.e., ‘Jacó’, a saber, Israel], porém,será livre dela” (Jr 30.7,11). O re-manescente será liberto ao longodesse tempo de angústia, que cor-

responde claramente ao período daGrande Tribulação. Nessa época, oSenhor castigará a nação de Israel:“de ti, porém, não darei cabo, mascastigar-te-ei em justa medida e de to-do não te inocentarei” (Jr 30.11). Es-sa punição corretiva resultará naconversão de Israel: “Vós sereis meupovo, e eu serei o vosso Deus” (Jr30.22). Jeremias afirma que essascoisas ocorrerão “nos últimos dias”(Jr 30.24).

As profecias do capítulo 12 deDaniel se localizam dentro dessecontexto cronológico da Tribulação(Dn 12.1): “Muitos serão purificados,embranquecidos e provados; mas osperversos procederão perversamente, enenhum deles entenderá, mas os sábiosentenderão” (Dn 12.10). Nessa pas-sagem percebe-se o constante temada eliminação dos judeus não-elei-tos durante a Tribulação, bem co-mo se pode notar o resgate ou a sal-vação dos eleitos. Tais aconteci-mentos são profetizados para secumprir no decorrer do “tempo dofim” (Dn 12.9).

Muitos outros textos bíblicos sereferem à necessidade de depurar opovo judeu, geralmente numa rela-ção com a cidade de Jerusalém (Is1.22,25; Is 48.10; Jr 6.27-30; Jr9.7; Ml 3.2-3). Arnold Fruchten-baum diz:

Como uma nação purificada ecrente, eles se converterão ao Senhornesse tempo. Aqui, ele, mais umavez, menciona o reagrupamento mun-dial em condição de incredulidade,como preparação para um julgamen-to específico no futuro. Entretanto, opropósito do julgamento é o de levá-los a um arrependimento nacional.1

> A condição para a Segunda Vinda <

Muitos crentes em Cristo ficamsurpresos ao aprender que a Segun-da Vinda é uma operação de salva-

1111Notícias de Israel, setembro de 2007

Um dos principais propósitos de Deus relativos a Israel durante a Tribulação será aconversão do remanescente judeu à fé em Jesus como seu Messias.

Page 12: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

mento. Jesus voltará ao planetaTerra com a finalidade de livrar oremanescente de crentes judeus queestará na iminência de ser destruídodurante a batalha do Armagedom.Penso que seja isso a que Paulo serefere em Romanos 10, quando nosdiz: “Todo aquele que invocar o nomedo Senhor será salvo. Como, porém,invocarão aquele em quem não cre-ram? E como crerão naquele de quemnada ouviram? E como ouvirão, senão há quem pregue?” (Rm 10.13-14). Em outras palavras, o povo ju-deu terá de crer em Jesus como seuMessias para ser salvo por Ele naSegunda Vinda. É exatamente issoque vai acontecer.

O Antigo e o Novo Testamentoensinam que, antes da volta deCristo à Terra para estabelecer Seureino milenar, a nação de Israel seconverterá a Jesus como seu Mes-sias e O invocará para salvá-la. Issoé ensinado por toda a Bíblia (Lv26.40-42; Jr 3.11-18; Os 5.15; Zc12.10; Mt 23.37-39; At 3.19-21).

O texto de Oséias 5:15 declara:“Irei e voltarei para o meu lugar, atéque se reconheçam culpados e busquema minha face; estando eles angustia-dos, cedo me buscarão”. O termo“até” nos leva a entender que, umdia, a nação se converterá ao Se-nhor, conforme fica demonstradono contexto que vem imediatamen-

te a seguir. O pró-prio Senhor Jesuspronunciou em Ma-teus 23.39 um im-portante “até” paraa nação de Israel,quando disse: “De-claro-vos, pois, que,desde agora, já nãome vereis, até que ve-nhais a dizer: Bendi-to o que vem em no-me do Senhor!”. Oapóstolo Pedro avi-sa a nação judaicaque eles não verãoJesus, de novo, en-quanto não se arre-penderem, confor-me se lê: “Arrepen-dei-vos, pois, econvertei-vos para se-rem cancelados osvossos pecados, a fimde que, da presençado Senhor, venhamtempos de refrigério, eque envie ele o Cristo,que já vos foi desig-nado, Jesus, ao qualé necessário que o céureceba até aos temposda restauração de to-

das as coisas, de que Deus falou porboca dos seus santos profetas desde aantiguidade” (At 3.19-20). Fruch-tenbaum esclarece o seguinte:

Este, portanto, é o duplo funda-mento da Segunda Vinda: Israel pre-cisa confessar seu pecado de cunhonacional [...] e, em seguida, clamarpela volta do Messias, ao chorar porele como se chora amarga-mente pelo primogênito.2

> A conversão nacional de Israel <

A Bíblia ensina que um dia a na-ção de Israel se voltará para o Se-nhor seu Deus. Tal conversãoacontecerá no final da Tribulação eé o objetivo final daquele “tempo deangústia para Jacó”. Muitas passa-gens bíblicas predizem a futuraconversão dos judeus a Jesus, reco-nhecendo-O como seu Messias (Sl79.1-13; Sl 80.1-19; Is 53.1-9; Is59.20-21; Is 61.8-9; Is 64.1-12; Jr30.3-24; Jr 31.31-40; Jr 32.37-40;Jr 50.4-5; Ez 11.19-20; Ez 16.60-63; Ez 34.25-26; Ez 36.24-32; Ez37.21-28; Os 6.1-3; Jl 2.28-32; Zc9.11; Zc 12.10 13.9; Rm 11.25-27). O texto de Oséias 6.1-2 é umadas passagens mais interessantesacerca da futura conversão da na-ção de Israel: “Vinde, e tornemos pa-ra o SENHOR, porque ele nos despeda-çou e nos sarará; fez a ferida e a liga-rá. Depois de dois dias, nosrevigorará; ao terceiro dia, nos levan-tará e viveremos diante dele”.

> Conclusão <A Bíblia deixa muito claro que o

tempo da angústia de Jacó (i.e., aTribulação), durante o qual os ju-deus não-eleitos devem ser expur-gados e eliminados ao passo que oremanescente crente será salvo(tanto espiritual quanto fisicamen-te), não foi um fato passado cum-

1122 Notícias de Israel, setembro de 2007

Israel já está de volta à sua terra, aguardando o fogo depurador da Tribulação que removerá os não-eleitos e revelará o remanescente fiel. Na foto: Tel Aviv na hora do rush.

Page 13: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

prido nos acontecimentos que mar-caram a destruição de Jerusalém noano 70 d.C. Sinto muito, senhorDeMar! O senhor pode tentar tudoo que for possível através de suasinterpretações naturalistas, mas nãopode “forçar a barra” para que es-

ses eventos sobrenaturais se encai-xem na história do primeiro século.Tais textos das Escrituras simples-mente não se encaixam! Pelo con-trário, eles requerem um cumpri-mento futuro relativo a uma naçãode Israel literal. Fruchtenbaum de-

clara:Somente pela fé no

Filho do Homem é queIsrael pode ser regene-rado. Somente pela in-vocação do Nome doSenhor é que Israelpode ser espiritual-mente salvo. Somentepela volta do Filho doHomem é que Israelpode ser fisicamentesalvo”.3

É exatamente isso que acontece-rá no futuro, por ocasião da Tribu-lação. O Senhor está montando opalco para esses acontecimentos fu-turos, desde o momento em quetrouxe Seu povo escolhido de voltaà terra dele, num preparativo tantopara a eliminação dos não-eleitosquanto para a redenção dos eleitos.Maranata! (Pre-Trib Perspectives)

Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-TribResearch Center em Lynchburg, VA (EUA).Ele é autor de muitos livros e um dos editoresda Bíblia de Estudo Profética.

Notas:1. Arnold Fruchtenbaum, The Footsteps of the

Messiah: A Study of the Sequence of Pro-phetic Events, Tustin, CA: Ariel Ministries,2003 [1982], p. 101-02.

2. Fruchtenbaum, Footsteps, p. 312.3. Fruchtenbaum, Footsteps, p. 345.

1133Notícias de Israel, setembro de 2007

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

18 de julho, 1947: um navio daHaganá (organização militar ju-daica clandestina), rebocado pelamarinha britânica, aporta em Hai-fa. A bordo estavam 4.554 sobre-viventes do genocídio nazista, to-dos determinados a viver em EretzIsrael, a terra de Israel, único lu-gar no mundo que aceitavam cha-mar de “lar”.

Yossi Harel, que liderou o Mossad(serviço secreto de Israel) na décadade 1950, assim reportou o evento: “OEstado de Israel não foi criado em1948, quando foi formalmente decla-rado no Museu de Tel Aviv. Nasceumais cedo, em 18 de julho de 1947,quando um antigo navio americano,bastante danificado, o “Exodus

1947”, arrastou-se para dentro doporto de Haifa”.

O navio se tor-nou símbolo da lu-ta dos judeus, mui-tos deles sobrevi-ventes doHolocausto, paraemigrar para a Ter-ra de Israel, naépoca, sob manda-to britânico. O in-cidente mostrou aomundo as catastró-ficas conseqüênciasda política britâni-ca para a Palesti-na, em vigor desdea publicação do Li-

vro Branco, em 1939, que restringiaa apenas 1.500 o número de judeus

“Exodus 1947” – A verdadeira história

O navio “Exodus 1947”se tornou símbolo da luta dos judeus,muitos deles sobreviventes do Holocausto, para emigrar para a

Terra de Israel, na época, sob mandato britânico.

Page 14: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

que podiam entrar legalmente no país.O sofrimento dos passageiros do“Exodus 1947” e a injustiça contraeles perpetrada pelas autoridades in-glesas causaram protestos mundiaiscontra a Grã-Bretanha, resultando emmaior apoio nas Nações Unidas emfavor da criação de um Estado Ju-deu.

Do término da II Guerra Mundialaté janeiro de 1948, agentes de orga-nizações judaicas, entre as quais aHaganá, o Mossad e o Irgun, haviamconseguido levar para a Eretz Israel63 embarcações de refugiados judeus,58 das quais foram interceptadas pe-los ingleses. Dos 23 mil judeus quetentaram entrar “ilegalmente” na Terrade Israel, menos de 5 mil lograram-no,na primeira tentativa. Mas, apesar detodas as dificuldades e perigos – obloqueio naval britânico, no litoral deEretz Israel, e os 80 mil soldados bri-tânicos que patrulhavam a região – o“tráfico ilegal” de refugiados judeusnão foi interrompido.

Chegada a Eretz IsraelQuando, naquele 18 de julho,

completamente avariado, o navio, pu-

xado por um reboque, chegou ao cais,em seu mastro tremulava a bandeirasionista. Os britânicos, à espera donavio “inimigo”, estavam, naquelasexta-feira, em alerta total. Haviam fe-chado o porto, ao qual somente ti-nham acesso militares e policiais ingle-ses ou jornalistas da mídia internacio-nal. No cais se viam tanques,policiais, militares e 500 homens daartilharia britânica. Ao lado do cais,aguardavam três navios-prisão:“Ocean Vigour”, “Runnymede Park” e“Empire Rival”. Os ingleses queriamfazer do “Exodus 1947” o exemplopara desencorajar, de uma vez por to-das, a entrada de judeus na Terra deIsrael. Mal sabiam que logo descobri-riam que a coragem e a determinaçãoque os guiavam eram infinitamentemais fortes que o poderoso ImpérioBritânico. O fogo de Auschwitz osmoldara em aço...

Os judeus de Eretz Israel tambémaguardavam aquele navio. Mas, impe-didos de se aproximar, milhares foramaté a barreira militar inglesa e, a ple-nos pulmões, cantavam o Hativka, oHino da Esperança, sua voz ressoandopor todo o porto. Desde a noite ante-rior, toda a então Palestina estava em

alerta. Jovens daHaganá haviam fi-xado um aviso deque naquela ma-drugada, a rádioKol Israel transmi-tiria uma mensa-gem dos passagei-ros do “Exodus”.

Logo após onascer do sol, umjovem americanotransmitiu a se-guinte declaração,desde o navio:“Este é o barco derefugiados “Exo-dus 1947”. Antesdo amanhecer,cinco destróieres e

um cruzador britânicos nos atacaramem águas internacionais, a 17 milhasda costa da Palestina. Os inglesesabordaram o navio de três direções eimediatamente abriram fogo, além dejogar bombas de gás lacrimogêneo.Um dos nossos está morto, no convés,e outros cinco não resistirão aos feri-mentos; outros 120 foram feridos. Re-sistimos por mais de três horas, mas asseveras baixas e as condições do bar-co, prestes a afundar, obrigaram-nosa seguir em direção a Haifa, para as-sim salvar a vida dos 4.554 refugia-dos”. Quando o navio chegou ao por-to de Haifa, três representantes dasNações Unidas, que se encontravamna Palestina, estavam no cais para as-sistir os britânicos “em ação”. Erammembros da UNSCOP, a ComissãoEspecial das Nações Unidas para aPalestina, criada em abril de 1947,após a declaração do governo britâni-co de que o único caminho viável pararesolver os problemas na Terra de Is-rael era submetendo-se a questão àsNações Unidas. A UNSCOP fora in-cumbida de avaliar a situação geopo-lítica da então Palestina e fazer suasrecomendações. Seus membros lá seencontravam, já tendo visitado oscampos de Pessoas Deslocadas (PD)da Europa, onde 250 mil judeus, so-breviventes da fúria hitlerista, encon-travam-se presos à espera de uma so-lução.

Instituídos pelos aliados após o tér-mino da guerra por toda a EuropaOcidental, os campos de PD abriga-vam refugiados que não tinham paraonde ir. A maioria eram judeus doLeste europeu, sobreviventes da Shoá(Holocausto) que não queriam voltarpara seus lugares de origem. Os pou-cos que voltaram, na tentativa de en-contrar familiares e amigos, foram re-cebidos com hostilidade e violência eo mesmo anti-semitismo que reinavaantes da guerra. Ninguém no Leste daEuropa os queria e, mesmo que fos-sem bem-vindos, não queriam morar

1144 Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

Do término da II Guerra Mundial até janeiro de 1948, agentesde organizações judaicas, entre as quais a Haganá, o Mossade o Irgun, haviam conseguido levar para a Eretz Israel 63 embarcações de refugiados judeus, 58 das quais foram interceptadas pelos ingleses.

Page 15: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

num lugar que se tornara o grande ce-mitério dos judeus europeus, no meiode um povo que colaborara com amatança.

Se na Europa os membros daUNSCOP haviam visto o desesperodos sobreviventes e sua determinaçãode ir para Eretz Israel, lá na Palestinaviram, em toda a parte, a violênciabritânica contra os judeus. E se preci-sassem de mais uma prova da deter-minação judaica em fazer de Eretz Is-rael o seu lar, estavam prestes a en-contrá-la, em meados de julho,naquele mesmo cais.

No cais de Haifa estava tambémRuth Gruber, jornalista americana ecorrespondente do New York HeraldTribune, que acompanhava os mem-bros da UNSCOP. Gruber cobriu atragédia dos passageiros do “Exodus”,despachando fotos e relatos comoven-tes que revelariam ao mundo a ago-nia, a coragem e a determinação dosjudeus embarcados naquele navio.

As experiências da jornalista estãorelatadas em dois livros: DestinationPalestine (Destino: Palestina) e TheShip that Launched a Nation: Exodus1947 (O Navio Que Fez Surgir UmaNação: Exodus 1947).

A difícil viagemO navio iniciara sua histórica via-

gem quando a organização “Ameri-can Friends of the Haganah” (AmigosAmericanos da Haganá) o comproupor 40 mil dólares, para ser usadopela Aliá Beit – a organização deimigração judaica. Seu nome origi-nal, “President Warfield”, foi trocadopela tripulação para “Exodus 1947”.Adotaram o nome do segundo livroda Torá, Êxodo, que relata a liberta-ção do povo judeu do Egito e o iníciode sua jornada em direção à TerraPrometida.

O navio partiu de Baltimore, Esta-dos Unidos, para a Europa. Depois deaportar na Itália, foi conduzido à

França, de onde partiria para Eretz Is-rael, o tão sonhado destino final.

Construído para abrigar 400 pas-sageiros, foi reformado para acolher 4mil. Seria o navio com o maior núme-ro de refugiados judeus, em toda ahistória do movimento sionista, a ten-tar furar o bloqueio naval britânico. Atripulação, composta de 35 jovens ju-deus americanos que se haviam volun-tariado para a missão, era lideradapor um grupo de judeus de Eretz Is-rael, treinados pela Haganá. Entreeles, representando o Mossad– o incipiente serviço secretodo futuro Estado de Israel –estava Yossi Harel, que, anosmais tarde, capturaria AdolfEichmann [criminoso nazistarefugiado na Argentina]. Ocapitão era Yitzhak “Ike” Aro-nowitz, um jovem de apenas22 anos, que servira na Mari-nha Mercante britânica.

No dia 10 de julho, emSéte, um pequeno porto fran-cês perto de Marselha, em-barcaram 4.515 judeus, vin-dos de vários países europeus– Alemanha, Polônia, Hun-gria, Bélgica, França, Itália –e do Marrocos.

O sonho que os unia era orecomeço de uma nova vidana Terra de Israel. Mas, ErnestBevin, o então ministro dasRelações Exteriores da Grã-Bretanha, que não disfarçavasua inclinação pró-árabe nemseu anti-semitismo, estava de-terminado a detê-los. Mesmoantes que o navio deixasse aFrança, Bevin pressionara ogoverno francês para que nãoautorizasse sua saída do por-to. Ao saber que as autorida-des francesas iriam apreendero navio, sua tripulação deci-diu arriscar-se a sair do por-to, mesmo sem a ajuda de umrebocador ou de um mari-

nheiro francês. Mas, assim que chegouao largo, foi interceptado em alto-marpela marinha inglesa que o escoltoupelo Mediterrâneo, ameaçando inva-di-lo caso se dirigisse à Palestina.

Ainda em águas internacionais,onde a Marinha Real inglesa não ti-nha jurisdição, os marinheiros britâ-nicos abordaram o navio, armadoscom cassetetes e armas de fogo. Poroutro lado, as armas dos judeus erambatatas e latas de carne kosher. Noentanto, qualquer sinal de resistência

1155Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

Quando, naquele 18 de julho, completamente avariado, o navio, puxado por um reboque, chegou

ao cais, em seu mastro tremulava a bandeira sionista. Os britânicos, à espera do navio

“inimigo”, estavam, naquela sexta-feira, em alerta total.

Page 16: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

judaica, por menor que fosse, foi res-pondido pelos britânicos com tiros eviolência. Morreram três judeus: doisadolescentes órfãos e um membro datripulação, William Bernstein, de SanFrancisco, golpeado na cabeça. De-zenas de outros foram gravemente fe-ridos.

O destino dos passageirosdo “Exodus”Uma vez que o “Exodus 1947”

atracou no porto de Haifa, os britâni-cos removeram seus passageiros, àforça. Revistados, seus bens foramconfiscados; as famílias, separadas –provocando pânico entre os refugia-dos – que ainda tinham abertas as fe-ridas causadas em sua alma pelas “se-parações” impostas pelos nazistas. Emseguida, foram colocados nos três na-vios de deportação, na realidade, pri-sões flutuantes que os aguardavam, si-nistras. Membros da tripulação e al-guns dos jovens da Haganá,fingindo-se de refugiados, misturaram-

se aos passageiros para os acompa-nhar.

Inicialmente, o destino desses pas-sageiros eram os campos de interna-ção em Chipre, onde os ingleses exila-vam todo refugiado “ilegal” que tenta-va furar seu bloqueio. Mais de 26 miljá haviam sido exilados nos camposda ilha, onde viviam encurralados ecercados de arame farpado, as condi-ções sanitárias eram mais do que pre-cárias e havia uma terrível escassez deágua. Mas, para quem, como eles, ti-nha sobrevivido ao inferno nazista,Chipre nada mais era do que “outroinferno, sob nova bandeira”, uma pa-rada dolorosa em sua volta para casa,Eretz Israel.

A jornalista Ruth Gruber, que sedeslocara para Chipre para aguardara chegada dos passageiros do “Exo-dus”, relata que nos campos da ilha,além das deploráveis condições de vi-da, os judeus ainda eram constante-mente humilhados e maltratados. Oobjetivo era, como declarara um ofi-cial, desencorajá-los de deixar a Euro-pa, pois “se os imigrantes judeus sou-

berem que podem acabaraqui, talvez pensem duas ve-zes antes de tentar vir para aPalestina”. Gruber conta vá-rias histórias sobre a cruelda-de dos soldados ingleses, en-tre elas, uma contra umacriança judia, sobrevivente doHolocausto, que chegou aChipre carregando consigoseu tesouro – uma foto damãe – a única lembrança de-la, assassinada em Auschwtiz.Ao ver a foto, um soldado in-glês incumbido de revistar osjudeus rasgou-a proposital-mente. A menina catou os pe-dacinhos de papel e a todosque encontrava pedia paraque alguém a ajudasse a “re-fazer a minha mãe”.

Mas, para Ernest Bevin,mesmo o inferno de Chipre

era pouco, em se tratando dos judeusdo “Exodus 1947”. Estava determina-do a fazer destes “o exemplo” que po-ria por terra qualquer outra tentativade imigração “ilegal” para aquela re-gião. Queria “quebrar” a Aliá Beit pa-ra que nenhum judeu tentasse nova-mente furar o bloqueio britânico naPalestina. A idéia de Bevin, aprovadapelo Alto Comissário da Palestina,Alan Cunningham, era mandá-los devolta à Europa, aos portos de origem,pois assim teriam um ganho adicional:desencorajariam os italianos e france-ses a prestar qualquer tipo de ajuda àAliá Beit.

Os três navios-prisão que, em 19de julho, deixaram Haifa, chegaramem Port-de-Bouc, perto de Marselha,no dia 2 de agosto. Mas, o plano bri-tânico de desembarcar os passageirosna França não deu certo: os judeus serecusaram a desembarcar e os france-ses não permitiram qualquer tentativabritânica de desembarque forçado emsuas águas territoriais. Ofereceramasilo e hospitalidade a todos que qui-sessem sair dos navios. Salvo um pe-queno número de idosos e enfermos,todos os demais permaneceram a bor-do. Perante a situação, um oficial fran-cês, Albert Mallet, declarou: “A Françaentende a atitude dos refugiados”.

A jornalista Ruth Gruber, que sedeslocara a Port-de-Bouc para cobriros acontecimentos, relata em seu livro,The Ship that Launched a Nation: Exo-dus 1947: “Os franceses se entreolha-vam, depois olhavam para mim... atéque um deles finalmente disse: ‘Istonos envergonha’. Ao que eu lhe res-pondi: ‘Você não é o responsável’. Eleretrucou: ‘Os seres humanos devemenvergonhar-se quando presenciamuma injustiça”’.

Entidades judaicas americanas efrancesas providenciavam alimentospara os passageiros, pois, uma vezatracado no porto, os ingleses se recu-savam a fazê-lo. Médicos franceses su-biram aos navios e suas declarações à

1166 Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

O sonho que unia os judeus era o recomeço de umanova vida na Terra de Israel. Mas, Ernest Bevin, oentão ministro das Relações Exteriores da Grã-Breta-nha, que não disfarçava sua inclinação pró-árabe nemseu anti-semitismo, estava determinado a detê-los.

Page 17: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

imprensa levaram todos a se referir aosnavios como sendo “Auschwitzes flu-tuantes”. Um calor sufocante, o pior emanos, seguido de chuvas torrenciais,castigava o navio e sua preciosa cargahumana. Os ingleses calcularam queesses fatores, aliados à falta de espaçoe de condições sanitárias apropriadas,forçariam os passageiros a deixar osnavios. Mas os judeus eram irredutíveis;somente desceriam em seu ansiado eúnico destino: a Terra de Israel.

Dentre todas as atitudes britânicas,a que mais perturbou os judeus foiquando os ingleses, que sistematica-mente queimavam todos os livros emiídiche e hebraico enviados a bordo,queimaram um Chumash, os cinco li-

vros da Torá Escrita. Revolta-dos, declararam uma greve defome por 24 horas, como formade chamar a atenção do mun-do para o trágico desenrolarde seu destino. Num dos na-vios-prisão, o “Ocean Vigour”,os judeus exibiam mensagens,em inglês e francês, que di-ziam: “Abram as portas da Pa-lestina, nossa única esperan-ça”. Ao prefeito da cidadefrancesa, enviaram a seguintemensagem: “Como permite queos ingleses nos tratem de formatão desumana, a bordo destenavio nazista?”

Quando os ingleses chega-ram à conclusão de que os ju-deus não sairiam mesmo porvontade própria, deram aos ju-deus do “Exodus” um ultima-to: quem não desembarcasseem Port-de-Bouc até as 18 ho-ras de 22 de agosto, seria le-vado à cidade alemã de Ham-burgo. Apenas dois anos apósa abertura dos campos de ex-termínio nazistas, os britânicosacharam por bem enviar devolta os sobreviventes do Ho-locausto ao país que o haviaperpetrado...

Ruth Gruber e outros jornalistas fi-nalmente receberam permissão inglesade subir a bordo. Citamos as palavrasda jornalista americana: “Na proa decada embarcação havia uma jaula demacaco; no topo da jaula, espirais dearame farpado, enferrujado... Impren-sados entre uma pequena privada ver-de e algumas chapas de aço, estavamcentenas de pessoas que pareciam tersido atiradas, de roldão, num canil...Amontoados, clamavam em todas aslínguas, atropelando as palavras entresi... O sol ardente passava pelas gra-des, lançando listras de luz e sombranos rostos dos refugiados e em seuscorpos quentes, suados... Pessoas ido-sas não se acanhavam de chorar, sen-

tadas, ao perceber o futuro que asaguardava”.

Ela também testemunhou o protestodos judeus a bordo do “RunnymedePark” contra a decisão britânica demandá-lo de volta à Alemanha: pinta-ram uma suástica na bandeira inglesa.Fotografada por Ruth Gruber, a ima-gem foi publicada como “Foto da Se-mana” na famosa revista americana Li-fe. Essa foto e suas reportagens relatan-do o sofrimento dos passageiros judeuscapturaram a atenção da mídia inter-nacional e dos membros da UNSCOP,reunidos em Genebra para um parecersobre a situação da então Palestina.

A chegada à AlemanhaEm 8 de setembro, um dos navios-

prisão, o “Ocean Vigour”, chegou aHamburgo. Através de um alto-falan-te, os judeus receberam ordens de de-sembarcar pacificamente. As criançase parte das mulheres desembarcaram,mas a metade deles se recusou. Tropasinglesas subiram ao navio, determina-das a obrigá-los a descer. Vários fo-ram violentamente espancados. Umdos refugiados, ao pisar em solo ale-mão, gritou, aos prantos: “Voltamos.Voltamos para Auschwitz e Bergen-Belsen”. Assim que desembarcaram,todos os judeus foram colocados emcaminhões e levados para um campode detenção.

No dia seguinte, outro dos navios,o “Empire Rival”, atracou no porto. E,para surpresa dos ingleses, os judeusdesembarcaram pacificamente. Nãotardou para que os ingleses descobris-sem que haviam plantado no naviouma bomba-caseira. Algumas horasdepois, chegou o último navio-prisão,o “Runnymede Park”. Durante meiahora, ninguém desceu. Frustrados, osingleses deram um ultimato. Os judeusresponderam às ameaças inglesas can-tando, em hebraico, a tradicional can-ção Techezakna (Fortalecei-vos...).Duas horas mais tarde, os ingleses in-

1177Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

A jornalista Ruth Gruber, que se deslocara a Port-de-Bouc para cobrir os acontecimentos, relata em seu livro, The Ship that Launched a Nation: Exodus 1947: “Os franceses se entreo-lhavam, depois olhavam para mim... até que umdeles finalmente disse: ‘Isto nos envergonha’. Aoque eu lhe respondi: ‘Você não é o responsável’.Ele retrucou: ‘Os seres humanos devem envergonhar-se quando presenciam uma injustiça”’.

Page 18: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

vadiram o navio e forçaram-nos a de-sembarcar. Os que resistiram foramtratados com brutalidade; 24 judeusacabaram gravemente feridos; 13 tive-ram que ser levados a um hospital; 11foram presos, acusados de liderar a re-sistência. Os restantes foram embarca-dos em trens e levados para os camposde detenção em Emden, Poppendorf eAmstau, perto de Lübeck. Lá esses refu-giados tiveram permissão de viver co-mo “Pessoas Deslocadas”, não comoprisioneiros. Menos de dois anos apósa derrota nazista os judeus novamenteeram enjaulados, seu sangue derrama-do em solo alemão... Enquanto isso, osalemães a tudo assistiam, livres.

Durante um mês, os ingleses tenta-ram registrar e obter informações sobreos passageiros do “Exodus 1947”. Masa todas as perguntas os judeus respon-diam com uma única resposta: “Eretz Is-rael!” “De onde você vem?”, pergunta-vam os ingleses. “Eretz Israel,” respon-diam os judeus. “Qual o seu nome?”“Eretz Israel”. “Tem cidadania de quepaís?” “Eretz Israel”, e assim por diante.

O legado dos heróis do“Exodus 1947”Assim que os refugiados do “Exo-

dus 1947” chegaram aos campos bri-tânicos de detenção, os judeus de Is-rael já estavam prontos para tirá-losda Europa. Liderados por membros doPalmach que, em Haifa, haviam-se in-filtrado entre eles e seguido viagemnos navios-prisão, fugiram da deten-ção. Foram novamente para a Itáliaou França, onde embarcaram em na-vios da Haganá a caminho da TerraPrometida. Todo judeu que esteve abordo do “Exodus 1947” recebeu umcertificado especial da Haganá, intitu-lando-o a tratamento especial.

Poucos meses depois, a maioriadeles já havia fugido da zona de ocu-pação inglesa, na Alemanha, e estavaa caminho da Terra de Israel. E, em15 de maio, quando o Estado de Is-

rael foi fundado, encontrava-se a sal-vo em solo judeu.

Por seu heroísmo e sofrimento, ospassageiros do “Exodus 1947” torna-ram-se símbolo da resistência judaica.Acredita-se que tenha sido o incidentedesse navio o que convenceu o gover-no americano de que devia acabar omandato britânico sobre a Palestina eque caberia às Nações Unidas resol-ver o problema dos refugiados judeus.Os membros da UNSCOP, que acom-panharam o drama dos judeus no“Exodus 1947”, subseqüentemente de-clararam que a imagem dos judeus,sendo desembarcados à força dos na-vios-prisão ingleses, os convencera daurgência de uma solução para a imi-gração judaica para a Terra de Israel.

A dor, o sofrimento e a humilhaçãoimpostos aos corajosos integrantes do“Exodus 1947” mostraram ao mundoa premência da criação de um Estadojudeu em sua pátria ancestral, Eretz Is-rael.

Em 1958, Leon Uris escreveu um li-vro, Exodus, inspirado na história donavio, onde retrata o Holocausto, aimigração para a então Palestina e a

criação do Estado de Israel. No livro,porém, a história do navio tem um fi-nal mais feliz: os judeus refugiadosnão são levados de volta à Europa econseguem, através de uma greve defome, dobrar as autoridades britânicase descer na Terra de Israel. Em 1960,com o mesmo título, um filme, basea-do na obra de Leon Uris e estreladopor Paul Newman, chegou às telas docinema – e ajudou a aumentar a po-pularidade do Estado de Israel nomundo.

Mas, mais do que o livro e o filmehomônimos, é a verdadeira história do“Exodus 1947” o que serve de lem-brança ao mundo da necessidade deum Estado Judeu – uma pátria sobera-na e independente, lar incontestávelde todos os judeus. (extraído dewww.morasha.com.br)

Bibliografia:Gruber, Ruth Exodus 1947: The Ship ThatLaunched a Nation, Ed. Crown, 1999.Sachar, Abram Leon, The Redemption of theUnwanted: From the Liberation of the DeathCamps to the Founding of Israel.

1188 Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

A dor, o sofrimento e a humilhação impostos aos corajosos integrantes do “Exodus 1947” mostraram ao mundo a premência da

criação de um Estado judeu em sua pátria ancestral, Eretz Israel. Na foto: proclamação da Independência de Israel em 1948.

Page 19: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

A pergunta acima, literalmente oupor insinuação, está sendo feita porpessoas demais em nossos dias, en-quanto indivíduos e governos procu-ram desesperadamente por soluçõespermanentes no Oriente Médio.

Muitos líderes políticos europeus eamericanos – tendo ouvido as mani-festações e a determinação de limparIsrael da face da terra, vindas de tiposcomo Yasser Arafat (da “Palestina”),Osama bin Laden (da Arábia Saudi-ta), Saddam Hussein (do Iraque) eMahmoud Ahmadinejad (do Irã) e tan-tos outros poderosos na região – estãochegando perigosamente próximos aoponto de decidir que o minúsculo paísde Israel é o “empecilho” da ordemmundial.

O pensamento lógico seguinte é: “-Quem precisa de Israel? Deixem queseja eliminado, deixem que sua popu-lação seja dispersa (ou tenha outrodestino), e o Oriente Médio poderáconfortavelmente se estabelecer numaharmoniosa comunidade islâmica denações. Problema resolvido!”

Que absurdo. Que cegueira suicida.Acabo de chegar de um evento im-

portantíssimo na capital dos EstadosUnidos. Uma organização chamadaChristians United for Israel (CristãosUnidos por Israel) reuniu 4.000 pes-soas de todos os 50 estados [america-nos] em vários dias de sessões de ins-truções e estratégias, culminando numcomício estimulante e poderoso noCentro de Convenções de Washing-ton, D.C., apresentando líderes judeuse os maiores líderes evangélicos, cele-brando as coisas que temos em co-mum e os laços que nos unem. No diaseguinte, vários milhares dos partici-pantes se espalharam por Washing-ton, fazendo lobby virtualmente com

todos os deputados fe-derais e senadores emfavor de Israel e de suasoberania.

Por quê? Será quesó nós não conseguía-

mos enxergar que todo esse esforçoera inútil ou que estávamos nos preo-cupando desnecessariamente? Só nósnão conseguíamos ver que o mundoseria melhor se Israel não existisse?

Não, todos nós vemos claramenteque o mundo precisa de Israel. Omundo inteiro.

O que estou querendo dizer? Pense:Israel, o centésimo menor país do

mundo, com menos de um milésimoda população mundial, pode orgu-lhar-se de muitos avanços sociais sur-preendentes em quase todas as áreas!

O novo processador multi-core daIntel foi completamente desenvolvidoem instalações localizadas em Israel. Eo telefone celular, que hoje pratica-mente todo o mundo usa, foi desenvol-vido em Israel pela Motorola, que temo seu maior centro de desenvolvimentonesse pequeno país.

A tecnologia de Voz por Protocolode Internet (VoIP) foi originada em Israel.

O AirTrain JFK – o labirinto de tri-lhos ferroviários de 13 km que liga oAeroporto JFK ao trânsito de massa daCidade de Nova Iorque – é protegidopelo sistema de vigilância Nextiva, de-senvolvido emIsrael.

Bill Gateschama Israel de“um importantecompetidor nomundo da altatecnologia”; amaior parte dosistema opera-cional WindowsNT foi desenvol-vida pela Micro-soft de Israel; atecnologia dochip Pentium

MMX foi projetada em Israel pela In-tel; tanto a Microsoft quanto a Ciscoconstruíram suas únicas instalações depesquisa e desenvolvimento fora dosEUA em Israel; e, com mais de 3.000empresas de tecnologia avançada, Is-rael tem a concentração mais elevadade empresas de alta tecnologia nomundo fora do Vale do Silício.

Entenda o seguinte fato: Israel lide-ra o mundo no número de cientistas etécnicos na força de trabalho, com145 por 10.000 habitantes, em com-paração com os EUA, que têm 85; 70no Japão e menos de 60 na Alema-nha. Com mais de 25 por cento desua força de trabalho empregada emprofissões técnicas, Israel está tambémem primeiro lugar nessa categoria!

Os exemplos não param por aí.O Instituto Weizmann de Ciências

foi votado como “a melhor universida-de do mundo para os biólogos condu-zirem pesquisas”. Os pesquisadoresde Israel:

• descobriram o gatilho molecularque provoca a psoríase.

• desenvolveram o vazamento Ex-Press que dá alívio aos que sofrem deglaucoma.

• descobriram um teste de sangueque diagnostica ataques de coração –pelo telefone!

• descobriram uma combinação deestímulos elétricos e quimioterapia que

1199Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

Quem, afinal, precisa de Israel?

Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã.

Page 20: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

faz com que as metástases canceríge-nas desapareçam – e desenvolveram aprimeira instrumentação de diagnósti-co, totalmente computadorizada e semradiação, para exames de câncer demama!

• projetaram o primeiro sistema devôo que protege aviões de passageirose de carga contra ataques de mísseis.

• desenvolveram a primeira câme-ra de vídeo ingerível – tão minúsculaque cabe numa pílula – usada paraver o intestino delgado a partir dedentro, dando aos médicos a oportu-nidade de diagnosticar problemas di-gestivos e câncer!

• aperfeiçoaram um novo dispo-sitivo que ajuda diretamente o cora-ção a bombear sangue, uma inova-ção com o potencial de salvar vidasentre as pessoas que têm insuficiên-cia cardíaca congestiva, sincronizan-do as operações mecânicas do cora-ção por meio de um sistema sofisti-cado de sensores.

Essas são apenas algumas dascontribuições recentes de Israel para obem-estar do mundo.

Não dá para enumerar aqui o nú-mero enorme de invenções em Israel.Falta de água, aquecimento global,viagem espacial, antivírus, antivaríola,pressão sanguínea, energia solar, pa-ralisia, diabetes, armazenamento dedados – esses e centenas mais – estãosendo estudados pelos cientistas de Is-rael. Eles são pioneiros na pesquisa deDNA, usando finíssimos fios para criartransistores humanos que podem lite-ralmente se construir – e desempe-nhando um papel importante na iden-tificação de um gene defeituoso queprovoca uma doença rara e geralmen-te fatal em bebês árabes!

Quem precisa de Israel? A per-gunta certa é: quem não precisa deIsrael?

Israel produz, de longe, mais tra-balhos científicos per capita do quequalquer nação; tem o maior númerode empresas se abrindo no mundo in-teiro, só perdendo para os EUA; é nú-mero 1 no mundo nos fundos de em-presas emergentes, financiando todosesses avanços; sua economia de 100bilhões de dólares é maior do que to-da a economia de seus vizinhos próxi-mos juntos; e Israel é a única demo-cracia liberal no Oriente Médio.

E embora mantenha, de longe, asmais elevadas médias de padrão devida e renda per capita, ganhando atémesmo dos padrões da Inglaterra, Is-rael é a nação que mais absorve imi-grantes na terra, proporcionalmente àsua população. É realmente uma ma-ravilha sem paralelo em nosso tempo.

Aonde quero chegar com tudo is-so?

Simplesmente que a própria idéiade eliminar ou mesmo desalojar Israelde sua pátria histórica é suicídio parao resto do mundo, não apenas paraseus vizinhos árabes. Embora haja si-nistras conseqüências bíblicas pronun-ciadas sobre aqueles que “amaldi-çoam Israel”, há também bênçãos ma-ravilhosas prometidas aos que“abençoam” Israel – e nós estamos

vendo essas bênçãos reais, práticas ehumanitárias se espalharem pelo mun-do, abençoando toda a humanidade.

Pare apenas por um segundo eimagine um mundo hoje que jamaisconhecesse Israel. E então vá maisalém: considerando os padrões de vi-da, ideologias e atitudes israelensespara com todos os que ousam discor-dar deles, imagine como seria nossomundo se os inimigos de Israel o go-vernassem. Você preferiria viver numIrã, num Iraque, numa Síria ou numAfeganistão? Ou em Israel?

Quem precisa de Israel? Vamos serhonestos. Todos nós precisamos. (PatBoone, www.wnd.com – extraído dewww.juliosevero.com.br)

Pat Boone, descendente do lendário DanielBoone, já foi cantor de paradas de sucesso,estrela de seriados de TV, artista de Holly-wood e escritor durante meio século. Ele é co-nhecido no Brasil pelo clássico filme A Cruz eo Punhal, onde faz o papel do Rev. David Wil-kerson. Durante a era clássica do rock & rollna década de 1950, ele vendeu mais discosdo que qualquer cantor, exceto Elvis Presley.Para conhecê-lo melhor, visite seu site em in-glês: wwww.patsgold.com.

2200 Notícias de Israel, setembro de 2007

Horizonte

Cientistas de Israel são pioneiros na pesquisa de DNA, usando finíssimos fiospara criar transistores humanos que podem literalmente se construir – e desempenhando um papel importante naidentificação de um gene defeituoso queprovoca uma doença rara e geralmentefatal em bebês árabes!

Quem precisa de Israel? Vamos ser honestos. Todos nós precisamos.