LONA 496- 29/05/2009

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Curitiba, sexta-feira, 29 de maio de 2009 - Ano XI - Número 496 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Redução de custos com transporte e alimentação são os principais aspectos que moti- vam a mudança. Mas quem já fez esta opção alerta: para tra- balhar em casa é preciso disci- plina e organização. Cresce número de adeptos que utilizam casa como escritório Comportamento Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Narguilé pode ser tão prejudicial quanto o cigarro Pesquisa do Instituto Na- cional do Câncer (Inca) mos- tra que o narguilé é forma mais usada entre os jovens para se consumir tabaco. Al- guns desses usuários acredi- tam que a água pela qual passa a fumaça antes de ser inalada filtra toda a nicotina do fumo. No entanto, especi- alistas dizem que o produto faz mal à saúde da mesma forma que o cigarro. Além disso, por ter um sabor agra- dável é consumido em maior quantidade, o que pode ocasi- onar um aumento na quanti- dade de nicotina consumida. Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Especial Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Campos do Jordão é considerada a “Suíça” brasileira Clima frio, lojas de choco- lates artesanais e a arquitetu- ra rústica presentena cidade fazem centenas de turistas que passam por lá todos os anos remeterem Campos do Jordão à imagem do país eu- ropeu. Raphael Moroz/LONA Debate sobre comunicação inaugura as atividades do Intercom em Curitiba Na última quarta-feira, no café da Fnac do ParkShopping Barigüi, foi inaugurada oficialmente a série discus- sões que fazem parte do Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Este congresso acontece no mês de setembro em Curitiba, e vai reunir grandes nomes da comunicação. Até lá, mensalmente ocorrerão debates mensalmente, antevendo o que será apresentado no evento nacional. Os debatedores desse primei- ro encontro foram a jornalista e professora do Curso de Jornalismo da UP Elza Aparecida de Oliveira, a jornalista da Gazeta do Povo e mestre em comunicação Marleth Silva, além do mediador, o professor e assessor do departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mário Messagi. Temas como a necessidade de uma reformulação nos currículos dos cursos de comunicação e as novas tendências do ensino na era digital estiveram em pauta durante a conversa dos integrantes da mesa. Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, sexta-feira, 29 de maio de 2009 - Ano XI - Número 496Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Redução de custos comtransporte e alimentação são osprincipais aspectos que moti-vam a mudança. Mas quem jáfez esta opção alerta: para tra-balhar em casa é preciso disci-plina e organização.

Cresce númerode adeptos que

utilizam casacomo escritório

Comportamento

Página 7Página 7Página 7Página 7Página 7

Narguilé pode sertão prejudicialquanto o cigarro

Pesquisa do Instituto Na-cional do Câncer (Inca) mos-tra que o narguilé é formamais usada entre os jovenspara se consumir tabaco. Al-guns desses usuários acredi-tam que a água pela qualpassa a fumaça antes de serinalada filtra toda a nicotinado fumo. No entanto, especi-alistas dizem que o produtofaz mal à saúde da mesmaforma que o cigarro. Alémdisso, por ter um sabor agra-dável é consumido em maiorquantidade, o que pode ocasi-onar um aumento na quanti-dade de nicotina consumida.

Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5

Especial

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Campos do Jordãoé considerada a“Suíça” brasileira

Clima frio, lojas de choco-lates artesanais e a arquitetu-ra rústica presentena cidadefazem centenas de turistasque passam por lá todos osanos remeterem Campos doJordão à imagem do país eu-ropeu.

Raphael Moroz/LONA

Debate sobre comunicaçãoinaugura as atividadesdo Intercom em CuritibaNa última quarta-feira, no café da Fnac do ParkShopping Barigüi, foi inaugurada oficialmente a série discus-sões que fazem parte do Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Este congresso acontece no mêsde setembro em Curitiba, e vai reunir grandes nomes da comunicação. Até lá, mensalmente ocorrerãodebates mensalmente, antevendo o que será apresentado no evento nacional. Os debatedores desse primei-ro encontro foram a jornalista e professora do Curso de Jornalismo da UP Elza Aparecida de Oliveira, ajornalista da Gazeta do Povo e mestre em comunicação Marleth Silva, além do mediador, o professor eassessor do departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mário Messagi. Temascomo a necessidade de uma reformulação nos currículos dos cursos de comunicação e as novas tendências doensino na era digital estiveram em pauta durante a conversa dos integrantes da mesa.

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Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Rei-tor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Ex-tensão: Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Planejamento eAvaliação Institucional: Renato Casagrande; Coordenadordo Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Cas-tro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Apa-recida e Marcelo Lima; Editores-chefes: Antonio CarlosSenkovski, Camila Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas com abran-gentes conhecimentos gerais e hu-manísticos, capacitação técnica,espírito criativo e empreendedor,sólidos princípios éticos e respon-sabilidade social que contribuamcom seu trabalho para o enrique-cimento cultural, social, político eeconômico da sociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

OpiniãoCrônica Futebol

Cássio Bida de Araújo

Desde pequeno o mundodas propagandas me fascina.Gosto de observar e prestaratenção à curiosidade dos pu-blicitários, estes malucos queconseguem fazer do mais sim-ples jogo de palavras uma com-binação perfeita para se com-prar qualquer produto.

Só tem um slogan que atéhoje não engulo e com o qual,feliz ou infelizmente, me desilu-do por completo. “A primeiraimpressão é a que fica”, fraseque ficou marcada por um cer-to desodorante masculino, tam-bém famoso pela música deJohn Paul Young “Love is in theair”. Ah, quantas sensações aoouvir esta canção. “Love is inthe air, everywhere I lookaround...” Todas elas perdidasao ver o acasalamento do sapocom a rã. Cena grotesca, masaté que engraçadinha.

Memórias visuais à parte, oimportante é que esta frase é amais enganosa que existe se tra-duzirmos para o contexto davida real. Quantas pessoas poraí estão fantasiadas como loboem pele de cordeiro? Deixamo-nos iludir pelas aparências enão vamos profundamente àessência do ser. Valorizamos aembalagem e esquecemos domais importante: o produto, omaterial humano.

Em uma sociedade de este-reótipos cada vez consolida-

Propagandaenganosa

dos, fica difícil comprovar oreal valor de cada um. Se é ma-gro demais, vira cabo de vas-soura, “pau de virar tripa” oumesmo Marco Maciel. Agora,se o problema é o excesso depeso, já começam a tocar “Opasso do elefantinho”. A bele-za externa então é a maior ví-tima. Se o teu rosto não serve,o resto também não importa,por mais que o corpo seja“bem cuidado”.

Contudo, basta uma conver-sa para se despirem os precon-ceitos e mudar concepções. Se-jam elas boas ou ruins, aí vaido gosto do freguês. O aprendi-zado é parte essencial da vida.E só dando a cara à tapa é quese aprende.

Por sorte, tenho sido maisfeliz em derrubar primeiras im-pressões ruins. Já dizem os an-tigos: “cara feia pra mim éfome”. Ou, como alguns gos-tam de definir, é autodefesa,uma proteção contra as decep-ções e medos do mundo exter-no. O problema é que me ado-ro quebrar defesas, furar barrei-ras e mergulhar no íntimo daspessoas. Tudo depende apenasde uma boa conversa e, acimade tudo, saber comunicar econversar. Como dizia DanuzaLeão: “Você não tem uma se-gunda chance para causar umaprimeira impressão”. Mas nun-ca é tarde para derrubá-la. Poisnem sempre a primeira impres-são é a que fica.

Por sorte, tenho sido mais feliz emderrubar primeiras impressões ruins.Já dizem os antigos: “cara feia pramim é fome”. Ou, como alguns gostamde definir, é autodefesa, uma proteçãocontra as decepções do mundo externo.

Willian Bressan

Começou como mais um hitdo site popular Vou Tube.Uma coisa que logo todos es-queceriam. Mas ninguém es-queceu. Susan Boyle virou umfenômeno e ganhou fãs pelomundo inteiro. A história daescocesa de 47 anos ultrapas-sou todas as barreiras, foimanchete de inúmeros jornais,o assunto preferido de noveentre dez pessoas, e virou umaobsessão. Dos "Simpsons" a"Oprah", de Catherine ZettaJones a Cindy Lauper. Mas oque essa mulher tem de tãofantástico para atrair tantaatenção desse jeito?

Saída comO personagem deum conto de fadas, a "patinhafeia", quem diria, tinha umgrande talento e uma mensa-gem a dar para o mundo. Aos47 anos, solteira, desemprega-da, fora de todos os padrõesde beleza, solitária e sem nun-ca ter sido beijada, revelou-seuma grande cantora, com uma

A lição deSusan Boyle

voz extraordinária, e que sur-preendeu a toda plateia doprograma "Britain's got talent"no último mês.

Assim que surgiu no palco,risos foram ouvidos pelo estú-dio, afinal, que ousadia! Umamulher naquela idade, vestidadaquele jeito, tentar a sortenum programa de calouros,cujo público é predominante-mente jovem. Mas assim quecomeçou a entoar "I dreameda dream" do musical Os Mise-ráveis, eis que veio a granderevelação: Susan tinha a vozde um anjo. Os risos e buchi-chos foram logo substituídospor aplausos e mais aplausos.

Boyle surge em pleno sécu-lo 21, em que os tempos sãoguiados pela ditadura da ma-greza e da beleza, em que é mui-to mais importante ter um físi-co atraente do que um talentoespecífico, em que pessoas sãojulgadas meramente por suaaparência, como neste caso, eem tantos outros típicos. Tem-pos esses financiados pela mí-

dia, a mesma que levou aomundo a história dessa escoce-sa. A dona do vozeirão acaboucom todos os preconceitos exis-tentes em poucos minutos, der-rubou mitos, muros, deu umchoque de realidade e desper-tou nas pessoas uma gama desentimentos. Passou sua men-sagem ao mundo: não julgueum livro pela capa, primeiroexamine seu conteúdo.

Será que Susan Boyle mar-ca o início de uma nova era?A era da beleza interior, emque preconceitos são deixadosde lado, e sentimentos são le-vados mais em conta em rela-ção a um físico bem torneado?Ou será que continuarão ape-sar dessa lição de vida, a jul-gar pela aparência, e detonarpor pura inveja?

Respostas para essas ques-tões só surgirão em breve. Mas éválido acreditar que o ser huma-no ainda pode ter algo de bomdentro de si, e passar a compre-ender que Susan Boyle não éfeia. O ser humano é que é.

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GeralEducação

Melanie ZettelTalyssa Chagas

Teve início nesta quarta-fei-ra (27), a exposição da cartunis-ta curitibana Pryscila Vieira, noCentro de Criatividade do Par-que São Lourenço. Intitulada“Amely – Uma Mulher de Ver-dade”, a mostra é uma come-moração da indicação da per-sonagem ao HQMIX, uma espé-cie de Oscar do humor gráfico.Até o dia 12 de julho o públicopoderá conferir 60 trabalhossobre a boneca inflável, que se-gundo a cartunista traz dois er-ros de fabricação: ela pensa efala. “Eu quero que ela seja aporta-voz das mulheres que sesentem traídas pelas própriasconquistas”, avalia. Em entre-vista ao LONA, Pryscila contacomo busca confrontar o ma-chismo exacerbado existente nasociedade por meio de seu hu-mor ácido nas tirinhas.

De onde veio a inspiraçãopara criar a personagemAmely?

Eu tinha criado um blog naépoca, isso em dezembro de2005, foi aí que ela nasceu. Naverdade, foi em 25 de dezembrode 2005. E eu não gosto muitode natal. Para mim, o PapaiNoel vestido de vermelho é agrande menstruação do plane-ta. Então eu fico de TPN, ten-são pré natal. Fiquei em casaescrevendo, desenhando noblog, e falei assim: “Acho queeu vou escrever sobre bonecasinfláveis. Tem aquelas real do-lls, que são feitas de silicone,tem o peso de uma mulher nor-mal, são belíssimas e até funci-onam como modelo em algu-mas campanhas publicitáriaspor aí. Daí escrevi aquilo e, di-ante de uma decepção amoro-sa, eu pensei: “Eles querem oquê? Bonecas infláveis? Quenão falam, não pensam?”“.Veio a ideia de criar a bonecainflável, mas com dois erros defabricação: ela pensa e fala.

Qual a mensagem princi-pal que você busca passarcom essa personagem?

Anna Luiza GarbeliniPriscila Fernandes

Em clima de descontração ede bate-papo entre amigos,aconteceu na noite de ontem, às19h e 30min, o primeiro encon-tro Café Intercom na Fnac. Oevento teve como tema “Ensinoe Mercado para o jornalista pa-ranaense” e fez parte de umasérie de discussões mensais quedevem acontecer até o início doIntercom, em setembro. A inici-ativa tem como finalidade pre-parar terreno para o CongressoBrasileiro de Ciência da Comu-nicação, que acontecerá de 4 a7 de setembro em Curitiba, como tema Comunicação, Educaçãoe Cultura na Era Digital.

A mesa para o debate foi com-posta pela jornalista e professo-ra do Curso de Jornalismo da UPElza Aparecida de Oliveira, pelajornalista da Gazeta do Povo emestre em comunicação MarlethSilva e pelo mediador de debate,o professor e assessor do depar-tamento de Comunicação da Uni-versidade Federal do Paraná(UFPR), Mário Messagi.

Foram discutidas, durante ocafé, as novas diretrizes da aca-demia para a formação de umprofissional de jornalismo para omercado atual. Um dos temas sa-lientados foi o debate sobre oscurrículos dos cursos de comuni-cação, com ênfase na área de ci-ências humanas e sociais em de-trimento à técnica. Segundo osintegrantes da mesa, este parece

Encontrodá inícioàs atividadesdo IntercomCafé Intercom faz parte de uma série de debatesque antecedem congresso de comunicação nacional

ser uma tendência do momento.De acordo com a cronista da Ga-zeta do Povo, o que se espera deum jornalista recém formado,quando este chega às redações,não é que domine por completoas técnicas, mas possua umaboa leitura de mundo e acompa-nhe os mais diversos veículospara conhecer o que acontece.

Para a jornalista, isso porqueé avaliado o potencial do contra-tado, podendo este se revelar pormeio de um texto, pela disposi-ção ao trabalho ou pela curiosi-dade aos detalhes de um fato.

Outros pontosForam traçados o histórico e

o perfil atual de alguns cursos dejornalismo do Paraná, cada vezmais numerosos e constante-mente atualizados para garantira capacidade de concorrênciados formandos no mercado detrabalho. A professora Elza re-lembrou a importância do Cen-tro Internacional de Estudos Su-periores de Comunicação paraAmerica Latina (Ciespal), órgãocriado pela Unesco, que ajudoua mudar o perfil dos cursos dejornalismo e integrá-los no ramoda Comunicação social.

Ao final do evento, o debatefoi aberto para perguntas queabordaram temas como a neces-sidade de personagens nas re-portagens brasileiras e o cresci-mento da imprensa virtual. Opróximo encontro acontecerá nofinal do mês de junho no mesmolocal, mas sem data definida.

Cartunista curitibana disputaprêmio de humor gráfico

Entrevista

Eu quero que ela seja a por-ta-voz das mulheres que se sen-tem traídas pelas próprias con-quistas. É um machismo tão ar-raigado na sociedade, disfarça-do de cultura, de costume cul-tural, não é aquele machismoescancarado que bate em mu-lher, é um machismo mais vela-do. E a mensagem dela é essa ebasicamente o que ela tem a vercomigo é porque tenta acabarcom isso pela raiz.

Você tem alguma seme-lhança psicológica ou compor-tamental com a Amely?

Quando você cria um perso-nagem, ele passa a viver na suacabeça (meu psicólogo que nãoouça isso [risos]). Eu não diriaque é um alter ego porque elanão tem muito a ver comigoquanto a essa filosofia de neo-feminismo. Só que nesse neofe-minismo, pelo amor de Deus, eunão quero dizer que vamosqueimar sutiã por aí! Eu sou afavor da amenização, que asmulheres saibam cozinhar, sai-bam cuidar da sua própria casa,isso não é ser “mulherzinha”,muito pelo contrário, é ser ummulherão. Não entendo issocomo ser Amélia, que ser Amé-lia seja uma coisa ruim...

Como você se sente con-correndo na maior premiaçãode humor gráfico nacional

(HQMIX)? O HQMIX é considerado o Os-

car do quadrinho nacional. Eleselegem lá as melhores tirinhas, omelhor álbum de humor, o melhorroteirista... E até o José Aguiar queestá aqui hoje também, ele estáconcorrendo como melhor rotei-rista e como melhor desenhistacom o “Quadrinhofilia”, e eucomo melhor tirinha nacional. So-mos os dois paranaenses que es-tão concorrendo no HQMIX. AAmely, a personagem, está con-correndo com o Laerte, com o An-geli, com o Fernando Gonzales,com o Alan Sieber, que são osmestres do humor nacional, entãopara mim, só pelo fato de estarconcorrendo com eles já é umagrande vitória. De repente no dia7 de agosto, que sai o resultado láno Sesc Pompéia, vamos ver seela não ganha né? Mas eu achomuito difícil. Só de estar no páreoali eu já estou muito contente. Erepresentando as mulheres, claro.Porque é difícil ter mulher nessemeio. Eu diria que são 99% ho-mens e que o humor é muito ma-chista e a mulher tem sido usadanas piadas sempre como objeto,coisa que a Amely, apesar de serum objeto, é algo que ela luta paranão ser. Eu trabalho, eu faço tudo,sou uma mulher de verdade. Umamulher infalível e não inflável,esse é o lema dela, o slogan.

Amely – A Mulher de Verdade, exposição da cartunistaPryscila Vieira. Centro de Criatividade de Curitiba (Parque SãoLourenço). Até 12 de julho. Entrada franca.

Serviço

Davy Nigro/LONA

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EspecialSaúde

Aline de Oliveira

No último dia 19, o prefeitode Matelândia (cidade a 70 kmde Foz do Iguaçu), Edson Pri-mom (PMDB), sancionou uma

lei que proíbe o uso de nar-guilé em locais públicos.

A medida parecepolêmica, mas o

prefeito justifi-ca, dizendo

que as pes-soas nãoconhecemo efeiton o c i v odesse tipo

de fumo.Segundo o

prefeito, ouso cada vez

mais comum doartefato por ado-lescentes e seualto poder vician-

te foram as razõespara sancionar a lei.

O narguilé é um ca-chimbo de água que tem

origem no Oriente Médio.Em torno dele gira um mito

de que a água filtra a nicoti-na, não deixando chegar ao

pulmão. O fumo para narguiléé um fumo especial, feito comtabaco, melaço e frutas ou aro-matizantes. O que muitas pes-soas acham é o que o narguilénão faz mal à saúde, mas elepode ser tão noviço quanto ocigarro. Estudo da Organiza-ção Mundial de Saúde divul-gado em 2006 mostra que em

Narguilé é maisnocivo do quecigarro comum

uma sessão de narguilé a quan-tidade de fumaça inalada cor-responde à mesma inalada aose fumar 100 cigarros comuns.Enquanto um cigarro dura cin-co minutos, com uma média de500 ml de fumaça inalada, asessão de cachimbo d'águapode chegar à uma hora, comdez litros de substância aspira-da, o que aumentaria a inges-tão de gases tóxicos.

Enrique Abadi Balid Filho,27 anos, formado em NegóciosInternacionais, tem um nargui-lé em casa. Ele conheceu o ca-chimbo nos clubes Judaicos deIsrael, antes mesmo de virarmoda no Brasil. Ele fuma so-mente quando reúne familiarese amigos em casa. No OrienteMédio, o narguilé é usado comoforma de confraternização entreas pessoas e Balid Filho o com-para ao ato de tomar chimarrãono Rio Grande do Sul, apesarde saber que o narguilé faz malà saúde. “Fumo uma vez por se-mana no máximo. E sei que fazmuito mal, pois tem excesso denicotina”, conta.

Uma pesquisa do InstitutoNacional do Câncer (Inca), re-alizada com 3.189 universitári-os brasileiros, mostra que onarguilé foi apontado como aforma mais frequente de consu-mo do tabaco entre esses jo-vens. Além da nicotina, elepossui outras 4.700 substânci-as cancerígenas e tóxicas, comoo cigarro convencional. Segun-do a pesquisa, os maiores con-sumidores são os estudantes

catarinenses de odontologia,medicina e farmácia. Apesar deterem maior acesso à informa-ção sobre os efeitos do tabagis-mo na saúde, os estudantes daárea da saúde representam omaior percentual na prevalên-cia de fumantes.

Uma revisão científica, or-ganizada pela Universidadede Memphis (EUA), tambémalerta para o uso indiscrimina-do do produto e mostra algu-mas pesquisas em andamento,que apontam uma exposiçãoao monóxido de carbono duasvezes maior em fumantes denarguilé do que em fumantesde cigarro.

Segundo o pneumologistaRicardo Alves, as substânciaspresentes no narguilé são asmesmas do cigarro, por issopodem viciar. A nicotina é asubstância que vicia; ela nãofaz mal à saúde, mas causa ovício. As outras substânciasderivadas do petróleo, alca-trão, monóxido de carbono éque são prejudiciais à saúde.“Eu não digo que fumar nar-guilé uma vez por semana vaifazer mal, o problema é que aspessoas não param por aí. Fu-mam hoje, fumam na semanaque vem, e na outra. Depois co-meçam a ter vontade de fumarnarguilé todo dia. Começamentão a procurar o tabaco tam-bém em outras formas, como ocigarro, tornando-se um vicia-do em nicotina”, explica.

Para o pneumologista, dizerque a água pode filtrar as subs-

Fotos: divulgação

Pesquisa mostra que esta é a mais utilizada por jovens para consumir tabaco

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EspecialSaúde

tâncias maléficas do tabaco eque no narguilé existe um filtroque não deixa ir nicotina aopulmão são justificativas paraos jovens terem acesso ao taba-co sem culpa.

O narguilé é hoje o que o ci-garro foi no seu lançamento.“O narguilé é uma forma re-quintada de chegar ao tabaco.Quando o cigarro chegou àsmãos da população era a mes-ma coisa. As pessoas diziamque não fazia mal, fumavamsomente com os amigos e emrodas sociais. E hoje, sabemosque, em longo prazo, o cigarrocausa sérios danos à saúde”,conta o pneumologista.

Segundo o pesquisador e re-visor do periódico do Jornal dePneumologia, Carlos Alberto deAssis Viegas, em seu artigo“Formas não habituais de usodo tabaco”, existem diferentesformas de tabaco que podemser preparadas de maneiras di-versas. Entretanto, todas as for-mas de sua utilização têm emcomum a liberação de nicotinapara o sistema nervoso central.“Acredita-se que atualmente nomundo mais de 100 milhões depessoas usem narguilé diaria-mente, sendo inclusive maisprevalente que o uso de cigar-ros em algumas partes do mun-do”, explica Viegas.

Segundo dados do artigodo pesquisador, encontram-semais nicotina, alcatrão e metaispesados, arsênio, benzopireno,níquel, cobalto, berílio, cromo echumbo, na fumaça do nargui-lé que na fumaça de cigarro.Essas substâncias fazem mal àsaúde e podem gerar doençascomo o câncer.

Como funcionaO narguilé é formado por

várias peças. No centro está abase, que parece um vaso e é

onde fica a água. O cilindro éo corpo do narguilé, que ficaconectado à base – é por essecilindro que passa a fumaça.Existe também o fornilho, ondeo carvão e o tabaco são queima-dos, além da mangueira, poronde se aspira a fumaça.

O usuário aspira o ar, o ci-lindro reduz a pressão no in-terior que faz com que ar aque-cido pelo carvão passe pelofumo, produzindo a fumaça.Ela desce até a base, onde éresfriada e filtrada pela água,que retém partículas sólidas. Afumaça segue pelo tubo até seraspirada pelo usuário.

O fato de a água reter aspartículas sólidas faz com quemuita gente acredite que o nar-guilé é inofensivo. Essa falsaimpressão é acentuada pelosdiversos aromas do cachimbo.Quem não conhece o narguilée sente o cheirinho bom da fu-maça não imagina que ele podefazer mal igual um cigarro.

O estudante Marco AurélioElias, 20 anos, conta que nãogosta de cigarro e nem de ficarperto de pessoas que fumam.“Já que eu não fumo, eu nãoquero ser um fumante passi-vo”, afirma. Ele conta que fre-quenta muitos lugares onde onarguilé está presente e nãodesconfiava da fumaça. “Ocheiro não incomoda, eu nãoimaginava que tinha nicotina etodas as substâncias de um ci-garro, alguns amigos meusacreditam que é só fumaça earoma, sem nenhuma substân-cia nociva à saúde”.

Uma passopara o tabagismo

Segundo a psicóloga KatiaScholemberg de Almeida, exis-tem muitos fatores que levam ojovem ao tabagismo. Se a turma

de amigos fuma, as chances deo jovem começar a tragar semultiplicam. O próprio uso so-cial do narguilé pode, portanto,ser o primeiro passo para o ví-cio. Há ainda outros fatores quepodem levar à dependência: seo irmão mais velho fuma; cres-cer em um ambiente de tabagis-tas, entre outros. Pesquisas tam-bém mostram que a dependên-cia química pode ser herdada.Ninguém sabe o porquê, mas jo-vens que não vão bem na esco-la são os que começam maiscedo a dar suas baforadas e,ainda por cima, fumam mais,segundo pesquisa do Ministé-rio da Saúde. “Em geral, os es-tudantes passam a fumar por-que precisam sentir que fazemparte do grupo, sobretudo se amaior parte da turma já dá suastragadas. Questão de autoafir-mação, afinal, ter um cigarrinhofumegando entre os dedos dámais segurança nessa fase davida”, explica.

"Não é à toa que a publici-dade do cigarro era voltadapara esse público: o adoles-cente é um alvo mais fácil, sejapara a indústria tabagista,seja para o tráfico de dro-gas", conta Katia. Ela acre-dita que de forma geral osjovens entram na onda dotabagismo porque estãoem uma fase em que sesentem desprotegidosemocionalmente. “Nes-sa fase, as questõespsicossociais estão emturbulência e a perso-nalidade está se con-solidando. Além dad e s e s t a b i l i d a d eprovocada pelaalta descargahormonal, inse-gurança e pro-blemas com afamília podem

“O narguilé é uma forma requintada de chegar ao tabaco.Quando o cigarro chegou às mãos da população era a mesmacoisa. As pessoas diziam que não fazia mal, fumavamsomente com os amigos e em rodas sociais. E hoje sabemosque, a longo prazo, o cigarro causa sérios danos à saúde”RICARDO ALVES, PNEUMOLOGISTA

contribuir para aproximar o jovemdo vício”, explica.

Cigarro com saborO Instituto Nacional do Câncer

(Inca) defende a proibição davenda de cigarros com sabor noBrasil. O narguilé, por exemplo,é muito bem aceito pelos jovenspor causa do sabor. O cigarrocom sabor também está ga-nhando espaço entre aque-les que fumam regularmen-te. Segundo pesquisa doInca, a maioria dos con-sumidores de cigarro dopaís é jovem. Dentreeles, 44% fumam ci-garros com sabores.De acordo com apesquisa, existem23 milhões de fu-mantes no Brasile apenas sete mi-lhões têm maisde 30 anos.

Pesquisa do InstitutoNacional do Câncer

(INCA), realizada com3.189 universitários

brasileiros, mostra queo narguilé foi apontado

como a forma maisfrequente de consumo do

tabaco entre esses jovens.Além da nicotina, ele

possui outras 4.700substâncias cancerígenas e

tóxicas, como o cigarroconvencional.

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ColunaCinema

Fotos: divulgação

Chama o garçom

Fernando de Castro e Luiz Felipe Marques

“Eu vou ao samba porque longe dele eu não posso viver”caberia de resposta não só a Paulinho da Viola, mas a qualquercidadão que integra a boa roda do Aos Democratas, principal-mente numa sexta ou sábado daqueles que se quer comemoraralgo – mais um ano, ou simplesmente mais um dia de vida.

O clima é de eterna festa, o bom humor reina no ritmo de ata-baques e pandeiros. É difícil ver cara feia no Aos Democratas.Até porque todo o bar conspira em favor da descontração. Comoexemplo, a decoração é composta por camisas de clubes e ou-tros adereços futebolísticos, assim como por caricaturas de gran-des nomes da música brasileiríssima. Por sua vez, a música (pri-mordialmente o samba, mas não raro ou bossa nova, ou MPB,ou samba rock, ou choro, ou o que for) mesmo quando a letra étriste, tem alegria na voz e na levada, o que faz com que o AosDemocratas – na humilde opinião dos escritores – tenha umadas melhores músicas ao vivo da cidade.

Outro destaque, como não poderia deixar de ser, vai ao chopeservido na casa, quase obrigatório na noite e que é responsável poralgumas certificações que o bar ostenta orgulhoso, atribuídas pelamarca de excelência da Ambev, chamada Real Academia do Cho-pp. Aqui vale uma ressalva, se o chopp é realmente bom, a manei-ra como é servido, em alguns casos, põe tudo a perder. É um da-queles bares em que o garçom não espera a afetuosa solicitação doamigo cliente, mas já enche a bandeja e sai a distribuir calderetas ecanecas a quem estiver com copos meio vazios. Além de não seruma prática agradável, o chopp por vezes perde aquele gosto detirado na hora e não chega tão gelado a mesas e goelas.

Da chopeira para a cozinha, merecem destaque as primoro-sas porções de bolinhos de macaxeira com carne-seca e o carro-chefe da casa, o Frango Democrata. Esta última composta porfrango empanado com um tempero da casa, é presença quasecerteira nas mesas dos torcedores que lá se reúnem para assistiros jogos de futebol de seus times.

Os telões exibindo as partidas também constituem o rol deatrativos do Aos Democratas. É possível encontrar diversos gru-pos, até mesmo de torcedores rivais, dividindo o mesmo espaçoem pacífica convivência. Uma atitude – com o perdão do troca-dilho – Democrática.

O Aos Democratas parece ter encontrado a melodia do su-cesso ao conciliar no mesmo ambiente tantas paixões nacionaisem harmonia: Chopp, samba, futebol e gente bonita – os acor-des e notas da partitura escrita desde 2003, e em constante atu-alização. E é com outro ensinamento do mestre Paulinho da Vi-ola que reforçamos que o bar merece a vista, afinal: “Ninguémpode explicar a vida num samba curto”.

O Aos Democratas fica na Rua Doutor Pedrosa número 485e abre de terça a sexta das 18h e nos finais de semana a partirdas 15h, todos os dias até o último cliente. O telefone para re-servas é o 3024-4496.

DemocráticoDemocrático

Ana Luiza Aguiar

Faculdade, festas, música,mulheres, drogas e futebol, as-sim podia se resumir o mundoem que vivia Marcelo RubensPaiva até os seus 20 anos. Comomuitos jovens na sua idade, oestudante evitava dar espaçospara grandes reflexões ou sepreocupar com o futuro, pormais próximo que esse fosse.

Uma tragédia, porém, mexecom tudo aquilo que já estavaconsolidado em sua vida. Du-rante uma festa, um mergulhomal calculado em um rio dei-xa-o tetraplégico, e de repente,a solidão, os efeitos do trata-mento e remédios e as dificul-dades de adaptação levamMarcelo a relembrar váriosepisódios não resolvidos desua trajetória. Que vão desdeum namoro qualquer até a

Feliz modernoano velho

morte do pai, o deputado Ru-bens Paiva, assassinado du-rante a ditadura militar. Nasequência de cenas, são retra-tadas sua infância, adolescên-cia e início da vida adulta sobum novo olhar do mesmo es-pectador.

Para completar seu calvário,o adolescente mimado precisaenfrentar a situação em umpaís despreparado para propor-cionar um dia-a-dia dignoàqueles que se encontram namesma condição. O falho pala-nejamento da cidade soma-se atécnicas rudimentares de fisio-terapia e um quarto tedioso eimpessoal do hospital, no qualsua única companhia e ouvin-te é uma rachadura na parede.

Ao contrário do que se mos-tra em obras menos realistas, opersonagem principal, interpre-tado por Marcos Brenda, não se

torna meigo e grato após o aci-dente. Muito pelo contrário, comuma boa dose de bom humor,suficiente para que o públicocrie um grande carinho porMarcelo, seguem-se episódiosem que o jovem se enfurece, gri-ta, ofende os enfermeiros e regri-de no tratamento.

Além disso, a história, jus-tamente por ser uma autobio-grafia, não tem lição de moralou aquele esperado final feliz,no qual tudo é resolvido e nãose toca mais no assunto. Na ver-dade, aproxima-se de um desa-bafo em que não se tem qual-quer obrigação além de subtra-ir o peso que o jovem carregavaaté então.

O longa metragem “FelizAno Velho”, ganhador de vári-os prêmios, é uma adaptação dolivro homônimo do escritor, dra-maturgo e colunista do jornalEstadão, Marcelo Rubens Paiva.A narrativa é um ícone para ageração dos anos 80, marcadapelo fortalecimento do rock na-cional e início da inconsciênciapolítica. Ambos (filme e livro),no entanto, são descrições maisdo que fiéis do jovem atual, donode uma visão de mundo singu-lar, porém, sem tempo ou incen-tivo para amadurecê-la.

Ao contrário do que se mostra emobras menos realistas, o personagemprincipal, interpretado por MarcosBrenda, não se torna meigo e gratoapós o acidente.

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GeralComportamento

Fotos: divulgação

Escritório em casaTransferir o escritório para casa necessita maior organização do tempo

Leonardo Schenato Barroso

Você já reparou quanto tem-po gasta pra ir da sua casa até oseu escritório? Para quem moramuito longe do trabalho ou viveem uma cidade de trânsito pesa-do, esse trajeto pode tomar boaparte de seu tempo, mesmo quepasse despercebido. Agora pen-se: se não tivesse que sair decasa para trabalhar, quantos mi-nutos a mais teria para dormir,ler o jornal ou ficar com a famí-lia? Se sua resposta for muitotempo, a solução pode estar emum escritório em casa, os cha-mados Home-Offices.

O número de profissionais,autônomos ou funcionários quetrabalham dentro de casa cres-ceu muito na última década, es-pecialmente nas áreas onde ocomputador e a internet são fer-ramentas de trabalho importan-tes. “Com a internet cada vezmais presente na vida das pes-soas, a tendência é que o núme-ro de home-offices aumente prin-cipalmente com o avanço dabanda larga e dos serviços derede sem fio que estão se multi-plicando”, afirma o economista

Carlos Girardi. Outros setorescomo os de cosméticos, confec-ções e alimentos também tive-ram um aumento significativode trabalhadores em casa.

Segundo uma pesquisa feitapela companhia americana Ste-elcase, de móveis e imóveis paraescritório, mais de 30% dos par-ticipantes teriam interesse emmudar seu escritório convencio-nal para dentro do lar. Alémdisso, a produtividade do traba-lhador pode aumentar. “É maisfácil terminar uma tarefa quepasse um pouco da hora estan-do em casa. Ele tende a deixartudo mais encaminhado para odia seguinte, porque não existea pressa para ir embora e nempara chegar”, comenta Girardi.

A psicóloga Regina Denck,que é especializada na área or-ganizacional, diz que isso não éalgo difícil de entender. “Pesso-as que são apegadas à família eao lar ou que têm algum proble-ma de timidez podem se sentirmais seguras trabalhando numlocal assimilado como uma pro-teção, um refúgio, como a casa.Em outros casos, a ideia de tra-balhar em casa pode soar como

algo mais tranquilo e com menospressão do que um trabalho emescritório comum.”

O produtor de filmes Gusta-vo Panacione Ribas, que desdeo início optou por montar suaempresa em residência, garanteque a escolha trouxe facilidades.“A principal vantagem paramim foi a redução de custo. Eunão precisei pagar aluguel enem investir na compra de umimóvel pra ter um escritório, ape-nas organizei um espaço reser-vado dentro de casa, além denão ter que gastar em combustí-vel todo dia”. Além da parte fi-nanceira, Ribas também vê ou-tros benefícios. “Se algum clien-te me pede algo de última hora,eu tenho muito mais chances deconseguir fazer se já estiver nomeu local de trabalho”.

Mas quem pensa que traba-lhar em sua residência significatrabalhar menos, o analista desistemas Hezir Miguel Tavares,que trabalha em casa há mais de2 anos, conta uma história dife-rente. “É complicado contratarum funcionário se seu escritórioé em casa, e, trabalhando sozi-nho, você acaba sendo o patrão,o secretário, o contador e tudo oque for preciso ao mesmo tem-po”. Ribas também alerta: “Mui-tas vezes os clientes podem tera impressão de que não se temum ambiente próprio para traba-lho. Precisa muito cuidado paranão deixar que nenhum assun-to da casa interrompa ou inter-fira na negociação”.

O facilitador de negóciosSam Jaisingh já se diz insatisfei-to com certas características dotrabalho no lar. “Eu fiquei semmuito horário pra começar e ter-minar de trabalhar. Meus clien-tes sabem que eu trabalho emcasa e aproveitam que eu vou es-tar lá quase o tempo todo. Ficadifícil para mim dispensar al-guém, porque assim eu arrisco

perder um negócio importante.”Jaisingh também conta que,

certa vez, o problema passou doslimites, quando um cliente fezquestão de vê-lo horas depois dofim do expediente: “o cidadãoqueria de qualquer jeito falar co-migo sobre um negócio que euprecisava fechar até o fim da se-mana. Ele ligou várias vezes e,depois que eu parei de atendero telefone, ele foi meia-noite atéa minha casa e eu me obriguei aresolver as coisas naquela hora.O pior foi que, deixando de aten-der o telefone, perdi uma ligaçãodo meu filho, que precisava queeu fosse buscá-lo no centro”.

Uma das palavras-chavepara se ter sucesso com um em-preendimento em casa é a orga-nização. “Ser organizado vaidesde saber separar problemasprofissionais e pessoais que,muitas vezes, vão acontecer aomesmo tempo, até saber dividiro tempo certo em que se está tra-balhando e descansando. É sa-ber separar o ambiente de traba-lho do de casa, mesmo os doisestando no mesmo lugar”, expli-ca Girardi.

Esta separação clara entre acasa e o escritório é fundamen-tal não somente para o bom an-damento dos negócios, mas tam-bém para se manter bem relaci-onado com as pessoas ao seu re-dor. “O grande risco do trabalhoperto da família está justamentena relação que o subconscientepode fazer entre as obrigações ea família. Quando isso ocorre, apessoa em questão cria aversão

“Pessoas que são apegadas à família eao lar ou que têm algum problema detimidez podem se sentir mais segurastrabalhando em casa”REGINA DENCK, PSICOLÓGA ESPECIALIZADA NA ÁREA

ORGANIZACIONAL

a tudo que pode lembrá-lo dotrabalho, distanciando-se daspessoas próximas, o contráriodo que se espera nesse tipo desituação”, resume Regina.

Algo que facilita essa separa-ção é ter linhas de telefone dife-rentes para o trabalho e para acasa, pois assim já se sabe sedeve atender a ligação ou não, ea maneira como ela deve seratendida. “Se seu telefone decasa for o mesmo do trabalho,você corre o risco de ter que aten-der um freguês em um momentode lazer ou de atrapalhar um ne-gócio pra atender um amigo”,alerta Tavares.

Vale lembrar que não é pre-ciso viver 24 horas dentro decasa só porque se trabalhanela. Até mesmo a serviço, se-rão necessárias reuniões emoutros locais, mas, principal-mente para o seu lazer, passaro dia inteiro em casa pode seralgo frustrante e deprimente.

Importante também é ter emmente que o home-office podeser tão lucrativo e interessan-te quanto um escritório co-mum, da mesma forma quepode ser tão cansativo e des-gastante.

Se você acha que está naprofissão errada ou que nãoestá tendo lucros com o que faz,mudar seu trabalho para casanão vai resolver seu problemae pode até piorá-lo. Como emqualquer tipo de profissão, énecessário planejar e refletirsobre suas intenções e objetivosantes de começar.

Apesar de proporcionar um ambiente mais acolhedor,escritórios em casa não diminuem a carga de trabalho

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Ensaio

Texto e fotos: Raphael Moroz

O inverno em Campos do Jordão é quente. As ruas, sempre abarrotadas de turistas, ofere-cem as mais refinadas – e caras – opções de alimentação, além das mais diversas lojas, situ-adas em casas de estilo rústico.

Nelas, é possível encontrar os mais deliciosos e sofisticados chocolates de origem ca-seira, feitos, na maioria das vezes, em microempresas situadas nos fundos das própriasbomboniéres.

Os produtos em malha, vendidos na cidade, fazem a alegria de revendedores e clientes,que geralmente os adquirem em grandes quantidades. Até veículos e motos são expostos emvitrines, e atraem a curiosidade de quem passa pelas grandes avenidas de Campos Jordão,conhecida como a “suíça brasileira”.

A suíçabrasileirabrasileira