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    OS ANARQUISTAS E O MOVIMENTO OPERRIO DO INCIO DO SCULO

    Ampla solidariedade de classe; democracia de base; internacionalismo; ao direta; tticas de greve,boicotagem e sabotagem; combate ao burocratismo e corporativismo sindical; independncia de classe; anti-capitalismo; criao de uma cultura operria e combativa so alguns dos princpios que vo caracterizar osindicalismo de orientao libertria em todo o mundo.

    No Brasil a atuao dos anarquistas se deu predominantemente dentro de organizaes operrias de

    orientao sindicalista revolucionria e em grupos especficos libertrios destinados propaganda e emalguns casos, articulao da ao no movimento operrio.

    A nascente classe operria brasileiraAs condies que envolviam o trabalho industrial no perodo de final do sculo XIX e incio do sculo

    XX eram das mais precrias. Fbricas em sua maioria que no tinham sequer janelas, jornadas mdias de 14horas por dia, por 6 dias da semana, salrios baixssimos. No havia indenizao por acidentes de trabalho eao envelhecer o trabalhador no contava com aposentadoria. Grande parte da fora de trabalho eraconstitudas por crianas com cinco anos ou menos. As crianas eram freqentemente espancadas. Em 1920,50% dos operrios txteis do pas eram formadas por mulheres e crianas com menos de 14 anos de idade.

    Mais da metade das indstrias brasileiras estavam concentradas no eixo Rio-So Paulo. De um total de275 000 operrios em 1920, 84 000 estavam em So Paulo, 56 000 no Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sulvinha em terceiro com 25 000 trabalhadores na indstria. Grande parte destes contigentes era formado porimigrantes europeus.

    Foi predominantemente os anarquistas que organizaram os primeiros sindicatos no Brasil e atravs desua prtica combativa arrancaram conquistas operrias de uma classe dominante acostumada a tratar ostrabalhadores como escravos. Com a abolio da escravatura a classe dominante iria promover uma polticaracista de branqueamento da populao incentivando a imigrao para o pas. O que no contava que estesimigrantes pobres, principalmente de origem italiana e espanhola traziam na bagagem as experincias de lutaem seu pas. A classe dominante ento tratou de criar o esteretipo do agitador estrangeiro, flor extica,que vinha trazer suas idias venenosas aos trabalhadores brasileiros de ndole pacfica e cordial. Noentanto a ocorrncia de greves em cidades como Recife e Salvador, onde a presena imigrante erainsignificante vinha a desmentir esta afirmao.

    No Rio Grande do Sul, peleias com a social-democraciaO final do sculo XIX representou para o Rio Grande do Sul grandes transformaes. Entre 1872 e

    1890 a populao dobrou, as cidades cresceram e tem incio um significativo crescimento industrial. Asprimeiras indstrias vo se localizar nos principais centros urbanos, como Porto Alegre, Rio Grande ePelotas, e depois nos ncleos coloniais como Caxias do Sul e So Leopoldo. Da ltima dcada do sculoXIX at os anos 20 temos uma mudana gradativa no perfil estritamente agropecurio do estado para umperfil urbano e industrial.

    At ento a organizao operria se restringia associaes mutualistas, que serviam para reunirfundos destinados a dar assistncia aos trabalhadores em caso de doena ou velhice, por exemplo. No entantono eram organizaes que reivindicassem esses e outros direitos aos patres.

    Nestes anos a imigrao que chega ao Rio Grande do Sul predominante de origem alem, cujas

    posies polticas eram predominantemente ligadas social-democracia daquele pas. Assim vemos asassociaes operrias desta poca, e at a primeira dcada do sculo seguinte, com forte influncia destacorrente. O seu grande objetivo que os operrios formassem um partido para concorrer com seuscandidatos prprios.

    Em 1892, pela 1 vez no Brasil, realizado o ato de Primeiro de Maio, reunindo a massa operria naPraa da Alfndega em Porto Alegre, impulsionado por anarquistas.

    Em 1894 fundado em Porto Alegre o Grupo dos Homens Livres, que reunia anarquistas na maioriade origem italiana. Alguns vinham da Colnia Ceclia no Paran. Se encontravam, entre outros, GiovanniRossi e Gigi Damiani, que junto com o mdico Frederico Geyer fundam o jornal libertrio A Luta.

    Em janeiro de 1897 organizado o Primeiro Congresso Operrio do Rio Grande do Sul. Osanarquistas intervm no Congresso participando como Grupo Libertrio, que prope a utilizao domtodo do boicote, que aceito pelo Congresso.

    Em 1905 fundada a Unio Operria Internacional, que funcionaria como uma espcie de braosindical do Grupo dos Homens Livres, reunindo aqueles sindicatos de orientao anarquista. As polmicasentre anarquistas e sociais-democratas vo se tornando mais acirradas, na medida em que se intensifica a

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    atuao libertria. No primeiro de maio de 1906 em Porto Alegre, enquanto o grupo social-democratamantm o estilo festivo das comemoraes, os anarquistas defendem a promoo de atividades de cunhocontestatrio.

    Neste ano d-se a fundao do jornal anarquistaA Luta, retomando o nome daquele do final do sculo19. Tem como editores Polidoro Santos, Jos Rey Gil (que havia rompido com os reformistas) e ReinaldoGayer. Este jornal ir travar grandes polmicas com a social-democracia e seus jornais A Democracia e O

    Avante, em especial na defesa da organizao autnoma dos sindicatos, no afastamento dos trabalhadores da

    poltica partidria e da defesa da boicotagem. Por isso os anarquistas e outros simpticos essas propostas sedefiniam muitas vezes simplesmente como sindicalistas.

    Ainda neste ano fundada e mantida pelos anarquistas a Escola Eliseu Reclus, na mesma sede de ALuta (localizada na Rua das Andradas n 64). Os anarquistas tinham suas divergncias com os ditossocialistas tambm no que tange educao, pois defendiam uma forma autnoma de educao dooperariado e seus filhos, impedindo a interveno do Estado e da classe patronal nos contedos ministrados.

    Em So PauloEm So Paulo a militncia libertria e sindicalista iria se agrupar em torno do jornal O Amigo do Povo,

    que passou a circular em 1902, tendo Edgar Leuenroth, Neno Vasco, Jos Sarmento Marques e Giulio Sorellientre seus militantes mais combativos. De 1903 a 1905 se daria a proliferao das ligas de resistncia, queem 1905 se agrupam para constituir a Federao Operria de So Paulo. Por outro lado haviam militantesanarco-comunistas que criticavam os aspectos reformistas do sindicalismo, entre eles Gigi Damiani, OresteRistori, Alessandro Cerchiai, Angelo Bandoni e Florentino de Carvalho. O grupo, surgido em torno do jornallibertrioIl Risveglio, de 1889, iria se firmar em 1904 com o jornalLa Bataglia.

    No 1 de maio de 1907 convocado pela FOSP vrias categorias entram em greve, mas a repressopolicial que se segue grande, fechando a FOSP, prendendo os militantes mais combativos. Apesar de noter trazido conquistas econmicas, houveram conquistas morais e ticas pela avaliao dos anarquistas, porter rompido a indiferena dos operrios.

    O 1 Congresso Operrio BrasileiroPor iniciativa do movimento operrio carioca e impulsionado predominantemente pela militncia

    anarquista, aps intensa troca de circulares e propaganda, este congresso se realiza nos dias 15 a 20 de abril,

    no Rio de Janeiro, com a participao de cerca de 50 organizaes operrias. Entre as deliberaes destacam-se: Fundao da Confederao Operria Brasileira (COB); Criao do jornalA Voz do Trabalhador; Abolio das organizaes operrias toda forma de atuao poltico-partidria: o Congresso

    aconselhava o proletariado a por fora do Sindicato a luta poltica especial de um partido e asrivalidades que resultariam na adoo, pela associao de resistncia, de uma doutrina polticaou religiosa, ou de um programa eleitoral;

    Organizao das mulheres nos sindicatos; Combate da explorao do trabalho infantil; Criao de escolas laicas para os scios das associaes operrias e seus filhos; No admisso de funo remunerada para cargos no sindicato, a no ser em casos de necessidade

    absoluta. Neste caso, o salrio no dever ser superior ao normal da profisso e deve-se darpreferncia aos scios inutilizados pelo e para o trabalho;

    No concesso de ttulos honorficos e de distino de espcie alguma; No admisso de scios no operrios; Priorizao da luta pelas 8 horas de trabalho; Priorizao do sindicato de resistncia ao cooperativismo e a beneficncia, pelo fato destas serem

    a cargo do operariado, facilitando mesmo ao patro a imposio das suas condies;contribuindo a embaraar a ao da sociedade, que falta inteiramente ao fim para que foraconstituda a resistncia.

    Combater o militarismo; Lutar pelo recebimento em dia dos salrios.O Congresso aprova uma moo em que considera como nico mtodo de organizao compatvel

    com o irreprimvel esprito de liberdade e com as imperiosas necessidades de ao e educao operria o

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    mtodo federativo, a mais larga autonomia do indivduo no sindicato, do sindicato na federao e dafederao na confederao e, como unicamente admissveis simples delegaes de funo sem autoridade.

    O Congresso tambm aprova a deflagrao de uma greve geral para a conquista das 8 horas detrabalho para o dia 1 de maio de 1907. Iniciada em So Paulo, esta estende-se rapidamente a outros estados,sendo brutalmente sufocada pela polcia.

    A Greve dos 21 diasEm outubro de 1906 ocorre uma greve generalizada em Porto Alegre, que inicia no dia 1 com a

    categoria dos marmoristas (cujo direo era anarquista) pelas 8h de trabalhoOs sociais-democratas Francisco Xavier da Costa e Carlos Cavaco convocam reunies onde se decide

    a fundao da Federao Operria do Rio Grande do Sul. Esta, no entanto, toma parte (da greve) apenascomo elemento decorativo, segundo o anarquista Polidoro Santos.

    A cidade vive momentos de grande agitao. O policiamento ostensivo, so j cerca de 5000 emgreve e os piquetes para impedir os fura-greves so frequentes. No dia 9 os operrios se pronunciamcontrrios a proposta de 9h dirias proposta pela patronal e mantm-se em greve. A polcia faz vrias prises.A patronal no consegue ficar muito coesa e alguns so obrigados a ceder frente a fora dos operrios.

    No havia consenso sobre os rumos da greve no movimento operrio. Nos dias 18, 19 e 20 os jornaisfazem presso para que a greve acabe, noticiando a volta de alguns operrios ao trabalho, onde seriamcarinhosamente recebidos pelos patres, que por mal inspirados haviam abandonado. A greve terminaoficialmente no dia 21.

    Os anarquistas criticaram os socialistas por terem influenciado o fim da greve sem que asreivindicaes fossem alcanadas. Alm disso denunciavam que, ao contrrio do que os jornais pregavam,existiam perseguies contra os grevistas no retorno ao trabalho. A categoria dos marmoristas continuou emgreve at a vitria das 8 horas.

    No incio algumas associaes operrias, aquelas de influncia anarquista, se recusam a ingressar naFORGS, divergindo da orientao social-democrata, ou socialista, como se dizia. Entre eles esto oSindicato dos Marmoristas, a Unio Operria Internacional, o Grmio de Artes Grficas e a Escola Eliseu

    Reclus

    Anarquistas na FORGS

    Enquanto os sociais-democratas se aproximavam cada vez mais do Partido Republicano Riograndense,os anarquistas iam aumentando sua fora no movimento operrio. Em 1911 o diretor de o Echo do Povoescreve para Borges de Medeiros para changuear um cargo na Assemblia a classe proletria tambmmerece ter um representante seu na Assemblia Estadual, que se comprometa a agir dentro das normas doPartido que V. Ex. exemplarmente dirige, e que tem elevado o Estado do RS a esfera dos primeiros daComunho Brasileira..

    De fato, de 1912 a 1930 a principal figura da social-democracia da poca, Francisco Xavier da Costaser Conselheiro Municipal pelo PRR.

    Em maro de 1911a chapa dos anarquistas ganha a eleio da diretoria da FORGS, levando novasadeses entidade de um lado, e a sada das associaes fiis ao socialistas de outro. escolhido LucidioMarinho Prestes presidente, Polidoro Santos, secretrio e Carlos Nogueira de Oliveira, tesoureiro. LucidioMarinho teria aderido ao anarquismo nesta poca, tendo anteriormente militado com os socialistas. O

    anarquista Polidoro Santos relatou que as entidades no participavam anteriormente porque a FORGS levavauma vida quase apagada alimentada por pessoas que tinham mais amor aos seus interesses pessoais que coletividade operria, e por isso esperavam ocasio azada para por em prtica alguma tentativa de bonsresultados polticos.

    A FORGS partia para seu perodo de maior atividade. Publica jornais (A Voz do Trabalhador eAurora), realiza comcios e excurses de propaganda pelas cidades do interior, estimula a criao de escolas,teatros, bibliotecas e salas de leituras e fornece seu decisivo apoio s lutas dos trabalhadores.

    As Lutas contra a CarestiaEm So Paulo o operariado voltava um perodo de agitao com as comemoraes do 1 de Maio em

    1912 organizadas por anarquistas e socialistas e a agitao promovida pelo Comit de Agitao contra aCarestia de Vida, seguindo-se vrias greves. No mesmo ano a FORGS tambm realiza, na Praa Senador

    Florncio, um comcio para protestar contra a carestia de vida. Encerrando o comcio a multido desfiloupela Rua das Andradas e depois dirigiu-se sede da FORGS.

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    O Congresso PelegoO governo comeava a ensaiar os primeiros passos no seu propsito de domesticar o movimento

    operrio, quando em novembro de 1912 convocado o 4 Congresso Operrio Brasileiro (no se sabequais congressos se considerava serem o 2 e o 3). Idealizado pelo deputado e tenente Mrio Hermes e seupai, o presidente marechal Hermes da Fonseca, o Congresso oferecia aos operrios passagem e estadia pagas.O Congresso decide fundar a Confederao Brasileira do Trabalho que no foi alm da criao de seusestatutos.

    O 2 Congresso Operrio BrasileiroSob intensa campanha contra a lei de expulso de estrangeiros, o 2 Congresso se realiza nos dias 8 a

    13 de setembro de 1913. Este ratifica os pontos aprovados no 1 Congresso e avana a discusso sobre aorganizao do operariado, aprovando a moo denominada Mecanismos de Organizao Federativa doOperariado. Entre os muitos considerandos que justificam as normas aprovadas, percebe-se o fortecontedo libertrio: (...)considerando que a evoluo histrica se realiza no sentido da liberdadeindividual; que esta indispensvel para que a liberdade social seja um fato;, que esta liberdade no se

    perde sindicalizando-os com os demais produtores e, ao contrrio se aumenta, pela intensidade e extensoque adquire a potencialidade individual;, que o homem socivel e consequentemente, a liberdade de cadaum no se limita pela do outro, segundo o conceito burgus; ao contrrio, a liberdade de cada um secompleta com a liberdade geral (...)

    Entre as moes aprovadas pelo Congresso se encontra o voto de solidariedade revoluo em cursono Mxico..

    Florescimento de atividades de cunho cultural e educativo.Especialmente nas duas primeira dcada do sculo XIX, o movimento operrio gacho passa a contar

    com vrios instrumentos culturais, educativos e esportivos para a unio da classe.Na Unio Operria de Rio Grande, entre outras atividades, se realizavam peas teatrais de autoria da

    libertria Agostina Guizzardi desde o ano de 1905. A militncia anarquista buscava utilizar o teatro comomeio educativo de propagao de ideais, utilizando temas relacionados luta de classes, valores e costumes,com o fim de atingir o maior nmero possvel de trabalhadores. Apesar dos esforos das associaesoperrias em fundar escolas e bibliotecas, o acesso aos livros era limitado devido ao analfabetismo, o custo

    dos livros e a falta de tradues de obras tericas, assim como longa durao das jornadas de trabalho.A busca de uma educao destinada aos operrios e seus filhos, livre da ideologia do Estado e daIgreja era tambm uma preocupao que motivou anarquistas em diversas partes do mundo a criar asEscolas Modernas ou Racionalistas, inspiradas nas idias defendidas pelo educador espanhol FranciscoFerrer. Com concepes inovadoras, como o ensino laico, a educao mista de meninos e meninas e a nfaseno aprendizado atravs da prtica, as escolas operrias foram uma experincia de grande importncia nocampo da pedagogia.

    Uma das precursoras no Brasil, seno a primeira, a professora Malvina Tavares. Natural deEncruzilhada do Sul, se formou professora em Porto Alegre e foi lecionar no ano de 1899 em So Gabriel daEstrela, distrito de Lajeado, hoje Cruzeiro do Sul, onde estabeleceu sua escola. A sua pedagogia libertadorarendeu bons frutos. Entre seus alunos estavam os irmos e irms Martins: Henrique (que depois adotaria opseudnimo Ceclio Vilar), Nino, Armando, Espertirina, Eulina, Dulcina e Virgnia, que iriam se tornar

    ativos (as) militantes anarquistas.Desde 1913 a FORGS manter em sua sede uma escola onde ensina-se primeiras letras, desenho e

    msica; e periodicamente so realizadas prelees sobre assuntos religiosos, filosficos, sociais e cientficos.As aulas so frequentadas por adultos e crianas e mantida com contribuies voluntrias dos alunos e sciosdas associaes federadas.

    Nos princpios de 1914 inaugurada no bairro operrio de Navegantes a Escola Moderna, paraadultos e crianas. Em 1915 fundado, por Polidoro Santos, Ceclio Vilar, Zenon de Almeida, DjalmaFeterman e outros, o Instituto de Educao e Ensino Racionalista. Localizada na rua Ramiro Barcelos,ficava na ento chamada Colnia Africana onde viviam predominantemente negros e judeus pobres. Estaescola chegou a ter cerca de 400 alunos, de ambos os sexos.

    Tais escolas, fundadas e mantidas pelos operrios, estavam integradas todo um ambiente de luta ecriao de conscincia de classe. Isto pode ser ilustrado atravs de uma notcia veiculada em maio de 1919

    no Correio do Povo, que informa que nas comemoraes do 1 de maio a passeata operria parou na frenteda Escola Moderna e ali foi saudada por seus alunos e a professora Dorvalina Ribas com o hino Porvir, aoqual os trabalhadores responderam cantando o hino Filhos do Povo.

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    Muitas outras atividades culturais e educativas foram desenvolvidas. Infelizmente muito do que foiproduzido foi destrudo pela represso policial.

    Cresce o movimento em PelotasEm Pelotas comea a funcionar a partir de 1914 o Centro de Estudos Sociais, que funcionava na sede

    da Liga Operria e do qual participavam vrios militantes anarquistas. Neste fundou-se o GrupoIconoclasta, que ira reunir e organizar a atuao dos anarquistas. Este grupo seria o responsvel pela

    publicaoA Luta.No mesmo ano so fundados o Ateneu Sindicalista Pelotense e o Grupo de Teatro Social 1 de Maio,

    ambos ligados ao atuante grupoIconoclasta. No mesmo perodo tambm organizado o Centro Feminino deEstudos Sociais de Pelotas.

    As Greves de 1917O ano de 1917 foi tomado por grandes greves em todo o pas. A elevao da carestia de vida, crise do

    trabalho, elevao dos preos, maior explorao do trabalho infantil e feminino so alguns dos fatores quecontribuam para o aumento da mobilizao dos operrios.

    O encarecimento dos produtos de primeira necessidade, em especial dos alimentos, era atribudo ao dos aambarcadores, cujos agentes percorriam o interior do estado comprando toda a produo earmazenando-a para a exportao. Os gastos com a alimentao consumiam cerca de dois teros dos gastosdomsticos.

    O combate ao trabalho infantil foi eleito uma das principais bandeiras de luta do Centro Libertrio deSo Paulo, em maro de 1917. Em maro e abril se realizariam vrios comcios do Comit Popular de

    Agitao contra a Explorao de Menores nos bairros operrios.A participao operria era expressiva nos comcios e no 1 de Maio. O passo seguinte era organizar

    ligas de resistncia nos bairros onde residiam os trabalhadores. A primeira criada em maio na Mooca.Iniciam movimentos por aumento salarial e melhorias nas condies de trabalho.

    Pelos meses de maio e junho vrias fbricas de tecidos entram em greve. Os anarquistas deflagram umcampanha com o lema Toda solidariedade aos grevistas. Os embates entre a polcia e os grevistas sofreqentes. Num destes conflitos, assassinado o jovem sapateiro anarquista Jos Ineguez Martinez, em 9 de

    julho. A partir da a greve vai se alastrar rapidamente pela cidade, tomando o operariado de uma forte

    comoo e disposio para a luta.No mesmo dia da tragdia, noite, o grupo de editores dos jornais anarquistas Guerra Sociale e APlebe, os militantes do Centro Libertrio de So Paulo, os socialistas do jornalAvanti e do Centro Socialistade So Paulo e os representantes das ligas operrias, das corporaes em greve e de associaes poltico-sociais se renem no Centro Libertrio para discutir os rumos da greve. Ento se decide constituir o Comitde Defesa Proletria (CDP). Edgar Leuenroth assume o papel de secretrio do CDP com o pseudnimoFrederico Brito.

    O CDP decide transformar o enterro numa grande manifestao popular. Este ocorre no dia 11 dejulho, sob intenso frio e chuva. Na cerimnia fnebre vrios oradores falaram, protestando contra a violnciapolicial, pedindo a soltura dos grevistas presos, clamando pela liberdade de organizao e exigindo areabertura de duas entidades de orientao anarquista fechadas pela polcia, a Liga Operria da Mooca e aEscola Nova.

    O CDP desde a manteve-se permanentemente reunido de forma clandestina para evitar represlias dapolcia, coordenando os rumos da greve e divulgando os acontecimentos ocorridos em So Paulo atravs decirculares enviadas ao interior do estado COB. Solidariedade seria a sua palavra de ordem e a greve geralsua bandeira de luta. Diversas categorias responderam ao apelo da CDP e em 11 de julho o n de grevistaschega a vinte mil. Neste dia se realiza um comcio com cerca de 3 mil pessoas na Praa da S, pedindo odireito de associao e liberdade para os presos. A noite em reunio clandestina do CDP com representantesde 36 associaes operrias e de vrias comisses de greve se decide agrupar em um nico memorial asreivindicaes comuns a todas as categorias, como tambm da populao em geral. Quando a pauta dereivindicaes se tornou pblica em 12 de julho, So Paulo parou. Por trs dias as atividades industriais,comerciais, servios e transporte ficaram paralisados. Cerca de 100 mil trabalhadores estavam em greve. Agreve repercute no interior do estado e nas principais cidades brasileiras, de onde as agremiaes brindamseu apoio moral e financeiro. Em Santos a UGT decreta greve geral em solidariedade greve de So Paulo.

    No dia 15 os representantes do poder pblico e alguns industriais cedem s reivindicaes. No dia 16a CDP convoca 3 comcios em locais diferentes da cidade para deliberar sobre sua proposta de aceitar oacordo. Num deles compareceram mais de 10 mil pessoas. Nos trs comcios os trabalhadores votaram e

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    aprovaram a Ordem do Dia do CDP de retomada ao trabalho nos estabelecimentos onde os patresaceitaram as bases do acordo e a manuteno nos demais lugares. Comemorada as vitrias obtidas ao som da

    Internacional, a greve obteve antes de tudo a conquista da confiana dos operrios em suas prprias foras.Logo as greves se estenderiam tambm pelo Rio de Janeiro, Curitiba e cidades do sul do Paran, com

    ocorrncia de violentos choques com a represso.No Rio, desde o incio do ano estavam sendo promovidas intensas campanhas contra a carestia de

    vida, impulsionados pela FORJ, criada em 1906 e pelo Centro Libertrio. Em janeiro criado o Comit

    Central de Agitao e Propaganda contra a Carestia e o Aumento dos Impostos, que passa a coordenar asmanifestaes na cidade e nos subrbios onde so instalados sub-comits. Em fevereiro so realizados umasrie de comcios, apesar da proibio policial. O perodo de organizao e reorganizao sindical e entremaro e junho vrias categorias se organizam. Em maio se d uma greve de uma Fbrica de Tecidos eocorrem choques com a polcia.

    Mas em 7 de julho, quando o trgico desabamento do NY Hotel causa a morte de dezenas deoperrios, era o que falava para acirrar o descontentamento dos operrios. O sindicato da construo civilencabea um movimento que faz do enterro das vtimas um ato de protesto. Embalados pelas notcias de SoPaulo, a greve decidida em 17 de julho, e logo se generaliza. A FORJ elabora um programa semelhante aodo CDP, mas incluindo ainda a fixao do salrio mnimo e salrio igual para homens e mulheres. Em agostoa polcia fecha a FORJ. Algumas categorias obtm conquistas. O movimento operrio carioca iria viver o seugrande momento no ano seguinte.

    A Guerra dos Braos CruzadosNo Rio Grande do Sul os primeiros incidentes se do quando em Santa Maria um grupo de

    ferrovirios da Viao Frrea do RS se apossa de uma locomotiva e percorre a linha de Marcelino Ramospropagandeando a greve. No dia 29 de julho circularia amplamente um protesto que denunciava a exploraodos trabalhadores pela administrao da ferrovia.

    Em Porto Alegre, a greve deflagrada em 31 de julho e termina em 4 de agosto, posteriormente sgreves nos outros estados. Sua principal motivao a carestia, especialmente dos gneros alimentcios.

    A atuao dos anarquistas na greve comea um ms antes pela busca de revigorao da UnioOperria Internacional, que consta que em algum momento entre 1915 e 17 havia deixado de existir. EmPorto Alegre os anarquistas no agiam conjuntamente com os sindicatos existentes, mas em seu interior. A

    UOI, reorganizada com elementos de todas as categorias comeou a agir no interior de cada sindicato e daprpria FORGS para convocar uma mobilizao popular contra a carestia.No dia 29 de julho se convoca uma reunio da FORGS, com a presena de mais de 500 pessoas. A

    reunio no aberta pelo ento presidente da FORGS, o tipgrafo Ezequiel Oliveira, mas pelo delegado daUOI, o pedreiro Luiz Derivi, passando ento a palavra a Ceclio Vilar. Ambos os discursos combatiam umaposio, provavelmente a que ocupava os cargos da administrao de ento da FORGS, contrria a greve.Nessa reunio nomeada a Liga de Defesa Popular, que iria organizar toda a mobilizao. So nomeadosCeclio Vilar, Luiz Derivi e Salvador Rios, que escolheriam dois membros de cada associao filiada paracompor a Liga.

    A pauta de reivindicaes inclui, de modo geral, medidas para diminuio dos preos dos alimentos eartigos de primeira necessidade, da gua, aluguel e bondes; aumento dos salrios, jornada de 8 horas detrabalho e de 6 horas para mulheres e crianas.

    No dia 30 boletins da FORGS e do Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Classes Anexas,distribudos e afixados em postes no Campo do Bomfim, convocam os trabalhadores para uma concentraopblica na Praa da Alfndega para o dia seguinte. A LDP havia preparado um comcio para publicizar agreve no dia 31 de julho.

    Ao meio-dia os ferrovirios do RS se declaram em greve, o que j condicionou a paralisao do altocomrcio neste dia. Na tarde do dia 31 j estavam em greve as estaes de PoA, Santa Maria, Rio Grande,Bag, Gravata, Passo Fundo, Couto, Cacequi e Rio Pardo. O inspetor da Viao Frrea promete despedirtodos os grevistas, passa a admitir funcionrios no especializados e solicita a imediata interveno dastropas militares.

    Uma hora antes do comcio j era intenso o movimento de populares na praa da Alfndega, em PoA.Meia hora depois chegava o policiamento, com mais de 120 homens da BM, Piquete da Chefatura dePolcia, Escolta Presidencial, Polcias Administrativa e Judiciria.

    O comcio foi aberto por Luiz Derivi e contava com a participao de cerca de 4000 a 5000 pessoas eforte reforo policial. O orador mais saliente foi Ceclio Vilar, falando sobre os motivos da convocao domeeting e as causas da carestia: o momento no para conciliaes, e de luta. A luta mais justificvel, a

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    luta pela vida. Os operrios devem se erguer como um s homem, para sair as ruas e conquistar o po quenos est sendo roubado e a fim de protestar contra a explorao de que vtima a classe trabalhadora.

    Entre 31 e 4 de agosto a vida urbana em Porto Alegre foi completamente alterada. Participaram dagreve pedreiros, padeiros, trapicheiros e estivadores, trabalhadores da Cia Fora e Luz, operrios txteis,carroceiros, caixeiros, choferes, tipgrafos, entre outros. Estimativas apontam para cerca de 30.000 grevistasem PoA.

    No dia da deflagrao da greve se reuniu a Unio dos Condutores de Veculos, decidindo a aderncia

    da categoria. Estes trabalhadores passariam a controlar o trfego na capital. No dia 1 de agosto o diretor daSanta Casa dirige-se FORGS para solicitar providncias no sentido de manter o fornecimento de gneros casa de sade. Foram fornecidos ao diretor dois salvo-condutos, assim como ao Hospcio So Pedro e Asiloda mendicidade, e estaria livre a venda de gneros as residncias onde houvesse doentes. No salvo-conduto,em cujo topo lia-se Justia em vermelho, constava tambm que O portador do presente tem plenaautorizao da Liga de Defesa Popular para conduzir carne verde e outros artigos destinados aos doentesda Santa Casa. Sem o documento no havia circulao de carroas.

    No dia 2 de agosto se d uma ocupao militar da estao de Santa Maria. Em represlia, os grevistasarrancam trilhos, derrubam pontes e bloqueiam a via com dormentes e postes telegrficos em vrios pontosdo estado. Alguns trens passam a circular guarnecidos por tropas. Em Passo Fundo h violentos choquesentre ferrovirios e foras militares.

    Neste mesmo dia convocada uma manifestao pblica para pressionar o governo, cujos locais deconcentrao seriam a FORGS e a Praa dos Navegantes. A manifestao se dirigiu ao palcio do governoestadual, onde uma comisso da LDP, composta por Luiz Derivi, Ceclio Vilar e Zenon de Almeida recebida pelas autoridades. Borges de Medeiros declara que decretaria medidas de controle da exportao eatenderia a questo de horas de trabalho e salrios para os empregados do estado. A comisso saiu do palcioe comunicou aos j estimados 5000 manifestantes os intentos do governo estadual e municipal. Aps aspromessas de Borges a greve no declinou e tampouco tornou-se mais pacfica.

    A partir da aumenta a presso pelo fim da greve tanto pela imprensa como pela polcia. No dia 3 oChefe de Polcia ameaou proibir os meetings e as reunies em praas pblicas, e a partir da tarde soproibidos os ajuntamentos. A cidade se assemelhava uma praa de guerra, em todos os recantos suspeitoshaviam pelotes de infantaria e patrulhas de cavalaria cruzavam com freqncia. Nessas condies, sempossibilidade de manifestaes, a greve se reduziria ao confronto patro-empregado. Durante todo o dia 4

    so feitas reunies na sede da FORGS avaliando a situao, e s 23h a LDP publica um boletim anunciandoo fim da greve e comprometendo-se a apoiar as categorias que ainda se mantivessem paralisadas. Semantero ainda paralisados estivadores, padeiros, alfaiates, sapateiros, chapeleiros, pedreiros e carpinteiros,calceteiros e canteiros, operrios de fbricas de mveis e operrios de fbricas de meias.

    No dia 5 de agosto chega ao fim a greve dos ferrovirios, diante da violenta interveno das tropasfederais, e sem nenhuma reivindicao conquistada devido a intransigncia da direo da Viao Frrea,controlada na poca por uma concessionria belga.

    Em relao a totalidade das reivindicaes, pode-se dizer que houve vitria parcial dos trabalhadores.Muitos militantes anarquistas tiveram que sair de Porto Alegre devido s perseguies resultantes de

    sua atuao na greve. Isso, mais o fato de alguns terem encarado a atitude de Borges de Medeiros durante agreve como paternalista fez com que ganhasse influncia na FORGS um grupo pr-PRR, que ganha adireo da entidade em 1918. Nessa poca Francisco Xavier da Costa j era conselheiro municipal pelo

    partido. Os sindicatos de influncia libertria se afastam ou so afastados da FORGS e constituem a UnioGeral dos Trabalhadores. Mas essa direo se afastaria j em julho de 1918.

    Greves no interior do estadoEm Pelotas a greve geral deflagrada em 4 de agosto e no obtm tantas conquistas. Entre as

    reivindicaes estavam medidas contra a carestia, regulamentao da jornada de trabalho de 8 horas, 6 horaspara mulheres e menores e proibio do trabalho de menores de 14 anos. Nos moldes da LDP, funda-se umComit de Defesa Popular.

    Uma passeata realizada no centro da cidade culmina com um comcio na Praa 7 de julho. Durante ocomcio ocorre violenta interveno policial, provocando tiroteios entre grevistas e polcia municipal Aseguir, intervm o Regimento de Cavalaria e o conflito vira uma verdadeira batalha campal, que ter comoresultado vrios feridos de ambas as partes.

    Em protesto, os operrios se concentram, noite, na Sede da Liga Operria. Novamente a polciaintervm. Os operrios resistem e o chefe de polcia tem seu cavalo abatido a tiros. Um funcionrio daIntendncia Municipal mortalmente ferido. Aps muita luta, os grevistas so desalojados do prdio da Liga

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    Operria. A radicalizao poltica das lideranas operrias era bem maior que a que ocorrera em PoA. Umdos boletins do Comit chega a proclamar: Se tendes brio, sabeis repelir com asco aqueles que vos bajulam,quando de vs precisam e que vos maltratam quando servidos. Nada de voto; nada de urna!.

    As foras da BM e o prprio Chefe de Polcia deslocam-se para a cidade para tentar mediar asnegociaes, no s entre patres e empregados, mas principalmente entre o Comit de Defesa Popular e aIntendncia Municipal. A greve terminaria no dia 15 de agosto com a baixa dos preos de primeiranecessidade.

    Tambm haveria greves importantes em Rio Grande, Passo Fundo, Santa Cruz, Montenegro, Bag eoutros centros.

    Devido ao no atendimento de suas reivindicaes na greve anterior, em outubro de 1917 deflagradanova greve dos ferrovirios, que utilizam-se de sabotagens e outras formas de ao direta. Em 20 de outubrosoldados do Exrcito alvejam ferrovirios em Santa Maria, provocando grandes protestos dos operrios dePorto Alegre.

    Greve Geral de 1918No dia 21 de julho deflagrada a greve geral pelas trs entidades UGT, FORGS e Unio

    Metalrgica. As cinco reivindicaes envolvem a ao do Estado: diminuio do preo dos gneros deprimeira necessidade e da passagem de bonde, regulamentao das 8 horas de trabalho, liberdade aosoperrios canteiros que estavam presos, criao de lei de proteo acidentes no trabalho.

    A imprensa ataca a greve dizendo ser um intento de sedio anarquista. Aderiram imediatamentemotorneiros e condutores da Fora e Luz, os carroceiros e os choferes, paralisando totalmente o transporteurbano. Calculou-se cerca de 1500 grevistas. So colocadas pedras e dinamites sobre os trilhos de bonde. Agreve foi rapidamente reprimida pelo governo, com priso de lideranas (mais de 15, inclusive da FORGS),proibio de ajuntamentos em locais pblicos, fechamento de entidades operrias, ocupao militar dausina e dos bondes da Fora e Luz. Aps tais medidas repressivas, comeam a explodir bombas, nenhumacom grande potncia. Se a greve fracassara nos seus propsitos, por outro lado os anarquistas recuperavamsua influncia. Depois de mais ou menos dois meses de negociaes, se concretizou a fuso da FORGS coma UGT, adotando-se os estatutos da ltima.

    Em 1919 acontece outra greve generalizada em Porto Alegre onde ocorrem muitos conflitos entreoperrios e foras repressivas.

    Em outubro do mesmo ano haveria uma outra greve, dessa vez na cidade de Rio Grande. No dia 1 ostrabalhadores da Cia Francesa do porto, encarregados da carga e descarga se declaram em greve.Reivindicam as 8h e o aumento de 25% dos salrios, e desejavam receber por dia e no mais por hora. Agreve se alastrou rapidamente, com adeso dos trabalhadores dos bondes, oficinas e Usina Eltrica, deixandoa cidade completamente sem luz e sem bonde. O policiamento da cidade ia aumentando cada vez que novascategorias entravam em greve, contando com praas das cidades vizinhas.

    A represso comeou no dia 3 de outubro, quando a BM invadiu a sede da Unio Operria, impedindoa realizao de uma reunio. Os operrios enviaram um telegrama Borges de Medeiros, cuja posio foi deque o intendente municipal agisse de forma a sufoc-la. Em seguida foram presos dois operrios. No dia 5, aCia Francesa cede aumento de salrios para os grevistas, e a greve se encaminha para o seu fim quando solibertados os operrios presos

    A insurreio de 1918 no Rio de JaneiroEm janeiro de 1918 se organiza no Rio a Aliana Anarquista, organizao especfica dedicada propaganda. Em maro fundada a Unio Geral dos Trabalhadores, em substituio FORJ que havia sidofechada em 1917. Sob estado de stio a UGT organiza as comemoraes do 1 de maio que ocorre dentro deum Teatro devido proibio de comcios e manifestaes pblicas. Desde ento ocorrem greves de vriascategorias. Em agosto ocorre greve da Cia Cantareira e da Viao Fluminense, por aumento salarial, queparalisa os transportes de barcas entre Rio e Niteri e os bondes, e a qual sucedida pela greve de outrascategorias ligadas ao transporte, em solidariedade. Um conflito entre populares e a Fora Pblica na Rua daConceio em Niteri, com a adeso de alguns soldados, abre perspectivas para uma insurreio.

    Em Petrpolis a populao faminta promove saques. Em setembro, a epidemia da greve espanholatoma conta da cidade piorando a situao do operariado. Em novembro a epidemia decai mas a populaosegue padecendo de fome.

    No dia 18 de novembro os teceles declararam greve simultnea nas fbricas do Rio, Niteri,Petrpolis, Mag e Santo Aleixo. Tambm aderem metalrgicos e operrios da construo civil. Este era odia marcado para uma insurreio que derrubaria o Estado, substituindo-o por um conselho (soviet) de

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    operrios e soldados. No meio da tarde os trabalhadores comearam a convergir para o Campo de SoCristvo, onde a polcia d ordens para dispersar. Os trabalhadores reagem e segue um tiroteio. Duasbombas explodem na delegacia e a multido a invade. Pouco depois soldados do Exrcito intervm,desocupando a delegacia e dispersando os trabalhadores, que pretendiam invadir a Intendncia do Exrcito.O conflito se estendeu s ruas vizinhas. Segundo Edgar Rodrigues, os operrios souberam que o levantehavia sido trado e assim evitaram atitudes extremas. Um militar havia se infiltrado no movimento,participando de todas as reunies e inclusive ficando responsvel pela estratgia militar do levante. O plano

    era que, aps a tomada da Intendncia, os operrios e militares revoltosos rumariam para o Centro eatacariam a Prefeitura, o Palcio da Polcia, o Quartel da Brigada Policial; enquanto na Zona Sul se atacariao Palcio do Catete e a Cmara dos Deputados.

    No incio da tarde haviam sido presos todos os cabeas do movimento: Jos Oiticica, ManuelCampos, Astrojildo Pereira, Carlos Dias, lvaro Palmeira, Jos Elias da Silva, Joo da Costa Pimenta eAgripino Nazar, que seriam deportados ou expulsos para outros estados do pas. Cerca de 200 pessoas sodetidas. At o dia 21 seriam presos ao todo 78 militantes. Na porta de uma fbrica a polcia mata o teceloManoel Martins e fere outro operrio, que viria falecer dias depois. O cortejo fnebre, apesar de proibido, acompanhado por centenas de operrios. Prosseguiria por mais duas semanas a greve dos teceles,metalrgicos e da construo civil. Dia 20 a sede destes sindicatos fechada e a UGT dissolvida pordecreto federal.

    Greve em Rio GrandeEm 1919 acontece em Rio Grande uma greve de grande importncia. Sua principal reivindicao a

    jornada de 8h sem reduo de salrio e acrscimo de 50% na hora extra. A greve comeou devido a troca domeio de transporte para os trabalhadores da Cia Francesa, responsvel pelo Porto Novo. No dia 5 de maio, obonde que iria para Cia. Swift foi para Unio Geral dos Trabalhadores. Os trabalhadores tiveram o gosto deverem conduzidos de bonde at sua sede, a despeito do patro.

    A greve generalizou-se, levando as autoridades a reforar a polcia com praas de outros lugares.Mesmo sendo importante a adeso de mais categorias, o comit central dispensou o apoio do pessoal daUsina de Eletricidade, vendo que isto atrapalharia a populao.

    Os estivadores aderiram, no dia 6, mantendo a sua tradio combativa, sempre como um s homemdisposto para o que der e vier, conforme o jornal rio-grandino O Nosso Verbo, de orientao libertria. No

    dia 7 foi a Italo-Brasileira, oficinas mecnicas e a Viao Frrea. A greve agora quase geral.Logo aps comea a represso atravs da censura dos servios telegrficos, impedindo a comunicaoda UGT com associaes de outras cidades. A polcia comea com aes violentas contra um movimentoque at ento era pacfico, quando atentou contra operrias que estavam em frente da Rheingantz e da UnioFabril, tentando dispersa-las a pata de cavalo no momento em que estes declaravam greve. As mulheresreagiram e a polcia, s porque estava armada, massacrou as operrias; caso o contrrio teriamapanhado, segundo O Nosso Verbo. Tambm houve uma invaso sede da UGT por parte da polcia.

    Outras categorias vo aderindo. No dia 8 acontece uma passeata com 3000 operrios, entre mulheres ecrianas. Ao passarem pela praa Tamandar, um sargento d ordem para a disperso, isso no ocorrendo, aBM pe-se em posio de avano sobre as operrias, e toma a bandeira da UGT. No contentes, os soldadosdescarregaram as armas na populao. O resultado foi um pedreiro(que estava apenas de passagem pelolocal), que foi morto e vrios ferido. Dessa forma os operrios se dispersaram, e parte deles se reagrupou na

    sede da UGT e l recomeam os conflitos com a polcia, que termina por lacrar a sede da entidade. Tambmsede da Sociedade dos Marinheiros e Remadores, entre outras associaes, foram fechadas. A polcia vigiavaos edifcios pblicos federais, o Novo Porto, as estaes da Viao Frrea e a Usina Eltrica. Os operrioscontavam com o apoio dos bombeiros que, ao serem intimados a vigiar a populao, aderiram ao movimento.O efetivo policial j contava com cerca de 90 praas e um navio de guerra da Marinha.

    O clima de tenso estava aumentando a cada momento, as autoridades distriburam um comunicadodizendo para a populao no tomar parte de nenhuma manifestao, e que qualquer manifestao serreprimida. Por outro lado os grevistas pediam para que se mantivesse a luta: A polcia semeou o vento quecolheu a tempestade. preciso ir at o fim. No recuar covardemente. Ningum volte ao trabalho, que avitria ser certa. E que cada uma faa o que puder e julgar conveniente para o triunfo de nossa causa. Se aconstituio um farrapo e a liberdade de reunio uma mentira, que se renam os grupos e ajam como

    puderem

    Apenas no dia 14 algumas categorias comearam a voltar ao trabalho. Muitos operrios voltaram atrabalhar mas no mais no local onde trabalhava, pois foram demitidos.

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    No dia 17 a imprensa noticia o fim da greve, e foram libertados operrios presos durante a greve. Aschaves das associaes operrias foram devolvidas, bem como a bandeira da UGT que havia sido tomadadurante a passeata do dia 8. A greve trouxe o atendimento das reivindicaes de algumas categorias.

    O 2 Congresso Operrio do Rio Grande do SulRealizado nos dias 21 a 25 de maro de 1920, o Congresso conta com a participao de 30 associaes

    operrias das cidades de Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul, Rio Grande, Pelotas, Bag e Santana do

    Livramento. O Congresso aprova entre outras coisas a Declarao de Princpios da FORGS, com fortecontedo anti-capitalista e anti-estatal.

    O 3 Congresso Operrio BrasileiroO 3 Congresso acontece nos dias 23 a 30 de abril de 1920. Ratificando as teses do 1 e 2 Congressos,

    entre outras resolues, cria-se uma Comisso Executiva com cinco sees regionais e cinco secretriosexcursionistas, com objetivo de avanar a reorganizao do movimento operrio. Neste Congresso seaperfeioam as orientaes para a organizao sindical trabalhadas desde o 1 Congresso. (Ver nos anexos)

    Participam associaes do Rio de Janeiro, So Paulo, Minas Gerais, Paran, Rio Grande do Sul,Esprito Santo, Pernambuco, Par, Mato Grosso e Amazonas.

    Tambm estava na pauta do movimento operrio a questo que alguns vinham propondo de formaode uma partido operrio, contra o que a COB se opunha veementemente. So interessantes as colocaes deNeno Vasco, noBoletim da Comisso Executiva do 3 Congresso Operrio:

    (...) evidentemente o nome de partido operrio usurpado e abusivo. S pode haver um partidooperrio: aquele que possa admitir em seu seio todos os operrios e s os operrios, baseando-se sobre osinteresses comuns a todos e por todos compreendidos ou sentidos. para isso preciso achar-lhe um slidoterreno de acordo.

    A base de acordo no pode achar-se nos interesses e idias indecisos, contraditrios e poucocompreensveis da poltica e da religio. um fato que o acordo no existe nesses pontos, nem teria umabase segura sobre que assentar-se.

    A poltica parlamentar, por exemplo, divide os operrios, que de poltica se ocupam, em duas facesbem distintas: a dos partidrios e a dos inimigos da ao eleitoral e parlamentar. E entre os primeiros

    produz ainda rivalidades de partido, de candidatos, de pessoas, as mesquinhas intrigas que formigam na

    feira eleitoral.Colocando que um verdadeiro partido do trabalho, que realmente representasse os interesses operrios o prprio sindicato e suas respectivas federaes e confederaes, complementa que este uma grande eslido partido, com base firme, formando-se de baixo para cima, do simples para o composto. No hcomits diretivos, no h cabeas facilmente decapitveis.. (...) Faz-se a educao mtua no sentido deevitar que os indivduos possam admitir chefes e depositar neles a sua confiana, a sua iniciativa, ficandodesorientados quando esses chefes so empolgados pelo adversrio.

    Crescimento das divises no Movimento Operrio e o 3 CongressoAs eleies estaduais de 1922 e a Revoluo Assisista de 1923 tenderam a criar mais divises no

    movimento operrio no RS. H manifestos operrio contra e a favor dos candidatos Borges de Medeiros eAssis Brasil. Os sindicalistas suspendem o funcionamento de alguns sindicatos para evitar que sua atividade

    fosse apropriada por alguma das correntes em guerra civil.Os comunistas, que haviam fundado seu partido em 1922 mantinham colunas nos jornais do PRR e da

    Liga dos Operrios Republicanos. No entanto no eram estes ainda os maiores concorrentes dos anarquistas,ao menos em Porto Alegre, e sim os operrios pr- PRR.

    Em outros estados do Brasil essa disputa era intensa. Elvira Boni relata que desde a fundao do PCBno se realizava assemblia que no acabasse em discusso estril, e muitas vezes em violncia. O ponto dediscrdia girava quase sempre em torno dos rumos da revoluo russa, das prises naquela pas e deoperrios fuzilados.

    Em 1925 se realiza o 3 Congresso Operrio do Rio Grande do Sul expondo ainda mais as divisespolticas. As atas registram pelo menos dois incidentes em que h discusso com operrios que queriamparticipar do Congresso mas por serem ligados partidos polticos so impedidos de faz-lo. Depoisseguiam-se crticas ditadura do proletariado e represso sofrida pelos trabalhadores na Rssia. Neste

    Congresso tambm ocorre a adeso AIT, se constitui um Comit pr- Presos Sociais, que na poca jconstituem 1500 em todo o pas, se discute a organizao dos trabalhadores rurais e a situao da mulheroperria.

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    Aumento da represso e a Colnia Penal da Clevelndia

    A represso policial iria atingir principalmente o movimento em So Paulo e Rio de Janeiro. Prises,deportaes, torturas e assassinatos iriam ser cometidos contra os operrios, alm de fechamento das sedesdas associaes e at das escolas. Em Santos, os presos ficavam em solitrias nus e sem alimentos e gua porvrios dias. Espancamentos, invases de moradia e outras violncias eram freqentes em So Paulo. Apolcia tambm montava as famosas bernardas, que eram planos conspirativos que esta mesmo inventava

    para poder envolver os militantes.Sob o governo de Artur Bernardes (1922-1926) criado uma espcie de campo de concentrao na

    Clevelndia, localizada no extremo norte brasileiro junto Guiana Francesa, para onde eram mandadospresos polticos e sociais. Para l foram mandados mais de 1000 ativos militantes operrios, sendo que maisde 500 no sobreviveram.

    Um outro relato, escrito por Domingo Braz em setembro de 1925 d mais detalhes situao queestavam submetidos os deportados da Clevelndia. (ver em anexo)

    O 4 Congresso Operrio do Rio Grande do SulDizia-se que os libertrios do Brasil esto entrincheirados no Sul. Isto porque o estado era o

    mesmo atingido pela represso bernardista. No resto do Brasil, especialmente em So Paulo e Rio de Janeiro,a maioria das associaes operrias estavam fechadas e muitos dos militantes mais ativos haviam sido presosou deportados. Por isso busca-se a partir deste Congresso um processo de reorganizao da COB, eparticipam deste associaes e grupos libertrios de So Paulo e Par. Entre os temas do Congresso h uminforme sobre a campanha pela Libertao de Sacco e Vanzetti que tinha feito a Federao Operria de PortoAlegre, realizando trinta reunies pblicas.

    O anarquismo ps-30Getlio Vargas reclamar para si a paternidade de todas as conquistas obtidas pelos trabalhadores.

    Praticamente todas as conquistas hoje condensadas na legislao trabalhista, e que o Estado, de formapaternalista, diz ter concedido ao trabalhador, foram arrancadas uma a uma, a custa de muito sangue esacrifcio, na luta cotidiana dos operrios, diz Edgar Leuenroth, dando o exemplo das oito horas detrabalho que fora conquistada pelos trabalhadores da construo civil desde 1908.

    Em 1934 os anarquistas ainda tem presena marcante na campanha anti-fascista, protagonizando aBatalha da Praa da S em So Paulo contra os integralistas e frustrando sua inteno de imitar a MarchaFascista sobre Roma. Com ousadia e astcia revolucionria o russo Simn Radowitzky e o espanhol JuanPrez, ao perceberem a tocaia armada pelos galinhas verdes e as foras oficiosas contra a oposio populartomam o controle da situao ao se apropriar de uma arma posicionada estrategicamente pelos integralistas.

    Neste ano ainda se busca reorganizar a COB em um ato de 1 de maio realizado na FOSP. O ato tempor oradores os ativos militantes Edgar Leuenroth e Florentino de Carvalho.

    Em 1935 aps a intentona comunista, desencadeia-se uma feroz represso com muitas prises. O golpegetulista de 1937, instalando a ditadura, coloca a esquerda na clandestinidade e o anarquismo que s ressurgeem 1945, com uma atuao muito reduzida e predominantemente na rea cultural.

    Descenso do sindicalismo combativo e da incidncia anarquista

    Vrios fatores contriburam para que acontecesse o refluxo da organizao operria combativa que seconheceu naqueles anos. A forte represso, principalmente a partir de 1922, a ascenso do fascismo, acooptao das conquistas operrias e a hbil formao de lideranas pelegas pelo Estado, as prticascomunistas no sentido de destruir toda organizao operria que no estivesse subordinada ao partido, entreoutras.

    Intimamente ligado a isso est o refluxo da incidncia anarquista no Brasil. Tendo a organizaooperria praticamente como seu nico espao de atuao, com o seu desmantelamento a militncia anarquistatermina por se dispersar e se enfraquecer. A falta de uma organizao especfica de anarquistas, que pudessepermanecer no tempo independente do refluxo do movimento operrio e resguardar aquele saber adquiridoem tantos anos de luta um fator de peso a se agregar a outros que contriburam para o descenso doanarquismo no Brasil.

    FONTES PARA CONSULTA:

    Literatura

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    - A GREVE DE 1917 AS ORIGENS DO TRABALHISMO GACHO Miguel Bodea. LPM. Porto Alegre, 1978.Embora o enfoque seja buscar as origens do trabalhismo a partir de Borges de Medeiros, traz bastante informaessobre a Greve de 1917 em Porto Alegre e no interior e a greve nas ferrovias, alm de dar uma noo do panorama da

    poltica burguesa da poca.- PRIMEIRAS LUTAS OPERRIAS NO RIO GRANDE DO SUL Joo Batista Maral. Livraria do Globo. Porto

    Alegre, 1985. Retoma a histria de vrias associaes operrias.- ANTOLOGIA DO MOVIMENTO OPERRIO GACHO Slvia Petersen e Maria Elizabeth Lucas. Editora da

    Universidade. Porto Alegre, 1992. Faz um apanhado do perodo de 1870 a 1937, trazendo vrios documentos e artigosda poca.

    - POVO! TRABALHADORES! TUMULTOS E MOVIMENTO OPERRIO Adhemar Loureno da Silva Jr.UFRGS-IFCH, dissertao de mestrado. Porto Alegre, 1994. Relata em detalhes a Greve de 1917 em Porto Alegre,entre outros acontecimentos. uma obra bastante extensa.

    - ESTUDOS IBERO-AMERICANOS vrios autores. PUCRS, revista do Departamento de Histria. Porto Alegre,1996. Diversos artigos sobre diferentes aspetos do movimento operrio, como relao com os partidos polticosburgueses, o movimento em Pelotas e Rio Grande, participao das mulheres, o anarquismo na famlia de Zenon de

    Almeida e Eulina Martins, etc.- OS ANARQUISTAS NO RIO GRANDE DO SUL Joo Batista Maral. Unidade Editorial Porto Alegre. Porto

    Alegre, 1995. Traz uma breve biografia sobre vrios anarquistas militantes do perodo de final do sculo XIX e inciodo sculo XX.

    - RIVALIDADES E SOLIDARIEDADES NO MOVIMENTO OPERRIO Isabel Bilho. EDIPUCRS. Porto

    Alegre, 1999. Fala especialmente das divergncias entre anarquistas e sociais democratas em Porto Alegre no perodode 1906 a 1911.- BREVE CONSIDERAES SOBRE A GREVE DE 1919 Francisco Vargas. Texto sobre esta greve em Rio

    Grande- HISTRIA DO ANARQUISMO revista da SOMA. Fala das origens do anarco-sindicalismo, da influncia

    anarquista no movimento operrio do Brasil e faz uma boa abordagem sobre a pedagogia libertria.- O SONHAR LIBERTRIO Cristina Hebling Campos. Editora da UNICAMP. Campinas, 1988. Fala do

    movimento operrio no perodo de 1917 a 1921 em So Paulo e no Rio de Janeiro.- A SEMANA TRGICA Christina da Silva Roquette Lopreato. Museu da Imigrao. So Paulo, 1997. Fala da

    Greve de 1917 em So Paulo.- MORAL PBLICA E MARTRIO PRIVADO Alexandre Samis. Editora Achiam, FERLAGOS e CELIP. Rio de

    Janeiro, 1999. Se refere colnia penal de Clevelndia, para onde foram levados vrios anarquistas no governo deArtur Bernardes.

    VDEO

    - LIBERTRIOS documentrio que fala da participao de imigrantes italianos anarquistas no movimentooperrio de So Paulo.

    - ESTRUTURA SINDICAL NO BRASIL (1985) documentrio bem interessante produzido pelo Sintel que retrataa trajetria do sindicalismo no Brasil desde metade do sculo XIX at os anos 80. Dividido em 4 partes. Infelizmente acpia que temos na Videoteca possui uma qualidade bastante precria.

    - PATAGNIA REBELDE relata o trgico acontecimento na Patagnia (Argentina) a partir do desenrolar deuma greve dos pees das estncias da localidade de Rio Galegos. D um retrato de como eram as organizaesoperrias na poca e suas dificuldades.