Mentrasto - Ageratum conyzoides L. Ssp. Conyzoides. - Ervas Medicinais – Ficha Completa Ilustrada

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MENTRASTO NOME CIENTÍFICO Ageratum conyzoides L. ssp. conyzoides. FAMÍLIA BOTÂNICA Asteraceae. SINONÍMIA Camará-opela, catinga-de-barão, catinga- de-barrão, catinga-de-bode, catinga-de- borrão, celestina, erva-maria, erva-de- santa-lúcia, erva-de-santa-luzia, erva-de- são-joão, erva-de-são-josé, maria-preta, mentraço, mentraz, mentruz, picão-roxo, são-joão. HABITAT Espécie autóctone, silvestre e ruderal, originária da América do Sul. É ruderal infestante que ocorre disseminada em todo mundo. É normalmente encontrada em áreas agrícolas como invasora de plantas de lavoura, sobretudo no inverno, quando a ocorrência de gramíneas é reduzida. Ocorre de 0 a 3.000m de altitude (209). FITOLOGIA Planta herbácea anual, aromática, com cerca de 40 a 60cm de altura. O caule é ereto, cilíndrico, piloso, verde ou púrpura. As folhas são opostas, pecioladas, crenadas, largamente ovadas, agudas no ápice, cuneadas ou subcordiforme na base, revestidas de pelos glandulosos em ambas as faces, 3-nervadas na base e

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Nome Científico – Família Botânica – Sinonímia – Habitat – Fitologia – Clima – Solo – Agrologia – Partes Utilizadas – Fitoquímica - Propriedades Etnoterapêuticas – Indicações – Atividade Biológica - Formas de Usos – Toxicologia - Outras Propriedades

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MENTRASTO

NOME CIENTÍFICOAgeratum conyzoides L. ssp. conyzoides.

FAMÍLIA BOTÂNICAAsteraceae.

SINONÍMIACamará-opela, catinga-de-barão, catinga-de-barrão, catinga-de-bode, catinga-de-borrão, celestina, erva-maria, erva-de-santa-lúcia, erva-de-santa-luzia, erva-de-são-joão, erva-de-são-josé, maria-preta, mentraço, mentraz, mentruz, picão-roxo, são-joão.

HABITATEspécie autóctone, silvestre e ruderal, originária da América do Sul. É ruderal infestante que ocorre disseminada em todo mundo. É normalmente encontrada em áreas agrícolas como invasora de plantas de lavoura, sobretudo no inverno, quando a ocorrência de gramíneas é reduzida. Ocorre de 0 a 3.000m de altitude (209).

FITOLOGIAPlanta herbácea anual, aromática, com cerca de 40 a 60cm de altura. O caule é ereto, cilíndrico, piloso, verde ou púrpura. As folhas são opostas, pecioladas, crenadas, largamente ovadas, agudas no ápice, cuneadas ou subcordiforme na base, revestidas de pelos glandulosos em ambas as faces, 3-nervadas na base e medindo cerca de 7 a 9cm de comprimento. A inflorescência é um corimbo terminal que reúne 30 a 50 botões. As flores são hermafroditas, lilases, com ínvólucro campanulado, composto por 3 séries de filárias lanceoladas. Corola tubiforme Os aquênios são miúdos, pretos, 5-equinados, com cílios nos ângulos. As folhas exalam um olor suave, quando amassadas.

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CLIMAÉ de clima tropical, adaptando-se tanto às regiões quentes e frias, porém não suporta geadas. Embora heliófita, adapta-se bem à meia-sombra.

SOLOA planta adapta-se a quase todo tipo de solo, porém cresce mais intensamente em áreas férteis e/ou com solo revolvido Não medra em solos encharcados ou muito arenosos.

AGROLOGIA Espaçamento : 0,3m x 0,3. Propagação: sementes. Semeia-se a lanço, a

campo, ou em bandejas de isopor, visando a produção de mudas mais uniformes. A germinação ocorre a partir de 10oC, com um ótimo entre 25 e 30oC (209). As sementes são fotoblásticas positivas.

Plantio: março a abril, embora possa ser feito o ano todo. O transplante ocorre 40 dias após a semeadura.

Consórcio: plantas de maior estatura, que promovam sombra, favorecem o crescimento luxuriante da planta.

Florescimento: maio a novembro. Em condições adversas, a planta floresce prematuramente, mesmo com apenas duas folhas definitivas (209).

Colheita: a planta é colhida no início da diferenciação floral, ou seja, aos 80 a 90 dias do ciclo. Colhe-se no inverno.

PARTES UTILIZADASPlanta inteira, com exceção das raízes, colhida por ocasião do florescimento.

FITOQUÍMICAA planta contém resinas, mucilagens, ácido hidrociânico (257), alcalóides vaso-constritores, saponinas, princípios amargos e taninos. Produz 0,7 a 2% de óleos essenciais que contém e -pineno, mirceno, e -felandreno,

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sesquifelandreno, cadina-1,4-diene, elemol, e -terpineno, -cimeno, ocimeno, -cariofileno, eugenol, e -cadineno, -tujeno, benzaldeído, sabineno, sabinenohidrato, limoneno, 1-8 cineole, cis--ocimeno, terpinoleno, metileugenol, linalol, -terpineol, citronelol, , e -elemeno, -gurjuneno, -cubebeno, -copaeno, -bourboneno, -bergamoteno, E--farneseno, -humuleno, precoceno (cumarina), germacrenoD, -bisaboleno, nerolidol, spathulenol, epóxido de cariofileno, dihidrometoxiencecalina, dihidroencecalina, encecalina (125); cromonas, benzofuranas (145), flavonóides (ageconiflavona A, B e C); alcalóides pirrolizidínicos (equinatina e licopsamina); flavonóides (eupalestina), fridelina, n-hentriacontano, n-heptacosano, lideroflavona, nobiletina, n-nonacasona, quercetina, -sisterol, estigmasterol, n-ticarcontano, ageratocromeno, adineno, dimetóxi-ageratocromeno. O exocarpo do fruto contém fitomelano (179). O teor de óleo essencial varia de 0,02 a 0,16 entre a planta fresca e seca. Nas folhas o teor é de 0,06 (96).

PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICASAromática, mucilaginosa, amarga, diurética, carminativa (283), anti-reumática, analgésica (260), estimulante (242), antiinflamatória, antidiarréica, carminativa, febrífuga, emenagoga (258), antiespasmódica, tônica (179), cicatrizante, antidisentérica, vasodilatadora, aperiente (145) e antiblenorrágica (93).

INDICAÇÕESO suco fresco da planta, bem como o extrato da matéria seca, na forma de instilação, são usados para o tratamento da rinite alérgica e sinusite. O suco fresco da planta também é indicado para hemorragias pós-parto. A decocto das folhas é indicado para lenir cólicas menstruais, combater resfriados (258), cólicas flatulênicas e uterinas, amenorréia, artroses (179), além de perfumar e suavizar o cabelos e combater a caspa. Útil

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também para o tratamento de pneumatose do tubo digestivo, beriberi (283), contusões, ferimentos abertos, infecções das vias urinárias (145),

FARMACOLOGIAApresenta eficácia clínica para a artrite, diminuindo a inflamação e a dor após a primeira semana de tratamento (254).

ATIVIDADE BIOLÓGICAA folha apresenta atividade nematicida (Meloidogyne incognita), antimicrobiana (Staphylococus aureus), hemostática e relaxante da musculatura lisa. Também apresenta atividade inseticida contra Triboleum castaneum e Musca domestica e uma débil ação sobre Schistosoma mansoni (179).

FORMAS DE USO Alcoolatura: utilizar uma xícara das de cafezinho

da planta fresca para cada 5 xícaras de álcool. Tomar 10 gotas em água 2 vezes ao dia ou aplicar em massagens tópicas (reumatismo e artrose).

Decocção: cozinhar a planta inteira e despejar o chá morno numa vasilha. Em seguida, fazer a ablução dos pés ou das mãos com o chá durante 20 minutos, 2 vezes ao dia, ou ainda na forma de compressa (reumatismo e artrose).

Infusão: Adicionar 1 xícara das de cafezinho da planta

seca picada em 1/2 litro de água. Tomar 1 xícara de chá em intervalos de 4 horas (cólicas menstruais). (258).

20g da planta por litro de água. Tomar 4 a 5 xícaras por dia.

Cataplasmas: aplicar sobre as articulações doloridas (145).

Tintura: 1 xícara das de cafezinho da planta fresca para 5 xícaras de álcool. Diluir 10 gotas em

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água e tomar duas vezes ao dia (cólicas), ou fazer massagens locais (reumatismo/artrose).

Pó: colocar 1 colher das de café do pó em um copo com água ou suco de frutas. Tomar 3 a 4 vezes ao dia (artrose) (257).

Utilizar 30 a 50g da planta in natura ao dia.

FORMAS DE USO Infusão e tintura (444).

TOXICOLOGIAA planta contém alcalóides pirrolizidínicos que são hepatotóxicos (140).

OUTRAS PROPRIEDADES O óleo da planta protege grãos armazenados

contra a ação de fungos (80). Apresenta atividade contra insetos hemípteros,

devido a presença do precoceno (257). É utilizada no Nordeste brasileiro para aromatizar

roupas brancas. É melífera. Na Malásia é utilizada como forragem para

caprinos, muares e bovinos. A planta é hospedeira de um ácaro (Amblyseius

newsami) que preda ácaros (Panonychus citri, Brevipalpus phoenicis e Phyllocoptruta oleivora), fitoparasitas de espécies de Citrus. É também hospedeira do fungo Cystopus brasiliensis (93).

Além de ser infestante por excelência em solos revolvidos e férteis, pode abrigar nematóides (Meloidogyne, Pratylenchulus e Rotylenchus) e o vírus do enrugamento foliar do tabaco (209).

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