LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias ›...

83
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA APLICADA AO TRANSPORTE DE SOJA NO BRASIL Gustav Carl Skroder Março de 2019

Transcript of LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias ›...

Page 1: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA

APLICADA AO TRANSPORTE DE SOJA NO BRASIL

Gustav Carl Skroder

Março de 2019

Page 2: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA APLICADA AO

TRANSPORTE DE SOJA NO BRASIL

GUSTAV CARL SKRODER

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro, D.Sc.

Rio de Janeiro

Março de 2019

Page 3: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA APLICADA AO

TRANSPORTE DE SOJA NO BRASIL

Gustav Carl Skroder

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

Profa7

dra Oda, D.Se.

Thayse Ferrari, M.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2019

Page 4: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

ii

Skroder, Gustav Carl

Localização de centros de integração logística

aplicada ao transporte de soja no Brasil/ Gustav Carl

Skroder – Rio de Janeiro: UFRJ/ESCOLA POLITÉCNICA,

2019.

XIII, 68 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Civil, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 57-64.

1. Logística. 2. Transportes. 3. Soja. 4. Otimização.

5. Problemas de localização. I. Ribeiro, Glaydston Mattos.

II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ,

Engenharia Civil. III. Localização de centros de integração

logística aplicada ao transporte de soja no Brasil.

Page 5: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à toda minha família, pelo suporte em todos os

momentos de minha vida, pelas oportunidades que me abriram portas e me trouxeram

até aqui, por tudo que aprendi ao longo desses anos.

Agradeço aos grandes amigos que conheci durante esse período e aos que

carrego há ainda mais tempo pelo companheirismo. À minha namorada pelo apoio moral

e sempre acreditar em mim.

Agradeço à CAPES pela experiência de intercâmbio na França, um ano especial

que para sempre ficará marcado em minha memória.

Agradeço ao meu orientador Glaydston e Vanessa pela orientação e tempo

disponibilizados para a preparação e conclusão dessa monografia.

E agradeço a Universidade Federal do Rio de Janeiro e todo seu corpo docente

pelos conhecimentos passados, aprendizados, oportunidades de iniciação e

experiências que obtive durante a graduação.

Page 6: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

iv

“Quem teme ser vencido tem a certeza da derrota.”

Napoleão Bonaparte

Page 7: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Localização-alocação de centros de integração logística aplicada ao transporte de soja

no Brasil

Gustav Carl Skroder

Março de 2019

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro, D.Sc.

Curso: Engenharia Civil

O setor de transportes brasileiro enfrenta diferentes desafios desde a falta de

infraestrutura adequada, com a consequente impossibilidade de integração entre

diferentes modos, até os altos custos provenientes de ineficiências no sistema e de sua

matriz de transporte. Aliado a esses problemas, preocupa-se cada vez mais com os

impactos ambientais ocasionados por uma atividade responsável pela maior parte das

emissões de poluentes atmosféricos. Portanto, o uso de estruturas de integração

logística como os CILs – Centros de Integração Logística – torna-se cada vez mais

presente nos planos que vêm reorientando o planejamento do setor de transportes.

Dessa forma, neste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas que pudessem

auxiliar na compreensão desses problemas e na forma como os CILs poderiam ajudar

na mitigação dessas adversidades. Diversos modelos matemáticos sobre localização

de facilidades foram estudados e o mais adequado à realidade brasileira foi

implementado na linguagem Mosel. Alguns cenários foram considerados para o

transporte de soja e experimentos computacionais permitiram avaliar os ganhos

financeiros obtidos com a localização otimizada dos CILs.

Palavras-chave: Logística, Transporte, Soja, Meio ambiente, Eficiência, Problemas de

Localização, Otimização

Page 8: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Civil Engineer.

Location of Integrated Logistics Centers regarding the transportation of Soybean in

Brazil

Gustav Carl Skroder

March 2019

Advisor: Glaydston Mattos Ribeiro, D.Sc.

Course: Civil Engineering

The Brazilian transportation sector still faces some challenges, such as the lack

of an adequate infrastructure, which compromises the possibility of integrating different

transportation modes, and the high costs due to inefficiencies throughout the system and

the unbalanced transport matrix. Associated with these problems, people and

governments are becoming more aware of the environmental impacts caused by any

activity. For instance, the emissions of air pollutants mainly caused by the transportation

sector. Therefore, the use of Logistics Integration platforms such as CILs – Integrated

Logistics Centers – has become more noticeable in strategical plans, which are

reorienting the transportation planning. Thus, bibliographical researches have been

made, in order to assess the understanding of these problems, specially the way in which

the use of CILs would help mitigate them. Some mathematical models regarding the

location of facilities were studied and the one considered the most suitable to the reality

in Brazil was implemented in the Mosel programming language. A few scenarios were

considered regarding the transportation of soybean and computational experiments

enabled the valuation of financial gains obtained with an optimized location of the CILs.

Keywords: Logistics, Transportation, Soybean, Environment, Efficiency, Location

Problems, Optimization

Page 9: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

vii

Sumário

1. Introdução .......................................................................................................... 1

1.1. Motivação e Justificativa ................................................................................. 2

1.2. Objetivo .......................................................................................................... 3

1.3. Estrutura do trabalho ...................................................................................... 4

2. Logística e soja no Brasil.................................................................................... 5

2.1. A importância dos grãos na economia brasileira ............................................. 5

2.2. Logística e infraestrutura de transportes brasileira .......................................... 6

2.3. Divisão modal do transporte de grãos no Brasil ............................................ 10

2.4. Centros de Integração Logística ................................................................... 15

2.5. A importância da logística da soja no Brasil .................................................. 17

2.6. Problemas ambientais .................................................................................. 20

3. Os problemas de localização de facilidades ..................................................... 22

3.1. Problemas clássicos de localização de facilidades ....................................... 22

3.1.1. p-Medianas e p-Medianas Capacitado ................................................... 23

3.1.2. p-Centros e p-Centros Capacitado ........................................................ 25

3.2. Problema de localização com atendimento fracionado da demanda ............. 26

3.3. Problema de Transbordo .............................................................................. 28

3.4. Problemas de localização de terminais intermodais ...................................... 30

4. Procedimento metodológico ............................................................................. 36

4.1. Modelo matemático ...................................................................................... 36

4.2. Dados ........................................................................................................... 39

Page 10: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

viii

4.3. Cenários analisados ..................................................................................... 40

4.4. Comentários finais ........................................................................................ 42

5. Experimentos computacionais .......................................................................... 43

5.1. Resultado dos cenários ................................................................................ 43

5.1.1. Cenário 1 ................................................................................................... 44

5.1.2. Cenário 2 ................................................................................................... 44

5.1.3. Cenário 3 ................................................................................................... 45

5.1.4. Cenário 4 ................................................................................................... 47

5.1.5. Cenário 5 ................................................................................................... 48

5.2. Resumo ........................................................................................................ 49

5.3. Discussão ..................................................................................................... 52

6. Conclusões e recomendações para trabalhos futuros ...................................... 55

Referências Bibliográficas........................................................................................... 57

Apêndice A ................................................................................................................. 65

Page 11: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

ix

Lista de Figuras

Figura 1 - Comparação entre os modos de transporte dos países Brasil, China, EUA,

Austrália, Canada e Rússia. .......................................................................................... 7

Figura 2 – Fator Infraestrutura e Logística .................................................................... 9

Figura 3 - Distribuição de grãos e derivados no Brasil ................................................ 10

Figura 4 - Distribuição modal da matriz brasileira de transportes regionais de carga em

2011 ........................................................................................................................... 12

Figura 5 - Evolução da área plantada (milhões de hectares, eixo da direita) e produção

(milhões de toneladas, eixo da esquerda) de soja no Brasil ........................................ 18

Figura 6 - Área Plantada de Soja 17/18 (mil hectares) ................................................ 19

Figura 7 - Rede de modelagem de transportes do PNLT – nacional ........................... 40

Figura 8 - Microrregiões candidatas a construção do CIL ........................................... 41

Figura 9 - Resultado do Cenário 1 .............................................................................. 44

Figura 10 – Resultados do Cenário 2 .......................................................................... 45

Figura 11 – Resultado do Cenário 3 com investimento de 30 milhões de reais para

abertura de um CIL. .................................................................................................... 46

Figura 12 - Resultado do Cenário 3 com investimento de 100 milhões de reais para

abertura de um CIL. .................................................................................................... 46

Figura 13 - Gráfico logarítmico (base 2) - Nº de CILs X Custos/Economias ................ 54

Page 12: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

x

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Participação do custo logístico no PIB ......................................................... 7

Tabela 2 - Investimento em infraestrutura no Brasil: 1971-2014 (% do PIB) ................. 8

Tabela 3 - Características operacionais ...................................................................... 11

Tabela 4 - Investimento por modo de transporte no ano de 2018 ............................... 15

Tabela 5 – Intervalo de emissão de CO2 por modo de transporte ............................... 21

Tabela 6 - Microrregiões selecionadas conforme valor de investimento ...................... 47

Tabela 7 - Custos no cenário 5 ................................................................................... 48

Tabela 8 - Microrregiões com abertura do CIL ............................................................ 49

Tabela 9 - Resumo dos resultados ............................................................................. 50

Tabela 10 - Economia em cada cenário ...................................................................... 53

Page 13: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

xi

Lista de Quadros

Quadro 1 – Conjuntos e parâmetros dos problemas de localização ............................ 23

Quadro 2 – Conjuntos e parâmetros do problema de transbordo ................................ 29

Quadro 3 – Conjuntos e parâmetros do modelo proposto por COSTA (2014) ............. 32

Quadro 4 - Parâmetros do modelo proposto por GUIMARÃES (2015) ........................ 36

Page 14: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

xii

Lista de Abreviaturas

ABIMAQ Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ANTP Agência Nacional de Transporte Público

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

CEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

CIL Centro de Integração Logística

CNI Confederação Nacional da Indústria

CNT Confederação Nacional dos Transportes

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

COPPEAD Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração

DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP

EADI Estação Aduaneira de Interior

EEA European Environment Agency

EEIG European Economic Interest Grouping

EUA Estados Unidos da América

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

GEE Gases de Efeito Estufa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Page 15: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

xiii

MD Ministério da Defesa

MT Ministério dos Transportes

OTM Operador de Transporte Multimodal

PIB Produto Interno Bruto

PNLT Plano Nacional de Logística e Transportes

PNMC Plano Nacional sobre Mudança do Clima

SEGPLAN Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás

SNV Sistema Nacional de Viação

SPNT Secretaria de Política Nacional de Transportes

TKU Tonelada-quilômetro-útil

USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

USP Universidade de São Paulo

ZAL Zona de Atividades Logísticas Portuárias

Page 16: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

1

1. Introdução

O planejamento estratégico da logística e de transportes no Brasil ainda se

encontra defasado tornando o país pouco competitivo em relação a outros países (CNT,

2014). O uso do modo rodoviário sobrepõe os outros devido à pouca integração do

sistema de transportes e ao desequilíbrio da matriz de transportes, ocasionando, dentre

outros problemas, impactos ambientais negativos. Isso indica a necessidade de

investimentos no setor, em especial, em estruturas de integração logística que

promovam a prática da inter e multimodalidade.

Nesse contexto, está inserido o planejamento de transportes que é responsável

por organizar os sistemas de transporte e definir a infraestrutura necessária para

assegurar a circulação de bens e pessoas adequadamente (MORALES, 2007; COSTA,

2014). Portanto, esse planejamento é de grande importância para o desenvolvimento e

economia do país.

Diferentes planos e programas federais e estaduais foram lançados nos últimos

anos, com destaque para o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) que é um

plano plurianual, com estimativas de produção e de consumo para um grupo de

produtos, com indicações sobre a atual infraestrutura assim como os investimentos

planejados para sua melhoria até 2031, em sua última revisão (MINISTÉRIO DOS

TRANSPORTES – MT, 2007, 2009, 2012).

Entretanto, expandir a infraestrutura de transportes requer a implantação de

Centros de Integração Logística (CIL) que são importantes não só para equilibrar a

matriz de transportes e reduzir os custos envolvidos, mas também para aumentar sua

eficiência energética e torná-la sustentável a longo prazo. Um importante projeto do

Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, apresentado em 2015, consiste em

desenvolver uma metodologia para a localização dos CILs de forma a apoiar o

desenvolvimento das políticas públicas voltadas ao transporte (SPNT, 2015).

Page 17: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

2

O PNLT considera diversos produtos como, por exemplo, o açúcar, o milho e o

trigo. Neste trabalho, entretanto, optou-se por analisar cenários envolvendo a

localização de CILs voltados para o transporte de soja. Esse produto foi escolhido por

ser considerado de grande relevância para a economia brasileira pois, de acordo com a

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), ele foi responsável por 52% da

produção total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento da produção

na safra 2018/19, o Brasil tornou-se o maior produtor mundial de soja, ultrapassando os

Estados Unidos (CONAB, 2018).

Para solucionar a problemática apresentada, foram analisados alguns trabalhos

sobre modelos matemáticos de localização. Em seguida, um modelo foi selecionado e

implementado na linguagem Mosel (FICO, 2013) para, a partir dos parâmetros do PNLT

para o horizonte de 2031 e de sua base georreferenciada, avaliar diversos cenários que

mostrassem as economias obtidas com o uso dos CILs.

1.1. Motivação e Justificativa

O setor de transportes possui problemas estruturais relevantes que

comprometem a qualidade dos serviços prestados e o desenvolvimento econômico e

social do país (FLEURY e WANKE, 2006), e sem os devidos estudos e planos de

investimentos estratégicos a maior parte dos produtos de exportação brasileiros

perderão competitividade internacional (CNT, 2014).

Acredita-se que o uso de CILs possa melhorar a eficiência do setor e aumentar

a intermodalidade dos modos de transporte, ou otimizar os custos, se eles forem

localizados em pontos estratégicos do país (GUIMARÃES, 2015). Faz-se necessário,

portanto, estudar as diferentes aplicabilidades dos problemas de localização assim

como as linguagens de programação que possam traduzir modelos matemáticos em

códigos de programação que possam ser resolvidos por um solver para encontrar, de

forma otimizada, a melhor localização de facilidades e os fluxos a serem alocados nelas.

Page 18: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

3

Além disso, as publicações de artigos sobre os problemas de localização de

facilidades vêm ganhando notoriedade no Brasil. Ainda que a primeira publicação

brasileira tenha sido em 1980, foi só em 1999 que a frequência de publicações se tornou

mais constante e apenas em 2007 o interesse começou a aumentar, caracterizado pelo

número cada vez maior de publicações anuais desde então (GUIMARÃES et al., 2018).

Ainda segundo GUIMARÃES et al. (2018), o Brasil está entre os 15 países com maior

volume de publicações sobre o tema, considerando a base de dados pesquisada.

Ainda que não seja o objetivo desse trabalho, o aumento na efetividade da

intermodalidade também ocasiona menores impactos ambientais devido a menor

emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), o que é importante para ajudar a atingir

metas ambientais de emissão futuras estipuladas pelo governo, como, por exemplo, a

Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que oficializa o compromisso

voluntário do Brasil na redução das emissões de GEE entre 36,1% e 38,9% das

emissões projetadas até 2020 (BRASIL, 2010).

1.2. Objetivo

O objetivo geral deste trabalho consiste em buscar a localização ideal para CILs

de forma a atender à demanda de soja no horizonte 2031 e minimizar os custos com

transportes, por meio de um modelo matemático implementado na linguagem Mosel.

Como objetivos específicos, este trabalho busca:

(1) Compreender o panorama da logística, do transporte e do agronegócio no Brasil,

em especial, a soja;

(2) Analisar modelos matemáticos de localização disponíveis na literatura;

(3) Selecionar e implementar um modelo matemático de localização na linguagem

Mosel do solver Xpress;

(4) Aplicar esse modelo matemático no contexto da soja, considerando a base

georreferenciada, critérios e as especificações técnicas estabelecidas pelo

PNLT; e

Page 19: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

4

(5) Criar e analisar cenários.

1.3. Estrutura do trabalho

O trabalho foi dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo tem função

introdutória, apresentando o objeto da pesquisa, objetivos, motivação, justificativa e a

estruturação do trabalho.

No Capítulo 2 é apresentado um panorama da situação e importância do

transporte de grãos para a economia no Brasil, em especial a soja, da logística e da

infraestrutura de transportes geral e no agrobusiness para a contextualização do leitor.

São apresentados ainda os diferentes tipos de estruturas de integração logística, assim

como a caracterização daquela que foi considerada no modelo e cenários propostos

(Capítulos 4 e 5, respectivamente), e breves considerações sobre os impactos

ambientais ocasionados pelo transporte e como o uso de modos de transporte mais

eficientes pode colaborar para a mitigação desses impactos.

O Capítulo 3 descreve diferentes métodos, formulações e usos de modelos

matemáticos de localização e/ou alocação. Trata-se de uma revisão geral que objetiva

a compreensão do modelo apresentado no capítulo seguinte.

No Capítulo 4 é apresentado o modelo matemático desenvolvido por

GUIMARÃES (2015), mais aderente ao problema do estudo para a definição da

localização dos Centros de Integração Logística, os dados e ferramentas utilizados e os

cenários propostos.

O Capítulo 5, por sua vez, descreve os experimentos computacionais realizados,

apresentando os resultados alcançados. Já o Capítulo 6 resume as considerações

finais, evidenciando se os objetivos finais foram alcançados.

As referências bibliográficas utilizadas são apresentadas no final do trabalho. Por

fim o Apêndice A apresenta o código do modelo proposto utilizado no solver Xpress.

Page 20: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

5

2. Logística e soja no Brasil

Este capítulo busca apresentar um panorama sobre a importância da agricultura

para a economia brasileira, em especial sobre o produto objeto de estudo, a soja, além

de destacar a infraestrutura logística no Brasil e conceituar formalmente os CILs.

Ainda que não seja o principal objetivo do trabalho, será também destacado

brevemente os impactos ambientais resultantes de uma matriz de transportes mal

distribuída e como a promoção da intermodalidade no transporte pode reduzir a emissão

de GEE.

2.1. A importância dos grãos na economia brasileira

A história da economia do país está diretamente relacionada ao agronegócio,

desde o processo de colonização, passando pelo período colonial, com a produção e

comercialização da cana-de-açúcar e do café, até o processo de industrialização, no

qual a soja tornou-se destaque, devido não apenas ao elevado ritmo de crescimento da

população, mas principalmente pelo aumento do consumo de proteína animal,

consequência da maior renda per capita das pessoas (RENAI, 2018). A soja é a principal

matéria prima utilizada na formulação das rações que alimentam os animais produtores

de carne, no óleo vegetal e no biodiesel. Segundo a Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB, 2018), estima-se que a safra de soja de 2018/19 alcance entre

117 e 119,42 milhões de toneladas.

O agronegócio no Brasil apresenta altos níveis de produtividade e grandes

impactos econômicos, destacando-se na produção mundial de alimentos (NUNES e

CONTINI, 2001). Porém, apesar de ser considerado como um dos “celeiros” do mundo,

o País ainda apresenta potencialidades a serem exploradas (THE ECONOMIST, 2010;

ABBADE, 2014).

O binômio agronegócio-economia impacta diretamente o Produto Interno Bruto

(PIB) brasileiro. Segundo estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia

Page 21: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

6

Aplicada (CEPEA, 2018), o agronegócio foi responsável por 21,6% do PIB do Brasil em

2017 e tem sido o principal responsável pelo superávit da balança comercial brasileira

nos últimos anos (MAPA, 2012; NERY et al., 2017). Segundo dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é o segundo maior produtor de

grãos do mundo, ficando abaixo somente dos Estados Unidos (IBGE, 2017). Cerca de

30% dessa produção é oriunda da soja.

Entretanto, vale ressaltar que conforme a evolução do Complexo Agronegócio,

no qual o setor de armazenamento, processamento e distribuição aumentam o valor do

produto vendido ao consumidor (LOURENÇO, 2008), ao considerar ainda a proporção

geográfica continental do Brasil e os custos de manuseio, movimentação de materiais e

produtos que são altos, houveram perdas de investimento e competitividade ao longo

do tempo.

2.2. Logística e infraestrutura de transportes brasileira

Dentre os fatores críticos de competitividade entre os países, destaca-se a

logística de distribuição das commodities agrícolas (WILSON, 2012), sendo transporte

o principal responsável pelo aumento nos custos (FLEURY e WANKE, 2006;

GUIMARÃES, 2018) e fundamental para a integração entre os mercados internos e/ou

externos (PADULA, 2008).

A eficiência brasileira no setor de transportes é considerada baixa, implicando

diretamente nas relações econômicas nacionais e internacionais. Como exemplo disso,

o custo logístico representa de 10,6% a 15,4% do valor do PIB nacional, comparado aos

8,5% relativos aos Estados Unidos (Tabela 1) (REBELO 2011; CNT, 2014; GUIMARÃES

et al., 2018). A melhora na eficiência do setor de transportes permitiria um

desenvolvimento regional agregando valor, em âmbito internacional, aos produtos

brasileiros (CNT e COPPEAD, 2002).

Page 22: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

7

Tabela 1 - Participação do custo logístico no PIB

País Custo Logístico / PIB Estados Unidos 8,5%

OECD (média) 9,0%

Chile 16,0%

México 18,5%

Brasil 13,0%

Argentina 27,0%

Peru 32,0%

Fonte: GUASCH (2002) e REBELO (2011)

Deficiências no planejamento e desenvolvimento de uma rede de transportes

integrada têm conduzido a desequilíbrios na matriz de transportes, como pode ser

observado na Figura 1. Entre os seis maiores países do mundo, o Brasil é o país onde

relativamente se utiliza mais o modo rodoviário, e menos o ferroviário. Os outros países

também não possuem uma matriz 100% equilibrada, o que pode ser explicado pela falta

de condições mínimas em suas hidrovias para o trânsito de embarcações. Mas ao

analisar o caso da Rússia, não há essa necessidade já que ela prioriza o modo

ferroviário, também mais energeticamente eficiente que o rodoviário.

Figura 1 - Comparação entre os modos de transporte dos países Brasil, China, EUA,

Austrália, Canada e Rússia.

Fonte CARNEIRO (2016)

Page 23: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

8

Essa ineficiência no setor causa o aumento do “Custo Brasil”, definido por

RIBEIRO (2004) como custos desnecessários ou desproporcionais, que afetam o

desenvolvimento, o que sobrecarrega a produção e retira o caráter competitivo,

fundamentais em uma economia globalizada. O “Custo Brasil” é composto por oito itens:

custo de insumos básicos, impacto dos juros sobre capital de giro, impostos não

recuperáveis na cadeia produtiva, logística, encargos sociais e trabalhistas, burocracias

e custos de regulamentação, custos dos investimentos e custos de energia (ABIMAQ,

2013). Portanto, pode-se assumir que este é calculado com base nas restrições legais,

institucionais, burocráticas e de infraestrutura que condicionam as atividades

econômicas e sociais, o que limita o crescimento econômico (CNT, 2014).

O impacto econômico causado pelo “Custo Brasil” pode ser compreendido pela

diferença de um determinado produto no mercado. Segundo a Associação Brasileira da

Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), em 2013, um produto feito no Brasil

era 30% mais caro do que o mesmo produto feito nos Estados Unidos ou na Alemanha

(ABIMAQ, 2013).

Dentre os itens que estão correlacionados à Logística, destaca-se a

infraestrutura. Segundo CARNEIRO (2016), a infraestrutura de transportes brasileira

apresenta grandes gargalos e baixa qualidade viária. Os resultados de FRISCHTAK e

PINHEIRO (2014) e da Confederação Nacional da Industria (CNI, 2016) demonstram

quedas no investimento em infraestrutura devido ao agravamento das contas públicas

desde a década de 80, conforme observa-se na Tabela 2.

Tabela 2 - Investimento em infraestrutura no Brasil: 1971-2014 (% do PIB)

1971-1980 1981-1989 1990-2000 2001-2010 2011-2014

Investimento Total 5,42 3,62 2,27 2,14 2,25

Transportes 2,03 1,48 0,63 0,64 0,89

Fonte: CARNEIRO (2016)

Page 24: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

9

De acordo com a CNI (2018), a competitividade da infraestrutura de transporte

no Brasil é baixa e ela ocupa a 17ª posição geral entre os 18 países do comparativo

(Figura 2). O estudo ainda classificou os países em alguns subfatores como qualidade

das rodovias, da infraestrutura ferroviária, portuária, de transporte aéreo e integração

ao transporte marítimo global. O Brasil se manteve no terço inferior (posições 13 a 18)

em todos esses quesitos.

Figura 2 – Fator Infraestrutura e Logística

Nota: Scores médios (0=pior desempenho; 10=melhor desempenho). Fonte: CNI (2018).

Vale ressaltar que o transporte compreende 1,8% do valor dos produtos

industriais brasileiros. Estima-se que as empresas industriais gastem aproximadamente

1,0% a mais do seu faturamento, equivalente a 17 bilhões de reais anuais, com a

atividade logística, devido às deficiências da infraestrutura de transportes (DECOMTEC,

2012). O aumento de eficiência no setor de transportes, por meio de um planejamento

de transporte eficiente, é de suma importância e deve se estender por toda a cadeia

produtiva (LOPES et al., 2008; CNT 2014; ROCHA 2015; GUIMARÃES, 2015).

Page 25: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

10

2.3. Divisão modal do transporte de grãos no Brasil

O transporte de grãos no Brasil é realizado, principalmente, por meio dos

seguintes modos de transporte: rodoviário, ferroviário e hidroviário; como mostrado

esquematicamente na Figura 3 (NERY et al., 2017; CNT, 2014).

Figura 3 - Distribuição de grãos e derivados no Brasil

Fonte: CNT (2014).

Cada um desses modos apresenta vantagens e desvantagens. O transporte

rodoviário é aquele realizado em estradas de rodagem, e possui dentre algumas

vantagens a agilidade e rapidez na entrega de mercadorias e alta disponibilidade. Entre

as principais desvantagens do modo rodoviário pode-se destacar o alto custo e os danos

ao meio-ambiente (FERREIRA e RIBEIRO, 2002). O sistema rodoviário é considerado

o segundo modo de transporte mais caro, ficando atrás apenas do sistema aeroviário,

pouco utilizado no país (0,4%) (ELLER et al., 2011; CNT, 2018).

O transporte ferroviário é utilizado para transportar grandes toneladas de

produtos homogêneos, normalmente de baixo de valor agregado, por longas distâncias.

Esse modo de transporte apresenta altos custos fixos (equipamentos, terminarias e

vias), porém possui um custo variável reduzido. No Brasil, esse modo corresponde a

20% da matriz de transporte, não sendo amplamente utilizado devido a problemas de

Page 26: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

11

infraestrutura e falta de investimento em ferrovias (FERREIRA e RIBEIRO, 2002; CNT,

2018).

O transporte hidroviário é utilizado para transportar produtos líquidos, químicos,

grãos e bens considerados de alto valor (operadores internacionais). As navegações

podem ser realizadas entre portos ou pontos do território nacional. A principal vantagem

desse modo é a sua capacidade de transportar produtos volumosos e pesados e

apresentar baixos custos. Porém, sua principal desvantagem reside na questão do

tempo, sendo mais lento do que os outros modos já apresentados (FERREIRA e

RIBEIRO, 2002; CARNEIRO, 2016).

A Tabela 3 apresenta uma comparação entre as características operacionais dos

diversos modos feita por NAZÁRIO (2000) e reforçada no estudo de FLEURY (2001).

Segundo os autores, a escolha do modo para transportar um produto deve ser pautada

nessas características operacionais, levando-se em consideração que a menor

pontuação significa excelência em uma determinada característica.

Tabela 3 - Características operacionais

Características Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo Velocidade 3 2 4 5 1 Disponibilidade 2 1 4 5 3 Confiabilidade 3 2 4 1 5 Capacidade 2 3 1 5 4 Frequência 4 2 5 1 3 Resultado 14 10 18 17 16

Fonte: Adaptado de NAZÁRIO (2000) (Apud: FLEURY, 2001)

O transporte rodoviário é o mais utilizado no país, correspondendo a cerca de

62% da matriz de transportes brasileira, sendo considerado o maior eixo de

movimentação de carga no Brasil (FERREIRA e RIBEIRO, 2002; CNT, 2018). Em

comparação com a utilização dos modos de transporte observada em outros países,

observa-se que essa proporção do uso de rodovias no transporte de carga encontra-se

desequilibrada e, consequentemente, gera custos maiores. Por exemplo, na China esse

valor é de 19% e nos Estados Unidos de 28%. Essa discrepância, segundo FLEURY

Page 27: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

12

(2001), é devido ao longo período de estatização dos portos, ferrovias e dutos no país

e exacerbada pelos padrões estabelecidos no Brasil, diferentes dos internacionais, que

investem no crescimento de modos de transporte mais eficientes financeiramente

devido ao maior volume transportado.

A distribuição atual dos modos de transporte no Brasil pode ser observada na

Figura 4, de acordo com o PNLT (2012). Os percentuais de participação de cada modo

estão estimados em função das quantidades de toneladas-quilômetro-útil (TKUs). Vale

ressaltar que os percentuais obtidos (especialmente aqueles referentes a modos menos

representativos) podem diferir de valores obtidos em outras fontes, considerando as

premissas adotadas e os métodos utilizados para se obterem os carregamentos na

malha viária nacional.

Figura 4 - Distribuição modal da matriz brasileira de transportes regionais de carga em

2011

Fonte: PNLT (2012).

Com o objetivo de aumentar a eficiência do transporte de produtos foram

elaborados sistemas intermodais e multimodais, que se baseiam na combinação de

modos para realizar um mesmo serviço (CARNEIRO, 2016).

O sistema intermodal foi definido por UNCTAD (2001) como o transporte de

cargas utilizando pelo menos dois modos diferentes, transportando a mercadoria de um

ponto ao outro. Segundo ABBASI (1996), todas as partes do processo de transporte

Page 28: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

13

estão conectadas e coordenadas de maneira eficiente, levando-se em consideração:

segurança no transporte e impacto ambiental. KEEDI (2007) ressaltou que, nesse tipo

de sistema, cada modo é responsável pelo seu trecho e pela emissão dos documentos

necessários para o transporte. Um exemplo disso é citado por RIVEIRO e BOUZADA

(2013), onde uma mercadoria é transportada utilizando caminhão, trem e navio. Nesse

caso, é necessária a emissão de três documentos de transporte e cada transportador é

responsável pelo seu trajeto, desde o ponto inicial em que coletou a carga até́ o local da

entrega.

O sistema multimodal foi definido por COSTA (2014) como a integração entre

modos e adotado oficialmente no Brasil de acordo com a Lei no. 9.611 de 19 de fevereiro

1998. Segundo NAZÁRIO (2000), para o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação

Civil, o sistema multimodal é conceituado como o transporte de cargas por mais de um

modo de transporte, apresentando um contrato único de responsabilidade e apenas um

único Operador de Transporte Multimodal (OTM).

Em síntese, a principal diferença entre os sistemas de transporte intermodal e

multimodal é que no sistema intermodal, a responsabilidade pelo transporte da carga é

dividida entre os operadores, bem como a emissão do documento de transporte. Já no

sistema multimodal, as cargas transportadas desde a origem até o destino final são de

responsabilidade de um único operador que emite apenas um documento de transporte.

No Brasil, existem algumas implicações que dificultam o bom funcionamento do

sistema multimodal. Além da questão da infraestrutura, citada na Seção 2.2, NAZÁRIO

(2000) faz uma ressalva sobre a regulamentação do OTM, pois com a implantação de

um documento único de transporte, alguns estados se consideram prejudicados na

arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). A aplicação prática

dessa questão é descrita no relatório da Agência Nacional de Transportes Terrestres, já

que no Brasil, é cobrado um ICMS onde a carga circula, ou seja, um novo imposto é

Page 29: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

14

cobrado em cada Estado, sendo necessário também a emissão de um novo documento,

sendo assim baseado em um sistema intermodal (ANTT, 2011).

Outro problema para o transporte multimodal no Brasil é salientado por

CARNEIRO (2016). Assim como no caso americano, no território brasileiro existe uma

independência das agências reguladoras do transporte, que atuam em prol de

interesses próprios.

A integração entre os modos pode ocorrer de diversas maneiras, como por

exemplo: rodoviário-ferroviário, aquaviário-ferroviário, aéreo-rodoviário, ou envolvendo

mais de dois modos, com o propósito de otimizar o serviço e diminuir os custos,

equilibrando preço e serviço (COSTA, 2014). Para que isso aconteça de maneira efetiva,

é necessário um planejamento no setor de transportes, levando-se em consideração

metodologias que possibilitem avaliar como, onde e de que forma as estruturas de

integração modal devem ser consideradas no planejamento de transportes (COSTA,

2014; GUIMARÃES, 2015).

Com o intuito de estabelecer essa integração modal, em 2007, projetos indicados

pelo PNLT foram propostos, enfatizando investimentos em infraestrutura de transportes,

equilíbrio da matriz modal de carga e ampliação da intermodalidade do Sistema

Nacional de Viação (SNV). Ao longo dos anos, as proposições do PNLT sofreram

modificações técnicas, incluindo pontos antes não abordados, como levar em

consideração menores índices de poluição atmosféricas, na versão atualizada do

PNLT em 2012 (COSTA, 2014; GUIMARÃES, 2015). Segundo os dados do Plano CNT

de Transporte e Logística (2018), estimou-se um investimento de 1,7 trilhões de reais

em 2.663 projetos com enfoque nos modais, incluindo transporte público. A Tabela 4

mostra como esse investimento foi distribuído ao longo do ano de 2018 entre os modos

de transporte.

Page 30: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

15

Tabela 4 - Investimento por modo de transporte no ano de 2018

Ferroviário Rodoviário Hidroviário Terminal

Investimentos (bilhões R$) 212,3 70,5 4,5 9,7

Projetos (nº) 61 234 5 20

Fonte: CNT (2018)

Para aprimorar o funcionamento dos sistemas de transporte é fundamental um

bom planejamento em todo o setor. Esse planejamento foi definido pela Associação

Nacional de Transporte Público – ANTP (1997), como atividade que determina qual

infraestrutura é necessária para assegurar a circulação de pessoas e mercadorias e,

que define os sistemas de transporte que estão sujeitos à regulamentação pública, a

tecnologia e o nível de serviço a ser ofertado (COSTA, 2014). ANDRADE et al. (2005)

atualizaram esse conceito, levando em consideração exigências externas que surgiram

a partir de estratégias globais, estabelecidas para o desenvolvimento econômico e

sustentabilidade ambiental.

Portanto, observa-se que logística e transporte, somados às questões modais

(inter e multi) são de grande importância para o desenvolvimento do país. Dentre as

opções estratégicas e de planejamento dos transportes, que visam baixar o custo dos

produtos e torna-los competitivos no mercado, destaca-se os CILs, conforme citado por

GUIMARÃES (2015), apresentados com mais detalhes na próxima seção.

2.4. Centros de Integração Logística

Há uma grande variedade de termos utilizados para se referir a diferentes tipos

de CILs, como por exemplo: plataformas logísticas, polo logístico, zona de atividades

logísticas portuárias (ZALs), centro/terminal de carga, porto seco e centro de distribuição

(COLIN, 1996; POSCHET et al., 2000; BOOZ ALLEN HAMILTON, 2004;

EUROPLATFORMS 2004; GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2008; BOILE

et al., 2009; HIGGINS e FERGUSON, 2011; SPRICIGO e SILVA, 2011).

Page 31: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

16

Conforme HIGGINS e FERGUSON (2011), não existe uma padronização dos

termos pois a logística intermodal é um campo novo e cada região analisada possui

circunstâncias diferentes, provenientes da disponibilidade modal, função de mercado e

intensidade, governança e regulação.

Pode-se exemplificar como um CIL simples, um terminal de transbordo e um CIL

complexo, uma plataforma logística. SIRIKIJPANICHKUL e FERREIRA (2005) definem

o primeiro como um elemento chave de uma rede intermodal, que funciona como ponto

de transferência de carga de um modo de transporte a outro. Assume-se então, neste

trabalho, que um terminal de transbordo é uma estrutura simples, sem áreas de

armazenagem, ou estoque, e facilidades para agregação de valor, mas com tamanho

suficiente que viabilize o uso de modos de transporte de alta capacidade.

Já a plataforma logística, conforme SILVA et al. (2013 e 2014), é um

empreendimento logístico de grande porte, onde entidades públicas e privadas,

utilizando a mesma base de serviços, objetivam conseguir maior eficiência em suas

operações. São, portanto, estruturas complexas que contribuem com serviços que

agregam valor às mercadorias, pessoas (usuários, trabalhadores e clientes), veículos e

equipamentos, segundo ROSA e RATTON NETO (2005), tais como ova e desova de

contêineres, consolidação e desconsolidação de carga, entre outros, e possuem

serviços como hotéis, bancos e restaurantes.

HIGGINS e FERGUSON (2011) conseguiram mapear 102 plataformas logísticas

em funcionamento ao redor do mundo, distribuídas por 15 países, todos com economias

desenvolvidas. O uso de estruturas de integração logística em países em

desenvolvimento como o Brasil é, portanto, muito importante para que suas economias

possam melhor competir no comércio internacional.

Existem três fortes argumentos para a implantação de CILs do tipo plataforma

logística no Brasil, segundo SEGPLAN (2013):

Page 32: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

17

• Fornecimento de apoio aos mais variados tipos de movimentação de carga,

serviços e agregação de valor;

• Apresentação de estruturas necessárias para se atingir objetivos de eficácia na

logística e integração; e

• Melhoria da concorrência empresarial e desenvolvimento da economia.

2.5. A importância da logística da soja no Brasil

A soja é classificada como a oleaginosa mais produzida no mundo e um dos

produtos mais importantes na agricultura nacional e balança comercial (COSTA, 2014).

O termo ‘oleaginosa’ refere-se a sementes que apresentam grande quantidade de

nutrientes benéficos à saúde. Sua importância permeia desde o mundo animal, através

do farelo de soja, até o consumo humano, através do óleo, que apresenta alto teor

proteico (SILVA et al., 2011; MEDEIROS e NÄÄS, 2016).

Devido a essa característica a soja é um alimento altamente consumido e, por

isso, tem grande valor econômico. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos (United States Department of Agriculture) (USDA, 2018), houve um crescimento

de 5,3% na produção global de soja (safra 2018/2019), alcançando um total superior a

350 milhões de toneladas. O mesmo estudo também realizou uma projeção afirmando

que o Brasil passaria a ser o maior produtor mundial, o que se tornou realidade de

acordo com a CONAB (2018). O país juntamente com as produções dos Estados

Unidos, Argentina e Paraguai concentram 84,41% da produção mundial (COSTA e

SANTANA, 2018).

Em estudo realizado por BRUM et al. (2005), devido a produção intensa, impacto

financeiro e necessidades administrativas e empresariais, a soja pode ser considerada

como uma das responsáveis pela introdução do conceito de agronegócio no país. O

complexo da soja engloba uma cadeia produtiva, desde a produção interna e exportação

do produto bruto, incluindo industrias responsáveis pela transformação do produto

Page 33: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

18

primário em secundários (farelo e óleo) para o comércio externo e interno (SILVA et al.,

2011).

A introdução de técnicas mais modernas e tecnológicas culminou no aumento

da participação, e consequentemente, no aumento da importância da soja na economia

brasileira e mundial, conforme observa-se na Figura 5, com dados fornecidos pela

CONAB (2018).

Figura 5 - Evolução da área plantada (milhões de hectares, eixo da direita) e produção (milhões de toneladas, eixo da esquerda) de soja no Brasil

Fonte: CONAB / Compilado pela Scot Consultoria (2018)

Outra importância da soja na economia do país está relacionada ao emprego

formal gerado. Segundo Silva et al. (2011), embora o complexo da soja não envolva o

mercado de trabalho total da economia, é um complexo que gera uma parcela

considerável de emprego, fator base para a economia de um país.

No Brasil, essa commodity é produzida, em sua maioria, nas regiões Centro-

Oeste e Sul, sendo a região Centro-Oeste responsável por aproximadamente 42%

Page 34: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

19

dessa produção conforme INTL FCStone (2018), que utilizou dados do IBGE de 2017,

veja Figura 6. Assim, é importante um sistema de transporte eficiente para que esse

produto chegue competitivo aos mercados interno e externo.

Figura 6 - Área Plantada de Soja 17/18 (mil hectares)

Fonte: INTL FCStone (2018)

PARFITT et al. (2010) afirmam que um dos principais problemas enfrentados no

Brasil é a perda quantitativa de grãos relacionada ao escoamento da produção.

Segundo LOPES (2013), o futuro da soja no país dependerá da sua capacidade

competitiva com o mercado global e um dos pilares impulsionadores para isso está

relacionado aos modos de transporte do produto.

Assim, como mencionado anteriormente, o principal modo de transporte utilizado

para o escoamento da produção brasileira é o rodoviário, incluindo a produção de soja.

Além de alto custo e falta de infraestrutura rodoviária, um sistema basicamente

rodoviário causa graves impactos ao meio-ambiente.

Page 35: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

20

2.6. Problemas ambientais

O setor da agropecuária está relacionado com o setor de energia. Quando se

observam os gastos e a ineficiência logística do transporte dos grãos, como a soja, no

Brasil, tem-se um consumo exacerbado de derivados do petróleo, que segundo o

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (2010), representa um consumo de 51%, que

somam juntos um total de emissão de CO2 de 1,598 Gt na atmosfera até o ano de 2020.

Em síntese, uma reformulação na logística de grãos do país, visando eficiência

e efetividade, deve levar em consideração a variável ambiental. Para se atingir esse fim

é necessário o investimento e incentivo na integração modal, conforme salientado por

EPC – Empresas Pelo Clima (2017) e SILVA et al. (2015). VILAÇA (2011) enfatizou que

os modos ferroviários e hidroviários garantem menores custos logísticos e são mais

sustentáveis.

Em um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) por SILVA, com o

objetivo de propor uma metodologia para estimar a redução de emissões de dióxido de

carbono por meio do transporte intermodal, comparando-o exclusivamente ao modo

rodoviário, foi concluído que: poucos estudos envolvendo o fator ambiental na logística

de transportes foram publicados; sugeriu-se elaboração de estudos de localização de

terminais intermodais, levando-se em consideração as emissões de GEE (SILVA, 2015).

Podem ser observados na Tabela 5 o intervalo de valores mínimos e máximos

médio de emissão do gás carbônico para cada modo de transporte pelo qual a soja pode

ser transportada e concluir o quão benéfico para o meio ambiente pode ser uma matriz

de transportes melhor equilibrada, ou ainda com maior ênfase em modos de transporte

mais eficientes que o modo rodoviário.

Page 36: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

21

Tabela 5 – Intervalo de emissão de CO2 por modo de transporte

CO2 (g/tkm) Modo Mínimo Máximo

Rodoviário 62 110 Ferroviário 18 35 Marítimo 2 7

Navegação de interior

30 49

Fonte: EEA (2009)

Expostos os dados e panoramas de estudo, será apresentado no próximo

capítulo os tipos de problemas de localização existentes e seus respectivos modelos

matemáticos que auxiliam em sua resolução.

Page 37: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

22

3. Os problemas de localização de facilidades

Este capítulo apresenta algumas características e exemplos de modelos

matemáticos de problemas de localização de facilidades, que serviram como base para

a seleção do modelo a ser utilizado neste trabalho para a melhor localização dos CILs,

visando o escoamento da produção de soja.

Os modelos matemáticos dos problemas de localização de facilidades têm uma

complexidade grande e basicamente necessitam da localização dos clientes a serem

atendidos, da localização de pontos candidatos a receberem as facilidades que podem

ser, por exemplo, os CILs, e de uma rede de transporte com atributos (como custo de

viagem) entre os clientes e os locais candidatos. Quando se deseja saber qual facilidade

atenderá cada cliente (característica conhecida como alocação), têm-se um problema

de localização-alocação que torna o modelo matemático ainda mais complexo.

3.1. Problemas clássicos de localização de facilidades

De forma geral, os problemas de localização têm o intuito de definir o local de

instalação de uma facilidade, otimizando fatores como distância ou custo, dentre outros,

e considerando diferentes restrições, como capacidade de produção, demanda dos

clientes, etc. (ARENALES et al., 2007).

Segundo ROZENTAL e PIZZOLATO (2009), no caso de uma instalação privada,

o objetivo no planejamento de sua localização costuma ser a minimização de custos ou

a maximização dos lucros, enquanto na localização de uma instalação pública, o

objetivo costuma ser a maximização do benefício concedido a sociedade ou a

minimização dos custos dos serviços oferecidos.

Os problemas clássicos de localização de facilidades são o problema de p-

Medianas, p-Medianas capacitado, p-Centros e p-Centros capacitado, que possuem

decisões binárias, ou seja, devem responder a perguntas como: esse cliente deve ser

atendido por esta facilidade, sim ou não? Assim, para compreensão das modelagens

Page 38: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

23

matemáticas que representam cada um destes problemas, o Quadro 1 apresenta os

principais conjuntos e parâmetros utilizados por elas.

Quadro 1 – Conjuntos e parâmetros dos problemas de localização

Conjunto/Parâmetro Descrição I Conjunto de locais candidatos à localização das facilidades J Conjunto de clientes 𝑓𝑓𝑖𝑖 Custo fixo de instalação de uma facilidade em i 𝑄𝑄𝑖𝑖 Capacidade da facilidade instalada no local i 𝑞𝑞𝑗𝑗 Demanda do cliente j 𝑑𝑑𝑖𝑖𝑗𝑗 Distância do cliente j à facilidade localizada em i 𝑐𝑐𝑖𝑖𝑗𝑗 Custo do atendimento da demanda 𝑞𝑞𝑗𝑗 do cliente j a partir da facilidade i

Fonte: ARENALES et al. (2007)

3.1.1. p-Medianas e p-Medianas Capacitado

O problema de p-Medianas busca a localização de p facilidades em uma rede,

alocando clientes a essas facilidades e minimizando a soma das distâncias desses

clientes às facilidades (ARENALES et al., 2007). SENNE et al. (2005) constatam que o

custo relativo ao atendimento de um ponto de demanda está relacionado à distância

entre o referido ponto e a facilidade mais próxima dele. Suas variáveis de decisão são

binárias e sua formulação é apresentada em sequência.

𝑦𝑦𝑖𝑖 �1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓 𝑓𝑓0, 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎á𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 �1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑠𝑠 𝑗𝑗 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛𝑑𝑑𝑓𝑓𝑑𝑑𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑠𝑠𝑓𝑓𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓𝑙𝑙𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑠𝑠𝑒𝑒 𝑓𝑓0, 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎á𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛

Minimizar:

𝑣𝑣(𝑝𝑝𝑒𝑒𝑠𝑠𝑑𝑑𝑓𝑓𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎) = ��𝑑𝑑𝑖𝑖𝑗𝑗𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑖𝑖∈𝐼𝐼

(1)

Sujeito a:

�𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 = 1𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (2)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (3)

Page 39: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

24

�𝑦𝑦𝑖𝑖 = 𝑝𝑝𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades) (4)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ∈ {0,1} ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (5)

𝑦𝑦𝑖𝑖 ∈ {0,1} ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (6)

A função a ser minimizada (1) é o custo total (neste caso diretamente

proporcional à distância). As Restrições (2) garantem a alocação de cada ponto de

demanda 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 a uma facilidade 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼. As Restrições (3) garantem que uma alocação

será obtida entre uma facilidade 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e um ponto de demanda 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 se houver uma

facilidade aberta em 𝑓𝑓. Já a Restrição (4) indica que exatamente 𝑝𝑝 facilidades serão

abertas. As Restrições (5) e (6) apenas definem os domínios das variáveis de decisão.

Um estudo de localização, cujo objetivo era definir locais de instalação de

escolas o mais próximo possível de alunos para reduzir a distância percorrida por eles,

foi realizado por PIZZOLATO e SILVA (1997). O trabalho conduzido em duas cidades

do Rio de Janeiro propôs uma solução de localização melhor que a vigente à época e

puderam ser apresentados planos que equilibrassem a oferta e demanda de ensino

nessas cidades.

Da mesma forma que no problema de p-Medianas, o problema de p-Medianas

capacitado localiza p facilidades e aloca os clientes às facilidades minimizando a soma

das distâncias entre eles, de tal forma que cada cliente seja atendido por uma única

facilidade. A diferença entre os dois problemas é a associação de capacidade 𝑄𝑄𝑖𝑖 a cada

facilidade do local 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼.

Sua formulação matemática é semelhante à do problema de p-medianas,

entretanto as Restrições (3) devem ser substituídas pelas Restrições (7) que garantem

que a capacidade de cada facilidade será respeitada.

Page 40: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

25

�𝑞𝑞𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (Facilidades) (7)

3.1.2. p-Centros e p-Centros Capacitado

De forma análoga ao problema de p-Medianas, o problema de p-Centros também

pode ser capacitado e busca localizar p facilidades, alocando clientes a elas. A diferença

é que não se minimiza a soma das distâncias, mas a maior distância entre um cliente e

uma facilidade (ARENALES et al., 2007).

A localização de instalações do corpo de bombeiros ou ambulâncias são

exemplos de aplicações típicas desse tipo de problema, como foi observado por

MLADENOVIĆ et al. (2003). São casos onde a distância entre a facilidade e o ponto de

atendimento mais distante deve ser a menor possível.

A formulação matemática do problema de p-Centros sem restrições de

capacidade e as variáveis de decisão, binárias, são apresentadas a seguir.

𝑦𝑦𝑖𝑖 �1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓 𝑓𝑓0, 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎á𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 �1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑠𝑠 𝑗𝑗 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛𝑑𝑑𝑓𝑓𝑑𝑑𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑠𝑠𝑓𝑓𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓𝑙𝑙𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑠𝑠𝑒𝑒 𝑓𝑓0, 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎á𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛

Minimizar:

𝑣𝑣(𝑝𝑝𝑐𝑐𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛) = 𝑎𝑎 (8)

Sujeito a:

𝑎𝑎 ≥ �𝑑𝑑𝑖𝑖𝑗𝑗𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (9)

�𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 = 1𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (10)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (11)

Page 41: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

26

�𝑦𝑦𝑖𝑖 = 𝑝𝑝𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades) (12)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ∈ {0,1} ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (13)

𝑦𝑦𝑖𝑖 ∈ {0,1} ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (14)

A Função Objetivo (8) busca minimizar a maior distância entre um ponto de

demanda (cliente) e a sua facilidade mais próxima, enquanto as Restrições (9) garantem

que essa maior distância será maior ou igual que qualquer distância entre um ponto de

demanda 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 e a facilidade 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 que lhe atende.

As Restrições (10) garantem que todos os clientes serão atendidos pelas

facilidades, as Restrições (11) garantem que um ponto de demanda 𝑗𝑗 só será atendida

por uma facilidade 𝑓𝑓 se ela estiver aberta, e a Restrição (12) que exatamente 𝑝𝑝

facilidades entrarão em funcionamento. As Restrições (13) e (14) restringem o domínio

das variáveis de decisão.

No modelo capacitado, a formulação é a mesma, apenas substitui-se as

Restrições (11) pelas Restrições (15) para garantir que as capacidades serão

respeitadas.

�𝑞𝑞𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (Facilidades) (15)

3.2. Problema de localização com atendimento fracionado da demanda

Neste tipo de problema, deseja-se localizar facilidades, alocando clientes a

essas instalações, com o custo total sendo minimizado (custo fixo de instalação das

facilidades e custo variável de atendimento às demandas), porém os clientes podem ser

atendidos por mais de uma facilidade (sua demanda pode ser dividida entre as

Page 42: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

27

facilidades) que podem ter capacidade ou não (ARENALES et al., 2007). A possibilidade

do cliente ser atendido por mais de uma facilidade indica que a variável de alocação

(𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗) deixa de ser binária e passa a representar uma fração da demanda atendida por

cada facilidade aberta.

A formulação matemática do modelo é apresentada a seguir. Considera, ainda,

os conjuntos e parâmetros apresentados no Quadro 1.

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 = 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎çã𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑠𝑠𝑒𝑒𝑎𝑎𝑛𝑛𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑞𝑞𝑗𝑗 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛𝑑𝑑𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑠𝑠𝑓𝑓𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓𝑙𝑙𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑠𝑠𝑒𝑒 𝑓𝑓

𝑦𝑦𝑖𝑖 �1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑐𝑐𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓 𝑓𝑓0, 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠𝑛𝑛 𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎á𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛

Minimizar:

𝑣𝑣(𝑓𝑓𝑛𝑛𝑐𝑐𝑎𝑎𝑓𝑓𝑓𝑓𝑙𝑙𝑎𝑎çã𝑛𝑛) = ��𝑐𝑐𝑖𝑖𝑗𝑗𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑖𝑖∈𝐼𝐼

+ �𝑓𝑓𝑖𝑖𝑦𝑦𝑖𝑖𝑖𝑖∈𝐼𝐼

(16)

Sujeito a:

�𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 = 1𝑖𝑖∈𝐼𝐼

∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (17)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (18)

0 ≤ 𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 1 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (facilidades), ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (19)

𝑦𝑦𝑖𝑖 ∈ {0,1} ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (clientes) (20)

A Função Objetivo (16) busca minimizar o custo total do problema, através do

somatório dos custos variáveis e fixos. As Restrições (17) garantem que as demandas

dos clientes serão atendidas, as Restrições (18) garantem que a fração de demanda de

cada cliente só será atendido por uma facilidade se ela estiver aberta. As Restrições

(19) garantem que toda fração de demanda deve estar zero e um. As demais restrições

definem o domínio das variáveis de decisão.

Page 43: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

28

Em um problema capacitado, as Restrições (18) são substituídas pelas

Restrições (21).

�𝑞𝑞𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≤ 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑦𝑦𝑖𝑖 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (Facilidades) (21)

Como exemplo de aplicação, SILVA e OLIVEIRA FILHO (2005) aplicaram o

modelo matemático (16) – (21) em cidades da região Norte e Nordeste para distribuição

de gás natural, utilizando custos lineares de transporte e custos fixos de instalação.

Esse modelo matemático tem relação direta com o problema dos CILs para o

escoamento de soja, pois a produção de um cliente pode ser enviada a mais de um CIL,

ou seja, ela pode ser dividida para que um determinado custo seja minimizado.

Entretanto, ele não representa o problema de escoamento da soja como um todo pois

a carga deve, além de passar pelos CILs, seguir sua viagem em direção ao seu destino.

Assim, verifica-se que os CILs têm características do problema de transbordo

apresentado na próxima seção.

3.3. Problema de Transbordo

Os modelos vistos anteriormente se referem a distribuição de produtos ou

serviços de centros produtores a pontos de demanda, com o menor custo ou distância

possível. Já em um problema de transbordo, deve-se definir a localização de localidades

intermediárias, representadas por depósitos ou centros de distribuição, no caso de

trabalho, os CILs.

Esse tipo de problema conta com um conjunto a mais de pontos candidatos a

facilidade. O modelo matemático apresentado por ARENALES et al. (2007) é

semelhante aos problemas de localização, vistos nas Seções 3.1 e 3.2, mas para

compreende-lo é importante considerar os conjuntos e parâmetros apresentados no

Quadro 2 e as variáveis de decisão apresentadas em seguida.

Page 44: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

29

Quadro 2 – Conjuntos e parâmetros do problema de transbordo

Parâmetro Descrição I Conjunto de origens J Conjunto de clientes 𝑃𝑃𝑖𝑖 Produção em i 𝑞𝑞𝑗𝑗 Demanda do cliente j 𝑑𝑑𝑖𝑖𝑗𝑗 Distância do cliente j à origem i 𝑐𝑐𝑖𝑖𝑗𝑗 Custo do atendimento da demanda 𝑞𝑞𝑗𝑗 do cliente j a partir da origem i K Conjunto de locais candidatos à localização dos pontos de transbordo 𝑓𝑓𝑘𝑘 Custo fixo de instalação de um ponto de transbordo 𝑄𝑄𝑘𝑘 Capacidade do ponto de transbordo k 𝑑𝑑𝑖𝑖𝑘𝑘 Distância do ponto de transbordo k à origem localizada em i 𝑑𝑑𝑘𝑘𝑗𝑗 Distância do cliente j à facilidade localizada em k 𝑐𝑐𝑖𝑖𝑘𝑘 Custo do transporte entre a facilidade i e o ponto de transbordo k

𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗 Custo do atendimento da demanda 𝑞𝑞𝑗𝑗 do cliente j a partir do ponto de transbordo k

Fonte: Elaboração própria

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 = 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛𝑠𝑠𝑝𝑝𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑓𝑓𝑎𝑎𝑠𝑠𝑎𝑎𝑎𝑎𝑒𝑒𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑠𝑠 𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎𝑠𝑠 𝑓𝑓 𝑠𝑠 𝑗𝑗

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘 = 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛𝑠𝑠𝑝𝑝𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑓𝑓 𝑎𝑎𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑛𝑛𝑛𝑛𝑎𝑎𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛𝑠𝑠𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎𝑑𝑑𝑛𝑛 𝑘𝑘

𝑥𝑥𝑘𝑘𝑗𝑗 = 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎𝑓𝑓𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑠𝑠 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛𝑠𝑠𝑝𝑝𝑛𝑛𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑛𝑛 𝐶𝐶𝐼𝐼𝐶𝐶 𝑘𝑘 𝑎𝑎𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑠𝑠𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑗𝑗

Minimizar:

𝑣𝑣(𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑛𝑛𝑠𝑠𝑎𝑎𝑛𝑛𝑎𝑎𝑑𝑑𝑛𝑛) = ��𝑐𝑐𝑖𝑖𝑗𝑗𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑖𝑖∈𝐼𝐼

+ ��𝑐𝑐𝑖𝑖𝑘𝑘𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑖𝑖∈𝐼𝐼

+ ��𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗𝑥𝑥𝑘𝑘𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑘𝑘∈𝐾𝐾

(22)

Sujeito a:

�𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘 + �𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽

≤ 𝑃𝑃𝑖𝑖𝑘𝑘∈𝐾𝐾

∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (23)

�𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘𝑖𝑖∈𝐼𝐼

= �𝑥𝑥𝑘𝑘𝑗𝑗𝑗𝑗∈𝐽𝐽

∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (24)

�𝑥𝑥𝑘𝑘𝑗𝑗 + �𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑖𝑖∈𝐼𝐼

= 𝐷𝐷𝑗𝑗𝑘𝑘∈𝐾𝐾

∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (25)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≥ 0 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 , ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (26)

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘 ≥ 0 ∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼, ∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (27)

Page 45: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

30

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗 ≥ 0 ∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾, ∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (28)

A Função Objetivo (22) representa o custo a ser minimizado. As Restrições (23)

garantem que o volume enviado de um ponto i para um ponto de transbordo k ou

diretamente para um cliente j deve ser inferior à quantidade disponível em i. As

Restrições (24) garantem que a quantidade do produto que entra em um ponto de

transbordo é a mesma que sai, ou seja, não há estoque nos pontos de transbordo, e as

Restrições (25) garantem o atendimento da demanda dos clientes. As Restrições (26) –

(28) definem o domínio das variáveis de decisão.

3.4. Problemas de localização de terminais intermodais

Foram identificados na literatura alguns modelos matemáticos que se aplicam à

localização-alocação de terminais intermodais cujo objetivo é indicar a melhor

localização para instalação de CILs e alocar os fluxos de carga nas conexões, com a

realização de transbordo, de forma a minimizar o custo total com o transporte.

Cabe ressaltar que grande parte dos autores estudam a localização-alocação de

hubs multimodais. Hubs são estruturas um pouco mais complexas que os terminais de

transbordo, considerados como os CILs do presente trabalho.

ALMUR et al. (2012) aplicam um modelo de localização de hubs multimodais na

Turquia. O modelo inclui não só demanda e custos, mas diferentes serviços e janelas

de tempo. Devido à dificuldade, o problema só foi resolvido depois do desenvolvimento

de um algoritmo heurístico.

Já BHATTACHARYA et al. (2014) apresentam um modelo de otimização dos

custos de transporte em terminais intermodais na Índia, envolvendo variáveis como:

custo, tempo, fluxo de produtos, capacidade de armazenamento, diferentes modos de

transporte e local dos consumidores. SIRIKIJPANICHKUL et al. (2007), por sua vez,

Page 46: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

31

desenvolveram um modelo multiobjetivo, que satisfaz a necessidade de vários atores

envolvidos, para determinar a melhor localização de terminais intermodais de carga no

sul da Austrália.

COSTA (2014) apresentou um modelo matemático que reúne características dos

modelos já apresentados e que utiliza os dados do PNLT. O modelo é baseado no

conceito das economias de escala e busca minimizar os custos totais de transporte na

rede por meio do uso de estruturas de integração (CILs), responsáveis por concentrar

as diferentes cargas e realizar o transbordo para modos de transporte menos custosos

e mais eficientes energeticamente.

O modelo matemático de COSTA (2014), foi proposto considerando o transporte

de mais de um tipo de produto, sendo que a demanda pode ser atendida por qualquer

um dos locais produtores. Essa característica é muito comum na iniciativa privada que

é, normalmente, detentora dos locais produtores e dos pontos de transbordo. Entretanto,

quando lida-se com do poder público, deve-se levar em consideração as relações

comerciais existentes entre locais produtores e locais consumidores para evitar, por

exemplo, que a soja adquirida por um cliente de um determinado local de origem seja

entregue a partir de um outro ponto.

Algumas premissas foram consideradas como volume mínimo passando pelo

CIL, de forma que sua abertura seja viável economicamente, e volume máximo, devido

a capacidade limitada da instalação. No caso de uso do CIL, haverá necessariamente o

transbordo de produtos de forma que se realize pelo menos uma transferência modal e

seu uso será feito apenas nos casos em que houver redução do custo total de

transporte. Caso contrário, o transporte é realizado diretamente entre a origem e o

destino.

Com isso, os conjuntos e parâmetros empregados no modelo matemático de

COSTA (2014) estão resumidos no Quadro 3.

Page 47: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

32

Quadro 3 – Conjuntos e parâmetros do modelo proposto por COSTA (2014)

Item Notação Descrição

Rede

P Conjunto de produtos a ser movimentado I Conjunto de pontos de origem ou zonas de produção K Conjunto de locais candidatos a CIL J Conjunto de destino ou pontos de consumo

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Conjunto de modos disponíveis para transporte direto do produto

𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 de um ponto de produção 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 a um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Conjunto de modos disponíveis para transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃

de um ponto de produção 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 a um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Conjunto de modos disponíveis para transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃

de um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 a um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

Taxas e custos

𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Custo unitário de transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 de uma origem 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 para um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 por um modo de transporte 𝑒𝑒 ∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗

𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Custo unitário de transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 de uma origem 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 para um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 por um modo de transporte 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘

𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Custo unitário de transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 de um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 para um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 por um modo de transporte 𝑒𝑒 ∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝐶𝐶𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Custo do transbordo do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 entre um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 e um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 para o modo de transporte 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 𝑔𝑔𝑝𝑝𝑘𝑘 Custo fixo de utilização do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 pelo produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 𝑣𝑣𝑝𝑝𝑘𝑘 Custo variável de utilização do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 pelo produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃

Capacidade, oferta e

demanda

𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑖𝑖𝑒𝑒 Volume mínimo para abertura do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑠𝑠𝑚𝑚 Volume máximo para abertura do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑃𝑃𝑝𝑝𝑖𝑖 Oferta máxima do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 no ponto 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 𝐷𝐷𝑝𝑝𝑗𝑗 Demanda do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 na zona 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

Variáveis de decisão

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Volume do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 transportado diretamente entre o ponto 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e o ponto 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 por um modo 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖

𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Volume do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 transportado entre o ponto 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e o CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 por um modo de transporte 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖

𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Volume do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 transportado entre o CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 e o ponto 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 por um modo de transporte 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝑙𝑙𝑘𝑘 Binário que indica a abertura (assume 1) ou não (assume 0) do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾

Fonte: Adaptado de COSTA (2014).

A formulação matemática do modelo é apresentada a seguir.

Page 48: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

33

Minimizar:

𝑣𝑣(𝐶𝐶𝑛𝑛𝑠𝑠𝑎𝑎𝑎𝑎) = ��� � 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑑𝑑𝑝𝑝𝑑𝑑𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑖𝑖∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ��� � 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑖𝑖∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ���𝑔𝑔𝑝𝑝𝑘𝑘𝑙𝑙𝑘𝑘 + 𝑣𝑣𝑝𝑝𝑘𝑘� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑝𝑝𝑖𝑖∈𝐼𝐼

�𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ��� � �𝐶𝐶𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑒𝑒𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓 + 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑒𝑒𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓 �𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑝𝑝𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑝𝑝∈𝑃𝑃

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

(29)

Sujeito a:

� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

+ � � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑑𝑑𝑝𝑝𝑑𝑑𝑗𝑗∈𝐽𝐽

≤ 𝑃𝑃𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘∈𝐾𝐾

∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 ,∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 (30)

𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑖𝑖𝑒𝑒𝑙𝑙𝑘𝑘 ≤ �� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑒𝑒𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎

𝑒𝑒∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎

≤ 𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑠𝑠𝑚𝑚𝑙𝑙𝑘𝑘𝑓𝑓∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (31)

�� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑒𝑒𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎

𝑒𝑒∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑝𝑝∈𝑃𝑃

= �� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑒𝑒𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓

𝑒𝑒∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑝𝑝∈𝑃𝑃

∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (32)

� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑝𝑝

+ � � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑑𝑑𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖∈𝐼𝐼

= 𝐷𝐷𝑝𝑝𝑗𝑗𝑘𝑘∈𝐾𝐾

∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 , 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (33)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃, 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼, 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 (34)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃, 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 , 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾,𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 (35)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃,𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾, 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 (36)

𝑙𝑙𝑘𝑘 ∈ {0,1} ∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (37)

A Função Objetivo (29), da mesma forma que nos modelos apresentados nas

seções anteriores, busca minimizar o custo total do transporte na rede, alocando os

fluxos para os CILs que forem abertos ou diretamente para as zonas de demanda.

Page 49: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

34

As Restrições (30) garantem que o volume de dado produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 enviado

diretamente a 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 ou passando por um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾, será inferior ou igual a capacidade

de produção na zona 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼, independente do modo utilizado.

As Restrições (31) consideram os volumes mínimos e máximos que passam por

um CIL. O volume mínimo existe para que seja considerado viável a utilização do CIL

aberto e o volume máximo devido ao limite físico de mercadorias que o CIL consegue

realizar transbordo. As Restrições (32) garantem a conservação do fluxo, já que não

está previsto serviço de armazenagem ou agregação de valor. Portanto, o fluxo que

entra deve ser o mesmo que sai de um CIL.

Já as Restrições (33) garantem que o volume de produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 demandado pela

zona de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 será atendido, somando o fluxo que chega diretamente de uma

zona 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 com aquele que passou por um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾. As restrições restantes definem o

domínio das variáveis de decisão.

Existem duas restrições que podem ser adicionadas ao modelo caso haja

restrição de orçamento (Restrição 38), que limite os investimentos na abertura de CILs,

ou queira-se definir uma quantidade máxima p de CILs abertos (Restrição 39).

�𝑓𝑓𝑘𝑘𝑙𝑙𝑘𝑘 ≤ 𝐹𝐹𝑘𝑘∈𝐾𝐾

(38)

�𝑙𝑙𝑘𝑘 ≤ 𝑝𝑝𝑘𝑘∈𝐾𝐾

(39)

Onde:

• 𝑓𝑓𝑘𝑘: valor de investimento para abertura de um CIL;

• F: valor máximo disponível para o investimento, e;

• p: quantidade de CILs a serem abertos (problema do tipo p-Medianas).

Page 50: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

35

GUIMARÃES (2015), no entanto, aponta que o modelo de COSTA (2014) não é

tão aderente a realidade quando se condira o “olhar” poder público, mencionado

anteriormente, onde existem relações contratuais entre fornecedores e clientes.

Assim, como um aprimoramento do trabalho de COSTA (2014), GUIMARÃES

(2015) apresentou um modelo matemático para localização de CILs que considera as

demanda par-a-par existentes entre locais de produção e de consumo. Esse modelo,

por ser mais completo e bem adaptado à realidade brasileira, foi o selecionado para

implementação no Mosel, permitindo assim a avaliação de cenários. O próximo capítulo

apresenta todos os detalhes do modelo matemático de GUIMARÃES (2015).

Page 51: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

36

4. Procedimento metodológico

Este capítulo apresenta a modelagem matemática de GUIMARÃES (2015) que

realiza a localização de CILs de forma otimizada, ou seja, minimiza os custos envolvidos

no escoamento da produção de soja, considerando as relações comerciais entre locais

produtores e consumidores, conforme apresentado no capítulo anterior e os dados e

ferramentas utilizados.

4.1. Modelo matemático

A formulação matemática do modelo de GUIMARÃES (2015) utiliza os conjuntos,

parâmetros e variáveis de decisão que estão descritos no Quadro 4, além da variável

𝑦𝑦𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗 ≥ 0 que representa o volume de produto transportado entre 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, passando

por um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾. Essa variável tem função importante pois garante a relação par-a-par

de negócio entre locais de produção e de consumo. O parâmetro de demanda foi

modificado para 𝐷𝐷𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗 que representa a demanda do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 a ser transportada

entre a origem 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e o destino 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽. Essas modificações fazem com que o modelo de

GUIMARÃES (2015) seja mais complexo do que o modelo de COSTA (2014).

Quadro 4 - Parâmetros do modelo proposto por GUIMARÃES (2015) Item Notação Descrição

Rede

P Conjunto de produtos a ser movimentado I Conjunto de pontos de origem ou zonas de produção K Conjunto de locais candidatos a CIL J Conjunto de destino ou pontos de consumo

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Conjunto de modos disponíveis para transporte direto do produto

𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 de um ponto de produção 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 a um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Conjunto de modos disponíveis para transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃

de um ponto de produção 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 a um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Conjunto de modos disponíveis para transporte do produto 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃

de um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 a um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

Taxas e custos

𝐶𝐶𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Custo unitário de transporte do produto de uma origem 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 para um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝐶𝐶𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Custo unitário de transporte do produto de uma origem 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 para um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾

𝐶𝐶𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Custo unitário de transporte do produto de um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 para um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝐶𝐶𝐶𝐶𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Custo do transbordo do produto entre um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 e um ponto de consumo 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

Page 52: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

37

Item Notação Descrição 𝑔𝑔𝑘𝑘 Custo fixo de utilização do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑣𝑣𝑘𝑘 Custo variável de utilização do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾

Capacidade e demanda

𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑖𝑖𝑒𝑒 Volume mínimo para abertura do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑠𝑠𝑚𝑚 Volume máximo para abertura do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑑𝑑𝑖𝑖𝑗𝑗 Demanda do produto da zona 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 pela zona 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

Variáveis de decisão

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 Volume do produto transportado diretamente entre o ponto 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e o ponto 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝑥𝑥𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 Volume do produto transportado entre o ponto 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e o CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 𝑥𝑥𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 Volume do produto transportado entre o CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 e o ponto 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽

𝑌𝑌𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗 Volume de produto transportado entre 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 e 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 passando por um CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾.

𝑙𝑙𝑘𝑘 Binário que indica a abertura ou não do CIL 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (1, o CIL aberto. 0, o CIL não é aberto)

Fonte: Elaborado com base em GUIMARÃES (2015)

Com isso, a formulação matemática proposta por GUIMARÃES (2015) é:

Minimizar:

𝑣𝑣(𝐺𝐺𝑞𝑞𝑓𝑓𝑒𝑒𝑎𝑎𝑎𝑎ã𝑠𝑠𝑠𝑠) = ��� � 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑑𝑑𝑝𝑝𝑑𝑑𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑖𝑖∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ��� � 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑖𝑖∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ���𝑔𝑔𝑝𝑝𝑘𝑘𝑙𝑙𝑘𝑘 + 𝑣𝑣𝑝𝑝𝑘𝑘� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑝𝑝𝑖𝑖∈𝐼𝐼

�𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑝𝑝∈𝑃𝑃

+ ��� � �𝐶𝐶𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑒𝑒𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓 + 𝐶𝐶𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑒𝑒𝑠𝑠𝑎𝑎𝑓𝑓 �𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

𝑠𝑠𝑠𝑠𝑝𝑝𝑗𝑗∈𝐽𝐽𝑘𝑘∈𝐾𝐾𝑝𝑝∈𝑃𝑃

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

(40)

Sujeito a:

� 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑑𝑑𝑝𝑝𝑑𝑑

+ �𝑦𝑦𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗𝑘𝑘∈𝐾𝐾

= 𝐷𝐷𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 ,∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼,∀ 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (41)

𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑖𝑖𝑒𝑒𝑙𝑙𝑘𝑘 ≤ �� � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑒𝑒𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎

𝑒𝑒∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑓𝑓𝑘𝑘𝑠𝑠𝑛𝑛𝑎𝑎

≤ 𝑉𝑉𝑘𝑘𝑝𝑝𝑠𝑠𝑚𝑚𝑙𝑙𝑘𝑘𝑓𝑓∈𝐼𝐼𝑝𝑝∈𝑃𝑃

∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (42)

�𝑦𝑦𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗𝑘𝑘∈𝐾𝐾

= � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 ,∀ 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼,∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (43)

Page 53: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

38

�𝑦𝑦𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗𝑘𝑘∈𝐾𝐾

= � 𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖

𝑝𝑝∈𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃 , 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, ∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (44)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑝𝑝𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃, 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼, 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑗𝑗𝑑𝑑𝑖𝑖𝑑𝑑 (45)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑝𝑝𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃, 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼 , 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾,𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 (46)

𝑥𝑥𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃,𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾, 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽, 𝑒𝑒 ∈ 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑘𝑘𝑗𝑗𝑠𝑠𝑠𝑠𝑖𝑖 (47)

𝑦𝑦𝑝𝑝𝑖𝑖𝑘𝑘𝑗𝑗 ≥ 0 ∀ 𝑝𝑝 ∈ 𝑃𝑃, 𝑓𝑓 ∈ 𝐼𝐼,𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾, 𝑗𝑗 ∈ 𝐽𝐽 (48)

𝑙𝑙𝑘𝑘 ∈ {0,1} ∀ 𝑘𝑘 ∈ 𝐾𝐾 (49)

A Função Objetivo (40) busca minimizar os custos de transporte e de transbordo

dos produtos. O primeiro termo se refere ao custo com o transporte direto entre origem

e destino, enquanto o segundo é o custo com o transporte do volume de mercadoria

que passa por um CIL. A parcela seguinte é a soma dos custos fixos e variáveis

associados ao uso do CIL. A quarta e última parcela é a soma do custo de transbordo

da carga, ou custo de movimentação dentro do CIL, e o custo com o transporte da saída

do CIL até o destino final.

As Restrições (41) garantem a demanda total de qualquer ponto de consumo

seja atendido diretamente ou passando por um CIL. As Restrições (42) garantem que a

movimentação de produtos em um CIL deve respeitar seus volumes mínimo e máximo.

As demandas par-a-par são garantidas pelas Restrições (43) – (44). Finalmente, as

Restrições (45) – (49) definem o domínio das variáveis de decisão.

Da mesma forma que no modelo de COSTA (2014), se for de interesse aplicar

restrições orçamentárias ou de quantidade de CILs abertos, podem ser adicionadas as

Restrições (38) e (39).

Page 54: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

39

4.2. Dados

Os dados foram obtidos por meio do PNLT, devido a sua relevância no

planejamento de transporte e logística no Brasil. O zoneamento (pontos de produção e

consumo) foi feito levando-se em consideração quatro características:

1) A extensão territorial de um município não pode ser dividida em diferentes zonas,

devendo ser considerada por inteiro;

2) As zonas podem agregar mais de um município, recomendando-se a

correspondência a uma unidade espacial adotada pelo IBGE (microrregiões ou

mesorregiões homogêneas) para facilidade na obtenção dos dados de produção

e consumo;

3) Regiões com maior densidade da malha de transportes devem ser subdivididas,

e;

4) Fluxos de importação e exportação também devem ser considerados no

zoneamento.

O território brasileiro foi então dividido em 558 zonas dentro do território nacional

e uma zona representando o exterior, totalizando 559 zonas. Assim, a matriz de

produção e consumo da soja possui a seguinte dimensão: 559 x 559.

A rede multimodal do PNLT sugerida para o ano 2031 já considera os projetos

de infraestrutura previstos no plano, conforme mostra a Figura 7, e a matriz de produção

e consumo da soja utilizada representa seus fluxos de produção e consumo projetados

para o ano 2031 com base nas expectativas de crescimento dos mercados interno e

externo e no aumento de produtividade.

Page 55: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

40

Figura 7 - Rede de modelagem de transportes do PNLT – nacional

Fonte: MT, MD (2007)

As matrizes de custo entre os pares de produção e consumo e as informações

de custos fixos e variáveis dos CILs utilizados foram obtidos em GUIMARÃES (2015),

onde o custo variável é de R$ 8,17/tonelada que realiza transbordo no CIL. Assim como

em COSTA (2014), foi adotada uma capacidade mínima de 1 milhão de toneladas

anuais para tornar viável a abertura do CIL e não foi considerada capacidade máxima

para que se pudesse estabelecer, em um primeiro momento, todas as possíveis zonas

produtoras que escoariam suas produções por CILs.

4.3. Cenários analisados

A análise dos resultados será feita considerando diferentes cenários e diferentes

restrições. No entanto alguns pressupostos são comuns a todos os cenários, a saber:

• O transporte entre uma zona produtora e uma zona de consumo pode ser feito

de duas maneiras: (i) diretamente pelo modo rodoviário, ou (ii) passando por um

Page 56: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

41

CIL, chegando nele pelo modo rodoviário e saindo por outro modo, sendo que

durante essa parte do trajeto podem haver novas operações de transbordo;

• O CIL considerado é uma estrutura simplificada onde realiza-se apenas o

transbordo das mercadorias, sem armazenagem ou agregação de valor;

• Foram pré-selecionadas 80 microrregiões que pudessem receber as instalações

de um CIL (conhecidas como microrregiões candidatas). Tais regiões foram

escolhidas por disporem de entroncamentos modais, ou seja, locais onde se

possa efetivamente realizar o transbordo e a multimodalidade. A localização

dessas microrregiões no mapa brasileiro pode ser observada na Figura 8.

Figura 8 - Microrregiões candidatas a construção do CIL

Fonte: Elaboração própria (2018)

Para que a economia obtida com a abertura de CILs possa ser avaliada, é

necessário conhecer o Cenário 0. Neste cenário, não há abertura de CILs (a Restrição

(40) considera 𝑝𝑝 = 0), ou seja, é o pior caso utilizado para efeitos comparativos, pois

Page 57: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

42

representa o custo em 2031 do escoamento de soja se não houverem os devidos

investimentos na otimização da rede logística brasileira. Assim, considerando os dados

disponibilizados pelo PNLT, verificou-se que este custo seria de R$ 7.300.415.890,00

ou simplesmente 7,3 bilhões de reais.

Partindo deste princípio, cinco cenários foram estabelecidos:

• Cenário 1: Os CILs possuem custo simbólico de abertura de R$1,00,

devido à sua importância estratégica na concepção da malha de

transportes do país e não possui volume mínimo para abertura;

• Cenário 2: Consiste no Cenário 1 porém agora o volume mínimo de 1

milhão de toneladas deve ser respeitado para abertura de um CIL;

• Cenários 3: Este cenário considera que o custo para abertura de um CIL

varia entre 30 e 100 milhões de reais e que não há volume mínimo para

abertura de um CIL;

• Cenário 4: Consiste no Cenário 3 porém agora o volume mínimo de 1

milhão de toneladas deve ser respeitado para abertura de um CIL; e

• Cenário 5: Consiste no Cenário 2 porém o número de CILs abertos foi

pré-fixado em valores entre 1 e 11.

4.4. Comentários finais

A formulação matemática apresentada neste capítulo pode ser utilizada para

avaliar a movimentação de mais de um produto simultaneamente com a rede multimodal

brasileira, sendo que os pontos de produção e consumo são representados pelas

microrregiões produtoras definidas pelo IBGE, conforme pode ser visualizado em

GUIMARÃES (2015). Porém, esse trabalho não utilizou uma linguagem de modelagem

como a Mosel, proposta neste trabalho.

Sendo assim, o próximo capítulo apresenta os principais resultados obtidos com

o processo de solução, considerando os dados do PNLT.

Page 58: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

43

5. Experimentos computacionais

O modelo matemático apresentado no Capítulo 4 foi implementado no Mosel e

toda a codificação realizada está no disponível no Apêndice A. Além disso, no processo

de solução de cada um dos cenários propostos, utilizou-se o solver Xpress IVE, versão

1.24.24, em uma máquina com Windows 10, com processador Intel® Core™i7

CPU@3,40GHz e 12 GB de RAM instalada. Os cenários levaram aproximadamente 30

minutos para serem solucionados e os resultados foram exibidos com auxílio de mapas

que foram produzidos no software TransCAD.

Vale destacar que a linguagem Mosel é um ambiente para modelagem e

resolução de problemas, que inclui a própria linguagem de programação a ser utilizada

com o solver mais adequado para o tipo de problema a ser resolvido (FICO, 2013). No

caso do presente estudo, foi utilizado o solver Xpress Optimization desenvolvido por

FICO®, próprio para problemas de localização de facilidades e otimização de alocação

de fluxos.

5.1. Resultado dos cenários

Os custos calculados foram separados e definidos de três maneiras diferentes:

• Custo global: Esse valor corresponde ao custo total, incluindo o transporte e

movimentação de cargas e os investimentos necessários para a abertura de

todos os CILs propostos. É o valor que se refere ao resultado otimizado da

função objetivo do modelo matemático;

• Custo logístico: Esse valor corresponde aos custos que envolvem a carga, ou

seja, custos com transporte e movimentação dentro do CIL ou custo global

subtraído dos custos com investimentos dos CILs, e;

• Custo com transporte: Esse valor corresponde ao custo exclusivo do transporte,

que é o custo logístico subtraído do custo com a movimentação de carga dentro

do CIL. O custo da movimentação de carga é o volume de soja que não é

Page 59: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

44

transportado diretamente pelo modo rodoviário multiplicado pelo valor de R$

8,17 (GUIMARÃES, 2015), como definido na seção 4.2.

5.1.1. Cenário 1

Ao resolver o Cenário 1, nota-se que 68 microrregiões foram abertas das 80

possíveis, conforme mostra a Figura 9. O custo global obtido com o modelo foi de 4,38

bilhões de reais.

Figura 9 - Resultado do Cenário 1

Fonte: Elaboração própria

5.1.2. Cenário 2

O Cenário 2 indicou a abertura de 37 microrregiões para a implantação de CILs

e apresentou um custo total de 4,47 bilhões de reais. Como esse cenário não permite a

abertura de CILs com movimentação inferior a 1 milhão de toneladas, o custo aumentou

em relação ao cenário anterior. Todas as microrregiões selecionadas estão mostradas

na Figura 10.

Page 60: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

45

Figura 10 – Resultados do Cenário 2

Fonte: Elaboração própria

5.1.3. Cenário 3

A partir dos cenários anteriores, pode-se constatar uma quantidade elevada de

microrregiões selecionadas para implantação de CILs. Então, o Cenário 3 considera que

a abertura de um CIL pode ser realizada, entretanto o custo de abertura (ou de

investimento) pode ser de 30 a 100 milhões de reais. Após solução do modelo

matemático para diversas possibilidades, obtém-se que quando o investimento é da

ordem de 30 milhões de reais, 11 microrregiões são selecionadas, já quando esse

investimento é da ordem de 100 milhões de reais, apenas 6 microrregiões são

selecionadas. As Figuras 11 e 12 mostram as microrregiões definidas.

Com investimento de 30 milhões de reais para abertura de um CIL, o custo global

indicado pelo modelo matemático é da ordem de 5,10 bilhões de reais, já com

investimento de 100 milhões de reais para abertura de um CIL, esse custo aumenta

para aproximadamente 5,67 bilhões de reais.

Page 61: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

46

Figura 11 – Resultado do Cenário 3 com investimento de 30 milhões de reais para abertura de um CIL.

Fonte: Elaboração própria

Figura 12 - Resultado do Cenário 3 com investimento de 100 milhões de reais para abertura de um CIL.

Fonte: Elaboração própria

Page 62: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

47

A Tabela 6 mostra os resultados da localização de CILs com os valores

intermediários entre 30 e 100 milhões de reais. Eles comprovaram a proporcionalidade

inversa entre o valor de investimento em CIL e a quantidade de CILs abertos. Os custos

globais também foram aumentando conforme o número de CILs abertos foi diminuindo.

Tabela 6 - Microrregiões selecionadas conforme valor de investimento In

vest

imen

to (R

$ m

ilhõe

s)

Ger

ais

de B

alsa

s (M

A)

Mar

ingá

(PR)

Tol

edo

(PR)

Gua

rapu

ava

(PR)

Cru

z Al

ta (R

S)

Dou

rado

s (M

S)

Arip

uanã

(MT)

Alto

Tel

es P

ires

(MT)

Cui

abá

(MT)

Aná

polis

(GO

)

Ent

orno

de

Bras

ília

(GO

)

Sud

oest

e de

Goi

ás (G

O)

30 40 50 60 70 80 90

100

-Microrregião de abertura do CIL Fonte: Elaboração própria

5.1.4. Cenário 4

No Cenário 4 foram consideradas as mesmas características do Cenário 3,

porém com o volume mínimo para permitir abertura de um CIL. Constatou-se que não

houveram diferenças nas microrregiões escolhidas e no custo total do escoamento da

produção da soja, portanto os resultados são os mesmos do Cenário 3.

Conclui-se, neste caso, que como o custo de abertura de um CIL é significativo,

os CILs selecionados possuem movimentação superior a um milhão de toneladas.

Page 63: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

48

5.1.5. Cenário 5

Por último, o Cenário 5 considerou que podem ser abertos de 1 a 11 CILs. Esse

cenário fornece uma avaliação acerca da efetiva economia gerada por cada CIL a mais

que for utilizado na rede logística do escoamento da Soja.

O custo global e sua variação percentual em relação à quantidade de CILs

abertos podem ser observados na Tabela 7. A terceira coluna representa a variação do

custo entre a abertura de um número p de CILs e o número exatamente anterior (p-1).

Já a quarta coluna, a variação em relação ao custo de abertura de um único CIL (p=1).

Tabela 7 - Custos no cenário 5

Quantidade de CILs (p)

Custo global (R$ bilhões) ΔCusto Variação em

relação à p=1

1 R$ 6,53 - -

2 R$ 5,92 -9,46% -9,46%

3 R$ 5,67 -4,22% -13,17%

4 R$ 5,45 -3,88% -16,53%

5 R$ 5,24 -3,85% -19,75%

6 R$ 5,07 -3,24% -22,36%

7 R$ 4,98 -1,75% -23,72%

8 R$ 4,92 -1,39% -24,78%

9 R$ 4,88 -0,67% -25,29%

10 R$ 4,80 -1,60% -26,48%

11 R$ 4,77 -0,77% -27,05%

Fonte: Elaboração própria

A Tabela 8 mostra quais microrregiões foram escolhidas para cada valor de p

assumido na Tabela 7. Percebe-se ainda a frequência em que aparecem as

microrregiões para cada situação que podem ser utilizadas para a criação de um plano

de investimentos, incluindo prioridades de implantação.

Page 64: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

49

Tabela 8 - Microrregiões com abertura do CIL

Ger

ais

de B

alsa

s (M

A)

Mar

ingá

(PR)

Tol

edo

(PR)

Gua

rapu

ava

(PR)

Cru

z Al

ta (R

S)

Dou

rado

s (M

S)

Arip

uanã

(MT)

Alto

Tel

es P

ires

(MT)

Cui

abá

(MT)

Aná

polis

(GO

)

Ent

orno

de

Bras

ília

(GO

)

Sud

oest

e de

Goi

ás (G

O)

Quantidade de CILs (p)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

- Microrregião de abertura do CIL

Fonte: Elaboração própria

5.2. Resumo

A Tabela 9 resume os resultados encontrados após todas as variações em cada

cenário proposto e os apresenta com o respectivo número de CILs a serem abertos.

São movimentados ao todo 85.881.600 toneladas de soja segundo as projeções de

2031.

Os mapas com as microrregiões selecionadas demonstram a proximidade delas

das regiões de produção de soja no Brasil que se concentram, basicamente, na região

Centro-Oeste.

As duas últimas colunas são os respectivos volumes alocados para o transporte

direto entre origem e destino pelo modo rodoviário e com passagem por um CIL,

calculados pelo programa de otimização.

Page 65: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

50

Tabela 9 - Resumo dos resultados

Quantidade de CILs (p)

Custo global (R$ bilhões)

Investimento no CIL (R$)

Custo logístico (R$ bilhões)

Custo com transporte (R$ bilhões)

Volume transp. diret. pelo modo rodoviário (ton)

Volume transportado por mais de um modo (ton)

Cenário base 0 7,30 - 7,30 7,30 85.881.600 -

Cenário 1 68 4,38 1,00 4,38 3,91 28.887.800 56.993.800

Cenário 2 37 4,47 1,00 4,47 4,00 28.618.500 57.263.100

Cenário 3 11 5,10 30 milhões 4,77 4,34 33.255.900 52.625.700 10 5,20 40 milhões 4,80 4,38 33.863.200 52.018.400 10 5,30 50 milhões 4,80 4,38 33.863.200 52.018.400 8 5,40 60 milhões 4,92 4,51 35.197.200 50.684.400 7 5,47 70 milhões 4,98 4,57 35.869.100 50.012.500 7 5,55 80 milhões 4,99 4,58 35.965.900 49.915.700 6 5,62 90 milhões 5,08 4,69 38.488.400 47.393.200 6 5,67 100 milhões 5,07 4,67 36.374.500 49.507.100

Cenário 4 11 5,10 30 milhões 4,77 4,34 33.255.900 52.625.700 10 5,20 40 milhões 4,80 4,38 33.863.200 52.018.400 10 5,30 50 milhões 4,80 4,38 33.863.200 52.018.400 8 5,40 60 milhões 4,92 4,51 35.197.200 50.684.400 7 5,47 70 milhões 4,98 4,57 35.869.100 50.012.500 7 5,55 80 milhões 4,99 4,58 35.965.900 49.915.700 6 5,62 90 milhões 5,08 4,69 38.488.400 47.393.200 6 5,67 100 milhões 5,07 4,67 36.374.500 49.507.100

Page 66: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

51

Quantidade de CILs (p)

Custo global (R$ bilhões)

Investimento no CIL (R$)

Custo logístico (R$ bilhões)

Custo com transporte (R$ bilhões)

Volume transp. diret. pelo modo rodoviário (ton)

Volume transportado por mais de um modo (ton)

Cenário 5 11 4,77 1,00 4,77 4,34 33.255.900 52.625.700 10 4,80 1,00 4,80 4,38 33.863.200 52.018.400 9 4,88 1,00 4,88 4,46 34.549.100 51.332.500 8 4,92 1,00 4,92 4,51 35.197.200 50.684.400 7 4,98 1,00 4,98 4,57 35.869.100 50.012.500 6 5,07 1,00 5,07 4,66 36.169.100 49.712.500 5 5,24 1,00 5,24 4,86 39.643.200 46.238.400 4 5,45 1,00 5,45 5,15 49.652.800 36.228.800 3 5,67 1,00 5,67 5,38 50.054.700 35.826.900 2 5,92 1,00 5,92 5,63 50.272.000 35.609.600 1 6,53 1,00 6,53 6,27 54.511.000 31.370.600 0 7,30 - 7,30 7,30 85.881.600 -

Fonte: Elaboração própria

Page 67: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

52

5.3. Discussão

A Tabela 10 apresenta as economias atingidas em cada cenário. A quarta e

quinta colunas as economias em relação ao cenário base, quando p vale zero. Nas duas

últimas colunas é apresentada a variação dentro de cada cenário, em relação a linha

imediatamente inferior.

Analisando apenas os custos com transporte, pode-se verificar que nos cenários

3 e 4, quando o investimento é entre 30 e 60 milhões de reais, esse custo é análogo aos

do Cenário 5, se considerar a mesma quantidade de CILs abertos. Isso ocorre pois

enquanto o investimento é considerado inferior a 60 milhões de reais, a alocação

otimizada que gera o menor custo global é a mesma para quando considera-se o

investimento simbólico de R$1,00. A partir de 70 milhões de reais, ao otimizar o custo

global do problema, a alocação passa a ser diferente.

Como verificou-se no Cenário 3, ao considerar o investimento a ser realizado

para a implantação do CIL, o número deles em operação é pelo menos três vezes

menor, considerando o menor valor de investimento proposto. Analisando a economia

gerada no custo com transporte, dependendo do número de CILs em operação na

Tabela 10, conclui-se que a diferença de economia entre 11 CILs e 37 CILs em operação

é muito baixa para que se justifique a construção e operação de novos 26 CILs.

Dentro do próprio Cenário 3 ou 4, também é possível comparar as economias

quando são abertos 11 ou 6 CILs e realizar a mesma constatação. A diferença de

economia é de R$ 310 milhões. Deve-se avaliar se a abertura de 5 CILs a mais

compensaria essa economia. Isso vai depender do custo fixo e variável atribuído a cada

CIL em operação. Só valeria a pena se o custo total fosse inferior a R$62 milhões para

cada um.

Page 68: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

53

Tabela 10 - Economia em cada cenário

Quantidade de CILs (p)

Investimento no CIL (R$)

Custo com transporte

(R$ bilhões)

Economia em relação a

p=0 (R$ bilhões)

Economia em relação a p=0

(%) ΔCusto ΔEconomia

Cenário base 0 1,00 7,30 0,00 0,00% 0,00% -

Cenário 1 68 1,00 3,91 3,39 -46,38% 0,00% -

Cenário 2 37 1,00 4,00 3,30 -45,18% 0,00% -

Cenário 3 11 30 milhões 4,34 2,96 -40,55% -0,80% 1,20% 10 40 milhões 4,38 2,92 -40,07% 0,00% 0,00% 10 50 milhões 4,38 2,92 -40,07% -2,91% 4,68% 8 60 milhões 4,51 2,79 -38,28% -1,43% 2,40% 7 70 milhões 4,57 2,73 -37,38% -0,24% 0,40% 7 80 milhões 4,58 2,72 -37,23% -2,36% 4,24% 6 90 milhões 4,69 2,61 -35,72% 0,58% -1,04% 6 100 milhões 4,67 2,63 -36,09% 0,00% -

Cenário 4 11 30 milhões 4,34 2,96 -40,55% -0,80% 1,20% 10 40 milhões 4,38 2,92 -40,07% 0,00% 0,00% 10 50 milhões 4,38 2,92 -40,07% -2,91% 4,68% 8 60 milhões 4,51 2,79 -38,28% -1,43% 2,40% 7 70 milhões 4,57 2,73 -37,38% -0,24% 0,40% 7 80 milhões 4,58 2,72 -37,23% -2,36% 4,24% 6 90 milhões 4,69 2,61 -35,72% 0,58% -1,04% 6 100 milhões 4,67 2,63 -36,09% 0,00% -

Cenário 5 11 1,00 4,34 2,96 -40,55% -0,80% 1,20% 10 1,00 4,38 2,92 -40,07% -1,92% 3,01% 9 1,00 4,46 2,84 -38,90% -1,01% 1,62% 8 1,00 4,51 2,79 -38,28% -1,43% 2,40% 7 1,00 4,57 2,73 -37,38% -1,98% 3,51% 6 1,00 4,66 2,64 -36,11% -4,08% 8,14% 5 1,00 4,86 2,44 -33,39% -5,66% 13,60% 4 1,00 5,15 2,15 -29,40% -4,15% 11,61% 3 1,00 5,38 1,92 -26,34% -4,47% 15,07% 2 1,00 5,63 1,67 -22,89% -10,28% 62,81% 1 1,00 6,27 1,03 -14,06% 0,00% -

Fonte: Elaboração própria

Page 69: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

54

Desconsiderar um volume mínimo que garanta a viabilidade econômica de cada

CIL, como foi realizado no Cenário 1, também não é vantajoso, ao considerar a pequena

variação nas economias e volumes transportados pela multimodalidade e o alto número

de CILs que seriam abertos.

A Figura 13 destaca a desaceleração na variação dos custos e economias

gerados a partir do número crescente de CILs sendo operados, caracterizado pela

horizontalidade da curva.

Figura 13 - Gráfico logarítmico (base 2) - Nº de CILs X Custos/Economias

Fonte: Elaboração própria

Pode-se constatar que a variação na economia sofre uma desaceleração a partir

do 6º CIL aberto e essa conclusão independe do valor de investimento, pois considera-

se apenas o custo com transporte. Se o valor máximo de investimento de 100 milhões

de reais proposto é considerado, a solução do modelo matemático indica a abertura de

6 CILs também. Pode-se dizer então que a implantação de 6 CILs é um valor seguro

para se considerar em um eventual plano estratégico.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 4 8 16 32 64

Bilh

ões d

e re

ais

Número de CILs

Custo com transporte (R$ bilhões) Economia em relação a p=0 (R$ bilhões)

Page 70: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

55

6. Conclusões e recomendações para trabalhos futuros

O presente estudo buscou contribuir com o processo de melhorias das cadeias

logísticas nacionais para que a exportação de produtos relevantes para o PIB do país

mantenha sua competitividade internacional. Entretanto, o uso das estruturas de

integração logística não é apenas uma alternativa que visa aumentar as economias na

cadeia de produção de um setor específico.

Assim, este trabalho buscou analisar cenários que envolvam a localização de

centros de integração logística para o transporte de soja, por meio de um modelo

matemático implementado na linguagem Mosel e o objetivo foi atingido. Economias

financeiras provenientes do uso dessas estruturas foram calculadas com base nos

resultados obtidos.

Acredita-se que seis seja um número adequado de CILs a serem abertos e

operados para que haja uma economia considerável nos custos com o transporte no

escoamento da produção de soja, levando em consideração os investimentos que

seriam feitos para a viabilidade de um CIL.

Cabe reforçar que a utilização de um modelo par-a-par requer dados de

contratos firmados entre produtores e clientes, portanto uma projeção dessas demandas

em 2031 pode estar superestimada ou subestimada. É necessário que se realizem

atualizações nos dados quando houver, que podem vir a alterar os resultados, e adaptar

os planejamentos que tiverem sido idealizados com base neles.

Sabendo que os CILs se encontram mais próximos dos centros produtores de

soja que dos pontos de demanda, conhecer o volume que está deixando de ser

transportado diretamente pelo modo rodoviário é um ótimo indicador dos benefícios ao

meio ambiente provenientes do uso dos CILs.

De posse dos dados referentes às distâncias entre todos os pontos da rede

multimodal do PNLT, torna-se possível calcular e analisar a efetiva quantidade de gases

Page 71: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

56

poluentes que deixariam de ser emitidos pelo transporte da soja, mas isso é um assunto

para uma nova monografia.

Assim, sugere-se aprimorar o estudo com análises ambientais, como a emissão

de GEE, e adição de restrições ambientais ao modelo matemático proposto para que se

possa avaliar a escolha das localidades levando os impactos ambientais em

consideração.

Page 72: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

57

Referências Bibliográficas

ABBADE, E.B. 2014, O papel do agronegócio brasileiro no seu desenvolvimento econômico. GEPROS: Gestão da produção, Operação e Sistemas, p. 149-158. Bauru/SP.

ABBASI, M. F., 1996, U.S. Intermodal Freight Transportation: Opportunities and Obstacles. Michigan, Estados Unidos.

ABIMAQ. 2013. Custo Brasil 2002-2012. Disponível em: <http://www.abimaq.org.br/Arquivos/Html/DEEE/130715%20-%20Custo%20Brasil%20(III).pdf>. Acesso em: 15/12/2018.

ALMUR, S.A., KARA, B.Y., KARASAN, O.E., 2012, “Multimodal hub location and hub network design”, Omega, v.40, pp.927-939.

ANDRADE, A.R., BALASSIANO, R., SANTOS, M.P.S., 2005, Informação e Planejamento de Transportes. III Rio de Transportes, BNDES, Rio de Janeiro/RJ.

ANTP, 1997, Transporte humano: cidades com qualidade de vida. Associação Nacional dos Transportes Públicos. São Paulo/SP.

ANTT, 2011, Entraves Burocráticos, Exigências Legais e Tributarias do Transporte Multimodal. Brasília/DF.

ARENALES, M., ARMENTANO, V., MORABITO, R., YANASSE, H., 2007, Pesquisa Operacional para cursos de Engenharia. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2011.

BHATTACHARYA, A., KUMAR, S.A., TIWARI, M.K. et al., 2014, “An Intermodal Freight Transport System for optimal Supply Chain Logistics”, Transportation Research Part C, v.38, pp.73-84.

BOILE, M., THEOFANIS, S., GILBERT, P., 2009, Task 5: Analyzing Freight Village opportunities. Feasibility of freight villages in the NYMTC region. Disponível em: <http://www.nymtc.org/project/freight_planning/frtvillage/FrtVillage_files>. Acesso em: 17/12/2014.

BOOZ ALLEN HAMILTON, 2004, Programa Estadual de Logística de Transportes do Estado da Bahia – PELTBAHIA. In: Relatório Síntese, FLEM/SEINFRA, Salvador/BA.

BRASIL, 2010, Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. Brasília/DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm>. Acesso em: 17/11/2018.

BRUM, A. L., HECK, C. R., LEMES, C. L., MÜLLER, P. K., 2005, A economia mundial da soja: impactos na cadeia produtiva da oleaginosa no Rio Grande do Sul 1970-2000. Anais dos Congressos. XLIII Congresso da Sober em Ribeirão Preto. São Paulo/SP.

Page 73: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

58

CARNEIRO, R. C., 2016, Multimodalidade: conceitos, analises e limitações para o caso brasileiro. [Monografia]. Universidade de Brasilia (UNB). Dep. Economia. 94p. Brasília/DF. Disponível em: <http://www.bdm.unb.br/bitstream/10483/18229/1/2016_RenataCletoCarneiro_tcc.pdf> Acesso em: 10/12/2018.

CEPEA, 2018, PIB do agronegócio: dados de 1994 a 2015. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio- brasileiro.aspx>. Acesso em: 18/11/2018.

CNI, 2016, Estudo sobre financiamento do investimento em infraestrutura. Disponível em: <http://www.portaldaindustria.com.br/media/filer_public/54/52/5452c65a-3f9f-43f8-950f-043cf0e8db95/18_07_- _estudo_financiamento_do_investimento_em_infraestrutura.pdf. Acesso em 14/12/2016>. Acesso em: 27/12/2018.

CNI, 2018, Competitividade Brasil 2017-2018: Comparação com países selecionados. Disponível em: < https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/f2/43/f243cd8f-5636-4d1f-8f82-c58d4b29e1f9/competitividadebrasil_2017-2018v1.pdf> Acesso em: 03/01/2019.

CNT, 2014, Plano CNT de Transporte e Logística - 2014. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Paginas/Plano-CNT-de- Log%C3%ADstica.aspx>. Acesso em: 19/11/2018.

CNT, 2018, Plano CNT de Transporte e Logística - 2018. Disponível em: < http://planotransporte.cnt.org.br>. Acesso em: 19/11/2018.

CNT e COPPEAD, 2002, “Transporte de Cargas no Brasil: Ameaças e Oportunidades para o Desenvolvimento do País – Diagnóstico e Plano de Ação”. In: Relatório da Confederação Nacional do Transporte – CNT, Brasília/DF, Centro de Estudos em Logística – CEL do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD e Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro/RJ.

CONAB, 2018, Acompanhamento da safra brasileira de grãos 2018/19 - Primeiro levantamento, v. 6, n. 1. Brasília.

COLIN, J., 1996, “Les Evolutions de la Logistique en Europe: vers la Polarisation de Espaces”. In: I Seminário Internacional: Logística, Transportes e Desenvolvimento, Departamento de Engenharia de Transportes – DET, Centro de Tecnologia – CT, Universidade Federal do Ceará – UFC, Fortaleza/CE, pp.52-92.

COSTA, M.B.B., 2014, Utilização de modelo de localização-alocação para identificação de zoneamento logístico integrado ao planejamento estratégico de transportes. [Tese]. COPPE/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eng. Transportes. 217p. Rio de Janeiro/RJ.

COSTA, N.L., SANTANA, A.C., 2018, Analise do Mercado da Soja: Aspectos Conjunturais da Formação do Preço Pago ao Produtor Brasileiro. Rev. Plantio direto. Ed. 163. p.20-39. NPEA-UFSM. Santa Maria/RS. Disponível em:

Page 74: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

59

<https://www.researchgate.net/profile/Nilson_Costa3/publication/326191281_Analise_do_Mercado_da_Soja_Aspectos_Conjunturais_da_Formacao_do_Preco_Pago_ao_Produtor_Brasileiro/links/5b3d4107a6fdcc8506f56bf3/Analise-do-Mercado-da-Soja-Aspectos-Conjunturais-da-Formacao-do-Preco-Pago-ao-Produtor-Brasileiro.pdf>. Acesso em: 14/12/2018.

DECOMTEC, 2012, Carga Extra na Indústria Brasileira Parte 2 – Custos com Logística. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/carga-extra-na- industria-brasileira-parte-2-custos-com-logistica/>. Acesso em: 22/11/2018.

EEA – European Environment Agency, 2009, TERM – Transport and Environment Reporting Mechanism.Towards a resource-efficent transport system. Copenhagen, Dinamarca.

ELLER, R.A.G., SOUSA JR, W.C., CURI, M.L.C., 2011, Custos do Transporte de Carga no Brasil: Rodoviário versus Ferroviário. Revista de Literatura dos Transportes, v.5, n.1, Diretório de Pesquisas, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Sociedade Brasileira de Planejamento de Transportes, pp. 50-64.

EPC - EMPRESAS PELO CLIMA, 2017, Transportes. Disponível em:<http://www.empresaspeloclima.com.br/index.php?r=site/conteudo&id=7>. Acesso em: 22/11/2018.

EUROPLATFORMS – EEIG, 2004, Logistics Centers: Directions for use. Freight Villages Association of Forwarding, United Nations Economic Commission for Europe – UNECE, Geneva, Switzerland.

FERREIRA, K.A., RIBEIRO, P.C.C., 2002, Logística e transportes: uma discussão sobre os modais de transporte e o panorama brasileiro. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba – PR. Disponível em: <http://tecspace.com.br/paginas/aula/mdt/artigo01-MDL.pdf>. Acesso em: 11/11/2018.

FICO, 2013, The Xpess-Mosel User Guid. Disponível em: < https://www.maths.ed.ac.uk/hall/Xpress/>. Acesso em: 15/03/2019.

FLEURY, P. F., WANKE, P. 2006, “Transporte de cargas no Brasil: estudo exploratório das principais variáveis relacionadas aos diferentes modais e às suas estruturas de custos”. In: Estrutura e Dinâmica do Setor de Serviços no Brasil. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/capitulo_12_transpor tes.pdf>. Acesso: 18/11/2018.

FLEURY, P.F., 2001, Perspectivas para Logística Brasileira. Publicações CEL, COPPEAD, UFRJ, abril. Rio de Janeiro/RJ. Disponível em: <http://www.cel.coppead.ufrj.br>. Acesso em: 12/12/2018.

FRISCHTAK, C.R., PINHEIRO, A.C (Orgs), 2014, Gargalos e soluções na infraestrutura de transportes. Ed. FGV. 348p. São Paulo/SP.

Page 75: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

60

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2008, Plano Estratégico de Logística de Transportes – PELT Minas. Relatório da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas – SETOP, Minas Gerais.

GUIMARÃES, V.A., 2015, Modelagem matemática para localização-alocação de centros de integração logística considerando as demandas par-a-par. [Dissertação]. COPPE/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eng. Transportes. 126p. Rio de Janeiro/RJ.

GUIMARÃES, V.A., RIBEIRO, G.M., AZEVEDO-FERREIRA, M., 2018, Mapping of the Brazilian scientific publication on facility location. Pesquisa Operacional, Vol. 38(2): 307-330. Rio de Janeiro/RJ.

HIGGINS, C.D., FERGUSON, M.R., 2011, An exploration of the freight village concept and its applicability to Ontario. McMaster Institute of Transportation and Logistics.

IBGE, 2017, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/18665-ibge-preve-safra-de-graos-9-2-menor-em-2018.> Acesso em:15/12/2018.

INTL FCStone, 2018. Disponível em: <https://www.intlfcstone.com/pt-BR/>. Acesso em: 18/11/2018.

KEEDI, S., 2007, Transporte, multimodalidade e logística. Disponível em < http://blogdosamirkeedi.com.br/?p=675>. Acesso em 13/12/2018.

LOPES, O. A., 2013, Falhas logísticas no transporte agropecuário brasileiro: o transporte da soja em grãos. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Dep. Economia Rural e Extensão, Setor de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Paraná. p.31. Paraná/PR.

LOPES, S. S., CARDOSO, M. P., PICCININI, M. S., 2008, O Transporte rodoviário de carga e o papel do BNDES. Revista do BNDES, v.14, n.29, pp. 35-60. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arq uivos/conhecimento/revista/rev2902.pdf>. Acesso: 22/11/2018.

LOURENÇO, J.C., 2008, A evolução do agronegócio brasileiro no cenário atual. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/a-evolucao-do-agronegocio-brasileiro-no-cenario-atual/24824/>. Acesso em: 22/11/2018.

MAPA, 2012. Estatísticas e dados básicos de economia. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/vegetal/Estatistica/Estat%C3%ADticas%20e%20Dados%20B%C3%A1sicos%20de%20Economia%20Agr%C3%ADcola/Pasta%20Janeiro- 2012.pdf>. Acesso em: 22/11/2018.

Page 76: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

61

MEDEIROS, P. O., NÄÄS, I. A., 2016, Cadeia produtiva da soja no Piauí: uma análise de perdas de grãos em função de distâncias percorridas. Brazilian Journal of Bio systems Engineering v. 10(4): 368-374. São Paulo/SP.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - MME, 2010, “ EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA”. Balanço Energético Nacional Ano Base 2009: Composição Setorial do Consumo de Derivados de Petróleo. Brasília/DF.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – MT, MINISTÉRIO DA DEFESA - MD, 2007, Plano Nacional de Logística e Transportes: Sumário Executivo. Brasília.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – MT, 2009, Relatório Executivo PNLT. Brasília.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – MT, 2012, Projeto de reavaliação de estimativas e metas do PNLT: Relatório Final. Brasília.

MLADENOVIĆ, N., LABBÉ, M., HANSEN, P. 2003. “Solving the p-Center Problem with Tabu Search and Variable Neighborhood Search”. Networks, v.42, n.1, pp.48- 64.

MORALES, P.R.D., 2007, Planejamento Urbano: Enfoque Operacional. Rio de Janeiro: Fundação Ricardo Franco.

NAZÁRIO, P., 2000, Intermodalidade: Importância para a Logística e Estágio Atual no Brasil. Tecnologística. Disponível em: <http://www.ilos.com.br/web/intermodalidade-importancia-para-a-logistica-e-estagio-atual-no-brasil/>. Acesso em: 10/11/2018.

NERY, D.P., SPROESSER, R.L., CALEMAN, S.M.Q., SPERS, R.G. , 2017, Risco nos Contratos de Transbordo dos Terminais Intermodais da Logística de Grãos do Brasil. Revista ADM.MADE, v.21, n.2, p.17-29, maio/agosto. Rio de Janeiro/RJ. Disponível em: <http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/admmade/article/viewFile/2514/1943>. Acesso em: 11/11/2018.

NUNES, E.P.; CONTINI, E., 2001, Complexo agroindustrial brasileiro: caracterização de dimensionamento. Associação Brasileira de Agribusiness, p.109. Brasília/DF.

PADULA, R., 2008, Transportes - Fundamentos e propostas para o Brasil. Confea. Brasília/DF. Disponível em: <http://www.confea.org.br/media/Livro_Transportes.pdf>. Acesso: 11/12/2018.

PARFITT, J., BARTHEL, M., MACNAUGHTON, S., 2010, Food waste within food supply chains: quantification and potential for change to 2050. Philosophical transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological sciences, 365(1554), p.3065-81. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2935112/>. Acesso em: 28/11/2018.

PIZZOLATO, N.D.; SILVA, H.B.F. 1997. “The Location of Public Schools: Evaluation of Practical Experiences”. International Transactions in Operational Research, v. 4, n. 1, pp.13-22.

Page 77: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

62

POSCHET, L., RUMLEY, P.A., DE TILIÈRE, G. et al., 2000, Plates-Formes Logistiques Multimodales et Multiservices. In: Direction du PNR 41, Programme National de Recherche: Transport et Environnement, Interactions Suisse-Europe, École Polytechnique Fèdérale de Lausanne – EPFL, Lausanne, Suiça.

REBELO, J., 2011, Logística de Carga no Brasil: “Como reduzir Custos Logísticos e Melhorar Eficiência? World Bank, Sustainable Development Department, Latin America and the Caribbean Region. Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPOREXTN/Resources/3817166- 1323121030855/JorgeRebelo.pdf?resourceurlname=JorgeRebelo.pdfhttp://www.confea.org.br/media/Livro_Transportes.pdf>. Acesso em: 19/12/2018.

RENAI - A Rede Nacional de Informações sobre o Investimento, 2018, O Setor de Agronegócio no Brasil: Histórico e Evolução do Agronegócio Brasileiro. Disponível em: <http://investimentos.mdic.gov.br/public/arquivo/arq1273158100.pdf >. Acesso em: 04/11/2018.

RIBEIRO, L.G.L., 2004, Registro de imóveis X Custo Brasil. Disponível em: <http://www.anoregdf.com.br/paginas/artigos_exibe.asp?id=3>. Acessado em 20/11/2018.

ROCHA, C.F., 2015, O transporte de cargas no brasil e sua importância para a economia. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Dep. de Cienc. Admi, Contábeis, Econ e da Comun. (DACEC). Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI). 72p. Rio Grande do Sul/RS.

ROSA, D.P., RATTON NETO, H.X., 2005, “Plataformas logísticas no Brasil: ampliação de funções e de agregação de valor no entorno dos terminais de transporte”. XIX ANPET, Recife.

ROZENTAL, M., PIZZOLATO, N.D. 2009. “Localização de Shopping Center de vizinhança. Estudo de caso: Barra da Tijuca”. Pesquisa Operacional para o Desenvolvimento, v.1, Rio de Janeiro/R.J., p.1-9.

SEGPLAN, 2013, Plataforma Logística Multimodal de Goiás: Audiência Pública. Disponível em: <http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2013-11/plataforma-logistica-multimodal-de-goias_audienciapublica_vf.pdf>. Acesso em: 30/12/2018.

SENNE. E.L.F., LORENA, L.A.N., PEREIRA, M. A. 2005, “A Branch-and-Price Approach to p-Median Location Problems”. Computers & Operations Research, v.32, n.6, pp.1655-1664.

SILVA, J.L.C., OLIVEIRA FILHO, O.M., 2005, “Método prático para resolução do problema de localização de facilidades capacitado”. In: XXXVII Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional – SBPO, Gramado/RS, p.2129-2139.

SILVA, A. C., LIMA, E. P. C., BATISTA, H. R., 2011, “A importância da soja para o agronegócio brasileiro: uma análise sob o enfoque da produção, emprego e exportação”. In: V ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE, Anais.

Page 78: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

63

Florianópolis: UNESC. Florianópolis/SC. Disponível em: <http://www.apec.unesc.net/V_EEC/sessoes_tematicas/Economia%20rural%20e%20agricultura%20familiar/A%20IMPORTÂNCIA%20DA%20SOJA%20PARA%20O%20AGRONEGÓCIO%20BRASILEIRO.pdf>. Acesso em: 14/12/2018.

SILVA, R.M., SENNA, E.T.P., SENNA, L.A.S., et al.,2013, “Governança em plataformas logísticas: uma análise dos elementos e atributos a serem considerados neste tipo de empreendimento logístico”. RELIT, v.7, n.3, pp.240-269. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-10312013000300011&1ng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27/12/2018.

SILVA, R.M., SENNA, E.T.P., SENNA, L.A.S., et al., 2014, “Plataformas Logísticas: Uma análise propositiva da aplicabilidade dos princípios da governança corporativa e pública”. Espacios, v.35, n.8, pp.2.

SILVA, R.M., 2015, Metodologia de avaliação de emissões de dióxido de carbono no transporte intermodal: um estudo de caso da soja de exportação brasileira. [Dissertação]. Dep. Engen. Sist. Logísticos. Universidade de São Paulo. São Paulo/SP. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3148/tde-19072016-111514/publico/RachelJardimMedeirosdaSilva2015.pdf>. Acesso em: 03/01/2019.

SIRIKIJPANICHKUL, A., FERREIRA, L., 2005, “Multi-Objective Evaluation of Intermodal Freight Terminal Location Decisions”. In: Proceedings of the 27th Conference of Australian Institute of Transport Research (CAITR), Queensland University of Technology.

SIRIKIJPANICHKUL, A., VAN DAN, K.H., FERREIRA, L., et al., 2007, “Optimizing the Location of Intermodal Freight Hubs: Na Overview of the Agent Based Modelling Approach”. Journal of Transportation systems engineering and information technology, v.7, n.4, pp.71-81.

SPNT, 2015, Centros de Integração Logística. Brasilia/DF. Disponível em: <http://portaldaestrategia.infraestrutura.gov.br/images/Ciclo%20de%20Apresentacoes/CIL_-_Centros_de_Integra%C3%A7%C3%A3o_Log%C3%ADstica.pdf>. Acesso em: 14/03/2019

SPRICIGO, R., SILVA, M.P., 2011, Construindo o Conceito de Plataformas Logísticas – Estado da Arte no Brasil e no Mundo. Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis/SC.

THE ECONOMIST, 2010, The miracle of the cerrado: Brazil has revolutionized its own farms. Can it do the same for others? Disponível em: <https://www.economist.com/briefing/2010/08/26/the-miracle-of-the-cerrado>. Acesso em: 19/11/2018.

UNCTAD, 2001. Implementation of multimodal transport rules.

Page 79: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

64

USDA, 2018, United States Department of Agriculture. Disponível em: <https://www.nass.usda.gov/Charts_and_Maps/Crop_Progress_&_Condition/2018/index.php>. Acesso em: 28/12/2018.

VILAÇA, R., 2011, O rumo e os números do setor de transporte ferroviário. 12a Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja. Anais.

WILSON, R., 2012, 23nd Annual State of Logistics Report. The Council of Supply Chain Management Professionals – CSCPM, National Press Club, Washington/DC, Jul.

Page 80: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

65

Apêndice A

Neste apêndice é apresentado o código utilizado para otimização do modelo

matemático proposto por GUIMARÃES (2015) exposto no Capítulo 4, implementado na

linguagem Mosel no solver Xpress. Cada cenário teve um código diferente, devido a

mudança dos parâmetros, portanto optou-se em demonstrar o código referente ao

Cenário 5, por ser mais completo.

#INÍCIO do programa

model CIL_cenario5 !Nome do código uses "mmxprs"; !Acesso ao solver do Xpress-Optimizer uses "mmsystem" !Acesso a funções como gettime declarations !Ranges e constantes Produtores = 1..559 !i: Número de Produtores Clientes = 1..559 !j: Número de Clientes Cils = 1..80 !k: Número de zonas candidatas a CILs cdir: array(Produtores,Clientes) of real !cdir_ij: Custo de transporte direto entre i e j cent: array(Produtores,Cils) of real !cent_ik: Custo de transporte direto entre i e k csai: array(Cils,Clientes) of real !csai_kj: Custo de transporte multimodal entre k e j d: array(Produtores, Clientes) of real !d_j:Demanda do cliente j p: 10 !p: número limite de CILs abertos, pode ser modificado ou excluído vmin: 1000000 vmax: 152380300 !vmin e vmax são os valores mínimo e máximo limites para operação de um CIL starttime: real !variável auxiliar para contar o tempo de execução !variáveis de decisão: xdir: array(Produtores,Clientes) of mpvar !x_dir: Volume transportado direto entre i e j xent: array(Produtores,Cils) of mpvar

Page 81: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

66

!x_ent: Volume que entra em um CIL k xsai: array(Cils,Clientes) of mpvar !x_sai: Volume que sai de um CIL k z: array(Cils) of mpvar !z_k = 1 se o CIL é aberto no local k; z_k=0 caso contrário ymaiusculo: array(Produtores,Cils,Clientes) of mpvar !Y_ijk: Variável que garante o atendimento da demanda par-a-par end-declarations !Dados de entrada !Entre os colchetes são inseridos os valores da matriz de custos separados por vírgula. cdir:: [ # ] !Custos diretos entre i e j cent:: [ # ] !Custos de entrada em k da origem i csai:: [ # ] !Custos de saída de k para o cliente j !Função objetivo !Minimizar a soma dos custos fixos e variáveis de instalação de CILs MinVal := SUM(i in Produtores, j in Clientes) cdir(i,j)*xdir(i,j) + SUM(k in Cils) z(k)*1 + SUM(i in Produtores, k in Cils) cent(i,k)*xent(i,k) + SUM(k in Cils, j in Clientes) csai(k,j)*xsai(k,j) + SUM(k in Cils, j in Clientes) 8.17*xsai(k,j) !Restrição de volume mínimo forall (k in Cils) vmin * z(k) <= SUM (i in Produtores) xent(i,k) !Restrição de volume máximo forall (k in Cils) SUM (i in Produtores) xent(i,k) <= vmax * z(k) !Restrição de atendimento a demanda do cliente j forall(i in Produtores, j in Clientes) xdir(i,j) + SUM (k in Cils) ymaiusculo(i,k,j) = d(i,j) !Restrição que atende a demanda par-a-par forall (i in Produtores, k in Cils) SUM (j in Clientes) ymaiusculo(i,k,j) = xent(i,k) forall (j in Clientes, k in Cils) SUM (i in Produtores) ymaiusculo(i,k,j) = xsai(k,j) !Restrição de limite do número de CILs abertos SUM(k in Cils) z(k) <= p

Page 82: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

67

!Definição do domínio das variáveis de decisão: forall (i in Produtores, k in Cils) do xent(i,k) >= 0 end-do !xent sempre positivo forall (i in Produtores, j in Clientes) do xdir(i,j) >= 0 end-do !xdir sempre positivo forall (k in Cils, j in Clientes) do xsai(k,j) >= 0 end-do !xsai sempre positivo forall (k in Cils) z(k) is_binary !z(k) é uma variável binária direto:= SUM(i in Produtores, j in Clientes) xdir(i,j) entrada:= SUM(i in Produtores, k in Cils) xent(i,k) !parâmetros da otimização setparam("XPRS_VERBOSE",true) !OTIMIZAÇÃO------------------------------------------------------- starttime := gettime minimize(MinVal) !Reportando os resultados writeln("\n--------- --- ---------- -- ---------- -- ------") writeln("Impressao dos resultados da otimizacao do modelo") writeln("--------- --- ---------- -- ---------- -- ------") !mipstatus: retorna o status da otimização inteira mipstatus := getparam("XPRS_MIPSTATUS") !lpstatus: retorna o status da relaxação linear lpstatus := getparam("XPRS_LPSTATUS") if (lpstatus = 5) then writeln ("\n Problema ilimitado!!!") elif (mipstatus = 5) then writeln ("\n Problema inviavel!!!") elif (mipstatus = 6) then writeln("\nFuncao Objetivo = ", getobjval) writeln("\nTempo de CPU (em segundos) = ",gettime-starttime)

Page 83: LOCALIZAÇÃO DE CENTROS DE INTEGRAÇÃO ...monografias.poli.ufrj.br › monografias › monopoli10028592.pdfprodução total de grãos no Brasil na safra de 2017/18 e, com o aumento

68

writeln("\nXdir total = ",getsol(direto)) writeln("\nXent ou Xsai total = ",getsol(entrada)) end-if end-model

#FIM do programa