Manual de prev e comb a Incendios Florestais

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Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

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Manual dePrevenção e Combate

aos Incêndios Florestais

Ministro do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia LegalGustavo Krause Gonçalves Sobrinho

Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisEduardo Martins

Diretor de Controle e FiscalizaçãoManoel Magalhães de Melo Neto

Diretor de Incentivo à Pesquisa e DivulgaçãoCelso Martins Pinto

Superintendente Estadual de Mato GrossoJacob B. Kuffner

EdiçãoInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisDiretoria de Incentivo à Pesquisa e DivulgaçãoPrograma de Educação Ambiental e Divulgação Técnico-CientíficaProjeto de Divulgação Técnico-CientíficaSAIN Av. L4 Norte, Edifício Sede, Subsolo � 70800-200 � Brasília, DFTelefone: (061) 316-1191 e 316-1222 � Fax: (061) 226-5588 � E-mail : [email protected]

PREVFOGO - Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios FlorestaisSAIN Av. L4 Norte, Edifício Sede Bloco �C� Subsolo � CEP: 70800-200 - Brasília, Distrito FederalTelefone (061) 316-1285, 223-6105 e 316-1088 � FAX: (061) 322-2066

Coordenação Estadual de Mato GrossoAv. Historiador Rubens de Mendonça, s/nº - C.P.A.Telefone: (065) 644-1581/1511 � FAX: (065) 644-1533

Brasília, 1998

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Manual dePrevenção e Combate

aos Incêndios Florestais

Romildo Gonçalves da Silva

Preparação dos OriginaisVitória Rodrigues

Diagramação e capaDenys Márcio

Digitação e IlustraçõesCarlos Alberto dos Santos

S586m Silva, Romildo Gonçalves daManual de prevenção e combate aos incêndios florestais / Romildo Gonçalves da Silva. �

Brasília : Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1998.

ISBN 85-7300-069-480 p.

1. Incêndio florestal. 2. Fogo (história). 3. Prevenção contra incêndio. 4. Efeitos de fogo. 5.Primeiros socorros. 6. Incêndio florestal � Brasil. 7. Incêndio florestal � Amazônia.

CDU 630.43

Agradecimentos

Aos colegas do IBAMA que colaboraram paraa produção deste manual, especialmente, aoDr. Paulo Cesar Mendes Ramos - CoordenadorNacional do PREVFOGO.

Aos amigos Ricardo Vélez Muñoz - Chefe daÁrea de Defesa Florestal - ICONA/Madrid,José Ramon Pan - Diretor do Centro deEducação Ambiental - Ministério do MeioAmbiente da Espanha, pelo incentivo esugestões.

Ao Dr. Jacob Ronaldo Kuffner -Superintendente do IBAMA-MT, e à ex-Reitora da Universidade Federal do MatoGrosso, professora Luzia Guimarães, peloapoio.

A minha querida Imelda e ao Daniel pelo apoioe companheirismo.

Preservar o meio ambienteé respeitar a vida em toda sua plenitude.

Apresentação

Este manual tem como objetivo levar ao ho-mem do campo informações e procedimen-tos básicos de como agir para evitar a ocor-rência de incêndios florestais em sua propri-edade e em áreas de domínio público de usocoletivo.

Orienta, também, como o produtor rural devefazer uma queimada controlada, mostrandoas precauções necessárias para atuação emcampo.

Sumário

Introdução .......................................................................................................................... 13

A Origem do Fogo ............................................................................................................... 15

Histórico do Fogo no Mundo .............................................................................................. 17

Principais Causas dos Incêndios Florestais ........................................................................ 19

Efeitos dos Incêndios Florestais sobre o Ecossistema ........................................................ 23

Tipos de Incêndios Florestais ............................................................................................. 25

Comportamento dos Incêndios Florestais ........................................................................... 27

Planejamento contra Incêndios Florestais ........................................................................... 31

Prevenção contra Incêndios Florestais ................................................................................ 33

Queimadas Controladas ou Prescritas ................................................................................. 35

A Participação do Proprietário ............................................................................................ 39

Extinção dos Incêndios Florestais ...................................................................................... 41

Planejamento das Atividades de Campo .............................................................................. 43

Normas Gerais de Segurança .............................................................................................. 45

Segurança no Transporte para o Local do Incêndio ............................................................. 47

Deslocamento da Equipe Rumo ao Incêndio ....................................................................... 49

Segurança em Combate no Campo ...................................................................................... 51

Organização do Pessoal em Combate ................................................................................... 53

Função do Chefe da Brigada ................................................................................................ 55

Responsabilidades do Chefe da Brigada .............................................................................. 57

12Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Primeiros Socorros ............................................................................................................. 59

Kit Básico de Primeiros Socorros ....................................................................................... 61

Uso de Ferramentas ............................................................................................................ 63

Manutenção das Ferramentas.............................................................................................. 65

Incêndios Florestais no Brasil ............................................................................................ 67

Incêndios Florestais na Amazônia ...................................................................................... 69

Glossário de Termos Usuais Relativos a Incêndios Florestais ............................................. 73

Referências Bibliográficas .................................................................................................. 77

13Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

Introdução

Historicamente, a ação do homem sobre anatureza sempre foi muito intensa,especialmente nas zonas abertas, ilhas elitorais, extraindo as riquezas florestais dassavanas, pampas, e, em menor intensidade,das áreas montanhosas.

As florestas tropicais úmidas permaneceramaté então à margem das macrotransformações.Porém, o aumento demográfico e a buscaincessante dos governantes no sentido defomentar a abertura de novas fronteirasagrícolas para acomodar contingentespopulacionais cada vez maiores, sem oplanejamento ambiental adequado do usodestes recursos, começaram a alterar de formabem significativa os ecossistemas naturais doplaneta.

Grandes extensões naturais foramgradativamente sendo substituídas porpastagens artificiais, culturas anuais e outrasplantações de valor econômico.

As emergentes e intensas alterações dosecossistemas florestais, no mundo, nasúltimas décadas, são um dos sérios problemasambientais que enfrentamos atualmente.

Os incêndios florestais constituem um dosfatores que mais contribuem para a reduçãodas florestas em todo o mundo.

Preservar as florestas nativas, combater aprática ilícita da queima e do desmatamentoda cobertura vegetal natural são obrigaçõesdas instituições constituídas e dever de cadacidadão.

O IBAMA trabalha visando preservar a vida,e resguardar os recursos naturais do territóriobrasileiro para o bem-estar das nossas e dasfuturas gerações.

A Origem do Fogo

14Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

15Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

O fogo é um fenômeno que produz calor aum corpo combustível na presença de ar.

Uma vez iniciado o fogo, o calor gerado pelacombustão proporcionará a energia necessáriapara continuidade do processo.

Para iniciá-lo são indispensável três elementosbásicos: combustível, ar e calor. Sem umdesses três elementos não há fogo.

FOGO

Histórico do Fogo no Mundo

Há séculos o fogo acompanha o homem eatravés dele registra-se a história dahumanidade. É um marco no processoevolutivo do homem, um elo entre o passadoe o presente.

Ao adquirirem o controle sobre o fogo, háquinhentos mil anos, os ancestrais da espéciehumana começaram a marcar profundamentea história da vida na Terra.

Através do seu domínio, alcançaram novosespaços, alteraram ecossistemas, e sofreramsuas conseqüências, decorrentes de suaspróprias atividades.

Porém ao apoderar-se do fogo � únicos seresdo planeta com tal poder � utilizaram-no tantocom ímpeto destruidor como de formabenevolente sobre as terras.

O seu uso reflete, assim, valores, percepções,crenças, aspectos econômicos, institucionais,políticos.

O homem contemporâneo continua a utilizá-lo em suas atividades. O fogo em si não é bomnem ruim, é apenas um instrumento a nossadisposição. Usá-lo corretamente é umaquestão de inteligência.

Principais Causas dosIncêndios Florestais

CALOR

COMBUSTÍVEL

OXIG

ÊNIO

COMBUSTÍVEL+OXIGÊNIO+CALOR=FOGO

16Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

De modo geral, podemos dizer que o homemé o principal causador dos incêndios florestaisporque a maioria deles são iniciados emdecorrência de algum tipo de atividadehumana.

Existem, também, os incêndios causados porfenômenos naturais, porém eles são mínimos.

As causas mais freqüentes dos incêndiosflorestais são:

Práticas Agropastoris

São resultantes da queima paralimpeza de terrenos para finsflorestais, agrícolas ou pecuários.

Pastoreio

O uso milenar do fogo para renovaçãode pastagens e para o controlefitossanitário de pragas e ervasdaninhas já se tornou uma práticaque passa de geração a geração.

Entretanto, esta prática, sem asdevidas precauções, tem sidoresponsável por incêndios florestais,muitas vezes incontroláveis, emvárias partes do mundo.

Fogueiras em Áreas de Visitação Pública

Um grande número de incêndiosflorestais são causados porexcursionistas, trabalhadores rurais,caçadores, lenhadores que têm anecessidade de acender fogueiras noscampos e florestas, mas ao deixaremo local, não têm o devido cuidado deapagar, total e corretamente, o fogo.

Incêndios Intencionais

A falta de educação e civilidade de umpovo também resulta em incêndiosflorestais. Muitas vezes, as medidasrestritivas de proteção aos recursosnaturais, criando áreas de proteçãoambiental, parques, reservas, tomadaspelo Governo, são freqüentemente malinterpretadas pelos proprietáriosrurais, que, em resposta a essasprovidências e precauções, ou porvingança, ateiam fogointencionalmente nessas áreas.

Outras vezes por atitudes de rebeldiaou vandalismo, para satisfazerdesejos pessoais, põem fogo nasflorestas, campos, pastagens e,principalmente, nas margens de viaspúblicas.

Fumadores

Grandes incêndios têm também suasorigens na displicência e falta deprecaução dos fumantes ao jogaremcigarros ou fósforos acesos na vegetaçãoseca. A falta de manutenção (aceiros) nasestradas e vias públicas federais,estaduais ou municipais contribui,significativamente, com o aumento deincêndios florestais no país.

Linhas Elétricas

17Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

As redes de alta tensão que cruzamáreas de florestas são outroselementos a serem considerados. Afalta de manutenção dessas redespode resultar em sérios problemas,pois, ao cruzar estas áreas, o contatodos fios com a vegetação provocafaíscas, o que poderá ocasionarincêndios florestais.

Estradas de Ferro

As atividades das ferrovias, as faíscas dostrilhos, atritos etc., também, contribuem,direta ou indiretamente, para aocorrência de incêndios.

Descargas Elétricas (Causa Natural)

Ainda que raros em ambientes ondeocorrem grandes tempestades ouprecipitações bruscas, como naAmérica Latina e parte oriental dosEstados Unidos, os raios podemocasionar incêndios.

Causas Desconhecidas

Existem, ainda, com freqüência,incêndios cujas origens não sãopossíveis de serem determinadas.

Carvoeiros

Muitas vezes, os queimadores decarvão causam incêndios nos campose florestas porque, ao apagar as

carvoarias, não tomam as devidasprecauções para a total e corretaextinção do fogo.

Pescadores

Pessoas que se dedicam à pescanoturna, utilizando lampiões,fogareiros, velas e outros materiaisinflamáveis, sem os cuidadosnecessários, provocam, também,incêndios florestais.

O fogo é uma reação caracterizada pelodesprendimento de luz e calor, afetandodiretamente:

� A vegetação

� O ar

� O solo

� A água

� A vida silvestre

� A saúde pública

� A economia.

18Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Os incêndios florestais constituem um dosfatores mais importantes na redução de bos-ques e florestas no mundo, acarretando:

� destruição da cobertura vegetal

� destruição de húmus e morte demicroorganismos

� destruição da fauna silvestre,especialmente animais jovens

� aumento de pragas no meio ambiente

� eliminação de sementes em estado delactência

� debilitação de árvores jovens suscetíveisa pragas e doenças

� perda de nutrientes do solo

� ressecamento do solo

� destruição de belezas cênicas naturais

� aceleração do processo de erosão

� assoreamento de rios, lagos e lagoas

Tipos de Incêndios Florestais

É possível diferenciar três tipos de incêndiosflorestais.

Incêndios de Superfície

São caracterizados pela queima davegetação morta e rasteira, como asherbáceas; da camada de folhas, galhosetc. que se misturam com a terra que

Efeitos dos Incêndios Florestaissobre o Ecossistema

Principais Conseqüências dos Incêndios Florestais para o SoloPerda de macro e micronutrientes por queimadas em kg/ha

mesadamieuQ edseroeT N P KorciM

setneirtuNarutarepmeT

atserolFsetnA 027 01 16 6,471

Cº026siopeD 08 6 91 7,461

áugaraJmipaCsetnA 0801 0.2 06 3,661

Cº056siopeD 832 8.0 81 1,841

opmaCsetnA 013 22 81 4,701

Cº034siopeD 74 11 6 1,49

ohliMedadahlaPsetnA 0081 01 09 922

Cº036siopeD 082 6 33 111

oãdarreCsetnA 027 01 16 6,471

Cº056siopeD 08 6 91 7,611

Fonte: IBDF/GO (Obs.: as queimadas foram realizadas durante o dia)

19Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

cobre o solo da mata (serrapilheiras),bem como dos troncos e,especialmente, de material que tenhasofrido decomposição (húmus).

Estes incêndios não causam danossignificativos em árvores de grandeporte, porém são extremamenteprejudiciais às vegetações rasteiras eplantas jovens, principalmente parasua regeneração.

Ocorrem em vegetações variadas esão característicos do Brasil e dospaíses da América Latina.

Incêndios de Copa

São aqueles que se desenvolvem nascopas das árvores, onde a velocidadee a intensidade do fogo são maiores emais rápidas, devido à grandecirculação do vento nessas áreas.

Ocorrem com maior freqüência nasflorestas de coníferas e pinares daAmérica do Norte e Europa.

Por causa de sua rápida propagação,são os incêndios que mais causamdanos à vida humana e silvestre bemcomo às construções rurais ecampestres nesses países.

Incêndios Subterrâneos

São incêndios que se propagamdebaixo da superfície terrestre,alimentados por matéria orgânica seca,raízes e turfas � matérias finas, bemcompactadas, de combustão lenta e

contínua. Ao contrário dos anterioresque se multiplicam com maiorrapidez devido à presença de maiorquantidade de oxigênio na combustãodo material, este tipo de incêndio seespalha lentamente.

Comportamento dos IncêndiosFlorestais

Incêndio florestal é fogo sem controle queincide sobre qualquer forma de vegetação,podendo ser provocado, como já foi dito, pelohomem ou por causas naturais.

Os incêndios florestais se comportam de acordocom o ambiente em que se desenvolvem.

O número de fatores externos que influem nocomportamento do fogo é tão grande que éimpossível predizer com precisão o quesucederá quando se inicia um fogo. Para

20Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

dimensão e a disposição dos combustíveisflorestais também influenciam nocomportamento do fogo.

Características dos combustíveis

Tamanho: Os combustíveis leves �constituídos de pastagens de gramíneas,herbáceas, cerrados limpos, pastagensnativas � produzem incêndios de maiorvelocidade de propagação do que oscombustíveis pesados como troncos,tocos e raízes.

Quantidade: A descontinuidade horizontalda vegetação retarda a propagação do fogo.Já a sua continuidade vertical aumenta

melhor compreendê-los, pode-se classificá-los em três grupos:

� Os combustíveis florestais� Os fatores climáticos� As características topográficas.

Os combustíveis florestais

São materiais disponíveis no meio ambiente quepodem entrar em ignição e queimar. Quantomais seco estiver o combustível florestal, maiora possibilidade de ele queimar mais rápido.Quanto maior a quantidade de materialcombustível sendo queimado, maior será aquantidade de calor desprendido. Quanto maiscalor for sendo desprendido, mais se propagaráe estenderá o incêndio. Alguns combustíveisflorestais queimam melhor do que outrosporque contêm ceras e óleos inflamáveis. A

21Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

a probabilidade de ocorrência deincêndios de copa.

Intensidade: A velocidade de propagaçãovaria em proporção direta com o pesodo combustível disponível. Quando seupeso duplica, a intensidade quadruplica.

Fatores climáticos

Estes fatores são também determinantes docomportamento do fogo. Quanto mais fortefor o vento, mais rápido o fogo se propagará.O ar seco e a alta temperatura fazem com queos combustíveis florestais sequem maisrapidamente, favorecendo sua ignição,ativação e posterior combustão.

Temperatura: Os materiais combustíveispré-aquecidos pelo sol queimam-se commaior facilidade do que aqueles queestão frios.

A temperatura do solo também aumentaa corrente de ar que, aquecida pelo sol,seca o material combustível, fazendo comque ele se queime mais facilmente.Quanto mais forte for o vento, mais rápidoo fogo se propagará. Assim, o ar seco e aalta temperatura fazem com que oscombustíveis florestais sequem maisrapidamente, favorecendo sua ignição,ativação e posterior combustão.

O calor excessivo afeta diretamente aextinção dos incêndios, uma vez queincomoda, dificulta e, muitas vezes,impede o trabalho de pessoasenvolvidas no seu combate.

Umidade: Os materiais combustíveis sãoafetados também pela quantidade devapor de água encontrada no ar, pois elesabsorvem a umidade existente no ar.Como o ar, geralmente, é mais secodurante o dia, é mais fácil controlar umgrande incêndio durante a noite, quandoos materiais combustíveis tonam-seúmidos, dificultando a propagação dofogo.

Chuva: A ausência de chuvas é talvez ofator climático que mais influi sobre aocorrência de incêndios florestaisporque o ar torna-se mais rarefeito,fazendo com que a vegetação constitua-se no principal material combustível.

Vento: A forma e velocidade de propagaçãode um incêndio florestal são controladaspelo vento. O material combustível secoqueima mais facilmente e com maisforça ao soprar do vento, levando aschamas ou labaredas a passarem de ummaterial combustível para outro e, assimsucessivamente, transformando-se emum incêndio de grandes proporções ede difícil controle.

22Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

O planejamento contra incêndios florestais éde grande importância. Requer a aplicação detáticas variadas e a utilização de equipescompletas com formação pessoal distinta eespecífica, e com funções diferentes,formando um todo com um só objetivo. Nestesentido, é necessário:

� preparar as florestas, campos epastagens com aceiros e outrosobstáculos contra incêndios;

� instalar sistemas de detecção ecomunicação que permitam atacar eextinguir rapidamente o fogo;

� impedir que se originem incêndios quepodem ser evitados;

� quando houver possibilidade, éecologicamente correto mesclar espéciesvegetais resistentes ao fogo, paradificultar o avanço dos incêndios;

Características topográficas

Fatores também decisivos no comportamentodo fogo são as características topográficas doterreno onde ele ocorre, ou seja, aquelasrelativas à superfície terrestre, em particularà posição e configuração das colinas,montanhas, planos, vales, rios e lagos.

Deste modo, as barreiras naturais, como rios,córregos, caminhos, terrenos pedregososimpedem e/ou dificultam a propagação do fogo.

23Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

� quando possível, plantar espéciesvegetais que têm a capacidade dearmazenar água ou que vivem em lugaresúmidos, como as higrófilas, em áreaslimítrofes, favorecendo a formação deaceiros naturais, pois essas espéciesaumentam a umidade relativa do ar;

� construir torres de observação empontos estratégicos, especialmente nasUnidades de Conservação;

� desenvolver trabalho educativoobjetivando sensibilizar e esclarecer acomunidade sobre a necessidade eimportância da prevenção dos incêndiosflorestais;

� divulgar, exaustivamente, através dosmeios de comunicação, informaçõesrelativas aos perigos dos incêndiosflorestais.

Impedir totalmente que os incêndios ocorramé praticamente impossível. Porém, éfundamental impedir seu avanço noEcossistema.

Assim, medidas e ações para evitar aocorrência e propagação dos incêndios sãode vital importância no trabalho de combateaos incêndios, e a colaboração de todos éfundamental.

As atividades de prevenção começam com aconstrução de acessos livres, caminhos,picadas, pontes nas florestas, matas, serras,montanhas para facilitar a segurança epenetração de brigadas nas áreas deocorrência dos incêndios.

Para a comunicação, detecção, realização dosprimeiros ataques do fogo é necessária aconstrução de cabanas, de barracas e deabrigos, em pontos estratégicos, com

Planejamento contra IncêndiosFlorestais

24Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

que podem ser adotadas são apresentadas aseguir.

É a aplicação controlada de fogo na vegetaçãonatural ou plantada sob determinadascondições ambientais que permitam ao fogomanter-se confinado em uma determinadaárea e ao mesmo tempo produzir umaintensidade de calor e velocidade deespalhamento desejáveis aos objetivos demanejo.

Existem diversas formas de queimacontrolada, que podem ser utilizadas comvantagens sobre o uso tradicional.Conhecendo bem cada uma delas, você poderádecidir qual a que melhor se enquadra no seuterreno:

� queimada central - é feita em terrenosplanos, colocando fogo em vários pontosdo centro da área, em forma de círculos.Deste modo, a força do fogo será maiorna parte central do terreno e facilitará o

equipamentos úteis e ferramentasimprescindíveis a essas atividades.

Além disto, a construção de torres deobservação em pontos estratégicos permite omáximo de visibilidade ao observador naidentificação dos focos de incêndios e nacomunicação destes ao chefe da equipe.

Nas áreas de alto risco de incêndios, éessencial, como medida de prevenção, que asautoridades competentes supervisionem asqueimas realizadas pelos agricultores.

Por sua vez, o agricultor, ao pretender fazerqueima controlada, necessita preparar oterreno (fazendo aceiros ou corta-fogo)adequadamente, eliminando todo e qualquermaterial combustível, como gramíneas,herbáceas e restos de cultura.

É importante, ainda, evitar a queima degrandes áreas (acima de 10 hectares) aomesmo tempo para impedir a passagem defaíscas sobre os aceiros para outras áreas.

Em áreas mecanizadas, o uso de máquinaspesadas para fazer aceiros, retirando omaterial combustível inflamável éaconselhável para não permitir que o fogoalcance outras áreas.

Orientações mais detalhadas sobre comoproceder para fazer uma queimada controlada,bem como a descrição dos tipos de queima

Prevenção contra IncêndiosFlorestais

25Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

trabalho do pessoal envolvido nestatarefa;

� queimada em faixa a favor do vento -coloca-se fogo contra o vento, partir dabase do aceiro;

� queimada contra o vento - esta é aqueimada básica. Iniciar o fogo numaextremidade do terreno, de modo quequeime ladeira abaixo ou contra o vento;

� queimada em faixas horizontais - coloca-se fogo contra o vento, a partir da basedo aceiro e, em seguida, a favor do vento;

� queimadas em faixas verticais - o fogo éateado contra o vento, a partir do aceiro-base. Depois inicia-se o fogo a favor dovento, lado a lado com a inclinação doterreno;

� queimada em vegetação dispersa -começar com o fogo contra o vento,lentamente, sempre partindo da base doaceiro;

� queimada em faixas com fogo contra ovento - é uma maneira fácil e segura dese limpar terrenos, porém é importanteobservar bem a estabilidade e direçãodo vento;

� queimadas por pontos - o fogo é postocontra o vento a partir do aceiro-base. Naqueimada por ponto tem-se a vantagende que nenhum fogo vai ser grande nemdifícil de se controlar;

Queimadas Controladas ouPrescritas

� queimadas em cunho a favor do vento -coloca-se fogo, ao mesmo tempo, emvários pontos da borda do terreno,sempre a partir do aceiro-base. Estaprática é recomendada somente paravegetação leve.

Para realizar uma queima controlada ouprescrita é fundamental estar atento àsseguintes recomendações:

� todo tipo de queima requer um estudoprévio para conhecimento das condiçõesideais para a sua realização;

� verificar com atenção os seguintes itens:

� área a ser queimada

� tipo de vegetação

� temperatura local

� umidade do ar

� pessoal disponível

� para evitar perigos futuros é imprescindívelqueimar, antecipadamente, as acumulaçõesde materiais combustíveis (lenhosos) nalinha de controle do fogo;

� não abandonar, em hipótese alguma, aárea incendiada até a completa extinçãodo fogo;

� veja nas figuras 1, 2, 3 e 4 exemplos decomo proceder uma queima controladae segura em manejo de pastagens, e

26Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

controle fitossanitário na suapropriedade.

A Participação do Proprietário

O monitoramento das ações de combate eprevenção de incêndios florestais é hoje umaconstante na rotina diária do IBAMA.

Graças ao avanço da tecnologia, a integraçãoentre instituições nacionais e internacionaise ao aperfeiçoamento do corpo técnico, oIBAMA se encontra em condições paradetectar focos de incêndios florestais,desmatamentos, em qualquer parte dasuperfície terrestre brasileira.

Porém, de nada adiantará tudo isso, se osórgãos governamentais não contarem com aparticipação e sensibilidade da sociedade em

todo o processo de preservação ambiental.Como cidadão consciente que vive no planetaTerra, desfrutando das suas riquezas e de seusbenefícios, você tem o dever de ajudar apreservá-lo.

Ao ser notificado pelos fiscais por qualquerdano causado ao meio ambiente, oproprietário rural sabe o quanto é difícil, oumesmo impossível, justificar uma alteraçãono ecossistema sem a autorização prévia.

Portanto, ao propor qualquer modificação quealtere o meio ambiente natural, procureorientação junto aos órgãos competentes emsua cidade para receber informações básicase obter a documentação necessária a estafinalidade. Assim procedendo, estará agindocorretamente, além de contribuir para que oseu trabalho seja dignificado e evitar aocorrência de incêndios desnecessários.

É preciso que também os proprietários rurais,industriais e demais envolvidos nesse processoentendam que ao notificar, embargar ou aplicarauto de infração, os agentes de defesa florestal,designados para tal missão, têm plenaconsciência e segurança de seus atos, pois ofazem embasados em leis e conhecimentostécnicos e, principalmente, visando o bem-estarde todos.

Não se aplicam multas, apreensões ouembargos, sem que haja um motivo justo,explicitado em lei, por exemplo: um caminhãode madeira só será apreendido se a cargaestiver irregular.

O produtor rural não será multado se estiverfazendo desmatamento ou queimadas, com adevida autorização do órgão competente. Omesmo acontece no fechamento de uma

27Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

Queim a progre scontra o vento

C o ntra oven to

Estrada

Figu ra - 1

Q ue im ap erp en d icu la ra o ven to

indústria ou embargo de obras. Osproprietários não serão multados se nãoestiverem causando danos ao meio ambiente.

Vale sempre lembrá-los que a propriedade ésua, porém os RIOS, o AR, os ANIMAISSILVESTRES e o SUBSOLO pertencem àCOLETIVIDADE. São BENS PÚBLICOS.

Não Esqueçam:

Os danos causados a terceiros correrãopor conta do proprietário da área ondeteve início o fogo.

Esteja sempre atento, caso o fogo atinjasuas propriedades, apague-oimediatamente, e, faça denúncia aoIBAMA, diretamente em suas unidadesou através da Linha Verde por meio detelefone 0800 � 618080, cuja ligação égratuita, ou às autoridades mais

28Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

próximas como o Delegado de Polícia.Caso contrário, você seráresponsabilizado.

Desse modo, proprietário rural, nãoqueime e nem deixe queimar suapropriedade aleatoriamente.

Estamos com você, pensando em você,observando você e preservando o nossoplaneta.

Extinção dos Incêndios Florestais

Apresentamos a seguir as táticas operacionaiscomumente usadas para extinção de focos deincêndios florestais:

� começar atacando imediatamente aspartes mais difíceis, onde existe maiorperigo de o fogo avançar;

� sufocar brasas e materiais quepermanecerem incendiados;

� eliminar árvores mortas, em pé oucaídas, nas linhas de aceiros de corta-fogo;

� apagar troncos e tocos incendiados nalinha de aceiros, cobrindo-os com terra;

� eliminar raízes, troncos, tocos, galhosna linha de corta-fogo;

V E N TO

C o m eçod a que im a

L ad eira /in c lin ação

C a m po cu lt ivado

R iac ho, est rada ou tro ob stácu lo que se opõe ao fogo

F igu ra - 2

V EN TO

Q ue im a nad ireçã o d o ven to

Á rea lim p a , so lo ped re go so

Rio

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stra

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tc.

Est

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F igu ra - 3

V EN TO

Figu ra - 4

Queim a por núcleos

E strada

Linh

a lim

pa, s

olo

ped

reg

oso

Linh

a lim

pa, s

olo

ped

reg

oso

29Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

� extinguir totalmente os incêndiospequenos;

� em incêndios grandes, atacar as áreasadjacentes a uma distância de 30 m dalinha de fogo;

� cortar galhos e ár vores mortos,chamuscados, em pé ou caídos, quepossam provocar faíscas ou chamas nalinha de aceiros;

� queimar ilhas (restos) de material nãoqueimados;

� localizar e sufocar focos latentes;

� dispersar montes de materiais de altainflamabilidade para reduzir o calor e operigo de expansão das chamas;

� sempre que possível, usar água paraextinguir o incêndio;

� dispersar bem, dentro da área queimada,todo material latente que não possa serapagado;

� procurar desenterrar tocos e raízesincendiados na linha de aceiros;

� utilizar água economicamente,combinado-a com outras ferramentaspara extinguir o incêndio.

Planejamento das Atividades deCampo

O planejamento compreende a programaçãode todas as medidas e ações de combate aosincêndios florestais, envolvendo as seguintesatividades:

� detecção do incêndio

� comunicação

� anotações e análises de dados

� mapas para localização

� organização de pessoal

� transporte de pessoal

� abastecimento e transporte decombustíveis

� abastecimento de água/alimentação

� apoio logístico/primeiros socorros

30Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

� acampamento/alojamento

Normas Gerais de Segurança

A extinção de incêndios florestais,normalmente, acontece em condições tensas,uma vez que a própria natureza desta atividadeobriga a uma atuação de emergência.

São, assim, trabalhos perigosos que sedesenvolvem em ambiente de precipitação ener vosismo, sendo, em grande parte,executados por pessoas não habituadas atrabalhar em matas e florestas.

Além de ser um trabalho duro e estafante,conta, muitas vezes, com o agravante de aspessoas desconhecerem o uso correto dasferramentas que irão manusear. Portanto, éoportuno estar atento às seguintes normasde segurança:

� Estar em contato com seus superiores

� Trabalhar em equipe

� Carregar as ferramentas corretamente

� Olhar onde pisa

� Manter a calma em qualquercircunstância

� Avisar quando se afastar da equipe e/oudo local do incêndio.

Segurança no Transporte parao Local do Incêndio

� No veículo, o motorista é o responsávelabsoluto pelo seu comando

� Os passageiros devem manter-se quietosdurante todo o trajeto ou percurso daviagem

� Todos os passageiros deverão estar bemacomodados dentro do veículo

� Não conversar nem molestar o motorista

� Não viajar com ferramentas de trabalhonas mãos

� Descer do veículo, ordenadamente, pelaporta

� Olhar bem o ambiente onde estiverpisando ou andando

� Não subir no veículo em movimento

31Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

� Não descer quando o veículo estiver emmovimento, afastando-se dele ao sair

� Não cruzar vias públicas e estradas pelaparte traseira do veículo

� Periodicamente, fazer inspeçãomecânica nos veículos em que viaja.

Transporte em Caminhão� Subir no veículo pela escada

� Subir pela parte detrás, nunca peloslados

� Se não houver bancos, agachar e, emseguida, sentar-se sobre o piso(assoalho) do caminhão

� As ferramentas, se transportadas juntascom os passageiros, devem serdevidamente acondicionadas e nuncasoltas.

Deslocamento da EquipeRumo ao Incêndio

� Escolher a rota mais curta, mais segura,que ofereça menor esforço físico e queleve de forma mais rápida aos incêndios.Para tanto, usar mapas e/ou bússolas,

ou pedir orientação às pessoas queconheçam a região

� Caminhar sempre em ritmo normal eadequado, para não gastar tempo e nemenergia desnecessária

� Ter tempo para descanso, necessário aorestabelecimento das energias

� Se tiver que ultrapassar canaviais, cruzá-los pelo lado mais seguro possível

� Observar bem por onde passar, tendocuidado com materiais no solo, galhos,tocos, ramos, olhando sempre em frente

� Se não for necessário, não saltar e nemcorrer

32Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

� calças resistentes e adequadas

� botas de couro

� kits de primeiros socorros

� lanterna

� cantil

� Seguir as normas estabelecidas para ouso de ferramentas

� Ao delimitar uma área de controle paraoperacionalização das ações, tomartodos os cuidados possíveis com a bordado perímetro delimitado

� Não caminhar no escuro, em hipótesealguma

� Quando for tomar água, bebercalmamente

� Ao chegar próximo de incêndios ouqueimadas, certificar-se de que escolheua forma mais segura possível

� Ao escalar morros, serras, montanhas,subir em forma de ziguezague para nãogastar energia

� Quando estiver desorientado e perdidono campo ou floresta, procurar ospontos mais altos ou mais elevados, etomá-los como referencial para seposicionar

� Não se separar da equipe a umadistância maior que dez metros.

Segurança em Combate no Campo

� Lute bravamente por sua segurança

� Quando for a campo levar:

� roupa adequada

� capacete leve e resistente

� estojos com protetores e máscaras

� camisas de mangas longas

33Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

� Ao delimitar a área, ter o máximo decuidado em deixar vias de escape, bemvisíveis, mostrando-as aos demaiscomponentes da equipe

� Se possível manter um vigia, sentinela,para avisar quando houver perigoeminente de fogo

� Estar sempre em alerta, manter a calma,pensar claramente e agir decididamente

� Ao cair ou atrapalhar-se com o fogo,procurar proteger-se por um dosseguintes métodos:

� escapar por vias de controle,previamente estabelecidas, até chegara um corta-fogo, caminho ou estrada

� se as chamas forem pequenas, entrarem áreas anteriormente queimadas,passando pelo espaço que contiveras menores chamas

� se as chamas forem grandes e oincêndio de alta intensidade, fazeroutro fogo para eliminar oscombustíveis vegetais e proteger-sena área queimada.

Organização do Pessoal em Combate

Em qualquer organização cada pessoa deveter um chefe e saber quais são seus deveres,suas responsabilidades e o seu superior.

Além de não terem prática no uso deferramentas e implementos empregados nestetipo de atividade, a maior parte das pessoasque trabalham com incêndios são tambéminexperientes em relação ao tipo de trabalhoe de organização estabelecidos para este fim.

Por isso, é fundamental trabalhar com equipespequenas e bem divididas, sob o comando deum chefe da brigada que deve dirigir, comandare supervisionar sua equipe com firmeza eobjetividade.

O número de trabalhadores mobilizados dependeda topografia local, da reação do fogo, do trabalhoa ser executado e do grau de entendimento entreo chefe e seus comandados que devem ser de nomáximo oito.

Função do Chefe da Brigada

34Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Ao ser informado do incêndio, o chefe dabrigada tem que:

� informar-se da situação do incêndio

� fazer uma pré-avaliação do incêndio ede todas as informações disponíveis

� informar-se sobre o acesso ao local,caminho, estrada, topografia, meio detransporte

� dirigir-se com a equipe ao local doincêndio pela rota mais viável eapropriada

� estudar o comportamento do incêndio

� fazer uma segunda avaliação da situaçãoe solicitar ajuda, se necessária

� preparar plano de combate, com basena equipe e nos recursos técnicosdisponíveis para a operacionalização dasações

� designar uma pessoa para executar cadatrabalho específico

� dirigir o combate e supervisionar oscombatentes

� comunicar-se, com freqüência, com acoordenação central

� durante o incêndio, deve fazer umaavaliação do plano de extinção e osajustes necessários

� assegurar o bem-estar dos combatentes.

Responsabilidades do Chefe daBrigada

� Explicar aos combatentes a natureza dotrabalho a ser realizado

� Organizar os combatentes para efetuareficazmente os trabalhos específicos

� Demonstrar métodos de trabalho segurose eficientes

� Assegurar que toda a equipe se encontreem perfeito estado

� Registrar os nomes dos combatentes eas horas de trabalho

� Assegurar que as normas de segurançasejam observadas.

Primeiros Socorros

Por se desenvolverem em ambientes deprecipitação e nervosismo que exigem açõesemergenciais e rápidas, não se pode excluir apossibilidade de ocorrência de acidentes.

35Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

Em situações imprevisíveis, é fundamental seguiralgumas normas básicas de segurança e tratamentocom o acidentado em combate a campo:

� em qualquer situação, transmitir/demonstrar à vítima calma e serenidade

� inicialmente, verificar as condições doacidentado e o tipo de acidente ocorrido:se queimadura, contusão, asfixia,hemorragia, envenenamento, ferida,deslocamento, fratura, convulsão,ataque nervoso, mordida de serpente,picada de inseto etc.

� manter o acidentado em posição horizontal

� se houver necessidade de movê-lo, fazercom o máximo de cuidado

� se a vítima estiver vomitando, colocá-lade lado, com o máximo de cuidado

� se for necessário transportar a vítimano meio da floresta, improvisar maca,sacos e transportá-la acima do ombro,caminhar compassadamente para

eliminar os efeitos do balanço. No casode utilizar veículos, manter umavelocidade adequada que evite saltos emovimentos bruscos

� se o acidentado estiver consciente,oferecer-lhe bebidas estimulantes, cháou café quente com açúcar.

� Urgências e Cuidados Especiais

� Os casos de asfixia devem sertratados com a máxima urgência

� As hemorragias também exigemurgências e cuidados especiais

� Envenenamento, além de ser umcaso de extrema urgência, éimprescindível investigar as suascausas para aplicação do antídotoapropriado

� Nos casos de queimaduras,verificar a gravidade, extensão eprofundidade da lesão

� Lavar os ferimentos, desinfetando-oscom água oxigenada ou água e sabãoneutro e, posteriormente, procurar omédico para aplicação de injeçãoantitetânica, se for o caso

� Nas convulsões e desmaios,afrouxar ou tirar a roupa da vítima,cobri-la com uma manta, aplicar-lhe panos com água fria na cabeçae, se necessário, fazer respiraçãoartificial, boca-a-boca

� Aplicar compressas de água frianas áreas lesadas por contusões

� Quando ocorrer deslocamento dealgum membro, é necessário

36Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

imobilizá-lo enquanto se aguardao atendimento médico

� Se as fraturas ou rupturas de algumosso vierem acompanhadas deferida exposta, serão facilmentereconhecidas pela dor, inchaço,deformidade e impossibilidade demovimentação. Nesses casos, deve-se também imobilizar o acidentado,provisoriamente, até o prontoatendimento médico.

� Ataque Nervoso

As pessoas acometidas de ataquenervoso devem ser afastadas do grupoe das ferramentas, envolvendo, quandonecessário, seus rostos com umatoalha molhada.

� Picadas e Mordidas

Quando ocorrerem mordidas deserpentes, enquanto se espera oatendimento médico adequado, fazeruma incisão em forma de cruz, com oauxílio de um instrumento cortantedevidamente desinfetado (na chama) e,em seguida, sugar o veneno (sangue)com a boca, cuspindo-o fora.

Nos casos de picadas de insetos,desinfetar o local atingido, lavando-obem com amoníaco e bicarbonato, alémde retirar o ferrão.

Kit Básico de Primeiros Socorros

Um kit de Primeiros Socorros deve conter nomínimo:

� água oxigenada� água sanitária� álcool� algodão� aspirina� bicarbonato� bolsa de água quente� bolsa de gelo� esparadrapo� gases esterilizadas� mercurocromo� pinças� seringas descartáveis para injeções� tiras para ataduras� tônico cardíaco

Uso de Ferramentas

Para a realização adequada de um trabalhodesta natureza é preciso contar comferramentas apropriadas, além, é claro, doperfeito conhecimento de seu uso econservação.

Equipamentos Necessários:

37Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

� machado: para cortar árvores em pé oucaídas e abrir linhas de corta-fogo

� enxada: para carpir as gramíneas,herbáceas e outros tipos de vegetaçãorasteira, limpar trilhas

� enxadão: para cavar valas e buracos,fazer trincheiras

� foice: para abrir picadas, cortar galhos

� facão: para marcar árvores onde o fogopossa passar, delimitar área para posterioraceiro, cortar galhos, podar árvores

� serra: para serrar árvores e galhos

� motosserra: para serrar árvores em pé,podar galhos, árvores caídas

� pás: para cavar terras e jogá-las sobreas chamas

� rastelos: para raspar o solo, retirandoserrapilheiras e outros tipos decombustíveis vegetais

� abafadores: para apagar as chamas, emação direta contra o fogo

� bombas costais: para lançar água sobreas chamas e reduzir a intensidade dofogo

� moto-bombas: para lançar água ouretardante sobre as chamas, árvores etocos, apagando o incêndio

� lança-chamas: para conter o fogo,fazendo um contrafogo

� carro-pipa: caminhão ou camioneteequipados com um reservatório de águaou retardante para uso direto sobre ofogo.

Manutenção das Ferramentas

Antes de iniciar a temporada ou período demaior intensidade dos incêndios florestais énecessária uma manutenção geral em todosos equipamentos de uso nesta atividade,verificando se estão em perfeitas condiçõesde utilização.

� utilizar sempre ferramentas adequadaspara a função certa

� guardar e acondicionar cada ferramentade forma adequada

� conservar em bom estado todas asferramentas

� ao transportá-las, acondicioná-las deforma adequada

� embalar todas as ferramentas perigosasou defeituosas

38Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

� utilizar roupas de proteção e luvas,quando for necessárias.

A ação do fogo sobre as florestas é tão antigaquanto a história da humanidade.

No mundo inteiro ocorrem incêndiosflorestais, causando sérios danos aosecossistemas.

Para quantificar e avaliar esses danos, bemcomo para planejar ações de prevenção,controle e combate, muitos países mantêmestatísticas completas sobre essasocorrências.

Os Estados Unidos, por exemplo, coletamdados e informações sobre os incêndiosflorestais e alterações climáticas desde 1926, ea Espanha realiza pesquisas e estatísticascompletas sobre esta questão desde 1961.

Na Alemanha, França, Suécia, Austrália,Grécia, Rússia, Canadá, Chile, Méxicoregistra-se, também, a ocorrência dosincêndios florestais, alterações climáticas,suas causas e conseqüências para ahumanidade e para o ecossistema.

No Brasil, este trabalho vem sendo feitoefetivamente a partir de 1990, quando dadose informações meteorológicas, referentes aosincêndios florestais, clima começaram a sercatalogados por meio de satélites.

Entretanto, não existe ainda uma estatísticaglobal sobre a ocorrência de incêndios florestaisem todo o mundo. Para a Europa e América doNorte estão sendo executados estudos,compilação de dados e informações registradasno Comitê ECE/FAO (Genebra) sobre osincêndios florestais nessas regiões.

Para as demais regiões do mundo, os dadoscatalogados são muito fragmentados, semconsistência e se referem, especificamente,às florestas plantadas.

Embora, planejando, orientando, divulgandoe fiscalizando as ações do homem sobre anatureza, as florestas continuam ardendo, oar continua sendo poluído; o solo continuasendo lixiviado, perdendo nutrientes; os rioscontinuam sendo assoriados e o meioambiente sofrendo as suas conseqüências.

Mesmo com todas as precauções possíveissobre os perigos do fogo sem controle, aindaassim, em maior ou menor escala, todos os

39Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

anos, nos países de todos os continentes,acontecem incêndios florestais.

Acredita-se que, com a expansão e difusãonos meios de comunicações de massa e coma globalização da economia, caminhamos paramaior integração e avaliação estratégicaconstante dos impacto ambientais do fogo edas emissões de gases sobre os ecossistemas,o clima e a saúde humana.

Incêndios Florestais no Brasil

Os princípios de proteção à natureza sãoconhecidos no Brasil desde a época colonial.A Carta Régia de 13 de maio de 1797 designouo então governador da Capitania de Paraíba atomar todas as precauções para preservar asflorestas naquele Estado e evitar a suadestruição, estabelecendo penas severascontra pessoas que queimassem oudestruíssem as florestas.

Porém, a ocorrência de incêndios florestaisno Brasil é uma realidade e tem causado sériosdanos ao ecossistema brasileiro. Paraenfrentar este problema diversas medidasforam tomadas pelo governo brasileiro.

Em 1965, foi criado o Código FlorestalBrasileiro (Lei 4.771, art. 27), proibindo ouso do fogo nas florestas e disciplinando oseu uso para fins de queima controlada.

Em 1989, o Governo Federal criou o SistemaNacional de Prevenção e Combate aosIncêndios Florestais-PREVFOGO com oobjetivo de prevenir as queimadas e incêndiosflorestais e de dotar o país de infra-estruturacapaz de combater a destruição dabiodiversidade.

O Decreto que 97635/89, que estabeleceuesse sistema, atribuiu ao IBAMA acompetência de coordenar as açõesnecessárias a organização, implementação eoperacionalização das atividades de pesquisa,

40Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

prevenção, controle e combate às queimadase incêndios florestais no país.

Para efeitos estatísticos, a falta deconsistência nas informações existentes e nosdados catalogados até 1990 não permitiatraçar um perfil e nem fazer uma avaliaçãoprecisa dos incêndios florestais no país. Atéentão, apenas dados esparsos e informaçõeslocalizadas podiam ser encontrados.

A partir de 1990, o PREVFOGO e o InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais-INPE,implantaram o monitoramento e controle dosincêndios florestais no Brasil.

Utilizando dados diários coletados peloINPE, por meio dos satélites NOAA, Land-Sat, Spot, o PREVFOGO monitora o paísdurante todo o ano e, mais intensamente, nosmeses de junho a outubro, período de maiorocorrência de incêndios florestais.

Os dados fornecidos indicam a localização ea intensidade com que ocorrem os focos decalor e possibilitam uma visão geral do país,identificando as áreas de maior incidência.

Em 1991, foi estabelecido um acordo decooperação técnica internacional entre oIBAMA e o Serviço Florestal Americano paraintercâmbio técnico-científico, que se temmostrado um importante instrumento para odesenvolvimento de ações relativas aosincêndios florestais e queimadas no país.

Anualmente, o Brasil recebe uma missão detécnicos e pesquisadores norte-americanos que,em conjunto com técnicos e cientistasbrasileiros de diversas instituições (IBGE,INMEAT, USP, UNB e outras) realizamtrabalho de análises das condiçõesatmosféricas nas áreas de concentração dequeimadas e incêndios florestais, e pesquisasde novas tecnologias para prevenção epreservação ambiental.

Incêndios Florestais na Amazônia

Atualmente, os incêndios florestais naturaisna Amazônia são raros devido a sua condiçãode floresta virgem tropical úmida.

Entretanto, num passado remoto, há mais oumenos 1.700 anos, a presença de carvãovegetal no solo amazônico comprova aocorrência de fogo nesse ecossistema.

Não devemos esquecer, por outro lado, que emcertas regiões da Amazônia, os incêndiosprovocados pela ação do homem têm sido umperigo constante, pois o fogo é um poderosoinstrumento e agente de transformação da floresta.

Qualquer que seja o seu propósito, o fogoespalha materiais combustíveis pelo solo;aumenta, consideravelmente, a quantidade debiomassa inflamável no ambiente e os perigosde destruição da flora e da fauna nativa, alémde promover o aquecimento do planeta.

Questionário Básico de Campo

Modelos criados e em aplicação por estaCoordenação no cadastramento de proprietários

41Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

rurais, catalogação de dados, identificação/quantificação de áreas territoriais e tipo devegetação incendiadas, podem ser vistos aseguir.

Questionário

01) Número de denúncias recebidas?

02) Número de denúncias atendidas?

03) Se não atendidas, por quê?

04) Área de ocorrência

05) Total de hectares incendiados?

06) Número de municípios afetados?

07) Nome do proprietário da fazenda:

08) Nome da propriedade:

09) Localidade:

10) Tipo de vegetação incendiada?

11) Outras informações

42Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Glossário de Termos UsuaisRelativos a Incêndios Florestais

ABAFADOR: equipamento simples para combatedireto do fogo, composto de um cabo preso,em uma de suas extremidades, a umretângulo de borracha (resistente ao fogo)permeado de furos.

edºN.drO

oipícinuModemoN

oiráteirporPademoN

edadeirporPadazirotuAaerÁ C P C/R E/R

ACEIRO: barreira natural ou construída,destinada a causar descontinuidade domaterial combustível (ex.: rios, estradas).

Legendas:C - Canavial P - Pastagem

R/C - Resto de Cultura R/E - Resto de Exploração

43Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

ADVECÇÃO: transmissão do calor por ummovimento horizontal de massa de ar.

ANTROPISMO: alteração no meio físicoprovocada pela ação do homem.

ATAQUE DIRETO: método de combate em queo fogo é atacado diretamente, comabafadores ou por meio da aplicação deágua, espuma, retardante ou terra.

ATAQUE INDIRETO: consiste em eliminar omaterial combustível existente na superfíciecompreendida entre a frente do fogo e abarreira delimitada como linha de defesa(aceiro).

ATAQUE INICIAL: esforço inicial de controlerealizado pelo grupo que primeiro chegarao local do fogo.

ATAQUE PARALELO: método intermediário decombate ao fogo entre o direto e o indireto.É usado quando o calor produzido pelofogo permite certa aproximação, mas não osuficiente para o ataque direto.

BORDA DO INCÊNDIO: é a parte de seuperímetro que se encontra em chamas.

CABEÇA OU FRENTE DO INCÊNDIO: é a parteda frente do incêndio onde o fogo avançacom mais força, intensidade e rapidez.

Local: Data:____/____/____

Técnico Responsável:

44Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

COMBUSTÍVEL FLORESTAL: material orgânicodisponível no meio ambiente, que podeentrar em ignição e queimar-se.

CONTRA-FOGO: técnica de combate em que,tendo como base um aceiro natural ouconstruído, é ateado fogo na vegetaçãoexistente entre o aceiro e a linha de fogo doincêndio de forma a eliminar o combustívelexistente.

CORTA-FOGO: barreira natural ou construída,antes que se produza o incêndio, destinadaa deter o fogo superficial e a facilitar amovimentação de pessoal em operação naárea.

CORTINA DE SEGURANÇA: faixa plantada comespécies higrófilas (que oferecem maiorresistência à propagação do fogo).

DETECÇÃO: ato ou sistema de descobrir elocalizar focos de incêndio e queimadas.

ECOSSISTEMA: sistema formado pelascomunidades biológicas em integração comos fatores do meio.

ESTRATOS: é a estrutura da vegetaçãocompreendida entre certos limites. O estratoherbáceo compreende as plantas não-lenhosas; os arbustivos e os lenhososchegam a adquirir porte arbóreo. Os estratosarbóreos são compostos de árvores.

FOCOS DE CALOR: áreas que transmitemintensidade de calor elevada, identificadaspelo sensor AVHRR do Satélite NOAA e,normalmente, associadas a queimadas.

FAIXA DE APOIO: linha básica que se preparapara operacionalização da atividade dopessoal envolvido em trabalho de combateao incêndio florestal referencial.

FOGO DOMINADO: é aquele que se consegueisolar e/ou dominar enquanto ainda estábaixo ou pequeno.

FOGO EXTINTO: é aquele em que não há maisperigo de propagação, por não haver maismaterial em combustão ou quente.

FOGO REATIVADO: é o fogo que se reproduzquando parecia estar extinto.

FOGO SUFOCADO: é aquele em cuja borda setenha apagado as chamas.

INCÊNDIO DE COPA: tipo de incêndio que secaracteriza pela propagação do fogo atravésdas copas das ár vores. Considera-seincêndio de copa aquele que ocorre emcombustíveis acima de 1,80 m de altura.

INCÊNDIO FLORESTAL: fogo sem controle queincide sobre qualquer forma de vegetação,podendo tanto ser provocado pelo homemcomo por fonte natural (raio).

INCÊNDIO SUBTERRÂNEO: tipo de incêndioque se propaga através das camadas dehúmus ou turfa existentes sobre o solomineral e abaixo do piso da floresta.

INCÊNDIO SUPERFICIAL: tipo de incêndio quese propaga na superfície do piso da floresta,queimando os vegetais não decompostos,serrapilheira, gramíneas, arbustos,enfim, todo material combustível atécerca de 1,80 m de altura.

INTENSIDADE DO FOGO: taxa de energia oucalor liberada, por unidade de tempo e decomprimento, da frente de fogo.

LINHA DE DEFESA: barreira selecionada, entreas naturais e artificiais existentes, oucompletada para conter e dominar oincêndio florestal.

45Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

BROWN, A. A. & DAVIS K. P. Forest fire - controland use. New York, 1973.

IBAMA/PREVFOGO. Como fazer uma queimadacontrolada, Brasília, 1995.

IBAMA/PREVFOGO. Termos usuais relativos aosincêndios florestais. Brasília, 1994.

COUTINHO, L. M. O Cerrado e a ecologia do fogo.Ciência Hoje, nov. 1990.

MINISTERIO DE AGRICULTURA, PESCA YALIMENTAÇÃO. Defesa contra incêndiosforestales. Curso Superior, Madrid, 1989.

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FUNDAÇÃO INSITUTO BRASILEIRO DEGEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Recursosnaturais - meio ambiente e poluição, Rio deJaneiro, 1977, v. 2

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VENTURA, José F. Lebrón. Manual de prevenciony control de incêndios forestales., RepúblicaDominicana, 1995.

MONITORAMENTO: medição repetitiva, discretaou contínua, ou observação sistemática daqualidade ambiental.

PLANO DE ATAQUE: método de atuaçãoselecionado para um determinado incêndio,levando-se em consideração ascircunstâncias de sua ocorrência.

QUEIMA CONTRA O VENTO: linhas de fogocolocadas ao longo de aceiros naturais ouartificiais somente permitindo a propagaçãocontra o vento.

QUEIMADA PRESCRITA OU CONTROLADA:aplicação controlada de fogo à vegetaçãonatural ou plantada sob certas condiçõesambientais que permitam ao fogo manter-se confinado a uma determinada área e aomesmo tempo produzir intensidade de calore velocidade de espalhamento desejáveis aosobjetivos do manejo.

RESCALDO: ato de checar a existência e apagarqualquer foco de possível reignição de umincêndio recém-extinto.

TORRE DE OBSERVAÇÃO: construção situadaem local privilegiado que possibilita a visãototal ou a melhor possível de umadeterminada área, viabilizando a detecçãode qualquer foco de incêndio.

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO: velocidade emque o fogo se propaga em uma determinadaárea por unidade de tempo.

Referências Bibliográficas

46Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

VÉLEZ Múñoz Ricardo. Manual para el primerataque a un incêndio forestal. Publicacionesdel Ministério de Agricultura, Pesca eAlimentación. Instituto Nacional para laConservación de la Natureza, Madrid 1982.

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VICTORY, J. A. Y SAEZ, A. Valoracions depérdidas en los incêndios forestales, InstitutoForestal de Investigaciones y Experiencias,Madrid, 1969.

Procure as Superintendências doIBAMA em seu Estado

Acre MaranhãoRio de Janeiro(068)226-3211 - 226-3494 (098) 222-7288 - 231-3070/3207 (021) 224-6214 - 224-6463226-3520222-5289

Alagoas Minas GeraisRio Grande do Norte(082) 241-1912 - 241-1600 (031) 337-2624 - 291-6588 (084) 221-1300

47Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

335-9955221-2956/4233 - 221-4294

Amazonas Mato Grossodo Sul Rondônia(092) 237-3357 - 237-3710 (067) 725-8987 - 382-2966 (069) 223-3607 - 221-3597237-5177 382-1802221-3985

Amapá Mato GrossoRoraima(096) 214-1100 - 214-1101 (065) 644-1411 - 644-1533 (095) 224-4921 - 224-4011214-1102 6 4 4 - 1 5 8 1 /1452 224-4921

Bahia ParáRio Grande do Sul(071) 248-9427 - 345-7322 (091) 241-2621 - 224-5889 (051) 228-7290 - 228-7186240-7913 224-5998226-6392

Ceará ParaíbaSanta Catarina(085) 272-7996 - 272-1600 (083) 244-4849 - 317-1227 (048) 223-3465 - 224-6202

48Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

227-9081 244-4849 223-3465

Brasília Pernambuco Sergipe(061) 225-1686 - 223-6155 (081) 441-2532 - 441-6338 (079) 211-1699223-6334 441-3385 211-1573/1574 - 211-1699

Espírito Santo Piauí São Paulo(027) 225-8510 - 324-1811/1914 (086) 232-5332 (011) 881-8752 - 883-1300

232-1142/1810 -233-2599 881-8599

Goiás Paraná Tocantins(062) 224-2119 - 224-2790 (041) 321-5125 - 322-5125 (063) 215-1599 - 215-2381224-2608 225-7588 215-2652