Jornal Notícias do Jardim São Remo

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São Remo Notícias do Jardim Setembro de 2012 ANO XIX nº 5 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.eca.usp.br/njsaoremo Com tanta opção, é difícil escolher Comunidade Projeto quer proibir brindes em alimentos infantis São Remano Rapper Rashid fala sobre sua relação com a periferia pág. 4 pág. 9 Sem respostas, moradores convivem com má iluminação pág. 5 Nesta edição, informações importantes sobre as eleições São Reminho FOTOS: ROGÉRIO GERALDO nas Eleições págs. 2, 3 e 7

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Edição Setembro de 2012

Transcript of Jornal Notícias do Jardim São Remo

São RemoNotícias do Jardim Setembro de 2012 ANO XIX nº 5

dIStrIbuIçãO grAtuItAwww.eca.usp.br/njsaoremo

Com tanta opção, é difícil escolher

ComunidadeProjeto quer proibir brindes em alimentos infantis

São remano

rapper rashid fala sobre sua relação com a periferia

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Sem respostas, moradores convivem com má iluminação pág. 5

Nesta edição, informações importantes sobre as eleições

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págs. 2, 3 e 7

Notícias do Jardim São Remo Setembro de 2012

São Remo

debate

Publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretor: Mauro Wilton de Sousa. Chefe de depar-tamento: José Coelho Sobrinho. Professores responsáveis: Dennis de Oliveira e Luciano Guimarães. Edição, planejamento e diagramação: alunos do primeiro ano de jornalismo. Secretário de Redação: Fabio Ruivo Manzano. Secretário Adjunto: Valdir Ribeiro Júnior. Secretárias Gráficas: Fernanda Drumond e Rúvila Magalhães. Editora de Imagens: Sofia Calabria. Editoras: Ana Beatriz Brighenti, Ana Luiza Tieghi, Bruna de Alencar, Bruna Rodrigues, Lara Deus, Giovanna Gheller e Susana Berbert. Suplemento infantil: Érica Lima e Ricardo Kuraoka. Repórteres: Aldrin Jonathan, Ana Paula Souza, Ariane Alves, Bárbara D’Osualdo, Daniel Morbi, Fernanda Maranha, Fernando Gabriel Pivetti, Gabriela Domingues Fachin, Gabriela Malta Felix, Gabriella Feola, Jéssica Soler, Lucas Coelho, Luiza Maranhão=, Patrícia Batista Figueiredo, Rogério Geraldo, Thiago Salles. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443-Bloco A. Cidade Universitária CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected] Impressão: Gráfica Atlântica. Edição Mensal: 1500 exemplares

“Espero que [o candidato eleito] seja diferente dos que estão aí, que faça mais do que promete”

VÂNIA LISBOA, MORADORA DA SÃO REMO

São Remanos discutem sobre a campanha eleitoralMoradores vão às urnasO P I N I Ã O

www.eca.usp.br/njsaoremo

Fernanda Maranha

Notícias do Jardim

Não jogue seu voto fora

Estamos num período de fervor polí-tico: horário eleitoral, debates na tele-visão, santinhos e cartazes de candida-tos pela rua pedindo o nosso voto. E é por isso que esta edição do NJSR vem falar ou pouco mais sobre as eleições. Este é o período mais longo de funciona-mento, sem interrupções, da democracia no Brasil. É a sétima eleição direta muni-cipal consecutiva. Trata-se de um aconte-cimento inédito na história do país.

Por mais difíceis que sejam as escolhas, por maiores que sejam as denúncias de corrupção e a descrença nos políticos sempre aumente, devemos nos lembrar do nosso poder de mudança.

Entre tantas opções, cargos e partidos, é fácil se confundir. É por isso que a equi-pe do jornal trouxe algumas respostas às dúvidas mais comuns do são remano.

Além da conversa que tivemos sobre a influência da propaganda política na aprovação dos candidatos, com o Profes-sor Claudio Arantes da Faculdade Cásper Libero, o Papo Reto também traz para a roda as eleições e seus desenrolares.

Esperamos, portanto, que esta edição responda aos questionamentos mais co-muns e o ajude a escolher em quem con-fiar o voto. Não abra mão deste direito.

No domingo, dia 7 de outubro, vamos às urnas para exercer nosso dever de ci-dadão. Não vamos somente apertar al-guns botões, vamos exercer nossa demo-cracia e decidir o futuro de nossa cidade.

Gabriela Fachin

As eleições para a escolha do prefeito e dos vereadores acontecem este ano no dia 7 de outubro. Em 21 de agosto, a propagan-da eleitoral obrigatória começou a ser exibi-da no rádio e na televisão. Nas ruas da São Remo, diversos cartazes estão espalhados para a divulgação dos candidatos e ajudar na escolha dos eleitores.

A escolha dos são remanosVários moradores já escolheram seus can-

didatos, alguns deles com a ajuda da divul-gação. Quando questionados se acompa-nham a propaganda eleitoral gratuita, as respostas dos são remanos se dividem: en-quanto uns não assistem, a maior parte diz que vê pela televisão esporadicamente. Vâ-nia Lisboa, por exemplo, conta que acom-panha “às vezes, para ver as propostas, ti-rar algumas dúvidas”.

Além desse critério, os moradores também definem o voto pelo histórico e personalida-de do candidato, pelo partido ou ainda deci-dem em quem votar em família.

Outros, no entanto, votam branco, nulo ou justificam o voto, como a Dona Francis-ca. Ela é cearense e, apesar de morar há 16 anos em São Paulo, não transferiu seu título. Mas a maioria que anula o voto está descren-te da política, como Djalma Reis dos Santos, que declara: “estou escaldado de tudo isso”, e garante que não apoia nenhum candidato.

Influência das pesquisas No período que antecede as eleições, os

veículos de comunicação em massa costu-mam divulgar pesquisas de intenção de vo-tos. Questiona-se a influência que elas po-dem exercer na escolha do eleitor.

Algumas pessoas entrevistadas na comu-nidade acham que estes levantamentos não alteram a opinião de quem vai votar. Entre-tanto, a maioria delas acredita que a pes-quisa de intenção tomada como previsão de resultados pode mudar o voto de quem é menos esclarecido, como Luciene Borges aponta: “Às vezes a pessoa não tem muita instrução e quer votar em quem vai ganhar”.

Um desejo em comumApesar das opiniões divergentes, o que os

são remanos esperam dos políticos é que eles tragam benefícios não só para a elite, mas para toda a sociedade. Almejam que os go-vernantes voltem sua atenção para os mais pobres e que trabalhem pela comunidade.

Assim, o que todos desejam é algo bem simples: que o futuro prefeito da nossa cida-de cumpra com as suas promessas.

Fabio Ruivo Manzano

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entrevistaSetembro de 2012 Notícias do Jardim São Remo

Cenas da São Remo

Pesquisador analisa como a propaganda política influencia na escolha dos candidatos

Patrícia Batista Figueiredo

Campanha eleitoral pode ser benéfica?

“Muitos candidatos fazem promessas que fogem às competências de seu cargo”CLÁUDIO ARANTES, PROFESSORDE CIÊNCIA POLÍTICA DA CÁSPER LÍBERO

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Claudio Niwcles Sanches Aran-tes é professor de Ciência Políti-ca na Faculdade Cásper Líbero. Cursou graduação, pós-gradua-ção e mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Hu-manas na USP. Além disso, já foi bolsista na Universidade de Har-vard, nos EUA. Claudio desen-volve atualmente uma pesquisa sobre o horário eleitoral gratuito de rádio nas eleições para prefei-to da cidade de São Paulo.

NJSR – O senhor considera que a propaganda eleitoral des-favorece o debate político?

Cláudio Arantes – Não. O grande benefício da propagan-da política é o largo alcance que ela obtém. É dessa maneira que a população comum toma conheci-mento da eleição, conhece os can-didatos, tem acesso às suas pro-postas. O aspecto negativo é que não existe um código de ética, muitos fazem propostas absur-das ou que não estão relaciona-das às suas atribuições.

Como são pensadas as propa-gandas políticas?

Os políticos contratam asses-sores de marketing que pesqui-sam os desejos da população e também o passado do candi-dato. A intenção deles é sem-pre destacar as qualidades e esconder os defeitos do candi-dato. Atualmente, as propagan-das tentam aproximar o eleitor do candidato e dos problemas apresentados.

Como o eleitor pode avaliar as promessas dos candidatos? Po-demos acreditar em todas elas?

Não. Muitos candidatos fazem promessas que fogem às compe-tências de seu cargo. Vereadores, por exemplo, tem como função re-gular o Executivo e criar projetos de leis, mas não são capazes de promover obras públicas. É im-portante pesquisar as funções de cada cargo para avaliar o discurso dos políticos. (Vejam matéria so-bre este assunto na pág. 7)

Como se preparar melhor para escolher um candidato?

Pesquisando mais sobre a vida dele. A internet pode ajudar mui-to, é possível consultar a decla-ração de bens dos candidatos na rede, assim como os planos de go-verno – no caso de candidatos à prefeito, governador ou presiden-te. Para vereador, é melhor focar naquele que tem propostas para o seu bairro, assim você pode acom-panhar melhor sua atividade.

Qual a influência das pesquisas de intenção de voto na população?

As pesquisas influenciam aque-les cidadãos que se informam bas-tante e acompanham informações

na TV e nos jornais, que não se res-tringem à propaganda. O brasilei-ro não quer fazer parte da mino-ria, do grupo perdedor, e devido a isso acaba muitas vezes preferindo o candidato que está à frente. Mas isso só ocorre no eleitor que tem acesso às pesquisas e que não tem vínculo pessoal com nenhum can-didato, ou seja, ainda está indeciso.

O estudo político deveria ser implantado nas escolas públicas? Isso contribuiria para a conscien-tização da população?

Não. Eu acredito que uma refor-ma política só pode ser feita pelos próprios políticos. A população pode pressionar, mas são os nos-sos representantes que aprovam ou não as mudanças. Eu não acre-dito que exista voto certo ou erra-do, o eleitor tem todo direito de votar em quem quiser. O proble-ma é o político dar as costas à po-pulação depois de eleito, não pres-tar contas do que ele faz.

Veja a íntegra no site www.eca.usp.br/njsaoremo

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comunidade“Hoje a criança tem um

poder de influência grande”Raquel Dagenzajn, psicóloga Do centRo De saúDe escola Butantã

4 notícias do jardim são Remo setembro de 2012

projeto quer vetar brinde em alimentoAldrin JonathanAriane Alves

O senador Eduardo Amorim, do Partido Social Cristão (PSC-SE), propôs no mês de Agosto um pro-jeto de lei que proíbe as redes de lanchonetes e restaurantes de dis-tribuírem brinquedos junto às re-feições. A psicóloga Raquel De-genszajn, do Centro de Saúde Escola Butantã, concorda com a proposta e acha que ela pode tor-nar evidente um problema grave na nossa sociedade: a criança vis-ta como consumidora.

“Hoje a criança tem um poder de influência muito grande na famí-lia”, explica Raquel. Os pais cedem ao pedido de consumo dos seus fi-lhos como uma tentativa de com-pensar a ausência na vida deles. Segundo a psicóloga, os pais es-tão terceirizando o papel de edu-cadores e o transportando para as escolas e principalmente para as mídias, deixando as crianças “à própria sorte” em meio ao bom-bardeamento consumista.

O problema fica ainda maior quando se trata de alimentação. Como estão em fase de crescimen-

crianças, pedindo que elas mon-tassem pratos que consideravam saudáveis e pratos com o que elas gostavam de comer.

Entrevistamos quatro crianças do grupo de teatro do Circo Esco-la que reforçaram a afirmação da psicóloga: possuem muito conhe-cimento sobre o que é e o que não é saudável. No entanto, as opini-ões se dividem na hora de escolher o que comer: Samara, 10 anos, pre-fere bolacha, hambúrguer e lingui-ça, enquanto Luana, 9 anos, opta por arroz, feijão e salada.

Os motivos desse contraste po-dem ser variados, mas o incenti-vo da família é fundamental para que, desde cedo, sejam cultivados bons hábitos alimentares.

Consequências da má alimentaçãoOs problemas de uma dieta pou-

co saudável na infância podem ser vários: hipertensão, diabetes, ta-xas altas de triglicérides, coleste-rol, e, claro, obesidade. Os índices de obesidade infantil no Brasil são alarmantes (veja gráfico à direita). Raquel explica: “Doenças que são muito características da vida adul-ta já estão se manifestando na in-fância, e isso tem a ver, de uma maneira muito contundente, com o hábito alimentar, com a qualida-de e com o estilo de vida, que é se-dentário, com pouca atividade fí-sica e basicamente pautado por uma alimentação com produtos industrializados”. A dieta infantil deve, portanto, ser muito super-visionada pelos pais e pelos mé-dicos, já que as crianças possuem uma grande tendência a se alimen-tar de forma incorreta.

to, as crianças precisam de mui-tos nutrientes essenciais. Lanches como sanduíche, batata frita, sal-gadinhos e bolachas não oferecem todas as vitaminas e proteínas ne-cessárias (veja gráfico abaixo).

Elas sabem o que é saudávelUm ponto interessante constata-

do pela psicóloga em seus traba-lhos na São Remo e também pela equipe de reportagem do NJSR é que os pequenos conhecem bem quais são os alimentos nutritivos e quais não são. Raquel conta que fez uma experiência com algumas

O alto índice de consumo de lan-ches com baixo valor nutricional faz parte do padrão de vida que le-vamos atualmente. Tudo deve ser feito no menor tempo possível, in-clusive nossa alimentação. Segun-do Raquel, “é aí que o alimento in-dustrializado ganha do orgânico”, pois o trabalho e o tempo de pre-parar são bem menores, e muitas vezes tudo já vem pronto.

Publicidade infantilSegundo Raquel, as crianças já

possuem um papel central de deci-são na família. “Não são tão passi-vas quanto a gente imaginava em relação a essa questão alimentar. Elas têm uma atitude construída, montada, e que tem muito a ver com a questão da publicidade”.

O modelo de vida atual é base-ado em uma cultura consumis-ta, assim sendo, tudo gira em tor-no da mercadoria. Quem não está enquadrado neste cenário de con-sumo intenso sente-se excluído da sociedade. É seguindo essa lógica capitalista que atua o mercado pu-blicitário contemporâneo.

Brinquedos oferecidos em redes de lanchonetes podem estar com seus dias contados

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Brinquedos estimulam consumo

Valores Nutricionais de um dos mais vendidos lanches com brinquedos

Obesidade infantil

comunidade“Acho que estamos pagando muito caro pelo que é oferecido”Lenice, morAdorA do JArdim São remo

notícias do Jardim São remo Setembro de 2012 5

Moradores reclamam da falta de segurança, mas órgão da Prefeitura não apresenta solução

Fernando Pivetti

A iluminação pública precária ainda aparece como um dos prin-cipais problemas do Jardim São Remo. Com luminárias quebra-das, postes com rachaduras, e lâm-padas queimadas, a escuridão per-manece nas ruas do bairro. Apesar de os moradores reclamarem da insegurança que sentem ao sair de casa no período da noite, a solu-ção para esse problema parece es-tar longe de ser encontrada.

Quando anoitece na São Remo o problema é sempre o mesmo: uma escuridão toma conta das ruas e vielas da comunidade. As únicas fontes de luz vêm das casas, colo-cadas pelos próprios moradores.

Esse problema enfrentado pelos são remanos não é recente. O mo-

rador Genivaldo conta que parte da Rua Aquianés, onde vive, care-ce de iluminação pública há quase dois anos. “Quando anoitece fica uma escuridão só. Não dá pra sair na rua durante a noite”, alega.

O mesmo acontece na Avenida Dois. Uma moradora, que preferiu não se identificar, conta que algu-mas vezes “a prefeitura veio até a São Remo e fez a manutenção dos postes e das lâmpadas, mas um tempo depois eles quebraram de novo e não vieram mais arrumar”.

O Notícias do Jardim São Remo procurou o Ilume, órgão da Prefei-tura Municipal de São Paulo res-ponsável pela instalação, manu-tenção e inspeção da iluminação pública do município. Por e-mail, solicitamos um esclarecimento so-bre o descaso com a iluminação do

bairro e perguntamos por medidas que poderiam melhorar essa situ-ação das vias da São Remo. Até o fechamento desta edição, não re-cebemos nenhuma resposta do ór-gão da Prefeitura, e a comunidade segue prejudicada e sem um siste-ma de iluminação satisfatório.

Persiste o problema das contas altas da EletropauloFernando Pivetti

Após dois anos desde a implan-tação dos relógios de luz indivi-duais nas casas da São Remo, os moradores ainda enfrentam abor-recimentos com suas contas de energia elétrica. Altos valores co-brados e falta de esclarecimentos da AES Eletropaulo estão entre as principais reclamações.

Desde que os aparelhos foram instalados nas residências da co-munidade, em junho de 2010, o são remano tem enfrentado pro-blemas difíceis com a AES Eletro-paulo. Dentre as diversas reclama-ções constatadas ao longo desse período, a cobrança de altos valo-

res pelo consumo de energia elétri-ca das residências é um ponto ain-da não solucionado. Os moradores também reclamaram da baixa qua-

lidade bem como da falta de infor-mação nos balcões de atendimen-to ao cliente da empresa.

A moradora Lenice contou que enfrenta esse impasse com as co-branças excessivas da Eletropau-lo há muito tempo. “No mês pas-sado, minha conta de luz veio R$327,00. Fomos reclamar na Ele-tropaulo, mas não adiantou nada. Acho que estamos pagando muito caro para o que é oferecido”.

Histórico do casoEm outras edições, o NJSR já ha-

via falado sobre o abuso nas con-tas. No primeiro semestre de 2011, o jornal cobriu a vinda de um re-presentante da Eletropaulo à co-

munidade, que ouviu diversas queixas dos moradores prome-teu melhorias. Meses depois, o jornal voltou a falar do assunto, dessa vez para mostrar o descum-primento das promessas da Eletro-paulo feitas anteriormente.

No começo desse ano, mais uma matéria com reclamações dos mo-radores foi publicada sem respos-ta da fornecedora de eletricidade. Nessa edição, voltamos a entrar em contato com a empresa. Em resposta aos nossos questiona-mentos, a AES Eletropaulo infor-mou que para apurar os proble-mas com as contas de luz seriam necessários os endereços individu-ais de cada residência.

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ruas da São remo permanecem escuras

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O morador também pode contribuir para trazer luz de volta à São Remo

Contate o ILUMEO serviço é gratuito e 24 horas

0800-779-0156

Rua Aquianes, um dos locais onde a iluminação pública é deficiente

Preços altos assustam moradores

comunidade“Quando surge uma

necessidade, a igreja se reúne para atender”

Fernando oliveira alves,pastor da assembleia de deus

6 notícias do Jardim são remo setembro de 2012

solidariedade e féIgrejas possuem projetos de ação social na SR

Rogério Geraldo

No Jardim São Remo, existem diversos projetos sociais realiza-dos por entidades religiosas. Estas ações são bancadas com doações de pessoas físicas, empresas e pe-las parcerias firmadas com a pre-feitura desde o ano de 2008.

Os programas realizados pela igreja Nossa Senhora de Fátima são um exemplo de contribuição de instituições privadas. Quem os conduz é Neuza Rego, coorde-nadora da pastoral da criança na São Remo, em parceria com a rede de supermercados Pão de Açú-car. Utilizando o CNPJ da Igreja de São Patrício para o credencia-mento, Neuza recebe doações de frutas, que destina às famílias ca-dastradas na Pastoral da Crian-ça. Também realiza mensalmente a Celebração da Vida, evento no qual se acompanha o desenvolvi-mento das crianças atendidas, en-viando os dados para atualização das fichas da Pastoral.

Já o projeto Girassol é coordena-do pela igreja Metodista. Em 1993, membros desta igreja iniciaram na comunidade pequenos traba-lhos como reforço escolar, expan-dindo-os com os anos. O proje-to atualmente abriga uma creche que atende 63 crianças entre dois e três anos em período integral. Além disso, conta com oficinas de teatro de bonecos; capoeira; alfa-betização (MOVA); acompanha-mento educacional (Papo Jovem); oficina de artesanato (Delinearte) e também com a promoção de ati-vidades esportivas (Agente Joga).

Ajuda a famílias carentesA maioria das igrejas do Jar-

dim São Remo não possui progra-mas permanentes voltados para o atendimento de famílias caren-tes. Porém, a comunidade religio-sa busca dar auxílio em situações emergenciais. De acordo com Fer-nando Oliveira, pastor da Assem-bleia (Madureira), e Gleisse, inte-grante da Assembleia (Ipiranga), mesmo diante da relativa falta de recursos, as necessidades, em sua maioria, são atendidas.

Segundo eles, um dos critérios adotados para o atendimento é que o necessitado seja frequenta-dor da igreja. A partir do conhe-cimento de suas necessidades, os integrantes se reúnem para a arre-cadação de recursos. O dinheiro é revertido em cesta básica.

Há também eventos isolados em algumas igrejas, como no caso da Assembleia (Ipiranga), com cul-tos em comemoração ao dia das crianças. As atividades são aber-tas a todas as crianças do bairro, com distribuição de prendas.

a faixa é do pedestreMedidas procuram reduzir atropelamentos

Thiago Salles

A campanha de proteção ao pe-destre tem apresentado resulta-dos expressivos. Houve uma re-dução de 18,1% no número de pessoas mortas e acidentadas do primeiro semestre do ano passa-do em relação ao mesmo período deste ano, segundo números di-vulgados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) no mês de Setembro.

Em vigor desde Maio de 2011, a campanha vem tomando medi-das para intensificar a segurança no trânsito da cidade. Entre essas mudanças está o aumento da fis-

calização e das multas sobre as in-frações contra a faixa de pedestres e a instauração do “sinal de vida”. Este sinal é um gesto que se pode fazer quando quiser atravessar uma faixa em que não haja o farol de pedestres: basta acenar com a mão para pedir aos carros que pa-rem e que te esperem atravessar. A preferência é do pedestre quando não há um semáforo designado es-pecialmente para a travessia.

Com 277.569 multas, a campa-nha de proteção reduziu bastante o número de vítimas de atropela-mento. A prefeitura projeta me-lhores resultados: sua meta é di-minuir em 50% os acidentes fatais.

Uma lei que não pegouThiago Salles

A Lei Seca parece não produzir resultados significativos. Segun-do Paul Henry Bozon Verduraz, delegado de polícia do 15º DP, a população sabe do perigo da mis-tura álcool e volante, mas mesmo assim dirige quando bebe. Ele também atribui essa postura à falta de transportes alternativos.

Quando perguntados pelos motivos da não adequação da so-ciedade à nova lei, o delegado

apontou a falta de boas opções de transportes alternativos ao carro e/ou moto como o principal fator. “Táxis são muito caros, a malha metroviária é vergonhosa e os ôni-bus normalmente demoram e nem sempre te deixam perto do lugar desejado”, diz Verduraz. Para ele, é a falta de opções que faz com que as pessoas prefiram a comodidade do carro, mesmo que isso repre-sente um risco à sua própria vida e às vidas de outros. A lei seca não trouxe resultados significativos.

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Com nova campanha de proteção, atropelamentos foram reduzidos

Creche criada pelo projeto Girassol

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papo reto“Vários movimentosde resistência começam nas periferias”AdriAnA delorenzo, do SpreSSoSp

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eleições: por dentro do poder municipalDos gabinetes à aprovação de leis, entenda o que os governantes podem fazer pela cidade

Gabriela Malta Rogério Geraldo

Em meio a toda esta efervescên-cia das campanhas eleitorais, com os candidatos prometendo muito, torna-se necessário pontuar algu-mas das atividades de quem exer-ce cargos eletivos nas prefeituras e câmaras espalhadas por todo país. Assim se pode ter ideia de quem estava lá e pouco fez e o que cobrar dos futuros membros dos poderes executivo e legislativo municipais.

A começar pelo prefeito, que é o chefe do poder executivo do mu-nicípio. Cabe a ele a administrar a cidade e organizar o orçamento a partir da aplicação dos recursos re-cebidos com os impostos. Sancio-nar ou não as propostas de leis ela-boradas pelos vereadores também é sua responsabilidade, além de organizar a prestação de serviços de interesse local como transporte coletivo, coleta de lixo, limpeza de ruas e parques, educação e saúde.

No caso de São Paulo, em função da dimensão territorial, foram cria-das as subprefeituras. Segundo a própria lei que as rege (Lei 13.399 de 2002), visam descentralizar o po-der central e promover uma admi-nistração autônoma e integrada às necessidades das áreas em que se encontram. Ocasionam também, pela proximidade, uma maior inte-gração com a população dos bairros que fazem parte de sua administra-ção. Os subprefeitos assumem um papel de prefeitos regionais e de-vem seguir as diretrizes estabeleci-das pelo poder central.

Os vereadores são responsáveis pela elaboração de leis municipais, além da aprovação ou reprova-ção delas. Também cabe a eles fis-calizar o poder executivo na exe-cução de leis e obras e aprovar o orçamento elaborado pelo poder central. Servem de intermediários entre a população e o prefeito su-

gerindo ações que beneficiem os minícipes. A Câmara de São Paulo conta atualmente com 55 vereado-res representando 14 partidos sen-do que a maioria deles são candi-datos novamente, já que para este cargo não há limite de reeleições.

Além das urnasMuitos são remanos se encon-

tram descrentes em relação às elei-ções. As reclamações mais constan-tes dizem respeito à não realização das promessas feitas em campa-nha. Também se queixam da inefi-ciente apresentação das propostas dos candidatos. Os pontos são bas-tante pertinentes, porém é impor-tante ter em mente que a participa-ção na política não se restringe ao voto. O exercício da cidadania não necessariamente está ligado a parti-dos políticos. Ele pode ocorrer por meio da fiscalização bem como da cobrança dos candidatos já eleitos.

Existem muitas ferramentas que permitem a fiscalização dos candi-datos. A Rede Nossa São Paulo, por exemplo, lida com diversos eixos, um deles voltado para o acompa-nhamento das atividades dos parla-mentares na Câmara. O site Spres-soSP também traz notícias sobre os candidatos. Adriana Delorenzo, re-pórter do veículo, crê na participa-ção política: ”O simples ato de com-partilhar [no facebook] algum viral de um candidato é uma forma de se manifestar”. Há, ainda, as inicia-tivas oficiais, como o Programa de Metas para São Paulo, que acompa-nha os projetos municipais.

Além de fiscalizar, a população deve mostrar insatisfação. Para Adriana, isto já ocorre. ”Têm surgi-do vários movimentos de resistên-cia, como o rap e os saraus, que vêm dos bares das periferias”. Essa nova realidade é sinal de que a cena polí-tica municipal pode melhorar.

Caminho dos projetos de lei

Discussões e Votações Os vereadores podem sugerir mudanças no projeto original. Então, o projeto é votado de novo pelos vereadores. Se aprovado, ele segue para sanção do prefeito.

Colégio de líderes Após passas pelas comissões, o projeto entra na pauta das votações.

Sanção Se o prefeito aprovar, o projeto torna-se lei. Se vetar, a Câmara pode derrubar oveto e o projeto vira lei, ou arquivá-lo.

Protocolo O projeto de lei recebe um número para que seja possível acompanhá-lo.

Leitura no Plenário O projeto é apresentado para os vereadores e deve ser publicado no Diário Ofi cial.

Análise Aqui o projeto é analisado quanto à legalidade e confl ito com outro projeto.

Comissões O Presidente da Câmara Municipal decide por quais Comissões da Câmara o projeto de lei deve passar.

1a etapa

6a etapa

5a etapa

4a etapa 3a etapa 2a etapa

7a etapa

O projeto, se reprovado na 1° e na 2° votação, é diretamente arquivado.SE APROVADO SE REPROVADO

dúvidas sobre as eleições?

Tribunal Regional Eleitoral(11) 3130-2100 ou 148 www.tre-sp.gov.br

Ou acesse os sites: Rede Nossa São Paulo www.nossasaopaulo.org.br

SPressoSPwww.spressosp.com.br

Programa de Metas para São Paulo www.agenda2012.com.br

são remano “As crianças hojeestão muito mais curiosas”ThAis RAmos

Notícias do Jardim são Remo

Mostra de cinema é realizada por alunos no Circo-Escola

O Circo-Escola foi palco do pro-jeto Bio na Rua o último sábado, dia 15. Organizado por alunos do

Centro Acadêmico (C.A.) de Bio-logia da USP, esse projeto che-gou a sua quarta edição em São Paulo com o objetivo de levar a Biologia da universidade ao pú-

blico que normalmente não tem acesso a ela.

Várias crianças, jovens e adul-tos acompanharam atividades como exposição de materiais dos museus da USP, oficina de “hortas verticais” e brincadei-ras, como a “limpeza do Riacho Doce”: uma pescaria de pedaços de lixo sobre um pano azul que representava o Riacho.

Para Thais Ramos, mãe de crianças que compareceram ao evento, essa ação foi muito boa para o aprendizado. “As crian-ças hoje estão muito mais curio-sas, sabem muito mais”, diz ela. Já Vanessa e Jefferson, alunos de Biologia, destacaram o interesse e a participação das crianças da comunidade na atividade.

O Circo-Escola produziu uma mostra cultural sobre cinema. O evento, que foi resultado de um projeto que contou com a parti-cipação de cerca de 500 pesso-as, entre crianças, adolescentes e adultos da região, aconteceu nos dias 18 e 19 de setembro.

Com dois horários de apresen-tação, às nove e meia da manhã e às duas da tarde, a mostra apro-ximou os são remanos da fanta-siosa indústria cinematográfica. Com direito à pipoca e ingresso de entrada, os visitantes assisti-ram ao filme Luz-Câmera-Ação, uma retrospectiva do cinema.

Os alunos também fizeram uma

pequena demonstração dos di-versos gêneros do cinema, como o drama, a comédia e o suspen-se, além de produzirem os Cube-crafts (personagens em forma de cubos de papel) e vídeos de ani-mações, como o Stop Motion (téc-nica que simula o movimento de objetos utilizando fotos).

Segundo conta o educador so-cial do Circo-Escola, David Ava-renga, três temas são sugeridos aos alunos anualmente e, por meio de uma votação, eles deci-dem o assunto a que será aborda-do ao longo do período letivo. O tema cinema, além de ser amplo e possibilitar o desenvolvimen-

to de diversas atividades, pode se aproximar muito da realidade dos participantes. “Ele é algo pal-pável para as crianças, fácil de vi-sualizar. Muitas delas nunca ti-nham ido ao cinema, mas sabiam que com este projeto poderiam vi-sitá-lo”, completa David.

Para a montagem da mostra, os alunos passaram por um proces-so de pesquisa e contaram com o auxílio da sala de internet e de uma biblioteca, além do apoio dos professores e de um bom acervo de filmes. O objetivo final é reunir todas as atividades em um grande espetáculo que será apresentado à toda a comunida-de no fim do ano.

Evento realizado por estudantes da USP aconteceu pela primeira vez em uma comunidade

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O Bio na Rua é um evento anu-al que ocorre no Brasil inteiro, há 11 anos. Em São Paulo, ele acon-tece desde 2009, sempre prepa-rado pelos alunos da Universi-dade. Mas, este ano, o projeto que era feito em parques da ci-dade foi organizado em uma co-munidade pela primeira vez. Ca-mila Souza Beraldo, membro do C.A. de Biologia da USP, expli-ca essa mudança: “Ano passado, estava tendo mobilização na USP por conta da PM e teve a pintura nos muros da São Remo. A gen-te pensou que seria uma boa fa-zer o Bio na Rua na comunida-de porque estaria bem ligado ao contexto que nós estávamos vi-vendo. E muita gente daqui nun-ca tinha pisado lá.”

Projeto leva lições de biologia à são Remo

Da

niel M

orbi

O cinema encontrou o circo

Jéssica so

ler

Jéssica Soler

Daniel Morbi

Aluna mostra bicho-pau, animal famoso por sua camuflagem

setembro de 2012

Notícias do Jardim São Remo

são remano

Rapper da zona norte paulistana está em ótima fase da sua carreira e foi indicado a prêmio

Bárbara D’Osualdo

Rashid fala sobre relação com periferia

Nascido na zona norte de São Paulo e criado no interior de Mi-nas Gerais, Rashid lançou seu pri-meiro EP (mini-álbum) em 2010. Agora, com 24 anos, já é conside-rado um dos grandes talentos do rap brasileiro atual. Tem em Ra-cionais, Facção Central e RZO, entre outros nacionais, suas gran-des influências musicais.

Em março, lançou “Que Assim Seja”, seu terceiro disco, cujo con-teúdo “vai de amor a protesto”. Foi, ainda, indicado a duas cate-gorias no VMB da MTV, maior prêmio musical da TV brasileira, no qual se apresentou ao lado de Emicida, na quinta-feira (20).

Confira abaixo a entrevista ce-dida pelo rapper ao NJSR.

NJSR – O que o influenciou a escrever o seu primeiro rap? E a seguir carreira na música?

Rashid – Meu primeiro rap nas-ceu da identificação com o ritmo, da forma como os artistas que eu admirava me inspiravam, porque eles cantavam a minha realidade.

A partir disso pra quando eu me vi querendo isso pra minha vida foi muito rápido e natural. Um sonho, né? Difícil explicar como nasce um sonho, acho que ele já nasce com você!

Na sua opinião, como foi cres-cer na periferia? De que forma isso influencia suas músicas?

Passei por muita coisa difícil, principalmente quando fui morar em Minas Gerais (Serra de Ijaci, Lavras é a cidade referência). Mas vendo a luta da minha mãe para criar os filhos sozinha, me inco-

modei e na tentativa de ajudá-la formou-se o meu caráter. Acho que a periferia trouxe a força para a minha música.

Qual é a sensação de ter sido indicado em duas categorias do VMB, de ver o rap nacional re-presentado em peso e ainda ter a oportunidade de se apresentar em um evento como esse?

Muito louco ver o rap assim e poder fazer parte disso. Concor-rer no VMB é outra felicidade também, um prêmio com uma re-presentatividade imensa no meio

musical e lá estou eu, menino da Zona Norte de São Paulo, criado no interior de Minas Gerais.

Qual é a importância do rap no contexto sociocultural brasileiro e na vida das comunidades, prin-cipalmente dos jovens?

O rap sempre foi um ritmo que passa uma mensagem relevante pra cultura jovem: não confie na política nem na polícia; não espe-re que ninguém faça a sua parte por você, etc. O rap forma mais do que fãs e ouvintes, acredito que a intenção do rap sempre foi gerar pessoas melhores.

Que conselho você daria a quem está iniciando ou quer ini-ciar uma carreira no rap?

Peço, peço mesmo, que acre-ditem em si, e acreditem no que fazem. Primeiro faça pra você, agradar as pessoas é consequên-cia. Trabalho duro, é isso!

Rashid lançou em março seu terceiro álbum, “Que Assim Seja”

Sarau da Remo na USP CEU Butantã recebe show

“Acredito que a intenção do rap sempre foi gerar

pessoas melhores.” RAShid

No dia 27 de Setembro o grupo musical “Trovadores Urbanos” realizará um show no CEU Bu-tantã em comemoração ao 9º ani-versário da instituição pública.

O quarteto composto por Edu-ardo Santana, Juca Novaes, Mai-da Novaes e Valéria Caram já se exibiu em países como França e Espanha e pretende proporcio-nará ao evento música boa, deli-

cadeza e romantismo com o show “Canções de Nossas Vidas”.

A apresentação acontecerá no Teatro Carlos Zara às 20 horas. Os ingressos são gratuitos e po-dem ser retirados de terça à sex-ta, das 14h às 20h no Núcleo de Ação Cultural do CEU Butantã.

O Teatro Carlos Zara fica loca-lizado na Av. Engenheiro Heitor Eiras Garcia, 1700, Rio Pequeno.

Veja mais sobre o artistano site do NJSR:

www.eca.usp.br/njsaoremo

O Espaço Ágora, em frente ao Restaurante Central da USP, rece-beu o Sarau da Remo – Na Voz, a Vez. Completando um ano em outubro, o Sarau fez parte da 17ª Semana de Arte e Cultura da USP na noite de quinta-feira, dia 20.

Representantes da comunidade, da universidade e visitantes subi-ram ao palco para mostrar seus ta-lentos na música, nos poemas e

nos contos, cujos temas variaram de literatura à crítica social.

“O Machado”, um conto em ho-menagem a Machado de Assis, e “Para Além dos Muros”, um po-ema sobre a divisão entre a uni-versidade e o público externo a ela, são exemplos das manifesta-ções artísticas da noite, que atraiu grande público composto por até mesmo pessoas de outras cidades.

Setembro de 2012 9

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Endereços de Unidades Básicas de Saúde UBS Caxingui, Rua Ladislau Roman, 410. Tel: 37216-406 UBS Vila Dalva, Rua Gustavo Berthier, 155. Tel: 3712-0704 UBS Paraisópolis, Rua Melchio Giolla, 300. Tel: 3744-5223

mulheresA prevenção ainda é o melhor remédioSaiba como detectar o câncer de mama, tipo mais comum e com maior mortalidade entre as mulheres

“Aconselha-se que a mamografia seja feita a partir dos 35 anos”

SANDRA GUIMARÃES, MÉDICA

10 Notícias do Jardim São Remo Setembro de 2012

A equipe da seção Mulheres conversou com moradoras da co-munidade Jardim São Remo para descobrir quais as dúvidas em re-lação ao câncer de mama. A doen-ça ocupa a segunda posição na lis-ta dos tipos de câncer mais diag-nosticados na população mundial.

As perguntas foram respondi-das por Sandra Guimarães, médi-ca do Instituto Avanços em Medi-cina, de São Paulo.

NJSR – A partir de que idade deve-se começar a fazer a mamo-grafia e o auto-exame?

Sandra Guimarães – Aconse-lha-se que a mamografia seja feita a partir dos 35 anos. Deve ser fei-to anualmente, até o fim da vida. Quanto ao auto-exame, pode ser feito a partir do momento em que há o desenvolvimento das mamas. Os rapazes também devem fazer o auto-exame, pois há casos de cân-cer de mama entre eles. É mais raro, mas também pode acontecer entre a população masculina. Por isso os homens devem ter atenção.

Quais são os sintomas percepti-vos dessa doença?

Nas mamas, pode haver incha-ço, dores, coloração diferente, se-creções e nódulos (caroços), que também podem surgir nas axilas.

É possível descobrir o câncer de mama sem o auto-exame?

Sim. Há casos em que o câncer se manifesta de uma maneira di-ferente. Há pacientes que foram investigar nódulos na região do pescoço e descobriram que esses nódulos estavam relacionados ao câncer de mama. O mesmo ocor-reu com pacientes que foram in-vestigar nódulos nos pulmões e em outras regiões do tórax.

Todos os nódulos nas mamas são câncer?

Não. A maior parte dos nódulos encontrados no auto-exame são benignos, formados pelo tecido que constitui a glândula mamária. São nódulos flexíveis e acabam por desaparecer por si mesmos. Já os nódulos malignos são forma-dos por um outro material, e não são flexíveis como os benignos.

Ana Paula Souza

Locais de atendimento à mulher perto da SRO Lavoisier possui um pro-

grama em que é possível rea-lizar exames a preços mais ba-ratos. A mamografia pode ter seu preço dividido em até três vezes de R$34,00. A unidade mais próxima está localizada na Av. Prof. Francisco Morato, 1641, no Butantã.

No CSEB é possível realizar exames que envolvem coleta

de sangue e de urina, como a coleta do material para a reali-zação do exame Papanicolau. A mamografia é solicitada no local, mas o paciente é encami-nhado para um centro de refe-rência da prefeitura para poder realizar o exame.

Lembrando que HU realiza apenas atendimento de urgên-cia à comunidade São Remo.

As mulheres devem estar atentas à realização de exames preventivos. Eles podem ser

feitos em postos próximos à São Remo, como o Laboratório Lavoisier, o Centro de Saúde Escola Butantã (CSEB) e o Hos-pital Universitário (HU).

Ana Paula Souza

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“A pessoa é deficiente, mas tem vontade de viver e poder fazer as coisas sozinha”VICENTE, MORADOR DA SÃO REMO

Setembro de 2012 Notícias do Jardim São Remo 11

Faça exercícios no transporte público

Paraolimpíada: o esporte e a acessibilidade em foco

Gabriella Feola

esportes

Atualmente, as pessoas passam muito tempo em ônibus e metrôs lotados, o que lhes causa dores no corpo. Para combater os males dessa rotina, atividades físicas são sempre recomendadas. Como, às vezes, o tempo é curto, existem al-ternativas simples para que as pes-soas possam se exercitar enquanto estão no transporte público. O Pro-fessor de Ioga, Marcos Rojo, afir-ma que a falta de atividade física, somada ao desconforto do trans-porte coletivo, torna-se um grande problema para o cidadão. Colocar a musculatura em ação, ajudando aliviar o estresse, seria uma opção.

Rojo sugere que as pessoas co-mecem a sentir o próprio corpo para identificar as tensões e rever-tê-las. Para aliviar a irritação no trajeto, pode-se fazer um exercí-

cio respiratório: puxe o ar pelo na-riz lentamente e solte-o mais lenta-mente ainda, faça dez vezes. Outro exercício é girar os ombros para trás e depois repeti-lo para frente.

Para quem está em pé, o Profes-sor recomenda que erga e abaixe os calcanhares, estimulando a cir-culação do sangue nas pernas. De pé ou sentado, levante um braço de cada vez para cima, como quem quer tocar o teto. Pode-se relaxar os dois ombros e alongar o pesco-ço: leve a cabeça para trás, como quem olha pra cima, depois leve-a para a frente, para a direita e para a esquerda. Quem está sentado tam-bém pode seguir as outras suges-tões apresentadas nas figuras.

É importante que os exercícios sejam feitos lentamente, reparan-do bem em cada parte do movi-mento. Repita cada um deles entre três a cinco vezes.

As Paraolimpíadas, evento es-portivo mundial em que partici-pam pessoas com alguma defi-ciência, acontecem logo após as Olimpíadas, no mesmo local. Este ano, as competições ocorreram em Londres e terminaram em 08/09. O Brasil teve a melhor colocação de sua história paraolímpica: sétimo lugar, com 21 medalhas de ouro.

O Brasil possui o Comitê Parao-límpico Brasileiro (CPB), em que participam esportistas cegos, atle-tas cadeirantes, jogadores com de-ficiências mentais e desportistas que têm algum tipo de amputação. O evento atenta para a importân-cia do esporte e para o que precisa melhorar na acessibilidade do es-

paço público, tendo em vista as di-ficuldades que pessoas com defici-ência enfrentam diariamente.

Pessoas com deficiências na SRJosé Miguel teve as pernas am-

putadas há três anos e, desde en-tão, faz fisioterapia três vezes por semana. No hospital, ele pratica exercícios físicos mais elaborados para aprender a usar as pernas me-cânicas que encomendou. Em casa, Zé faz exercícios mais simples. “Eu preciso ficar com as coxas fortes para aguentar andar com as novas pernas”, conta ele.

Já Vicente Romano perdeu as pernas há dez anos. Ele diz que tem dificuldades em se locomo-ver pelas ladeiras da comunida-de. “Eu tenho uma cadeira nor-

mal e uma a bateria, mas mesmo assim forço muito [para andar por aqui]”, diz ele. Mesmo com essas dificuldades, Vicente construiu so-zinho uma rampa para facilitar o seu acesso ao chegar em casa. “A pessoa é deficiente, mas tem von-tade de viver e pode fazer as coisas sozinha”, comenta.

O educador David Alvarenga, do Circo Escola São Remo, diz que a instituição atende nove deficien-tes. “As atividades são realizadas em conjunto”. Apesar de ter mais atividades para jovens, casos de pessoas com deficiência são ava-liados independentemente da ida-de. David comenta que normal-mente a família limita a vinda de adultos ao Circo, mas ressalta que a instituição está aberta para eles.

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Vicente e a rampa que construiu

Luiza Maranhão

A falta de tempo para se exercitar pode ser compensada com simples exercícios diários

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“Eu converso com eles sobre a importância da escola”

JOSÉ MARIANO, TÉCNICO

Escolinha ensina esporte e cidadaniaProjeto de Mariano, além de abrir oportunidades para crianças, incentiva a educação

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esportes

Início da Copa São Remo ainda não está definidoLucas Coelho

A expressão “Do terrão do Co-rinthians”, muito comum para se referir aos jogadores formados na base do alvinegro paulistano, pode ser usada para alguns garotos da São Remo. Todas as quintas, sex-tas e sábados, acontecem no campo da comunidade os treinos da “Es-colinha São Reminho”, um grupo formado por 80 meninos coman-dados pelo técnico José Mariano de Santana. Auxiliar de manuten-ção no Hospital Universitário, Ma-riano é liberado do serviço para re-alizar o trabalho que começou na São Remo há 8 anos. O HU tam-bém ajuda as crianças oferecendo lanches nos dias de treino.

Encarar a prática da garotada como uma “categoria de base” para os times da comunidade pode soar como uma brincadeira, mas é exa-tamente isso o que acontece: “Com certeza, podemos dizer que isso é uma função da escolinha. Os meni-nos crescem e vão jogar nos times dos adultos”, acrescenta Mariano.

Alguns jogadores conseguem seguir carreira no futebol, atuan-do em clubes profissionais. Três garotos conquistaram uma vaga na base do Pão de Açúcar, clube bancado por empresários focado em revelar talentos, e um deles já esta atuando no profissional. Ou-tro que se destacou no terrão da São Remo foi Lucas, garoto de 11 anos que joga atualmente na base do São Paulo Futebol Clube.

Apesar destes exemplos, Maria-no se preocupa em mostrar para os alunos que esses casos são exce-ções, “Quase todos sonham em se-

rem jogadores profissionais, mas eu falo muito pra eles não se ilu-direm com o futebol” e para isso a educação é levada muito a sé-rio. Os meninos também devem seu rendimento na escola ao téc-nico, que cobra um bom desempe-nho deles: aquele que estiver indo mal fica sem futebol até recuperar as notas. Mariano também é rígi-do contra as faltas: é proibido ca-bular as aulas se quiser participar do treino.“Eu converso com eles sobre a importância da escola, de eles se educarem, se tornarem ho-mens sérios e pais de família”, diz.

A formação, que vai além da de jogador, é muito importante para abrir novas oportunidades e pers-pectivas na vida dos garotos. O objetivo do treino é, além da edu-cação esportiva, a educação do in-divíduo. Impedir que os meninos sigam o caminho das drogas ou do crime é a grande preocupação de Mariano: “Sempre falo para eles serem honestos e passo conselhos. Eu sou evangélico, então eu falo de Jesus e oro com eles”.

O “terrão” da São Remo repre-senta muito mais que o simples campo de futebol para os meni-nos da comunidade, ele represen-ta um novo horizonte. É claro que também alimenta os times da São Remo, que disputam grandes cam-peonatos de várzea, como a famo-sa Copa Kaiser, fornecendo novos jogadores todo ano.

O grupo de Mariano é grande e aumenta conforme o tempo passa, revelando, além do sucesso da ini-ciativa, o reconhecimento dos me-ninos e da comunidade sobre a im-portância do trabalho realizado.

A Copa São Remo, campeona-to interno que ocorre no campo da comunidade, deverá começar só em Outubro. O esperado torneio do segundo semestre ainda aguar-da o fim de outras competições para conseguir datas em que os ti-mes da São Remo estejam livres. Está em andamento a “Copa Ka-

xangá” e deverá começar em breve a Copa TIM, uma iniciativa da em-presa de telefonia para criar algo semelhante à Copa Kaiser. Com inúmeros campeonatos ocorrendo ao mesmo tempo e ocupando os times, o início da Copa São Remo foi sendo adiado e no momento a esperança é de que ela comece no próximo mês, embora a data ainda não tenha sido definida.

Copa Kaxangá O São Remo F.C. disputa a se-

gunda fase do campeonato e faz parte de um grupo complicado, composto pelos times Fúria da Borges, o Verdinho 1010 e o forte Rasga F.C. A equipe se classificou em primeiro lugar do grupo K na primeira fase, com duas vitórias e um empate. No último domingo, o time deveria ter disputado uma

partida pela segunda rodada da segunda fase da competição. En-tretanto, o time adversário, Fúria da Broges, não compareceu e o São Remo venceu por W.O.

Apesar de não ter jogado bola para conseguir a vitória, os pon-tos foram importantes para equi-pe conseguir se recuperar da go-leada de 6x2 sofrida para o Rasga F.C. na estreia da segunda fase.

Lucas Coelho

O técnico Mariano e seus alunos da Escolinha São Reminho

12 Notícias do Jardim São Remo Setembro de 2012

Parte integrante do Notícias do Jardim São Remo - SETEMBRO DE 2012

Um bate-bola sobre política

CAÇA-PALAVRAS

No dia 7 de outubro deste ano, prefeitos

e vereadores serão escolhidos pelos eleitores

através do voto. As pessoas que forem eleitas

serão seus governantes por 4 anos e toma-

rão decisões importantes para o dia a dia da

população. A construção de novas escolas, de

áreas de lazer, postos de saúde e a compra de

ônibus para o transporte público serão deci-

didas por eles. Por isso, é tão importante ter

cuidado na hora de votar em um candidato.

As eleições são a melhor oportunidade de es-

colher quem serão os nossos representantes.

Adaptado do “Projeto Eleitor Mirim 2012”

Encontre os 7 erros que existem entre os desenhos abaixo.JOGO DOS SETE ERROS

W U T Y Ô N I B U S

O E S I G F A E P D

D L K H Q I T J R U

V E R E A D O R E S

F I P L E V B X F Y

S Ç O E G Ç I A E W

P Õ Ç I Z U H G I P

A E Y T D J K H T S

R S W A T F O Q O R

Q R E S C O L A S E

Resp

osta

s:

Fazer política é também defender seus direitos.

“Toda criança e todo adolescente têm direito a estudar”

Adaptado do “Estatuto da Criança e do Adolescente”

DESCUBRA A PALAVRA

Completeodiagramacomosnomesdasfigurasedescubranacoluna em destaque quem é a pessoa que governa a nossa cidade.