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  • 8/8/2019 McArdle [2]

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    CASOS DE BIOQUMICA DOENA DE MCARDLE

    CASO(Grazi): E.M.R, 65 anos, masculino Fr aqueza, p r incipalmente nos msculos do b rao; S intomas de p r ogr esso lenta; D ificuldade par a se levanta r da cadeir a e pa r a levanta r os braos acima da cabea;

    Fasciculao (contraes involunt r ias); P er da de massa muscula r ; Tomava lipitor h quat r o anos, e recentemente sua c r eatina quinase estava na faixa de

    4.000 U/L e caiu par a aproximadamente 300 U/L dois meses aps descontinuao (no r mal: 15 105 U/L), sem melhora na fora muscular do br ao;

    N o exame fsico, detectou-se at rofia e diminuio de for a nas extr emidades dosmsculos supe r iores (deltide, bceps e t r ceps), f raqueza simt r ica do iliopsoas e f raquezamnima bilateral do glteo;

    N a bipsia do m. quad r ceps encont rou-se vacolos subsa rcolemais e muitas fibrascom contedo no rmal (H.E.), contedo de glicognio aumentado p r esente em v r ias fibras,histoqumica indicando ausncia da atividade da glicognio fosfo r ilase, diminuio de enzimasoxidativas, atrofia neurognica mnima.

    DIAGNSTICO(Isa): D oena de McArdle uma miopatia metablica autossmica recessiva, com sintomas de intole r ncia ao exer cciocausada pela deficincia da enzima miofosfo r ilase, que metaboliza o glicognio pa ra acontr ao muscular dur ante o exe r ccio. Afeta pr incipalmente o msculo esqueltico,causando c imbra e do r , mioglobina na ur ina e f r aqueza p rogr essiva.** Tabela: McArdle x Hers

    ANLISE BIOQUMICA DA DOENA

    ** Estutura do glicognio (J) P olmero ramificado, extenso, de radicais de glicose, a maior par te unida po r ligaes

    glicosdicas alfa-1,4. Asramificaes, aproximadamente uma a cada dez glicoses, so c r iadaspor ligaes glicosdicas alfa-1,6

    ** Localizao anatmica do glicognio (Grazi) Os dois pr incipais locais de ar mazenamento de glicognio so o fgado e o msculoesqueltico. A concent rao maio r no fgado, mas h mais glicognio ar mazenado nomsculo, devido massa bem maio r . O glicognio est presente no citosol na fo rma degr nulos.O fgado ar mazena glicognio por que possui sensibilidade concent r ao de glicose no sanguee capacidade de capt-la ou libe r-la de acor do com a necessidade. Alm disso, tambm libe r aglicose dur ante atividades muscula r es e no inte rvalo entre as refeies.O glicognio muscular no pode se r expor tado, sendo usado apenas pela p r pr ia fibra, quando

    esta apresenta necessidade muito intensa. Quando o glicognio muscula

    r consumido, areposio feita imediatamente pelo fgado.

    Quando necess rio, o glicognio transformado em glicose pa r a a gerao de ATP .A estocagem de glicose na for ma de glicognio (polissacar deo insolvel em gua) fundamental pa ra estoca r gr andes quantidades de glicose sem ge r ar um eno rme desequilb r ioosmtico celular .

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    ** Gliclise(J) y A for mao de glicose-6-fosfato a pa r tir de ATP e glicose catalisada pela enzimahexoquinase. A fosfor ilao da f r utose-6-fosfato catalisada pela enzima fosfof r utoquinase-1tambm um passo consumido r de ATP .y Obser vao: A fosfor ilao da glicose um passo muito impo r tante pa ra mante r amolcula de glicose dent ro da clula, visto que a memb rana celular no ap resenta

    tr anspo r tado r es pa ra esse aca r fosfor ilado.y A ger ao de ATP na gliclise ocorr e na t ransfer ncia do fosfato do 1,3-bifosfoglicer atopar a o ADP catalisada pela enzima fosfoglicer atoquinase e na t r ansferncia do gr upo fosfatodo fosfoenolpiruvato pa r a o ADP catalisada pela enzima pi r uvato quinase.y Obser vao: A for mao de ATP pela t ransfer ncia de um grupo fosfato de umsubst rato como o 1,3-bifosfoglicer ato e o fosfoenolpi r uvato r efer ida como f osf orilao aonvel de substrato , par a distinguir seu mecanismo daquele da f osf orilao ligada respirao

    **Rendimento do metabolismo da glicose sob condies anaerbias (Isa) Em casos de pr esso pa r cial de oxignio insuficiente par a supo r tar a oxidao aerbia dopiruvato e do N AD H na gliclise, oN AD+ r egene rado a pa r tir do N AD H pela reduo dopiruvato a lactato, catalizada pela lactato desid rogenase.N a gliclise, a desidr ogenao de duas molculas de glice r aldedo-3-fosfato, de r ivadas de cadamolcula de glicose, conver te duas molculas de N AD+ em duas de N AD H. Como areduo deduas molculas de pi r uvato em duas de lactato regene r a duas molculas de N AD+ , no oco rrevar iao lquida do N AD+ ou do N AD H.Fer mentao o te r mo geral para tais pr ocessos, que ext r aem ene r gia como ATP semconsumir oxignio ou mudar as concent r aes de N AD+ ou N AD H.Seu r endimento final, noentanto, bem meno r que em condies ae r bicas: 2 ATP .

    ** Glicognio x Triacilglicerol(Grazi) Ambos ar mazenam ene rgia. O tr iacilglicerol a pr incipal forma de reser va de ene rgia a longopr azo, por ser oxidado completamente com maio r r endimento e no se r solvel em gua, nocontr ibuindo par a o aumento da p r esso osmtica dent r o da clula. N o entanto, pa ra

    necessidades imediatas, o fornecimento de ene

    rgia funo do glicognio

    .Alm disso, asgordur as no podem se r conver tidas em glicose nos mamfe r os nem se r submetidas a

    catabolismo em condies anae r bicas

    ** Reao da f osf orilase (Isa) A enzima glicognio-fosfor ilase inicia sua ao pela extr emidade no- r eduto ra da cadeia,adicionando o r tofosfato ( P i) na cadeia de glicognio, promovendo a queb r a e liberandoglicose-1-fosfato. Contudo, quando faltam quat r o glicoses para chegar ramificao, essaenzima perde a ao, e passa a se r necess r ia a atuao de duas out ras enzimas, t r ansferase ea des r amificadora.A tr ansferase pega t r s das quat r o glicoses que sobraram na ramificao e adiciona na cadeiapr incipal.

    A enzima desramificado

    ra libe

    ra a ltima glicose da

    ramificaoA glicognio-fosfor ilase do msculo uma isoenzima geneticamente distinta da glicognio-

    fosfor ilase e contm uma seqncia de aminocidos que tm um stio de ligao pa ranucleotdio pr ico. Quando o AMP se liga a esse stio, ele alte ra a conformao do stiocataltico. Assim, a hidrlise de ATP a ADP e o conseqente aumento de AM P gerado pelaadenilato-quinase du r ante a cont rao muscular podem di r etamente estimula r a glicogenlisepar a for necer subst r ato ene rgtico para a rota glicoltica. O AMP um ativado r alost r ico daisoenzima muscular glicognio fosfor ilase (miofosfor ilase), mas no do glicognio fosfor ilaseheptico.

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    ** Creatina quinase (Grazi) Os msculos esquelticos a r mazenam r elativamente pouco glicognio (ce r ca de 1% do seupeso total). Isso limita a quantidade de ene r gia glicosdica disponvel dur ante um esfo romximo. Alm disso, o acmulo de acetato e a conseqente diminuio do pH que oco rr e nosmsculos em atividade mxima reduz em sua eficincia.

    Entr etanto, o msculo esqueltico possui out r a fonte de ATP na for ma de cr eatina, que poderegene r ar r apidamente o ATP por meio da fosfor ilao do ADP .

    ** Importncia da enzima LDH(J) A lactato desidrogenase age como catalizado ra na pr oduo de piruvato em lactato. Esselactato cai na co rr ente sangunea e vai pa ra vr ios rgos, ent r e eles o fgado. N o fgado ocorr eo Ciclo de Cor i, onde o lactato novamente conve r tido a pir uvato e ento t r ansfor mado emglicose pela via de gliconeognese. Essa glicose ento jogada no sangue, onde vai at omsculo e conver tida novamente em lactato, de r ivando ATP no pr ocesso.A enzima lactatodesidrogenase impo r tante pa r a r eciclagem do N AD+ necess r io como r ecepto r de elt rons.

    CONCLUSO ANLISE DOS EXAMES

    ** Sintomas (Isa) Como a deficincia de miofosfor ilase impede a metabolizao do glicognio, a falta de glicosepar a a pr oduo de ATP nos msculos causa os sintomas dos quais o paciente se queixava.

    ** Elevados nveis de creatina quinase (Grazi) Os nveis de creatina quinase diminu r am aps a descontinuao do uso de lipto r uma vez queo aumento do nme r o dessas enzimas efeito colate r al do remdio. Ainda assim, a elevaocontinuou grande po r que essa enzima cataliza uma r eao alte r nativa pa r a o fornecimento deATP , impor tante pa ra pacientes que no conseguem metaboliza r glicognio

    ** Nveis de lactato (J) O lactato funciona como subst rato no Ciclo de Cor i, que tambm pe r mite a obteno de A TP sem metaboliza r o glicognio. P or tanto, em pacientes com McA rdle, o nvel de lactato esta rbaixo.