LITERATURA AVA

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Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Disciplina: LITERATURA INFANTIL ATIVIDADE COLABORATIVA NOMES RA Elisângela Manual de Contação de História

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Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)Disciplina: LITERATURA INFANTILATIVIDADE COLABORATIVANOMESRA

Elisngela

Manual de Contao de Histria

Anhanguera Educacional2014

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)Disciplina: LITERATURA INFANTILATIVIDADE COLABORATIVA

Manual de Contao de Histria

Trabalho desenvolvido na disciplina Literatura Infantil apresentado Anhanguera Educacional como exigncia para a avaliao na Atividade Colaborativa, sob orientao da tutora Cristina Aparecida Lopes de Moraes.

Anhanguera Educacional2014

Sumrio

Introduo................................................................................................. 04

A organizao de diferentes ambientes para a contao de histrias.......05

A seleo de livros adequados s categorias do leitor..............................06

A explorao de atividades de leitura extraclasse com a interao com as famlias........................................................................................................07

Como elaborar projetos didticos a partir das histrias infantis.................11

Procedimentos que auxiliam a avaliao do professor ao trabalhar com as histrias........................................................................................................14

Anexos.........................................................................................................16

Referencias Bibliogrfica....................................................................................26

INTRODUO

Sabemos o quanto importante a leitura em sala de aula, o professor tem um papel fundamental, mas s a leitura no basta tem que compreender como seu contexto est estruturado, bem como quais so seus gneros, subgneros e formas literrias, se torna uma contribuio ao professor que vai selecionar e trabalhar com histrias adequadas a cada faixa etria da criana.O professor tem que saber a intencionalidade que essa obra em relao ao leitor, divertir instruir, educar, emocionar, conscientizar atravs da didtica considerando que a literatura infantil um agente ideal para a formao de uma nova mentalidade.Para a criana a mediao da professora muito necessria, importante que o educador sirva de leitor e escriba em diferentes situaes em sala de aula.A leitura de vrios gneros textuais importante, nada em vo ao ler um texto mesmo que seja repetido, nem mesmo os nmeros ao p da pgina deixam de dizer alguma coisa, de acrescentar uma idia divertida. Mesmo a simplicidade de um texto no deixa de propor desafios em direo a uma travessia para autonomia, ao produzir estmulos que assegurem a continuidade do processo de formao de leitores apenas iniciado. Partimos do princpio da importncia do trabalho com a literatura na infncia e da contribuio que esse trabalho traz para a aquisio da leitura e da escrita. Procuramos, sempre, incentivar o manuseio de livros de diferentes gneros textuais e o convvio com diferentes portadores de textos, para melhor compreenso do uso social da escrita.Na sala de aula, temos que prepara um ambiente acolhedor, um cantinho de leitura com diversos portadores: convite, calendrio, guia comercial da cidade, histrias em quadrinhos, livros de receitas, fbulas, poesias, contos de fadas, livros de imagem e muitos outros, que os alunos podem manusear ler, explorar durante o perodo de aula. Alm desse cantinho, todos os dias as crianas tem que ouvirem uma histria, ora lida, ora contada, ora gravada em CD.

A ORGANIZAO DE DIFERENTES AMBIENTES PARA A CONTAO DE HISTRIAS QUADRO SNTESE"Ideias importantes a serem consideradas na organizao do espao fsico ao contar histrias"Espao fsicoFaixa etriaMateriaisForma de organizao

Sala de aulaAlunos de 0 a 3 anosPodemos utilizar qualquer material macio, fofo, chocalhos musicaisColocar um tapete bem colorido, fazer com que as crianas ficam sentadas ou deitadas fazer a leitura, de forma bem prazerosa.

Ptio da escolaAlunos de 4 a 5 anosCaixa de leituraConfeccionar essa caixa de acordo com o perfil da turma, proporcionar uma leitura ldica ao ar livre, apreciando a natureza

BibliotecaAlunos de 6 a 9 anosTapete, almofadas, livros, brinquedos, fantasias, adereos, jogos.O canto do faz de conta, da leitura, teatrinho, estantes de brinquedos, acervo, mesa de atividade

A SELEO DE LIVROS ADEQUADOS S CATEGORIAS DO LEITOR

QUADRO SNTESECategorias de Leitor e Seleo de histrias adequadas propostas por Nelly Novaes Coelho

Categoria de Leitor

Principais caractersticasLivros selecionados

Pr-Leitor

- Subcategoria: Primeira Infncia - 15/17 meses a 3 anos.

- Subcategoria: Segunda Infncia - a partir dos 3 anos.O momento que a criana comea a conquistar a prpria linguagem e passa a nomear as realidades sua volta.

Tudo o que acontece ao redor da criana , para ela, muito importante e significativo, descoberta do mundo concreto e do mundo da linguagem atravs das atividades ldicas.Primeira Infncia:1. Peixe Vivo2. S imagem3.Um Degrau,4. Livros de Imagem5. Livros de Pano

Segunda Infncia:1. Hora da Fantasia 2. As meninas3. Crie e conte4. Livros de Madeira5. Canta e dana

Leitor Iniciante: a partir dos 6/7 anosFase da aprendizagem da leitura, na qual a criana j reconhece, com facilidade, a formao das slabas simples e complexas, processo de socializao e de racionalizao da realidade. 1. Coleo Gato e rato2. Coleo Girassol3. Srie Lagarta Pintada4. Srie Onda Livre5. Historias ao p da letras

Leitor em processo: a partir dos 8/9 anosFase em que a criana j domina o mecanismo da leitura, seu pensamento lgico organiza-se em formas concretas que permitem as operaes mentais.1. Clssicos Infantis2. Vento Azul3. Poemas Narrativos4. Colees Viagem do olhar5. Contos Clssicos

A EXPLORAO DE ATIVIDADES DE LEITURA EXTRACLASSE COM A INTERAO COM AS FAMLIAS

Minhas leituras

Aluno:_______________________________________________Data ____/____/_____Ttulo do livro:_________________________________________Autor:________________________________________________Tipo de obra:( ) Fbula( ) Conto de Fadas( ) Poesia Pequeno resumo da histria:

Voc ao ouvir a histria sentiu: ( ) alegria ( ) medo ( )tristeza

1 Passo: o professor dever organizar os livros disponveis no acervo da biblioteca, que poder ser utilizado pelos alunos. Em seguida confeccionar as fichas de leitura para cada aluno. Essa ficha dever ser de material de fcil manuseio, e de acordo com a turma que ser trabalhada.2 Passo: o professor organizar atravs de sorteio quem levar o primeiro livro juntamente com a ficha que dever ser preenchida em casa, juntos com os pais. Aps a leitura feita com os pais, se o aluno j souber escrever ele mesmo deve preencher cada campo da ficha, se no souber os pais dever ler e em seguida preencher somente o campo em que se pede: o nome do aluno, data, ttulo do livro, autor e o tipo da obra, e o resumo da histria dever ser feita pelo aluno, atravs da escrita (se souber escrever) ou fazendo um desenho (os que ainda no sabem).3 Passo: aps a leitura o adulto dever perguntar para a criana o que sentiu da histria lida: alegria, medo, tristeza, e no espao correspondente marcar com um (X), esse um momento muito importante, d a oportunidade de a criana expressar o seu sentimento. Pea para que o adulto reforce o que cada sentimento provoca. 4 Passo: dever ser feita um rodzio para que todos possam levar para casa o livro juntamente com a ficha, lembrando que dever ter uma ficha individual para cada aluno.Essa orientao dever ir junta com livro e a ficha, bacana tambm o professor confeccionar uma sacola para colocar dentro, para que no extravie nenhum material. importante que o professor j tenha trabalhado a carinha dos sentimentos antes de propor essa atividade. Falar de si e do que sente constitui um momento muito valioso para a criana. Sugestes de atividade para trabalhar em sala de aula aps a devoluo do livro:

1 Atividade Proposta:Quem conta um contoObjetivos: ateno, capacidade de argumentao, percepo de situaes em que a fragilidade da comunicao oral se manifesta.Lugar de execuo: sala de aulaFaixa etria: 4 a 5 anos ou maisRecursos necessrios: pode escolher uma poesia, conto ou uma fbula, das quais as crianas levaram para casa.Valores agregados: a compreenso da importncia da clareza e do uso da sinceridade.Descrio dos procedimentos:1) O professor escolhe trs alunos e solicita que saiam da sala por alguns minutos, ficando em um local em que podero ser chamado logo mais. Solicita aos que ficaram que prestem ateno na histria que ser lida. L de maneira clara e pausada o texto escolhido.2) Chama um dos alunos ausentes e solicita a outro da sala que narre a histria ouvida. Est narrao no deve ser corrigida pelo professor ou pelos colegas, ainda que incompleta e com erros.3) Outro aluno que estava ausente chamado e o que ouviu a histria tem a incumbncia de relata-l. Aps, chamado o terceiro aluno. O professor faz (agora para sala completa) a leitura integral da histria.Portanto como a histria vai ser recontada sofrer modificaes, so justamente essas alteraes que sero trabalhadas. Atravs de desafios e perguntas refletivas2 Atividade Proposta:Personagem bacana Objetivo: criatividade, imaginao, coleta de informaes, construo de um personagem e busca de identificao.Lugar de execuo: sala de aulaFaixa etria: 4 a cinco anos ou maisRecursos necessrios: folha de papel grande, giz colorido.Valore agregados: autoconhecimento e desenvolvimento da capacidade de sentir o outro em siDescrio e procedimentos: o professor solicita a um aluno que deite sobre a folha de papel enquanto um de seus colegas traa com o giz colorido o contorno de seu corpo.1) o professor explica que o contorno expressa um personagem imaginrio e os alunos devero escrever dentro dessa forma qualquer coisa que acham valiosa em um personagem imaginrio qualquer( alunos que ainda no sabem escrever ditam e professor para que escreva)2) Aps essa tarefa, os alunos devero escrever do lado de fora da forma tudo quanto no gostariam de encontrar em qualquer personagem que admiram.3) Com a figura pronta, em sua parte interna e externa, o professor coloca os alunos em crculo e inicia a discusso, ouvindo todos, e procurando compor um personagem ideal segundo pontos de referncia dos alunos. importante que todos expressem suas opinies e que o novo personagem elaborado expresse ideais construdos coletivamente pelos alunos com ajuda do professor.

COMO ELABORAR PROJETOS DIDTICOS A PARTIR DAS HISTRIAS INFANTIS

QUADRO SNTESE "RECOMENDAES PARA O TRABALHO COM PROJETO DIDTICO.

Contribuies do trabalho com projetos para o professor e para as crianasO professor o mediador do conhecimento, tem essa responsabilidade auxiliar o processo de desenvolvimento do pensamento criativo na criana, atravs da arte, da oralidade, da resoluo de problemas e do ldico. O projeto vem como instrumento para abrir esse conhecimento. O mais importante essa troca de experincias saindo da rotina, onde o professor no dita regras, mas mediador e o facilitador de todas as etapas, resgatando e incentivando o aluno a querer estar dentro de uma sala de aula.Abandonar velhas crenas e concepes, se abrir para o novo, assusta e d medo, sair da zona de conforto, o professor tradicional tem esse receio, s acredita que o aluno aprende sentando em fileiras um atrs do outro.

Finalidades do trabalho com projetos para o professor e para as crianas.A prtica pedaggica do projeto vem para derrubar essas barreiras dando espao a pesquisa, o momento do confronto de diferentes conhecimentos, professor tem que estimular o aluno a enfrentar esse desafio oportunizar ao aluno diferentes leituras do mundo e da sociedade, fazer conhecimento de diferentes culturas enriquecendo seu aprendizado. impossvel pensar em um processo de ensino aprendizagem sem a interao total da escola, acreditamos que o conhecimento se constri coletivamente, pela interao. Acaba sendo um processo instigante, prazeroso, desafiador.

Projeto didtico destinado Sries Iniciais do Ensino Fundamental.1- Ttulo do ProjetoFicha de leitura 2-Faixa etria a que se destina o projeto 6 a 9 anos3 - Objetivo compartilhado com os alunos Desenvolver o prazer pela leitura; Estimular a criatividade e o senso crtico; Desenvolver a linguagem oral e escrita; Identificar ttulos de histrias conhecidas; Incentivar ao trabalho em equipe; Descrever cenrio e personagem, expressando atravs de desenho e escrita.4 JustificativaO projeto ser trabalhado durante o semestre, a leitura muito importante para as crianas principalmente nos primeiros anos iniciais, e o professor tem o papel fundamental para fomentar esse hbito. A proposta do projeto trabalhar a oralidade e escrita, com essa prtica pedaggica alm do estmulo a leitura, fazer com que as famlias faam parte do desenvolvimento dessa criana. Sem contar que o aluno vai ter propriedade identificar ttulos de histrias conhecidas, incentiva os pais os pais h ter esse tempo para a criana. O aluno ter que criar seu prprio cenrio e personagem, expressando atravs de desenho e escrita. 5 - O que se espera que os alunos aprendam. esperado que a importncia atualmente no mundo da literatura torna-se claro que a formao do pequeno leitor deve comear bem cedo e prosseguir em gradativo aprofundamento at final de seu ciclo de estudos na escola. Alm disso, sua eficcia como instrumento de formao do ser est diretamente ligada a uma das atividades bsicas do indivduo em sociedade: a leitura.6 - O que o professor deve garantir no decorrer do projeto dar continuidade nessa linha de trabalho, criar um ambiente privilegiado aos estudos literrios, estimulando o exerccio da mente. Valorizando as relaes existentes entre a literatura, histria e cultura. No s levar a criana a se encontrar com o mundo contido no livro, como tambm para estimul-la a decodificar os sinais grficos que lhes abriro as portas do mundo da escrita. fundamental que trabalhe tambm com as manifestaes de sentimentos que permeiam a vida infantil, por exemplo, o medo, a tristeza, a saudade, a falta de confiana em si mesmo, sentimentos esses que muitas vezes perturbam o indivduo, impedindo que ele sinta desejo em aprender ou que haja superao de dificuldades no contexto escolar. 7 - Etapas previstas.No decorrer do semestre

PROCEDIMENTOS QUE AUXILIAM A AVALIAO DO PROFESSOR AO TRABALHAR COM AS HISTRIAS "Recomendaes ao professor para avaliar o trabalho com as histrias infantis". Este quadro tem por finalidade auxiliar o professor a contemplar, em sua ao educativa, procedimentos para registrar, refletir, avaliar e reavaliar o trabalho com histrias infantis.QUADRO SNTESE "RECOMENDAES AO PROFESSOR PARA AVALIAR O TRABALHO COM AS HISTRIAS INFANTIS"

1. Procedimentos de avaliao para o professorPortflio um dos instrumentos de avaliao condizentes com a avaliao formativa, um instrumento que compreende a compilao dos trabalhos realizados pelo estudante, durante um curso ou uma disciplina. Autores afirmam que possvel definir um portflio como um continente de diferentes tipos de documentos (anotaes pessoais, experincia de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexes com outros temas, fora da escola, representaes visuais, etc.)Funo de acompanhar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem, registrando a organizao dos saberes e demonstrando todo um processo de construo de pensamento. Avaliao capaz de ser introjetada nas prximas aes produtivas do sujeito.

2- Procedimentos de avaliao para a crianaSendo uma forma de registro, um instrumento no qual o professor faz um acompanhamento na evoluo do aluno. Ele traa de modo mais marcante o percurso de cada aluno no caminhar do saber, com suas diferenas, suas preferncias, sua histria pessoal de aprendizagem. Cada aluno pode organizar para seu portflio um ndice, uma apresentao e mesmo uma classificao que demonstre como as ideias esto sendo organizadas, trabalhadas.Pesquisas apontam que Portflios como procedimento de avaliao tm sido cada vez mais usados por causa do seu potencial para associar currculo e prticas pedaggicas com vistas ao desenvolvimento cognitivo.

3- Finalidades do Portflio para os procedimentos de avaliaoO portflio motiva o aluno a buscar formas diferentes de aprender, suas produes revelam suas capacidade e potencialidade. Os educadores pensem mais em modos de conduzir o desenvolvimento infantil e que estes avaliem e relatem o processo promove o desenvolvimento de habilidades importantes, pois estas crianas sero estimuladas, desde cedo, a refletir sobre sua aprendizagem.

ANEXOSANEXO 1 - Artigo cientfico que aborde a importncia do contar histrias para crianas

ICPG Instituto Catarinense de Ps-Graduao www.icpg.com.br 1

A MAGIA DE CONTAR HISTRIAS Monica Weingrtner Otte1Anamaria Kovcs2 Resumo No mundo de hoje a mdia est substituindo, cada vez mais, o dilogo nas famlias e diminuindo as oportunidades de desenvolvimento da imaginao infantil. O meio mais importante para atingir esse objetivo a contao de histrias e a leitura, conduzidas num ambiente agradvel para a criana. Contar ou ler histrias requer certo preparo que vai desde a escolha do texto at a sua apresentao. Palavras-chave: imaginao; conhecimento; capacidade imaginativa; ldico; afetividade.

1 INTRODUO A imaginao mais importante que o conhecimento. ALBERT EINSTEIN

Vivemos um perodo muito interessante na histria da humanidade. Nunca antes tanta informao e tanta comunicao chegaram aos nossos lares, nossas escolas e aos nossos locais de trabalho e lazer. Os atuais meios de comunicao e informao como TV, internet, revistas, jornais e vdeos prendem a ateno de grandes e pequenos. Em princpio isto bom o horizonte de conhecimentos ampliado e est ao alcance de cada vez mais pessoas. No entanto, preciso ver com muita sobriedade, que esses meios de comunicao e informao podem gerar graves problemas no desenvolvimento integral do ser humano. O perigo que nos ronda, chama-se individualismo. Crianas e adultos buscam e recebem as informaes e os divertimentos, que a moderna tecnologia coloca ao alcance de todos, sem que para isso precisem envolver-se com os outros. A agitada vida profissional de nossa poca faz com que no fim do dia todos estejam to cansados que somente querem relaxar. O dilogo em famlia corre o risco de desaparecer, porque aquilo que os meios de comunicao oferecem parece mais interessante e no obriga ningum a tomar posio. Num passado j mais distante, havia espao e tempo no seio da famlia para compartilhar as experincias e as vivncias do dia-a-dia. Havia disposio para ouvir, falar e para compartilhar. Em muitas famlias, aps o jantar, todos se agrupavam ao redor do av ou da av, do pai ou da me, para ouvi-los falar sobre a histria da famlia e muitos tinham em seu meio um contador de estrias e histrias. Nessas horas um estava perto do outro, sentia o outro, afeto e carinho floresciam. Os modernos meios de comunicao sabem contar e apresentar as velhas histrias, acompanhadas de som e imagem, de uma maneira to bonita e fascinante, que os velhos contadores de histrias no se arriscam mais a abrir a boca. A histria vem to completa que no se precisa pedir alguma informao a mais, nem mesmo necessrio usar a imaginao. Aqui somos confrontados com outro grave problema: a capacidade imaginativa diminui. A histria apresentada na TV ou em vdeo vem to completa que no necessrio criar imagens e usar a fantasia para entende-la. Alm disso, nesses programas o dilogo com o interlocutor reduzido a zero. Ao espectador e ouvinte cabe olhar e escutar em silncio e ai se algum ousa falar ou fizer uma pergunta... No entender de Caruso (2003), atualmente, h opes de lazer como a televiso e o videogame. Muitas crianas esto sobrecarregadas de atividades como natao, ginstica, ingls, piano, alm das obrigaes da escola, da lio de casa. O tempo que elas teriam, talvez, para ler um livro est diminuindo. Infelizmente, esse um comportamento que est ocorrendo no s com as crianas, mas com os adultos tambm. E, at por um aspecto cultural do Brasil, falta incentivo, o brasileiro no tem a cultura da leitura. Diante desta realidade cabe perguntar: o que ns pais e educadores estamos fazendo para resgatar o gosto pelo imaginrio nas crianas? O que estamos fazendo para ajudar nossas crianas a expressarem seus pensamentos e sentimentos e gostarem de conviver com os colegas e os membros da famlia? O que estamos fazendo para evitar que as crianas se tornem pessoas ensimesmadas, isto , estejam centradas, quase que exclusivamente, em suas prprias questes? A dura realidade de nossa poca mostra que dia aps dia aumenta o nmero de crianas que vem os pais cada vez menos e passam a maior parte do tempo sozinhas. Razes econmicas e sociais foram esta realidade. Por isso, de suma importncia que pais e professores batalhem pelo resgate do ldico, do gosto pela expresso oral/corporal, do gosto pela leitura, pelo desenvolvimento dos sentidos e sentimentos.Tudo o que acontece ao nosso redor, desde a nossa primeira infncia, fica registrado em nosso inconsciente. Isto significa que tudo aquilo que vemos, ouvimos e sentimos influi no nosso desenvolvimento e amadurecimento. Aplicando esta verdade fundamental que a psicologia ensina ao nosso assunto, arriscamos afirmar que felizes so aquelas crianas que, desde os primeiros dias de sua vida, experimentam a presena de livros ao seu redor.Na concepo de Abramovich (2003), o significado de escutar histrias to amplo... uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, das dificuldades, dos impasses, das solues, que todos atravessamos e vivemos de um jeito ou de outro, atravs dos problemas que vo sendo defrontados, enfrentados (ou no), resolvidos (ou no) pelos personagens de cada histria (cada um o seu modo...). E assim esclarecer melhor os nossos ou encontrar um caminho possvel para a resoluo deles... ouvindo histrias que se pode sentir (tambm) emoes importante como: a tristeza, a raiva, a irritao, o medo, a alegria, o pavor, a impotncia, a insegurana e tantas outras mais, e viver profundamente isso tudo que as narrativas provocam e suscitam em quem as ouve ou as l, com toda a amplitude, significncia e verdade que cada uma delas faz (ou no) brotar... Decorre da leitura tambm a postura crtico-reflexiva que extremamente relevante na formao cognitiva das crianas, partindo primeiramente do professor, para em seguida, despertar a potencialidade reflexiva dos seus alunos. Segundo Zilberman (1985, p. 25) "[...] a partir da que se pode falar do leitor crtico". Assim, a criticidade estar presente nas aulas de literatura, sem que se perca o encanto e o brilho dos contos de fadas e de fbulas. Neste mesmo sentido, Abramovich (2003) entende que ouvir e ler histrias tambm desenvolver todo o potencial crtico da criana. poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar... se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de idia... ter vontade de reler ou deixar de lado de uma vez.... O caminho para a leitura comea na infncia quando as crianas passam a gostar de palavras e de ouvir histrias, alm de animarem-se ao contar momentos de sua vida para pessoas prximas, afirma Dixxon (2003).Mesmo no entendendo nada, a criana percebe se os livros existentes na casa tm ou no tm valor para os membros da famlia. Conforme esclarece Abramovich (2003): O primeiro contato da criana com um texto feito, em geral, oralmente. pela voz da me e do pai, contando contos de fada, trechos da Bblia, histrias inventadas tendo a gente como personagem, narrativas de quando eles eram crianas e tanta, tanta coisa mais... Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou noite, antes de dormir, preparando para o sono gostoso e reparador, embalado por uma voz amada... poder rir, sorrir, gargalhar com as situaes vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um autor e, ento, poder ser um pouco cmplice desse momento de humor, de gozao. H relatos de poetas e escritores que descobriram no decorrer de sua vida que seu amor literatura e, mesmo, muitas de suas poesias e de seus contos tiveram o seu nascedouro j na sua primeira infncia. Partindo deste pressuposto, quanto mais cedo criana tiver contatos com livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior a probabilidade de nela nascer de maneira espontnea, o amor aos livros. Desde muito cedo, a criana gosta de ouvir a histria de sua vida, a mais importante para ela. Da reunio de histrias do passado, a criana constri o quadro dela mesma no presente. A literatura importante para o desenvolvimento da criatividade e do emocional infantil. Quando as crianas ouvem histrias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que tm em relao ao mundo. As histrias trabalham problemas existenciais tpicos da infncia como medos, sentimentos de inveja, de carinho, curiosidade, dor, perda, alm de ensinar infinitos assuntos (CARUSO, 2003). atravs de uma histria que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra tica, outra tica... ficar sabendo histria, geografia, filosofia, direito, poltica, sociologia, antropologia, etc... sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Porque, se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer, e passa a ser didtica, que um outro departamento (no to preocupado em abrir todas as comportas da compreenso do mundo) (ABRAMOVICH, 2003). Da mesma forma, as histrias inventadas so importantes. A criana precisa saber de coisas que no fazem parte de sua experincia cotidiana. comum ela ter um amigo imaginrio ou atribuir qualidades humanas e sobrenaturais a um brinquedo ou a um animal. As conversas e as histrias desses personagens, unindo o real e o imaginrio, do aos pais muitas dicas sobre seus filhos, pois nessas horas que a criana deixa transparecer sentimentos como medo, a insegurana, o dio, o amor. Ler histrias para as crianas, sempre, sempre... suscitar o imaginrio, ter a curiosidade respondida em relao a tantas perguntas, e encontrar muitas ideias para solucionar questes - como os personagens fizeram... - estimular para desenhar, para musicar, para teatralizar, para brincar... Afinal, tudo pode nascer de um texto, o que afirma Abramovich (2003). A partir de histrias simples, a criana comea a reconhecer e interpretar sua experincia da vida real. Citamos, por exemplo, concreto: uma me ou um pai esto lendo um livro cativante quando a criana quer colo e aconchego. Eles tomam o beb no colo e continuam as leituras, mas deixam a criana participar... usam suas mozinhas para virar as pginas do livro. Aps algum tempo, a criana adormece nos braos do leitor. Mas continua a sentir a emoo da leitura. Isso acontece muito mais do que imaginamos e toda vez que isso acontece est sendo lanada uma preciosa semente de amor aos livros. em momentos como este, quando ouve a voz do pai ou da me, que a criana os observa de outra maneira que no a usual. Como explica Caruso (2003), no dia-a-dia os pais esto mais centrados em outras coisas e automatizados em educar o tempo todo. Na hora das histrias, a fantasia toma conta e acaba fazendo com que os pais representem outro papel, de quem tambm sabe brincar e participar daquele mundo de fantasia. CONSIDERAES FINAIS Redescobrir antigos valores importante para humanizar o mundo de nossos dias. O sbio rei Salomo de Israel, que viveu h mais de 2.900 anos, escreveu em Eclesiastes 3, 15: O que j foi, e o que h de ser tambm j foi; Deus far renovar-se o que se passou. O tema A magia de contar histrias fascinante e quem se ocupa com ele fica triste ao ver como essa magia est desaparecendo aos poucos. Mas ao mesmo tempo, o tema faz nascer a esperana de que o maravilhoso tempo em que a magia de contar histrias preenchia o dia-a-dia em nossos lares est voltando silenciosamente. Contudo, se a criana no l porque no lhe esto apontando caminhos para o desfrute de bons e belos textos... Que existem (tantos) e so fceis de achar... Literatura arte, literatura prazer... Alm do mais, acreditamos que o pblico infantil nunca vai deixar de se interessar por esses personagens e enredos, desde que os adultos se empenhem em melhorar sua capacidade como bons contadores de histrias Felizes so aqueles que tm sensibilidade para perceber que o futuro da humanidade depende da maneira como formamos e educamos as crianas que nos so confiadas.

ANEXO 2 - Projeto ou o relato de um projeto que contemple o contar histrias.Projeto: CONTAO DE HISTRIA COMO ESTMULO NA APRENDIZAGEM DA LEITURANAS SRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Resumo

O objetivo deste projeto teve como ponto central aprofundar discusses sobre a importncia da contao de histria como estmulo na aprendizagem da leitura nas sries iniciais do Ensino Fundamental, apontando para a necessidade de se recuperar a milenar arte de contar histrias. O referencial metodolgico ser a pesquisa bibliogrfica que possibilitar a observao dos aspectos tericos trazidos por esta literatura relacionados utilizao deste recurso pedaggico em sala de aula. Da problematizao do tema sobre como estimular o aluno a ler e ouvir histrias para possibilitar uma aprendizagem significativa levantou-se a hiptese de a contao de histria pode interferir positivamente na socializao das crianas. Dando a elas a compreenso das palavras abstratas e utilizando a motivao, o envolvimento nos smbolos contidos nas obras literrias e a imaginao no sentido de seduzir o ouvinte e convid-lo a se apaixonar pelo livro, pela histria, pela leitura para dessa maneira promover a aprendizagem. Este estudo est centrado no objetivo de utilizar-se da leitura, atravs da contao de histrias, como metodologia para o desenvolvimento dos sujeitos e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o contedo simblico das leituras trabalhadas. E est fundamentado nas questes da alegria de contar histrias e os requisitos necessrios para esta atividade; sobre como utilizar a metodologia de contar histria para desenvolver o gosto pela leitura e de como os recursos implcitos na contao de histria favorecem a aprendizagem. Por fim espera-se com esse projeto um melhor entendimento de como a criana reage ao receber os estmulos contidos na diversidade das histrias que ao serem contadas transportam os ouvintes para o mundo da imaginao.Resultados esperados

Pretende-se realizar o presente projeto partindo do pressuposto de que a ao de contar histrias deveria ser utilizada dentro do espao escolar, no somente com seu carter ldico, muitas vezes exercitado em momentos estanques da prtica, como hora do conto ou da leitura, mas deveria adentrar a sala de aula, como metodologia que enriquece a prtica docente, ao mesmo tempo em que promove conhecimentos e aprendizagens mltiplas.E mediante a hiptese levantada, espera-se que estimulando as crianas a imaginar, criar, envolver-se um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, por isso que de suma importncia o conto, acredita-se que a contao de histria pode interferir positivamente para a aprendizagem significativa, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura.ANEXO 3 - Indicao de recursos e materiais apropriados que auxiliem o professor a contar histriasO processo de estmulo e incentivo para se contar uma histria so inmeras, tudo que acontece ao redor da criana , para ela, muito importante e significativo, toda a histria deve ser apresentada com entusiasmo e paixo. Ao planejar o momento de contar histrias, determinados aspectos so fundamentais e devem ser analisados, muitas vezes, apesar do professor ter feito todo um preparo para esse momento, acontece dos alunos ficarem dispersos. Sendo assim, sugere-se que o professor busque a participao das crianas fazendo perguntas de forma que elas possam interagir com a histria que est sendo contada. recomendvel ser bastante criativo no uso de recursos materiais, mas variar de acordo com o contedo da histria a ser contada, o professor no preciso ser um artista basta buscar e criar materiais que esto a sua volta. Podemos mudar o ambiente, usar um avental de histria, confeccionar uma caixa de leitura, fazer flanelgrafo, fantoches, slides com figuras da histria que est sendo contada, a massa de modelar pode ser usada pelas crianas para confeccionar figuras da histria que acabaram de ouvir, livro de pano, uma variedade de recursos que est em nosso alcance e que vai sair da rotina e da mesmice que sempre a roda.O importante que nessa hora no haja pressa, contando ou lendo tudo de uma s vez. preciso respeitar as pausas, perguntas e comentrios naturais que a histria possa despertar, tanto em quem l quanto em quem ouve. fazer com que o aluno seja transportado do mundo real para o imaginrio, esse despertar que vai fazer com que a criana tome gosto da leitura. O professor deve transformar sua sala de aula em um ambiente estimulante e prazeroso, utilizando-se das mais variadas situaes, para que a criana possa manifestar livremente a compreenso e os questionamentos que faz a partir da leitura de textos literrios.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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COELHO, Nelly Novaes Literatura Infantil: teoria, anlise, didtica/ Nelly Novaes Coelho-1. Ed-So Paulo: Moderna, 2000.

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