Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

22
BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Março de 2008 • Ano 30 • Nº 3 • R$ 3,50

description

• A Preparação de Abraão • Deus de Jacó, Deus de Israel - 1ª Parte • El Shaddai: o Anjo do Senhor • O presidente Bush na Terra Santa • As relações americano-israelenses

Transcript of Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Page 1: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Março de 2008 • Ano 30 • Nº 3 • R$ 3,50

Page 3: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

12

19

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• O presidente Bush na Terra Santa - 19• As relações americano-israelenses - 22

Deus de Jacó, Deus de Israel - 1ª Parte

17 El Shaddai: o Anjo do Senhor

índice5 A Preparação de Abração

Page 4: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

44 Notícias de Israel, março de 2008

A visita do presidente norte-americano Geor-ge W. Bush a Israel e à Autoridade Palestina podeser vista como questão de rotina, sem maioresconseqüências políticas, ou como ponto de viradano assim chamado processo de paz entre Israel eos palestinos. Anúncios de até oito páginas intei-ras no jornal “Jerusalem Post” (em língua inglesa)traziam apelos ao presidente Bush e ao primeiro-ministro Olmert. Os textos eram de oponentes aum Estado palestino e também de cidadãos preo-cupados, que consideram uma nova divisão de Je-rusalém uma ameaça. Esses apelos mostram que,dessa vez, a visita presidencial era mais do queuma troca de gentilezas. Os autores dos anúnciostemiam, com razão, que as declarações de propó-sitos dos políticos eram sérias.

Por exemplo, o presidente Bush salientou repe-tidamente que ainda dentro de seu mandato irá serealizar um acordo entre Israel e os palestinos. Suavisita, pelo visto, deveria fortalecer o primeiro-mi-nistro Olmert e seu governo, porque este dependede parceiros de coalizão. Nesse meio tempo, Avig-dor Lieberman, líder do partido “Israel Beiteinu”,formado majoritariamente por imigrantes russos,deixou o governo em protesto pelos recentes de-senvolvimentos. Sem dúvida uma condição básicapara um futuro acordo de paz é um governo comcapacidade de ação, que detenha a maioria parla-mentar. Com vistas a esse ponto crítico, Bush con-clamou os líderes dos partidos da coalizão a cuida-rem bem do primeiro-ministro Olmert.

O presidente americano também mostrou-seconvicto de que a fundação de um Estado palesti-no é a melhor solução para o conflito entre Israele os palestinos e contribuirá para a segurança deIsrael. Mas ele deixou claro que não deve haver di-reito de retorno dos palestinos a Israel. Ele advo-ga que a Palestina deve ser uma pátria para os pa-lestinos assim como Israel o é para os judeus. Osrefugiados palestinos, porém, deveriam ser indeni-zados através da regulamentação de um acordointernacional. Bush, entretanto, alertou para nãoforçar um acordo de paz e um Estado palestinoatravés do terrorismo. Ele enfatizou ainda a obri-gação dos Estados Unidos de garantir a segurançade Israel. A futura fronteira dos dois Estados de-verá ser estabelecida por negociações bilaterais. AIsrael o presidente dirigiu a exortação de não fun-dar novas colônias e de dissolver as não-autoriza-das. Aos palestinos ele falou para combater o ter-ror e destruir sua estrutura.

Bush ficou muito inseguro quando o assuntoera Jerusalém. Ele disse: “Eu sei que a questão deJerusalém é problemática, porque ambos os ladostêm profundos interesses políticos e religiososnesse assunto. Encontrar uma solução para esseproblema é o maior desafio no já iniciado caminhopara a paz”.

Com essa declaração ele acertou em cheio.Pois Deus disse quase o mesmo através do profe-ta Zacarias (cap. 12). Não se achará uma respostasatisfatória para a questão de Jerusalém. Essa cida-de se tornará uma pedra pesada demais para to-dos os povos. Esse problema será solucionado so-mente quando vier o Príncipe da Paz, de quemZacarias também fala no capítulo 12 de seu livro.

Unidos na segura esperança de Sua volta, saú-do com um cordial

Shalom!

FFrreeddii WWiinnkklleerr

Page 5: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Abrão é a origem de Israel etambém é a origem da fé; por essarazão ele é mencionado no NovoTestamento como o pai de todos osque crêem. Observe que, através daavenida da fé, Abrão se tornou opai da nação de Israel. Israel é oponto físico de contato entre o céue a terra. Israel é o embaixador deDeus ao mundo. Tal fato deverianos ajudar a entender melhor estaspalavras de Jesus: “...porque a salva-ção vem dos judeus” (João 4.22).

Para confirmar a declaração deque Israel é o contato físico entreo céu e a terra, é preciso que leia-mos o texto de Zacarias 8.3: “As-sim diz o SENHOR: Voltarei para Siãoe habitarei no meio de Jerusalém; Je-rusalém chamar-se-á a cidade fiel, eo monte do SENHOR dos Exércitos,monte santo”.

Para executar Seu plano de habi-tar “no meio de Jerusalém”, Deus te-ve que estabelecer um ponto iniciale esse ponto inicial foi Abrão, aque-

le que personifica a preparação parao estabelecimento de um reino físicoe visível no planeta Terra. Por queDeus escolheu Abrão? Porque elecreu incondicionalmente em Deus.

O Reino InimigoÉ lógico, portanto, que o inimigo

de Deus igualmente se prepare parafortalecer seu reino, persuadindo ahumanidade para que o adore, emvez de adorar a Deus. Ele conseguirátal intento quando implantar nomundo a Marca da Besta. Jesus de-clarou: “O meu reino não é deste mun-do. Se o meu reino fosse deste mundo, osmeus ministros se empenhariam pormim, para que não fosse eu entregue aosjudeus; mas agora o meu reino não édaqui” (João 18.36). Satanás é o reideste reino terreno vigente. Ele temautoridade sobre todos os pecadores.A Bíblia diz que “todos pecaram”, oque significa que todos pertencem aoreino do diabo. Por essa razão Sata-

nás pôde oferecer este mundo a Je-sus, como se vê nesta passagem: “Aseguir, foi Jesus levado pelo Espírito aodeserto, para ser tentado pelo diabo [...]Levou-o ainda o diabo a um montemuito alto, mostrou-lhe todos os reinosdo mundo e a glória deles e lhe disse:Tudo isto te darei se, prostrado, me ado-rares” (Mateus 4.1,8-9).

A Chamada de AbrãoConforme lemos no início deste

capítulo, a chamada de Abrão foiregistrada em Gênesis 12.1-3, ondeDeus se comprometeu a fazer qua-tro coisas:

1. Mostraria uma terra a Abrão;2. Faria de Abrão uma grande

nação;3. Abençoaria a Abrão, o qual,

por sua vez, seria uma benção parao mundo inteiro;

4. Abençoaria aqueles que aben-çoassem a Abrão e amaldiçoariaaqueles que o amaldiçoassem.

55Notícias de Israel, março de 2008

Para cumprir Suas promessas degerar o Salvador neste mundo,Deus se comunicou com Abrão,segundo está escrito: “Ora, disseo SENHOR a Abrão: Sai da tua terra,da tua parentela e da casa de teupai e vai para a terra que te mos-trarei; de ti farei uma grande na-ção, e te abençoarei, e te engran-decerei o nome. Sê tu uma bên-ção! Abençoarei os que teabençoarem e amaldiçoarei osque te amaldiçoarem; em ti serãobenditas todas as famílias da ter-ra” (Gênesis 12.1-3).

Page 6: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Abrão: o Profeta CaladoNas Escrituras não se pode en-

contrar nada sobre a vontade, in-tenções e planos pessoais de Abrão.Não há, sequer, o registro de umaúnica palavra da resposta verbal deAbrão ao chamado de Deus. Elenão perguntou nada, não questio-nou nada, não expressou discor-dância, nem levantou nenhuma dú-vida. O versículo seguinte já come-ça com a ação obediente de Abrão:“Partiu, pois, Abrão, como lho orde-nara o SENHOR...” (Gênesis 12.4).

Um fato significativo é queAbrão não teve a experiência de ne-nhum milagre ou sinal sobrenaturalnaquele momento. Não houve si-nais e prodígios que marcassemaquela caminhada de Abrão comDeus. Esse é o tipo de fé que deve-mos ter hoje em dia: a fé que crêsem ver.

A Chegada a CanaãAbrão tinha 75 anos de idade

quando deixou Harã, o lugar ondeele fora com seu pai. Abrão perma-neceu em Harã até a morte de seu

pai. Depois disso, ele, Sarai e Lópartiram, finalmente, para Canaã.

De novo, não se lê sequer umapalavra proferida por Abrão. Porque Abrão não tinha nada a dizer?Porque ele cria nAquele que é oAutor e Consumador de todas ascoisas; Aquele por cuja Palavra omundo e toda a criação vieram aexistir. Abrão reconheceu que nãohavia nada a fazer, exceto obedeceràs instruções de Deus.

O Altar e a Promessa“Apareceu o SENHOR a Abrão e

lhe disse: Darei à tua descendênciaesta terra. Ali edificou Abrão um al-tar ao SENHOR, que lhe aparecera”(Gênesis 12.7). De novo, não háregistro de nenhuma palavra pro-ferida por Abrão, nem de qualquerinstrução dada. Lemos apenas pro-messas.

No versículo 8 desse mesmo ca-pítulo, encontramos a menção deum segundo altar: “Passando dalipara o monte ao oriente de Betel,armou a sua tenda, ficando Betel aoocidente e Ai ao oriente; ali edificouum altar ao SENHOR e invocou o

nome do SENHOR”. Pode-se ime-diatamente perceber que o alvoprioritário desse homem era agra-dar o Deus do céu. O texto deHebreus 11.10 é um testemunhodisso: “Porque aguardava a cidadeque tem fundamentos, da qual Deusé o arquiteto e edificador”. Emboranenhuma palavra de Abrão tenha si-do registrada, somos informados deque Abrão: “invocou o nome doSENHOR” (v. 8). Todavia, o con-teúdo de sua oração ficou em secre-to; era algo que devia ficar entre elee seu Deus.

Um Passo IncertoAbrão recebera instruções para

ir a Canaã e obedeceu. Ele recebeua escritura de posse da Terra Pro-metida. Mas então ocorreu o se-guinte: “Depois, seguiu Abrão dali,indo sempre para o Neguebe. Haviafome naquela terra; desceu, pois,Abrão ao Egito, para aí ficar, por-quanto era grande a fome na terra”(vv. 9-10). O que Abrão deixou defazer nessa situação? Abrão nãobuscou a orientação de Deus, nemrecebeu nenhuma orientação para

66 Notícias de Israel, março de 2008

Israel é o ponto físico de contato entre o céu e a terra. Israel é o embaixador de Deus ao mundo. Na foto: Tel Aviv.

Page 7: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

dar esse próximo passo. Ao que pa-rece, ele se dirigiu para o Egito porsua própria iniciativa.

As Primeiras PalavrasRegistradas de AbrãoForam Mentirosas

“Quando se aproximava do Egito,quase ao entrar, disse a Sarai, suamulher: Ora, bem sei que és mulher deformosa aparência; os egípcios, quandote virem, vão dizer: É a mulher dele eme matarão, deixando-te com vida.Dize, pois, que és minha irmã, paraque me considerem por amor de ti e,por tua causa, me conservem a vida”(vv. 11-13). As primeiras palavrasde Abrão que o texto relata foramuma mentira. Ele pediu que suamulher participasse de sua tramóia:“Dize, pois, que és minha irmã”.

Pode-se argumentar que Sarai,de fato, era meia-irmã de Abrão,mas isso não justifica a atitude de-le, porque ele próprio revelou omotivo de sua trama. Parece queos egípcios teriam matado Abrão,caso soubessem que Sarai era suaesposa.

Entretanto, Deus não abando-nou Abrão; pelo contrário, Ele in-terveio em seu favor, a ponto de ler-mos o seguinte no versículo 17:“Porém o SENHOR puniu Faraó e asua casa com grandes pragas, por cau-sa de Sarai, mulher de Abrão”. Emconseqüência disso, “...Faraó deuordens aos seus homens a respeito dele;e acompanharam-no, a ele, a sua mu-lher e a tudo que possuía” (v. 20).

O Retorno de AbrãoAbrão voltou ao lugar onde ele

tinha começado, “até ao lugar do al-tar, que outrora tinha feito; e aí Abrãoinvocou o nome do SENHOR” (Gênesis13.4).

Que profecia poderosa para osnossos dias! Quando tomamos a

iniciativa de seguir pelo nosso pró-prio caminho e somos levados àfrustração e, até mesmo, à tragédia,não adianta nada reclamarmos dasituação difícil. A única solução évoltar àquele altar onde, pela pri-meira vez, tivemos um encontrocom o Senhor. Ele é o nosso con-forto, a resposta para todos os nos-sos problemas e fracassos. Você selembra daquele dia em que pediuao Senhor para que o salvasse? Vo-cê se lembra daquela alegria queinundou o seu coração e a sua al-ma? Esse é o lugar do encontrocom Deus para o qual você deve re-tornar.

A Separação de LóNo princípio de sua chamada,

Abrão recebeu instruções para dei-xar sua terra, seus parentes e a casade seu pai. Porém, ao partir paraessa jornada, ele levou consigo umcompanheiro; Ló foi com ele. Nãose sabe o motivo exato, mas aquelasociedade entre o que fora chamado

por Deus e aquele que foi junto emsua companhia se transformou numconflito aberto.

“Ló, que ia com Abrão, também ti-nha rebanhos, gado e tendas. E a terranão podia sustentá-los, para que habi-tassem juntos, porque eram muitos osseus bens; de sorte que não podiam ha-bitar um na companhia do outro.Houve contenda entre os pastores dogado de Abrão e os pastores do gado deLó. Nesse tempo os cananeus e os fere-zeus habitavam essa terra” (Gênesis13.5-7).

Não havia realmente nenhumanecessidade de que os pastores degado de Ló entrassem numa con-tenda com os de Abrão. A obriga-ção de Ló era a de intervir e dizeraos seus homens que o tio Abrão ti-nha a prioridade. Afinal de contas,Abrão era o homem que fora ex-pressamente chamado por Deus eque obedecera a essa vocação. Po-rém, ao invés disso, aconteceu exa-tamente o contrário: “Disse Abrão aLó: Não haja contenda entre mim e tie entre os meus pastores e os teus pasto-

77Notícias de Israel, março de 2008

Quando tomamos a iniciativa de seguir pelo nosso próprio caminho e somos levadosà frustração e, até mesmo, à tragédia, não adianta nada reclamarmos da situação

difícil. A única solução é voltar àquele altar onde, pela primeira vez, tivemos um encontro com o Senhor.

Page 8: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

res, porque somos parentes chegados.Acaso, não está diante de ti toda a ter-ra? Peço-te que te apartes de mim; sefores para a esquerda, irei para a di-reita; se fores para a direita, irei paraa esquerda” (vv. 8-9). Aqui se notao exemplo da generosidade deAbrão. Ele não era egoísta. Deuspessoalmente tinha dado a terra aAbrão, contudo Abrão ofereceu aseu sobrinho Ló a prioridade de es-colha da terra.

Por que Abrão foi tão generoso?Porque ele cria na promessa deDeus de dar a ele e aos seus descen-dentes aquela terra. Isso era suficien-te. As desagradáveis circunstânciasdaquele momento não tinham muitaimportância para Abrão.

Por outro lado, Ló agiu baseadono que via: “Levantou Ló os olhos eviu toda a campina do Jordão, que eratoda bem regada (antes de haver o SE-NHOR destruído Sodoma e Gomorra),como o jardim do SENHOR, como aterra do Egito, como quem vai paraZoar. Então, Ló escolheu para si todaa campina do Jordão e partiu para oOriente; separaram-se um do outro”(vv. 10-11).

Depois que Ló fez a escolha deseu território, lemos uma assusta-dora declaração no versículo 13:“Ora, os homens de Sodoma erammaus e grandes pecadores contra oSENHOR”.

Nesse ponto somos lembradosde que devemos andar pela fé, não

pelo que vemos, conforme explica otexto de 2 Coríntios 4.18: “nãoatentando nós nas coisas que se vêem,mas nas que se não vêem; porque asque se vêem são temporais, e as que senão vêem são eternas”.

A Primeira Peregrinaçãona Terra Santa

Depois daquele momento de se-paração, Abrão recebeu outra con-firmação da promessa de Deus:

“Disse o SENHOR a Abrão, depoisque Ló se separou dele: Ergue os olhos eolha desde onde estás para o norte, pa-ra o sul, para o oriente e para o ociden-te; porque toda essa terra que vês, eu tadarei, a ti e à tua descendência, parasempre. Farei a tua descendência comoo pó da terra; de maneira que, se al-guém puder contar o pó da terra, entãose contará também a tua descendência.Levanta-te, percorre essa terra no seucomprimento e na sua largura; porqueeu ta darei” (Gênesis 13.14-17).

Abrão teve de tomar posse daterra pela fé, embora fosse um ho-mem idoso e sua esposa já estivessemuito além da fase reprodutiva desua vida.

Nesse texto, percebe-se, nova-mente, a garantia divina de cumpri-mento da promessa, através dosverbos em tempo futuro:

• “Eu ta darei”.• “Farei a tua descendência como o

pó da terra”.• “Porque eu ta darei”.Outra vez, constata-se o fato de

que não há nenhum registro de diá-logo entre Deus e Abrão. O Senhorconfirmou Suas promessas a Abrãode modo muito pessoal e Abrãopermaneceu em silêncio.

A Aflição de LóDepois que Ló se separou de

Abrão, deflagrou-se uma guerra na-quela localidade.

88 Notícias de Israel, março de 2008

“Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém pudercontar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura; porque eu ta darei” (Gênesis 13.16-17).

Page 9: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

“Ora, o vale de Sidim estava cheiode poços de betume; os reis de Sodomae de Gomorra fugiram; alguns caíramneles, e os restantes fugiram para ummonte. Tomaram, pois, todos os bensde Sodoma e de Gomorra e todo o seumantimento e se foram. Apossaram-setambém de Ló, filho do irmão deAbrão, que morava em Sodoma, e dosseus bens e partiram” (Gênesis 14.10-12).

As guerras sempre resultavam embenção para vencedor e maldiçãopara o perdedor. O vitorioso levavapara si todo o despojo de guerra.

Abrão na Operação de Resgate

No caso de Ló, os inimigos der-rotaram Sodoma, mas não se apo-deraram da terra. Em vez disso, eleslevaram todos os objetos de valor eo gado, bem como levaram as pes-soas cativas para serem escravas naterra deles.

Abrão recebeu a notícia do queacontecera: “Ouvindo Abrão que seusobrinho estava preso, fez sair trezen-tos e dezoito homens dos mais capa-zes, nascidos em sua casa, e os perse-guiu até Dã. E, repartidos contra elesde noite, ele e os seus homens, feriu-ose os perseguiu até Hobá, que fica à es-querda de Damasco” (Gênesis 14.14-15). Que operação de resgate sen-sacional! Lembre-se que são maisde 250 quilômetros de distânciaentre Sodoma e Dã. Foi uma ini-ciativa militar extremamente difícil.Com seu pequeno exército de 318soldados, Abrão foi capaz de ven-cer o exército que tinha derrotadoSodoma.

Mais impressionante, ainda, é ofato de que ele recuperou todos osbens e trouxe de volta todas as pes-soas que tinham sido feitas cativas:“Trouxe de novo todos os bens, e tam-bém a Ló, seu sobrinho, os bens dele, eainda as mulheres, e o povo” (v. 16).

Abrão, Sodoma eMelquisedeque

Abrão retornou a Sodoma e o reidessa cidade foi encontrá-lo: “Apósvoltar Abrão de ferir a Quedorlaomer eaos reis que estavam com ele, saiu-lhe aoencontro o rei de Sodoma no vale de Sa-vé, que é o vale do Rei” (Gênesis 14.17).

Abrão, aparentemente, ignorouo rei de Sodoma, porque nos versí-culos subseqüentes lemos o seguin-te: “Melquisedeque, rei de Salém,trouxe pão e vinho; era sacerdote doDeus Altíssimo; abençoou ele a Abrãoe disse: Bendito seja Abrão pelo DeusAltíssimo, que possui os céus e a terra;e bendito seja o Deus Altíssimo que en-tregou os teus adversários nas tuasmãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízi-mo” (vv. 18-20).

Melquisedeque, o misterioso Reide Salém, ofereceu a Abrão os ele-mentos essenciais que representama salvação: pão e vinho. Tempos,mais tarde, a história registra queJesus pegou um pão “e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, di-zendo: Tomai, comei; isto é o meu cor-

po” (Mateus 26.26). Em seguida to-mou um cálice e o deu aos discípu-los, dizendo: “Bebei dele todos; por-que isto é o meu sangue, o sangue da[nova] aliança, derramado em favorde muitos, para remissão de pecados”(Mateus 26.27-28).

Abrão recebeu uma demonstraçãoprofética da futura vitória de Jesus.

Uma Obra da GraçaÉ preciso ter em mente que

Abrão, naquela operação de resga-te, salvou pessoas que não mere-ciam ser salvas. Já fomos informa-dos de que “os homens de Sodomaeram maus e grandes pecadores contrao SENHOR” (Gênesis 13.13). Isso nosfaz lembrar que Cristo morreu “pornós, sendo nós ainda pecadores”; “Elenos amou primeiro”.

Nunca devemos ser arrogantes,a ponto de pensar que merecíamosa salvação; a ponto de achar que al-gum resíduo de bondade próprianos tornou dignos do sacrifício quepagou o preço de nossa salvação.Esse é o “evangelho” do anticristo,

99Notícias de Israel, março de 2008

Melquisedeque, o misterioso Rei de Salém, ofereceu a Abrão os elementos essen-ciais que representam a salvação: pão e vinho.

Page 10: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

um ensino enganoso que, infeliz-mente, tem sido pregado pelo mun-do inteiro, até mesmo entre algunssalvos em Cristo fundamentalistasque crêem na Bíblia.

Esses mestres tentam instigar oorgulho e um arrogante senso devalor próprio na mente das pessoasque freqüentam suas igrejas. Amensagem deles é racionalizada nosseguintes termos: “Você merece sersalvo! Na verdade, seu valor é tãoelevado, que Deus teve de pagar opreço mais alto por sua redenção”.Porém, isso está muito distante doque se lê na Palavra de Deus. Nossasalvação se baseia inteiramente nagraça de Deus. Ele nos amou pri-meiro. Essa pequena diferença abri-ga enormes implicações. Quandotentamos acrescentar um único iota[N. do T., Letra grega equivalenteao i de nosso alfabeto; cf. Mt 5.18]de justiça própria à nossa salvação,depreciamos realmente a obra per-feita de Cristo na cruz do Calvário.

Melquisedeque, o Rei-Sacerdote

Quem era o rei Melquisedequede Salém? Sabemos que Salém é,

provavelmente, uma das primeirasreferências a Jerusalém e que Mel-quisedeque significa “Rei de Justi-ça”. Esse misterioso rei também eraum sacerdote. O Salmo 110.4 men-ciona a expressão “ordem de Mel-quisedeque”, que significa “seme-lhança quanto à autoridade legal-mente constituída”. As Escriturasdemonstram que a Lei proibia queum rei exercesse o ofício de sacer-dote. Saul, o primeiro rei de Israel,assumiu as prerrogativas do ofíciosacerdotal e foi rejeitado por Deus,de modo que não mais reinasse so-bre Israel.

O texto de Hebreus 7.3 identifi-ca o rei Melquisedeque da seguintemaneira: “...sem pai, sem mãe, semgenealogia; que não teve princípio dedias, nem fim de existência, entretan-to, feito semelhante ao Filho de Deus;permanece sacerdote perpetuamente”.Com base nessa passagem, algunsestudiosos das Escrituras têm alega-do que Melquisedeque era umaaparição do Senhor Jesus Cristopré-encarnado. Entretanto, não háconfirmação bíblica de que esse sejao caso; além do mais, o texto afirmaque esse homem foi “feito seme-lhante ao Filho de Deus”. Há uma

semelhança e isso é o máximo quese pode inferir, seguindo tal linhade raciocínio.

O Rei de Sodoma“Então, disse o rei de Sodoma a

Abrão: Dá-me as pessoas, e os bensficarão contigo” (Gênesis 14.21).Agora o rei de Sodoma entra emcena de novo. Algo de estranhoaconteceu nesse encontro desse reicom Abrão. Não há nenhum indí-cio de gratidão na atitude do rei deSodoma; pelo contrário, ele faz aseguinte proposta a Abrão: “Dá-me as pessoas, e os bens ficarão conti-go”. O rei, dessa forma, tipifica oegocentrismo humano. Essa pro-posta não soou bem aos ouvidosde Abrão: “Mas Abrão lhe respon-deu: Levanto a mão ao SENHOR, oDeus Altíssimo, o que possui os céus ea terra, e juro que nada tomarei detudo o que te pertence, nem um fio,nem uma correia de sandália, paraque não digas: Eu enriqueci a Abrão”(Gênesis 14.22-23).

Abrão percebeu o espírito ma-ligno de Sodoma. Ele não queriareceber nenhuma espécie ou for-ma de favor daquele rei. Abrão,sob hipótese nenhuma, queriamanter qualquer relação de alian-ça ou sociedade com o rei de So-doma e seu povo. O livramento dopovo de Sodoma e a recuperaçãode todos os seus pertences foi ape-nas uma “sobra” de benção resul-tante do resgate de Ló efetuadopor Abrão.

A Inclusão dos GentiosA ação libertadora de Abrão

ilustra profeticamente a inclusãodos gentios no plano de Deus paraa salvação. Jesus veio para o Seupovo, os judeus, e lhes ofereceusalvação eterna. O apóstolo Paulo,por repetidas vezes, enfatizou em

1100 Notícias de Israel, março de 2008

Quem era o rei Melquisedeque de Salém? Sabemos que Salém é, provavelmente,uma das primeiras referências a Jerusalém e que Melquisedeque significa “Rei deJustiça”.

Page 11: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

suas cartas que o Evangelho deviaser pregado primeiramente aos ju-deus. Aos crentes em Cristo, deorigem gentílica, Paulo escreveu oseguinte: “Naquele tempo, estáveissem Cristo, separados da comunidadede Israel e estranhos às alianças dapromessa, não tendo esperança e semDeus no mundo” (Efésios 2.12).Talvez nada seja pior do que ficarsem esperança e não ter Deus.Contudo, o próximo versículo des-se texto declara: “Mas, agora, emCristo Jesus, vós, que antes estáveislonge, fostes aproximados pelo sanguede Cristo” (v. 13).

A Preocupação de AbrãoQuanto ao Futuro

Passados muitos anos, Abrãocomeçou a perceber que a pro-messa de Deus ainda não tinha secumprido: “Respondeu Abrão: SE-NHOR Deus, que me haverás de dar,se continuo sem filhos e o herdeiro daminha casa é o damasceno Eliézer?Disse mais Abrão: A mim não meconcedeste descendência, e um servonascido na minha casa será o meuherdeiro” (Gênesis 15.2-3). Essassão as palavras de um homem que,por muitos anos, confiara no Se-nhor. Ele aguardou pacientementeaté o momento de apresentar suapreocupação a Deus. De que ma-neira o Senhor lhe respondeu?“Então, conduziu-o até fora e disse:Olha para os céus e conta as estrelas,se é que o podes. E lhe disse: Será as-sim a tua posteridade” (v. 5). Oversículo 6 afirma: “Ele creu no SE-NHOR, e isso lhe foi imputado parajustiça”.

A fé na Palavra viva de Deus foiuma das marcas registradas da vidade Abrão. A fé que esse homem ti-nha não estava alicerçada em expe-riências, orações, nem em milagres;era simplesmente fé no Deus quelhe falara.

Abrão se Torna AbraãoA mudança do nome de Abrão é

importante, porque realça as dife-renças que existem entre Satanás eDeus. Deus é criador; por essa ra-zão Ele deu um novo nome aAbrão. Satanás não é o criador, ra-zão pela qual não pode dar um no-vo nome às pessoas. A única coisaque Satanás pode dar aos seus se-guidores é um número. O diabo da-rá ao seu povo a Marca da Besta.

Este é o relato do modo peloqual se deu a mudança do nome deAbrão:

“Quando atingiu Abrão a idade denoventa e nove anos, apareceu-lhe oSENHOR e disse-lhe: Eu sou o DeusTodo-Poderoso; anda na minha pre-sença e sê perfeito. Farei uma aliançaentre mim e ti e te multiplicarei ex-traordinariamente. Prostrou-se Abrão,rosto em terra, e Deus lhe falou:Quanto a mim, será contigo a minhaaliança; serás pai de numerosas na-ções. Abrão já não será o teu nome, esim Abraão; porque por pai de nume-rosas nações te constituí” (Gênesis17.1-5).

Abrão significa “pai exaltado”ou “pai das alturas”, o que, eviden-temente, é uma alusão ao contatoque ele teve com o Deus do céu. Onome Abraão significa “pai de umamultidão”. Isso, certamente, deveter parecido estranho, uma vez queesse homem já estava com 99 anosde idade e ainda não tinha filhos!Entretanto, as promessas de Deussão infalíveis; elas se cumprirão noexato momento estabelecido pelocronograma de Deus.

O nome de Abrão tinha que sermudado, visto que ele era a pessoadesignada para se tornar “pai demuitas nações”, em cumprimentoda promessa de Deus. Por um lado,era uma impossibilidade física, poroutro, uma realidade espiritual.Através dessa mudança de nome,Deus profeticamente demonstrou

que o velho homem, a saber, “acarne e o sangue”, não pode “herdaro reino de Deus”. Uma nova criaturaprecisa ser criada para receber a he-rança; daí a necessidade do novonome.

Neste ponto, temos de acrescen-tar o fato de que não somente o no-me de Abrão foi mudado, mas tam-bém o nome de Sarai: “Disse tam-bém Deus a Abraão: A Sarai, tuamulher, já não lhe chamarás Sarai,porém Sara” (Gênesis 17.15). Deusplanejara fazer algo novo. Sara con-ceberia e daria à luz um filho, Isa-que, que seria o pai de Jacó (este,também teve seu nome mudado; deJacó [i.e., “enganador”], para Israel[i.e., “guerreiro de Deus”]).

Por ora, devemos entender queessa preparação, mesmo ocorridamilhares de anos antes do cumpri-mento da promessa, era de extremaimportância. Sim, Deus podia terfeito tudo instantaneamente, toda-via, preferiu desenvolver uma histó-ria de milhares de anos a fim deprovidenciar a salvação para o serhumano, exatamente como Ele pro-metera: “Porei inimizade entre ti e amulher, entre a tua descendência e oseu descendente. Este te ferirá a cabe-ça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gê-nesis 3.15). (extraído do novo livroPreparação Para a Marca da Besta)

1111Notícias de Israel, março de 2008

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 12: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Conforme uma pesquisa da FoxNews (outros levantamentos apre-sentaram basicamente o mesmo re-sultado), “92% dos americanosafirmam acreditar em Deus”; ape-nas 5% disseram não crer, enquan-to os restantes 3% não opinaram.Em How We Believe (Como NósCremos), Michael Shermer, diretorda Skeptic Society (Sociedade dosCéticos), editor da revista Skeptic,afirma que “jamais na história hou-ve tantos e tão alta porcentagem dapopulação [americana] crendo emDeus. Não apenas Deus não estámorto, como proclamou Nietzche,mas nunca esteve tão vivo”.

Contudo, essa estatística não étão encorajadora como parece. Seindagarmos aos que responderam àpesquisa o que eles entendem por“deus”, pouquíssimos acreditam noDeus da Bíblia – e muito menos Oconhecem. Entretanto, a crença

num falso deus não é melhor, e atépode ser pior, do que não crer emDeus algum. Para muitos, “Deus” ésimplesmente um “poder superior”.Superior a quê? Como poderia um“poder” de qualquer espécie ter ainteligência infinita (ou qualquer in-teligência) para projetar o átomo eo Universo, imprimir instruções es-critas numa linguagem codificadasobre o DNA, para construir e ope-rar cada célula e criar seres pessoaisinteligentes com uma consciênciamoral e uma paixão por propósito?

O próprio pensamento de um“poder” criando qualquer coisa é ri-dículo! Então, por que a crença emum “poder” é tão atraente? Seráque o slogan de Guerra nas Estrelas,“Que a Força esteja com você!”, te-ve tanta influência? Foi preciso per-correr um longo caminho para mu-dar o pensamento dos fãs, especial-mente entre a juventude americana.

É claro que essa tem sido sempreuma idéia popular porque um po-der/força não pode impor leis mo-rais, exigir obediência ou julgar epunir alguém – ao invés disso, elapode ser usada para realizar os pró-prios objetivos. É obvio que o ver-dadeiro Deus, que nos criou paraum propósito, considera a humani-dade responsável diante do teste-munho da criação quanto à Suaexistência e pelas leis morais queEle implantou em cada consciência(Romanos 1.18-25 e 2.14-16). Elenão aceita ser usado.

Além disso, do mesmo modo co-mo os seres humanos são zelosos desuas identidades, é claro que oDeus verdadeiro insiste em ser de-vidamente identificado. Ele não serevelará nem entrará em relação al-guma com quem não O conheçacomo Ele realmente é. Ele tambémnão olhará com favor tolerante para

1122 Notícias de Israel, março de 2008

Page 13: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

aqueles que O chamam de “podersuperior”. Fazer isso é insultar oDeus verdadeiro! O Deus da Bíbliadeclara ao inconseqüente Israel: “Ebuscar-me-eis, e me achareis, quandome buscardes com todo o vosso cora-ção” (Jeremias 29.13). Aqueles queesperam encontrar um “deus” quese adapte à sua imaginação jamaisirão encontrar o Deus verdadeiro.

É óbvio que o Deus verdadeirose revela apenas aos que O buscamsinceramente, aplicando-se ao dese-jo de conhecê-lO de verdade, paraobedecer-Lhe. O primeiro pré-re-quisito para se conhecer Deus é odesejo – na verdade, a paixão – deconhecê-lO como Ele realmente é,e não como se imagina ou gostariaque Ele fosse. Não é menos idola-tria criar na mente um deus imagi-nário do que fabricar um ídolo apartir do barro, da madeira e da pe-dra. Então, quem é o Deus verda-deiro, que prova ser Ele mesmo aopredizer infalivelmente o futuroatravés da Bíblia? A Bíblia O identi-fica como “o Deus de Israel” 203vezes; como “o Deus de Jacó” 28vezes; como “o Deus de Abraão”17 vezes e como “o Deus de Isa-que” 13 vezes. Ele jamais é chama-do “o Deus de qualquer outro gru-po étnico”. Essas designações sãofundamentais para tudo que a Bí-blia ensina, inclusive sobre o cará-ter exato de Deus. Quem professa acrença em Deus e ao mesmo tempotem preconceitos contra o Seu po-vo escolhido, os judeus, ou contraIsrael, o que transformaria essasclaras identificações bíblicas em tí-tulos sem qualquer significado, lan-ça dúvidas sobre seu real conheci-mento do Deus verdadeiro.

Em Sua refutação à negação daressurreição pelos saduceus, o prin-cipal argumento de Cristo se ba-seou na declaração de Deus a Moi-sés: “EU SOU... o Deus de Abraão, oDeus de Isaque, e o Deus de Jacó...

este é meu nome eternamente, e este émeu memorial de geração em geração”(Êxodo 3.14-15). Obviamente estafoi então, continua sendo hoje e háde ser para sempre a identidade doDeus verdadeiro. Deus nunca mu-da.

Observem o raciocínio de Cris-to: “Errais, não conhecendo as Escri-turas, nem o poder de Deus... não ten-des lido o que Deus vos declarou, di-zendo. Eu sou o Deus de Abraão, oDeus de Isaque, e o Deus de Jacó?Ora, Deus não é Deus dos mortos,mas dos vivos” (Mateus 22.29-32).

Cristo está dizendo: se Abraão,Isaque e Jacó não viverem eterna-mente através de uma ressurreição,então seria uma zombaria identifi-car Deus eternamente com eles. Eleseria apenas o Deus de – identifi-cando-se com seres de limitadaexistência – um pingo na eternida-de. Ser chamado o Deus deAbraão, Isaque e Jacó, se estes jánão existem, seria desmerecerDeus.

Se a nação de Israel está morta,ou foi substituída pela Igreja, e não

terá um futuro eterno, o própriotermo “Deus de Israel” não redun-daria em glória a Deus, mas numinsulto ao Seu caráter, tendo emvista as Suas muitas promessas deque Israel jamais deixará de existir.Mesmo assim, tem sido esta a posi-ção tomada por aqueles que dizemque Israel foi substituído pela Igre-ja. Em sua obra The Last Disciple (OÚltimo Discípulo), Hank Hane-graaff apresenta um personagem-chave dizendo: “A aliança entreDeus e Israel foi quebrada com arejeição do Seu Filho”. Hank nãodá explicação alguma sobre comouma “Aliança Eterna” poderia serquebrada, nem como a rejeição deIsrael a Cristo poderia anular umaaliança que não era condicionada àsua aceitação de Cristo, para a qualjamais houve condição alguma queIsrael devesse cumprir e da qualDeus disse que seria completadanos últimos dias.

Na verdade, ao mesmo tempoem que Deus prometeu bênçãoseternas a Israel, com uma total res-tauração nos últimos dias, Ele tam-

1133Notícias de Israel, março de 2008

Para muitos, “Deus” é simplesmente um “poder superior”.

Page 14: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

bém declarou a infidelidade do po-vo a Ele, sem a menor implicaçãode que os muitos pecados de Israele dos judeus fossem um empecilhoao cumprimento de Suas promessasa Abraão, Isaque e Jacó:

“...entrai e possuí a terra que o SE-NHOR jurou a vossos pais, Abraão,Isaque e Jacó, que a daria a eles e àsua descendência depois deles... na ter-ra que dei a vossos pais, desde os tem-pos antigos e para sempre... Não é porrespeito a vós que eu faço isto, ó casade Israel, mas pelo meu santo nome,que profanastes entre as nações paraonde fostes... Envergonhai-vos, e con-fundi-vos por causa dos vossos cami-nhos, ó casa de Israel... No dia em queeu vos purificar de todas as vossas ini-qüidades... E vos tomarei dentre osgentios, e vos congregarei de todas asterras, e vos trarei para a vossa ter-ra... e vos tratarei melhor que nos vos-sos princípios; e sabereis que eu sou oSENHOR... Eu, o SENHOR, o disse e o

farei” (Deuteronômio 1.8;Jeremias 7.7; Ezequiel36.11;22-26,32-36).

Novamente aqui, e emtoda parte (como já disse-mos), está meridianamen-te claro que não existemquaisquer condições a se-rem cumpridas por Israel,mas que Deus cumprirácada promessa, pela inte-gridade do Seu Nome,apesar da rebelião de doSeu povo contra Ele.Além disso, os profetaspredisseram que o Mes-sias seria rejeitado por Is-rael e crucificado; contu-do, em todas as profeciasjamais existiu o menor in-dício de que, por causadessa rejeição, Deus iriaquebrar Sua aliança eter-na com Israel. A aliançafoi feita com Abraão, Isa-que e Jacó – não com os

seus descendentes (Gênesis 12.1-3;15.7,18-21; 17.7-8,19,21; 26;28.13; 1 Crônicas 16.14-18, etc.).Ela jamais foi condicionada à obe-diência dos seus descendentes e,portanto, não poderia ser quebradapor coisa alguma que os seus des-cendentes fizessem ou deixassem defazer. É um tapa na cara do Deuseterno dizer que Israel foi substituí-do!

A Escritura registra literalmentecentenas de promessas de Deus aIsrael de que jamais deixaria deexistir como nação (Jeremias 31.35-37, etc.). Essas promessas não po-dem ser anuladas nem pelo próprioDeus. Isso faria dEle um mentiroso.As promessas também não podemser espiritualizadas, como se a terrade Canaã, que se tornou a terra deIsrael, pudesse significar simples-mente a herança celestial da Igreja.

É irrefutável que Israel possuiuuma terra física e histórica, que lhe

foi dada por Deus, através de umdecreto eterno. É igualmente umfato histórico que Israel foi expulsode sua terra pelo próprio Deus porcausa de sua rebelião. E não é me-nos histórico o fato de que Israelvoltou a ser uma nação em 14 demaio de 1948, e que milhões de ju-deus têm regressado, desde então, àTerra Prometida, vindos de mais decem países, exatamente conformefoi predito na Escritura. Isso nãopode ser senão o início da restaura-ção de Israel, de modo que o seufuturo venha a ser melhor que o seupassado. Seguem apenas algumasdas muitas promessas de Deus a Is-rael:

“À tua descendência darei esta ter-ra... para sempre... À tua descendên-cia tenho dado esta terra, desde o riodo Egito até ao grande rio Eufrates...E estabelecerei a minha aliança entremim e ti e a tua descendência depois deti em suas gerações, por aliança perpé-tua... E te darei a ti e à tua descen-dência depois de ti, a terra de tuas pe-regrinações, toda a terra de Canaã emperpétua possessão e ser-lhes-ei o seuDeus... porque a ti [Isaque] e à tuadescendência darei todas estas terras, econfirmarei o juramento que tenho ju-rado a Abraão teu pai.... Lembrai-vosperpetuamente da sua aliança e da pa-lavra que prescreveu para mil gera-ções... Da aliança que fez comAbraão, e do seu juramento a Isa-que... O qual também a Jacó confir-mou por estatuto, e a Israel por alian-ça eterna... Dizendo: A ti te darei aterra de Canaã, quinhão da vossa he-rança” (Gênesis 12.7; 13.15; 15.18;17.7-8; 26.13; 1 Crônicas 16.14-18).

Citando o ódio dos vizinhos deIsrael naquele tempo, temos o Sal-mo 83.3-4, que prediz o plano mu-çulmano de desarraigar Israel domapa: “Tomaram astuto conselhocontra o teu povo... Disseram: Vinde,e desarraiguemo-los para que não se-jam nação, nem haja mais memória

1144 Notícias de Israel, março de 2008

Como poderia um “poder”de qualquer espécie ter ainteligência para projetar oátomo e o Universo,imprimir instruções escritasnuma linguagem codificadasobre o DNA, paraconstruir e operar cadacélula e criar serespessoais inteligentes comuma consciência moral euma paixão por propósito?

Page 15: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

do nome de Israel”. No mesmo esfor-ço para destruir Israel, certas deno-minações cristãs têm boicotado asempresas que fazem negócios comIsrael. Os teólogos da substituição,tais como D. James Kennedy, R. C.Sproul e muitos outros aliados comeles, rejeitam o Israel moderno co-mo não tendo o menor significadono cumprimento das promessas di-vinas feitas a Abraão, Isaque e Jacó.

Em “An Open Letter to Evange-licals and Other Interested Parties:The People of God, The Land ofIsrael, and the Impartiality of theGospel” (Uma Carta Aberta aosEvangélicos e outras Partes Interes-sadas: o Povo de Deus, a Terra deIsrael, e a Imparcialidade do Evan-gelho), eles declaram:

As promessa de herança queDeus fez a Abraão... não se aplicama qualquer grupo étnico especial,mas à Igreja de Jesus Cristo, o verda-

deiro Israel... A reivindicação dequalquer grupo étnico ou religioso aoterritório no Oriente Médio, chamado“Terra Santa”, não tem respaldo naEscritura. De fato, as promessas espe-cíficas de terra a Israel foram cumpri-das no Velho Testamento, sob Josué.

Uma aliança eterna cumpridasob Josué, que viveu apenas 110anos? Centenas de “promessas es-pecíficas de terra a Israel no VelhoTestamento” nem sequer haviamsido feitas pelos profetas, até sécu-los após Josué ter morrido! Atémesmo as profecias feitas por Moi-sés durante o tempo de Josué – queIsrael iria pecar e ser expulso da ter-ra – não foram cumpridas “sob Jo-sué”. Essa declaração de Kennedy,Sproul e outros é um tal desafio aoDeus de Israel que até parece ina-creditável, vinda de “eruditos” bí-blicos. Aqui está a Palavra do Se-nhor:

“Portanto, eis que vêm dias, diz oSENHOR, em que nunca mais dirão:Vive o SENHOR, que fez subir os filhosde Israel da terra do Egito; mas: Viveo SENHOR, que fez subir, e que trouxea geração da casa de Israel da terra donorte, e de todas as terras para onde ostinha arrojado; e habitarão na sua ter-ra” (Jeremias 23.7-8).

Essas afirmações se cumpremem nossos dias. Deus disse que pre-tendia destruir Israel e fazer deMoisés uma grande nação. Moisés,porém, arrazoou com Deus que Eleestaria anulando a Sua Palavra se fi-zesse tal coisa, o que levaria os seuscríticos a dizer que Ele não era ca-paz de cumprir Suas promessas. Sepelo menos uma delas falhasse, issoiria refletir-se sobre todas as outraspromessas (Êxodo 32.9-14). Mes-mo assim, hoje em dia, cada vezmais pessoas que afirmam ser cris-tãs estão declarando que a aliança

1155Notícias de Israel, março de 2008

““......eennttrraaii ee ppoossssuuíí aa tteerrrraa qquuee oo SSEENNHHOORR jjuurroouu aavvoossssooss ppaaiiss,, AAbbrraaããoo,, IIssaaqquuee ee JJaaccóó,, qquuee aa ddaarriiaa aa

eelleess ee àà ssuuaa ddeesscceennddêênncciiaa ddeeppooiiss ddeelleess””..

Page 16: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

eterna de Deus com Israel foi anu-lada!

Se a aliança eterna que o Deusde Abraão, Isaque e Jacó fez sob ju-ramento aos patriarcas de Israel nãofor cumprida, então Deus terá ne-gado a si mesmo. O mesmo aconte-ce em relação às literalmente cente-nas de promessas feitas por Deusde que iria restituir toda a terra aIsrael. Se apenas uma delas falhar,Deus negará a si mesmo e não serámais merecedor de confiança. Aquitemos algumas dessas muitas pro-messas que poderiam ser citadas:

“Como o pastor busca o seu reba-nho... assim buscarei as minhas ove-lhas; e livrá-las-ei de todos os lugarespor onde andam espalhadas... E tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dospaíses, e as trarei à sua própria terra, eas apascentarei nos montes de Israel...Em bons pastos as apascentarei... Aperdida buscarei, e a desgarrada tor-narei a trazer, e a quebrada ligarei, ea enferma fortalecerei; mas a gorda e aforte destruirei... Portanto livrarei asminhas ovelhas, para que não sirvammais de rapina... E suscitarei sobreelas um só pastor, e ele as apascentará;o meu servo Davi [isto é, o Messias]é que as apascentará; ele lhes serviráde pastor... E eu, o SENHOR, lhes sereipor Deus... e habitarão em seguran-ça... farei uma bênção... e estarão se-guras na sua terra... e vos tratarei me-lhor que nos vossos princípios; e sabe-reis que eu sou o SENHOR... E fareique nunca mais tu ouças a afronta dosgentios... e vos congregarei de todas asterras, e vos trarei para a vossa ter-ra... E habitarão na terra que dei ameu servo Jacó... E porei dentro devós o meu Espírito, e farei que aindeisnos meus estatutos... e porei o meusantuário no meio deles para sempre”(Êxodo 34.12-16; 22.28; 36.11, 15,24, 27; 37.25-28).

Se “eterno” com referência a Is-rael já não significa eterno, comopodemos confiar em João 3.16 so-

bre a vida eterna dada aos quecrêem em Cristo? O Deus deAbraão, de Isaque e Jacó, o Deusde Israel, é o único Deus verdadei-ro. O Messias prometido a Israelpelos profetas judeus já veio há2000 anos atrás. Ele é o Salvadorde todos os que nEle crêem comoAquele que, cumprindo o que osprofetas hebreus predisseram, mor-reu pelos pecados do mundo, res-suscitou dentre os mortos e ascen-deu à destra do Pai. Ele virá em po-der e glória para castigar o mundopelo abuso contra o Seu povo de Is-rael e para governar o mundo as-sentado no Trono de Davi, em Je-rusalém. Permaneçamos fiéis à ver-dade da Escritura, e preguemos overdadeiro Evangelho de Deus, pri-meiro aos judeus e também aosgentios (Romanos 1.16). (TBC)

Dave Hunt é autor e conferencista mun-dialmente conhecido. Ele escreveu maisde 25 livros com tiragem total acima de4.000.000 de exemplares. Dave Hunt fazmuitas palestras nos EUA e em outrospaíses, sendo também freqüentementeentrevistado no rádio e na televisão porcausa das suas profundas pesquisas emáreas como misticismo oriental, fenôme-nos psíquicos, seitas e ocultismo.

Recomendamos:

1166 Notícias de Israel, março de 2008

““CCoommoo oo ppaassttoorr bbuussccaa oo sseeuu rreebbaannhhoo...... aassssiimmbbuussccaarreeii aass mmiinnhhaass oovveellhhaass;; ee lliivvrráá--llaass--eeii ddee ttooddoossooss lluuggaarreess ppoorr oonnddee aannddaamm eessppaallhhaaddaass””..

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 17: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

El Shaddai é a pessoa da Divin-dade que os seres humanos podemver e ainda assim viver. Em Gênesis18 Ele veio a Abraão, parecendoum homem comum. El Shaddaitambém apareceu no Antigo Testa-mento como o Anjo do Senhor. Es-tas aparições devem reforçar nossafé no amor de Deus por nós e nadivindade de Jesus.

HagarHagar, serva de Sarai, engravi-

dou de Abrão (mais tarde chamadoAbraão) e começou a desrespeitarsua senhora. Por isso, Sarai tratou-atão severamente que Hagar não su-portou mais a situação e fugiu.Quando ela chegou a uma fonte deágua no deserto, o Anjo do Senhora encontrou (Gn 16.7).

Hagar não se surpreendeu com avisão do homem que falou com ela,provavelmente porque a Sua apa-

rência era humana em to-dos os aspectos. O homeminstruiu-a a retornar a Sa-rai (mais tarde chamadaSara). Então Ele aben-çoou-a e disse que ela es-tava carregando um filhocujo nome seria Ismael, eprofetizou, então, o futurodele.

Só então Hagar enten-deu que estivera diante dopróprio Deus: “Então elainvocou o nome do Senhor,que lhe falava: Tu és Deusque vê; pois disse ela: Nãoolhei eu neste lugar paraaquele que me vê?” (v. 13).Hagar chamou El Shaddaide El Roi, “O Deus quevê”, um nome que apre-senta a característica fun-damental de El Shaddai:Sua onisciência. Ele sabe evê tudo. Nada está escon-

1177Notícias de Israel, março de 2008

Hagar entendeu que estivera diante do próprioDeus: “Então ela invocou o nome do Senhor, quelhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Nãoolhei eu neste lugar para aquele que me vê?”

Page 18: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

dido dos Seus olhos. Nossas vidassão um livro aberto diante dEle.

AbraãoAbraão encontrou-se com El

Shaddai quando o Senhor testou opatriarca ordenando-lhe sacrificarseu filho Isaque em um dos montesde Moriá. Seguro de que Deus irialivrá-lo da morte (Hb 11.17-19),Abraão amarrou seu filho ao altar etomou o punhal para matá-lo:“Mas do céu lhe bradou o Anjodo Senhor: Abraão, Abraão! Elerespondeu: Eis-me aqui. Entãolhe disse: Não estendas a mão so-bre o rapaz, e nada lhe faças;pois agora sei que temes a Deus,porquanto não me negaste o teufilho, o teu único filho” (Gn22.11-12).

A frase “não me negaste oteu único filho” indica que oAnjo do Senhor era o Único– o próprio Senhor – que ha-via ordenado a Abraão sacri-ficar Isaque. Também emÊxodo 23.20-23, o Anjo doSenhor é ninguém menos queo próprio Senhor que cami-nhou à frente do povo de Is-rael no deserto. O mesmoacontece em Êxodo 13.21;14.19,24; 33.14-15; Núme-ros 22.22-35, Juízes 2.1-5; 2Samuel 24.16; Salmo 34.7;35.1-6; Isaías 52.12; Zacarias1.11-12; 3.1-5; 12.8.

Gideão“Então veio o Anjo do Senhor, e

assentou-se debaixo do carvalho, queestá em Ofra, que pertencia a Joás,abiezrita; e Gideão, seu filho, estavamalhando o trigo no lagar, para o pôra salvo dos midianitas. Então o Anjodo Senhor lhe apareceu, e lhe disse: OSenhor é contigo, homem valente” (Jz6.11-12).

A insegurança naqueles dias eragrande, e Gideão respondeu amar-gamente: “Ai, Senhor meu, se o Se-nhor é conosco, por que nos sobreveiotudo isso?” (v. 13).

Em resposta à sua pergunta, oAnjo do Senhor revelou-se como opróprio Senhor: “Porventura não teenviei eu? Eu estou contigo” (vv. 14e 16).

A palavra anjo não se refere ne-cessariamente a um ser alado. Na

maioria dos casos no Antigo Testa-mento, descreve um mensageiro. Seo homem que apareceu a Gideãofosse um anjo alado, Gideão teriarespondido diferentemente. Entre-tanto, Gideão viu um homem, comoqualquer outro homem. Até ondeele sabia, estava falando com umapessoa comum. Somente no versícu-lo 22, depois de testemunhar ummilagre, é que Gideão entendeu queele havia visto o Senhor face a face.

Manoá e esposa

O Anjo do Senhor também apa-receu à esposa de Manoá e disseque ela teria um filho, um nazireudedicado a Deus desde o ventre, eque ele salvaria Israel dos filisteus(Jz 13.2-5). A esposa de Manoácontou isso a seu marido, dizendoque ela vira um “Homem deDeus”, cuja expressão era “muitoimpressionante como o Anjo deDeus”. Manoá pediu em oração

que o homem de Deus voltas-se, e Ele voltou. Nesse mo-mento Manoá encontrou-otambém, e o Anjo do Senhororientou o casal com relação àcriança que nasceria (Sansão).

Então Manoá preparou umcabrito jovem para o visitante.Quando o animal estava sobreo altar, o Anjo do Senhor as-cendeu ao céu. Manoá e suaesposa entenderam que elesnão haviam falado com umapessoa comum; eles tinhamfalado com o Senhor face a fa-ce e permanecido com vida(v. 23).

Eles viram El Shaddai, apessoa da Divindade que aoshumanos é permitido ver. Cer-tamente, o Anjo do Senhor é opróprio Senhor.

MoisésO profeta judeu Isaías escla-

receu aos filhos de Israel queseus problemas feriam ao Senhor.Isaías disse que o “Anjo da Sua pre-sença” (em hebraico “O Anjo daSua face”) os salvou, redimiu e car-regou todos os dias da Antigüidade:“Porque ele dizia: Certamente eles sãomeu povo, filhos que não mentirão; ese lhes tornou Salvador. Em toda aangústia deles ele foi angustiado, e oAnjo da sua presença os salvou; peloseu amor, e pela sua compaixão ele osremiu; os tomou e os conduziu todos os

1188 Notícias de Israel, março de 2008

Abraão encontrou-se com El Shaddai quando oSenhor testou o patriarca ordenando-lhe sacrificarseu filho Isaque em um dos montes de Moriá.

Page 19: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

dias da antigüidade” (Is63.8-9).

A pergunta é: Quem éo “Anjo da Sua presen-ça”? A resposta encontra-se em Êxodo 33.14-15.Moisés implorou ao Se-nhor para acompanhá-lono deserto e guiar o povode Israel. O Senhor de-clarou: “A minha presença(em hebraico “face”) irácontigo, e eu te darei des-canso” (v. 14).

Moisés respondeu: “Sea tua presença não vai co-migo, não nos faças subirdeste lugar” (v. 15). Êxodo13.21 diz que o Senhor iaadiante do povo de Israelno deserto. Portanto, aPresença do Anjo do Se-nhor é El Shaddai, a enti-dade divina que aos ho-

mens é permitido ver. Quando Ovemos, vemos a Deus (confira João14.6-14).

Por que Deus permitiria quemeros mortais vissem El Shaddai?Por causa do Seu amor por nós!Deus criou a humanidade porqueEle é um Deus de amor. E o amorse expressa em um desejo de dar epresentear. El Shaddai próximo anós expressa Seu amor, assim comoSeu sacrifício no Calvário para quepossamos ter vida eterna. (Israel MyGlory)

Meno Kalisher é pastor da “Assem-bléia de Jerusalém – Casa da Reden-ção” em Jerusalém. Ele tem falado emconvenções e eventos evangélicos emIsrael e em outros países e será umdos palestrantes em nosso 10º Con-gresso Internacional Sobre a PalavraProfética em Águas de Lindóia/SP (22a 25/10/2008). Seu pai, Zvi, é sobre-vivente do Holocausto nazista.

1199Notícias de Israel, março de 2008

Moisés implorou ao Senhor para acompanhá-lo nodeserto e guiar o povo de Israel.

Política graúda e peregrinação

Foi uma visita histórica cheiade acontecimentos e também desinais claros. Mas, apenas o tem-po dirá quais serão os resultadosdessa peregrinação.

O presidente norte-americanoGeorge W. Bush é reconhecido comoum metodista crente. Isso pôde ser no-tado claramente em sua visita a Israelem janeiro deste ano. A fé caracteriza

sua visão de mun-do. Foi possível re-conhecer esse fatonão apenas porocasião de sua visi-ta à Igreja da Nati-vidade em Belém,

onde ele fez uma breve oração dianteda tradicional manjedoura. Suas ma-nifestações políticas também forammarcadas pelo pano de fundo religio-so. Ele não disse simplesmente queexigia a paz no Oriente Médio até ofinal do ano, nem ameaçou fazer usode pressão política para tanto. Pelocontrário, explicou sutilmente que“crê” na possibilidade de haver paz

na região. Com suas “visões” ele tam-bém se movimenta em terreno religio-so, mesmo que o alvo de estabelecerum Estado palestino pacífico lado alado com um “Estado judeu para opovo judeu dentro de fronteiras segu-ras” soe mais como administração decrise terrena. Bush conhece as Escritu-ras dos profetas bíblicos, e sabe quesuas visões marcaram o mundo deforma indelével. Afinal, na Bíblia estáescrito que “a fé move montanhas”. Ohomem mais poderoso do mundo po-de, com suas palavras e ordens, mu-dar o curso da história e o destino dospovos. O poder do presidente ameri-cano é uma realidade, independente

O presidente Bushna Terra Santa

Page 20: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

da avaliação que se faça de sua polí-tica.

Bush também foi confrontado como passado, por exemplo, no Yad Vas-hem, o memorial do Holocausto em Je-rusalém. Diante de fotografias aéreasde Auschwitz em 1944, foi pergunta-do a ele por que os americanos sob aliderança de Roosevelt não bombar-dearam a pior fábrica de morte dirigi-da pelos nazistas. Sua destruição cer-tamente teria custado a vida de milha-res de judeus dentro de seus muros,mas salvaria a vida de outros milhõesde candidatos à mortandade. Apósuma breve confabulação com sua se-cretária de Estado, Bush explicou, pa-ra espanto de seus ouvintes: “Esse foium erro histórico”. Uma declaraçãoforte de um presidente norte-america-no que normalmente não critica seusantecessores. Bush quebrou um tabuem relação a um tema que já deu ori-gem a comentários e livros de historia-dores que formam bibliotecas inteiras.

A visita a Israel foi alegre, anima-da e cordial, acompanhada de muitosgestos de cortesia. Beijinhos foram tro-cados entre Bush e a ministra do Exte-rior Tzipi Livni e entre Olmert e Con-doleezza Rice. Bush e Olmert se abra-çaram, deram tapinhas nas costas umdo outro e se portaram como velhoscolegas de escola. Boa vontade tam-bém foi demonstrada pela administra-ção da cidade de Jerusalém. Na ma-nhã do segundo dia da visita, a muni-cipalidade mandou desligar ailuminação das muralhas da CidadeAntiga especialmente para que Bushpudesse observar, a partir de sua suítede hotel, o maravilhoso nascer do solsobre o monte das Oliveiras e a si-lhueta da Cidade Antiga adornadapor suas cúpulas. Ou melhor: poderiater observado, pois uma espessa nebli-na bloqueou sua visão.

Bush continuou sua viagem e diri-giu-se à sombria e chuvosa Rammalahdos palestinos. Lá reinava mau humor.

Bush não se dignou a um único olharpara o sepulcro de Yasser Arafat, oque os palestinos consideraram umaofensa. À noite Bush exigiu o fim daocupação israelense, mas irritou osárabes quando advogou: “...o estabe-lecimento da Palestina como pátriapara o povo palestino, assim como Is-rael já é a pátria para o povo judeu”.

Quer seja profeta ou visionário po-lítico, o presidente Bush emitiu sinaisclaros e deixou marcas como poucosde seus antecessores. (US)

Com todo o respeito devido aopresidente norte-americano, pre-cisamos nos perguntar como épossível que ele, como cristão,pode chegar ao ponto de dividir aterra de Israel em favor de um Es-tado palestino. Exatamente àque-les que o fazem, Deus ameaçacom pesado juízo (veja Jl 3.2).Talvez seja permitido perguntarse o comportamento de Bush nãoé um alerta para nós cristãos.Pois, por um lado ele confirmasua fé e se posiciona claramenteem favor de Israel. Por outro lado,ele está disposto a repartir a terrade Israel. Com esse comporta-mento o presidente se parece comdiversos reis do Antigo Testamen-to: ele faz o que agrada ao Se-nhor, mas não em tudo, pois elesnão derrubaram os altos (veja 2Rs 10.30-31; 14.3-4; 15.34-35,etc.). Será que não acontece omesmo conosco? Empenhamo-nos pelo Reino de Deus, fazemosisto ou aquilo, mas em um pontofalhamos sempre. Jesus, porém,morreu também por este ponto.Por isso, sigamos com fervor ain-da maior e de todo o nosso cora-ção ao Senhor Jesus! O rei Eze-quias é um exemplo maravilhosopara nós cristãos, pois ele agiu detodo o coração para com o Se-nhor e fez tudo o que agradava aDeus (veja 2 Rs 18.3-8). (ConnoMalgo)

2200 Notícias de Israel, março de 2008

O presidente americano George W. Bush com o primeiro-ministro israelense EhudOlmert em Jerusalém.

Page 22: Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Uma retrospectiva

Os EUA são considerados ami-gos “íntimos” de Israel. Mas asrelações entre os dois países nãosão muito antigas.

Hoje os Estados Unidos e Israel sãoparceiros estratégicos e aliados ínti-mos. Mas não foi sempre assim. Em1948 o presidente americano HarryTruman hesitou em reconhecer o re-cém-fundado Estado judeu. A UniãoSoviética foi mais rápida e esperavaencontrar em Israel, na época aindade tendência stalinista, um parceiro noOriente Médio. Em 1956 houve fortetensão entre Israel e os EUA, pois Is-rael foi à guerra juntamente com asex-potências coloniais França e Ingla-terra contra a nacionalização do ca-nal de Suez pelo Egito. Israel conquis-tou a península do Sinai, mas em pou-cos meses teve de se retirar devido àintensa pressão dos americanos. AGuerra dos Seis Dias em 1967 aindafoi vencida por Israel com os aviões“Mystère” franceses e os tanques“Sherman” ingleses.

Em 1968, quando o presidentefrancês Charles De Gaulle declarouum embargo de armas contra Israelporque este derrotou os aliados ára-bes dos franceses, especialmente aSíria, surgiu um vácuo que os ameri-canos ocuparam apenas em 1970.Os EUA pediram a Israel, durante ogolpe de Estado incitado por Arafatcontra o rei Hussein da Jordânia,que protegessem a Jordânia da inva-são dos sírios. Os americanos agra-deceram as ameaças de Israel a Da-masco aproximando-se do Estado ju-deu. Apenas em 1970 começoutambém a ajuda financeira a Israelpelos Estados Unidos, que subiu para3 bilhões de dólares anuais depois

das negociações de paz entre Israele o Egito, intermediadas pelos Esta-dos Unidos – como compensação pe-las bases militares que Israel teve deabandonar no Sinai.

Em 1973, quando a Guerra doYom Kippur estourou de surpresa, Is-rael, sob forte pressão, ameaçou seusinimigos com a “arma do fim do mun-do”. Os americanos entenderam o avi-so, e em poucas horas estabeleceramuma intensa ponte aérea com supri-mentos militares. Assim eles salvaramIsrael, enquanto americanos e russos,pela terceira vez durante a GuerraFria (depois de Cuba e Berlim), deixa-ram seu arsenal atômico em pronti-dão. Desde então os americanos de-sempenham um papel decisivo nos es-

forços em prol da paz no Oriente Mé-dio. Egito e Israel, sob Anuar el-Sadate Menachem Begin, assinaram o pri-meiro dos acordos de paz, no grama-do diante da Casa Branca em Was-hington. Para a cerimônia de paz is-raelense-jordaniana, o presidenteamericano Bill Clinton voou até à re-gião de fronteira próxima ao MarMorto.

Um ponto culminante dos esforçospela paz entre Israel e os palestinos foia conferência de cúpula de Camp Da-vid no verão do ano 2000. Mas os es-forços descambaram para o banho desangue da segunda Intifada. EnquantoAriel Sharon e George W. Bush firma-vam o contrato que estabelecia Israele os EUA como “parceiros estratégi-cos”, Bush rompeu as relações com oentão presidente palestino Yasser Ara-fat. O pessoal de Arafat tentou contra-bandear um navio completamente car-regado de armamentos para a Faixade Gaza, e Arafat negou-se a mandaresclarecer a morte de dois diplomatasamericanos na Faixa de Gaza. Desdeque Mahmud Abbas assumiu o gover-no, os americanos se empenham –juntamente com Israel e a União Euro-péia – em proteger a Autoridade Pa-lestina de uma tomada de poder peloHamas. (US)

Naturalmente é tranqüiliza-dor para Israel que os EstadosUnidos concedam seu apoio aopovo judeu. Mas, pela Bíblia sa-bemos que esse tempo tambémchegará ao fim. E então, quandotiver sido abandonado por todosos povos, Israel estará diante deuma grande provação. Mas de-pois virá a salvadora Vinda de Je-sus e a conversão do remanes-cente de Israel. Como ficamosnós, quando todos os apoios nossão tomados? Confiamos firme-mente em Jesus ou entramos empânico? Em Jesus temos a segu-rança de que tanto precisamos!(Conno Malgo)

2222 Notícias de Israel, março de 2008

Os Estados Unidos e Israel sãoparceiros estratégicos e aliados íntimos.

As relações americano-israelenses