Materiais Componentes Do Concreto Armado1

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1. Dissertar sobre a seleção dos materiais componentes do concreto armado. Para que a estrutura de concreto atenda às especificações do projeto, além dos cuidados referentes à armadura e fôrmas é preciso considerar uma série de fatores do próprio concreto, tais como: as propriedades dos seus materiais constituintes, a dosagem da mistura e a execução da concretagem. Se algum desses itens não for realizado adequadamente, há uma grande probabilidade de ocorrência de problemas na estrutura. Em relação a seleção dos materiais podemos citar: a) Cimento: O tamanho dos grãos e a distribuição granulométrica são fatores importantes a serem considerados na seleção, pois repercutem na resistência inicial e final do concreto. A quantidade de C 3 A do cimento também é um fator importante, quando se trata da corrosão da armadura. b) Areia: As principais características que devem ser analisadas são a massa específica, a textura, e um controle mais rigoroso em relação a granulometria. A forma das partículas e a textura superficial são características importantes a considerar na ligação entre a pasta e o agregado, pois influenciam na trabalhabilidade e compacidade. c) Brita: O importante é que sejam materiais de boa resistência, limpos e com granulação uniforme para que possam ser dosados de forma a obter uma massa de concreto econômica e com a maior resistência possível. Na preparação de concreto há a necessidade de obter uma mistura de agregados (areia e brita) que seja a mais compacta possível. Para tanto, mistura-se pelo menos 2 tipos de brita.

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Dissertação dos componentes do concreto armado

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1. Dissertar sobre a seleo dos materiais componentes do concreto armado.

Para que a estrutura de concreto atenda s especificaes do projeto, alm dos cuidados referentes armadura e frmas preciso considerar uma srie de fatores do prprio concreto, tais como: as propriedades dos seus materiais constituintes, a dosagem da mistura e a execuo da concretagem. Se algum desses itens no for realizado adequadamente, h uma grande probabilidade de ocorrncia de problemas na estrutura. Em relao a seleo dos materiais podemos citar:

a) Cimento: O tamanho dos gros e a distribuio granulomtrica so fatores importantes a serem considerados na seleo, pois repercutem na resistncia inicial e final do concreto. A quantidade de C3A do cimento tambm um fator importante, quando se trata da corroso da armadura.

b) Areia: As principais caractersticas que devem ser analisadas so a massa especfica, a textura, e um controle mais rigoroso em relao a granulometria. A forma das partculas e a textura superficial so caractersticas importantes a considerar na ligao entre a pasta e o agregado, pois influenciam na trabalhabilidade e compacidade.

c) Brita: O importante que sejam materiais de boa resistncia, limpos e com granulao uniforme para que possam ser dosados de forma a obter uma massa de concreto econmica e com a maior resistncia possvel. Na preparao de concreto h a necessidade de obter uma mistura de agregados (areia e brita) que seja a mais compacta possvel. Para tanto, mistura-se pelo menos 2 tipos de brita. A ideia que a menor encha os espaos vazios das maiores, o resto dos vazios ser enchido pela areia.

d) gua: Quando a gua vem de fontes subterrneas, ou quando de captao pluvial ou ainda oriunda de processo residual industrial, pode ser boa para uso do concreto, mas deve ser ensaiada. A gua do mar no deve ser usada em concreto armado ou protendido.

e) Frmas: necessria uma ateno a escolha das chapas que sero adotadas na confeco das frmas, devendo ser estanques para evitar perda de gua e finos durante a concretagem. Deve ser priorizada a escolha do material de acordo com o nmero de vezes que ser utilizada, pois quando a frma tem seu reuso limitado pode torna-se um item muito caro.

f) Ao: A barra de ao CA-50 dever apresentar um valor mnimo de resistncia de escoamento caracterstica de 500MPa. A resistncia deste ao trao dever exceder em pelo menos 10% o valor obtido para a resistncia de escoamento, ou seja, dever haver um acrscimo de pelo menos 10% na carga que a barra suporta aps se ultrapassar o valor da carga de escoamento. O valor do coeficiente de conformao superficial dever ser de, no mnimo, 1,5.

2. Desenvolva a orientao para a mistura dos componentes (cimento, areia, brita, gua) na betoneira, identificando tempo e sequncia da mistura em cada betonada.

Os componentes do concreto devem ser misturados at formar uma massa homognea. O equipamento de mistura utilizado para este fim, bem como sua operao, devem atender s especificaes do fabricante quanto capacidade de carga, velocidade e tempo de mistura. O primeiro passo a execuo da dosagem ou trao do concreto, que varia de acordo com a finalidade do uso e com as condies de aplicao. Depois de separados as medidas de cada componente do concreto pode ser colocado a brita na betoneira ligada, depois adicionar a metade da gua e misturar por um minuto, terminado essa etapa pode ser colocado o cimento e por ltimo a areia e o restante da gua, deixando a betoneira girar por mais trs minutos antes de utilizar o material.

3. Quais as formas e cuidados no transporte do concreto para obras verticais e horizontais.

O transporte do concreto um item importante da concretagem, pois interfere diretamente nas definies das caractersticas do concreto (trabalhabilidade desejada, por exemplo), na produtividade do servio e, se houver, na elaborao de um projeto para produo. O sistema de transporte deve ser tal que permita o lanamento direto nas frmas, evitando-se depsitos intermedirios ou transferncia de equipamentos. O tempo de durao do transporte deve ser o menor possvel, para minimizar os efeitos relativos reduo da trabalhabilidade com o passar do tempo. De acordo com o grau de racionalizao proporcionado pelo sistema de transporte, podemos classific-los como:

SISTEMA DE TRANSPORTECARACTERSTICAS

CARRINHO DE MOMovimentao horizontal, de uso improdutivo, pois h dificuldade de equilbrio

JERICAEvoluo do carrinho de mo, facilita a movimentao horizontal do concreto

BOMBAS DE CONCRETOContinuidade no fluxo do material. Reduz a quantidade de mo de obra

GRUA E CAAMBARealiza a movimentao horizontal e vertical com um nico equipamento. Libera o elevador de cargas

4. Apresentar orientao para lanamento do concreto nas frmas.

Esta atividade geralmente realizada pelo prprio equipamento de transporte. Devido maior probabilidade de segregao do concreto durante as operaes de lanamento, a consistncia deve ser escolhida em funo do sistema a ser adotado. Os cuidados necessrios durante o lanamento so: O concreto preparado na obra deve ser lanado logo aps o amassamento, no sendo permitido intervalo superior a 1 hora aps o preparo. No concreto bombeado, o tamanho mximo dos agregados no deve ser superior a 1/3 do dimetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo rolado. Em nenhuma hiptese o lanamento pode ocorrer aps o incio da pega. Nos pilares, a altura de queda livre do concreto no pode ser superior a 2 m, pois pode ocorrer a segregao dos componentes. Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lanado encostado poro colocada anteriormente, no devendo formar montes separados de concreto para distribu-lo depois. Esse procedimento deve ser respeitado, pois possibilita a separao da argamassa que flui frente do agregado grado. Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, necessrio o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o assoalho da frma, para proteger a armadura e facilitar o transporte. Existem vrios tipos de frmas, tais como:a) Madeira serrada: O material tem como vantagens o seu baixo custo, facilidade de corte e montagem e sua disponibilidade. Possui, como desvantagens, baixa durabilidade, variabilidade (que exige clculos muitas vezes superdimensionados) e poucos fornecedores profissionalizados, alm de ser um recurso natural que precisa ser explorado de maneira sustentvel. A madeira amplamente utilizada em estruturao, travamento e muitas vezes como complemento dos sistemas industrializados. Devido sua facilidade de corte, muito utilizada tambm na confeco de painis curvos. Antes do surgimento das chapas de madeira revestidas, era utilizada tambm como tal, ficando em contato direto com o concreto. Hoje, devido ao seu baixssimo reaproveitamento neste uso, s utilizada quando se deseja que a superfcie de concreto adquira a textura dos veios da madeira.

b) Chapas de madeira revestidas: Surgidas na dcada de 60, unem a facilidade de corte da madeira com um alto ndice de reaproveitamento. Apresentam-se principalmente com revestimento resinado, cuja reutilizao chega a aproximadamente 8 vezes, e oferecem aspecto superficial rugoso ao concreto; e com revestimento plastificado (filme fenlico), que permite aproximadamente 18 reutilizaes e deixa a superfcie do concreto lisa. So utilizadas em contato com o concreto em praticamente todos os tipos de frmas, desde a mais simples, passando por frmas curvas (moldadas com chapas de 4 e 6 mm) at frmas moduladas.

c) Ao: Muito utilizado nas frmas que demandam alto ndice de reaproveitamento, tanto na forma de perfis (mais usual), que servem de estruturao e travamento dos painis, como na forma de chapas revestindo os painis e proporcionando aspecto liso e uniforme ao concreto. Devido ao seu alto custo normalmente fornecido por empresas de locao.

d) Alumnio: Agrega as vantagens do ao com a leveza prpria do alumnio; sua desvantagem o alto custo de aquisio e manuteno.

e) Plstico: Material bastante leve, resistente e reciclvel. Cuidado especial deve ser tomado em relao estruturao dos painis, devido sua grande deformabilidade.

f) Papelo: Utilizao basicamente em pilares de seo circular com dimetro de at 1,0 m, aproximadamente. Sua principal vantagem ser uma frma autoestruturada, necessitando apenas de elementos de posicionamento e prumo. A desvantagem ser destruda no momento da desforma, restringindo-se a apenas uma utilizao.

5. Quais os cuidados nos escoramentos para lajes, vigas e pilares.

Escoramento consiste no fornecimento, na montagem e desmontagem das estruturas para sustentao das frmas, permitindo a concretagem da superestrutura da obra. Escoramento de vigas: Verificar o alinhamento e o espaamento das escoras ou garfos de vigas. Conferir o prumo das escoras ou garfos. Verificar o nivelamento dos fundos de vigas, utilizando nvel a laser, preferencialmente. Checar a imobilidade das escoras, batendo com uma madeira, por exemplo; no caso de utilizao de garfos, observar a fixao nos painis de vigas e as cunhas. Verificar o apoio das escoras ou garfos, principalmente quando estiver trabalhando sobre terreno irregular.Escoramento de lajes: Conferir o prumo das escoras. Verificar o alinhamento e o espaamento das escoras. Conferir o posicionamento das longarinas e transversinas, bem como seu apoio nas escoras. Verificar a fixao e o posicionamento dos sarrafos-guia para apoio das longarinas (conforme projeto). Verificar o nivelamento do assoalhos, utilizando nvel a laser, preferencialmente; Checar a imobilidade das escoras, batendo com uma madeira, por exemplo. Verificar o apoio das escoras, principalmente quando estivermos trabalhando sobre terreno irregular. Conferir as contraflechas, quando solicitado em projeto.6. Apresente tempo de retirada de escoramento.

As formas e os escoramentos s podero ser retirados quando o concreto resistir com segurana e sem sofrer deformaes, ao seu peso prprio e s cargas atuantes. A retirada executada de forma parcial, que consiste na realizao do reescoramento antes da retirada total do escoramento. Para a realizao do reescoramento de vigas e lajes, importante seguir as determinaes do Projeto de Reescoramento, bem como obter o aval do calculista da estrutura com relao a prazos mnimos para a retirada destes. O tempo mnimo necessrio para a permanncia do reescoramento em uma pea estrutural deve ser definido em projeto e depende de algumas variveis, tais como: Concepo do projeto estrutural Propriedades e caractersticas do concreto Planejamento executivo do ciclo de trabalho

7. Apresente uma forma de cura perfeita do concreto

A cura um processo mediante o qual mantm-se umteorde umidade satisfatrio, evitando a evaporao da gua da mistura, garantindo ainda, umatemperatura favorvel ao concreto durante o processo de hidratao dos materiais aglomerantes. A cura essencial para a obteno de um concreto de boa qualidade.Aresistncia potencial, bem como a durabilidade do concreto, somente sero desenvolvidas totalmente se a cura for realizada adequadamente.

a) Para umidade: Criar um ambiente mido ou por meio de aplicao contnua de gua, molhagem, vapordgua ou materiais derecobrimentosaturadosde gua, como por exemplo, mantas de algodo.

b) Para produtos impermeabilizantes: Prevenir a perda dgua de amassamento do concreto atravs do emprego de materiais selantes, como folhas de papel ou plstico impermeabilizantes, ou por aplicao de compostos lquidos para formao de membranas.

8. Apresente croqui em perspectiva das frmas:

Imagem 1 - Frma de viga.

Imagem 2 Frma de laje. Imagem 3 Frma de pilar.