Aipo - Apium graveolens L. - Ervas Medicinais – Ficha Completa Ilustrada
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AIPO
NOME CIENTÍFICOApium australe Thou. e Apium graveolens L.
FAMÍLIA BOTÂNICAApiaceae.
SINONÍMIAAipo-d'água, aipo-doce, aipo-do-rio-grande, aipo-dos-pântanos, ápio, celeri, salsão.
HABITATEspécie autóctone, crescendo espontaneamente do Rio de Janeiro até a Argentina. Na Europa é encontrado até 100m de altitude, ocorrendo em áreas úmidas (182). É normalmente cultivado em hortas.
FITOLOGIAPlanta herbácea, anual ou bianual, ereta, perfumada, de caule ereto, estriado, oco, ramificado, cilíndrico, glabro e fistuloso, atingindo 60cm de altura. As folhas são luzidias, verde-escuras, decompostas, pinatífidas, as basais longo pecioladas, com cinco folíolos ovais e as superiores sésseis, com três folíolos menores e mais estreitos. As flores, brancas, pequenas e numerosas, estão dispostas em umbelas compostas, sésseis ou curtamente pedunculadas, que reúne 6 a 12 raios desiguais. O fruto é um esquizocarpo subgloboso, curvo, castanho-esverdeado, glabro, suborbicular.
CLIMAÉ uma espécie de clima subtropical. Desenvolve-se bem à temperatura de 20 a 25oC, não tolerando geadas e temperaturas acima de 30oC. Altas temperaturas resultam em abortamento de flores e, quando associadas à pluviosidade excessiva, favorecem à ocorrência de doenças.
SOLONa Europa é encontrado em solos alagados e salgados (182). Prefere solos arenosos ou areno-siltosos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. Solos pesados e com drenagem deficiente dificultam as trocas gasosas ao nível de raiz, afetando o metabolismo radicial e predispondo a planta às doenças. Prefere solos de reação neutra.
AGROLOGIA Espaçamento: 0,6 x 0,3m. Propagação: sementes. A semeadura pode ser
feita em bandejas de isopor com substrato organo-mineral. A germinação ocorre entre 8 e 12 dias .
Tratamento de sementes: para evitar-se a transmissão de doenças, sobretudo a septoriose, as sementes devem ser tratadas termicamente em água aquecida a 50oC, durante 20 a 30 mintas.
Plantio: março. Em regiões de clima ameno, a semeadura pode ser feita durante todo o ano. É feito quando a muda apresenta 6 a 7 folhas definitivas, ou 50 a 60 dias após a semeadura.
Adubação: aplicar 4 a 5kg/m2 de composto orgânico ou estrume animal bem curtido. Adubar, 30 a 40 dias após o plantio, com 10g/m2 de nitrato de cálcio, repetindo-se a cada 2 meses.
Irrigação: a planta deve ser irrigada diariamente, enquanto muda. Após o tranplante, irrigar nos primeiros 10 dias e durante os períodos de estiagem.
Doenças: a planta é sensível ao excesso de umidade no solo e no ar, resultando em doenças que afetam as folhas, o florescimento e a frutificação, entre elas, a Septoria apii, cujas sintomas foliares são manchas circulares oleosas e depois castanhas, que causam o secamento das folhas. Podem também ocorrer a Phoma apiicola, que causa podridão da raiz, Cercospora apii, que
infecta as folhas, Bacterium carotovorum, que origina podridões, e algumas viroses (182).
Colheita: ocorre 5 a 6 meses após a emergência, quando se deseja as folhas e/ou as raízes, ou no segundo ano, se for a sementes.
Rendimento: até 800kg/ha de sementes (182).
PARTES UTILIZADASRaízes, preferencialmente frescas, folhas e sementes.
FITOQUÍMICAA composição da espécie semelhante, Apium graveolens, revela a presença de óleo essencial contendo apiosídeo, limoneno, selineno, eudesmol, sedanolídeo, anidrido sedanólico; açúcares, manitol, pentosanas, ácidos glicérico, glicólico, málico, tartárico, fumárico, cumárico, caféico, ferúlico, químico, xiquímico; flavonóides (apiína), cumarinas (sesilina, isopimpenelina e appigravina) (257), guaiacol, fenol cristalizado, sesquiterpenos, ácido palmítico e óleo resina (341). As sementes produzem cerca de 2% de óleo essencial leve (163).
PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICASRaiz e semente: estomáquica, aperitiva, vulnerária, diurética e anti-hidrópica. Folha: resolutiva e peitoral (341), depurativa, expectorante, febrífuga, antiinflamatória, tônica (257), antiartrítica, anti-reumática (271), carminativa, emenagoga (salada) (215), excitante, antiescorbútica (283), alcalinizante, antitérmica, antiasmática e antianêmica (68).
INDICAÇÕESIndicada para o tratamento da asma úmida, gonorréia, retenção de urina, catarro pulmonar (341), nefrite, colite, disenteria, bronquite asmática, laringite, bronquite, úlceras de difícil cicatrização, contusões, ferimentos, hepatite, afecções febris (68), gota e litíase vesicular (257).
A raiz é indicada para cálculos do fígado e icterícia (271).
FORMAS DE USO Infusão: 1 colher das de sopa de raízes ou folhas
verdes/litro d'água. Tomar 3 xícaras ao dia (257). Infuso ou decôcto: 2,5%, 50 a 200ml/dia (341). 30g de folhas em 1 litro de água. Tomar 1 xícara
3 vezes ao dia (disenteria, colites e anemias). Para a bronquite asmática, adoçar com mel e tomar diariamente pela manhã, em jejum .
25g de raiz ou sementes para 1 litro de água. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia (laringite e bronquite)
Suco das folhas: 1 xícara ao dia, dividida em 3 a 4 vezes (nefrite, hepatite, afecções febris).
Pó: raízes secas e moídas polvilhadas 2 vezes ao dia sobre úlceras rebeldes (68).
Cataplasma: aplicar 2 vezes ao dia a folha sobre a região afetada (ferimentos e contusões).
Extrato fluido: 1 a 5ml/dia. Tintura: 5 a 25ml/dia. Elixir, vinho ou xarope: 20 a 100ml/dia (341).
TOXICOLOGIANão deve ser utilizada por pessoas portadoras de inflamações renais (257) e diabéticos, sob a forma de saladas (68).
OUTRAS PROPRIEDADES As sementes um forte aroma, persistente e
picante. O pecíolo carnoso e as raízes carnosas são
comestíveis, sendo utilizados em saladas. As folhas desidratadas e pulverizadas,
constituem-se em excelente condimento. O consumo regular da planta reduz a eliminação
de potássio do organismo humano, sendo indicada principalmente para atletas (257).
O óleo essencial é amarelo-claro, usado para aromatizar alimentos, doces, licores, perfumes e sabonetes (163).
Apium australe Thou
Apium graveolens L.