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LEIA NO PANORAMA GERAL Estimativas antecipam boas produtividades para safra de grãos no RS LEIA NESTA EDIÇÃO Grãos 2016/17: Emater/RS-Ascar divulga 1ª estimativa da safra de verão N.º 1.413 1 de setembro de 2016 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Analises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. PANORAMA GERAL Estimativas antecipam boas produtividades para safra de grãos no RS Como já é tradicional, durante a Expointer a Emater/RS-Ascar divulga as estimativas da safra de grãos de verão 2016/2017, em tradicional café da manhã com a imprensa. Não diferente neste ano, o levantamento da área a ser plantada, as produtividades e a produção esperada dos principais grãos de verão (arroz, feijão 1ª safra, milho e soja), feito pela Gerência de Planejamento, foi apresentado na última terça-feira (30/08) e, com o apoio da Gerência de Comunicação, divulgados para a sociedade. Os números indicam uma tendência, cuja confirmação dependerá da tecnologia empregada durante o ciclo das culturas, do crédito disponível, da capitalização do produtor e das condições meteorológicas, já que a previsão para este ano é da ocorrência do fenômeno La Niña, com precipitações em volumes menores e frequência irregular. De acordo com o levantamento, feito na quase totalidade dos municípios produtores desses cereais no Estado, a área para a próxima safra será 1,66% maior do que o total semeado na safra passada, e vai chegar a 7,463 milhões de hectares. Em relação à produtividade esperada para a safra de verão gaúcha, os dados foram apurados a partir das tendências apresentadas pelas médias municipais ao longo dos últimos dez anos. Para as lavouras de arroz se espera uma produtividade média de 7.635kg/ha, valor 8,37% maior, em relação ao obtido no ano passado; no feijão o percentual deve ser 10,30% menor do que registrado na última safra, chegando a 1.337kg/ha; no milho a produtividade projetada, de 6.019kg/ha, também é menor do que a da safra 2015/2016, com variação negativa de 6,02%; e a soja é outro grão que deverá ter menos produtividade, já que o primeiro levantamento aponta 2.869 kg/ha, o que representa -3,46% em relação ao obtido no ano anterior. Com base nesses cálculos e com o otimismo de estarmos à frente de uma Instituição que orienta e acompanha as principais culturas produzidas em nosso Estado, anunciamos para o Rio Grande do Sul uma produção de 29.105.276 toneladas de grãos, volume 2,20% maior do que os 28.477.369 colhidos no ano que passou. Depois de sucessivos aumentos expressivos na área cultivada no RS, interessante destacar que a soja apresenta tendência de estabilidade. Para esta safra, o levantamento indica um aumento de apenas 0,90%, passando para 5,5 milhões de hectares. Ainda em relação à soja, destacamos que a maior área plantada segue sendo na região de Ijuí, com 908 mil ha. Já em termos relativos, o maior aumento foi verificado na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, que passará a cultivar 124 mil ha, 9% mais que a safra passada. Aliar produção e produtividade é um dos desafios enfrentados a cada ano pelo agricultor, que contribui com mais recursos financeiros para o Estado. Essas projeções, por exemplo, vão gerar para a economia do Estado algo em torno de R$ 30 bilhões. Essa boa safra de grãos no Rio Grande do Sul significa mais alimento nas mesas de todos nós e melhoria da renda e da qualidade de vida de quem produz, gerando alimentos e riqueza para toda a sociedade. Isso é reflexo do trabalho da Extensão Rural que a Emater/RS-Ascar presta, levando tecnologias e informações que auxiliam os nossos agricultores a produzirem mais e melhor. A todos, agricultores, Estado e extensionistas, uma boa safra! Clair Kuhn Presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar

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LEIA NO PANORAM A GERAL

Estimativas antecipam boas produtividades para safra de grãos no RS

LEIA NESTA EDIÇÃO

Grãos 2016/17: Emater/RS-Ascar divulga 1ª estimativa da safra de verão

N.º 1.413

1 de setembro de 2016

Aqui você encontra:

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando

você na tomada de decisões.

PANORAM A GERAL

Estimativas antecipam boas produtividades para safra de grãos no RS

Como já é tradicional, durante a Expointer a Emater/RS-Ascar divulga as estimativas da safra de grãos de verão 2016/2017, em tradicional café da manhã com a imprensa. Não diferente neste ano, o levantamento da área a ser plantada, as produtividades e a produção esperada dos principais grãos de verão (arroz, feijão 1ª safra, milho e soja), feito pela Gerência de Planejamento, foi apresentado na última terça-feira (30/08) e, com o apoio da Gerência de Comunicação, divulgados para a sociedade. Os números indicam uma tendência, cuja confirmação dependerá da tecnologia empregada durante o ciclo das culturas, do crédito disponível, da capitalização do produtor e das condições meteorológicas, já que a previsão para este ano é da ocorrência do fenômeno La Niña, com precipitações em volumes menores e frequência irregular. De acordo com o levantamento, feito na quase totalidade dos municípios produtores desses cereais no Estado, a área para a próxima safra será 1,66% maior do que o total semeado na safra passada, e vai chegar a 7,463 milhões de hectares. Em relação à produtividade esperada para a safra de verão gaúcha, os dados foram apurados a partir das tendências apresentadas pelas médias municipais ao longo dos últimos dez anos. Para as lavouras de arroz se espera uma produtividade média de 7.635kg/ha, valor 8,37% maior, em relação ao obtido no ano passado; no feijão o percentual deve ser 10,30% menor do que registrado na última safra, chegando a 1.337kg/ha; no milho a produtividade projetada, de 6.019kg/ha, também é menor do que a da safra 2015/2016, com variação negativa de 6,02%; e a soja é outro grão que deverá ter menos produtividade, já que o primeiro levantamento aponta 2.869 kg/ha, o que representa -3,46% em relação ao obtido no ano anterior. Com base nesses cálculos e com o otimismo de estarmos à frente de uma Instituição que orienta e acompanha as principais culturas produzidas em nosso Estado, anunciamos para o Rio Grande do Sul uma produção de 29.105.276 toneladas de grãos, volume 2,20% maior do que os 28.477.369 colhidos no ano que passou. Depois de sucessivos aumentos expressivos na área cultivada no RS, interessante destacar que a soja apresenta tendência de estabilidade. Para esta safra, o levantamento indica um aumento de apenas 0,90%, passando para 5,5 milhões de hectares. Ainda em relação à soja, destacamos que a maior área plantada segue sendo na região de Ijuí, com 908 mil ha. Já em termos relativos, o maior aumento foi verificado na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, que passará a cultivar 124 mil ha, 9% mais que a safra passada. Aliar produção e produtividade é um dos desafios enfrentados a cada ano pelo agricultor, que contribui com mais recursos financeiros para o Estado. Essas projeções, por exemplo, vão gerar para a economia do Estado algo em torno de R$ 30 bilhões. Essa boa safra de grãos no Rio Grande do Sul significa mais alimento nas mesas de todos nós e melhoria da renda e da qualidade de vida de quem produz, gerando alimentos e riqueza para toda a sociedade. Isso é reflexo do trabalho da Extensão Rural que a Emater/RS-Ascar presta, levando tecnologias e informações que auxiliam os nossos agricultores a produzirem mais e melhor. A todos, agricultores, Estado e extensionistas, uma boa safra!

Clair Kuhn Presidente da Emater/RS

e superintendente geral da Ascar

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Recadastro vitícola deve ser realizado até outubro

Viticultores do RS devem informar os dados da produção via internet ou em entidades como sindicatos e Emater, no prazo estipulado, ou poderão ser autuados. Os produtores têm até o mês de outubro para fazer o seu recadastramento. Realizado anualmente, o preenchimento dos dados do Cadastro Vitícola é obrigatório para todos os produtores de uva gaúchos. A atualização dos dados pode ser feita via internet, solicitando uma senha por e-mail para [email protected], ou em entidades parceiras, como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicatos Patronais, Emater, entre outras. Para o recadastro, assim como nos anos anteriores, são necessários os seguintes dados: CPF, inscrição estadual de todos os compradores de uva da propriedade e o formulário dos parreirais, que foi repassado ao produtor em 2015, para ser preenchido durante a colheita, com as informações de produção de uva de cada vinhedo. Nenhuma empresa produtora de vinhos e derivados da uva do Rio Grande do Sul poderá comprar matéria-prima de produtores que não declararam a safra do ano anterior da colheita. Assim, para vender a produção em 2017, o viticultor deverá ter prestado as informações da safra de 2016. Apesar dessa obrigatoriedade, cerca de 1.600 produtores não se recadastraram em 2015, o equivalente a mais de 10% das propriedades vitícolas do Estado. Nesse universo há produtores que deixaram de produzir, mas também há produtores que venderam uvas para processamento na safra de 2016. Tanto os viticultores quanto as empresas compradoras poderão ser autuados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou pela Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul. Aos viticultores que pararam de produzir, recomenda-se que desativem o cadastro comparecendo aos locais de recadastramento ou solicitando a baixa por e-mail ([email protected]). O cadastro vitícola é importante para a fiscalização, políticas públicas e desenvolvimento da vitivinicultura. Seu benefício cresce à medida em que todos prestem as informações corretas. Após prestar as informações, o produtor receberá o comprovante do recadastramento, útil para diversas finalidades, e um formulário com detalhamento dos parreirais, para ser preenchido na próxima colheita. Para mais detalhes, o usuário pode acessar o manual

do cadastro vitícola e o manual de utilização de polígonos, disponíveis em: http://cadastro.cnpuv.embrapa.br ou ligar para (54) 3455-8076. O Cadastro Vitícola, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, é um instrumento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que envolve a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI), o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), entidades de classe, Emater-RS e produtores de uva. Fonte: Embrapa

Turismo rural

O Turismo Rural é também entendido como um “conjunto das atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade” (BRASIL - MINISTÉRIO DO TURISMO, s/d.). Nesse sentido, o objetivo da Emater-RS/Ascar é incentivar o desenvolvimento da atividade turística sob a ótica de um turismo responsável, de forma a valorizar aspectos culturais e promover a integração dos meios rural e urbano, contribuindo para a consolidação da atividade como fonte de emprego e renda às famílias rurais, em especial para aquelas em situação de vulnerabilidade social. Para tanto, considera-se a transversalidade, principalmente com as áreas do artesanato, da gastronomia, da agroindústria e da gestão ambiental, assim como as particularidades e demandas locais. Como uma de suas finalidades principais, o exercício da Emater-RS/Ascar no Turismo Rural prevê a participação da comunidade nas instâncias de gestão e na construção de políticas públicas para o Turismo, ou seja, visa-se a consolidação do Turismo de Base Comunitária. A atuação se dá através das seguintes ações: interiorização da atividade turística; suporte necessário para que o público atendido desenvolva a atividade de forma legal, segura e sustentável; qualificação dos produtos associados ao turismo; práticas de capacitação em hospitalidade e atendimento ao turista; promoção da melhoria da infraestrutura e embelezamento das propriedades e arredores; boas práticas na manipulação e produção de alimentos; composição de instâncias locais de gestão e incentivo à participação dos agricultores nesses grupos. Apoia também a criação, qualificação, promoção e comercialização de rotas e roteiros turísticos. Fonte: Emater-RS

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CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 26/8/2016 A 01/9/2016

No período de 26 de agosto a 1º de setembro de 2016 novamente ocorreram chuvas significativas na maior parte do Estado. Entre a sexta-feira (26/8) e o domingo (28/8), o predomínio de mais forte massa de ar quente e úmido manteve as temperaturas elevadas, com valores acima de 30°C na maioria das áreas do RS, e somente na Zona Sul e na Campanha, a aproximação de uma frente fia provocou instabilidade e pancadas de chuva. A partir a segunda-feira (29/8), a propagação da frente fria provocou chuva em todo Estado, com temporais isolados e volumes acumulados muito significativos, principalmente na Zona Sul e nas Missões. Somente na quinta-feira (1º/9), o ingresso de uma massa de ar seco afastou a instabilidade em todas as regiões. Os totais registrados no período oscilaram entre 10 e 35 mm na Região Metropolitana, Serra do Nordeste e no Planalto. No restante do RS, os totais acumulados superaram os 50 mm na maioria das localidades, e oscilaram acima de 80 mm em diversas áreas. Nas estações do INMET, os volumes mais significativos ocorreram em Bagé e Cruz Alta (73 mm), Uruguaiana (78 mm), São Luiz Gonzaga (81 mm), Caçapava do Sul (83 mm), Encruzilhada do Sul (89 mm), Pelotas (92 mm), Santa Rosa (107 mm) e Canguçu (108 mm). A temperatura mínima foi registrada em Serafina Corrêa (8,0 °C) e a máxima ocorreu em São Borja (34,1 °C), ambas observadas no dia 26/8.

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA SEMANA DE 02/9/2016 A 08/9/2016

A semana compreendida de 02 a 08 de setembro novamente deverá apresentar chuva significativa sobre a maior parte do RS. Na sexta-feira (2/8), o ingresso de ar quente manterá a gradativa elevação das temperaturas em todo Estado. Entre o sábado (03/9) e a terça-feira (6/9), a propagação de uma área de baixa pressão e, posteriormente, de uma frente fria provocarão chuva sobre a maior parte do Estado, principalmente na Metade Norte, com possibilidade de temporais isolados, associados com fortes rajadas de vento e eventual queda de granizo. A partir do feriado do dia 7/9 (quarta-feira) o ingresso de uma nova massa de ar frio e seco afastará as instabilidades e provocará ligeiro declínio da temperatura. Os totais esperados no período oscilarão entre 20 e 50 mm na Metade Sul. No restante do Estado os valores serão superiores a 70 mm e poderão alcançar 100 mm em algumas localidades do Litoral Norte, Serra do Nordeste, Planalto e Alto Uruguai. Fonte: CEMETRS-INMET/FEPAGRO

GRÃOS Grãos de verão – Safra 2015/2016 Estimativas

Iniciais de Área e Produção ÁREA A Emater/RS-Ascar, sob a coordenação da Gerência de Planejamento, elaborou o Primeiro Levantamento sobre Intenção de Plantio da Safra de Verão 2016/2017, finalizado entre 22 a 26 de agosto de 2016.

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Ao serem comparados com o semeado no ano anterior, os números obtidos indicam que o Estado deverá ter pouca variação em relação à área a ser plantada com as principais culturas de verão (arroz, feijão 1ª safra, milho e soja). A variação identificada pelo levantamento foi de apenas +1,66%. Ao se considerar o total semeado com essas culturas, a área cultivada no Estado chega a 7,463 milhões de hectares. Analisando as culturas individualmente, identificou-se uma variação de +0,64% na área do arroz, -1,39% na área do feijão 1ª safra, +8,93% na área do milho e +0,90% para a área da soja. Nesse sentido os números desse Primeiro Levantamento não mostram surpresas, uma vez que essas variações eram esperadas face à atual conjuntura. A se confirmarem esses números, a safra deste ano dos principais grãos de verão ficará assim distribuída: Safra 2016-2017

Cultura 2015/2016 Variação (%) 2016/2017

Arroz 1.087.311 0,64 1.094.272

Feijão 1ª 40.441 -1,39 39.880

Milho 739.610 8,93 805.646

Soja 5.474.084 0,90 5.523.573

Total 7.341.446 1,66 7.463.371

ÁREA PLANTADA (ha)

Fonte: EMATER/RS-ASCAR/Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises.

PRODUÇÃO No tocante à produção e baseando-se em rendimentos iniciais, obtidos a partir da tendência apresentada pelos rendimentos médios municipais nos últimos dez anos, o Estado poderá alcançar os seguintes volumes de produção: Safra 2016-2017

Cultura Toneladas

Arroz 8.354.275

Feijão 1ª safra 53.301

Milho 4.849.472

Soja 15.848.228

Total RS 29.105.276 Fonte: EMATER/RS-ASCAR/Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises.

Na comparação com a safra passada, o levantamento indica as seguintes variações percentuais:

Cultura 2015/2016 Variação (%) 2016/2017

Arroz 7.504.104 11,33 8.354.275

Feijão 1ª 59.603 -10,57 53.301

Milho 4.723.828 2,66 4.849.472

Soja 16.189.834 -2,11 15.848.228

Total 28.477.369 2,20 29.105.276

PRODUÇÃO (t)

Fonte: EMATER/RS-ASCAR/Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises.

Mais do que números definitivos, o Primeiro Levantamento indica uma tendência quanto ao comportamento do produtor em relação à área a ser cultivada com esses cereais na safra de 2016/2017. A confirmação ou não desses números dependerá basicamente do comportamento das condições meteorológicas e da tecnologia empregada durante o ciclo das culturas.

Culturas de inverno Trigo – A maioria das lavouras apresenta boas condições sanitárias; associado às condições climáticas favoráveis ocorridas nos últimos períodos, isso está criando uma boa expectativa quanto à produtividade a ser obtida. Na semana que passou foram intensas as atividades de aplicação de fungicidas, visando à prevenção e ao controle de doenças na parte aérea da cultura, especialmente em relação à giberela. Esta prática deverá ter continuidade nas próximas semanas, se o clima permitir. De maneira geral a cultura se apresenta com um percentual elevado de lavouras em desenvolvimento vegetativo (78%). Porém, a partir de agora deverá aumentar de forma expressiva o percentual de lavouras em fase de floração e formação de grão, período esse muito suscetível às baixas temperaturas e, principalmente, às geadas. Cevada - A cultura se mantém em fase de formação de espigas, com boa sanidade; beneficiada pelas condições climáticas (tempo seco com baixas temperaturas noturnas). Os agricultores estão aplicando nitrogênio em cobertura e fungicida protetor contra a giberela e septória. O temor dos produtores é a ocorrência de geada em meados de setembro, o que será fatal para a cultura.

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Preço balcão na região do Planalto: R$ 41,00/sc. (classe 1).

Canola - A cultura se mantém nas fases de floração e formação das síliquas, com boa estatura e sanidade de plantas e com bom potencial de produção. Os agricultores estão realizando aplicação de fungicida e inseticida, visando proteger as folhas e as síliquas. A colheita está projetada para iniciar na primeira quinzena de outubro, liberando a área para o cultivo das culturas de verão. Preço de referência: R$ 71,00/sc.

HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais No Litoral Norte, a produção certificada como orgânica está se expandindo. O mercado de entrega direta (“cestas”) e as feiras estão demandando mais produtos e exigindo dos produtores a solução de dificuldades na produção e logística de entrega. Os produtores e consumidores estão envolvidos no debate sobre a questão do abastecimento local em contraponto ao fornecimento de mercados maiores como a região Metropolitana. No município de Osório, estão sendo realizadas reuniões entre produtores e consumidores para construir uma proposta de trabalho. Os produtores do Litoral Norte que cultivam no sistema protegido estão produzindo e comercializando dentro da normalidade: tempero verde, rúcula, alface, pimentão, tomate longa vida e tomate tipo cereja. No momento a região encontra dificuldade de comercializar brócolis, pois há muita oferta do produto devido às temperaturas acima dos 24ºC ocorridas nos últimos dias pela parte da tarde, condição que antecipou o ponto de colheita. Porém, há falta de couve-flor para oferta; isto ocorreu pela preferência do produtor em plantar brócolis, brássica que tinha um maior preço na época. As lavouras de alface e outras folhosas também estão sendo colhidas. Os produtores de tomate e pimentão a campo iniciaram o preparo de solo e alguns já efetuaram a adubação de base para a nova safra. Em Três Forquilhas, a previsão de plantio para esta safra é de 15 hectares de tomate estaqueado a campo aberto.

Frutícolas

Citros - No Nordeste do Estado, no entorno de Maximiliano de Almeida, se encontram em início de floração os pomares implantados de laranjas, nos quais se esperava uma diminuição da floração devido à boa safra deste ano; porém, o que se nota é uma floração dentro da normalidade, o que indica, muito provavelmente, uma boa safra para o ano que vem, se não ocorrerem geadas tardias. Ainda há um pouco de laranja de umbigo Monte Parnaso e laranja do Céu, mas a safra está praticamente encerrada. O frio que ocorreu há 15 dias não causou danos aos pomares, por estarem próximos ao rio Uruguai, onde normalmente as temperaturas são mais elevadas e os pomares são protegidos pela cerração ao amanhecer. Os preços praticados na semana passada foram os seguintes:

Laranja mercado (Valência) - R$ 10,00/cx.

Laranja Umbigo (Monte Parnaso) - R$

15,00/cx.

Laranja do céu – R$ 12,00/cx.

Laranja indústria - R$ 300,00/t

A bergamota variedade Montenegrina está com sua qualidade muito boa. O tempo frio ocorrido no último período não causou problemas à qualidade dos frutos até o momento. O preço da bergamota Montenegrina se manteve estável na semana que passou.

Bergamota Montenegrina - R$ 13,00/cx.

No Médio Alto Uruguai, no município de Alpestre e seu entorno, a comercialização da bergamota Montenegrina é negociada na média de R$ 15,00/cx. As laranjas destinadas à elaboração de suco têm preços de R$ 0,30/kg e para mesa entre R$ 0,40 e R$ 0,45/kg. Em Liberato Salzano, na região do Rio da Várzea, a indústria local está adquirindo laranjas ao preço de R$ 0,34/kg, colocadas na indústria; a de mesa é comercializada a R$ 0,45/kg; as demais, R$ 0,30/kg. As frutas apresentam muito boa qualidade. Uva – Também na região Nordeste, os municípios de David Canabarro, São José do Ouro e Barracão já iniciaram a poda dos pomares de videiras, embora haja riscos de geadas tardias. Há uma expectativa de uma boa safra este ano, porque o frio severo favorece a próxima brotação.

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Morango – Na região Serrana, começa a intensificar a colheita das frutas, tanto dos pomares implantados nessa safra quanto nos morangueiros de dois anos. Estes últimos são essencialmente constituídos por variedades de dias neutros, materiais pouco suscetíveis à variação do comprimento do dia – horas de luz e às altas temperaturas. As cultivares predominantes são Albion e San Andreas. Nos meses mais quentes – dezembro a fevereiro, essas plantas são submetidas à poda drástica de renovação, retirando-se quase o total das folhas adultas e velhas. O morangueiro responde com a emissão de novos brotos e inflorescências – conjunto de flores. Aliás, a primeira florada, da qual vêm sendo colhidos os primeiros frutos, é de uma intensidade raramente vista, impressionando até mesmo os produtores e extensionistas mais experientes. De modo geral, pomares apresentam muito boa sanidade e em desenvolvimento vegetativo. Em alguns casos, há perdas de mudas implantadas nesse inverno, por questões de fitossanidade. Vem aumentando o número de produtores e de áreas organicamente cultivadas. Os preços junto à propriedade apresentam diferenças bem marcantes, dependendo da microrregião em que são produzidos/comercializados.

Em Gramado e Guaporé, preços entre RS

12,00 e R$ 15,0/kg.

Em regiões mais tradicionais e com maior

oferta, como Vacaria, Caxias do Sul e

Feliz, a cotação é entre R$ 8,00 e R$

12,00/kg, com tendência de continuar

baixando, face ao acréscimo da oferta.

Na região Sul, o morango se encontra nos estágios de plena floração e frutificação. Com a ocorrência de temperaturas mais amenas durante o dia, os morangueiros em geral – em ambiente protegido e em canteiros sem proteção, tiveram um ótimo desenvolvimento tanto vegetativo como em quantidade de flores e pagamento de frutos. Início de maior oferta de morango no mercado, todo advindo de cultivo protegido. Em Pelotas, produtores vendem morango a preços que variam de R$ 10,00 a R$ 15,00/kg. Outros dez produtores entraram na produção de morango semi-hidropônico nesta safra. Em Arroio do Padre, o preço do morango ao consumidor local está entre R$ 10,00 e R$ 11,00/kg. Muitos relatos de doença antracnose na região de Pelotas.

Olerícolas Alho – O clima com predomínio de frio – até mesmo com formações de geadas nos dois terços iniciais do período, intensa insolação e chuvas periódicas – vem contribuindo bastante para o desenvolvimento e a manutenção da sanidade das lavouras implantadas da região da Serra. Lavouras com materiais precoces e implantadas cedo – março-abril, já evidenciam a presença de bulbilhos (dentes) e formação do bulbo, a popular cabeça. Momento de adubações de cobertura, controle de ervas espontâneas e tratamentos fitossanitários para manutenção da sanidade das plantas. Em algumas lavouras, surgem os primeiros focos de ferrugem, fitopatia que tende a ser mais agressiva com o incremento da temperatura. Embora as consideráveis chuvas de uma semana atrás, as condições climáticas e o crescimento das plantas foram propícios para a alta evapotranspiração, requerendo atenção dos alhicultores na suplementação de água, porém, amenizada com o retorno das chuvas nessa segunda-feira, 29/08. Na região Nordeste, em Ibiraiaras, a situação é normal. O alho está em fase de desenvolvimento vegetativo, dentro da normalidade, e o clima não está prejudicando o desenvolvimento da cultura. Os produtores estão realizando práticas de adubação de cobertura, controle de invasoras e tratamentos fitossanitários preventivos. Batata-doce - Nos municípios de Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro e Sertão Santana, na região Centro-Sul, o período é de colheita e comercialização da safra 2015/16. A área cultivada atualmente nessa região é de aproximadamente 500 hectares, com perspectiva de aumento, com tendência no próximo ano de chegar aos 600 hectares. Estão envolvidas nesta atividade mais de 60 famílias. Da área plantada já foram colhidos e comercializados 56% da produção. Com a aproximação do período de plantio, se intensificam o preparo de solo e a aquisição de insumos. Neste ano, devido ao inverno bastante rigoroso, os produtores estão com certa dificuldade na aquisição de mudas, pois as fortes geadas danificaram as ramas de batata-doce reservadas para o preparo de mudas. As lavouras estão produzindo em média 14 t/ha, com produto de boa qualidade. Os preços se mantiveram em alta ao longo da semana. A batata-doce de cascas branca e roxa está sendo negociada na lavoura a R$ 20,00/cx.; porém, a batata-doce de casca rosa recebe um preço

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diferenciado, de R$ 25,00/cx. de 20 quilos. Essa produção é comercializada na Ceasa, nas redes de supermercados, minimercados, fruteiras da região e no programa de alimentação escolar da região.

Comercialização de Hortigranjeiros

Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da CEASA/RS, entre o período de 23/08/2016 a 30/08/2016, tivemos 23 produtos estáveis em preços, 04 em alta e 08 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Um produto destacou-se em alta: Brócolis – De R$ 1,00 para R$ 1,25 / cabeça (+ 25,00%). Observou-se nesta oportunidade uma pequena elevação na intenção de compra desta hortaliça-flor, o que a nível de mercado se chama de mercado comprador. Tal aquecimento na procura, embora pequeno foi incentivado pelo inicio do período de recebimento dos salários dos consumidores. Por outro lado ocorreu uma pequena melhoria na oferta do produto. Lembramos que as cotações estavam muito baixas e o contraste entre estes dois fatores definiu uma pequena alteração positiva nos preços de atacado do produto. Quanto à formação dos preços de atacado nesta terça-feira, o preço mais comum se estabeleceu em R$1,25/cabeça, enquanto a media por dia forte ocorrida nos últimos três anos para agosto foi de R$1,64/cabeça. Nenhum produto destacou-se em baixa.

OUTRAS CULTURAS Erva-mate - A cultura está em período de maturação de folhas no Vale do Taquari. Preços praticados

o Erva-mate convencional – entre R$ 8,00 e R$ 13,00/arroba;

o Nativa – entre R$ 11,00 e R$ 13,00/arroba;

o Nativa sombreada - R$ 13,50/arroba; o Orgânica – entre R$ 15,00 e R$

18,00/arroba. A tendência nos preços é pela estabilidade, principalmente para os produtores que estão

cadastrados nas agroindústrias. Ervateira da região está adquirindo erva em folha, escoando assim boa parte da produção para a qual havia dificuldade de negociação. A falta de mão de obra familiar para colheita leva à necessidade de tarefeiros, aumentando assim o custo de produção. Movimento sindical está se organizando em busca de melhoria nos preços de comercialização.

Fumo - Na região da Fronteira Noroeste Colonial, está praticamente concluída a implantação das mudas, chegando praticamente aos 100% transplantados, com relatos de plantio seguido de irrigação, uma vez que as mudas já haviam passado do ponto, e as chuvas, especialmente na primeira quinzena de agosto, foram escassas. Há perspectiva de ampliação de área cultivada nas propriedades já tradicionais no cultivo. Está iniciando a aplicação de adubação nitrogenada nas primeiras áreas implantadas.

CRIAÇÕES

Bovinocultura de corte - A condição corporal dos rebanhos é bastante variável de acordo com a região do Estado. Na região da Serra, aqueles animais submetidos somente ao pastoreio em campos nativos apresentam condições corporais de médias para ruins. Constatamos que existem muitos bovinos fracos, debilitados, o que os expõe às doenças. Os animais alimentados em pastagens cultivadas ou em campos nativos melhorados se encontram em melhores condições corporais. Na região de Santa Maria, as condições climáticas favoráveis da última quinzena contribuíram para o pleno desenvolvimento do campo nativo e das pastagens de aveia e azevém, pois tivemos a volta mais regular das chuvas, mantendo satisfatoriamente as condições de umidade do solo. Aliado a esta umidade tivemos sequência de dias abertos com predomínio do sol e boa luminosidade. Este conjunto de fatores propiciou uma boa taxa de crescimento das pastagens com uma pertinente produção de pasto verde de boa qualidade para o rebanho. Começa a ocorrer a brotação mais significativa nas pastagens perenes de verão, como nos tiftons e nas braquiárias. Na região Sul as pastagens de inverno vêm se recuperando em função da umidade, de temperaturas mais elevadas, além da luminosidade, propiciando assim um bom engorde ao gado das pastagens de inverno, o que permite iniciar a saída das primeiras cargas de animais para o abate. O gado geral mantido em campo

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nativo começa a apresentar ligeira recuperação do estado de condição corporal (ECC). Período de manejo pré-parto do gado de cria e início do nascimento dos terneiros em algumas propriedades.

Comercialização: continua estável em relação à semana anterior. Na região de Bagé, em algumas regiões o gado

magro de reposição apresenta preços estáveis e demanda retraída, provavelmente pelo baixo desempenho em grande parte das pastagens de inverno. Alguns compradores de gado gordo destacam a baixa oferta, em função de algumas pastagens que não estão dando condições para o acabamento dos animais. Preços praticados à vista: boi gordo entre R$ 4,70 e R$ 5,80/kg vivo; vaca gorda entre R$ 4,20 e R$ 4,90/kg vivo; terneiro entre R$ 4,40 e R$ 6,30/kg vivo; vaca de invernar entre R$ 3,30 e R$ 4,74/kg vivo; novilho de invernar entre R$ 4,80 e R$ 5,40/kg vivo. Na região de Caxias do Sul, os preços dos bovinos e a comercialização continuam estáveis: boi gordo R$ 5,00/kg vivo, vaca gorda R$ 4,50/kg vivo, terneiro R$ 1.000,00/cabeça. Na região de Passo Fundo, a oferta de boi gordo deve ser ampliada em curto espaço de tempo, em função do plantio das lavouras de verão, com reflexos no preço ofertado ao produtor. Preços praticados para boi gordo entre R$ 5,00 e R$ 5,50/kg vivo, novilho para engorda entre R$ 5,00 e R$ 5,30/kg vivo, vaca descarte entre R$ 3,73 e R$ 4,63/kg vivo. Na região de Pelotas, produtores relatam dificuldade de comercialização de animais, devido ao atual momento econômico e à falta de melhores pastagens nas propriedades dos compradores. Aumenta a oferta de bovinos para a venda, com a desocupação das áreas destinadas ao cultivo da soja; porém a demanda e o preço caíram, principalmente do gado gordo. Preços pagos aos agricultores e pecuaristas: boi gordo entre R$ 4,80 e R$ 5,10/kg vivo, vaca gorda entre R$ 4,30 e R$ 4,60/kg vivo e terneiro entre R$ 5,30 e R$ 6,00/kg vivo. Na região de Santa Maria, mercado sem alteração, pois está havendo uma grande oferta de gado gordo das restevas de lavoura de grãos de verão, com retração de abate pelos frigoríficos e consequente queda nos preços praticados nas principais praças. Em São Francisco de Assis, oferta de gado magro para reposição, principalmente terneiros, e com preços muito aquém dos praticados nas feiras oficiais.

Na região de Santa Rosa, o cenário do gado de corte continua estável, com comercialização em baixa; compradores solicitam até 90 dias para efetuar os pagamentos, e criadores estão temerosos quanto à venda do produto. Também há sobra de terneiros que não foram comercializados em tempo normal; caso esta comercialização não ocorra até outubro, época da retirada dos animais das pastagens, passarão por manejo da castração e deverão retornar ao campo nativo, aguardando nova janela de comercialização por ocasião de algumas pastagens de verão e semiconfinamento, manejo realizado por pecuaristas mais especializados, ou então serão comercializados para o inverno de 2017, concorrendo em alimento durante todo o verão com os animais destinados à reprodução. Este fato pode se agravar caso ocorra período de estiagem e diminua a oferta de forragens durante os meses de verão. Preços praticados: terneiro entre R$ 900,00 e R$ 1.000,00/cabeça, boi gordo entre R$ 5,00 e R$ 5,10/kg vivo, vaca gorda a R$ 4,60/kg vivo e vaca magra entre R$ 1.500,00 e R$ 1.600,00/cabeça. Na região de Soledade, a oferta para o abate de boi gordo ainda é reduzida, mas tende a estabilizar-se no próximo mês. Preços médios praticados: boi gordo R$ 5,10/kg vivo e vaca gorda R$ 4,58/kg vivo. Bovinocultura de leite - As pastagens de inverno, especialmente o azevém, recuperaram o crescimento e rebrote, principalmente após a adubação nitrogenada em cobertura. A oferta de pasto tornou-se mais consistente, favorecendo o pastoreio, reduzindo a necessidade de ração e aumentando a produção. Na direção contrária, as aveias já começam a reduzir a oferta e perdem qualidade, em função da proximidade do término do ciclo da cultura; alguns produtores estão fazendo silagem de aveia. Tiveram melhor aproveitamento as áreas utilizadas com pastoreio rotativo e, mesmo assim, os produtores têm mantido a oferta de silagem de que ainda dispõem para as vacas em lactação. As áreas de pastagens perenes de verão como tifton, braquiária, capim-elefante, entre outras, já apresentam bom rebrote inicial, podendo ofertar forragem a partir do final de agosto, favorecendo a produção de leite que se apresenta com pico de produção nesta época de inverno. Porém com a ocorrência da geada do começo da semana passada, ocorrerá um retardamento da retomada desse crescimento. Alguns produtores realizaram adubação de cobertura para maximizar o

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desenvolvimento das pastagens perenes de verão. Para alimentar os animais, além das pastagens, os produtores estão utilizando alimentos conservados para complementação alimentar do rebanho, como feno, silagem e ração. Na região Sul, dificuldade de encontrar matéria-prima como farelo de soja, arroz, trigo e milho para confeccionar as rações. O frio mais tardio retarda o plantio do milho para silagem, uma vez que as temperaturas do solo ainda estão baixas e desfavoráveis para a germinação. Mas o rigor deste inverno mais uma vez reforça a necessidade imperiosa de os nossos produtores de leite terem um bom e eficiente planejamento alimentar. Necessitam de pastagens perenes de verão, pastagens cultivadas de inverno e um manejo racional destas pastagens, permitindo assim o desenvolvimento adequado das mesmas e que as vacas tenham disponível sempre um pasto da melhor qualidade possível. Além disto é fundamental a reserva alimentar, como feno e/ou silagem, principalmente para os períodos de pouca oferta de pastagens. O rebanho leiteiro neste período apresentou bom estado sanitário e nutricional. Comercialização: de acordo com dados da Scot Consultoria, o custo de produção da pecuária leiteira voltou a subir na parcial do mês de agosto. A alta foi de 1,1% na comparação com o mesmo período no mês de julho e está atrelada a custos logísticos e de insumos. No período avaliado, o preço do combustível subiu 3%, os alimentos concentrados proteicos subiram 0,7%; e os defensivos agrícolas 0,4%. Em um ano, o custo de produção acumula alta de 24,4%. (Fonte: Scot Consultoria). Na região de Caxias do Sul, o custo da ração está bastante elevado devido aos altos preços de seus componentes. O preço do leite tem compensado devido ao aumento verificado. O preço médio do leite pago ao produtor varia bastante na região: de R$ 1,40 a R$ 1,77/L, dependendo de bônus por qualidade e quantidade. Na região de Erechim, os preços do litro de leite variaram de R$ 1,12 a R$ 1,67/L, com média de R$ 1,22/L. Na região de Passo Fundo, os preços pagos ao produtor mantiveram se estáveis na semana, com valor de R$ 1,30 a R$ 1,64/L, de acordo com a qualidade e quantidade disponível na propriedade. A ração utilizada para os animais em lactação, com 18%

de proteína bruta, está sendo comercializada com preço entre R$ 1,30 e R$ 1,53/kg. Na região de Pelotas, os preços do litro do leite pagos aos produtores tiveram reajustes, reanimando o setor devido às expectativas de valorização, principalmente para os produtores que têm produto de qualidade e em maiores quantidades. Já em Morro Redondo novas empresas entram na região para compra do leite e alguns agricultores optam por mudança ao destinar a venda do produto. Com relação aos preços pagos aos produtores, estão variando na região entre R$ 0,90 a R$ 1,70/L. Na região de Santa Maria, o preço praticado na região continua em alta esta semana e indica R$ 1,32/L como valor médio pago aos produtores. Este valor reflete o resultado do outono/inverno rigoroso, com a diminuição da produção e o aumento do custo da mesma – em função da necessidade de maior frequência na suplementação alimentar – pois as rações estão com os preços majorados em função dos preços altos do milho e da soja. Na região de Santa Rosa, as informações são de que novamente houve aumento no valor pago ao litro de leito ao produtor; o menor valor está em torno de R$ 1,20/L quando a produção mensal é abaixo de cinco mil litros; quando acima, varia de acordo com a quantidade, atingindo um valor de até R$ 1,90/L em caso de produtores com mais de 20 mil litros no mês e padrão de qualidade em células somáticas e bacterianas. Na região de Soledade, com uma melhor oferta de pastagem, há tendência de se estabilizar a oferta do produto; preços entre R$ 0,70 e 1,55/L e preço médio de R$ 1,23/L. Ovinocultura - O rebanho ovino das diversas regiões produtoras de carne e lã do Estado continua apresentando boas condições nutricionais e sanitárias. O rebanho está em fase final de parição com índices de natalidade satisfatórios. No entanto, os criadores estão preocupados e cuidando de casos de parasitas, especialmente verminose e doenças do casco, em virtude das condições climáticas com elevação das temperaturas e umidade que favorecem a disseminação dessas doenças. Com as condições climáticas favoráveis das últimas semanas, os campos nativos apresentaram bom rebrote, melhorando a condição corporal das ovelhas e sua produção de leite para amamentar os cordeiros recém-nascidos. No entanto há registro de abandono de cordeiros pelas mães devido à baixa condição

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nutricional. Há relatos de perdas por predadores, especialmente javalis, zorros e cães. Mas a mortalidade encontra-se dentro do esperado para a época do ano nesta região. Os produtores mais cuidadosos como rebanho, já estão com seu rebanho parindo em pastagens de azevém e aveia. Continuam as atividades de assinalação, descola e castração dos cordeiros. Os produtores são orientados quanto ao controle de vermes e também de clostridiose. Em Arroio Grande, reuniões são mobilizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais junto a produtores e Brigada Militar para combater o abigeato no meio rural, pois o clima de insegurança já vem de muito tempo assolando os pecuaristas do município, principalmente a impunidade dos envolvidos. Pecuaristas começam a negociar com os tosadores para a esquila dos ovinos antes da chegada do verão. Comercialização A Cooperativa de lãs do município de Jaguarão e outros comerciantes regionais continuam recebendo lã, na maioria com procedência da esquila pré-parto e descole. Porém o mercado da lã está com pouco movimento e preços em queda. A demanda de cordeiros para abate é estável, mas ainda há pouca oferta de animais terminados, e o preço também permaneceu estável no período. Borregos nascidos no cedo se desenvolvem normalmente, devendo estar aptos para a venda já no início de dezembro. Na região de Santa Rosa, diante dos bons preços pagos para a carne ovina e lã nos últimos anos, alguns produtores se manifestam favoráveis à possibilidade de melhorar o rebanho e gerar renda com a atividade. Suinocultura - Começou a melhorar a situação dos produtores independentes, uma vez que houve pequena redução no preço da soja e do milho em relação ao mês anterior; o preço recebido pelos produtores independentes oscilou entre de R$ 3,90 e R$ 4,00/kg vivo.

Piscicultura e pesca artesanal - Os piscicultores que efetuarem construção de novos açudes ou limpeza estão sendo orientados para calagem e adubação orgânica nos açudes. As temperaturas amenas e os dias ensolarados colaboram para o desenvolvimento do plâncton e a manutenção dos níveis adequados de oxigenação dos açudes.

A temperatura média das águas está subindo, e os piscicultores retornarão de forma crescente a alimentação para os peixes. Nesta semana nos viveiros do CETAM em Montenegro, foram verificadas temperaturas de 22°C em média. Estas temperaturas estão levando as carpas a início de maturação de ovários e se espera que a temporada de reprodução se inicie a partir de 20 de setembro, quando naturalmente temos o número de horas-grau suficiente para a desova total em carpas húngaras com mais de 18 meses de idade. Continua o período de defeso na Lagoa dos Patos, envolvendo os municípios de Rio Grande, Pelotas, São Lourenço e São José do Norte, onde fica proibida a pesca até o mês de setembro. Devido ao alto nível das águas na Lagoa Mirim, é farta a captura de peixes. A cozinha da Cooperativa dos Pescadores de Santa Isabel – Coopesi, do município de Arroio Grande, participa da Expointer em Esteio para comercialização de pratos à base de pescado da Lagoa Mirim para incentivar o consumo de peixe e ampliar os horizontes da cooperativa. A pesca do bagre está proibida. De 10 a 12 de agosto será realizado no CETAM em Montenegro mais um Curso de Processamento de Pescado. Este curso de 24 horas tem o objetivo de proporcionar a piscicultores e consumidores em geral informações sobre abate, escamação, limpeza de peixes de couro e couraça, localização da estrutura óssea e cortes, processos de conservação por salga, defumação e frio, processamento de ovas, assim como sobre preparo de receitas. Apicultura - Os enxames apresentam boas condições sanitárias. O clima ocorrido na última semana favoreceu o trabalho das abelhas. Neste período começa a melhorar a disponibilidade de floradas, predominantemente de nabo, canola, frutíferas, bracatinga, carqueja do campo e espinilho. Período de entressafra, exigindo atenção por parte dos apicultores quanto ao manejo alimentar dos enxames, para fornecimento de alimentos energéticos e proteicos com vistas ao fortalecimento dos enxames para a próxima safra. Orienta-se o controle de ácaro varroa com fita de ácido oxálico e sem uso de acaricidas, pois é ilegal para a apicultura. Observa-se o crescimento exagerado de quadros de crias de zangões, o que indica a necessidade de realização de manejo, desoperculando esses

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quadros para evitar população demasiada de zangão. Há grande número de colmeias soltando enxames devido ao aumento da temperatura e o consequente aumento da postura da rainha. Orienta-se para retirada de realeiras e instalação de núcleos próximos ao apiário a fim de capturar algum enxame. A orientação também aborda a multiplicação de enxames. Os apicultores da região monitoram seus apiários controlando o ataque dos predadores. Comercialização Há pequena disponibilidade de mel para comercialização, com boa procura na maioria das regiões produtoras do Estado; está sendo comercializado de R$ 18,00 a R$ 25,00/kg, na venda direta ao consumidor.

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ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2011/2015

01/09/2016 25/08/2016. 04/08/2016 03/09/2015 GERAL SETEMBRO

Arroz em Casca 50 kg 49,89 49,66 50,12 39,12 37,03 38,43

Feijão 60 kg 220,48 223,15 214,20 132,74 140,65 137,40

Milho 60 kg 44,49 44,54 44,56 28,01 29,08 28,46

Soja 60 kg 71,15 71,73 71,87 77,99 67,26 71,70

Sorgo Granífero 60 kg 40,09 40,26 39,66 24,01 24,42 24,36

Trigo 60 kg 40,14 40,24 40,13 34,95 33,54 34,28

Boi para Abate kg vivo 4,89 5,00 5,35 5,57 4,43 4,29

Vaca para Abate kg vivo 4,45 4,49 4,78 4,96 3,98 3,84

Cordeiro para Abate kg vivo 5,49 5,48 5,54 5,72 4,87 4,93

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,34 3,32 3,25 3,39 3,35 3,32

Leite (valor liquido recebido) litro 1,33 1,30 1,21 0,99 0,91 0,94

29/08-02/09 22/08-26/08 01/08-05/08 31/08-04/09

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica , são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2011-2015 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2011-2015.

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