Keddie vêm sem estrutura | Vilas Dique, Nazaré, Morada do Sul...

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Distribuição Gratuita! Anuncie aqui! 8138.5773 Ano III Nº 26 Julho 2009 2009 está sendo um ano diferente dos últimos, em espe- cial pelo frio e pela ameaça da Gripe Suína, essa ameaça que a grande mídia nos diz que é o mal do século. Informação do site do governo do estado, no final de julho, dá conta de uma estimativa de 12 mil casos de “gripe suína”, 99% dos quais sem maior gravidade e evoluem para a cura. E, mais que isso, que “a taxa de letalidade da nova gripe é muito próxima às de gripe comum, (cerca de 0,4%, de acordo com o governo)”. Para se ter uma idéia, o governo afirma que em 2008, 950 pessoas morreram no Estado devido a gripes sazonais comuns. E, mesmo assim, nosso estado e mais quatro outros, anunciaram o adiamento do retorno às aulas nas redes es- tadual e privada de ensino no Rio Grande do Sul. Cerca de 1,2 milhões de estudantes ficarão sem aulas durante duas semanas... Por quê? Precaução, necessária e bem vinda? Ou concessão à pres- são da grande mídia, que parece bem em acordo com órgãos internacionais de controle sanitário e grandes laboratórios? O próprio secretário de saúde, Osmar Terra, em comunicado disse que “Sabemos que postergação do recesso não vai influenciar na diminuição significativa do número de casos, mas vai retardar a velocidade da transmissão”. O frio também não está matando e deixando muita gente com agravos de saúde ainda maiores que o comum pelo medo de ir a local de concentração de pessoas? Em especial ficando INVERNO Entre o frio e as gripes longe dos locais de atendimento em saúde? A recomendação de evitar aglomerações de pessoas, se- guida ao pé da letra, deveria produzir uma quarentena geral. Afinal, a maioria da população utiliza transporte coletivo... É necessário discernimento, cautela, mas também muito senso crítico neste momento. MORADIA Vilas Dique, Nazaré, Morada do Sul e Keddie vêm sem estrutura | Pág. 6 e 7 Ricardo Giusti/PMPA

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Distribuição Gratuita! Anuncie aqui! 8138.5773

Ano III Nº 26 Julho 2009

2009 está sendo um ano diferente dos últimos, em espe-cial pelo frio e pela ameaça da Gripe Suína, essa ameaça que a grande mídia nos diz que é o mal do século. Informação do site do governo do estado, no final de julho, dá conta de uma estimativa de 12 mil casos de “gripe suína”, 99% dos quais sem maior gravidade e evoluem para a cura. E, mais que isso, que “a taxa de letalidade da nova gripe é muito próxima às de gripe comum, (cerca de 0,4%, de acordo com o governo)”.

Para se ter uma idéia, o governo afirma que em 2008, 950 pessoas morreram no Estado devido a gripes sazonais comuns.

E, mesmo assim, nosso estado e mais quatro outros, anunciaram o adiamento do retorno às aulas nas redes es-tadual e privada de ensino no Rio Grande do Sul. Cerca de 1,2 milhões de estudantes ficarão sem aulas durante duas semanas... Por quê?

Precaução, necessária e bem vinda? Ou concessão à pres-são da grande mídia, que parece bem em acordo com órgãos internacionais de controle sanitário e grandes laboratórios? O próprio secretário de saúde, Osmar Terra, em comunicado disse que “Sabemos que postergação do recesso não vai influenciar na diminuição significativa do número de casos, mas vai retardar a velocidade da transmissão”.

O frio também não está matando e deixando muita gente com agravos de saúde ainda maiores que o comum pelo medo de ir a local de concentração de pessoas? Em especial ficando

Inverno

Entre o frio e as gripes

longe dos locais de atendimento em saúde?A recomendação de evitar aglomerações de pessoas, se-

guida ao pé da letra, deveria produzir uma quarentena geral. Afinal, a maioria da população utiliza transporte coletivo...

É necessário discernimento, cautela, mas também muito senso crítico neste momento.

MoradIa

Vilas Dique, Nazaré, Morada do Sul e Keddie vêm sem estrutura | Pág. 6 e 7

Ricardo Giusti/PMPA

2 | Julho 2009 | JEB Ano III JEB na Internet: http://jeb2007.ning.com/

e d I t o r I a le x p e d I e n t e

é uma publicação independente.

Coordenação:José Carlos Sturza de Moraes

Jornalista responsável:Mitta Conceição, DRT 8203

Editoração:Bem Estar Com. e Editoração Ltda

Conselho Editorial:Hamilton Toldo dos Santos,

Lourenço Felin e Stelamaris Glück TinocoImpressão: Pioneiro/Caxias do Sul

Tiragem: 7.500 exemplaresContato: 51.8138.5773 / 3368.4228Rua Hugo Nelson Magalhães, 285

Residencial Colinas da BaltazarPorto Alegre/RS

E-mail: [email protected]://jeb2007.ning.com/

F o n e S Ú t e I S

12ª Delegacia de Polícia ....................... 3347.727014ª Delegacia de Polícia ....................... 3340.229918ª Delegacia de Polícia ....................... 3387.668322ª Delegacia de Polícia ....................... 3340.3138Aeroporto ............................................ 3358.2000BM - Geral...................................................... 190CEEE - 24 Horas ............................... 0800.999196Conselho Tutelar Microrregião 02 ......... 3364.1977Conselho Tutelar Microrregião 10 ......... 3344.4821Delegacia da Mulher ....... 3288.2172 / 3325.5304Denúncia Anônima (SJS/RS) ........................... 181Disque-Denúncia sobre Abuso e Exploração Sexualcontra Crianças e Adolescente .......................... 100Rodoviária .......................................... 3210.0101Vigilância Sanitária .............................. 3289.2400

Educação – um processo socialMais democracia, quali-

dade e respeito para a edu-cação!

Palavras de ordem como essas povoam discursos, in-formam de posicionamentos, dizem de preocupações, mas também e muitas vezes, não passam de repertório vazio de sentidos para quem as utiliza.

Nossas verdades, muitas vezes, ajudam a silenciar e abortar outras expressões, como se tivessem que ama-durecer, como frutos, antes de terem valor frente a nossos discursos. Diálogo com a diferença é algo difícil de se verificar com intensidade a não ser, com frequência em campos de enfrentamento, onde a escuta não se faz pre-sente nem representada.

Nesses cenários da vida cotidiana, dos fazeres reflexivos de uma educação para além dos bancos escolares, mas que entende também ser esse um espaço em processo, eventos como o Seminário Estadual de Interlocução Violências Sociais e seus reflexos na Escola são bem vindos.

Bem vindos pela possibilidade que abrem a novas escutas, a construção ou reforço de outras redes sociais, ao aprendizado. Possibilidades que podem ser favorecidas, mas não determinadas, impostas, pré-dadas.

Aos professores, professoras, orientadores, orientadoras, estudantes, pais e mães, autoridades do campo da educação e de outras políticas públicas, assim como con-selheiros das mais diversas áreas da política pública e da garantia de direitos, que se desafiam a continuar buscando novos aprendizados, nossa saudação, reconhecimento e solidariedade. Inclusive pelo mal estar de uma ou outra divergência, pelo prazeroso descobrir que de tudo não se sabe (mesmo) e que os anos não nos emprestam antolhos, mas novas e coloridas lentes para buscas mais amplas.

Que o seminário, para as centenas que dele participarem, seja motivo de força e revigoramento e para os milhares que dele saberão, seja motivo de curiosidade, a matéria prima indispensável da educação.

Bom mês de agosto à tod@s!

Conselho Editorial

Sintomas da nova gripe e

recomendaçõesOs sintomas são muito similares

aos de uma gripe comum ou mesmo aos da dengue.

O paciente com gripe suína tem febre acima de 39ºC, falta de apetite, dores musculares e tosse. Algumas pessoas com a gripe suína também relataram ter apresentado catarro, dor de garganta, náusea, vômito e diarréia forte. O período de incu-bação da gripe - tempo até que a pessoa desenvolva os sintomas - é de entre 24 e 48 horas, embora não haja confirmação de um padrão para o atual surto.

De acordo com o ministério da saúde, quem esteve nas áreas afeta-das pela “gripe suína” deve procurar um posto de saúde caso apresente os sintomas da doença, mas recomenda alguns cuidados que devem ser toma-dos para quem for viajar:

- Usar máscaras cirúrgicas des-cartáveis, durante toda a permanência em áreas afetadas;

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, prefe-rencialmente descartável;

- Evitar locais com aglomeração de pessoas;

- Evitar o contato direto com pessoas doentes;

- Não compartilhar alimentos, co-pos, toalhas e objetos de uso pessoal;

- Evitar colocar a mão nos olhos, nariz ou boca;

- Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, e usar álcool gel, especialmente depois de vir da rua.

Oriunda da história bíblica, a data de 26 de julho é convencionada na nossa sociedade como dia das avós, numa alusão a Santa Ana, avó de Jesus.

Pensando o que isto significa em nossos

dias tão velozes, turbulentos, não podemos deixar de pensar que é também uma possi-bilidade de encontro, de relembrar o lugar dos afetos na nossa vida. Netos/as e avôs/avós, biológicos/as, “emprestados/as”, laços

afetivos que se estabelecem e criam cum-plicidades, identidades, mantém tradições e alimentam o imaginário.

Nossa intenção é alimentar e homena-gear a existência de laços amorosos que

possam sustentar mais calorosamente nossa caminhada.

À essas gerações que se acompanham nosso desejo que vivam seus dias em parti-lhas alentadoras!

Continuação da matéria de capa.

Avô e Avó, diálogos geracionais,laços afetivos que transcendem o biológico

Avó afetiva, Priscilla, com netos ‘emprestados’ Avó Mª Madalena, com os netos Otávio, Januária e AnitaAvó Iza Ferreira Costa, com netos Diego e Jéssica

JEB na Internet: http://jeb2007.ning.com/ Ano III JEB | Julho 2009 | 3

Não esqueça as perguntas fundamentais

Vou contar para vocês uma estória. Não importa se verdadeira ou imaginada. Por vezes, para ver a verdade, é preciso

sair do mundo da realidade e entrar no mundo da fantasia…

Um grupo de psicólogos se dispôs a fazer uma experiência com macacos. Colocaram cinco macacos dentro de uma

jaula. No meio da jaula, uma mesa. Acima da mesa, pendendo do teto, um cacho de bananas.

Os macacos gostam de bananas. Viram a mesa. Perceberam que, subindo na mesa, alcançariam as bananas. Um dos

macacos subiu na mesa para apanhar uma banana. Mas os psicólogos estavam preparados para tal eventualidade: com

uma mangueira deram um banho de água fria nele. O macaco que estava sobre a mesa, ensopado, desistiu provisoriamente

do seu projeto.

Passados alguns minutos, voltou o desejo de comer bananas. Outro macaco resolveu comer bananas. Mas, ao subir na

mesa, outro banho de água fria. Depois de o banho se repetir por quatro vezes, os macacos concluíram que havia uma

relação causal entre subir na mesa e o banho de água fria. Como o medo da água fria era maior que o desejo de comer

bananas, resolveram que o macaco que tentasse subir na mesa levaria uma surra. Quando um macaco subia na mesa, antes

do banho de água fria, os outros lhe aplicavam a surra merecida.

Aí os psicólogos retiraram da jaula um macaco e colocaram no seu lugar um outro macaco que nada sabia dos banhos

de água fria. Ele se comportou como qualquer macaco. Foi subir na mesa para comer as bananas. Mas, antes que o fizes-

se, os outros quatro lhe aplicaram a surra prescrita. Sem nada entender e passada a dor da surra, voltou a querer comer a

banana e subiu na mesa. Nova surra. Depois da quarta surra, ele concluiu: nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha.

Adotou, então, a sabedoria cristalizada pelos políticos humanos que diz: se você não pode derrotá-los, junte-se a eles.

Os psicólogos retiraram então um outro macaco e o substituíram por outro. A mesma coisa aconteceu. Os três macacos

originais mais o último macaco, que nada sabia da origem e função da surra, lhe aplicaram a sova de praxe. Este último

macaco também aprendeu que, naquela jaula, quem subia na mesa apanhava.

E assim continuaram os psicólogos a substituir os macacos originais por macacos novos, até que na jaula só ficaram

macacos que nada sabiam sobre o banho de água fria. Mas, a despeito disso, eles continuavam a surrar os macacos que

subiam na mesa.

Se perguntássemos aos macacos a razão das surras, eles responderiam: é assim porque é assim. Nessa jaula, macaco que

sobe na mesa apanha… Haviam se esquecido completamente das bananas e nada sabiam sobre os banhos. Só pensavam

na mesa proibida.

Vamos brincar de “fazer de conta”. Imaginemos que as escolas sejam as jaulas e que nós estejamos dentro delas… Por

favor, não se ofenda, é só faz-de-conta, fantasia, para ajudar o pensamento. Nosso desejo original é comer bananas. Mas

já nos esquecemos delas. Há, nas escolas, uma infinidade de coisas e procedimentos cristalizados pela rotina, pela buro-

cracia, pelas repetições, pelos melhoramentos. À semelhança dos macacos, aprendemos que é assim que são as escolas.

E nem fazemos perguntas sobre o sentido daquelas coisas e procedimentos para a educação das crianças. Vou dar alguns

exemplos.

Primeiro, a arquitetura das escolas. Todas as escolas têm corredores e salas de aula. As salas servem para separar as

crianças em grupos, segregando-as umas das outras. Por que é assim? Tem de ser assim? Haverá uma outra forma de

organizar o espaço, que permita interação e cooperação entre crianças de idades diferentes, tal como acontece na vida? A

escola não deveria imitar a vida?

Programas. Um programa é uma organização de saberes numa determinada sequência. Quem determinou que esses são

os saberes e que eles devem ser aprendidos na ordem prescrita? Que uso fazem as crianças desses saberes na sua vida de

cada dia? As crianças escolheriam esses saberes? Os programas servem igualmente para crianças que vivem nas praias

de Alagoas, nas favelas das cidades, nas montanhas de Minas, nas florestas da Amazônia, nas cidadezinhas do interior?

Os programas são dados em unidades de tempo chamadas “aulas”. As aulas têm horários definidos. Ao final, toca-se

uma campainha. A criança tem de parar de pensar o que estava pensando e passar a pensar o que o programa diz que deve

ser pensado naquele tempo. O pensamento obedece às ordens das campainhas? Por que é necessário que todas as crianças

pensem as mesmas coisas, na mesma hora, no mesmo ritmo? As crianças são todas iguais? O objetivo da escola é fazer

com que as crianças sejam todas iguais?

A questão é fazer as perguntas fundamentais: por que é assim? Para que serve isso? Poderia ser de outra forma? Temo

que, como os macacos, concentrados no cuidado com a mesa, acabemos por nos esquecer das bananas…

Rubem Alves

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Folha da Educaçãoë ë

Violências sociais e seus reflexos na escola

seminário mobiliza mais de 70 cidades A par tir de uma iniciativa conjunta

do Instituto Humanidades, que desde 2007 promove os Seminários de Estudos ‘Ações protetivas frente a um cotidiano de violências’ com o apoio deste jornal, e da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, acontece nos dias 6 e 7 de agosto, o Seminário Esta-dual de Interlocução - Violências Sociais e seus reflexos na Escola, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa.

A atividade, aber ta a profissionais ligados à área da Educação, pais, es-tudantes, pesquisadores e comunidade em geral, busca refletir sobre múltiplas

violências sociais contemporâneas e em como elas se manifestam no am-biente escolar. Isso através de mesas temáticas (ver box nesta página), com a par ticipação de antropólogos, psicólo-gos, pedagogos, profissionais do direito, sociólogos e autoridades.

Atividade de extensão universitária, o seminário tem apoio do Centro Uni-versitário IPA Metodista, da Comissão de Educação, Cultura, Despor to, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa e dos Centros Sociais Maristas.

Segundo a comissão coordenadora do evento, “o tema violência nas escolas

é antigo e impor tante. Pensá-lo implica em pensar a própria sociedade contem-porânea, nossos códigos de per tenci-mentos e exclusões. Um desafio a que mais de 700 pessoas já se colocaram, inscrevendo-se no seminário, de mais de 70 cidades gaúchas”. Além disso, cerca de 25 trabalhos selecionados serão apresentados com experiências de trabalho em escolas e redes, de diversos municípios e universidades.

Informações e últimas inscrições pelo site: www.humanidades2007.ning.com, e-mail [email protected], ou fone/fax (51) 3226.3313.

06 de agosto – quinta-feira8h | Credenciamento8h30min | Abertura9h | Painel: As violências sociais contemporâneas e a escola Palestrantes: José Luis Correa Novaes – Coordenador do Curso de Filo-

sofia/IPA Lygia Ayres – Psicóloga, coordenadora do Programa de

Intervenção voltado às Engrenagens e Territórios de Exclusão Social/UFF

Maria Regina Fay Azambuja – Procuradora de Justiça/7ª Câmara Cível

Coordenadora: Maria do Rosário Nunes – Deputada Federal, presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal

13h15min | Painel: Educação e Direitos Humanos, um desafio para a escola

Palestrantes: Carmem Craidy – Pedagoga, FACED/UFRGS João Batista Costa Saraiva – Juiz de Direito da Infância e

Juventude Rochele Fachinetto – Socióloga, GPCV/UFRGS Coordenadora: Cecília Farias – Presidente do Conselho

Estadual de Educação15h45min | Painel: A escola na rede, um desafio frente às

violências Palestrantes: José Carlos Sturza de Moraes – Diretor do Instituto Huma-

nidades Cleuza Ferrazzo – Orientadora Educacional/AOERGS Lisiane Falleiro Vargas – Psicóloga, gerência Distrital de

Saúde, Restinga/Extremo Sul/PMPA Coordenadora: Simone Dorneles – Pedagoga/Centro Meto-

dista/IPA18h | Exibição de filme: Entre os Muros da Escola Debatedores: Caleb Farias Alves – Antropólogo, IFCH/UFRGS Stelamaris Glück Tinoco – Fisioterapeuta, trabalhadora em

Saúde Mental Coordenadora: Nora Machado Klingelfus – Secretaria Mu-

nicipal de Educação e Cultura de Arroio do Sal/RS

07 de agosto | sexta-feira9h | Grupos de socialização de experiências inscritas: Pesquisas realizadas e em andamento (1990/2009) Experiências de intervenção em escolas (1999/2009)13h30min | Algumas experiências sobre violências sociais e

escolas Representantes das experiências: Diga Não ao Bullying – Mário Felizardo | Escola que Protege

(representante) Escola Sem Homofobia (representante) | Justiça Restaura-

tiva – Juiz Leoberto Brancher ORI ONIERÊ – Psicóloga Miriam Cristiane Alves Debatedora: Liliane Gonçalves Saraiva – Pedagoga, consul-

tora do CEDEDICA/Santo Ângelo/RS Coordenadora: Claudia Schiedeck Soares de Souza – Reitora

do IFRS16h | Plenária final de avaliação e encaminhamentos17h30min | Encerramento e entrega de certificados

Programação do seminário

Na manhã do dia 14 de julho, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Poncho Verde, com apoio de algumas outras escolas e instituições, como o Centro Vida, organizou um momento de apresentações culturais e palestras rápi-das para alertar quanto à disseminação do Crack, objetivando especialmente conscientizar estudantes e pais.

Um vídeo institucional apresentou um dado bastante interessante, a partir do depoimento de um dos coorde-nadores da campanha “Crack – Nem pensar!”, a droga agora chegou à classe média, deixando só a pobreza atingindo toda a sociedade. Ou seja, explicitando – apesar de sem uma crítica enfática – um pouco o que se sabe: campanhas são lançadas quando as violências agridem quem não deveria.

Em todo caso, problema sério que diz respeito a todas as políticas sociais e está esfacelando famílias a mais de uma década, o Crack precisa ser encarado com bastante reflexão. Pensando sobre o problema num contexto mais amplo, da realidade social em que vivemos, das alternativas de emprego e renda para jovens e adultos, etc. Até porque campanhas do tipo ‘Diga Não às Drogas’, já se mostraram completamente inefica-zes no Brasil, nas últimas três décadas,

inclusive contribuindo, quem sabe, para a explosão do Crack, cujo potencial de destruição corporal e social das pessoas é assombroso.

Na atividade fez-se representar o Conselho Tutelar, Microrregião 10, e ou-tros órgãos. O evento também teve apoio da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que tem a campanha intitulada ‘Crack – Ignorar é seu vício?’ Segundo o presidente da entidade, Mar-celo Dornelles, a campanha da entidade é anterior à da RBS e hoje está irmanada com aquela, destacando que “a droga não chega pela mão de desconhecidos. É o teu vizinho, o teu primo. Alguém da tua

família que vai te passar e é aí que mora o perigo, pois a droga está em todo lugar”.

Uma das atrações ex-ternas foi um grupo de estudantes da 7ª série da Escola Estadual Aldo Loca-telli (Bruno Padilha, Bruno Machado, Jordan dos San-tos, Maurício de Paula, Pa-trick Branco, Gabriel Pontes

ëBairro ruBem Berta

Poncho Verde promove evento contra o crack

Folha da EducaçãoNº 21 - Julho 2009

ëëBairro Protásio alVes

ana Íris promove diálogos com adolescentesO Jornal Entre-Bairros

(JEB) está cada vez mais presente na vida da cidade. E acompanhando o que anda rolando nas escolas, espa-ços destacados de nossa cobertura.

No dia 10 de julho, esti-vemos na Escola Municipal Ana Íris do Amaral acompa-nhando a apresentação dos trabalhos das duas turmas de C 20 (7ª série) sobre assuntos relacionados à sexualidade e a violência na juventude, numa atividade educativa denominada Problemas e soluções na adolescência - Seminário sobre Violência e Sexualidade.

Situada no bairro Protásio Alves, nos limites dos bairros Mário Quintana e Passo das Pedras, a Escola Ana Íris do Amaral, com seus cerca de 460 estudantes de ensino fundamental, é um pequeno paraíso verde-florido. Nos seus corredores igualmente coloridos, pintados com lindos motivos do meio ambiente, a escola foi cenário de uma competente apresentação de trabalhos. coordenados pela professora Claudia Regina da Silva. Buscando reduzir a tensão dos estudantes, disse-lhes a coordenadora uma frase simples, mas marcante para muitos educadores: “Não se preocupem. Estamos todos em casa”. E todos pareciam estar em casa mesmo. Professores e outros servidores fazendo às vezes de cuidadores, que queriam estar ali para escutar, e estudantes, um pouco envergonhados, mas muito orgulhosos das produções feitas.

Com auxílio de um projetor, cada grupo apresentou sucintamente seu trabalho, exibido em apresentações e filmes, e ao final foram muito aplaudidos. Nas apresentações emergi-ram questões importantes de desenvolvimento

e relações sociais, como cuidados nas relações humanas, angústias de gravidez indesejada e questões de violência urbana e modos de vida, como Bondes, Bullying e Exploração Sexual Infanto-juvenil.

Prestigiaram também a apresentação inte-grante dos Parceiros Voluntários, que desenvol-vem o projeto Tribos nas Trilhas da Cidadania, e um representante da Guarda Municipal, que também realiza trabalho no educandário, e a direção da escola.

Estudantes que apresentaram os trabalhos, bloco 1: Bondes: Alexandre S. de Moura, Ariel Adonai V. Ribas e Douglas V. Sanabria; Violência verbal (passiva): Franciele P. da Rosa e Laura V. Durgante; Bullying: Bruno José M. de Souza, Igor V. de Mello, Matheus S. Cunha e Vinícius M. Monteiro; Drogadição: Ariel B. Berti, Henrique da Luz Guimarães e Robert Junior R. Bedatti; Dificuldades de relacionamento familiar (falta de afeto): Magno A. Garcia Ribeiro, Marcos Roberto Q. de Moraes e Vítor Fernandes Barbo-sa; Exploração sexual (prostituição e pedofilia): Dieferson P. Costa, Jéssica Correa, Matheus C. Borba e Ricardo C. Andrade. Bloco 2: O corpo adolescente: Bruno B. Castro, Marcos E. de Lima Flores e William C. da Luz; A primeira vez:

Josiane dos S. Goularte, Laynne E. Barcellos e Mi-rian S. da Silva; Gravidez na adolescência: Aleci Leandro F. da Silva, Alice R. Ribeiro e Bruno Cesar P. Garske; Anticoncepção e Planejamento Familiar: Emilly Milena Z. Serra e Mariane B. Neves; e Doenças Sexualmente Transmissíveis – HIV/AIDS: Ivo Renato M. Ga-righan, Kleber Fernando O. Azambuja e Paulo Ri-cardo de O. Rahel.

José Carlos S. Moraes

Eliana Alíbio

inclusive contribuindo, quem sabe, para a explosão do Crack, cujo potencial de destruição corporal e social das pessoas é assombroso.

Na atividade fez-se representar o Conselho Tutelar, Microrregião 10, e ou-tros órgãos. O evento também teve apoio da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que tem a campanha intitulada ‘Crack – Ignorar é seu vício?’ Segundo o presidente da entidade, Mar-celo Dornelles, a campanha da entidade é anterior à da RBS e hoje está irmanada com aquela, destacando que “a droga não chega pela mão de desconhecidos. É o teu vizinho, o teu primo. Alguém da tua

família que vai te passar e é aí que mora o perigo, pois a droga está em todo lugar”.

Uma das atrações ex-ternas foi um grupo de estudantes da 7ª série da Escola Estadual Aldo Loca-telli (Bruno Padilha, Bruno Machado, Jordan dos San-tos, Maurício de Paula, Pa-trick Branco, Gabriel Pontes

e Leonardo Rodrigues), acompanhados pelo professor Carlos Pinto, que canta-ram uma música (rap) abordando o tema (letra aabixo).

Rap do Crack Crack pode matarPor isso crack nem pensarEu não vou usarnão quero me matar Crack é mortalTodos sabem que é do malCrack é regionalFederal, mundial Meu nome é Bruno e vim representarMeu nome é Leonardo e vim avisarA campanha contra o Crack não pode pararPor isso eu digo Crack nem pensar Mas Crack ele usouSe viciouE agora se internouSe salvou desse mal que entrou Mal ele teve sorteEscapou da morte Crack nunca experimenteEle pode estragar sua mente.

ëBairro ruBem Berta

Poncho Verde promove evento contra o crackFotos: José Carlos S. Moraes

6 | Julho 2009 | JEB Ano III JEB na Internet: http://jeb2007.ning.com/

Neste mês de agosto, o bairro Rubem Berta entre as comunidades Jenor Jarros/Dutra Jardim, Santa Rosa e Santa Fé, e ladeando o Complexo Cultural Porto Seco, começará a receber as novas 1.720 famílias, provenientes de quatro comunidades da capi-tal (1.100 – Vila Dique/Santíssima Trindade, 400 – Vila Nazaré, 125 – Morada do Sol e 95 – Vila Keddie). Mais as 12 famílias que moram no local.

Esse contingente populacional, não des-contadas as ruas, espaços de serviços públi-cos (que não virão este ano), como escola e galpão de reciclagem, terá 12m² por pessoa. Descontada a parte pública, deve sobrar algo em torno de 4 ou 5m², por família.

Como o espaço é grandioso, na verdade é ínfimo, vêm os sobrados, os prédios – in-clusive adaptados para cadeirantes (ótimo) –, mas e a dignidade? O direito à privacidade, ao estabelecimento de um padrão melhor de vida?

Esses e outros têm sido os questiona-mentos de parte de moradores, em especial de alguns das Vilas Nazaré e da Vila Dique. Muitos deles hoje residentes em locais bem maiores que os oferecidos pelos governos (38,7m² de área construída e pátios de 15m², frente e fundos), mesmo que com moradias – em geral – muito mais precárias.

Somada a área, apenas para se ter uma idéia, loteada, sem ruas, seriam 70 lotes 10 x 30, padrão de habitação de classe média em nossa cidade. Mas onde pode morar um, pode morar dois... É o velho espírito da solidariedade do pampa, diriam uns. Outros diriam: para pobre tá bom, no Japão é bem pior... Pois é. Mas o problema, afora discri-minações de toda ordem, é que boa parcela dessa população de pessoas empobrecidas não têm emprego, trabalharão em galpão de reciclagem, disputando lixo (que precisa ser reciclado e isso é um importante trabalho, mas que remunera mal e nem sempre) com quem já faz isso na região. Não há matéria prima para todos!

As carroças (na Lei) estão com os dias contados. Puxar carrinho com a mão, à favor dos animais (o que é bem vindo), mas anima-lizando homens, mulheres e crianças, além de pouco digno e saudável, também atrapalha o trânsito e causa riscos à todos – em especial a quem com isso trabalha.

Escola, por incrível que pareça, apesar dos esforços e denúncias de todos, inclusive deste jornal em longa matéria divulgada em

dezembro do ano passado, não vem junto agora. Deve vir ano que vem... E as escolas públicas locais próximas (Bento Gonçalves, Poncho Verde, Ildo Meneghetti e Décio Martins Costa) já estão operando no limite das vagas e de suas (especialmente as escolas estaduais) parcas estruturas.

Mas o aeroporto vai ficar mais seguro...O problema não é o aeroporto, que pre-

cisa ficar mais seguro, é a cidade. É o modo como quem lida com a vida das pessoas mais humildes age, como as pessoas ainda têm uma noção de benesse e não de direitos de cidadania e em como incomoda quando a miséria – literalmente – bate à porta. Pois aí, o ‘não é comigo’ mostra seus resultados...

Mas, além de nossas opiniões, começa-mos nesta edição a ouvir os futuros morado-res, e buscaremos apresentar nas próximas edições todos os pontos de vista possíveis sobre o assunto.

Falta de vagas em escolas, creches para os pequenos e atendimento em saúde estão entre as principais preocupações e reivin-dicações dos moradores. Isso foi frisado na audiência pública realizada pela Câmara Municipal, na tarde do dia 4 de julho na comunidade. Os moradores presentes, na grande maioria, foram contrários à mudança para novas unidades habitacionais ao longo da Av. Bernardino Silveira Amorim devido ao tamanho delas.

Davi Moraes, um dos representantes dos moradores, reclamou que “A nossa comissão de moradores se mobilizou e constatou que lá não tem creches e escolas, segurança pública e unidades de saúde”. Ele colocou que alguns moradores foram até o posto de saúde da Vila Santa Rosa, ao lado do Porto Seco e, segun-do ele, não foram atendidos. Os moradores também não conseguiram vagas nas escolas. “Isto nos deixa preocupados. Não tem nada de infraestrutura na região”, criticou.

“O que considerava um sonho virou pesadelo”. Assim destacou Enedina Espín-dola, presidente da Associação dos Amigos e Moradores da Vila Dique. Segundo ela, foi dito à comunidade – por intermédio de uma assistente social – que rede de ensino comunitária só ficará pronta em 2012. “Se não houver escola e saúde vamos ficar onde estamos. Lutamos pelo que nos foi prometido: o nosso direito social”, frisou.

Enedina afirmou também que os projetos apresentados não são claros e que o Demhab poderia ter esclarecido “o que são 39 metros quadrados”.

Quanto às escolas, dr. Goulart, diretor do Demhab, garantiu que a empresa que está construindo as casas não sairá do local das obras sem fazer a creche. “Enquanto isso, um acordo entre EPTC e Companhia Carris farão o deslocamento dos 1009 alunos em ônibus até a porta da escola”, enfatizou. O representante Davi Moraes vai elaborar uma comissão para negociar o aumento da área dos comércios. “Vamos conversar e cobrar, pois a comunidade está cada vez mais unida”, salienta.

Já a secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, garantiu que há um grupo na SMED que analisa todas as questões esco-lares. “Aqueles que não quiserem utilizar o transporte alternativo, será garantido vagas em duas escolas municipais na região [leia-se Ildo Meneghetti ou Décio M. Costa]. Já a nova escola que será construída terá capacidade de ter até 1200 vagas”, disse a secretária. Ela explicou que a escola estará pronta no segundo semestre de 2010, e que o quadro de professores da atual escola será mantido e ampliado.

Sebastião Melo salientou que os morado-res buscaram a ampliação do debate sobre o

tema junto à Câmara. “A solução hoje não existe. A solução é diálogo. Só serão transfe-ridas estas famílias com entendimento entre o executivo e os moradores”, argumentou. O presidente da Câmara sugeriu que os en-contros entre as partes sejam semanais. “Os moradores da Vila Dique merecem morar em um lugar melhor, e ampliar a pista do aeroporto vai significar mais trabalho”, completou.

Em pronunciamento na Câmara, dia 8 de julho, o vereador Nelcir Tessaro (PTB) disse que sua proposta eram casas de 42,35 m², com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e área de circula-ção. “Era para ser executado este projeto”, afirmou, lamentando que o Executivo tenha optado por um segundo. Enquanto, Maria Celeste (PT) destacou audiência pública rea-lizada pela Câmara na Vila Dique, lamentou que o processo estabelecido anteriormente entre comunidade e o Demhab tenha ficado prejudicado, pois moradores pediram in-termediação da Câmara para reabertuta do diálogo com o Executivo. Segundo ela, os 38m² das casas não leva em conta o número de integrantes das famílias, que muitas vezes é superior a dez pessoas. Ela também cobrou a construção de escolas e creches. “Não adianta simplesmente jogarem as pessoas no local. O Executivo tem de levar em conta as necessidades dos reassentados”.

Em entrevista à jornalista Mitta Concei-ção, do JEB, no início de julho, a presidente da Associação dos Amigos e Moradores da Vila Dique, Enedina Espindola, espera que o projeto de reassentamento se conclua de uma vez, pois a comunidade, conforme ela, convive com promessas vazias há mais de 20 anos.

Segundo Enedina, agora que realmente está acontecendo, os moradores estão muito assustados. Está trazendo muito transtorno para a comunidade, porque até então para os moradores mais novos aos mais antigos era apenas ato político. Todo o ano de eleição eram promessas de campanha. “Estamos vivendo um momento muito difícil, justa-mente por sermos usados pelos políticos e alguns moradores além de não acreditarem não aceitam a metragem de 39m² oferecida no projeto pelo Demhab. São 1.478 famílias que aguardam suas casas, que serão sobra-dos, apartamentos e casas solo, térreo para os portadores de deficiência. No primeiro ca-dastro feito através de um levantamento em 2005 eram 1.100 famílias e durante todo este período de espera, aumentou a comunidade. São todos filhos da mesma terra, pessoas que nasceram no local, se criaram e hoje tem uma nova família”, declara Enedina.

HABITAçãO & CIDADANIA

21 hectares para 4 vilas, 1.732 famílias

Ricardo Giusti/PMPA

José Carlos S. Moraes

JEB na Internet: http://jeb2007.ning.com/ Ano III JEB | Julho 2009 | 7

No dia 6 de julho foi escolhida a nova diretoria da Associação Santíssima Trindade, que não aceita a metragem estabelecida pelo Demhab, exigindo 42m², ação questionada por Enedina. “Eu sou a matriarca deste projeto, pois desde o início estou à frente. Na primeira audiência pública em agosto de 2005, através de uma aliança que foi for-mada, juntamos as associações de amigos e moradores, posto de saúde, clube de mães, com o apoio do CAR Noroeste, e chamamos a primeira audiência pública, que começou o trabalho. Desde esta data estamos esperando esta negociação prolongada”, diz.

Conforme seu relato, inicialmente o que foi oferecido pelo Demhab não atendia as necessidades da comunidade. “Aqui a gente construiu um vínculo com o Grupo Hospi-talar Conceição (GHC) e o nosso posto de saúde é diferente dos PSFs (Posto de Saúde Familiar). Temos de 30 a 40 funcionários

que atendem a nossa comunidade, uma vez que nos outros PSF têm só um médico, enfermeiro e acabou aí. Nós temos especia-listas, psicólogos, assistente social, dentista, clínico geral. Temos tudo o que atende as demandas da nossa comunidade. O que foi oferecido nesta época de negociação não atendia a nossa realidade. Então, a gente entrou com um pedido de impugnação da obra, quando estava na fase da terraplana-gem. E chegamos num acordo com o De-mhab, mas os Direitos Humanos indeferiu o processo, alegando que o projeto era satisfatório para as famílias carentes, mas aqui dentro da nossa comunidade nós não temos só famílias carentes. Temos famílias com uma aquisição social acima do nível carente. Temos mini-mercado, serralheria, madeireira, uma porção de coisas aqui na comunidade que são bem maiores do que prevê o social. Então, atualmente este perí-

odo de negociação é que não está se encaixando, não está de acordo justamente este tipo de diferença social que existe. A gente reconhece todo o trabalho destas pes-soas aqui que começaram do nada, mas também te-mos que pensar na situação dos mais carentes. Eu não vou exagerar, mas temos uma proporção de cerca de 45% da comunidade, que são os mais prejudicados nesta área, que tem grande infestação de mosquitos, de

ratos, infestação de vários outros tipos de bichos, lodo e lama, que se formam nos invernos inteirinhos. Isto aqui fica intransitá-vel. 45% das pessoas não veem a hora de sair daqui. Estão desesperados mesmo, porque já visitaram a nova área. Já viram o espaço, porque além de todo o equipamento social que temos aqui, a gente está conquistando lá também, que é um ambiente limpo, saudável, que tem calçamento, as ruas são todas asfal-tadas, os acessos, 100% da infraestrutura é de primeira qualidade, sem comparação”, enfatizou a presidente da Associação dos Amigos e Moradores da Vila Dique.

No mesmo sentido, Julio dos Reis, mo-rador da Vila Dique há 29 anos, pedreiro autônomo, também não aguenta mais a es-pera da remoção das famílias. “Estamos só na promessa e cada um que vem está sempre embolando e querem fazer protesto, porque a gente tá aqui no meio dos ratos, da água, do barro. Não temos mais condições, se fosse por mim, nós iríamos hoje embora para as casinhas. Tem mais esta porcaria de esperar. Pra mim é um sonho antigo e eu sempre dizia pra mulher, um dia nós vamos sair daqui e agora acho que vai dar certo”.

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HABITAçãO & CIDADANIA

Enedina Espíndola, presidente da Associação da Vila Dique

Mitta Conceição

José Carlos S. Moraes

8 | Julho 2009 | JEB Ano III JEB na Internet: http://jeb2007.ning.com/ OBRAS PúBLICAS