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LEIA NO PANORAMA GERAL Preservação ambiental no Brasil LEIA NESTA EDIÇÃO Soja: colheita chega a 13% da área de lavouras, e granação e maturação atingem 86%. N.º 1.494 22 de março de 2017 Aqui você encontra: Editorial Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Análises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. EDITORIAL Água, fundamental para todos Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, tem como tema neste ano “A Natureza pela Água”, que objetiva o uso de soluções baseadas no meio ambiente para resolver problemas de gestão dos recursos hídricos. Nesta data, entre 18 e 23 de março, acontece em Brasília o 8º Fórum Mundial da Água, o maior evento global sobre o tema água, organizado pelo Conselho Mundial da Água, uma organização internacional que tem como missão promover a conscientização, construir compromissos políticos e provocar ações relacionadas à água, para facilitar a sua conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, gestão e uso eficiente. Pela importância do nosso trabalho no meio rural e em prol do desenvolvimento sustentável do nosso Estado, estamos presentes e representados neste grande evento. A água, assim como o solo, tem fundamental destaque em muitas de nossas ações extensionistas, até porque a agricultura é responsável por 70% do consumo de recursos hídricos, já que a maior parte dessa água é utilizada na irrigação das plantações. O consumo de água na agricultura é seguido pela indústria, que responde por 20%, e o uso doméstico, que representa 10% do consumo total. Mesmo assim, não apenas em datas como esta, mas diariamente, precisamos perceber como utilizamos esse recurso e o que estamos devolvendo aos mananciais quando abrimos a torneira ou damos a descarga. São nossas atitudes que indicam nossa consciência sobre a água, que é imprescindível para a vida, seja humana, animal e vegetal. Todos precisamos da água para viver, em quantidade e em qualidade, e todos somos responsáveis pelos seus usos, tendo o cuidado de proteger nossas fontes de possíveis contaminações e evitar seu desperdício. Também precisamos fortalecer iniciativas que focam na gestão de recursos ambientais, como vegetações, solos, banhados, rios e lagos, utilizados, por suas capacidades naturais, para o armazenamento e limpeza da água. A poluição gerada pela agricultura pode ser reduzida com metodologias de conservação que evitam a erosão do solo por meio da diversificação das culturas. Outra medida é a criação de corredores de proteção vegetal ao longo de cursos d’água, com o replantio de árvores e arbustos nativos nas margens de rios, o que também pode amortecer o impacto de enchentes. A proteção de fontes também é uma ação que visa à saúde e o bem-estar das famílias e essa é uma das propostas que mais estimulamos no meio rural, até mesmo por haver uma resolução estadual do Consema (nº 362), que reconhece a proteção de fonte como uma proteção sanitária. Como foi levantado nos debates do Fórum Mundial, as questões relacionadas à água e ao meio ambiente envolvem técnica, política e pedagogia, ou seja, levar conhecimento às pessoas, para entender o porquê das ações de preservação e do uso consciente dos recursos; gestão e articulação com gestores, políticas públicas e os cidadãos, para garantir o acesso a essas tecnologias e que as pessoas saibam como fazer uso; e a educação, que visa formar cidadãos conscientes das suas ações, obrigações, direitos e deveres. Temos muito para fazer, especialmente para garantirmos água em épocas como a que vivemos, de estiagem, mas muito também está sendo feito no dia a dia de nosso Estado, buscando integrar a preservação da água, a conservação do solo e a produção de alimentos saudáveis o ano todo. Dia Mundial da Água, um dia para refletirmos nossas atitudes para o ano todo/para a vida. Clair Kuhn Presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar

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LEIA NO PANORAM A GERAL

Preservação ambiental no Brasil

LEIA NESTA EDIÇÃO

Soja: colheita chega a 13% da área de lavouras, e granação e maturação atingem 86%.

PANORAM A GERAL

N.º 1.494

22 de março de 2017

Aqui você encontra:

Editorial

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Análises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

Informativo Conjuntural – Desde 1989

auxiliando você na tomada de decisões.

EDITORIAL

Água, fundamental para todos Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, tem como tema neste ano “A Natureza pela Água”, que objetiva o uso de soluções baseadas no meio ambiente para resolver problemas de gestão dos recursos hídricos. Nesta data, entre 18 e 23 de março, acontece em Brasília o 8º Fórum Mundial da Água, o maior evento global sobre o tema água, organizado pelo Conselho Mundial da Água, uma organização internacional que tem como missão promover a conscientização, construir compromissos políticos e provocar ações relacionadas à água, para facilitar a sua conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, gestão e uso eficiente. Pela importância do nosso trabalho no meio rural e em prol do desenvolvimento sustentável do nosso Estado, estamos presentes e representados neste grande evento. A água, assim como o solo, tem fundamental destaque em muitas de nossas ações extensionistas, até porque a agricultura é responsável por 70% do consumo de recursos hídricos, já que a maior parte dessa água é utilizada na irrigação das plantações. O consumo de água na agricultura é seguido pela indústria, que responde por 20%, e o uso doméstico, que representa 10% do consumo total. Mesmo assim, não apenas em datas como esta, mas diariamente, precisamos perceber como utilizamos esse recurso e o que estamos devolvendo aos mananciais quando abrimos a torneira ou damos a descarga. São nossas atitudes que indicam nossa consciência sobre a água, que é imprescindível para a vida, seja humana, animal e vegetal. Todos precisamos da água para viver, em quantidade e em qualidade, e todos somos responsáveis pelos seus usos, tendo o cuidado de proteger nossas fontes de possíveis contaminações e evitar seu desperdício. Também precisamos fortalecer iniciativas que focam na gestão de recursos ambientais, como vegetações, solos, banhados, rios e lagos, utilizados, por suas capacidades naturais, para o armazenamento e limpeza da água. A poluição gerada pela agricultura pode ser reduzida com metodologias de conservação que evitam a erosão do solo por meio da diversificação das culturas. Outra medida é a criação de corredores de proteção vegetal ao longo de cursos d’água, com o replantio de árvores e arbustos nativos nas margens de rios, o que também pode amortecer o impacto de enchentes. A proteção de fontes também é uma ação que visa à saúde e o bem-estar das famílias e essa é uma das propostas que mais estimulamos no meio rural, até mesmo por haver uma resolução estadual do Consema (nº 362), que reconhece a proteção de fonte como uma proteção sanitária. Como foi levantado nos debates do Fórum Mundial, as questões relacionadas à água e ao meio ambiente envolvem técnica, política e pedagogia, ou seja, levar conhecimento às pessoas, para entender o porquê das ações de preservação e do uso consciente dos recursos; gestão e articulação com gestores, políticas públicas e os cidadãos, para garantir o acesso a essas tecnologias e que as pessoas saibam como fazer uso; e a educação, que visa formar cidadãos conscientes das suas ações, obrigações, direitos e deveres. Temos muito para fazer, especialmente para garantirmos água em épocas como a que vivemos, de estiagem, mas muito também está sendo feito no dia a dia de nosso Estado, buscando integrar a preservação da água, a conservação do solo e a produção de alimentos saudáveis o ano todo. Dia Mundial da Água, um dia para refletirmos nossas atitudes para o ano todo/para a vida.

Clair Kuhn Presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar

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PANORAM A GERAL Software de gestão gratuito para piscicultores

Uma moderna plataforma orientada à piscicultura permite qualificar a gestão. Trata-se de uma solução que permite controlar a qualidade da água, calcular a quantidade de ração oferecida diariamente, desenhar as curvas de crescimento e simular a performance econômica e produtiva. Empresas focadas em soluções de gestão para o agronegócio apresentam softwares totalmente gratuitos para auxiliar piscicultores na gestão de suas produções. É o caso do QFish da AgroInova. Com o aplicativo, produtores do país inteiro podem acompanhar os seus índices de qualidade e sua atividade produtiva de maneira prática e eficiente, sem qualquer custo. Quando o produtor desenha a curva de crescimento de seus peixes, ele consegue visualizar com clareza informações que são de extrema importância para o planejamento de seu cultivo: em quanto tempo conseguirá realizar a despesca, qual será a taxa de mortalidade e a quantidade de biomassa que terá para vender. Ao mesmo tempo, é fundamental acompanhar a qualidade da água e sua influência direta sobre o consumo de ração, o crescimento e até sobre a sobrevivência dos peixes no tanque. Todas essas funcionalidades reúnem-se em uma única plataforma, sem onerar os produtores. O sistema funciona assim: primeiro, é preciso realizar um cadastro básico para acessar o aplicativo. Em seguida, o produtor consegue calcular a quantidade diária de ração necessária para seus tanques, utilizando as curvas de crescimento sugeridas pelo QFish. Ele também pode cadastrar suas próprias curvas para fazer os cálculos. Com as curvas cadastradas, o produtor é capaz de fazer as simulações para prever o desempenho de seus lotes. Outro passo é registrar os parâmetros de qualidade da água (temperatura, pH e oxigênio) para acompanhamento. A partir deles, o usuário passa a receber alertas em tempo real sobre os índices apurados, permitindo alterar o programa alimentar rapidamente e evitar desperdícios. Com a correta análise dos parâmetros ambientais, o QFish proporciona uma série de benefícios aos produtores, como a validação do programa alimentar mais adequado, que possibilita decisões ágeis para melhorar índices como ganho de peso, tempo de cultivo, uso racional da ração, entre outros que resultarão em melhor rentabilidade dos lotes. Disponível na Play Store do Google, o QFish pode ser acessado de duas maneiras: por meio de um navegador web, utilizando qualquer dispositivo

- desktop, tablet ou celular - conectado à Internet, ou através do aplicativo, que também funciona offline, em celulares e tablets com sistema operacional Android. Para mais informações,

acesse https://goo.gl/SV7zB9. Fonte: Agrolink

Preservação ambiental no Brasil

Um estudo da Embrapa mostra que a agricultura brasileira tem papel fundamental na preservação ambiental no país. As pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE) sobre atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil, concluíram, com base nos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que a agricultura usa somente 9% do território nacional e a pecuária 13%. O restante do país está dividido em 13% de reservas "indígenas", 17% de reservas ambientais, com alguma sobreposição. Em média o produtor rural preserva 33% como reserva legal obrigatória que é de responsabilidade exclusiva dele, um ônus que arca sem ajuda de ninguém. Portanto, preservam mais do que reservas indígenas e ambientais juntas. Cidades e infraestrutura como estradas ocupam 3,5% do território. O produtor rural é quem mais preserva o meio ambiente no país. A cada 10 anos, o Censo do IBGE faz um levantamento exaustivo do uso das terras nos estabelecimentos agropecuários brasileiros, mas são informações declaratórias, registradas num questionário, sem base cartográfica precisa. Dada a dinâmica espacial, temporal e tecnológica da agricultura brasileira, parte desses dados do Censo fica rapidamente desatualizada. O GITE da Embrapa Monitoramento por Satélite integrou os dados geocodificados completos e disponíveis do Cadastro Ambiental Rural no SICAR ao seu Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE). Graças a esse enorme banco de dados geocodificados, abre-se a perspectiva de uma qualificação e quantificação das áreas destinadas à preservação da vegetação nos imóveis rurais com base em mapas, eles mesmos delimitados sobre imagens de satélite com cinco metros de resolução espacial. Em cada um dos registros do CAR, além do perímetro do imóvel, o agricultor delimitou cartograficamente “a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal”, conforme determina o Código Florestal (art. 29 § 1° III). Esta pesquisa da Embrapa revela, de forma quantificada e circunstanciada, um dos papéis

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fundamentais da agricultura na preservação ambiental no Brasil: a manutenção de extensas áreas destinadas à preservação da vegetação nativa no interior dos imóveis rurais, graças ao mapeamento e ao registro realizado no âmbito do CAR promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente. Fonte: Embrapa

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS

NA SEMANA DE 15/3/2018 A 21/3/2018 No período compreendido entre 15 e 21 de março, ocorreram valores muito expressivos de chuva na maior parte do RS, especialmente nas áreas atingidas pela estiagem. Nos dias 15/3 (quinta) e 16/3 (sexta-feira) a propagação de uma frente fria provocou chuva em todo Estado, com registro de temporais, rajadas de vento e queda de granizo em pontos isolados. No sábado (17/3) e no domingo (18/3), a presença de uma massa de ar seco garantiu o tempo firme em todas as regiões. A partir de 19/3, o tempo permaneceu seco na Metade Sul, e no restante do Estado ainda ocorreram chuvas fracas e isoladas. Os totais acumulados oscilaram entre 20 e 50 mm na maioria das localidades, e em diversos municípios os valores foram superiores a 80 mm. Os totais mais elevados registrados nas estações do INMET e da rede SEAPI/SEMA ocorreram em Taquari e Veranópolis (78 mm), Hulha Negra e Bom Jesus (79 mm), Santa Maria (83 mm), Tupanciretã e Alegrete (87 mm), Cambará do Sul e Vacaria (90 mm), Iraí (91 mm), Canguçu (96 mm), Serafina Corrêa (105 mm) e São Borja (115 mm). A temperatura mínima da semana (8,2°C) ocorreu no dia 16/3 em Hulha Negra e a máxima (38,4°C) foi observada no dia 18/3 em Campo Bom.

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 22/3/2018 A 28/3/2018

A previsão meteorológica indica que a semana entre 22 e 28 de março novamente apresentará chuva significativa em grande parte do Estado. Na quinta (22/3) e na sexta-feira (23/3), a presença de uma massa de ar seco garantirá o tempo firme em todas as regiões. Entre o sábado (24/3) e o domingo (25/3), a propagação de uma frente fria provocará chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados, com rajadas de vento e eventual queda de granizo, principalmente entre a Campanha e a Fronteira Oeste. Na segunda (26/3) e na terça-feira (27/3), o ingresso de uma massa de ar seco manterá o tempo firme na maioria das localidades, porém no Planalto e na Serra do Nordeste ainda ocorrerá grande variação de nuvens e ocorrerão chuvas fracas e isoladas. Na quarta-feira (28/3), as áreas de instabilidade provocarão pancadas de chuva nos municípios do Norte e Nordeste do RS. Os totais acumulados esperados deverão ser oscilar entre 70 e 90 mm na Fronteira Oeste e na Campanha; no restante das regiões os valores deverão variar entre 20 e 50 mm. Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI)

GRÃOS

Arroz – A conjuntura não se alterou em relação ao último período, com a colheita inicial indicando que a safra não deverá ter perdas significativas, apesar da estiagem no Estado. A expectativa de boa colheita e a qualidade dos grãos obtida até aqui animam os orizicultores. Relatam, porém, o alto valor de insumos e

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defensivos como limitante para uma maior renda neste ano, mesmo que o preço do grão reaja ali adiante, o que parece pouco provável. Na semana, a saca de 50 quilos foi comercializada ao preço médio de R$ 34,80 (-0,23%); valor abaixo da expectativa dos agricultores. Estima-se que até o momento já tenham sido colhidos 22% da área total do Estado. A colheita será intensificada nos próximos dias devido ao avanço acelerado das lavouras em direção à maturação. Milho – A colheita teve pequeno avanço durante o período, alcançando 75% do total da área. Devido à colheita da soja, que começa a tomar maior impulso a partir de agora, o ritmo deverá se manter lento, prolongando sua finalização, uma vez que a atenção estará voltada para a colheita da oleaginosa. Quanto às produtividades, seguem mantendo as estimativas divulgadas recentemente, com leve tendência de uma diminuição maior nas produtividades da região Sul e Campanha. Todavia, as produtividades da metade Norte se mantêm elevadas, compensando uma possível queda maior em nível de Estado. O mercado segue reagindo à diminuição prevista do produto, em relação ao ano passado. Na semana o preço médio da saca de 60 quilos teve expressiva valorização, passando para R$ 31,92, ou seja, +6,51% em relação à semana anterior. Soja – As lavouras superaram a fase vegetativa, apresentando bom visual na maioria das áreas, com apenas 1% em fase de floração, 50% em fase de enchimento de grãos, avançando para 36% a área que se encontra em maturação do grão e amarelecimento das folhas e para 13% a área já colhida. Nas áreas colhidas mais ao Norte, as produtividades estão variando entre 3.200 a 3.600 kg/ha, superando a expectativa inicial de produtividade média. Ressalta-se que, nesta parte do Estado, há diversos relatos de produtividade superior a 70 sacas/ha (4.200 kg/ha). Entretanto, as cultivares de ciclo mais longo poderão apresentar uma redução, devido à falta de umidade durante a primeira quinzena de março, durante a fase de enchimento de grãos. Na próxima semana, os produtores deverão intensificar a colheita da soja, que deve ter seu auge no início de abril. As lavouras apresentam potencial variável de produtividade, entre 40 a 70 sacas por hectare, muito em função do manejo e

da rotação de culturas e das chuvas ocorridas na região. A chuva que ocorreu durante o último período em todo o Estado foi importante para consolidar o potencial produtivo da grande maioria das lavouras em formação e maturação do grão. Entretanto, em algumas áreas nas localidades que não receberam chuvas regulares e adequadas em fevereiro e início de março, as plantas sofreram com deficiência hídrica e má formação de vagens e grãos, com provável redução na produtividade. Esse cenário é visível no Sul, na Campanha e no entorno da Costa Doce. Trigo – Com a cultura em entressafra, os produtores iniciam os encaminhamentos de propostas para custeio da safra 2018. Entre técnicos e produtores, a sensação é de que poderá haver redução na área cultivada na próxima safra. Muito em função de os agricultores não conseguirem fazer mais o custeio junto aos bancos, uma vez que muitos já teriam recorrido ao Proagro pela terceira vez em cinco anos. Em função da demora na análise das informações dos laudos, os contratos foram prorrogados por 180 dias para que as interpelações possam ser respondidas. Ainda segundo técnicos, se observa uma tendência de aumento na utilização de variedades de trigo duplo propósito, possibilitando a integração lavoura-pecuária nas áreas antes destinadas somente à lavoura de grãos. Feijão 1ª safra – Nos Campos de Cima da Serra, prossegue a colheita da primeira safra (intermediária) do Estado. As boas condições gerais permitiram o avanço dessa fase, com bons resultados de rendimento de lavoura, com 2,4 t/ha. Cotação da região para sacas de 60kg: R$ 130,00 para feijão preto e R$ 90,00 para o de cores. A cotação média da saca do feijão preto permanece com a tendência de pequenas altas no Estado, sendo que nessa, teve aumento de 0,37% em relação à anterior, passando para R$ 131,92. Feijão 2ª safra - As chuvas ocorridas na semana foram extremamente favoráveis para a cultura que se encontra em todos os estádios de desenvolvimento, desde sua evolução vegetativa até o de colheita das primeiras lavouras semeadas com material precoce no cedo. O aspecto fitossanitário da safrinha é bom; porém o agricultor monitora a incidência de ácaros e doenças, principalmente a antracnose, que

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encontra condições ideais de infecção nesta época do ano, com clima mais ameno e úmido. Ao Norte do Estado, uma região vem se destacando na produção de feijão safrinha, devido à condição climática de temperatura mais elevada: a região do Médio Alto Uruguai permite o plantio do feijão segunda safra, que entra na sequência do cultivo de milho, proporcionando área significativa de plantio. Os produtores investem com altas tecnologias de produção e maquinários, refletindo em expectativas de colheita de 2,1 t/ha em média, enquanto nas demais áreas das diversas regiões produtoras, os rendimentos ficam entre 1,2 a 1,6 t/ha. Nessa região, as primeiras lavouras plantadas já estão iniciando florescimento e os produtores realizam tratos culturais. Painço – Em Três de Maio, na Fronteira Noroeste, o cultivo de painço tem sido uma alternativa interessante; é uma boa opção de renda para o produtor, pois oportuniza rotação e diversificação de culturas, evitando assim a proliferação de plantas invasoras e o solo desprotegido. Estão sendo implantadas áreas de safrinha. O preço é de R$ 85,00/sc. de 60 quilos.

HORTIGRANJEIROS Situações Regionais Nas áreas do Vale do Rio Pardo e nos Altos da Serra do Botucaraí, a ocorrência de chuvas da semana favoreceu as culturas a campo sem irrigação, as quais apresentavam déficit hídrico, pois foram duas semanas seguidas com pouca chuva. Novas áreas de cultivo podem ser preparadas, pois o solo apresenta umidade adequada. As altas temperaturas nessa época dificultam o cultivo de muitas olerícolas, causando abortamento de flores, queima de folhagens; além disso a elevada evapotranspiração causa déficit hídrico em alguns períodos do dia. Novos cultivos em estufas estão sendo implantados pensando-se na produção no período de entressafra de culturas de verão (tomate, pepino, pimentão, vagem). Culturas como o aipim e a batata-doce, na maior região produtora – Baixo Vale do Rio Pardo, apresentam bom desenvolvimento. Estão sendo colhidas lavouras de aipim de segundo ano. Produtores estão recebendo preço menor em relação ao mesmo período do ano passado. O

clima mais seco desse ano evita problemas de bacterioses. O clima seco predominante das últimas semanas tem reduzido a incidência de doenças fúngicas em culturas como o pepineiro, tomateiro, entre outras. Quanto a pragas, nesse verão tem-se observado a presença de pulgões, principalmente em brássicas, entre outras espécies. Isto se deve em parte à condição de tempo mais seco, e em algumas situações onde a ocorrência é expressiva, são necessárias formas de manejo para evitar prejuízos. O clima mais seco favorece também a presença de ácaros em algumas culturas, destacando-se o pepineiro, morangueiro e pimentão. Na Campanha e Fronteira Oeste, a diminuição da umidade e as fortes insolações, com elevadas temperaturas, estão levando muitos produtores a lançarem mão da irrigação e do uso de sombrites nas lavouras de olerícolas. Ainda há diminuição de oferta de produtos devido à estiagem. Na Fronteira Oeste, onde as áreas de mandioca e batata-doce são expressivas, os cultivos apresentam bom desenvolvimento. As lavouras de abóboras, morangas e pepinos estão no período de colheita, proporcionando boa oferta nos mercados locais. Em geral toda a produção da região é vendida nas feiras livres e no comércio local. Entre os pomares de frutas, os parreirais apresentam bom desenvolvimento e boas perspectivas de produção. O período atual é de maturação. Final de colheita de uvas americanas e de viníferas brancas, com previsão otimista quanto à quantidade e qualidade da safra 2017-2018, apresentando bom teores de açúcar e produtividade. Olerícolas Batata-doce - A nova safra encontra-se em estágio de plantio e tratos culturais, especialmente na região Centro-Sul. O plantio da safra 2017-2018 está sendo realizado em duas etapas: a primeira está em desenvolvimento vegetativo e início de colheita; a segunda etapa está em fase de plantio e desenvolvimento vegetativo. A estiagem determinou um atraso dessa segunda etapa, mas com o retorno das chuvas nas últimas semanas, a implantação da lavoura foi intensificada novamente. O primeiro plantio apresenta desenvolvimento vegetativo regular, mas sentiu a falta de chuva e o forte calor. Os agricultores iniciam a colheita da primeira lavoura

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implantada; na segunda, 50% da área estimada já foi plantada. As lavouras estão produzindo em média 14 t/ha, com produto de boa qualidade. Os preços para a caixa de 20 quilos estão sendo praticados na lavoura da seguinte forma: a batata-doce de casca branca a R$ 12,00; a de casca rosa recebe um preço diferenciado, R$ 14,00/cx. A produção é comercializada na Ceasa e nas redes de supermercados, minimercados, fruteiras da região. Frutícolas Melancia - Em Triunfo (região Metropolitana do Delta do Jacuí), com 1.200 ha de área plantada, registram-se perdas de em torno de 50% da safra em vista do excesso de chuvas no início do plantio e da estiagem na fase de formação do fruto, porém com alta umidade relativa; tais condições acarretaram uma grande variação na produtividade, ficando entre 10 e 30 t/ha, dependendo da tecnologia empregada. As variedades de melancia mais cultivadas em Triunfo são Top Gun e Geórgia (variedades híbridas). Em São Jerônimo (região Centro-Sul), a falta de chuvas prejudicou as lavouras, e o que contribuiu para uma melhora das frutas colhidas, tanto em qualidade quanto em produtividade, foi o sistema de irrigação implantado por alguns produtores. Atualmente a safra encontra-se em período de colheita, e as chuvas que ocorreram nos últimos dias têm contribuído para uma melhora na perspectiva de produção das próximas levas. Em Arroio do Ratos (também na região Centro-Sul) a safra está no fim, ocorrendo uma melhora do preço, um aumento de R$ 0,10 por quilo. Porém registra-se falta de chuva na região, o que pode resultar em uma quebra de em torno de 10% na colheita. Em Parobé (Vale do Paranhana – Encosta da Serra), a produção deste ano deve chegar a 170 toneladas. A produção se concentra em pequenas propriedades, e a venda se dá de forma direta ao consumidor pelos bairros da cidade. No município é realizada uma feira com o objetivo de auxiliar no escoamento da produção. Banana – Na região do Litoral Norte do RS, municípios de Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Torres, as condições do mercado demonstram a disponibilidade de frutos em colheita na região, dentro das quantidades normais para a época. O preço tem se mantido estável; entretanto, na

intermediação, a classificação tem desqualificado a produção, reduzindo assim o preço médio pago ao produtor. A caixa de 20 quilos da fruta está sendo comercializada com os seguintes preços: Prata extra a R$ 26,00/cx.; banana Prata de segunda por R$ 13,00/cx.; banana Caturra extra a R$ 18,00/cx. e a de segunda a R$ 7,00/cx. A banana Prata orgânica tem variado de R$ 1,80 a R$ 2,00/kg. Nas feiras do produtor, o preço da orgânica na venda direta varia entre R$ 3,00 e R$ 4,00/kg. Oliveira - Produtores da região Sul seguem realizando a colheita. Já foram colhidos 90% da safra. As produtividades estão sendo inferiores ao esperado, em decorrência dos efeitos das condições climáticas. Apesar da redução de produtividade em até uma tonelada por hectare, há melhor rendimento de óleo entre 14-15%. Na região da Campanha, a colheita da oliva está sendo iniciada com a produtividade das primeiras oliveiras, também muito abaixo do esperado. Figo - Cultura em final de colheita na Zona Sul. O figo sofreu com os períodos de estiagem e a falta de água para irrigação. Com isto a colheita acontece com uma qualidade inferior dos frutos, com tamanho bem menor que o normal, refletindo assim no preço de comercialização, entre R$ 2,20 a R$ 2,30/kg. Estes preços são inferiores quando comparados aos pagos na safra passada. Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da Ceasa/RS, entre o período de 13 a 20/3/2018, tivemos 23 produtos estáveis em preços, dois em alta e 10 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Mercado com procura reduzida, promovendo grande estabilidade nas cotações de atacado. Nenhum produto destacou-se em alta e um produto destacou-se em baixa: vagem – de R$ 5,00 para R$ 3,50/kg (-30,00%). Melhoria parcial na oferta desta hortaliça promove queda nas cotações. Este comportamento também está associado ao período tradicional do mês, em que o varejo retrai suas aquisições espelhando igual situação com a população. O mercado continua recessivo.

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Entraram para comercialização nesta terça-feira cerca de 12.508 quilos de vagens, volume este já mais elevado que o ofertado em 06 de março, 12.082 quilos. Lembramos que a média por dia forte ocorrida para março dos últimos três anos foi de 15.508 quilos. A qualidade do produto já é superior à ofertada no período anterior. O preço médio de R$ 3,50/kg estabelecido nesta terça-feira, com o presente quadro recessivo, foi inferior à média ocorrida no último triênio para março, que foi R$ 4,75/kg.

Produtos em alta

13.03.18 (R$)

20.03.18 (R$)

Aumento (%)

Melão espanhol (kg)

2,46 2,69 + 9,35

Ovo branco (dúzia)

3,00 3,23 + 7,67

Produtos em baixa

13.03.18 (R$)

20.03.18 (R$)

Redução (%)

Morango (kg) 8,00 7,00 - 12,50

Alface (pé) 0,83 0,67 - 19,28

Brócolis (unidade)

2,50 2,08 - 16,80

Milho verde (bandeja)

1,20 1,00 - 16,67

Tomate caqui longa vida (kg)

2,50 2,00 - 20,00

Vagem (kg) 5,00 3,50 - 30,00

Batata (kg) 1,20 1,00 - 16,67

Batata-doce (kg)

1,40 1,25 - 10,71

Cebola nacional (kg)

1,85 1,75 - 5,41

Aipim/mandioca (kg)

1,00 0,90 - 10,00

Os preços praticados na feira do produtor de Passo Fundo (região da Produção) tiveram aumento devido à falta de chuvas no período anterior; na primeira quinzena choveu apenas 86 mm; desse total, 66 mm foram registrados somente no dia 15 de março.

Tabela de preços praticados na Feira Produtor de Passo Fundo

Produto Preço (R$)

Alface lisa e/ou crespa (pé) 1,50

Alface americana (pé) 1,50

Alface produzida estufa (pé) 1,50

Almeirão (pé) 1,50

Rúcula (pé) 1,50

Brócolis (molho) 2,50

Chicória (pé) 1,50

Couve-flor (cabeça) 2,50

Couve folha (molho) 2,50

Tempero verde (molho) 1,50

Cenoura (kg) 3,00

Beterraba (molho) 2,00

Aipim (kg descascado) 4,00

Repolho roxo (cabeça) 2,50

Repolho verde (cabeça) 2,00

Rabanete (molho) 1,00

Tomate (kg) 3,00

Milho verde (pacote c/5 esp.) 3,00

OUTRAS CULTURAS Fumo - Em fase final de colheita nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Centro-Serra. No Vale do Rio Pardo apenas nos municípios de maiores altitudes ainda há fumo para colher, destacando-se Boqueirão do Leão, e na parte alta, Sinimbu e Herveiras. Na região do Baixo Vale do Rio Pardo, os agricultores fazem o trabalho de classificação do produto para comercialização. Segundo informações preliminares, as empresas fumageiras estão bastantes criteriosas quanto à classificação do produto. Na região Sul, cultura em fase final de colheita. Devido aos períodos de estiagem prolongados, aconteceu a maturação forçada das folhas de tabaco, o que resulta em fumo de classes inferiores após a secagem nas estufas. Em razão da estiagem, também ocorreu uma diminuição geral da produtividade na região. Estão com a colheita finalizada 84% das áreas de tabaco. Haverá aumento significativo e procura por investimentos em irrigação e fertirrigação destinados ao cultivo do tabaco. Devido ao granizo ocorrido no início de março, as perdas aumentaram significativamente nos municípios de Canguçu, Pelotas e São Lourenço do Sul. Canguçu informa que mais de 580 produtores acionaram o seguro da Afubra, devido

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ao granizo, agravando o quadro de perdas da cultura. Intensifica-se a comercialização do tabaco. Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, a colheita está concluída, com finalização de classificação e enfardamento do fumo. Embora menor em volume, o produto colhido é de boa qualidade. Em Novo Machado, nas primeiras entregas, a remuneração variou entre R$ 4,50 e R$ 9,50/kg (R$ 8,00 em média). Em Porto Lucena e Porto Vera Cruz, a perspectiva de preço está acima de R$ 10,00/kg.

CRIAÇÕES Bovinocultura de Corte - Nas áreas de pecuária, a chuva intensa da semana trouxe uma recuperação das pastagens, propiciando seu desenvolvimento. O campo nativo está com bom rebrote nas localidades onde choveu, além de ter havido uma recuperação das aguadas. Isto também depende do manejo e das lotações nestes locais; se a área estiver diferida, o resultado é bem melhor. As pastagens perenes de verão têm apresentado boa taxa de crescimento vegetativo, enquanto que as pastagens anuais de verão já começam a perder força pela proximidade do fim de ciclo de crescimento e pela mudança de estação do ano. A ocorrência de chuvas vai desencadear o plantio das pastagens de inverno nas áreas onde está se colhendo a soja. Tem ocorrido forte ataque de carrapatos e outros ectoparasitas, o que se espera que diminua com a chegada de dias com temperaturas mais amenas, a partir deste início de outono. O entoure está praticamente finalizado, e os produtores começam a se preparar para o desmame e para as feiras oficiais de terneiros. A comercialização de terneiros, que geralmente acontece em maio, este ano poderá iniciar mais cedo, principalmente se os preços da soja estiverem altos na colheita. Mercado Os preços do gado gordo continuam baixos e ainda não há perspectivas para a recuperação; há diminuição da procura, tanto para animais gordos como de invernar. Espera-se que, com o início da colheita de milho e a aproximação da colheita da soja, aumentem os negócios com bovinos de corte e também a procura por novilhos para engorda, com elevação de preços. Apesar das dificuldades, a bovinocultura de corte tem sido uma ótima opção para a agricultura familiar do Norte do Rio Grande

do Sul. Mercado em alta para exportação de terneiros inteiros das raças europeias, especialmente Aberdeen Angus e Hereford, com peso vivo entre 170 e 280 quilos. Outras 10 mil cabeças de gado em pé foram embarcadas, através do Porto de Rio Grande, com destino ao Oriente Médio. Conforme informações dos pecuaristas e empresas exportadoras de gado da região Sul, as exportações estão programadas para um carregamento semanal, por prazo indeterminado. De acordo com o relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2015 – Núcleo de Informações e Análises –

GPL/Emater/RS-Ascar https://goo.gl/Rzb951), no

período de 19 a 22/3/2018 o preço do boi para abate variou entre R$ 4,50 e R$ 5,10/kg vivo. O preço médio ficou em R$ 4,86/kg vivo, apresentando preço estabilizado em relação à última semana, que era de R$ 4,86/kg vivo. O preço da vaca gorda variou entre R$ 4,00 e R$ 4,60/kg vivo. O preço médio ficou em R$ 4,20/kg vivo, apresentando preços estabilizado, em relação à última semana, que era de R$ 4,18/kg vivo. Preço pago ao produtor na região Centro-Sul R$/kg)

Produto Preço

Boi gordo 4,90

Vaca gorda 4,27

Terneiro 5,64

Novilho 4,90

Novilha 4,70

Búfalo 4,20 Obs.: os preços podem oscilar dependendo da qualidade genética do gado; prazo de pagamento, 30 dias. O preço da vaca para invernar, da novilha e do terneiro tem grande variação, dependendo da qualidade genética do animal.

Bovinocultura de Leite - Esse é o momento para o produtor de leite planejar e começar a implantação das pastagens de inverno, reduzindo assim os efeitos da escassez de alimento no período de transição entre o outono e inverno. Com as chuvas que ocorreram na última semana, as pastagens perenes de verão puderam se recuperar. Estavam bastante prejudicadas pela estiagem que estava acontecendo. Com as chuvas, em poucos dias, além de novos pastoreios com mais qualidade dos pastos, também será possível fazer mais uma colheita de feno e/ou pré-secado. Lavouras de milho usadas para silagem, muito prejudicadas pela estiagem (conforme a localidade) e com qualidade de silagem inferior, devido a poucas espigas com grãos, com baixo valor nutricional. Neste ano também devido a

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alguma perda em lavouras de milho, produtores estão fazendo silagem, devido a perdas de rendimento de grãos, redirecionando a lavoura para silagem. As pastagens de inverno começam a ser implementadas em algumas regiões. Além das aveias tradicionais e das melhoradas, outras culturas de inverno estão sendo plantadas. Trigo duplo propósito (pastoreio), centeio e trigo para silagem são opções oferecidas aos produtores. O azevém, cultura de inverno para a atividade leiteira mais plantada em algumas regiões. Quanto ao milho para silagem safrinha, as chuvas também contribuíram e muitas lavouras estão em fase de pendoamento. Espera-se uma boa safra, se não houver geadas precoces. Está iniciando a safra da produção de leite. Historicamente os produtores se programam para, gradativamente, aumentar a produção (via parição) a partir de março até junho/julho, pois nestes meses sempre tiveram a melhor remuneração. Altas temperaturas vêm causando desconforto animal e diminuindo a produção de leite. A condição nutricional e produtiva do gado leiteiro segue boa, fato que contribui um pouco para o setor neste momento de dificuldades, com um longo período de preço baixo pago ao produtor. Comercialização O mercado apresentou uma pequena melhora com prognóstico de mais reação para o próximo mês, porém o custo de produção também aumentou, pois o concentrado à base de milho e soja também teve reajuste nos últimos dias. Se o consumo de lácteos aumentar, como é de costume a partir desta época do ano, e se não houver novas importações, a expectativa é que a situação melhore para os produtores de leite. Os municípios estão extremamente preocupados com a situação do pequeno produtor. Algumas administrações municipais têm lançado programas subsidiados para os produtores de leite. Na região de Lajeado, produtores relatam que, referente ao leite produzido e entregue em fevereiro, com pagamento em março, tiveram um aumento entre R$ 0,05 e R$ 0,07/L, dependendo da qualidade e principalmente volume de produção. Teve indústria que manteve o preço do mês anterior, com a promessa de aumentar R$ 0,15 no próximo mês. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2015 – Núcleo de Informações e Análises –

GPL/Emater/RS-Ascar https://goo.gl/Rzb951), no

período de 19 a 23/3/2018 o preço do leite variou

entre R$ 0,76 e R$ 1,09/L, de acordo com o volume e a qualidade do produto. O preço médio ficou em R$ 0,95/L, apresentando leve aumento em relação à última semana, que era de R$ 0,94/L.

Ovinocultura - Na região de Pelotas, segue o encarneiramento. O período de poucas chuvas é favorável à sanidade dos rebanhos, portanto o estado nutricional de forma geral é muito bom. O clima da semana foi favorável ao trabalho dos carneiros. Alguns produtores realizam a monta controlada, que é uma ferramenta para melhor acompanhar a produção de cordeiros futuramente. O índice de cios é considerado bom na maioria das propriedades, intensificando-se principalmente nas raças de carne e Corriedale. Em geral, os rebanhos ovinos apresentam escore corporal satisfatório. Em Cacequi os ovinocultores têm feito a suplementação das fêmeas, o que estimula a ovulação, aumentando assim a ocorrência de partos gemelares no rebanho, o chamado flushing.

Comercialização No mercado da lã se observa firmeza nos preços das lãs finas, sendo que as lãs médias estão com preços abaixo dos do ano passado. Alguns produtores solicitaram já a coleta de lã para a avaliação (micronagem), pois vão realizar a esquila pré-parto (maio-junho). Mercado em contínua procura por animais para abate. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2015 – Núcleo de Informações e Análises –

GPL/Emater/RS-Ascar https://goo.gl/Rzb951), no

período de 19 a 23/3/2018, o preço do cordeiro para abate variou entre R$ 5,20 e R$ 6,50/kg vivo, de acordo com o volume e a qualidade do produto. O preço médio ficou em R$ 5,88/kg vivo, apresentando leve queda em relação à última semana, que era de R$ 5,88/kg vivo.

Preços pagos em Bossoroca (R$/kg)

Produto Preço

Amerinada 17,00

Prima A 16,00

Prima B 14,00

Cruza 1 9,00

Capão 6,00

Ovelha 5,20

Borrego 6,00 a 6,50

Cordeiro 7,00 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa

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Suinocultura - Na região de Erechim, a forte alta do preço do milho preocupa os suinocultores. O preço está do suíno está baixo e, mantendo-se no mesmo patamar da semana passada. O momento é de muita dificuldade para a suinocultura. O suíno foi comercializado a R$ 2,80/kg. Produtores não integrados estão recebendo valores um pouco acima. Preço estável na semana. Na região de Passo Fundo, suinocultores mantêm o alojamento de suínos e a entrega de animais para o abate. Os preços para o produtor integrado vão de R$ 2,25 a R$ 2,80 e para o produtor independente variam de R$ 3,00 a R$ 3,30/kg vivo. Na região de Santa Rosa, integradora procura por novos produtores interessados em investir na atividade, mas a grande dificuldade até o momento é de produtores conseguirem garantias, para os agentes financeiros liberarem o recurso. Entretanto, o preço pago aos produtores teve uma queda, ficando em torno do R$ 2,90/kg vivo. Pocilgas estão sendo readequadas ao padrão Alibem, outras estão integrando com empresa de Santo Cristo; várias pocilgas estão vazias e provavelmente haverá desistência da atividade. Nessa mesma região, os produtores estão receosos em investir devido ao alto valor dos juros e à baixa remuneração por suíno terminado. Em Senador Salgado Filho, duas instalações foram feitas e outras duas estão em construção unidades de terminação, uma para 1000 e outra para 500 animais. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2015 – Núcleo de Informações e Análises –

GPL/Emater/RS-Ascar https://goo.gl/Rzb951), no

período de 19 a 23/3/2018, o preço do suíno para abate variou entre R$ 2,80 e R$ 3,90/kg vivo, de acordo com o volume e a qualidade do produto. O preço médio ficou em R$ 3,20/kg vivo, apresentando preço estabilizado em relação à última semana. Piscicultura - Região de Pelotas - no município de Canguçu, começou a despesca em função da diminuição do volume de água nos tanques e/ou açudes; preparativos para a Semana do Peixe de 26 até 30 de março, junto com a Semana Santa. Região de Passo Fundo - com a proximidade da Semana Santa, aumenta a procura por peixe e já vem ocorrendo a despesca, de forma lenta, mas com avanço gradativo à aproximação da Semana Santa. Em alguns municípios da região, já estão ocorrendo as feiras do peixe e práticas de

filetagem e elaboração de pratos à base de peixe, com vistas à valorização desse produto. Região de Santa Rosa - produtores realizam a despesca dos açudes para comercialização na Semana Santa. Estão sendo levantados os dados do volume de peixe a ser ofertado. A carpa eviscerada está sendo comercializada a R$ 10,00/kg. Nesse mês, muitos produtores estão com o açude seco e devem realizar a calagem, adubação e outros manejos necessários, por isso novas encomendas de alevinos serão retomadas em abril, com orientações sobre o povoamento e policultivo dos açudes. Eventos

Taquara e região estão se organizando

para a 17ª Festa da Carpa, a realizar-se

em 25 de março.

Em São Miguel das Missões e Santa

Rosa, ocorre Feira do Peixe na Semana

Santa em 27 e 28 de março.

Pesca artesanal – Região de Pelotas: em Rio Grande, a safra do camarão segue com boa produção. Está mantida a previsão de captura de duas mil toneladas do crustáceo na região Sul até final de maio, quando inicia um novo período de defeso. A safra de siri também é considerada satisfatória, sendo comercializado pelos pescadores a R$ 15,00/kg. No entanto, nota-se escassez de tainha, corvina e linguado. Já em São José do Norte, nesta semana continua a tendência de melhora da captura do camarão e do tamanho do crustáceo, sendo que o preço é de R$ 8,00/kg; tainha também teve aumento significativo de captura. Na Lagoa do Peixe, segue a safra de camarão. Região de Santa Rosa: pescadores relatam que a disponibilidade de peixes de escama é pequena, mas a pesca de peixes de couro como pintados, armados e cascudos tem garantido a renda das famílias. Com a proximidade da Semana Santa e a diminuição da oferta de peixes ocorre inflação nos preços, sendo que a piava chega a ser comercializada pelos pescadores a R$ 17,00/kg. Região de Porto Alegre: pescadores estão na expectativa de boas vendas para o pescado com a proximidade da Semana Santa, havendo previsão de preço médio de R$ 12,00/kg para espécies locais de água doce.

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Preços praticados em Capão da Canoa, Imbé e Cidreira (R$/kg)

Produto Preço

Abrótea (filé) 20,00

Anchova (eviscerada) 15,00

Anjo (filé) 25,00

Camarão (inteiro) 30,00

Camarão (grande 75,00

Corvina (eviscerada) 12,00

Jundiá (eviscerado) 15,00

Linguado (eviscerado) 18,00

Linguado (filé) 40,00

Papa-terra (eviscerado) 12,00

Papa-terra (filé) 25,00

Pescada (eviscerada) 12,00

Pescada (filé) 20,00

Pescadinha (eviscerada) 12,00

Pescadinha (filé) 20,00

Tainha (eviscerada) 16,00

Tainha (filé) 22,00

Traíra (eviscerada) 15,00

Traíra (filé) 25,00

Violinha (filé) 28,00 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre

Preços praticados em Torres (R$/kg)

Produtos Preço

Abrótea (filé) 12,40

Anchova 13,50

Corvina 12,00

Linguado (filé) 25,50

Papa-terra 12,30

Peixe-anjo (filé) 14,80

Peixe-rei 11,00

Pescada (filé) 14,60

Tainha 12,50

Tilápia (filé) 20,00

Tilápia (eviscerada) 12,00

Tilápia (viva) 10,00 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre

Apicultura - Ótima semana para a atividade apícola na região do Alto Uruguai. O clima ameno com muito sol facilitou a ação de coleta das abelhas. A produtividade de mel está boa. O clima predominantemente seco na maior parte da região favorece a apicultura, pois possibilita um melhor aproveitamento da floração pelas abelhas. Os produtores estão realizando a colheita do mel e posteriormente a troca de cera para o manejo das colmeias. A finalização da safra se aproxima e a maior parte dos produtores relata que a produção

foi satisfatória, tendo em vista as chuvas bem distribuídas, com alta insolação; isso favoreceu a atividade apícula nos últimos meses. Os apicultores que trabalham com migração já retornaram com os enxames e realocaram os apiários para melhor aproveitamento da florada, trazendo também uma boa expectativa para a colheita de outono, que deve ocorrer em maio. Apicultores devem estar atentos para o manejo das colmeias a fim de garantir o armazenamento de alimento para o período do inverno, evitando o enfraquecimento dos enxames no próximo ciclo de produção. O estado sanitário dos enxames é bom, e as caixas contam com boa reserva de alimento.

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ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2013-017

22/03/2018 15/03/2018 22/02/2018 23/03/2017 GERAL MARÇO

Arroz em Casca 50 kg 34,80 34,88 35,44 45,72 45,79 45,94

Feijão 60 kg 131,92 131,43 129,00 189,30 189,96 197,30

Milho 60 kg 31,92 29,97 27,33 24,11 32,03 33,04

Soja 60 kg 70,35 69,58 64,89 67,32 76,42 76,94

Sorgo 60kg 20,33 20,33 20,00 26,38 27,94 28,06

Trigo 60 kg 31,39 30,34 29,58 30,29 30,18 37,09

Boi para Abate kg vivo 4,86 4,86 4,87 5,36 5,39 5,47

Vaca para Abate kg vivo 4,20 4,18 4,21 4,71 4,81 4,88

Cordeiro para Abate kg vivo 5,88 5,93 5,91 5,92 5,72 5,59

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,20 3,20 3,18 3,81 4,00 4,02

Leite (valor liquido recebido) litro 0,95 0,94 0,92 1,23 1,11 1,08

19/03-23/03 12/03-16/03 19/02-23/02 20/03-24/03

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica, são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2013-2017 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2013-2017.