Jornal O Lábaro

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C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É “O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-o por sobre os telhados” (Mt 10,26). Distribuição Gratuita Ano CII - Edição nº 2.106 - Setembro 2011 www.diocesedetaubate.org.br O LÁBARO Mês da Bíblia: É preciso ir mais além Pág. 13 Pág. 8 e 9 Pág. 16 Prática de leitura infantil contribui na educação para cidadania Paróquia São José de Tremembé comemora 10 anos Pág. 7 Pastoral Carcerária capacita agentes Pág. 7 DIOCESE DE TAUBATÉ marca presença na Jornada Mundial da Juventude Congragados no mesmo ideal, jovens da Diocese de Taubaté e de outras dioceses do Brasil se uniram à juventude do mundo inteiro para o encontro com o Papa na Espanha Foto: Camila Marson / Vale Repórter

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Edição nº 2.104 - Agosto 2011

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1O LÁBAROComunicação a serviço da fé

• C O M U N I C A Ç Ã O A S E R V I Ç O D A F É •

“O que vos digo ao pé do ouvido proclamai-opor sobre os telhados” (Mt 10,26).

Distribuição GratuitaAno CII - Edição nº 2.106 - Setembro 2011w w w. d i o c e s e d e t a u b a t e . o rg . b r

O LÁBARO

Mês da Bíblia: É preciso ir mais alémPág. 13

Pág. 8 e 9

Pág. 16

Prática de leitura infantil contribui na educação para cidadania

Paróquia São José de Tremembé comemora 10 anos

Pág. 7

Pastoral Carcerária capacita agentesPág. 7

DIOCESE DE TAUBATÉmarca presença na Jornada Mundial da JuventudeCongragados no mesmo ideal, jovens da Diocese de Taubaté e de outras dioceses do Brasil se uniram à juventude do mundo inteiro para o encontro com o Papa na Espanha

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2 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

“Precisamos de santos de cal-ças jeans!”, proclamou profe-ticamente certa vez o saudoso Papa João Paulo II. Falava isso referindo-se à urgente necessida-de de uma Igreja que tivesse uma expressão jovem.

A juventude, ora alvo de crí-ticas por alguns seguimentos da sociedade que consideram os jo-vens do nosso tempo irresponsá-veis, sem ideais, despolitizados, avessos às tradições, sobretudo a certos valores cristãos defendidos pela Igreja, ora objeto de discur-sos políticos que quase sempre a inclui como prioridade nos pla-nos de governo, não pode ser tra-tada como se fosse uma grande massa uniforme, igual em todo o lugar do mundo. A juventude é, por natureza, dinâmica, irre-verente, ousada, capaz de rein-ventar os sonhos e buscar novas razões para acreditar no advento de um tempo novo, quando as pessoas se reconhecerão como irmãs.

A Jornada Mundial da Juven-tude, que acaba de celebrar a sua 26ª edição em Madri, quer ser o grito de esperança e de fé de milhões de jovens católicos es-palhados pelo mundo inteiro, e que estão comprometidos com a construção do Reino de Deus. Se sentem Igreja e querem mostrar o seu rosto ao mundo.

Alguns jovens da Diocese de Taubaté uniram-se ao grande co-ral que se formou em terra espa-nhola, marcada nesses dias pela beleza da diversidade, como em Pentecostes, para compartilhar a fé e trazer para o Brasil um novo vigor e a missão de preparar a nova Jornada.

Que a passagem da Cruz e do Ícone de Maria em nossa terra renove a fé de nossa juventude e motive a caminhada da Igre-ja para um testemunho sempre mais vigoroso e cativante.

Boa Leitura!

Deus continua a falar, pelas suas

obras (criação): seus vestígios; pelo

homem seu sinal (criado à imagem e

semelhança de Deus), pelos sinais dos

tempos, pela Palavra, pelo culto expe-

rienciado, pelo seu silêncio (também

ele tem seu recado).

Deus é amor. É comunicação.

Logo, não pode não comunicar-se: sua

Palavra é informativa, expressiva, su-

gestiva, performativa (ela realiza, pro-

voca nova relação: é criativa). A pessoa

sente-se amada, perdoada, santificada,

chamada a mudar de vida.

O cristão deve, portanto, conhecer

mais a Palavra de Deus, para saber

melhor quem é Deus e o que o ho-

mem deve fazer. Descobrirá também

o que o mundo representa de bom ou

de tentador.

A Palavra de Deus deve ser:

Entendida: O cristão não pode estar

por fora. Pela inteligência, deve buscar,

amar e seguir Jesus Cristo. O alimen-

to da razão é a verdade, nada mais e

nada menos. O que se ama, é preciso

conhecê-lo melhor, pois o que não se

conhece, não se pode amar. O céu é o

limite do homem.

Vivida: A Palavra de Deus é dinâ-

mica, pois é a Palavra de Deus. Não

podemos ficar em estado de hiberna-

ção. Nossa existência se transforma

porque tem vida, não apenas física,

mas também moral, espiritual, so-

cial, política, etc. Somente há saúde

onde a vida se manifesta intensamen-

te, uma vez que sua redução é sinal

de doença ou morte. Sendo a Palavra

de Deus relação, interpelação, ela co-

munica, exige reação.

Reanunciada: O cristão não é covei-

ro da Palavra de Deus, mas profeta e

arauto. É portador de comunicação, de

libertação, de salvação. O cristão não

é estático, mas enviado a anunciar, a

trabalhar e até a sofrer pelo Reino (Rei-

nado!), se necessário.

Por isso, a Palavra precisa ser:

Ouvida: O cristão tem ouvidos de

discípulo. De formando. De santifi-

cando. Frequenta a escola de Cristo, e

não apenas a do mundo. Na primeira,

precisa inscrever-se. Frequentá-la. Da

segunda, já, se pertence pelo nasci-

mento. O povo da antiga aliança era

chamado a ouvir (cf. Sl 95 (94)... Hb

3.7.15; 4.7), Zacarias não ouviu e fi-

cou mudo. Maria ouviu e falou. Re-

gozijou-se. Nossos ouvidos precisam

estar voltados para a Palavra.

Lida: Não somos autodidatas. Lemo-

la com a Igreja. “Senhor, o que desejas

dizer, com este texto para mim?” Hoje,

indiscutivelmente, ele é dirigido a mim.

É preciso que dele eu me aproxime.

Estudada: A superficialidade no cam-

po religioso é muito perigosa. Deus

deve ser conhecido e amado com toda

a inteligência. É nosso tributo racio-

nal. Conhece algo quem o aprofunda.

Quem está, deveras, por dentro. Não

basta, apenas, conhecer as coisas deste

mundo. Temos saudades do transcen-

dente. De Deus. “Ad maiora nati su-

mus”. Estudemos.

Interpretada: Corretamente. É neces-

sário conhecer estilos, gêneros literá-

rios, e algo de história bíblica. As tradu-

ções podem, às vezes, ser unilaterais, as

interpretações subjetivas, claudicantes,

viciadas. Não basta gritar, como fazem

alguns não católicos: só a Bíblia; com

o “somente a Bíblia”, já, temos umas

38.000 seitas cristãs nas Américas. O

músico precisa interpretar a partitura

de acordo com o compositor. Os au-

tores da Escritura são o Espírito Santo

e os hagiógrafos, que não escreveram

em português. Logo, precisamos da

tradição. Há textos que admitem deze-

nas, ou até mais interpretações. Não é,

por isso, que surgem quais cogumelos,

novas denominações religiosas, novos

ministérios? Nós interpretamos as Es-

crituras com a Igreja.

O objetivo do conhecimento bíblico

é formar discípulos de Jesus Cristo, e

não novas denominações religiosas.

Nem Lutero quis chegar aonde che-

gou. A Palavra de Deus quer união,

comunhão e fraternidade. O Espírito

Santo não é o espírito da confusão e

da desunião. Jesus disse aos Apósto-

los: “quem vos ouve, a mim ouve”.

Nós somos discípulos Dele. Há 2.000

anos. Com nossas falhas, mas legíti-

mos sucessores dos Apóstolos. O Espí-

rito Santo não dormiu durante séculos,

para de repente despertar das cavernas

um adormecido profeta, chamado

Valdemiro Santiago, com sua bispa –

Francileia, ou então outros semelhan-

tes. Muitos deixaram o barco de Pedro.

Pegaram outros. Enviados, por quem?

Autorizados, por quem?

A Palavra deve ser ouvida, amada,

vivida e testemunhada. Atitudes par-

ciais não bastam. Jesus chamou os

doze para junto de Si. Formou-os e en-

viou-os. Só interpreta bem a Palavra de

Deus, quem a ouve com fidelidade, na

Igreja. Quem faz experiência de Cristo

encarnado... e ressuscitado. Como os

Apóstolos de outrora, há hoje, quem

queira entrar na companhia de Jesus,

mas pela porta dos fundos. Fazem um

“treino” religioso, mas não uma verda-

deira experiência de Deus. Não tendo

raízes, não resistem. Ficam no cami-

nho. É preciso insistir na formação

pessoal e na da comunidade. Crescer

na fé e no amor.

Pela Palavra, Deus nos fala, pela

oração, nós lhe falamos. Pela audi-

ção da Palavra assumida, nos tor-

namos discípulos, pela vivência da

mesma, assumimos nossa missão:

profética, cúltica e transformadora.

Tornamo-nos testemunhas. Constru-

tores do Reino de Deus. Feliz mês de

setembro: da Bíblia.

A VOZ DO PASTOR

Setembro: mês por excelência da BíbliaDom Carmo João Rhoden, scj

EDITORIAL

- EXPEDIENTE

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA DIOCESE DE TAUBATÉAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070Diretor: Pe. Kleber Rodrigues da SilvaEditor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes, msj – MTE 62.839 / SPConselho Editorial: Pe. Kleber Rodrigues, Pe. Jaime Lemes, Pe. Silvio Dias, Pe. Rodrigo Natal, Mons. Marco Silva, Henrique Faria, Eliane Freire, Valquíria Vieira e Diego Simari.Revisão: Eliane FreireProjeto Gráfi co: Diego SimariImpressão: Katú Editora Gráfi caTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) E-mail: [email protected]

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opnião deste veículo.

O LÁBAROComunicação a serviço da fé

O Rosto Jovem da Igreja

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3O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DA REDAÇÃO

A Jornada e as palavras do Papa ainda ecoam no nosso coração...

Amigos e irmãos de nossa Diocese de Taubaté,

Tive a graça de durante duas semanas respirar os ventos do Espírito Santo estando bem de perto e participando da Jornada Mundial da Juventude. Em primeiro lugar, o que eu quero frizar aqui, é o desejo, a sede de milhões de jovens de se arriscarem a viver uma experiência de fé única em suas vidas: a sede de uma multidão de jovens que, ainda hoje, em pleno século XXI, em tempos de “ultra-modernidade”, desejarem beber e desejarem se saciar na verdadeira água da vida que é o Cristo (cf. Jo 4, 13-14; 7, 37-39). É impressionante ver como o amor a Cristo e o amor à Igreja arraste milhões de pessoas enfrentando calor, tempestades, ventos, sede, cansaço, caminhadas intermináveis de um canto pro outro o tempo todo, dormir tarde e acordar cedo, no chão e em sacos: tudo para encontrar-se com o Senhor (cf. Jo 1, 43-51).

Além disso, as jornadas têm sempre um tema escolhido pelo próprio Papa para ser o referencial e o norte do encontro. Este ano de 2011, em Madrid, o tema foi: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7).

Não sou um estudioso do Papa Bento XVI, mas é claro perceber nele uma profundidade e um alcance teológico e espiritual em suas palavras. Ele não quer errar o “alvo”, quer ir bem no

coração e no pensamento da humanidade, apontando o centro da nossa existência que é o Cristo e chamando-nos a atenção para os perigos atuais do modernismo, consumismo, hedonismo, e o relativismo. Diz ele: “Queridos jovens, escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós “espírito e vida” (Jo 6,63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo (...). Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração”. (Discurso do Papa na festa de acolhida dos jovens na JMJ 2011 – 18/08/2011). Entretanto, suas palavras, querem ainda, despertar as sensibilidades “natas” do espírito jovem para socorrer aqueles que sofrem e estão à beira do caminho esperando esmola e compaixão (cf. Lc 10, 29-37 e DAp. 29). “Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de

vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes”. (Reflexão do Papa na Via Sacra da JMJ Madri – 19/08/2011).

No discurso do Papa na Vigília da JMJ em 20/08/2011, está claro para o nosso Pastor que, a verdadeira felicidade e realização do jovem e da pessoa humana estão nas decisões maduras que fazemos: “A fé não se opõe aos vossos ideais mais altos; pelo contrário, exalta-os e aperfeiçoa-os. Queridos jovens, não vos conformeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo (...). Nesta vigília de oração, convido-vos a pedir a Jesus que vos ajude a descobrir a vossa vocação na Sociedade e na Igreja e a perseverar nela com alegria e felicidade (...). Não tenhais medo do mundo, nem do futuro, nem da vossa fraqueza”. Contudo, é necessário o apoio dos irmãos e da Igreja: “Para o crescimento da vossa amizade com Cristo é fundamental reconhecer a importância da vossa feliz inserção nas Paróquias, Comunidades e Movimentos, bem como a participação na Eucaristia de cada domingo, a recepção freqüente do sacramento do perdão e o cultivo da oração e a meditação da Palavra de Deus (...). Quem cede à tentação de seguir “por sua conta” ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele”.

Que essa Jornada Mundial da Juventude produza muitos frutos e bênçãos para a nossa Igreja de Taubaté. Amém!

Pe. Fábio Lopes Vieira, scjé Sacerdote Dehoniano e vigário da Paróquia N. Sra. Mãe da Igreja

Jovens parti cipam da celebração de encerramento da 26ª Jornada Mundial da Juventude com o Papa Bento XVI, em Madri

ESPECIAL

Jovens de Taubaté fazem caravana para participar do “Bote Fé”, em São Paulo

Neste Domingo, 140

jovens da Diocese de Taubaté

participam do evento

“Bote Fé”, organizado pela

Arquidiocese de São Paulo,

para acolher a Cruz e o Ícone

de Nossa Senhora, símbolos

da Jornada Mundial da

Juventude (JMJ).

Na Jornada Mundial em

Madri, que aconteceu dos dias

16 a 21 de agosto deste ano,

o Papa Bento XVI anunciou

que a próxima Jornada se

realizará no Brasil, em 2013,

com o lema ““Ide e fazei

discípulos de todos os povos”.

O “Bote Fé” marca o início

da preparação da Jornada

que terá sede na cidade do

Rio de Janeiro. Até lá, a Cruz

e o Ícone percorrerão todas

as regiões do Brasil. Em São

Paulo, o evento acontece no

Campo de Marte, com uma

intensa programação durante

todo o dia, que conta com

shows de padres e outros e

bandas católicos, além de

pregações e missa.

Mais informações e

cobertura deste evento você

poderá conferir no site:

botefesp.com.br .

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Muitas pessoas, ao começarem a ler na Bíblia a história da Criação, perguntam: “Como foi que Moisés pôde escrever os começos do mundo? Ele não esteve lá, não viu, e como pode descrever aquilo tudo?”

É verdade. Ninguém esteve nos inícios da Criação. Moisés existiu milhões de anos depois. Como pôde descrever o que não viu?

Duas suposições podem ser feitas. Primeira: Adão, o primeiro homem, deve ter contado a seus filhos – e estes a outros – o que aconteceu, e assim uma tradição trouxe até Moisés os fatos por ele descritos. Segunda suposição: Deus mostrou a Moisés, em quadros, tudo o que acontecera outrora, e assim Moisés o pôde descrever.

A primeira suposição é muito ingênua, e mesmo tola. De acordo com a Ciência, os primitivos homens que habitaram a terra eram rudes. Moravam em cavernas, sem capacidade para guardar uma tradição de milhares e milhões de anos.

Quanto à segunda suposição, isto é, que Deus teria revelado em imagens tudo o que se passou no princípio do mundo, e que Moisés o foi descrevendo, é concebível que o Espírito Santo poderia revelar tudo a Moisés. Mas não parece que este tenha sido o proceder ordinário de Deus na revelação. Deus mostrou o futuro aos profetas, porém, nunca mostrou por meio de imagens o passado de ninguém.

Deus sempre quis que os homens, chegados a certa evolução cultural, conservassem o passado como uma lição. Mas eles é que o deviam pesquisar,

analisar, entender e relatar.Como então chegou Moisés

à história dos começos do mundo? A Igreja sempre nos ensinou que os livros sagrados foram inspirados por Deus. Mas inspiração divina não significa amostragem em quadros à inteligência ou à imaginação humana. Deus inspirou os autores divinamente enquanto os moveu a escrever, com dados humanos que possuíam, aquilo que era necessário para encaminhá-los à salvação. Deus jamais quis quebrar a realidade da vida humana.

Na realidade, a história dos princípios do mundo foi pro-posta por antigos caldeus em forma imaginativa ou de su-posição. Eram as chamadas

cosmogonias, ou histórias do cos-mos, ou mundo. Moisés, ou outro autor do Gêne-sis, à semelhança das cosmogonias, mas sob inspira-ção de Deus, fez uma descrição imaginativa com o propósito bem determinado de ensinar verdades

religiosas fundamentais, que deviam conduzir o povo hebreu à fé no Deus único e verdadei-ro.

Isto quer dizer: Deus condu-ziu, por inspiração do Espírito Santo, a imaginação do autor sacro, para que descrevesse aqueles episódios imaginados como história que podemos dizer imaginativa, dentro dos moldes da época. Escrita, po-rém, sob inspiração de Deus, com fins religiosos. Nada há de científico naquela descrição. Mas é verdadeira enquanto re-velação religiosa da existência de um Deus criador do mundo e do homem.

SOB O OLHAR DA FÉ

No mês da Bíblia, algumas perguntasD. Antônio Affonso de Miranda, sdn*

*Dom Antônio Aff onso de Miranda é bispo emérito de Taubaté e membro da Acadêmia Taubateana de Letras

“Deus sempre quis que os homens,

chegados a certa evolução cultural,

conservassem o passado como uma

lição. Mas eles é que o deviam pesquisar, analisar, entender e

relatar”

PONTO DE VISTA

Depoimentos de jovens de nossa Diocese que participaram da Jornada Mundial da Juventude em Madri, na Espanha

““É emocionante ver cristãos de vários lugares do

Planeta, andando pelas ruas, cantando a sua fé. Em

equipes, com a bandeira do seu país, expressavam a

alegria de ser católico, de ser Igreja, de ser de Jesus.

Tão interessante foi conversar com os jovens de

outras nacionalidades, que contaram as dificuldades

do caminho para Deus, as dúvidas, o como ser forte

e testemunhar, o como portar-se e mostrar Jesus pela

própria vida, no cotidiano. Foi especial ouvir a história

de um pequeno grupo africano de uma região onde são

perseguidos por serem católicos, e que, mesmo com esses

obstáculos, não se curvam e ainda foram à Jornada celebrar a fé. Essas partilhas

provam que é possível ser a diferença transformadora desse mundo”.

Raquel Irene de MacedoParóquia Sagrado Coração de Jesus - Taubaté/SP

“Eu pude experimentar na Jornada Mundial da

Juventude como que um Pentecostes dos dias atuais.

Neste evento se encontravam jovens de todos os

lugares do mundo, falando diversas línguas, com

diferentes manifestações culturais, artísticas e

musicais. Mas, não obstante essas diferenças

que poderiam nos distanciar e confundir, todos

se faziam compreender na linguagem do amor,

plantada no nosso coração por Jesus, Aquele que nos

unia e nos aproximava”.

Fr. Claudenir Gilberto, scjFrater Dehoniano

“Eu posso realmente dizer que a Jornada Mundial da

Juventude foi uma experiência marcante na minha vida.

Inesquecível. A alegria contagiante que vivenciamos

na cidade de Valencia durante a pré-jornada foi

apenas uma amostra do que encontraríamos em

Madrid. É muito emocionante ver jovens do mundo

todo nos seus diferentes idiomas, com a agitação

de suas bandeiras, nas suas palmas e canções,

demonstrando a beleza de serem cristãos. Todos nós,

pertencentes à “Juventude do Papa” enfrentamos barreiras,

não só geográficas, para estarmos reunidos nessa grande festa que celebrou

o nosso amor a Cristo e aos irmãos. As palavras do Santo Padre na Vigília em

Cuatro Vientos confirmaram que a juventude católica é forte e caminha enraizada e

edificada em Cristo e sempre firme na fé. É muito bom ser jovem católica, é muito

bom ser de Deus. Eu não estou e nunca estarei sozinha na minha fé; essa é a grande

mensagem ficou dentro de mim. Os momentos que passei na JMJ 2011 estarão para

sempre no meu coração”.

Beatriz Z. de MacedoParóquia Sagrado Coração de Jesus - Taubaté/SP

“Eu posso realmente dizer que a Jornada Mundial da

“A experiência da Jornada Mundial da Juventude 2011

foi um testemunho para o mundo de que a Igreja é viva

e muito jovem. Enraizamos mais profundamente

nossa fé em Cristo. A universalidade da Igreja

ficou muito visível no verdadeiro Pentecostes que

vivemos. Várias nações, vários idiomas, vários

testemunhos e uma só fé. Bento XVI foi e é o sinal

visível da unidade do rebanho do Senhor. O desafio

para a Igreja no Brasil está lançado: 2013 é nossa vez

de mostrar o rosto jovem da Igreja no Brasil. Firmes na

fé, olhos fixos no Senhor”.

Pe. Cleber Sanches, scjPadre Dehoniano

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Em 18 de setembro, com cele-bração às 8h, na Basílica do San-tuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Da-masceno Assis, haverá novo impul-so à campanha São Paulo pela Vida, lançada em novembro passado, pela Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, por ocasião da Vigília de Oração pela Vida Nascente proposta pelo Papa Bento XVI.

O projeto de iniciativa popular visa incluir na constituição do Es-tado de São Paulo a garantia legal do direito à vida como primeiro e principal de todos os direitos huma-nos, assegurando a inviolabilidade

da vida humana (art. 5º da Consti-tuição Federal), explicitando o que hoje está omisso na Carta Magna do Brasil: “desde a concepção até a morte natural”. Com adesão de 11 dioceses (Taubaté, Guarulhos, São José dos Campos, Caraguatatuba, Assis, Presidente Prudente, Santos, Lorena, Campinas, Santo André e Mogi das Cruzes), o movimento já alcançou 30.000 assinaturas, o que corresponde ainda a 10% do que precisa ser coletado. Nesse sentido, o apoio da Arquidiocese de Apare-cida será relevante, somado ao que muitas paróquias e dioceses vêm tra-balhando.

Tal iniciativa se justifica tendo em vista a omissão da Constituição Federal sobre o exato momento do

Aparecida impulsiona a campanha São Paulo pela vida

EM DEFESA DA VIDA

início da vida humana, que a Igre-ja declara ser “desde a concepção”, amparada em dado científico, cons-tatado desde o século 19, pela em-briologia. Mesmo o Código Civil brasileiro reconhecendo o embrião humano como pessoa, e com direi-tos, o Supremo Tribunal Federal, em 2008, optou pelo argumento ju-rídico, validando a tese da teoria na-talista, que só reconhece a personali-dade civil (e os direitos da pessoa) só depois do nascimento.

Diante da perspectiva do atual governo, vir a executar o progra-ma exposto no Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH3), que prevê a legalização do aborto; a Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação

Muitas pessoas falam de espiritu-alidade como se fosse uma fórmu-la a ser seguida, obviamente existe uma espiritualidade do catequista, mas isto não tira a sua liberdade de relacionamento com Deus, pois ele não é obrigado a rezar à partir de um manual de fórmulas. Con-tudo ele não pode ignorar a neces-sidade de ter uma fé encarnada e isto o obriga a se santificar a par-tir de sua condição de catequista, pois, se a vida é o maior conteúdo da oração, a catequese deve fazer parte da conteúdo da espirituali-dade daqueles que desenvolvem o trabalho catequético.

Todos concordamos que espiritu-alidade é relacionamento, mas nem todos entendemos o que verdadei-ramente é um catequista. Hoje fala-mos que para formar um catequista temos que nos preocupar com seu SER, SABER e SABER FAZER e neste processo formativo a espi-ritualidade é imprescindível, no entanto, quase não se dá destaque ao fato de que nenhum de nós ini-cia seu processo de construção, co-

nhecimento e trabalho, a partir do momento que escolhe pelo discipu-lado de Cristo: todos nós temos um SER, um SABER e um SABER FAZER anterior. Nossa história é importantíssima para o trabalho catequético, pois deveríamos saber que se ouvimos Cristo nos chamar é porque nossos ouvidos estavam atentos a Ele e nosso coração com Ele envolvido. Este um momento de profunda espiritualidade deví-amos sempre preservar, pois é um marco de nossa vida e que vai ilu-minar tudo o que fomos antes de nosso encontro pessoal com Jesus.

Santo Inácio de Loyola sem-pre incentiva a quem participa de seus Exercícios Espirituais a fa-zer sua Teografia, ou seja, escre-ver sua história com Deus, e isso só é possível porque em algum momento nos descobrimos apai-xonados por Ele. Todo catequista deveria conseguir olhar seu pas-sado à partir do momento em que se descobriu catequista, pois isto faria com que ele descobris-se outra coisa: que ele sempre foi

Espiritualidade do catequistaESPIRITUALIDADE

Pe. Fábio Modesto*

catequista, mas não sabia.Sabemos bem que a catequese é

uma dimensão da ação da Igreja e que todos temos a obrigação de ser-mos catequistas pelo simples fato de sermos batizados, mas como falar de quem não conhecemos? E como conhecer alguém com quem não nos relacionamos? Por isso dissemos e repetimos: guarde na lembrança o momento em que você se descobriu catequista como um verdadeiro tesouro espiritual, mas não se esqueça que este dom tem que ser lembrado para que in-centive o seu crescimento, pois ele não é suficiente para te sustentar para sempre na fé!

Todas as discussões e estudos recentes sobre catequese nos con-tam sobre a espiritualidade do cate-quista, pois catequese não é apenas transmitir conhecimentos e dou-trinas, mas testemunhar um amor do qual se fez experiência: temos a obrigação de falar apaixonadamen-te de um Deus que conhecemos tão profundamente no coração, quanto na razão. Desta forma até mesmo

os encontros de catequese, hoje, se transformam em experiências es-pirituais para os catequistas, pois estamos redescobrindo a obrigação que a catequese tem de iniciar os catequizando na vida cristã e isso começa pela mística da oração e do encontro pessoal com Jesus, não pelo conhecimento de nossas expli-cações sobre Ele.

A espiritualidade é essencial e compõe o SER, o SABER e o SA-BER FAZER dos catequistas e isso precisa fazer parte da consciência de todos, pois SER catequista é descobrir-se amado e apaixonado por Deus, seu SABER nasce da consciência da necessidade de co-nhecer o objeto do seu amor e seu SABER FAZER é a descoberta de como colocar em prática no mun-do a sua vontade.

Por isso não se esqueça: Neste novo tempo em que vivemos ou se-remos catequistas de oração ou não seremos nada!

e Vida, da Diocese de Taubaté, em conjunto com outras dioceses e or-ganismos da sociedade, propôs a coleta de 300 mil assinaturas para apresentar à Assembléia Legisla-tiva do Estado de São Paulo, uma emenda constitucional, garantindo o direito à vida, desde a concepção, tornando o Estado de São Paulo o primeiro pró-vida do País. Daí o mo-tivo pelo qual a Diocese de Taubaté (que está no estado de São Paulo) apresentar o referido projeto de ini-ciativa popular, a fim de ampliar a conscientização da população de que a vida vale por inteiro, e não

pode ser banalizada ou relativizada. *Hermes Rodrigues Nery é professor, Coordena-dor da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, e Coordenador da Campanha São Paulo pela Vida.

*Pe. Fábio Modesto é assessor diocesano da Comissão de Animação Biblíco-catequéti ca e pároco da paróquia São Pedro Apóstolo.

Hermes Rodrigues*

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6 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE EM FOCO

Os membros do Instituto Missionário São José reuniram-se em sua sede em Taubaté, entre os dias 22 a 25 de agosto, para a realização do Capítulo Geral, quando foi eleito um novo Conselho Diretor do Instituto.

Formado por seis membros, o Conselho ficou constituído da seguinte forma: para supe-rior geral foi eleito o Pe. Aléscio Aparecido Bombonatti e, para vice, o Pe. Carlos Enrique Santos Silva; o Pe. Jaime Pereira Lemes foi eleito secretário geral, tendo como vice o Pe. Abílio Dantas Barbosa Neto; para o cargo de ecônomo geral foi eleito o Pe. Arcemírio Leôncio Carvalho, e o Pe. José Maria de Oliveira ficou como vice-ecônomo.

A eleição foi presidida por Dom Carmo João Rhoden,scj, que é o Bispo responsável pelo Instituto Missionário São José, uma vez que este é de direito diocesano. Os membros eleitos tomarão posse em janeiro de 2012 e terão a missão de conduzir o Instituto até 2015.

Missionários de São José elegem um novo Conselho Diretor

Durante a assembleia geral os membros do Insti tuto Missionário São José elegeram um novo conselho

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Dezessete Paróquias, representadas por 45 agentes, participaram da formação diocesana da Pastoral do Dízimo, no dia 28 de agosto. O encontro foi assessorado pela equipe da Pastoral do Dízimo da Diocese de Campo Limpo (SP). A formação acontece anualmente, com o objetivo de despertar nos agentes da Pastoral a preocupação em trabalhar a conscientização do cristão, para que este possa aderir à experiência do dízimo como gesto de partilha generosa e de compromisso com comunidade.

Pastoral do Dízimo realiza encontro diocesano de formação

Para comemorar os 70 anos de sagração do Santuário Ma-riano Diocesano Nossa Senhora do Bom Sucesso, a Pasto-ral da Comunicação organizou a “Primeira Exposição Memó-ria do Santuário”. A iniciativa tem por objetivo tornar mais conhecida a história da Igreja Matriz sagrada em 1941. A expo-sição foi aberta no dia 31 de agosto e permanecerá até o dia 30 de deste mês. Poderá ser visitada no próprio Santuário, que fica à Rua Dep. Claro César, no centro de Pindamonhangaba.

Exposição marca comemoração de 70 anos de sagração de Santuário Mariano

Agentes da Pastoral do Dízimo discutem ações para melhorar a ação pastoral nas paróquia

No dia 31 de agosto, os diáconos Nicola e Misael celebraram 20 anos ordenação com uma missa de ação de graças presidida pelo Cônego Luiz Carlos de Souza, no Santuário Mariano Dioce-sano Nossa Senhora do Bom Sucesso. Durante agradecimento, os diáconos ressaltaram que não é fácil conciliar matrimônio e mi-nistério, mas que se sentem “confortados pela graça sacramental para servir o povo de Deus”. Os dois diáconos foram ordenados por D. Antônio Affonso de Miranda em 1991.

Diáconos Nicola e Misael completam 20 anos de ordenação

Da esqueda para direita: Diácono Nicóla, Cônego Francisco, Cônego Luiz Carlos, Padre Luiz Paulo e Diácono Misael durante celebração comemorati va

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Fotos e mensagens recordam os 70 anos de sagração do Santuário de Nossa Senhora do Bom Su-cesso, em Pindamonhangaba-SP.

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7O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE EM FOCO

Olga Óculos,20 anos, escrevemos juntos esta história!!!

www.olgaoculos.com.brTAUBATÉ - LOJA 1R: Jacques Félix, 601 - CentroTels.: (012) 3632-2979 / 3632-2993

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CÂMARA MUNICIPAL DE TAUBATÉ

tv.camarataubate.sp.gov.br

A Câmara Municipal é a cara de Taubaté e do Taubateano.

Suas decisões espelham as necessidades e exigências dos cidadãos, que se transformam em leis para tornar a cidade cada vez mais moderna, agradável e bonita, melhorando a qualidade de vida de todos.

Participe das atividades da Câmara, conhecendo o processo legislativo e ajudando a garantir sua transparência. Afinal, a Câmara é sua.

Aqui, você é de.casa.

Assista às sessões da Câmara todas as quartas-feiras, às 15h.

Pela TV Câmara: Canal 17 digital ou 98 analógico da Net.

Na Internet:tv.camarataubate.sp.gov.br

Pastoral Carcerária realiza encontro da Sub-Região em Taubaté

Aconteceu de 10 a 11 de setembro, em Taubaté, o encontro

sub-regional da Pastoral Carcerárias. A formação ficou por conta

da Ir. Petra Silvia Pfaller, vice-coordenadora nacional da Pasto-

ral Carcerária. Na ocasião foi eleita uma nova coordenação para

Sub-Região de Aparecida. A eleição foi conduzida pela secretária

executiva da Pastoral Carcerária no Estado de São Paulo, Eliana

Rocha. Assumiu como novo coordenador o senhor José Dinallo,

de Taubaté, membro da Comunidade Aliança de Misericórdia.

O encontro contou ainda com a participação do Pe. Xavier, do

Pe. Edgar, do Padre Kleber e do Pe. Marcos Crescêncio, que as-

sessora a Pastoral Carcerária na Diocese, além de outros padres

visitaram o evento.

No dia 1º de outubro haverá um novo encontro na Paróquia

São José Operário, a partir das 13:30h e com término após a mis-

sa das 18h. Sinta-se convidado.

Paróquia São José comemora 10 anosCom celebrações piedosas a paróquia de São José de Tremembé cele-

brou, de 18 a 28 de agosto, a festa dos 10 anos de instalação e criação. As

festividades iniciaram com a cerimônia presidida pelo D. Carmo João,

que celebrou o Rito de Dedicação da Igreja Matriz e sagração do altar.

Em seguida, a comunidade partilhou um bolo de 10 metros. A festa se

prolongou durante dez dias, com novena, cujas celebrações foram presi-

didas por diversos padres. Dom Antônio Afonso de Miranda encerrou a

novena refletindo sobre a importância do gesto sagrado da dedicação de

uma igreja. As festividades terminaram no domingo, 28 de agosto, com

Hora Santa conduzida pelo vigário, Pe. Ricardo, e Missa, presidida pelo

pároco, Pe. Alan Rudz. Após a Missa houve apresentação da Fanfarra

Municipal de Tremembé (FAMUTRE) e uma queima de fogos.

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Agentes da Pastoral Carcerária durante encontro da Sub-Região de Aparecida

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8 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Em 2011, quase 15 mil jovens brasileiros participaram do encontro com toda a juventude mundial, durante a 11ª Jornada Mundial da Juventude, que ocorreu na Espanha, entre os dias 16 a 21 de agosto. Dentro deste grupo, cerca de 50 jovens foram representando a Diocese de Taubaté. Os jovens brasileiros foram divididos entre várias dioceses espanholas para a participação na pré-jornada, entre 9 e 15 de agosto, sendo elas: Valência, Ciudad Real, Coria-Cáceres, Sevilha e Granada. Durante este tempo nas dioceses, os jovens puderam vivenciar e conhecer melhor a realidade de cada cidade, tendo contato com as famílias, com moradores das cidades e realizando a troca de experiências, conversando, participando de missas com outras nacionalidades ou de momentos de oração e conhecendo como se dá a evangelização juvenil em outros cantos do mundo.

A Jornada é um evento que acontece a cada três anos e que teve início durante do Jubileu Internacional da Juventude de

1983-1984, chamado Ano Santo da Redenção, em recordação da morte de Cristo há 1950 anos, quando houve uma celebração dedicada à juventude na vigília do Domingo de Ramos, em Roma, da qual mais de 300 mil jovens vindos de todas as partes do mundo participaram. O Papa João Paulo II os presenteou com uma cruz de madeira – até hoje um símbolo entregue ao próximo país-sede da Jornada. O

ano de 1985 foi proclamado pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional da Juventude e a Igreja Católica organizou um novo encontro internacional no Domingo de Ramos, em que 350 mil jovens se reuniram na Praça São Pedro. Depois desse evento, o Papa João Paulo II instituiu a Jornada Mundial da Juventude.

Estima-se que perto de 2 milhões de jovens das diversas

nações do mundo se reuniram na cidade de Madrid, em 2011, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude. Guiados pelo tema “Enraizados e edificados em Cristo. Firmes na Fé”, os jovens foram ao encontro pessoal com Jesus Cristo e com sua santidade, o Papa Bento XVI. A jornada ofereceu, em sua programação cultural e litúrgica, catequeses com bispos do mundo inteiro, adorações,

missas, apresentações teatrais e musicais, visita a museus – como o Museu do Prado – shows e muita partilha entre os jovens. Os peregrinos que participaram da Jornada tinham direito a transporte gratuito de metrô e de ônibus, além de tíquetes para alimentação com convênio em vários restaurantes.

Apesar das diferenças culturais e de idioma – um dos maiores empecilhos – os jovens pareciam

se entender apenas pelo olhar ou pelo gesto, superando todas as dificuldades, que incluíam dormir no chão nos alojamentos, tomar banho gelado (e gelado mesmo!), a falta do bom e velho arroz com feijão (muito sentida pelos brasileiros) e o grande calor do verão Europeu. Durante o tempo de jornada foi possível perceber o quanto os brasileiros, e o Brasil, são queridos por várias nações do mundo e, de modo especial, pelos italianos. Sempre que essas duas nações se encontravam, os italianos cantarolavam a música Aquarela do Brasil de Ary Barroso. Era comum ver brasileiros com regallos (“presentes”, em espanhol) recebidos dos italianos, que eram conseguidos fazendo-se as trocas de fitinhas de Nossa Senhora Aparecida, bandeiras do Brasil e várias outras coisas que representassem a cultura ou que fossem um símbolo brasileiro.

No dia 20 de agosto, todos os jovens se dirigiram ao aeroporto de Cuatro Vientos para iniciar os preparativos para a vigília com Sua Santidade, o Papa, durante

Jovens da diocese de TaubaTéparTicipam da Jornadamundial da JuvenTude 2011

“Estima-se que perto de 2 milhões de jovens das diversas nações do mundo se reuniram na cidade

de Madrid, em 2011, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude”

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RepResentando a Região, católicos fizeRam paRte da maioR delegação bRasileiRa de todas as JoRnadas maTheus marcondes

Jovens da Delegação Brasileira recebem dos jovens espanhóis a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, simbolos da JMJ

Page 9: Jornal O Lábaro

9O LÁBAROComunicação a serviço da fé

a noite. Peregrinos começaram a chegar desde o meio-dia debaixo de um calor de 46°C. Durante o período da tarde aconteceram apresentações musicais e vários depoimentos de pessoas sobre a Fé em Jesus Cristo e o quanto isso fazia diferença na vida de-las. O Papa chegou ao entarde-cer, perto das 21h no verão Eu-ropeu, e, após enfrentar o forte calor espanhol, os jovens se de-pararam com uma grande chuva com ven-tos fortes, que fez muitos dos sacos de dor-mir ficarem en-charcados. Mas nada fazia os jovens desani-marem, mesmo sabendo que muitos dormi-riam ao relento, outros sentados por não terem o saco de dormir, enfrentando o vento e a chuva fria que caía.

Ao final da celebração da vigília, o Papa se dirigiu aos jovens com a seguinte mensagem: “Queridos Jovens: Vivemos uma aventura juntos. Firmes na fé em Cristo resistiram à chuva. Antes de ir, quero dar boa noite a todos. Que descansem bem. Obrigado pelo sacrifício que estão fazendo e que sem dúvida oferecerei generosamente ao Senhor. Nos

vemos amanhã, se Deus quiser, na celebração eucarística. Conto com vocês. Dou-vos graças pelo maravilhoso exemplo que aqui deram. Como nesta noite, que possam sempre em Cristo enfrentar as dificuldades da vida. Não se esqueçam disso. Obrigado a todos”

No dia seguinte, ao final da celebração, Bento XVI dirigiu a palavra a todos para que os jovens

recebessem com entusiasmo o encontro com Jesus Cristo, único Redentor da humanidade. Para que esses jovens regressassem às suas casas como m i s s i o n á r i o s do Evangelho, enraizados e

edificados em Cristo, firmes na fé, enfatizando que precisariam de ajudam neste caminho. Pediu ainda, de modo especial aos bispos, sacerdotes, religiosos e educadores cristãos, o cuidado com a juventude para que possa responder ao chamado de Jesus Cristo. Disse aos jovens que não devem desanimar ante as dificuldades apresentadas de diversas formas nos seus países de origem, para não terem medo de divulgar a mensagem de Cristo a outros jovens em toda

sua integridade e convidá-los a viver os sacramentos, pelos quais Cristo se faz presente em nossa vida.

O Papa agradeceu carinho dos jovens participantes e os enviou como embaixadores da alegria que o nosso mundo necessita. Com certeza essa experiência fez com que os jovens da Dio-cese de Taubaté voltassem En-raizados e edificados em Cristo. Firmes na Fé e animados para a evangelização da juventude. Ao final, o Santo Papa anunciou, com grande alegria, que a pró-xima jornada acontecerá no Rio de Janeiro. Receber um evento de tamanha importância é uma grande responsabilidade e tam-bém uma grande oportunidade para a Igreja do Brasil reanimar e fortalecer o trabalho com a ju-ventude, que começa dentro de cada comunidade, paróquia e diocese hoje. A Igreja do Brasil deve celebrar com grande alegria e zelo esta preparação até a Jor-nada de 2013.

A Cruz, símbolo da Jornada Mundial da Juventude, chega a São Paulo no domingo, 18 de setembro, com o evento Bote Fé. Este é o primeiro passo de mui-tos que serão dados até a celebração da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013. Que este possa ser um mo-mento de forta-lecimento de fé e de um encontro pessoal com Jesus Cristo libertador.

Que venha RIO-2013!!!

“Receber um evento de tamanha importância é uma

grande responsabilidade e também uma grande oportunidade para a

Igreja do Brasil reanimar e fortalecer o trabalho

com a juventude”

Reunidos em Madri, jovens da Diocese de Taubaté vivenciam o clima da confraternização propor-cionado pela Jornada

1986 – Roma, Itália

1987 – Buenos Aires, Argentina

1989 – São Tiago de Compostela

1991 – Czestochowa, Polônia

1993 – Denver, Estados Unidos

1995 – Manila, Filipinas

1997 – Paris, França

2000 – Roma, Itália

2002 – Toronto, Canadá

2005 – Colônia, Alemanha

2008 – Sydney, Austrália

2011 – Madrid, Espanha

Em 2013, a cidade anfitriã da Jornada será o Rio de Janeiro – Brasil.

Retrospectiva das Jornadas, depois de oficializadas em 1986 pelo Papa João Paulo II. Ao todo já aconteceram 26 edições.

Matheus Marcondes é coordenador diocesano da Pastoral da Juventude e participou da Jornada Mundial da Juventude 2011 em Madri

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10 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

A desfaçatez de Maria Antonieta está de volta. Se é que a levianda-de da rainha francesa, perdulária e alheia ao sofrimento dos pobres, desapareceu das classes mais abas-tadas no mundo inteiro.

Em 2008, a quebradeira financei-ra revelou a farra de dinheiro tor-rado pelos mais ricos, indiferentes aos destinos do planeta. Essa crise estourou a bolha de uma economia mundial, artificialmente inflada por empréstimos, ao mesmo tempo em que se atingia o limite máximo da possibilidade de endividamento.

Para socorrer a “economia mun-dial”, os governos dos países ricos, onde estourava a bolha da econo-mia especulativa, socializaram o dinheiro público para socorrer os perdulários que torraram fortunas em uma vida de luxo particular. Com a maior cara de pau, vieram a público justificar suas decisões, convocando todos agora, também aqueles que não participaram da farra, trabalhando que estavam para ganhar de modo honesto o seu pão de cada dia, a apertarem os cintos a fim de se enfrentar a re-cessão. Na hora de roer o osso, os mais pobres são igualados aos ricos epulões no dever patriótico de sal-var a economia nacional. A mesma economia que esses mais ricos ar-ruinaram em suas fanfarronices.

Neste ano, nova crise vem do norte. Os ricos gastadores recebe-ram ajuda do patrimônio público socializando suas perdas em apos-tas especulativas, porém, privatiza-ram os ganhos e mandaram a con-ta para o governo, que se endividou com isso, dando início a crise eco-nômica atual.

Ordem do dia? Apertar os cin-tos. Quem? Os mais pobres, é cla-ro. Pois os mais ricos não podem

Que comam brioches

REFLEXÃO

Pe. Silvio Dias*

abrir mão de seus privilégios e de seu estilo caro de vida. Esses capi-talistas, transformados de repente em socialistas na hora de pagar a conta, acusam o governo que os ajudara de mau administrador e recomendam que cortem gastos e aumentem impostos para equili-brar as finanças públicas e retomar o crescimento (deles, pois, os mais pobres continuarão mais pobres ainda). E cortes nos gastos públi-cos significam tirar de programas sociais.

Se os pobres não têm pão, então, que comam brioches. Enquanto nos países em “crise econômica” do primeiro mundo defendem com todas as garras o seu caviar, na So-mália, nova onda de fome ceifa vi-das de quem daria qualquer coisa por um pão.

E em Brasília, o Congresso Na-cional, de olho nas próximas elei-ções, discuti projetos que elevam gastos com saúde e segurança pú-blica, sem definir, porém, de onde será tirada a verba para isso. O go-verno já perguntou como. O líder do governo na câmara já respon-deu: criando novos impostos.

E ninguém cogita em taxar gran-des fortunas, ou de se fazer devol-ver aos cofres públicos o dinheiro desviado pelos corruptos (já são mais de 40 bilhões de reais). A Re-ceita Federal poderia cobrar, com juros e correção monetária, sone-gadores contumazes de impostos, justamente ricos bancários e em-presários. E que tal criar uma taxa especial sobre os super-salários (mais de 30 mil mensais) pagos para políticos e seus comissiona-dos, para funcionários públicos do Senado e juízes do STF?

Bem que gostaria de iniciar esta reflexão com um título mais suges-tivo. Limitei-me a trocar o ponto de exclamação pelo de interrogação. Tão batido, o grito de Dom Pedro I virou um jargão popular, longe de expressar o seu significado político e, até mesmo, a inconsequência do brado do Príncipe regente, que cau-sou grandes transtornos à Coroa Portuguesa.

Esquecendo-me do brado re-tumbante de um povo heróico às margens de um riacho paulistano, eu me pergunto se conseguimos mesmo conquistar o penhor da tal igualdade. De qual igualdade fala o nosso Hino? Daquela que diz que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros”, como ponderou George Orwell em A Revolução dos Bichos?

Ou Pedro foi um grande artista – talvez o mais imortal de todos os artistas que passaram por este país – fazendo do seu grito (que nem sei mesmo se foi um grito ou um sussurro) um tremendo blefe que já se avizinha dos trezentos anos; ou a epopéia do Ipiranga conseguiu fazer soar o grito do Príncipe, ro-busto de tal maneira que pudesse estar ecoando pelos nossos dias... Ou a independência, que nos deu uma mãe gentil, esqueceu-se de di-zer quem é o nosso pai. Bastardos da pátria amada, idolatrada por tantos pretendentes, procuramos na liberdade – ainda que tenha um nome feminino – aquele que pode-ria ser o nosso genitor. Mas não é – o que nos leva a crer que somos um povo mal-nascido.

O grito, talvez inconsequente, de Pedro, o primeiro, não nos deu a li-berdade, nem a igualdade, nem nos permite conquistar com braço for-te – o que temos certeza – a inde-pendência e a auto-suficiência para podermos ter a alegria de sentir que, de fato, nossos risonhos lindos campos têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida no seu seio mais amores.

Que campos? Que bosques? Es-ses que queimam descontrolados em milhares de hectares pela Ama-zônia adentro, fruto da sanha ines-crupulosa de grandes grupos mul-tinacionais que, tendo exaurido as

Independência ou morte?

DE OLHO NA REALIDADE

Henrique Faria*

reservas florestais em seus países de origem, querem, agora, como os outros que já nos roubaram todo o ouro, descolorir o verde-louro do lábaro que ostentamos estrelado.

Algumas verdades preconizadas pelo nosso Hino continuam atu-ais: o povo heróico, por exemplo. Por muito menos do que se perpe-traram contra a nossa mãe gentil, alguns de seus próprios filhos que a empurram para a prostituição, outros países não suportaram a hu-milhação, se levantaram e se mata-ram uns aos outros em carnificinas históricas. Nós também tivemos as nossas mazelas, como o bandeiran-tismo assassino e escravocrata, que subjugou milhões de indígenas, ou os fazendeiros do café ou da cana-de-açúcar, que importaram negros africanos como se fossem bichos. “Ora –diriam vocês – mas isso foi antes da Independência!”

Foi mesmo! Antes e depois! Mas, depois do grito de Dom Pe-dro, a escravidão e a morte assu-miram outras formas que me per-mitem assegurar haver, hoje, muito mais escravos e muito mais mortes cruéis do que na adolescência da nossa mãe gentil.

Independência ou morte à pros-tituição e ao trabalho escravo in-fantis? Independência ou morte à submissão de um povo triste a umas merrecas das tantas bolsas com que o governo lhes cala a boca? Independência ou morte ao adolescente que, a duras penas, ter-mina seu colegial e vê seu sonho universitário se esvair na frustra-ção do desemprego ou do salário que mal dá para ajudar aos irmão-zinhos comer? Independência ou morte à gente ter que assistir a esse festival de corrupção, que disputa com a guerra dos morros cariocas o espaço nobre da televisão brasi-leira?

A morte tem muitas caras, mas a independência tem uma só: a ma-turidade cívica que, quem sabe de-pois de tantas desventuras, havere-mos de alcançar, para nos darmos ao luxo de deitar em berço esplên-dido, ao som do mar e à luz do céu profundo...

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*Pe. Silvio Dias é pároco da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda em Caçapava-SP

*Henrique Faria é colaborador leigo e responsável por esta coluna

Page 11: Jornal O Lábaro

11O LÁBAROComunicação a serviço da fé

CATEDRAL

conglutinados pela união na cari-dade, alimentada pelo orvalho dos dons celestes”.

Para que cumpra seu salutar dever de representar a unidade da Igreja e o tríplice múnus do mi-nistério episcopal, alguns aspec-tos práticos são exigidos na vida de uma Igreja Catedral. Como já dissemos, o mais emblemático dos elementos da Catedral é a Cátedra: a cadeira fixa e nobre da qual o bispo preside “a assembléia da ca-ridade”. Há uma única cátedra na Diocese, da mesma maneira que é “uma a Fé, um o Senhor e um o Batismo”. Nela, apenas o Bis-po senta-se, pois a ele, consagrado como sucessor dos apóstolos, e detentor de uma autoridade que é sobrenatural, cabe confirmar na Fé a comunidade dos remidos.

No mais, convém dizer que a Catedral deve ser referência para a vida litúrgica da Diocese, devendo estar no esforço contínuo para que sejam aplicadas todas as normas referentes à celebração dos Sacra-mentos e outros atos e cerimô-

nias litúrgicas. A Catedral não pode se conce-der acompanhar modismos litúr-gicos ou corren-tes de interpre-tações diversas daquelas mes-mas que se usa em Roma. As-sim, o Cerimo-nial dos Bispos, apresenta, no ca-pítulo III (N. 42-

54, p. 29 – 31), um amplo conjun-to de normas e critérios para que a Catedral cumpra seu alto dever. Todos visam, antes de tudo, à pre-servação do sentido mais profundo da sagrada Liturgia, em que Cristo se oferece ao Pai por nós e nos sal-va pela ação do Espírito Santo.*Mons. Marco Eduardo Jacob Silva é Pároco e Mestre de Cerimônias da Igreja Catedral

A Importância da Liturgia Episcopal

“A Igreja Catedral é aquela em que está a Cátedra do Bispo, sinal do magistério e do poder do pastor da Igreja particular” (42). O capí-tulo terceiro do Cerimonial dos Bispos, acerca do qual nos dispuse-mos fazer esta série de reflexões so-bre a Liturgia, trata exclusivamente da Igreja Catedral, no seu profun-do sentido teológico e, igualmente, sobre aspectos normativos e práti-cos que se referem à Igreja mater et caput da Diocese.

O direito da Igreja é claro em estabelecer que a instituição litúr-gica e canônica chamada “Ca-tedral” se refere exclusivamente a um determi-nado edifício sa-grado, indicado por documento pontifício e ina-movível. Os pri-meiros números do capítulo ter-ceiro deixam ex-plícito que a Catedral engloba em sua vida litúrgica uma série de es-pecificidades por evidenciar e, so-bretudo, tornar visíveis os próprios atributos do ministério do bispo. A Catedral, em síntese, é a “imagem figurativa da Igreja visível de Cris-to [...] deve, consequentemente, ser retida como a imagem de seu cor-po místico, cujos membros estão

Mons. Marco Eduardo Jacob Silva*

DECRETO

“Catedral deve ser referência para a vida litúrgica da Diocese,

devendo estar no esforço contínuo para que

sejam aplicadas todas as normas referentes

à celebração dos Sacramentos e outros

atos e cerimônias litúrgicas”

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Page 12: Jornal O Lábaro

12 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

se um milênio, a Escritura foi

primeiramente experiência hu-

mana com Deus, e a escrita foi

providenciada posteriormente,

perfazendo o total de 73 livros.

Esta Escritura é fonte da fé, da

devoção, da espiritualidade e,

por conseguinte, da cultura. Sua

interpretação contínua torna

possível atualizar a mensagem

salvífica à luz dos auspícios da

era da tecnologia.

A Dei Verbum ensina que o

estudo da Escritura é alma da

teologia (DV 24). Não se deve,

portanto, considerá-la no seu

sentido estritamente literal, pois

a impediria de ser atualizada no

contexto de nossa realidade. As

modernas técnicas científicas

nos permitem aproximações his-

tóricas capazes de explicar a lite-

ralidade das expressões, incidin-

do nas conclusões dogmáticas.

A linguagem da Sagrada Es-

critura, embora humana, serve

para nos mostrar de modo com-

preensível o amor de Deus con-

cretizado em acontecimentos

históricos, cuja repercussão atra-

vessa os séculos. A Palavra de

Deus eterniza sua história com a

humanidade de acolhida, de per-

A Sagrada Escritura na vida e na missão da Igreja

E A PALAVRA SE FEZ CARNE...

Pe. Francisco Valter, sjc*

dão, de graça e de amor!

Todos os que creem em Jesus

Cristo – e no Reino que ele inau-

gurou – são tocados pela Pala-

vra para a conversão do coração

e da mente e, assim, se unirem

na comunidade, cuja Cabeça

é o próprio

Cristo. Ouvir

e aderir à Pa-

lavra de Deus

é encontrar

Jesus Cristo e

tornar-se dis-

cípulo e mis-

sionário e, ao

mesmo tempo,

se comprome-

ter com a fraternidade.

A Bíblia é a transcrição huma-

na de uma experiência de fé co-

mum. Esquivar deste conceito é

cair num relato pessoal, autobio-

gráfico e sem nexo comunitário.

Cada acontecimento narrado,

cada capítulo profético ou sa-

piencial, histórico ou canônico,

é a própria experiência de um di-

álogo com Deus.

Deus-Trindade se revela falan-

do e ouvindo. Deus dialoga com

o ser humano. Deus expõe, inter-

põe e propõe sua vontade. Aque-

le que se revela, não o faz apenas

falando, mas, inclusive, escutan-

do. Deus fala ao homem e o es-

cuta, para que este fale a Deus e

também o escute. A Bíblia torna-

se mais do que Palavra de Deus:

torna-se diálogo com Deus, pela

fé. É um diálogo em que dois

falam e escutam (DV 5). Assim,

o homem responde a Deus pela

“obediência da fé” (Rm 1,5).

Não se pode, entretanto, fazer

uma leitura simplista desta Es-

critura. Soa, por outro lado, um

tanto piegas a expressão: “ler

com o coração”. A Escritura é

para ser pronunciada na obe-

diência da fé, na perseverança

na escuta do ensinamento e no

partir o pão (At 2,42). Assim,

entendemos a famosa frase de

Santo Ambrósio: “A Ele falamos

quando rezamos; a Ele ouvimos

quando lemos os divinos orácu-

los” (DV 25).

Procuramos na Sagrada Escri-

tura não uma

letra de Deus,

uma realida-

de idílica, mas

uma mensa-

gem para nós,

uma palavra

sábia, que nos

apresente uma

solução para os

problemas de

hoje. A Escritura não é simples-

mente objeto de estudo ou de

mera veneração. Antes, é uma

Palavra de Deus escrita, de acor-

do com os padrões humanos,

para todos os tempos e ocasiões.

É uma Palavra já pronunciada,

que pode ser novamente pronun-

ciada.

Anunciar a Palavra do Senhor

e testemunhá-la pela vida é a pri-

meira e mais importante missão

da Igreja. É o próprio Senhor

que, por meio da Igreja e nela,

quer continuar a ser conhecido

como o Deus do Amor. A Igreja

vive da Palavra de Deus – assim

como vive da Eucaristia. A Igre-

ja se consolida na Palavra. E a

Palavra confere vida à Igreja. A

fé cristã não tem sentido senão

fundamentada nesta Palavra. A

Igreja continua atenta e atuante,

oferecendo aos fiéis oportunida-

des de ação para que a vida seja

preservada, pois é dom de Deus

e direito de todos.

*Pe. Francisco Valter é sacerdote da Socidade Joseito de Cristo, atua em São Paulo e é mestrando em Teologia Dogmáti ca.

O mês de setembro oferece-

nos a oportunidade de destacar

a Bíblia, Palavra de Deus, como

fonte de nossa fé e como teste-

munho de homens e mulheres

que caminharam motivados pela

experiência do encontro com

Senhor e na expectativa do seu

Reino. Aproveitando este ense-

jo, proponho uma reflexão sobre

a Palavra de Deus na vida e na

missão da Igreja.

A Constituição dogmática Dei

Verbum, do Concílio Vaticano

II, ensina que as Sagradas Escri-

turas contêm a Palavra de Deus

e, porque inspiradas, são verda-

deiramente palavra de Deus. A

missão da Igreja é anunciar o

amor de Deus, revelado na Sa-

grada Escritura e encarnado em

Jesus Cristo, o Verbo de Dei.

(DV 24-25). Por meio do minis-

tério da Palavra – catequese, ins-

trução e pregação – a Igreja co-

munica o Deus-Pai, que vem ao

encontro dos seus filhos e filhas

e fala com eles “muitas vezes e

de muitos modos” (Hb 1,1).

Numa clara definição, a Sagra-

da Escritura é a Palavra de Deus

inspirada e escrita em linguagem

humana. Gestada durante qua-

LEITURAS DOS DOMINGOS DE SETEMBRO

Dia 18 - Is 55, 6-9/ Sl 144 (145) Fl 1, 20-24.27 / Mt 20, 1-16

Dia 25 - Ez 18,25-28 / Sl 24 (25) Fl 2,1-11 ou 1-5 / Mt 21, 28-32

“A linguagem da Sagrada Escritura,

embora humana, serve para nos mostrar de modo

compreensível o amor de Deus concretizado em acontecimentos

históricos”

Page 13: Jornal O Lábaro

13O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Palavra. Ali anunciamos a his-

tória da salvação, com palavras,

que será expressa nos sinais sa-

cramentais na mesa da eucaris-

tia.

A profundidade da mesa da

Palavra deve chamar nossa

atenção e questionar nossas ati-

tudes diante do exercício do mi-

nistério de leito-

res. Em um artigo

recente chamava

a atenção para o

fato de que viver a

liturgia não con-

siste simplesmen-

te em “colocar

uma veste”, mas

exige espirituali-

dade. Participar

da mesa da pala-

vra, enquanto proclamadores

da Boa Nova, se encaixa neste

mesmo contexto. O abismo que

existe entre o ato de proclamar

e a intimidade do leitor com a

palavra, não é pequeno. Ainda

não conseguimos associar que a

Palavra de Deus é uma fonte de

espiritualidade que traz resul-

tados claros e significativos no

modo de proclamar nas celebra-

ções.

De quem é a culpa? Acredito

que de todos. Mas não estamos

aqui para encontrar culpados.

Podemos recomeçar e traçar

um caminho de formação que

Liturgia da Palavra: anúncio, espiritualidade e ministério

LITURGIA

Pe. Kleber Rodrigues da Silva*

A Igreja no Brasil celebra

dentro do contexto pastoral

os chamados meses temáticos,

temos o mês vocacional, da

bíblia, das missões. Setembro é

por excelência dedicado a este

livro tão especial.

Neste artigo desejo refletir

sobre a liturgia da Palavra em

nossas celebra-

ções, bem como

o exercício do

ministério de lei-

tor e as consequ-

ências na vida.

A celebração

eucarística é

composta de

duas grandes

mesas: a palavra

e a da eucaristia,

no entanto, ambas constituem

um só culto ao Pai, como

nos lembra a Sacrosanctum

Concilium.

A caminhada litúrgica de nos-

sas comunidades tem procurado

descobrir que a Mesa da Palavra

vai além do simples ato de que

“alguém” se dirige a ela para re-

petir um texto que se encontra

num livro.

Já nos lembram os diversos

documentos da Igreja de que

muitos tem acesso a fé simples-

mente por aquilo que escutam e

não é a toa que a primeira mesa

da celebração eucarística, é a

provoque esta percepção de que

a palavra faz parte de nossa

história diária.

Por isso, celebrar o mês da

bíblia, não consiste em apenas

preparar a entronização do livro

sagrado, um belo altar. Este mês

deve questionar de uma forma

geral, como a pastoral litúrgica

tem cuidado desta preciosa

mesa da Palavra. O cultivo da

espiritualidade dos leitores, as

melodias dos salmos, por parte

dos ministros ordenados, o

preparo das homilias. É ir além.

Preparar um altar para a bíblia,

fazer a entronização é fácil e

por isso, muitos preferem ficar

só nisso. O difícil é ter o hábito

de sentar, meditar a leitura, se

preparar e com atitude espiritual

exercer o ministério no dia em

que está escalado.

Outro elemento que

precisamos cuidar durante

o exercício do ministério de

leitores, é estarmos atentos

para participarmos da mesa da

eucaristia, ou seja, comungar

na celebração que estamos

exercendo o ministério. É tão

esquisito (essa é a impressão que

tenho), perceber que exercem

um trabalho de comunicar a

palavra, mas não preparam o

coração para acolher o Cristo,

feito palavra que acabaram de

anunciar. Estes ruídos litúrgicos

devem chamar nossa atenção

para entender a ação litúrgica é

sinal sacramental, isto é, passa

por cada um de nós. Enquanto

estivermos achando que estamos

apenas cumprindo uma escala,

nossa ação evangelizadora

estará muito distante do

proposto pelo Cristo.

Temos milhares de fundamen-

tos que trazem para nós todo

significado da mesa da Palavra.

Sabemos da teoria. É preciso

agora cuidar da prática. Por isso

cada leitor deve sentir-se pro-

vocado neste “mês da Bíblia”

a fazer uma autoavaliação. Da

parte dos responsáveis (minis-

tros ordenados e coordenado-

res) oferecerem oportunidades

para o cultivo da palavra além

das celebrações eucarísticas. A

exortação pós-sinodal Verbum

Domini, as Diretrizes da Ação

Evangelizadora da Igreja no

Brasil 2011-2015, chamam nos-

sa atenção para que cuidemos

de tal significativo ministério

presente em nossas comunida-

des. Que o mês de setembro seja

uma oportunidade para fazer

crescer em nossa prática litúrgi-

ca, o Cristo que anunciamos.

*Pe. Kleber Rodrigues da Silva é secretário diocesano de pastoral e assessor de liturgia da Diocese de Taubaté

“A linguagem da Sagrada Escritura, embora humana,

serve para nos mostrar de modo

compreensível o amor de Deus concretizado em acontecimentos

históricos”

Foto

: sxc

.hu

“A profundidade da mesa da Palavra deve chamar nossa atenção”

Page 14: Jornal O Lábaro

14 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Há muito pensei escrever sobre isso, mas, não sei por que, só ago-ra, quando desfrutava de um bre-ve momento de ociosidade, o meu espírito, num ato de reminiscên-cia, trouxe à tona uma imagem que meus olhos contemplaram quase todos dos dias quando per-fazia o caminho da Faculdade de Comunicação.

Saindo de casa, eu pegava a avenida mar-ginal à linha do trem, que de-semboca no pe-queno túnel de acesso à Avenida Marrocos. Pas-sava ao lado do Estádio “Joaquin-zão” e seguia pela Avenida do Povo até à faculdade. Ao passar ao lado do estádio, a cena sempre se repetia. Pequenina e de fortes traços orientais, a menina ia sal-titante à frente da mãe, que aten-ta aos movimentos da pequena, mantinha certa distância, como que lhe dando autonomia. A im-

pressão que eu tinha era a de que ela se sentia mesmo muito livre, e confiante na proteção materna sempre presente ou do pai que às vezes a acompanhava. Era como se ela tivesse a plena certeza de que nada lhe poderia acontecer, pelo simples fato da mãe ou do

pai estar ali. Carregava uma

mochila nas cos-tas, o que me fazia crer que o caminho que per-corriam diaria-mente era o da es-cola, assim como eu. Mas o que

mais me chamava à atenção era o contraste da cena: na avenida, a agitação dos carros em horário de pico, buzinas ensurdecedoras dos motoboys, gente irritada porque já estava atrasada para o trabalho e o trânsito não evoluía, todo mundo num movimento frenético – carac-terística própria das cidades em desenvolvimento numa sociedade hipermoderna; na calçada parale-

Presenças

CRÔNICA

Pe. Jaime Lemes, msj*

la à avenida, a menina parecia ig-norar a loucura em que o mundo se metera. Os seus movimentos, ainda descoordenados, transpare-ciam leveza, andava como se flu-tuasse, despreocupada, mas deci-dida. Carregar a própria mochila parecia uma forma de mostrar o quanto era livre, mas também o quanto sabia de suas responsa-bilidades, incomparáveis a dos adultos, mas responsabilidades. A presença singela e amorosa da mãe não era uma segurança que prendia, mas uma segurança que encorajava ao mesmo tempo em que protegia.

Sempre que via aquela cena, ficava pensando sobre as presen-ças que nos ajudam a perfazer os caminhos da vida. Presenças exi-gentes, presenças encorajadoras, presenças dóceis, presenças enig-máticas, presenças bem-humora-das, presenças falantes, presenças silenciosas, presenças duradouras, presenças breves... mas sempre amigas e importantes. Presenças que de algum modo nos marcam,

nos ensinam, porém, sem nos aprisionar ou sufocar, que nos dei-xam livres para carregar a nossa própria mochila e, por isso, nos ajudam a crescer, a tomar cons-ciência do nosso ser no mundo e da nossa busca fundamental. Tais presenças são imprescindíveis na vida de qualquer pessoa que an-seia por plenitude..

*Pe. Jaime Lemes, msj, é Jornalista, vigário da Paróquia do Menino Jesus em Taubaté e assessor da Pastoral da Comunicação na Diocese

LINK CULTURAL

Eleito pela revista “Scientific Ame-rican” um dos 20 cientistas mais in-fluentes do mundo, o pesquisador

brasileiro Miguel Nicolelis, que já foi indicado várias ve-zes ao Prêmio No-bel de Medicina, foi uma das estrelas da Festa Literária Internacional de Paraty, em julho, quando lançou o li-

vro “Muito além do nosso eu: A nova neurociência que une cérebro e má-quinas, e como ela pode mudar nossas vidas”, pela Companhia das Letras. A obra detalha, em 552 páginas, como a tão sonhada conexão entre cérebro e máquina está prestes a se tornar re-alidade, pois descreve os avanços nas pesquisas em neurociências que estão revolucionando diversas áreas, do en-

tretenimento à medicina, incluindo como as vestes robóticas vão permitir a tetraplégicos andarem, e como será possível o controle dos sintomas de Parkinson pela estimulação elétrica da superfície da medula espinhal, para acabar com sintomas de tremores, lentidão de movimentos e dificuldade de caminhar. Para Nicolelis, diretor-científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), que está sendo implantado no Rio Grande do Norte, a humanidade está diante de um novo mundo, onde o culto ao corpo dará lu-gar ao culto ao cérebro, graças às pos-sibilidades da neurociência. O livro descreve o processo dessa fascinante pesquisa de maneira acessível, tanto para entendidos do assunto quanto para leigos, facilitando a divulgação de um conhecimento avançado, mas com tempero brasileiro..

// LIVRO // TEATROO imponente prédio do Theatro Muni-cipal de São Paulo completa 100 anos de existência em setembro de 2011. Palco de peças, óperas e espetáculos nacionais e internacionais e um dos te-atros mais representativos do Brasil, o Municipal passou por uma complexa reforma, que restaurou o palco, cen-tenas de pinturas antigas e mais de 14 mil vitrais, fazendo com que o local fique mais parecido com um teatro do século passado, mas muito mais mo-derno. O Theatro Municipal de São Paulo começou a ser construído em 1903, projetado por Cláudio Rossi e desenhado por Domiziano Rossi, e foi inaugurado com uma ópera para uma multidão de 20 mil pessoas, que se amontoavam na Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo. Hoje, o Theatro coordena escolas de música e dança e busca desenvolver cada vez mais o trabalho de seus cor-

pos estáveis: a Orquestra Sinfônica Municipal, a Orquestra Experimental de Repertório, o Balé da Cidade, o Quarteto de Cordas, o Coral Lírico e o Coral Paulistano. Para comemorar seu centenário, o Municipal oferece uma programação especial, com apresenta-ções de ópera, balé, concertos e música de câmara, com um elenco de grandes artistas ao lado dos corpos artísticos da casa. Informações sobre as comemora-ções podem ser obtidas pelo telefone (11) 3222-8698 ou no site www.prefei-tura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cul-tura/teatromunicipal/. O acesso mais fácil ao teatro pode ser feito pelo Metrô República ou Anhangabaú, no centro da Capital.

“A presença singela e amorosa da mãe não

era uma segurança que prendia, mas uma

segurança que encorajava ao mesmo tempo em que

protegia”

Ilust

raçã

o: sx

c.hu

Eliane Freire*

*Eliane Freire é doutora em comunicação e professora na UNITAU

Page 15: Jornal O Lábaro

15O LÁBAROComunicação a serviço da fé

DIOCESE DE TAUBATÉ

Expediente

Decanatos / Decanos / Paróquias / PárocosDECANATO TAUBATÉ I - Decano: Mons. Marco Eduardo -------------- 3632-3316Catedral de São Francisco das Chagas – Mons. Marco Eduardo 3632-3316Nossa Senhora do Rosário (Santuário Sta. Teresinha) – Mons. José Eugênio 3632-2479São José Operário – Pe. Luís Lobato 3633-2388Santo Antônio de Lisboa – Côn. Elair Ferreira 3608-4908São Pedro Apóstolo – Pe. Fábio Modesto 3633-5906Nossa Senhora do Belém – Pe. Valter Galvão 3621-5170São Vicente de Paulo – Pe. Éderson Rodrigues 3621-8145

DECANATO TAUBATÉ II - Decano: Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864Sagrada Família – Pe. Arcemírio, msj 3681-1456Santa Luzia – Pe. Ethewaldo Júnior 3632-5614do Menino Jesus – Pe. Vicente, msj 3681-4334Nossa Senhora Mãe da Igreja – Pe. Emerson Ruiz, scj 3411-7424Nossa Senhora da Conceição (Quiririm) – Pe. Sílvio Menezes, sjc 3686-1864São Sebastião – Pe. Rodrigo Natal 3629-4535

DECANATO TAUBATÉ III – Decano: Pe. José Vicente 3672-1102Santíssima Trindade – Côn. Paulo César 3621-3267Sagrado Coração de Jesus – Pe. Carlos, scj 3621-4440Senhor Bom Jesus (Basílica de Tremembé) – Pe. José Vicente 3672-1102São José (Jd. Santana-Tremembé) – Pe. Alan Rudz 3672-3836Espírito Santo – Pe. Antônio Barbosa, scj 3602-1250

DECANATO CAÇAPAVA – Decano: Pe. Sílvio Dias 3652-2052Nossa Senhora D’Ajuda (Igreja São João Batista) – Sílvio Dias 3652-2052Santo Antônio de Pádua – Pe. Décio Luiz 3652-6825Nossa Senhora da Boa Esperança – Côn. José Luciano 3652-1832São Pio X (Igreja de São Benedito) – Frei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404Menino Jesus – Pe. Luiz Carlos 3653-5903Nossa Senhora das Dores (Jambeiro) – Pe. Gracimar Cardoso 3978-1165

DECANATO PINDAMONHANGABA – Decano: Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Bom Sucesso – Côn. Luiz Carlos 3642-2605Nossa Senhora da Assunção (Igreja de São Benedito) – Pe. Celso Aloísio 3642-1320Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Côn. Francisco 3642-7035São Miguel Arcanjo (Araretama) – Pe. João Miguel 3642-6977São Benedito (Moreira César) - Pe. José Júlio 3641-1928São Vicente de Paulo (Moreira César) - Côn. Geraldo 3637-1981São Cristóvão (Cidade Nova-Km 90 da Dutra) – Pe. Sebastião Moreira, ocs 3648-1336

DECANATO SERRA DO MAR – Decano: Côn. Amâncio 3676-1228Santa Cruz (Redenção da Serra) – Côn. Amâncio 3676-1228Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra) – Côn. Joaquim 3677-1110Nossa Sra da Conceição (Pouso Alto-Natividade da Serra) – Côn Joaquim 3677-1110São Luís de Tolosa (São Luiz do Paraitinga) – Pe. Edson Rodrigues 3671-1848

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA – Decano: Pe. Celso, sjc 3662-1740Santa Terezinha do Menino Jesus (Campos do Jordão) - Pe. Celso, sjc 3662-1740São Benedito (Campos do Jordão) – Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340São Bento (São Bento do Sapucaí) – Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Santo Antônio (Santo Antônio do Pinhal) – Côn. Pedro Alves 3666-1127

Horário de MissasTAUBATÉPARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGASCatedral de São Francisco das ChagasMissa preceitual aos sábados: 12h / 16h. Aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 18h30 / 20hConvento Santa ClaraMissa preceitual aos sábados: 19h30.Aos domingos: 7h / 9h / 11h / 17h30 / 19h30Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)Missas aos domingos: 8h30Igreja de SantanaMissa no Rito Bizantino, às 9h30 aos domingosPARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMatriz: Santuário de Santa TeresinhaAos domingos: 6h30 / 8h / 9h30 / 17h / 19hMissa preceitual aos sábados: 19hPARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIOMatriz: São José OperárioMissa preceitual aos sábados: 12h / 18h. Aos domingos: 7h / 10h30 / 18h / 20hPARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOAIgreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOMatriz: São Pedro ApóstoloMissas aos domingos: 8h / 9h30 / 17h18h30 / 20hPARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAMatriz: Sagrada FamíliaMissas aos domingos: 8h / 10h30 / 17h / 19hPARÓQUIA SANTA LUZIAMatriz: Santa LuziaMissas aos domingos: 10h / 19h30PARÓQUIA MENINO JESUSMatriz Imaculado Coração de MariaMissas aos domingos: 8h / 11h / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAMatriz: Santuário São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)Missa preceitual aos sábados: 19hAos domingos: 8h / 18hPARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEMatriz: Nossa Senhora das GraçasMissas aos domingos: 7h / 9h / 10h30 / 19hPARÓQUIA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUSMatriz: Sagrado Coração de JesusMissa preceitual aos sábados: 17hMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 17h30 19h30PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOMatriz: São Vicente de PauloMissas aos domingos: 7h / 10h / 17h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMMatrizMissa aos domingos: 9h / 19h

CAÇAPAVAPARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAMatriz: São João BatistaMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h 18h30PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAMatriz: Santuário Santo Antônio de PáduaMissas aos domingos: 7h / 9h / 19hComunidade de São Pedro: Vila BandeiranteMissas aos domingos: 17hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇAMatriz: Nossa Senhora da EsperançaMissas aos domingos: 10h / 19hPARÓQUIA SÃO PIO XMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 6h30 / 9h30 / 11h18h / 20hIgreja São José OperárioMissas aos sábados e domingos: 19hPARÓQUIA MENINO JESUSMatriz: Menino JesusMissas aos domingos: 6h30 / 10h / 19h

CAMPOS DO JORDÃOPARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSIgreja Matriz: Santa Terezinha do MeninoJesus (Abernéssia)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITOMatriz: São Benedito (Capivari)Missas aos domingos: 10h30 / 18hJAMBEIROPARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESMatriz: Nossa Senhora das DoresMissas aos domingos: 8h0 / 19hNATIVIDADE DA SERRAPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEMatriz: Nossa Senhora da Natividade Natividade da SerraMissas aos domingos: 9h30 / 19hPARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOMatriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)Missas aos domingos: 2º e 4º Domingos do mês: 10hPINDAMONHANGABAPARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOMatriz: Santuário Nossa Senhora do Bom SucessoMissas aos domingos: 7h / 9h / 11h / 18hPARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃOMatriz: São BeneditoMissas aos domingos: 7h / 9h30 / 18h / 19h30Igreja Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos(Cidade Jardim)Missas aos domingos: 8h / 19h30PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMAMatriz: Nossa Senhora do Rosário de FátimaMissas aos domingos: 7h30 / 9h / 19hPARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)Missas aos domingos: 8hPARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOIgreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)Missas aos domingos: 7h / 9h / 19h30PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO - Cidade NovaIgreja Matriz: São CristóvãoMissas aos domingos: 7h / 19hPARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Igreja Matriz: Missas aos domingos: 8h / 19hREDENÇÃO DA SERRAPARÓQUIA SANTA CRUZMatriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)Missas aos domingos: 9h30SÃO LUIZ DO PARAITINGAPARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAMatriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)Missas aos domingos: 8h / 10h30 / 19hSANTO ANTONIO DO PINHALPARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALMatriz: Santo AntônioMissas aos domingos: 8h / 10h / 19hSÃO BENTO DO SAPUCAÍPARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍMatriz: São BentoMissas aos domingos: 8h / 10h / 18hTREMEMBÉPARÓQUIA SENHOR BOM JESUSMatriz: Basílica do Senhor Bom JesusMissas aos domingos: 7h / 8h30 / 10h /17h 18h30 / 20hIgreja São SebastiãoMissa no Rito Bizantino, às 18hPARÓQUIA SÃO JOSÉMatriz: São José (Jardim Santana)Missa preceitual aos sábados: 18h30. Aos domingos: 7h30 / 10h30 / 19h30

DIOCESE DE TAUBATÉMITRA DIOCESANA DE TAUBATÉ - CNPJ 72.293.509/0001-80Avenida Professor Moreira, nº 327. Centro - Taubaté-SPCEP 12030-070Expediente: De Segunda a Sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.Telefone (12) 3632-2855

Bispo Diocesano: Dom Carmo João Rhoden, scjVigário Geral: Mons. José Eugênio de Faria SantosEcônomo e Procurardor: Côn. Luiz Carlos de SouzaChanceler do Bispado: Mons. Irineu Batista da SilvaCoordenador Diocesano de Pastoral: Pe. Kleber Rodrigues da Silva

Page 16: Jornal O Lábaro

16 O LÁBAROComunicação a serviço da fé

Todos sabem o quão faz bem ler livros durante toda a vida, mas nem todos gostam ou têm a dispo-sição necessária para realizar essa atividade. Em alguns casos, isso ocorre devido à falta de estímulo à leitura quando criança, afinal, é nessa fase que todos os hábitos se formam. Já os adolescentes devem cultivar o hábito da leitura para ampliar seus conhecimentos, de tal forma que possam ser expandi-dos durante sua formação profis-sional, o que muito irá ajudá-los.

Mesmo com papéis diferentes, a escola e a família têm um objetivo em comum, o de educar a criança para a vida em sociedade. “Os pais podem ajudar seus filhos fazendo programas que envolvam ativida-des culturais e cultivando diaria-mente o hábito da leitura”, ressal-ta a psicóloga Lilian Nascimento, destacando o papel dos pais, afi-

nal, são neles que as crianças se espelham. “A leitura nos traz co-nhecimentos, e o conhecimento é o limite do nosso mundo”, acres-centa Lilian.

As escolas, públicas e privadas, estão investin-do em diversifi-cados projetos dentro e fora do ambiente escolar para incentivar os alunos. A pe-dagoga Maria Conceição de Castro afirma que, dentre seus alu-nos, há aqueles que gostam de ler e procuram a leitura por prazer, mas também há os que reclamam e não gostam de participar. Muitos deles se identificam com os livros obser-vando a capa, o assunto, o número de páginas e, algumas vezes, bus-cam relacionar a história lida com

Aproximar as crianças de literatura favorece a cidadania

CIDADANIA EM PAUTA

o que acontece na vida.Não somente as escolas têm o

objetivo de incentivar a leitura. A Universidade de Taubaté, em par-ceria com o Instituto Todo Mun-do e a Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo, conta com o projeto Seliga – Se-mana da Literatura Infantil, Ga-mes e Artes, visando incentivar a prática da leitura desde a infância. Em Taubaté, a leitura se torna um pouco mais interessante para as crianças simplesmente pelo fato da cidade abrigar o famoso Sítio

do Pica-pau Amarelo, que recebe visitas frequentes dos moradores da cidade nos finais de semana. “Em alguns casos, os funcionários do Sítio conseguem acompanhar

o crescimento das crianças”, diz a funcioná-ria Francine Lo-bato, sobre as várias gerações que costumam passar por lá. Há casos também

de professores de outras cidades, próximas ou não, que visitam o Sítio, utilizando essa didática para incentivar a leitura. E isso é com-provado com o movimento du-rante a semana, na qual o Sítio do Pica-pau Amarelo recebe diversas excursões de diferentes cidades, sendo assim, a procura maior é de

pessoas de diversas localidades.Taubaté conta, em média, com

10 bibliotecas municipais, sendo cada uma localizada em diferen-tes bairros da cidade, com uma re-lativa frequência de crianças. Com isso a Biblioteca Municipal Profes-sor Jerônimo de Souza Filho, que fica no centro da cidade não tem o mesmo movimento de público das demais, explica a bibliotecária res-ponsável Pércia Semintilli.

Outro fator que pode contribuir com os professores taubateanos no estímulo à leitura é o fato de a cidade ter recebido o título de Capital Nacional da Literatura Infantil, concessão aprovada pela Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, em Brasília, em 2010. Esse título é o reconhecimento da obra deixada por José Bento Re-nato Monteiro Lobato, considera-da a literatura mais lida no Brasil, ficando atrás apenas da Bíblia Sa-grada.

Infelizmente, o hábito de ler não faz parte das atividades coti-dianas do brasileiro. Isso faz com que o país ocupe a 27ª posição no ranking mundial de leitura entre os 30 países que mais leem no mundo, com uma média de 5,2 horas semanais de leitura por ha-bitante.

*Juliana Valim é aluno do 2º ano de Jornalismo da Universidade de Taubaté

Por Juliana Valim*

Por meio da leitura é possível se comunicar e se desenvolver, por isso é importante que as crianças adquiram esse hábito

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As bibliotecas são os locais ideais para aproximar as crianças dos livros

“Mesmo com papéis diferentes, a escola e a

família têm um objetivo em comum, o de educar

a criança para a vida em sociedade”