Livro-Cromatografia (Corrigido - Definitivo)

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Cromatografia Princípios básicos Lídia Manfrin Dias Thales Augusto Garcia Pelizaro

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Livro-Cromatografia (Corrigido - Definitivo)

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Cromatografia Princípios básicos

Lídia Manfrin DiasThales Augusto Garcia Pelizaro

Lídia Manfrin DiasBacharel em Biotecnologia

Thales Augusto Garcia PelizaroEstudante de Bacharelado em Biotecnologia

Cromatografia Princípios básicos

Sumário

CAPÍTULO 1 - Princípios básicos de cromatografia Lídia Manfrin Dias

CAPÍTULO 2 - Cromatografia planarLídia Manfrin Dias

CAPÍTULO 3 - Cromatografia em papelLídia Manfrin Dias

CAPÍTULO 4 - Cromatografia em camada delgadaLídia Manfrin Dias

CAPÍTULO 5 - Cromatografia em colunaLídia Manfrin Dias

CAPÍTULO 6 - Cromatografia líquida em coluna abertaThales Augusto Garcia Pelizaro

CAPÍTULO 7 - Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) Thales Augusto Garcia Pelizaro

CAPÍTULO 8 - Cromatografia gasosaThales Augusto Garcia Pelizaro

CAPÍTULO 9 - Cromatografia em fluido supercrítico (CFSC)Thales Augusto Garcia Pelizaro

CAPÍTULO 10 - Algumas aplicações da cromatografiaThales Augusto Garcia Pelizaro

CAPÍTULO 1 - Princípios básicos de cromatografia

Lídia Manfrin Dias

1.1. Introdução

A cromatografia é uma técnica físico-química de separação,identificação e determinação de componentes de uma mistura. Apalavra cromatografia é derivada das palavras gregas “chrom” (cor) e“graphe” (escrever) e foi empregada por um botânico russo queutilizou-se da técnica para separar componentes de extrato de folhas,que levou à distinção em faixas coloridas, porém o processo éindependente da cor.

A cromatografia é realizada em duas fases, uma fase estacionária, euma fase móvel. Esta move-se através da fase estacionária e oscomponentes da amostra segregam-se entre a fase móvel e a faseestacionária dependendo do tipo de afinidade resultando em umamigração diferencial destes componentes. A fase estacionária éimobilizada em uma superfície plana ou uma coluna enquanto a fasemóvel transporta a mistura de analitos.

A migração das moléculas da amostra pelo sistema cromatográficodependerá da afinidade do componente pela fase estacionária. Se umcomponente é mais firmemente ligado à fase estacionária, maiorquantidade de moléculas estará presente nessa fase e mais demoradaserá a migração pela fase móvel. Por outro lado, quanto menos firmefor essa ligação, mais moléculas do componente estarão na fasemóvel, migrando mais rapidamente. A migração das moléculas na fasemóvel pela passagem na fase estacionária recebe o nome de eluição.

A identificação e a quantificação dos compostos separados se dámediante a comparação com padrões de concentrações conhecidas.

A cromatografia pode ser utilizada para determinação da pureza deum composto e identificação de componentes em uma mistura além deoferecer muitas possibilidades para isolamento de componentes purosde uma mistura.

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Esta técnica pode ser utilizada para separar desde moléculasmenores até moléculas mais complexas como as proteínas eaminoácidos e por isso é muito utilizada na bioquímica para obtençãode preparações proteicas com alto grau de purificação ehomogeneidade. Existem diversos tipos de resinas que interagem dediversas formas com as proteínas possibilitando a separação utilizandopara isso, as características físico-químicas das proteínas.

As diversas combinações entre os tipos de sistemascromatográficos, seu tipo de fase móvel e fase estacionáriapossibilitaram à cromatografia um grande potencial para aplicação emdiversas áreas. Assim, as várias formas de cromatografia podem tervárias classificações possíveis.

1.2. Classificação

As técnicas cromatográficas podem ser classificadas de diversasformas. Dentre elas, temos a classificação pela forma física do sistemacromatográfico; a classificação pela fase móvel empregada; aclassificação pela fase estacionária utilizada e classificação pelomecanismo de separação.

Considerando a forma física do sistema cromatográfico, ou suporteda fase estacionária, podemos ter a divisão em cromatografia planar ecromatografia em coluna. Na classificação pela fase móvel, tem-setrês classificações: a cromatografia gasosa, a cromatografia líquida e asupercrítica. Considerando a classificação pela fase estacionária,temos a fase sólida, a fase líquida e a fase quimicamente ligada. Naclassificação pelo modo de separação, temos os processos físicos,químicos e mecânicos. Existe também a distinção entre a polaridadedas fases. O sistema no qual a fase estacionária é polar e a fase móvelé apolar, é denominado fase normal. Ao passo que o sistema queapresenta uma fase estacionária apolar e uma fase móvel polar échamado fase reversa.

Neste livro, utilizaremos a classificação pela forma física do

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sistema cromatográfico, em que as respectivas característicasreferentes a cada tipo de cromatografia serão melhores detalhadas noscapítulos a seguir.

TécnicaCromatográfica

Fase móvelFase

estacionáriaTipo de cromatografia

Líquido LíquidoCromatografia em papel

(CP)

Planar Líquido SólidoCromatografia em camada

delgada (CCD)

Líquido Fase ligadaCromatografia em camada

delgada (CDD)

Gás LíquidoCromatografia gasosa

líquida (CGL)

Em coluna Gás SólidoCromatografia gasosa

sólida (CGS)

Gás Fase ligadaCromatografia gasosa de

fase ligada (CGFL)

Em colunaFluido

supercríticoSólido

Cromatografia supercríticasólida (CSS)

Fluidosupercrítico

Fase ligadaCromatografia supercrítica

de fase ligada (CSFL)

Líquido LíquidoCromatografia líquida

líquida (CLL)

Em coluna Líquido Sólido

✔ Cromatografia líquidasólida (CLS)

✔ Cromatografia deexclusão (CE)

Líquido Fase ligada

✔ Cromatografia líquida defase ligada (CLFL)

✔ Cromatografia de trocaiônica (CTI)

✔Cromatografia debioafinidade (CB)

Tabela 1.1 - Classificação de cromatografia pelas formas físicas.

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Nota
As siglas são diferentes. Estão certas mesmo? A segunda não seria, também, CCD?

Existe outro tipo de classificação que é forma como a amostradesenvolve através do sistema cromatográfico. No método da eluição,a amostra é introduzida em uma única alíquota e depois introduz-se oeluente, que será a fase móvel pura que vai arrastar a amostra atravésda coluna cromatográfica. Outro método de desenvolvimento é odeslocamento, em que se utiliza uma fase móvel para arrastar asmoléculas da amostra, que é mais atraída pela fase estacionária que oscomponentes da amostra. E a análise frontal, em que os componentesda amostra descem a coluna por gravidade, sem a presença de umeluente e o componente menos retido sai na forma pura.

1.3. Termos gerais utilizados em cromatografia

A cromatografia é uma medida quantitativa e qualitativa no qual osdados podem ser obtidos e analisados através do cromatograma. Ocromatograma é o resultado do seu desenvolvimento obtidodiretamente na superfície planar ou após a passagem do eluato por umdetector resultando em um gráfico da concentração do soluto emfunção do tempo ou volume de eluição.

As separações cromatográficas estão baseadas na quantidade deamostra que está distribuída na fase móvel e na fase estacionária. Paraisso, definiu-se a constante de distribuição, ou coeficiente departição, que é a razão entre a concentração de um soluto na faseestacionária e a sua concentração na fase móvel.

A constante de equilíbrio Kc para essa reação, que é denominadaconstante de distribuição, pode ser expressa como a razão entre aconcentração analítica molar do soluto na fase estacionária cE por suaconcentração analítica molar na fase móvel, cM:

K c=( cE

cM) 1.1

Um alto Kc indica que o soluto tem mais afinidade pela faseestacionária, pois uma maior concentração analítica molar do soluto

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Nota
Esse "forma" parece estar perdido na frase. Faltaria, talvez, o artigo "a" antes? Ou o "forma" não deveria estar na frase?

está nessa fase, e consequentemente fica mais tempo retido nela.Outra definição importante é o tempo de retenção da fase móvel,

ou tempo morto, que é o tempo necessário para que um soluto nãoretido na fase estacionária passe por toda a coluna cromatográfica, nafase móvel. O tempo de retenção é o tempo transcorrido desde ainjeção da amostra até o aparecimento do primeiro pico, indicativo deque a amostra passou por toda a coluna cromatográfica. Ou seja, otempo de retenção (tR) é igual ao tempo que o analito permanece nafase estacionária (tE) somado ao tempo morto (tM), que é o tempo queo analito permanece na fase móvel:

tR=tE+tM 1.2

Podemos agora definir a velocidade de migração linear do soluto(v) ao longo da coluna cromatográfica de comprimento L, em cm s-1:

v=( LtR

) 1.3

A velocidade média linear das moléculas na fase móvel (u) podeser expressa como:

u=( LtM

) 1.4

Na cromatografia, o fluxo da fase móvel é caracterizado pela sua

vazão volumétrica na saída do sistema cromatográfico. A vazãovolumétrica F para uma coluna de tubo aberto está relacionada com avelocidade linear na saída do tubo uo:

F=u0 A=u0 X πr 2 1.5

Onde A é a área transversal da coluna cromatográfica. Para umacoluna recheada, a expressão fica:

F=π r ² u0 ε 1.6

Onde ε é a fração disponível para o líquido, ou seja, é equivalente àporosidade da coluna.

O fator de seletividade, α, é definido como a razão entre aconstante de distribuição do soluto mais retido (B) e a constante dedistribuição do soluto menos retido (A), onde:

α=( K B

K A) 1.7

Essa medida fornece uma informação de quão bem a coluna écapaz de separar os analitos A e B.

Referências

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.;VIEIRA, P. C. Cromatografia - umbreve ensaio. Química nova na escola. v. 7, 1998.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

SKOOG, D. A; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R.Fundamentos de química analítica. Trad. Marco Tadeu Grassi. SãoPaulo: Pioneira Thomsom Learning, 2006.

CAPÍTULO 2 – Cromatografia planarLídia Manfrin Dias

A cromatografia planar é uma técnica de separação de compostosem que a fase estacionária é sustentada por uma base plana ou pelosporos de um papel. A fase móvel por sua vez desloca-se porcapilaridade ou sob efeito da gravidade. Esta é uma técnica eficaz paraanálise de baixo custo de compostos que requerem o mínimotratamento de amostra.

A cromatografia planar também é escolhida por diversas outrasvantagens como para a análise biomolecular porque pode ser realizadauma separação paralela de numerosas amostras, o que aumenta orendimento; vários protocolos para diferentes analitos podem serrealizados simultaneamente; a informação armazenada nocromatograma pode ser reavaliado se necessário; a detecção equantificação podem ser facilmente repetidas sob diferentescondições, além de todo o processo de desenvolvimentocromatográfico poder ser acompanhado visualmente.

O procedimento de introdução da amostra no sistema decromatografia planar e o registro e análise do cromatogramaatualmente não podem ser realizados por um dispositivo automáticopois a técnica não pode ser automatizada por completo. Assim, valeressaltar algumas definições gerais que facilitam a interpretação de umcromatograma, como as medidas de distância comuns àscromatografias planares.

Na Figura 2.1, estão indicadas algumas nomenclaturas importantespara a análise de um cromatograma planar.

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reavaliada*

Na cromatografia planar, a fase móvel presente em um reservatório,entra em contato com o sistema cromatográfico e arrasta oscomponentes por uma distância dm, enquanto os componentes daamostra percorrem uma distância dr, medidas a partir do ponto deaplicação da amostra.

Para fins qualitativos, define-se o fator de retenção, que é amedida da distância percorrida pelos componentes na placa emresposta ao movimento do solvente. Essa medida é obtida pela razãoentre a distância dr percorrida pelas substâncias e a distância dmpercorrida pela fase móvel no sistema cromatográfico. Esse fator deretenção tem importância para a identificação dos compostos contidosnas amostras, pois cada composto possui um fator de retençãocaracterístico.

Rf =( dr

dm) 2.1

Figura 2.1 - Cromatograma característico de uma cromatografia planar.

Existem alguns fatores que afetam o valor do fator de retenção,como a temperatura do solvente e da placa, sendo necessáriopadronizar as medidas nas determinadas condições cromatográficas.

A cromatografia planar pode ser subdividida em cromatografia empapel e cromatografia em camada delgada, que serão melhor descritasnos capítulos subsequentes.

Referências

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

GIBBONS, S. An Introduction to Planar Chromatography. In:SARKER, S. D.; LATIF, Z; GREY, A. I. (ed). Methods inBiotechnology, Vol. 20, Natural Products Isolation. 2 ed. NewJersey: Humana Press Inc, 2006.

SRIVASTAVA, MM. (ed.). High-Performance Thin-LayerChromatography (HPTLC). 1 ed. New York: Springer, 2011.

CAPÍTULO 3 – Cromatografia em Papel (CP)Lídia Manfrin Dias

3.1. Introdução

É uma técnica cromatográfica em que a fase móvel líquida arrastaos solutos por uma fase estacionária líquida, classificando-a comocromatografia líquida-líquida. A separação ocorre por partição, ouseja, pela diferença de solubilidade dos componentes nas fases móvele estacionária.

A cromatografia em papel apresenta como vantagens asimplicidade da técnica, a necessidade de pequena quantidade deamostra, boa capacidade de resolução e aplica-se principalmente àseparação e identificação de compostos polares, hidrossolúveis ou quetenham capacidade de formar pontes de hidrogênio.

Na CP, os componentes menos solúveis são arrastados na fasemóvel, que geralmente são solventes orgânicos apolares enquanto oscomponentes mais polares ficam retidos na fase estacionária. O papelutilizado nesta cromatografia é composto basicamente por celulose,porém esta não funciona como fase estacionária. A celulose écomposta por várias unidades de glicose unidas por oxigênios. Asmoléculas de água presentes na atmosfera tem grande afinidade pelashidroxilas da glicose, ficando retidas nela e funcionando como faseestacionária. O papel nesse caso funciona apenas como um suportepara a fase estacionária.

3.2. Tipos de papel e fase móvel

O suporte da cromatografia em papel é uma tira de papel fina decelulose, retangular ou circular. Essa tira de papel pode ser modificadaa fim de facilitar a interação com determinados tipos de substâncias aque se deseja separar. Alguns são: papel acetilado, que facilita ainteração com substâncias hidrofílicas; papel impregnado, usado para

substâncias moderadamente hidrofílicas ou hidrofóbicas; papelcarregado, que permite a separação de moléculas orgânicas einorgânicas; papel de fibra de vidro, quando as condições detemperatura e acidez são extremas e papel tratado, utilizado parasubstâncias anfóteras ou que contém muitas hidroxilas.

A fase móvel por sua vez deve ser escolhida de acordo com anatureza química da substância que será separada. Normalmenteutiliza-se como fase móvel um solvente menos polar e como faseestacionária, um composto mais polar. Como exemplos de solventesque podem ser utilizados como fase móvel temos o éter de petróleo,hexano, benzeno, éter dietílico, clorofórmio, acetato de etila, acetona,etc.

3.3. Cromatografia em papel em fase normal e fase reversa

Na cromatografia em papel em fase normal, a fase estacionária éum composto polar enquanto a fase móvel é um composto apolar ourelativamente apolar. A fase estacionária pode ser aquosa ou não.

Na cromatografia em fase reversa, a fase estacionária é umcomposto apolar e a fase móvel é um composto polar. O papel(suporte) pode ser tratado com substâncias polares ou apolares a fimde adquirir as propriedades desejadas.

3.4. Aplicação da amostra

A amostra deve ser dissolvida em um solvente volátil apropriado eaplicado como manchas, de 0,5 centímetro no máximo, ao longo deum lado do papel (se a tira for retangular) a cerca de 2 centímetros dasbordas.

A quantidade de amostra a ser aplicada depende da técnicautilizada, mas quanto menor a quantidade, melhor a resolução damancha no papel. Esta deve ser aplicada por uma micropipeta outubos capilares em quantidades da ordem de μL.

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contêm*
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Vírgula

3.5. Tipos de desenvolvimentos

Existem quatro formas para o desenvolvimento da cromatografia: aeluição ascendente, descendente, radial e bidimensional.

A forma mais simples é a cromatografia ascendente, em que umatira de papel é colocada verticalmente, marcada com o ponto departida da amostra e o ponto de chegada da fase móvel e é colocadaem uma cuba cromatográfica vedada, para que o vapor da fase móvelnão se perca. O nível da fase móvel no papel deve ficar abaixo doponto de partida da amostra, a cerca de 2 centímetros. A fase móvel semovimenta em fluxo ascendente por capilaridade diminuindo avelocidade até atingir o ponto de chegada marcado. Quando istoacontecer, o papel é retirado da cuba cromatográfica e seco com umsecador, com ar quente ou frio, até que a fase móvel evapore. Asdistâncias sugeridas entre a as amostras a serem aplicadas e a distânciaentre o ponto de aplicação da amostra e a chegada da fase móvel estãoindicadas na Figura 3.1.

Na cromatografia descendente, o papel ficará em uma posiçãovertical com uma pequena porção da extremidade superior em contatocom um recipiente contendo o solvente. Os pontos de partida daamostra e de chegada da fase móvel seguem a marcação equivalente àda cromatografia ascendente e o solvente desce por capilaridade egravidade.

Na cromatografia radial, o papel possui formato circular e osolvente é colocado no centro do papel enquanto as amostras sãodispostas ao redor.

A cromatografia bidimensional por sua vez é caracterizada por duasetapas. A primeira é feita segundo a metodologia da cromatografiaascendente, e num segundo momento, gira-se o papel 90° e faz-senovamente o deslocamento ascendente.

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Nota
Este "a" está sobrando.

3.6. Detecção das substâncias separadas

As substâncias separadas normalmente não apresentam coloração,sendo necessário a utilização de métodos para a detecção doscomponentes. Existem quatro métodos que podem ser utilizados paraessa detecção: os métodos químicos, físicos, biológicos ouenzimáticos.

Nos métodos químicos utilizam-se substâncias químicasreveladoras que reagem com a substância desejada e formamcompostos coloridos, sendo que somente onde houve a reação com asubstância que se quer determinar ficará colorido.

Nos métodos físicos, a detecção ocorre por fluorescência e somente

Figura 3.1 - Diferentes técnicas de desenvolvimento em uma cromatografia empapel. Em A, cromatografia ascendente; em B, descendente; em C, radial e em D,

bidimensional. As setas indicam a direção do desenvolvimento.

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Nota
necessária*

substâncias que absorvem radiações de luz ultravioleta e ficamfluorescentes serão detectadas.

Os métodos biológicos são utilizados para detectar substânciascomo antibióticos por meio de microrganismos, onde no local onde asubstância está presente, não há crescimento de microrganismos.

Os métodos enzimáticos são utilizados para detectar enzimas ouseus substratos.

3.7. Análise qualitativa e quantitativa

A análise qualitativa de uma substância é feita através de seu fatorde retenção, como descrito no capítulo 2. Neste caso é ideal realizar-sea eluição da amostra paralelamente a um padrão, para a comparação egarantia de igualdade das condições.

A análise quantitativa pode ser realizada diretamente no papel ouapós a substância ser extraída dele.

A extração da substância ocorre com a eluição desta do papel eposterior submissão a análise em espectrofotometria. Caso asubstância seja desconhecida, deve-se recorrer a técnicas comoespectrometria de massa, infravermelho, absorção atômica,fluorescência por raios-X e outros, para sua identificação.

A análise diretamente no papel envolve a comparação entre asintensidades das cores e tamanhos das manchas; a área das manchas,em que corta-se a área correspondente a mancha e pesa-secomparando a padrões e a densitometria, em que mede-se aintensidade da cor apresentada pela substância.

3.8. Fatores que interferem na Cromatografia em Papel

O tipo de papel, a fase móvel e a temperatura são variáveis queinfluenciam na análise da cromatografia em papel e na sua resolução ereprodutibilidade do fator de retenção (Rf). A temperatura teminfluência na análise no sentido de que quando esta está acima datemperatura ambiente, o tempo de análise diminui porém a prejudica a

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Nota
Poderia ser substituído por "em que".
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Nota
Tirar esse "a".

resolução. A temperatura acima da temperatura ambiente, pode afetaro tempo de análise porém pode melhorar a resolução.

Além da temperatura, a separação dos componentes pode ocorrerde forma incompleta devido a migração diferenciada de soluto deregiões de concentrações diferentes. Para se ter um resultado confiávele reprodutível, a melhor maneira é realizando a cromatografiajuntamente a um padrão sob mesmas condições de temperatura, fasemóvel e tipo de papel.

Referências

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

GIBBONS, S. An Introduction to Planar Chromatography. In:SARKER, S. D.; LATIF, Z; GREY, A. I. (ed). Methods inBiotechnology, Vol. 20, Natural Products Isolation. 2 ed. NewJersey: Humana Press Inc, 2006.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

CAPÍTULO 4 - Cromatografia em Camada Delgada (CCD)Lídia Manfrin Dias

4.1. Introdução

É uma técnica em que a fase estacionária consiste de uma camadadelgada de adsorvente sólido que reveste um material suporte rígido eplano, podendo ser uma placa de vidro ou uma folha de alumínio ouplástico, de modo que o processo de separação ocorre de formabidimensional. Este suporte revestido com a camada delgada échamado placa de Cromatografia em Camada Delgada. Essa placa deCCD é colocada em contato com a fase móvel, líquida, para odesenvolvimento da cromatografia. Sobre essa camada delgada ocorrea separação por adsorção, caracterizada por um aumento daconcentração de uma substância (adesão de moléculas) na superfíciede um sólido.

A cromatografia em camada delgada é um dos métodos maisversáteis e amplamente utilizados na cromatografia, permite arealização de análises qualitativas rápidas, é de fácil execução, etambém possui vantagens como necessidade de mínimo pré-tratamento da amostra, reprodutibilidade e baixo custo.

De modo geral, a cromatografia ocorre colocando-se uma gota desolução contendo a amostra na base da placa de CCD, seguindo omesmo procedimento e respeitando-se as mesmas distâncias entre asamostras e bordas que as recomendadas para a Cromatografia emPapel (ver seção 3.4). Posteriormente aguarda-se a evaporação dosolvente. A placa então é colocada em uma cuba cromatográfica ondeestá contida a fase móvel, que migra na fase estacionária porcapilaridade. Da mesma forma que na Cromatografia em Papel, amedida que a fase móvel move-se, esta arrasta os componentes daamostra a diferentes velocidades, ficando em diferentes distâncias naplaca dependendo da interação com a fase estacionária.

Na CCD, os componentes mais polares ficarão retidos noadsorvente por interações como formação de sal, coordenação, pontes

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Melhor usar dois pontos - ":"
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O "a" é craseado - "à"
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Em que*

de hidrogênio e dipolo-dipolo.

4.2. Tipos de adsorvente e fase móvel

A escolha do adsorvente e do solvente são etapas muito importantespara a otimização da separação, pois alguns adsorventes e solventessão específicos para certas aplicações.

Existe uma ampla variedade de materiais adsorventes disponíveis,como a sílica, alumina, carvão ativado, celulose, poliamida, saismetálicos, entre outros.

A sílica gel é um dos adsorventes mais utilizados para acromatografia por adsorção, seguida pela celulose e alumina. A sílicagel é um material amorfo e poroso formado por precipitação desoluções de silicato por adição de ácido. Durante o processo deformação da sílica gel, grupos hidroxila são formados na suasuperfície, o que confere a mesma propriedades únicas de separação,além da possibilidade de substituição desses grupos para interaçãocom diferentes moléculas. Se a substituição for feita porhidrocarbonetos de cadeia longa, a superfície torna-se mais apolar,podendo ser utilizada para cromatografia em fase reversa.

A celulose, também utilizada como suporte da fase estacionária nacromatografia em papel, possui uma estrutura polimérica de ligaçõesentre glicoses em que grupos hidroxila ficam disponíveis, fazendocom que a água ou álcoois fiquem retidos interagindo com substânciashidrofílicas como aminoácidos, íons inorgânicos e derivados de ácidosnucleicos.

A alumina é fabricada em três faixas de pH, ácido, básico e neutropara diferentes tipos de amostras. Sob condições aquosas, compostosácidos como fenóis, ácido carboxílico e aminoácidos são bemseparados em alumina ácida; enquanto compostos básicos, comoaminas e compostos básicos, são separados em alumina básica.Compostos neutros como aldeídos, cetonas e lactonas são separadospor alumina neutra. A alumina básica é a mais utilizada dos três tipos.

Os solventes utilizados para a fase móvel deverão ser escolhidos

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As mesmas*

cuidadosamente para garantir uma boa separação, pois estescompetem com o analito dissolvido pelos sítios de ligação doadsorvente e devem levar em conta o tipo de interação com a moléculaa que se deseja separar e sua natureza química. Um composto muitopolar requer uma fase móvel que interage fortemente com oadsorvente para poder migrar na placa de CCD. Quando um solventepuro não é muito eficiente na separação dos componentes, pode-seutilizar uma mistura.

Dessa forma, na seleção do solvente é importante que aspolaridades dos mesmos sejam determinadas, pois estão diretamenterelacionadas com seu poder de eluição. O poder de eluição é definidopelo parâmetro de resistência do solvente ε0 que determina a interaçãode um determinado solvente com o absorvente. Esse valor de ε0 étabelado e, um solvente que tem um parâmetro de alta resistência emum adsorvente, como a sílica gel, pode ter um parâmetro de resistênciado solvente diferente em um absorvente diferente.

A Tabela 4.1 mostra as resistências relativas dos diferentessolventes em vários tipos de absorventes. Em muitos casos, a “sérieeluotrópica” dos solventes é o intermediário entre as resistências emum ou mais solventes em uma mistura de solventes.

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Aqui é absorvente ou adsorvente?
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Absorvente ou adsorvente?
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Absorventes ou adsorventes?

Fase móvel ε0 Fase móvel ε0

1,2 dicloetano 0,44 Nitrometano 0,64

2-nitropropano 0,53 Acetonitrila 0,65

Trietilamina 0,54 Piridina 0,71

Acetona 0,56 2-metoxietanol 0,74

1,4-dioxano 0,56 Dimetilsulfóxido 0,75

Tetrahidrofurano 0,57 2-propanol 0,82

Acetato de metila 0,60 Etanol 0,88

1-pentanol 0,61 Metanol 0,95

Anilina 0,62 1,2 etanodiol 1,1

Tabela 4.1 - Parâmetro de resistência do solvente ε0.

4.3. Preparação das placas

Existem duas formas de preparação das placas, a preparação“caseira” e as placas pré-fabricadas.

A preparação das placas “caseiras” inicia com a limpeza das placasde vidro de 20 cm de comprimento e largura variável, tomando osdevidos cuidados contra a impregnação de gorduras em sua superfície.Após isso, faz-se uma preparação de 30 g de adsorvente para 60 ml deágua, agita-se e aplica-se uniformemente sobre a superfície da placapor espalhamento com auxílio de um bastão de vidro. A placa édeixada em repouso para secar por 30 minutos e posteriormente faz-sea ativação da placa a temperatura de 105 a 110°C por 30 a 60 minutospara melhorar a ligação entre o adsorvente e o suporte inerte.

As placas pré-fabricadas comercialmente são fabricados comligantes poliméricos orgânicos a uma concentração de 1 a 2%, sãomais resistentes e principalmente mais homogêneas que as caseiras, oque possibilita uma melhora na qualidade de separação e

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inicia-se*
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à*
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fabricadas*

consequentemente possibilita resultados mais reprodutíveis.

4.4. Aplicação da amostra

A aplicação da amostra é uma etapa que requer atenção poisrefletirá na qualidade da separação cromatográfica. Manchas grandes eirregulares podem ocorrer se o responsável pela técnica não souberescolher o solvente e aplicar a amostra, resultando em uma qualidaderuim da cromatografia.

A amostra pode ser aplicada na forma de gotas ou na forma debandas. Para a aplicação da amostra, a solução contendo a mesma éaspirada para dentro de uma micropipeta de tubo capilar em umvolume entre 0,1 to 1,0 μl e concentração aproximada de 0,1 a 2 μgpor gota ou de 2 a 10 μg por 10 mm de banda, e gotejadaparalelamente a uma das bordas, deixando-se um recuo de 1,5 a 2 cmda mesma. Cada gota deve ficar a uma distância uma da outra de 1 cmaproximadamente.

4.5. Tipos de desenvolvimentos

A eluição do solvente pode ser realizada de diferentes formas. Umadelas é a cromatografia ascendente, onde a fase móvel migra porcapilaridade na placa de CCD que é colocada verticalmente em umacuba cromatográfica fechada semelhantemente ao desenvolvimento daCromatografia em Papel (ver seção 3.5).

Outra técnica de desenvolvimento é a bidimensional, em que emum primeiro momento é feito unidimensionalmente, semelhante aodesenvolvimento ascendente e em um segundo momento a placa éretirada e rotacionada a 90° e submetida a novo desenvolvimento.

A cromatografia ascendente unidimensional com múltiplodesenvolvimento pode ser feito também. Nessa técnica, realiza-se ocromatograma, retira-se a placa ao final, seca-se e submete-se amesma a nova cromatografia, utilizando a mesma fase móvel. Oprocesso é repetido até que se consiga uma boa separação.

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Está em inglês, mudar para "a" ou "e".

Outra técnica que pode ser utilizada é o desenvolvimentohorizontal, onde as placas ficam na posição horizontal, e as amostrassão dispostas em linha reta, com a fase móvel disposta em uma dasextremidades, para placas retangulares ou as amostras ficam ao redorcentro de um círculo, com a fase móvel no centro, para placa circular.Nesse tipo de desenvolvimento pode-se contar com o auxílio de umequipamento chamado “Chromatotron”, em que um movimentocentrífugo de velocidade controlada é realizado na placa e odesenvolvimento ocorre do centro para as bordas. Alguns exemplosdesses tipos de desenvolvimentos podem ser vistos na Figura 3.1.

4.6. Análise qualitativa e quantitativa

Ao término do desenvolvimento, a placa de CCD é retirada dacâmara e seca para remoção da fase móvel e identificação doscomponentes. Substâncias coloridas não necessitam de tratamento,pois podem ser visualizadas. Porém, substâncias que não apresentamcoloração devem ser submetidas a outras técnicas que permitam avisualização. Dentre essas técnicas, três técnicas: física, química e ométodo biológico.

O uso da luz ultravioleta para se observar as regiões fluorescentespode ser usada como um método físico. Quando as substâncias nãosão fluorescentes, pode-se modificar os adsorventes com reagentesfluorescentes e observar-se manchas escuras referentes às substânciasque não são fluorescentes sob um fundo fluorescente (adsorvente).

Como técnicas químicas são utilizados reagentes cromogênicos quereagem com a substância de interesse e formam um compostocolorido. O reagente deve ser borrifado uniformemente sob asuperfície da placa.

Os métodos biológicos utilizam reações enzimáticas ou bacterianas.A análise quantitativa é feita eluindo-se a amostra e quantificando-

a. Nesse caso a densitometria pode ser utilizada assim como naCromatografia em Papel, que consiste em determinar a área eintensidade da mancha. Podem ser medidos também a intensidade de

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Nota
Está faltando a preposição "do" entre "redor" e "centro".

fluorescência e radioatividade para substâncias que apresentam essacaracterística.

4.7. Fatores que interferem na Cromatografia em CamadaDelgada

Impurezas como a água podem interferir na qualidade dacromatografia no sentido de que as moléculas podem ocupar oscentros de adsorção que as moléculas da amostra ocupariam,bloqueando esses centros e influenciando na reprodutibilidade.

A escolha inadequada do solvente e a concentração da amostra nasgotas que serão aplicadas frequentemente podem levar a perda dequalidade na separação cromatográfica. A gota contendo amostra,quando muito concentrada, pode causar uma difusão anormal noadsorvente na direção da migração resultando em “caudas” que variamem comprimento dependendo do quão concentrada está a amostra.

4.8. Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência(CCDAE)

Hoje, grande parte das etapas da Cromatografia em CamadaDelgada são automatizadas e aperfeiçoadas, o que levaram a umavanço do desempenho, que é caracterizado por “Cromatografia emCamada Delgada de Alta Eficiência”. Esse avanço permite a análise deum grande número de amostras, alta velocidade e reprodutibilidade,possibilidade de detecção de amostras a baixas concentrações e maiorrapidez na separação.

Referências

GIBBONS, S. An Introduction to Planar Chromatography. In:SARKER, S. D.; LATIF, Z; GREY, A. I. (ed). Methods inBiotechnology, Vol. 20, Natural Products Isolation. 2 ed. NewJersey: Humana Press Inc, 2006.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

SRIVASTAVA, MM. (ed.). High-Performance Thin-LayerChromatography (HPTLC). 1 ed. New York: Springer, 2011.

STRIEGEL, M. F.; HILL, J. Thin-Layer Chromatography forBinding Media Analysis. 1 ed. Los Angeles: The Getty ConservationInstitute, 1996.

WALL, P. E. Thin-layer Chromatography - A Modern PracticalApproach. 1 ed. Cambridge: The Royal Society of Chemistry, 2005.

CAPÍTULO 5 - Cromatografia em colunaLídia Manfrin Dias

A cromatografia em coluna é a técnica cromatográfica maisutilizada pois permite a separação e purificação de quantidadessignificativas de compostos em uma mistura.

Na cromatografia em coluna, a fase estacionária é mantida em umtubo e a fase móvel move-se em seu interior por efeito da gravidadeou sob pressão.

A escolha da coluna cromatográfica é uma etapa importante para agarantia da eficiência do processo. Para cada técnica cromatográficaem coluna, um tipo de tubo é empregado, podendo ser de vidro, metal,plástico, uma coluna fechada de aço inoxidável ou colunasempacotadas ou capilares, como no caso da cromatografia gasosa.

A cromatografia em coluna pode ser de várias formas, masapresenta o cromatograma característico representado na Figura 5.1,obtido por um registrador no momento em que as amostras passampor ele.

Nessa figura está representada a separação de uma mistura quecontém somente dois componentes. O pico à esquerda representa ocomposto que não ficou retido na fase estacionária, pois ficou menostempo nela, logo passou pelo detector primeiro. Assim, o tempomorto, que é o tempo em que o composto não retido gastou na fasemóvel pode ser facilmente identificado, pela nomenclatura tM. Osegundo componente por sua vez ficou retido na fase estacionária,então todo o tempo que ele demorou para passar pelo detector, menoso tempo morto, é o tempo de retenção na fase estacionária tE. Efinalmente podemos determinar o tempo de retenção, tR, que será asoma do tempo morto e o tempo de retenção na fase estacionária.

Para que uma coluna cromatográfica seja eficiente, é necessárionela exista uma grande diferença entre as constantes de distribuiçãodas substâncias de interesse ou que esta tenha um alto número depratos teóricos, deixando-a mais seletiva. Numa colunacromatográfica, existem uma série de estágios independentes ondeocorre o equilíbrio entre o analito distribuído na fase móvel e na faseestacionária. Assim, cada estágio independente de equilíbrio échamado de “prato teórico”. O número de pratos teóricos (N) pode sercalculado segundo a equação abaixo:

N=16 .( tr

wb)

2

=5,545 .( t r

wh)

2

5.1

Figura 5.1 - Cromatograma típico de uma cromatografia em coluna de uma misturade dois componentes. tM representa o tempo morto, ou seja, o tempo em que um

soluto não retido gasta para passar pela coluna cromatográfica. O tE representa otempo em o soluto fica retido na fase estacionária e o tR é o tempo de retenção que

ocorre desde o momento da injeção da amostra até o aparecimento do pico nodetector da coluna. Wb representa a largura do pico na linha de base.

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Está faltando o "que".

Onde wh é a largura do pico na sua meia altura.O número de pratos teóricos pode ser influenciado por diversos

fatores, como a altura da coluna e para isso, recorre-se a umaavaliação comparativa que corresponde ao cálculo da razão entre ocomprimento da coluna, L, e o número de pratos, N:

H=LN

5.2

Quanto maior for o número de pratos teóricos e menor for o valorde H, mais eficiente será a coluna cromatográfica.

A cromatografia em coluna pode ser subdividida em três grandesgrupos: a cromatografia líquida, quando a fase móvel for um líquido,cromatografia gasosa, quando a fase móvel for um gás e cromatografiaem fluido supercrítico, quando a mesma for um fluido em estadosupercrítico. Todos esses grupos são melhor descritos nos capítulossubsequentes.

Referências

CIOLA, R. Fundamentos da cromatografia a gás. 2 ed. São Paulo:Editora Edgard Blücher LTDA, 1985.

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

SKOOG, D. A; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R.Fundamentos de química analítica. Trad. Marco Tadeu Grassi. SãoPaulo: Pioneira Thomsom Learning, 2006.

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Vírgula

CAPÍTULO 6 - Cromatografia líquida em coluna abertaThales Augusto Garcia Pelizaro

6.1. Introdução

A cromatografia líquida era feita em coluna aberta (CromatografiaLíquida Clássica - LC) no período que antecedeu a década de 1970,com condições de pressão ambiente ou em baixas pressões. Oprocesso da cromatografia líquida envolve as seguintes etapas:preparação do suporte, adição de amostra e solvente, detecção equantificação.

De uma forma geral eram feitas separações das frações em tubos deensaios e o solvente presente nas frações, evaporados. A diferença dospesos entre o tubo antes e após a evaporação fornece o valor de massaeluida em determinado tubo. Dessa forma, era feito um gráfico empapel milimetrado no qual era mostrada a separação identificada.

6.2. Alguns mecanismos relacionados a separação presentes emcromatografia líquida clássica

6.2.1. Adsorção

A fase estacionária sólida a ser usada pode ser a sílica (SiO2) ou aalumina (Al2O3)n. Como fase móvel utiliza-se a semipolar ou apolar,tendo como possíveis exemplos: hexano, acetado de etila. O compostoalvo de interesse atua interagindo com uma superfície polar de faseestacionária. A interação é em função das polaridades e geometria.Aqueles componentes mais polares ficam retidos na fase estacionária epermanecem por mais tempo no suporte.

Pelo fato de o processo de adsorção ser muito sensível as variaçõesde fatores estéricos dos solutos, é um método adequado para separarcompostos de alta semelhança com diferenças mínimas naestereoquímica.

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às*

6.2.2. Exclusão por tamanho

Este mecanismo não tem relação com forças químicas de interação.Para ter a separação é usado materiais com poros de tamanhosespecíficos que tem uma função similar a peneira. Onde os compostosde maior tamanho que os poros da fase estacionária, são retidos e nãoentram. Consequentemente saem mais rapidamente da coluna. E aspartículas menores, por entrarem nos poros levam mais tempo paraserem eluidas.

Figura 6.1 - Pela maior polaridade e geometria mais próxima do sítio ativo(azul claro) presente na fase estacionária (amarelo) o soluto presente na

fase móvel (verde) desloca a molécula ligada anteriormente (azul escuro) epermanece por mais tempo.

Figura 6.2 - Representação simples em uma coluna mostrando uma faseestacionário com espaços que permite a passagem de apenas algumas

partes das moléculas, cujo tamanho é adequado.

6.2.3. Partição

Em cromatografia por partição, o processo é decorrente de umarranjo dos solutos pela fase móvel e fase estacionária. Algo diferentedo que acontece na adsorção em que é necessária uma interação entrea parte do adsorvente, composto analisado e o solvente.

A solubilidade do composto de interesse nas duas fases influência ofuncionamento do processo de partição. Um processo muito sensívelas diferentes quantidades de massa molecular dos solutos. Com isso,componentes homólogos são separados com maior eficiênciautilizando-se o mecanismo de partição.

Dentre as dificuldades do processo, se destaca a fixação da faseestacionária ao suporte sólido. Ao longo da operação de separaçãoocorre uma solubilização do filme pela fase móvel, sendo removido dacoluna. Uma alternativa viável para isso é fazer uma dissolução daamostra num solvente saturado, ou seja, realizar uma pré-saturação dafase móvel com a estacionária.

Figura 6.3 - A barra azul é o suporte com a fase estacionária (verde) queirá interagir com uma fração da molécula (preto) e uma outra parte da

molécula está em contato com a fase líquida.

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influencia* (sem acento)
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às*

6.2.4. Troca iônica

É utilizado para separar compostos de alta polaridade. Envolve ouso de uma resina atuando como trocadora de íons e funciona como afase estacionária. Os materiais que compõem a resina possuem grandequantidade de cargas elétricas, podendo ser positiva ou negativa e temum valor igual ao da carga em íons livres possuindo uma carga oposta,chamados contra-íons.

Quando uma solução caminha pela resina e apresenta íons de cargasimilar aos contra-íons, existe a possibilidade de deslocar os contra-íons presentes no material inicialmente e assim, ocupa o lugar deles.

Figura 6.4 - Amostra presente na fase líquida com carga negativa desloca ocontra-íon de carga negativa que inicialmente estava ligado a carga fixa

presente na fase estacionária.

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ocupar*

Referências

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

LANÇAS, F. M. Cromatografia líquida moderna: HPLC/CLAE.Campinas, SP: Editora Átomos, 2009.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

CAPÍTULO 7 - Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) Thales Augusto Garcia Pelizaro

7.1. Introdução

A cromatografia líquida de alta eficiência é conhecida como umacromatografia líquida moderna. A denominação “moderna” não temrelação com o tempo. O termo é utilizado para classificar umaalteração indispensável para a LC.

O fundamento da cromatografia líquida moderna se deve a criaçãode diversas melhorias nos setores da cromatografia, entre elas têm-se aparte de equipamentos, empacotamentos especiais, a teoria dofuncionamento do sistema, o uso de colunas e também tem a parte deinformática com desenvolvimento de programas e computadores comfinalidade de captação e interpretação dos resultados com eficiência.

Todos os mecanismos de separação descritos para a cromatografialíquida clássica (adsorção, exclusão por tamanho, partição, trocaiônica) estão presentes na cromatografia líquida de alta eficiência. Oque muda de fato são os aperfeiçoamentos dos processos.

Vale destacar que atualmente, vários pesquisadores têm optado pelouso da sigla LC apenas, em vez de HPLC (High Perfomance LiquidChomatography) ou em português o termo CLAE (CromatografiaLíquida de Alta Eficiência). Isto, é uma forma de evitar confusões arespeitos da cromatografia líquida clássica e moderna.

7.2. Princípios da Cromatografia Líquida Moderna

Martin e Synge publicaram em 1941 um trabalho no qual fizeramuma comparação da cromatografia, destilação e extração usandosolventes. De uma forma geral, diziam que a coluna de cromatografiaapresenta diversas etapas da extração líquido-líquido, ou de pratosteóricos. Devido ao uso deste último termo, o trabalho é lembradocomo a “teoria dos pratos”. O termo de “pratos” foi usado comoreferência ao que era usado na época para explicação da teoria de

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Chromatography*

destilação.

7.2.1. Parâmetros relacionados com a eficiência de uma coluna decromatografia líquida de alta eficiência

A denominação “prato teórico” teve seu conceito definido paraexpressar a eficiência num processo que consiste em um contatolíquido-vapor dentro da coluna utilizada na destilação. E assim,quanto maior for a quantidade de pratos (N) melhor é o processamentona coluna.

Uma alternativa para predizer a eficiência é utilizar para tal a alturaequivalente a um prato teórico (HETP, Heigh Equivalent to aTheoretical Plate), definido pela letra “H”. Em uma coluna comcomprimento “L”, a equação 5.2 mostra como é calculado o valor daaltura equivalente a um prato teórico (H).

Assim, presume-se que quanto menor for o valor de H, maiseficiente é a coluna. Comparativamente é mais vantajoso utilizar comoparâmetro a altura equivalente a um prato teórico em vez do númerode pratos teóricos, pois o valor de H não depende do tamanho em

Figura 7.1 - Retângulos representam os “pratos” em coluna de destilação (a) eos pontos tracejados mostram os que seriam os “pratos teóricos”, pois em

cromatografia não existem pratos de fato (b).

comprimento da coluna.Porém, a teoria dos pratos não é ideal para aplicar-se a

cromatografia, justamente por não ter de fato pratos na coluna.Entretanto, foi um passo importante criar-se a teoria de cromatografiaem meados de 1940, e persiste ainda hoje.

7.2.2. Definindo a velocidade em cromatografia líquida

O pesquisador van Deemter em associação com outrospesquisadores, desenvolveram um trabalho e definiram uma equaçãode velocidade para a cromatografia gasosa (GC) mais simples, que éassim descrita:

H=A+B

ū+C ū 7.1

Nos quais:ū = velocidade linear média da fase móvel;A = termo para difusão turbulenta;B = termo para difusão molecular;C = termo de transferência de massa.

Entretanto, para a cromatografia líquida não se aplicaria a equação7.1 com apenas 3 termos. Devido as diferenças entre a LC e a GC,destacando o fato de que os termos relacionados a difusão em fasemóvel e transferência de massa influenciarem mais em cromatografialíquida do que em cromatografia gasosa. Assim, Knox e demaispesquisadores desenvolveram uma ampliação da equação de Deemteret. al, ampliando para 4 termos ao fracionar o valor de C para dois:

H=A+B

ū=(C fe+Cfm)ū 7.2

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influenciaram*

Sendo:ū = velocidade linear média da fase móvel;A = termo para difusão turbulenta;B = termo para difusão molecular;Cfe = termo de transferência de massa na fase estacionária;Cfm = termo de transferência de massa na fase móvel.

Referências

HORNE, D. S.; KNOX, J. H.; MCLAREN, L. In: KELLER, R. A.(Ed). Separation Techniques in Chemistry and Biochemistry. NewYork: Dekker, 1967.

LANÇAS, F. M. Cromatografia líquida moderna: HPLC/CLAE.Campinas, SP: Editora Átomos, 2009.

CAPÍTULO 8 - Cromatografia gasosa Thales Augusto Garcia Pelizaro

8.1. Introdução

Este método físico é um dos mais usados em laboratórios,motivado pela excelente sensibilidade do método que pode atuar naseparação e identificação de muitos compostos ao mesmo tempo.Envolve uma fase móvel constituída de gás.

Quanto as divisões têm-se a cromatografia gás-líquido (CGL) ecromatografia gás sólido (CGS). Em CGL a fase estacionária é umlíquido de caráter não volátil envolvendo um suporte, já em CGS afase estacionária é um sólido.

Atualmente a CGL é mais amplamente usada, o que faz com quenão se use essas divisões. Então, tem-se definido apenas comocromatografia gasosa (CG). Existem dois modelos de cromatografiagasosa, as conhecidas como cromatografia convencional (CG) e acromatografia gasosa de alta resolução (CGAR), detalhas no item 8.2.

O uso da cromatografia gasosa só é indicado quando houvernecessidade de separação de compostos com capacidade de sereduzirem a gás ou vapor. Deve-se destacar que a medida que ocomposto for de caráter mais iônico sua capacidade de reduzir a gásou vapor é menor, assim são mais difíceis de serem sujeitos a viacromatográfica gasosa para serem separados, sendo melhor indicado acromatografia líquida.

A cromatografia gasosa possui vantagens, como a sua altacapacidade de separação; a velocidade do processo é alta; altasensibilidade e possibilidade de se trabalhar com pequenasquantidades de amostras. Sobre suas desvantagens, pode ser citado porexemplo o fato de serem aplicados para compostos de caráter volátil ebaixa eficiência em relação aos resultados qualitativos (não apresentauma conclusão definitiva).

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8.2. Diferenciando a cromatografia gasosa convencional (CG)da cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR)

A diferença da cromatografia gasosa (CG) dita como convencionalem relação a cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR) é emfunção de que a CGAR apresentar picos mais finos, um fator que fazcom que a resolução seja superior ao observado na convencional.

Outro ponto fundamental a ser observado é quanto as colunascapilares. Em cromatografia de alta resolução as colunas capilaresusadas são apenas de alta resolução. Já as colunas capilaresconvencionais e de sílica fundida são de baixa resolução, nãoconfigurando um sistema de CGAR.

Nos casos de análises de resíduos é preferível o uso da CGAR, poisé possível utilizar uma quantidade maior de solução comparado aométodo convencional.

8.3. Montagem do sistema de cromatografia gasosa

De forma geral a aparelhagem necessária para ter o sistema de CGenvolve um compartimento de gás de arraste acoplado a um reguladorde pressão com dois estágios, um injetor associado a coluna,termostato, sistema de detecção e um registrador (Figura 8.1).

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8.4. Alternativas de injetores para as amostras na coluna

O uso de seringa é um método amplamente usado. Estas seringassão montadas com o objetivo de evitar vazamentos. Trata-se de umatécnica simples. O problema deste injetor é decorrente do fato de queo solvente os e compostos mais voláteis podem sair primeiros emrelação aos compostos menos voláteis. Isso provoca uma mudança nacomposição da amostra inicialmente.

No caso de amostras concentradas, é utilizado um injetor slipt(tradução para o português: divisão). Este injetor é uma aparelhagemque funciona vaporizando a amostra no momento em que ela estásendo misturada ao gás de arraste.

Com isso, ocorre uma separação entre duas frações. Uma fraçãomenor da amostra volatizada vai para dentro da coluna e outra maior éeliminada. Porém, se as amostras usadas forem diluídas, o injetorutilizado é o splitless (em português significa: sem divisão).

Figura 8.1 - Em 1 tem-se o compartimento de arraste do gás, 2 representa oregulador de pressão, 3 é o injetor de amostra (neste caso uma seringa), o 4 é a

coluna na qual a amostra é injetada e está dentro de um forno, 5 indica otermostato acoplado ao forno e permitindo o controle da temperatura, 6 é o

detector que está ligado a coluna, e por fim o 7 representa o registrador de sinalque sai do detector.

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Diferentemente do injetor split, este possui uma válvula defechamento periódico. Neste fechamento, a amostra é injetada, sofrevaporização e é manda para a coluna.

O uso do injetor splitess é viável para casos de análises envolvendosoluções bem diluídas, compostos saindo da causa do solvente ecompostos de caráter termolábeis. Interessante destacar que osinjetores comerciais em sua boa parte são projetados para atuarem deduas formas: split e splitless.

Por fim, existe o injetor cold-on column que envolve uma aplicaçãoda amostra diretamente na coluna não sendo requerido umpreaquecimento e nem a mistura do gás de arraste. Em relação aosoutros três injetores citados, este possui vantagens significativas comoredução de divisão da amostra devido a temperatura, aumento daprecisão em casos com compostos altamente voláteis e melhoria naquantificação dos compostos separadamente presentes na amostra.

8.5. Tipos de colunas utilizadas

Um cromatógrafo a gás pode ser montado utilizando as colunasempacotadas e as colunas capilares. Em colunas empacotadas, suaconstrução é feita depositando-se um filme da fase estacionária líquidasobre um suporte sólido feito de material inerte que irá retê-la. Omaterial obtido é empacotado sob técnicas específicas no tubocromatográfico, utilizado para a análise. No caso das colunascapilares, a fase estacionária líquida é inserida nas paredes dos tuboscapilares sob a forma de um filme fino da ordem de alguns mícrons,ou seja, não encontra-se um suporte sólido. As colunas capilares sãomais eficientes que as colunas empacotas.

8.6. Definições dos diferentes modelos de detectores

Detector de condutividade térmica (DCT) é um tipo de detectorsensível a temperatura do gás. Sua vantagem é que não provoca

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destruição da amostra e é universal. Enquanto, as desvantagens serestringem ao fato de ter uma capacidade de resposta inferior aosoutros tipos de detectores e só podem ser usados com temperatura evelocidade de arraste do gás constante.

Outro modelo de detector é o detector de ionização de chama(DIC), que é capaz de identificar qualquer componente sob açãotérmica e ao ser queimado gera compostos de carga elétrica. É um tipode detector ideal em sistema com variação de temperatura evelocidade do arraste de gás, também boa aplicação para análisequantitativa por apresentar um grande faixa linear e possui boaresposta para quase todos os compostos orgânicos. Porém, afeta aamostra ao destruí-la e se tiver compostos de mesma concentraçãopode ocorrer de ter respostas diferentes.

Enfim, o detector de captura eletrônica (DCE), em que seuprincípio de funcionamento está associado a capacidade de captura deelétrons por parte de alguns compostos. Como vantagem temos seualto teor de seletividade para compostos que capturam elétrons, nãodetectando, por exemplo, álcoois e cetonas. Igualmente ao DICprovoca destruição a amostra, e outra desvantagem está no fato de quedevem ser feitas limpezas regularmente, pois pode ser facilmentecontaminado pelas amostras usadas.

8.7. Os registradores

São os compartimentos que realizam o desenho dos cromatograma,ou seja, interpretam os resultados provenientes dos detectores.Existem três tipos de registradores: simples (só apresenta ocromatograma); integrador (apresenta o cromatograma e quantifica ospicos) e o computador (apresenta o cromatograma, quantifica os picose ainda faz as correções necessárias de forma automática).

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Aqui vírgula em vez de ponto.
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cronogramas*

Referências

CECCHI. H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise dealimentos. 2 ed. rev. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

CIOLA, R. Fundamentos da cromatografia a gás. 2 ed. São Paulo:Editora Edgard Blücher LTDA, 1985.

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

CAPÍTULO 9 - Cromatografia em fluido supercrítico (CFSC)Thales Augusto Garcia Pelizaro

9.1. Introdução

O fluido supercrítico é o estado de uma substância ou compostoque está sujeito a pressão e temperatura acima daquela na qualrepresenta o ponto crítico apresentando características de um gás elíquido, sem real diferenciação de fases (ver Figura 9.1).

A descoberta da capacidade de solubilização por parte do fluidosupercrítico ocorreu na década de XIX, mais precisamente em 1879.Um feito de Hannay e Hogarth. Entretanto, o uso do fluídosupercrítico como alternativa em métodos analíticos só ocorreu de fatono final do século XX.

Um dos motivos que impulsionou a utilização do fluídosupercrítico está no objetivo de obter uma fase móvel comcaracterísticas físico-químicas que se aproximassem das fases líquidase gasosas. Isso é devido as vantagens de um e de outro.

Sobre o uso do gases como fase móvel, este apresenta um aumentodo coeficiente de difusão decorrente da baixa densidade, o que leva aum resultado mais rápido e eficiente. Entretanto, a desvantagem estáno poder de solubilização limitado, restringindo o uso em casos decromatografia com componentes não voláteis. Em fase móvel líquidaé o contrário, pois a densidade é alta.

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9.2. Análise das propriedades físico-químicas

Um fluído supercrítico possui como característica uma densidadeacima de quando o composto está no estado sólido, e o valor dessadensidade é bem próximo do observado no estado líquido. Porém,sobre a viscosidade do fluído supercrítico tem-se uma aproximaçãomaior com a dos gases.

Em relação ao coeficiente de difusão, o fluído supercrítico possuium valor maior que o encontrado em líquido, porém menor do que ovisto em gases. Isso indica que em análises com CFSC tem-se umamaior eficiência de análises comparada as cromatografias líquidas eem tempo menor.

Figura 9.1 - Diagrama pressão versus temperatura mostrando os trêsestados físicos, sólido, líquido, gasoso e o ponto crítico delimitando a região

do fluido supercrítico.

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9.3. Fundamentos da cromatografia por fluído supercrítico

Através de uma equação de estado é possível representar aspropriedades termodinâmicas de um gás, fornecendo o volume combase na temperatura e pressão. Para isto a equação de Estado de Virialrepresenta bem o que é observado, descrito abaixo pela equação 9.1:

PV =A+B 'V

+C 'V ²

+D 'V ³

+... 9.1

Na equação, o A indica o primeiro coeficiente de Virial, o B é osegundo, o C é o terceiro e o D o quarto e assim sucessivamente atéter-se o número de virial adequado. Cada um dos viriais está emfunção da temperatura. Outra forma de representar a equação 9.1 estárepresentada pela equação 9.2:

PV =A+BP+CP ²+ DP ³+ ... 9.2

O valor de A é igual tanto na equação 9.1 como na 9.2 e sabendoque este primeiro coeficiente de Virial e seu termo tem relação com alei dos gases perfeitos, isso permite a definição de uma nova equação:

PV =RT+BP+CP ²+DP ³+.. . 9.3

Berthelot no início do século XX definiu uma equação de estadoque seria a primeira equação de estado sendo representada por:

PV =RT +[( 9 RT c

128 Pc)⋅( 1−6 T C ²

T ² )]P 9.4

O termo TC representa a temperatura do gás no ponto crítico, e Pc éa pressão do gás no ponto crítico. O termo entre colchete equivale aosegundo coeficiente de Virial, o B nas equações 9.1; 9.2 e 9.3.

9.4. Alguns dos parâmetros considerados na CFSC

9.4.1. Seletividade

Este é o parâmetro com maior maleabilidade no quesito dealterações com o objetivo de separação dos compostos em análises. Asmudanças de seletividade podem ser realizadas alterando-se a fasemóvel, fase estacionária, temperatura, adicionando modificadores eoutras opções.

9.4.2. Temperatura

A influência da temperatura pode ser visualizada em duas óticasdiferentes, considerando uma pressão constante ou densidadeconstante. Se for utilizada a densidade constante, a equação de Van'tHoff deve ser utilizada:

(d ln k

d1T )

p

=−Δ HT ⁰

R9.5

Onde,ΔHt

0 = entalpia necessária para transição do soluto entre as duasfases

R = é uma constante dos gasesk = é o fator de retenção

Em caso de pressão constante, é um pouco mais complexo sobre avariação de temperatura. Depende muito das condições. Grande partedos solventes quando sujeitos ao aumento de temperatura, tendo a

temperatura inicial como a do ambiente, o valor de k diminuirá.Porém, em temperaturas maiores que a do ponto crítico, a constante kse eleva.

Nas pressões mais próximas daquela relacionada ao ponto crítico, aelevação de k é mais acentuada. A explicação é devido ao maiorvolume livre presente na fase móvel provocar queda de solubilidade egerar um desvio de partição para a fase estacionária.

9.4.3. Densidade e pressão

Uma alteração na pressão consequentemente terá efeitos nadensidade. Isso confere um destaque para a pressão como parâmetro aser considerado. Efeitos na eluição são importantes para ofuncionamento da análise cromatográfica. Se afeta a densidade,afetará a eluição na fase móvel.

9.4.4. Fase móvel

Diversos tipos de fase móvel são conhecidos e utilizados. O quedetermina a escolha da fase móvel são as características da amostraavaliada. Como exemplo de fase móvel tem-se o dióxido de carbono,hexafluoreto de enxofre, xenônio, metanol, entre outros.

9.5. Equipamentos para a CSFC

A montagem de um equipamento ideal para o funcionamento deanálises por cromatografia por fluído supercrítico envolvebasicamente uma bomba, o injetor, a coluna cromatográfica, umsistema de aquecimento, o restritor e o detector. De maneira geral, énotório que o sistema possui semelhanças com o equipamento usadopara CLAE e para CGAR.

Sobre a bomba utilizada, é igual aquela empregada para acromatografia líquida de alta eficiência, podendo ser de três tipos:bomba de pressurização pneumática; bomba de pistão reciprocante e a

bomba tipo seringa.Para os injetores, é possível a utilização de dois tipos distintos, um

injetor convencional de cromatografia gasosa ou um que é usado emcromatografia líquida de alta eficiência utilizando válvulas de váriasentradas.

Em relação a coluna, igualmente as outras cromatografias, deve serlevado em consideração os solutos envolvidos nas análises, poisdependendo do tamanho da partícula, a resolução é melhor ou dequalidade mais baixa, tendo a eficiência afetada. Partículas pequenasproporcionam maior resolução, porém tem uma alta perda da cargagerando situações adversas. Entretanto, ao se tratar de partículasmaiores tem-se uma perda em relação a resolução, porém tem-se umganho quanto a perda de carga, pois é menor do que a observada como uso de partículas pequenas. Isso oferece uma condição de se terfluxos maiores e diminuição do tempo para a obtenção dos resultados.

A temperatura altera a partição e seletividade das partículas, e comisso é necessário controlar a mesma durante o processo decromatografia, o que justifica utilizar o sistema de aquecimento.

O uso do restritor se deve a necessidade de ter a pressão constantedentro da coluna, lembrando que a pressão afeta a densidade do solutoe assim na análise cromatográfica.

O detector é a parte do equipamento que identificará os resultadosda cromatografia, podendo ser utilizado dois tipos. Um que éempregado na CLAE (detector por UV) e um muito comum nacromatografia gasosa (detector por ionização em chama).

Referências

CARRILHO, Emanuel; TAVARES, Maria Cecília H.; LANCAS,Fernando M. Fluidos supercríticos em química analítica. I.Cromatografia com fluido supercrítico: conceitos termodinâmicos.Química Nova, v. 24 (4), 2001.

CARRILHO, Emanuel; TAVARES, Maria Cecília H.; LANCAS,

Caetano
Realce
à*

Fernando M. Fluidos supercríticos em química analítica. II.Cromatografia com fluido supercrítico: instrumentação. QuímicaNova, v. 26 (5), 2003.

NETO, F. R. A.; NUNES, D. S. S. Cromatografia – Princípiosbásicos e Técnicas afins. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

CAPÍTULO 10 - Algumas aplicações da cromatografia Thales Augusto Garcia Pelizaro

Inúmeras são as aplicações da técnica de cromatografia e algumasserão citadas neste capítulo.

10.1. Cromatografia em papel

A cromatografia em papel é utilizada, de preferência, para aseparação de substâncias polares, hidrofílicas. Além disso, é vantajosopara o acompanhamento de reações químicas ou acompanhamento daseparação dos componentes de uma mistura.

10.2. Cromatografia em camada delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) permite a separaçãotanto de substâncias hidrofóbicas quanto hidrofílicas. A CCD éfrequentemente usada em análises farmacêuticas, análises clínicas,química industrial, química de alimentos, análise de pesticidas, análisede pureza de corantes, cosméticos, etc.

A Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência (CCDAE)possui maior aplicação na área de análise clínica, como análise dedrogas no sangue, e análise ambiental.

10.3. Cromatografia líquida

Na cromatografia líquida por adsorção destaca-se como aplicação,a análise de vitaminas, carotenóides, oligossacarídeos em alimentos, eatua como controle de qualidade na verificação de presença demicotoxinas em alimentos.

A cromatografia líquida de partição tem aplicação na verificaçãode alimentos, como a análise de vitaminas, antioxidantes (butil-hidroxi-tolueno e o butil-hidroxi-anisol) e também os ácidos graxoslocalizados (óleos e gorduras).

Diferentemente, a cromatografia por troca iônica permite analisarpresença de metais, aminoácidos e proteínas em alimentos, ácidosorgânicos nas frutas e também verificação do tratamento da dureza daágua. No caso da cromatografia líquida de exclusão molecular possuiefeito ne análise em alimentos sobre a presença de proteína,polissacarídeos, resíduos de pesticidas e acerca de compostos naturaisque conferem algumas características importantes ao alimento como osabor e a cor.

10.4. Cromatografia gasosa

A cromatografia gasosa possui aplicação em análises de pesticidas,óleos e gorduras (presença ácidos graxos e seu nível de oxidação) etambém tem ampla utilização em análises de diversos tipos decompostos presentes em alimentos, como os ácidos orgânicos,conservantes, álcool, vitaminas e também possíveis contaminações naembalagem.

10.5. Cromatografia por fluído supercrítico

Utilização da cromatografia por fluído supercrítico pode serempregada em vários aspectos. Entre as aplicações, temos o uso paraanálises em alimentos, como a identificação de vitaminaslipossolúveis. Outra aplicação está na caracterização de produtosnaturais, muito utilizada na indústria de cosméticos.

No caso de análises de pesticidas, a cromatografia por fluídosupercrítico se torna uma boa saída para casos de compostos que sãotermicamente instáveis, o que não tem seu monitoramento favorávelutilizando a cromatografia gasosa (mais empregada para análise depesticidas). Também tem uma aplicação para separação de polímeroscomo os poliglicóis, importantes para a indústria química. E por fim,outra grande importância da CSFC é quanto aos fármacos como umatécnica para obtenção de compostos de caráter farmacêutico.

Caetano
Realce
de*
Caetano
Realce
Caetano
Nota
Vírgula

Referências

CARRILHO, Emanuel; TAVARES, Maria Cecília H.; LANCAS,Fernando M. Fluidos supercríticos em química analítica. III.:aplicações. Química Nova, v. 29 (4), 2006.

CECCHI. H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise dealimentos. 2 ed. rev. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

COLLINS, C. H. e BRAGA, G. L. Introdução a métodoscromatográficos. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987.