Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

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São Remo Notícias do Jardim Outubro de 2013 ANO XX nº 6 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.eca.usp.br/njsaoremo E o São Remano continua esperando... Papo-reto Saiba o que fazer para evitar o abuso policial pág. 7 Mulheres Sexo é o negócio: moradora investe no comércio erótico pág. 10 ... por atendimento médico para as crianças e por transporte público para chegar ao trabalho. Comunidade págs 5 e 6 Sem poder pagar por integração, a solução é enfrentar filas por ônibus para trabalhar São Remano Brincadeiras e distribuição de brinquedos alegraram as crianças dia 12 pag. 8 Esportes Outras modalidades despertam o interesse dos moradores pág. 11 JULLYANNA SALLES MARINA YUKAWA

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São RemoNotícias do Jardim Outubro de 2013 ANO XX nº 6

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.eca.usp.br/njsaoremo

E o São Remano continua esperando...

Papo-retoSaiba o que fazer para evitar o abuso policial pág. 7

Mulheres Sexo é o negócio: moradora investe no comércio erótico pág. 10

... por atendimento médico para as crianças e por transporte público para chegar ao trabalho. Comunidade págs 5 e 6

Sem poder pagar por integração, a solução é enfrentar filas por ônibus para trabalhar

São RemanoBrincadeiras e distribuição de brinquedos alegraram as crianças dia 12pag. 8

Esportes Outras modalidades despertam o interesse dos moradorespág. 11

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Notícias do Jardim São Remo

São Remo

debate

Publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretora: Margarida Maria Krohling Kunsch. Chefe de departamento: Mayra Rodrigues Gomes. Professores responsáveis: Dennis de Oliveira e Luciano Guimarães. Edição, planejamento e diagramação: alunos do primeiro ano de jornalismo. Secre-tária de Redação: Amanda Manara. Secretária Adjunta: Pâmela Carvalho. Secretário Gráfico: Sérgio de Oliveira. Editora de Imagens: Beatriz Krieger. Editor Online: Humberto do Amaral. Editores: André Meirelles, João Henrique Silva, Marcela Campos, Mirella S. Kamimura, Murilo Carnelosso, Stella Bonici. Suplemento infantil: Luís Viviani, Vinícius Crevilari. Repórteres: Bianca Caballero, Bruna Eduarda Brito, Daniel Muñoz, Fernanda Magalhães, Fernando de Freitas, Gabriel Carvalho, Giovana Feix, João César Diaz, Jullyanna Salles, Marcelo Grava, Mariana Miranda, Marina Yukawa, Nina Turin, Quéfren Moura, Stefan Andrade, Verônica Mendes, Victória Pimentel, William Nunes. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - Pédio 2. Cidade Universitária, CEP 05508-020. Fone: 3091-4112. E-mail: [email protected]. Impressão: Gráfica Atlântica. Edição Mensal: 1500 exemplares.

Cantada divide opiniões O P I N I Ã O

www.eca.usp.br/njsaoremoNotícias do Jardim

Passar na rua e receber um elogio é algo que divide opiniões das mulheres. A campanha intitulada “Chega de Fiu-Fiu” foi lançada justamente para debater essa ideia. Assim como na questão do estupro, em que as mulheres muitas vezes são cul-padas pelas roupas que usam, com o assé-dio também pode acontecer isso.

Uma mulher que passa na rua de shorts ou saia geralmente recebe muito mais cantadas do que uma que passa de cal-ça. Se realmente fosse um elogio à beleza da mulher, este seria feito independente-mente da roupa que ela está usando. Mas se for um elogio às partes do corpo que estão à mostra, como as coxas, por exem-plo, é de se pensar se a mulher não está sendo tratada como um pedaço de carne, conduta machista que pode levar a cri-mes como agressão e estupro, e que pre-cisa, urgentemente, de um fim. Até por-que as mulheres devem ter o direito de andarem na rua vestidas como quiserem, sem serem desrespeitadas.

Outra questão a ser levantada é: por-que na maioria das vezes, são os homens que abordam as mulheres na rua, e não o contrário? Isso é outro reflexo da socie-dade machista em que vivemos, onde al-guns homens se acham no direito de tra-tar as mulheres como bem entendem. E não é isso que toda a luta das mulheres de anos, por igualdade de direitos busca. Essa luta busca também igualdade de tra-tamento e respeito de ambas as partes, independente do gênero.

Fernanda Magalhães Mariana Miranda

Uma pesquisa publicada pelo site Olga em setembro de 2013, devido a campanha “Che-ga de Fiu Fiu”, contra o assédio sexual à mu-lheres em locais públicos, reabriu o debate sobre essa prática. Foram entrevistadas 7762 mulheres, que relataram onde já ouviram cantadas e como ocorreu esse processo. Os depoimentos são diversos, variando de ca-sos de agressão física a adjetivos escutados nas ruas. O jornal Notícias do Jardim São Remo debateu com alguns moradores da comuni-dade sobre aspectos discutidos pela pesqui-sa e fez a 50 mulheres do local as mesmas perguntas realizadas pelo Olga. Entenda o que elas pensam sobre o assunto.

Das 50 mulheres entrevistadas na São Remo, 24 delas acreditam que receber can-tadas é algo legal. Já 26 delas não gostam da prática. “É falta de respeito. Tanto os ho-mens quanto as mulheres mais ousadas são responsáveis pelas cantadas. Quando passa uma menina mais bonita, eles mexem com aquele palavreado horrível: ‘gostosa’. Mas tem mulher que gosta” diz Adriana de Cás-

AmAndA mAnArA

2 Outubro de 2013

sia Pereira. Quando abordados sobre canta-das, alguns moradores apresentaram outra opinião: “Depende da cantada. Tem mulher que gosta e mulher que não gosta. Mas que mulher não gosta de um elogio? Só tem que ser conveniente. Não passa de um elogio. A vida continua. Mas na balada é diferente. As pessoas estão lá para conhecer novas pesso-as”, diz Peterson da Paixão Godoy.

Não são todas as mulheres que enxer-gam as cantadas como elogios. Algumas de-las não deixam barato quando escutam algo que as faz sentir ofendidas. “Tava passan-do na rua e chupando um pirulito. Ai um homem falou: quero chupar o seu pirulito. Ai eu disse: ali é 25 centavos. Ele respondeu: não, quero o da sua boca”, diz Maria Edu-arda da Silva. A jovem faz parte das 12 são-remanas entrevistadas na comunidade que respondem às cantadas que escutam. As ou-tras 38 não respondem, algumas por medo e outras por simplesmente não se importarem com a cantada. Quando perguntadas se já fo-ram xingadas por dizerem “não” ou ignora-rem as cantadas, 9 delas responderam que já passaram por situações como essas, onde fo-ram agredidas verbalmente.

Desrespeito ou gentileza?

“Não deveriam ter cantadas. Deveriam respeitar a mulher”

PRISCILA PAIVA, MORADORA DA SÃO REMO

A posição de homens e mulheres varia entre assédio e elogio

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entrevista

Cenas da São Remo

Pesquisa feita pelo blog Olga estimula o diálogo entre vítimas dessa violência cotidiana

Giovana Feix

Uma reação feminina diante do assédio

“O meu feminismo é simples: ele quer lutar para que as mulheres tenham mais opções de escolha”JULIANA DE FARIA JORNALISTA E CRIADORA DO BLOG OLGA

Veja a íntegra no site www.eca.usp.br/njsaoremo

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Outubro de 2013 Notícias do Jardim São Remo

A jornalista Juliana de Faria causou rebuliço ao publicar em seu blog, o Olga, uma pesquisa a respeito das cantadas de rua no Brasil. Aqui, ela fala sobre o blog, a campanha Chega de Fiu-Fiu con-tra o assédio nas ruas, e as reper-cussões de seu trabalho.

Como começou o blog Olga?Não senti que eu tinha muito es-

paço para falar das coisas que que-ria, nas revistas femininas. Muitas vezes, mesmo como leitora, eu me sentia frustrada por sempre me de-parar com assuntos que não esta-vam falando comigo. Quando eu saí das revistas vi que a maneira de eu conseguir falar sobre o que eu queria era fazer um blog.

Você considera o Olga um blog feminista?

Completamente. Qualquer pes-soa que tenha entrado nesse de-bate, sobre a mulher ter um pouco mais de dignidade de andar na rua, não está fazendo nada a não ser de-fender ideias feministas. Mas como o feminismo ganhou uma imagem feia, as pessoas querem cada vez

mais distância dessa palavra. Nós temos que primeiro tentar mudar isso, para depois explicar que femi-nismo não quer dizer que a mulher é melhor que o homem. Quer dizer a igualdade entre gêneros.

O meu feminismo é simples: ele quer lutar para que as mulheres te-nham mais opções de escolha.

17% das entrevistadas, na Chega de Fiu-Fiu, e 50% delas, na pesquisa do NJSR, afirma-ram gostar de cantadas. Na sua opinião, qual é o motivo disso?

Talvez seja muito simplista di-zer que as mulheres precisem dis-so para o “ego”. Mas eu acho que, se a gente puder explicar de ma-neira mais profunda, são mulheres que cresceram e se acostumaram a enxergar o valor delas não como mulheres, não como pessoas, mas apenas como um objeto visto por homens. Então, por isso, elas en-contram seu valor nessa cantada, apesar de ela às vezes ser grosseira.

Depois desse tempo de expe-riência e convivência com o as-sunto, qual você diria que é a diferença entre a mera cantada e o assédio?

Acho que a diferença entre uma coisa e outra está no respeito: é você entender se pode entrar no espaço de alguém ou não. Eu gos-to de fazer esse paralelo: você fala-ria “oi, bom dia, gostosa” para sua chefe? Você não falaria, não é? Ela provavelmente ficaria irritada, e talvez te mandaria embora. Então por que fazer isso com uma mulher desconhecida na rua?

Você pretende organizar de-bates com o público?

Fiz uma pesquisa, mostrei os dados brutos, mas vou continu-ar. Tenho algumas ações tam-bém no “mundo real”, porque eu acho que isso é muito importan-

te. Não dá para ficar só discutin-do no Facebook. Mas acho que o começo já foi efetivo.

Quando a gente entende que isso é um problema, começa a des-cobrir esse poder que não tinha, porque achava que era uma coisa que acontecia só com a gente; tinha vergonha de falar; tinha medo. Quando a gente começa a falar so-bre isso e as mulheres começam a dar seus depoimentos, a gente es-timula as pessoas a pensar em uma possível mudança.

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“Eu não imaginava essa quantidade de gente

torcendo pelo nosso time”ADRINAO SOBRAL,

MORADOR DA SÃO REMO

comunidade 4 Notícias do Jardim São Remo Outubro de 2013..

Uma nova equipe Cipotânea FC ganha título no Jardim D´Abril

O Cipotânea F.C. é a mais nova mania dos moradores da comuni-dade São Remo. Com apenas seis meses de existência, o time já ga-nhou três taças, conquistou torce-dores fiéis e é um dos clubes mais conhecidos entre os são remanos.

No domingo passado, dia 13 de outubro, o Cipotânea con-quistou a taça da 8ª Copa do Tio Pedro. A partida final foi con-tra o time Area Verde, que era o atual campeão do torneio, reali-zado no bairro Jardim D’Abril. A festa de comemoração do tí-tulo foi realizada na rua Cipotâ-nea, que dá nome ao time. A rua é também onde cresceu a maio-ria dos jogadores da equipe.

É com as comemorações aber-tas à comunidade e com o clima “família” entre torcedores e jo-gadores, que o time vem con-quistando os moradores da São Remo. “Todo mundo vai no jogo deles, mesmo quando é fora da comunidade”, diz a mo-radora Viviane Cardoso.

Ela também afirma que as crianças são apaixonadas pelas camisetas que o Cipotânea lan-ça, e sempre querem todas.

“Eu não imaginava essa quan-tidade de gente torcendo pelo nosso time”, diz Adriano So-bral, mais conhecido como Pitó.

A paixão é tanta que o joga-dor do time Thiago Irineu fez até um rap em homenagem à nova equipe do São Remo.

Bruna Eduarda de Brito

Sons da São RemoAves e moradores compartilham espaços

João Cesar Diaz

Nenhum canto do Jardim São Remo escapa do canto dos pas-sarinhos. Por toda comunidade, gaiolas se penduram pelos mais variados estabelecimentos e ca-sas. Cada qual com seu pequeni-no habitante a ostentar penas com as mais variadas cores.

Os entrevistados do NSJR afir-maram que a São Remo é especial: “Acordo todos os dias com a can-toria deles, e olha que eu nem te-nho nenhum aqui em casa” disse uma moradora. E ainda, segundo eles, ao serem perguntados sobre a origem desse costume no bairro, responderam sem hesitar: “Isso é coisa de nortista. Tinham muitos de onde vim. Aprendi com meu pai em Sergipe, Alagoas”.

Quando questionados de onde os passarinhos vêm, os que os criam explicam que, na sua maior parte, são apanhados por lá mesmo. “Tem que tomar cui-dado para não catar os que es-tão em extinção pelo IBAMA, se-não, além de perder os bichinhos, também pode se levar multa”, afirma um morador que não quis se identificar. Inclusive, em razão disso, o melhor, quando possível, para não se correr o risco de per-der os papagaios e passarinhos de gaiola, é procurar registrá-los seguindo o “Cadastro de Criado-res Amadoristas de Passeiformes ” registro oficial do IBAMA.

DificuldadesA redação do NJSR, em prin-

cípio, teve dificuldade de conse-guir informações dos entrevista-dos. Ressabiados, tinham medo de que talvez, ao dar a entrevista, fosse se dar meio para perder seus passarinhos. De início, estranho, mas de fácil compreensão, visto que, numa cidade como São Pau-lo, onde milhares de pessoas não têm acessos à cultura e lazer. As pessoas se apegam de tal forma a seus animais como uma maneira de abrandar a solidão e as preocu-pações cotidianas. Elas procuram algo que as ajudem a lidar com a violência do dia a dia, caracterís-tico dos centros urbanos.

Registrar essa cena de integra-ção com a natureza, embora esses animais estejam aprisionados, foi fruto de temor e de desconfiança. Entretanto, após troca de papo e esclarecimento do propósito da presença do jornal ali, os mora-dores sentiram-se mais à vonta-de para discorrer sobre seus ani-mais de estimação.

No sentido horário:Confraternização do time; atletas com a taça; comemoração do título no bairro

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. Notícias do Jardim São Remo “Não vou no HU porque lá demora pra conseguir passar e nunca dá pra marcar”ANTÔNIO LUIZ JESUS SILVA,MORADOR DA SÃO REMO

comunidade5..Outubro de 2013

Posto da região dificulta atendimento infantil Pais ainda desconhecem abrangência dos serviços de saúde disponíveis para os pequenos

Quéfren de Moura

Moradores da São Remo têm apontado dificuldades de acesso a serviços de saúde para as crian-ças nas unidades básicas de saúde da região. Além disso, são rema-nos reclamam da burocracia no processo de marcação de consul-tas, demora para agendar atendi-mento ou retorno para os filhos e revelam estresse e cansaço decor-rentes de longas esperas.

Para os moradores, uma das principais opções quando neces-sitam levar os filhos ao pedia-tra para consultas periódicas é o Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSESBP), co-nhecido como “Posto Butantã”, localizado na Vital Brasil.

Muitos são remanos que fazem uso dos serviços do CSESBP elo-giam o atendimento médico pres-tado aos seus filhos. Esta é a opi-nião de Antônio Luiz Jesus Silva,

pai de Ágata, 3: “Não tenho que reclamar dos médicos do ‘posti-nho’. Sempre que vamos lá somos bem atendidos. Não vou no HU porque lá demora pra conseguir passar e nunca dá pra marcar. ”

No entanto, a maioria dos ouvi-dos pelo NJSR reclamou de difi-culdades para conseguir marcar consultas simples e mostrou pou-co conhecimento acerca dos tipos de atendimento ou programas de saúde realizados pelo CSESBP.

Alguns pais esperam meses por uma data disponível para passar com o pediatra, mesmo quando seus filhos precisam de retorno. As-sim, acabam dependendo de possí-veis “encaixes”, que minimizem o tempo de espera. Márcia Meira, mãe de Ana Beatriz, de 3 anos, con-ta que levou a filha ao CSESBP há um mês, mas só conseguiu marcar retorno para ela daqui a seis me-ses. “É difícil marcar consulta lá no postinho. A Bia precisa voltar, mas

só vai daqui a seis meses. Eu espe-ro conseguir um ‘encaixe’ antes, porque é muito demorado assim.” Uma outra moradora, que não quis se identificar, confirma as dificul-dades para marcar consultas. Se-gundo ela, “para conseguir a gen-te precisa tentar um ‘encaixe’ e ficar lá o dia inteiro com a criança espe-rando. É muito difícil e cansativo. O atendimento é bom, mas só quando a gente insiste muito.”

O CSESBP possui o “Projeto São Remo”, que contempla a comu-nidade com assistência mais dire-cionada a uma população de risco, abrangendo todas as especialida-des da Atenção Primária.

Para diminuir as problemáticas destacadas pela população, o CSES-BP criou o projeto “Porta Rápida”, com objetivo de diminuir o tempo de espera para o atendimento a de-mandas administrativas e, conse-quentemente, minimizar o estresse vinculado à espera pelos usuários.

O cidadão tem o direito de pe-dir informações básicas para que receba um atendimento de qua-lidade, num prazo adequado às suas necessidades. Para mais in-formações, o telefone do CSESBP é 3061-8578. O e-mail para con-tato é [email protected] e o site é http://www.fm.usp.br/cseb/.

Órgãos públicos dizem não saber de obra na São RemoAntigo prédio da Sabesp, pertencente à USP, passa por reformas mas seu destino é incerto

Veronica Mendes

Uma construção situada na Rua Baltazar Rabelo, aparentemente abandonada, passa por reformas, porém seu destino ainda é incer-to. O terreno pertence à USP, mas era antes utilizado pela Sabesp. Parte do lugar está vazia, com ex-ceção de alguns prédios abando-nados. Os portões estão fechados a cadeado. Atualmente, há obras em andamento. Segundo um res-

ponsável pela segurança do local, há previsão para a construção de uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial) ali.

Os órgãos públicos não pos-suem nenhuma informação so-bre o destino do terreno. A Sub-prefeitura do Butantã afirmou não ser responsável por qualquer construção no local. A Coorde-nadoria Regional de Saúde Cen-tro Oeste desconhece a obra. De acordo com Francisco Xavier de

Carvalho, supervisor técnico de saúde, não há projetos de cons-trução de AMAs ou outros cen-tros de saúde na comunidade, ou no restante da região. Morado-res da SR não foram informados sobre o assunto. Ao serem ques-tionados alegaram desconhecer a finalidade das obras ou a autori-dade responsável por elas.

É prevista por lei a colocação de placa indicativa, constando: en-dereço completo da obra, data de

seu início e término, nome da em-presa, junto ao CNPJ e endereço, nome do engenheiro responsável e seu registro no CREA, valor da obra e sua finalidade, entre outros dados. Porém, no terreno não há maiores detalhes sobre a obra em andamento. Uma placa no por-tão informa que a área está “des-tinada para atendimento à saúde da comunidade”. Não é possível identificar o órgão responsável pela obra nem seu objetivo final.

Antônio com sua filha, Ágata

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“Se tem gente trabalhando,tem que ter ônibus”

MARIA ODETE RODRIGUES,MORADORA

comunidade 6 Notícias do Jardim São Remo Outubro de 2013..

Situação de ônibus e metrô é precáriaOs principais problemas enfrentados todos os dias pelo usuário de transporte público em SP

Jullyanna Salles

Aposentados da SR continuam na ativaEmpregos informais são a saída para idosos complementarem a renda e continuarem ativos

Bruna Eduarda Brito

O número de idosos no Brasil cresce. Segundo o IBGE (Institu-to Brasileiro de Geografia e Esta-tística) entre 2001 e 2011, a quan-tidade de brasileiros com 60 anos ou mais atingiu 55%. A expectati-va de vida também aumentou: é em média 74 anos.

Também aumentou o número de aposentados que continuaram tra-balhando. Muitos deles ainda são responsáveis por sustentar a famí-lia ou a si mesmos.

Maria das Dores, 65 anos, traba-lhou durante 45 anos, mas ainda não pode parar. “Eu vendo essas coisinhas para ajudar no salário”, diz Maria, que colabora para o sus-tento da casa e de seus dois netos.

O dinheiro da aposentadoria costuma não suprir as necessida-des básicas do idoso. É o caso da são remana Carmelita Francisca da Cunha (Anita), de 69 anos. As-sim como Maria das Dores, Anita tem um comércio que complemen-ta sua renda, “Aposentadoria não dá pra viver”, afirma.

O trabalho também ajuda os ido-sos a se manterem ativos. Ondina Ferreira, 86 anos, ajuda a cuidar da quitanda de sua filha. Essa ativida-de ajuda a exercitar sua memória “lembro de todo mundo que com-pra fiado, ninguém me passa a perna”, garante Ondina.

O idoso também precisa estar atento à sua saúde física. Praticar atividades como caminhada, nata-ção e alongamento, ajuda a fortale-

cer os músculos. Além disso, pre-vine doenças como hipertensão, osteoporose e diabetes.

Maria afirma se sentir mais dis-posta após começar a caminhar. O

exemplo veio de seu pai, “ele tem 97 anos e levanta cedinho para ca-minhar na Cidade Universitária”. Seguindo esse exemplo, outros idosos viverão cada vez mais.

A média de passageiros de ôni-bus por dia útil na capital paulis-ta chega a 9,6 milhões, segundo a Prefeitura de São Paulo. O são re-mano participa ativamente desta estatística, já que o transporte pú-blico é o principal serviço utiliza-do por ele. Dos vários pontos que precisam ser melhorados, desta-cam-se os mais importantes.

Maria Odete Rodrigues, mo-radora da São Remo, reconhece que a estação de metrô Butantã próxima à comunidade foi uma melhora, mas que não é sufi-ciente: “O metrô ajudou bastan-

te, mas não é todo mundo que pode pegar, fica mais caro”. Ela explica que normalmente o vale transporte pago pelas empre-sas não cobre a integração ôni-bus-metrô, assim se o trabalha-dor quiser usar os dois serviços deve sustentar parte dos custos, comprometendo sua renda.

A moradora aponta outro pro-blema: o horário de circulação dos ônibus. Alega que muitas pessoas saem do trabalho tarde e que têm dificuldade para conseguir conci-liar estes horários com o das últi-mas saídas do transporte coletivo, conclui que: “se tem gente traba-lhando, tem que ter ônibus”.

Mais uma reclamação recorren-te é a feita pela comerciante Ela-ne Moura de Freitas: “Tem mui-to motorista que não respeita”. A são remana relata que é comum o ônibus não parar quando o sinal é dado por idosos ou cadeirantes.

Diz também que é possível no-tar certa falta de responsabilida-de destes profissionais quando não dirigem com cuidado ou pro-movem brigas de trânsito com outros motoristas, “acabam colo-cando em risco as pessoas que es-tão dentro do ônibus”, afirma.

Em 20 de Setembro foi imple-mentado um serviço chamado Corujão na metrópole. Trata-se

de um projeto da EMTU (Em-presa Metropolitana de Trans-portes Urbanos) que torna cinco das linhas intermunicipais dis-poníveis em período integral na capital paulista durante as sex-tas-feiras e aos sábados.

A disponibilidade de todas as linhas de ônibus em período in-tegral não faz parte dos planos de governo estadual ou munici-pal, de acordo com as metas dos governantes atuais.

Desta forma, não há previsão para um completo sistema de transporte público disponível vinte e quatro horas por dia na capital de São Paulo.

Apesar da idade, Maria das Dores não para: passa o dia no seu comércio

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É extremamente necessário que todo caso de excesso ou abuso de poder seja denunciado

. Notícias do Jardim São Remo

papo reto7..Outubro de 2013

Abusos policiais ainda são frequentesPelo menos três casos de violência contra cidadãos são enviados diariamente à Ouvidoria

Gabriel Carvalho

Você deve conhecer alguém que já sofreu violência policial, não é mesmo? Ou, talvez, você mesmo foi a vítima? Você sabe para quem denunciar? Infeliz-mente, é de conhecimento de to-dos que alguns policiais se apro-veitam da farda para abusar de seu poder, principalmente den-tro das comunidades.

O cidadão fica impotente dian-te de policiais agressivos, até porque qualquer reação contra a agressão pode ser motivo para os policiais alegarem desacato e, quem sabe, até te prenderem.

Só no primeiro semestre des-se ano, foram registrados mais de 470 casos de abusos policiais – enquanto o número de elogios foi inferior a 130 -, segundo o re-latório da Ouvidoria da Polícia

do Estado de São Paulo. Para se ter uma ideia, isso corresponde a mais de 3 casos de abuso por dia. Ainda assim, há inúmeras pesso-as que não denunciam por medo de serem descobertas e acabarem sendo mais prejudicados ainda.

A abordagem corretaApesar de serem frequentes,

ainda não há muita clareza sobre o que é excesso em uma aborda-gem policial. Primeiramente, o policial deve se identificar ao abordar qualquer pessoa. Se ele não fizer isso, repare na identifi-cação com o nome dele na farda. Seus documentos podem ser soli-citados apenas para averiguação e não podem ser apreendidos, ex-ceto em caso de suspeita de fal-sificação. Nesse caso, é dever do oficial fazer um registro do que foi apreendido. Além disso, você

não pode ser preso por não por-tar seus documentos. O policial tem direito de revistar você ou seu automóvel, mas não tem di-reito de te constranger – seja com gestos ou palavras. Revistas ín-timas só podem ocorrer em de-legacias ou lugares adequados; mulheres só podem ser revista-das por mulheres.

A polícia só pode entrar em sua casa de manhã e com um manda-do judicial, exceto em casos que você mesmo libera a entrada ou em casos de emergência. Você não pode ser preso por suspeita ou para averiguação. Prisões só po-dem ser feitas com mandado judi-cial ou em situações de flagrante.

Denunciar é importanteA Ouvidoria é responsável

por receber e encaminhar as de-núncias e reclamações, acompa-

Como denunciar

Por telefone: 0800-177070 (das 9h às 17h)

Por carta:Rua Japurá, 42 - Bela Vista - São

Paulo - SP - CEP: 01319-030

Pessoalmente:No endereço acima,

das 9h às 15h

Por e-mail:ouv-policia@ouvidoria-policia.

sp.gov.br

Formulário:www.ouvidoria-policia.sp.gov.br

nhando e cobrando da Correge-doria que se tenha agilidade nas investigações. Por não ter liga-ção com as estruturas policiais, é um órgão totalmente indepen-dente e que garante o sigilo da denúncia. Para denunciar, é in-teressante reunir o maior nú-mero de informações possível: local, data, horário, nome dos policiais, se são civis ou mili-tares, número ou placa da via-tura, entre outros. Quanto mais informações, mais chances do caso ser resolvido.

É extremamente necessário que todo caso de excesso ou abuso de poder seja denunciado. Somente assim os casos poderão ser inves-tigados e punidos. Dessa forma, teremos cada vez menos casos de violência ou abuso de autorida-de, que atingem principalmente a população da periferia.

Denúncias de abusos recebidas na Ouvidoria - Polícia Civil e Polícia Militar - 1° Semestre 2013

Page 8: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

“A festa é uma coisa que não dá para deixar de fazer”

FATINHA, ORGANIZADORA DA FESTAsão remano 8 Notícias do Jardim São Remo Outubro de 2013..

A criatividade dos organizadores superou a falta de doações na comemoração deste ano

Festa das crianças chega à 20ª edição

A tradicional festa de dia das crianças da São Remo, organiza-da por Rosa de Fátima dos Santos (Fatinha), aconteceu no sábado, 12/10, na Avenida São Remo. A comemoração começou à tarde e

foi até a noite com diversas ativi-dades e apresentações de música e dança. Neste ano, a festa contou com brinquedos infláveias, como pula-pulas e piscina de bolinha, além de recreação no palco, dis-tribuição de brinquedos, lanches e do esperado bolo de metro.

No palco, os animadores Wag-ner Antônio de Oliveira, Luciano Farias dos Santos e Andréa Apa-recida Santos comandaram a farra dos pequenos que participavam de brincadeiras de “vivo ou mor-to”, “dança das cadeiras”, conta-ção de piadas, cirandas, entre tan-tas outras. As crianças dançavam e cantavam animando a festa, e todos que subiam ao palco saí-am com brinquedos e doces como prêmio pela participação.

As principais atrações da festa foram a bateria da escola de sam-ba Tom Maior, os grupos musicais Samba Loco, Mais Estilo, Doce Pe-gada e Luz do Luar, os MC’s Bru-ninho, Japa e Lídio e o grupo de capoeira Baraká. Alguns grupos são da própria comunidade.

Os brinquedos infláveis e as ati-vidades para as crianças no pal-co foram as grandes novidades desta edição, alternativas pensa-das para que se conseguisse su-perar as poucas doações arreca-dadas. “Esse ano consegui pouca doação. A maioria dos brinque-dos que estão vindo, quem com-prou fui eu”, afirmou Fatinha.

Entre os doadores estão al-guns moradores da própria São Remo, além de alunos da Esco-la Politécnica da USP (Poli). Os organizadores do evento se mo-bilizaram para que ele aconte-cesse, ainda que houvesse uma falta de brinquedos, porque, como a própria Fatinha comen-tou, a festa “é uma coisa que não dá para deixar de fazer”.

PERFIL

Rosa de Fátima dos Santos, a Fatinha, é a principal responsá-vel pela festa do Dia das Crian-ças da São Remo. No ano de 1994, junto com sua irmã, Fati-nha resolveu fazer um “bolinho” para a criançada comemorar o dia. Desde então, a celebração aumentou e acabou se tornando tradição nos dias 12/10.

Natural de Jaú, cidade do in-terior paulista, Rosa de Fátima veio para São Paulo aos 8 anos de idade. Moradora antiga da comunidade, a “tia” simpática e

sorridente conta que sempre gos-tou de ajudar as pessoas.

Além da festa das crianças, ela também comanda a ONG “Amas de Leite”. Fundado antes da festa – há tanto tempo que Fatinha nem sabe dizer – o projeto distribui lei-te para crianças e idosos.

Mesmo com o trabalho bem su-cedido, Fatinha quer aumentá-lo. Busca, agora, ajuda de algum ór-gão do governo para conseguir um espaço físico maior. A ideia é fazer um trabalho mais específico com crianças e adolescentes.

Em relação aos projetos sociais que já existem na São Remo, ela

não poupa elogios e críticas. Para o Pamplona, por exemplo, diz que “tira o chapéu”. Mas lamenta que outros, como o Alavanca, en-contrem dificuldades para man-ter-se em atividade.

Sempre rodeada de crianças, Fatinha soa tranquila e otimista mesmo nos raros momentos em que faz alguma crítica. Mas não esconde o orgulho quando co-menta o crescimento da festa das crianças ao longo dos anos.

Sobre projetos futuros, ela con-ta que planeja fazer um almoço de Natal (a partir de 2014) e tal-vez uma festa no Dia das Mães.

E pede que eventos culturais e de lazer recebam mais destaque. “As coisas boas quase ninguém divulga”, lamenta.

Fatinha, organizadora da festa das crianças na SRMoradora antiga, ela sonha com mais projetos sociais e celebrações para a comunidade

Fatinha comanda a festança

Marina Yukawa

Marcelo Grava

A celebração contou com atividades recreativas no palco e prêmios

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Page 9: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

“Já fiz pedidos e deu certo. É a fé da gente né?”MARIA HELENA ALVES SANTANADEVOTA DE NOSSA SENHORA

. Notícias do Jardim São Remo

são remano9..Outubro de 2013

As donas da festa

Marina Yukawa

A fé na São RemoDiversão toma conta de crianças e adultos Como é vista a religião entre os moradores

Dentre todas as crenças dentro da São Remo, uma delas mere-ce destaque: a religião evangé-lica ou, para algumas pessoas, o protestantismo. Ao caminhar pelas ruas da comunidade, é possível encontrar, pelo menos, seis igrejas deste tipo, além de um ponto de pregação. Este úl-timo é um local em que se pres-ta auxílio para necessitados com problemas variados. O ponto é cuidado pela Irmã Célia, mora-dora antiga que, no começo, fa-zia pregações em sua própria casa, mas posteriormente come-çou um projeto maior a pedido dos frequentadores.

Além do protestantismo, al-gumas outras religiões também são acessíveis para os morado-res. Uma delas é a Umbanda, na casa de Everaldo da Silva (ou Pai Everaldo), que funciona do mes-mo jeito que funcionava o ponto da Irmã Célia no começo.

A religião católica também está presente e conta com um ponto dentro da São Remo e ou-tro nos entornos. Fora dos seus arredores, a Paróquia de São Pa-trício é a mais próxima e fica a 15 minutos, ainda no bairro do Rio Pequeno. Segundo Iraci Masca-renha Abreu, fiel e moradora da

comunidade, lá é o único lugar onde podem ser realizados batis-mos, casamentos, velórios e mis-sas de sétimo dia.

Os devotos de Nossa SenhoraComo em outubro se comemo-

ra o dia da Nossa Senhora Apare-cida, no dia 12, o Notícias do Jar-dim São Remo saiu em busca de devotos dessa Santa.

Nessa procura, encontramos a doméstica Maria Helena Alves Santana. Lena, como é conheci-da, acompanha uma excursão re-alizada anualmente para a cidade de Aparecida, junto a outros mo-radores da comunidade. “Já fiz pedidos e deu certo”, diz. Desta vez ela fará uma segunda viagem para lá, ainda em outubro, não só por questões religiosas, mas tam-bém pela beleza do lugar.

Já se tratando da única igreja católica encontrada dentro da São Remo, na Rua Aquianês, é tradi-cional celebrar uma missa para a Santa no domingo após o feria-do. Na festa do Dia das Crianças, já aconteceram até apresentações teatrais homenageando Nossa Se-nhora Aparecida, a padroeira do Brasil. E em algumas das igrejas evangélicas, pela questão religio-sa de não acreditarem em santos, o que fica mesmo é uma comemo-ração para os pequeninos.

O dia das crianças é um dos dias mais esperados por todos que gostam de farrear, seja crian-ça ou adulto. E na São Remo a data é mais aguardada ainda por causa da comemoração organiza-da por dona Fatinha.

O dia é tão especial que os pe-quenos se preparam, alguns até se fantasiam, para aproveitar as brincadeiras. E todos puderam desfrutar a festa, inclusive a pe-quena Rita Vitória Rodrigues, 10 anos, que tem microcefalia e pa-ralisia infantil. A menina foi ho-

menageada e presenteada com um urso gigante de pelúcia.

Até os pais puderam se diver-tir e lembrar de seus tempos de meninice. A festa de duas dé-cadas marca a infância de ge-rações de moradores, como a de Viviane Santana, que disse: “Na primeira festa eu tinha 7 anos, agora eu estou com 27 e hoje vim com minhas filhas”. O evento da São Remo já tem mui-ta história, e um desejo comum é que continue e se aperfeiçoe por muitos anos, para que todos sejam felizes para sempre, como num conto de criança.

William Nunes

Tarde Ação Rap - Shows e batalhas de MC’s

Sábado - 19/1015h

Circuito Paulistano de Skate Overall

Sábado - 26/109h às 18h

Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia, 1870

Tel: 3732 4549 / 3732 4550

Festa de todos: evento teve presença de crianças com e sem deficiência

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Programação Cultural CEU

Butantã

Page 10: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

mulheres 10 Notícias do Jardim São Remo Outubro de 2013..

“Esse é o meu sonho, sempre foi”

VIVANE CRUZ CARDOSO, MORADORA DA SÃO REMO

Debaixo dos lençóis: o comércio eróticoEntre vestidos e artigos eróticos, Viviane Cruz tira seu sustento e se destaca na comunidade

Viviane ainda afirma ter sofrido preconceito por ser considerada muito nova para ter um negócio próprio – ela tem apenas 21 anos.

Outro motivo foi por querer in-vestir todas suas economias em algo sem garantias de que daria certo. A demanda feminina tanto pela moda quanto pelo erotismo atraiu Viviane para o ramo.

Apesar de reconhecer as dificul-dades, ela não pensa em desistir e completa: “mesmo assim esse é meu sonho, sempre foi”.

Filhos atrapalham a carreira?Segundo uma pesquisa da com-

panhia de recrutamento Catho, 53% das profissionais com filhos deixam o mercado de trabalho para se dedicar à criança. Destas, 18,6% não voltam ao trabalho.

Porém, para Viviane, o nasci-mento de sua filha foi um incen-tivo a mais para sua carreira: “me ajudou porque tudo o que eu dou para ela até hoje é devido ao meu trabalho. Foi um incentivo”.

Sex ShopViviane teve a ideia de vender

produtos eróticos ao frequentar sex shops. Ela percebeu que esse tipo de item vendia muito. E ga-rante: “eu tenho clientes que fa-lam que o marido deixa de com-prar o que for no final do mês, mas tem que ter o dinheiro das coisas que eles usam” - se referin-do aos artigos eróticos.

Alguns deles ficam expostos na loja e outros são encomendados através de catálogos. Viviane op-tou por esse esquema pela grande quantidade de crianças frequen-tando a loja, e também porque a

venda de produtos mais caros é mais segura se for feita sob enco-menda. Entre os mais vendidos, estão as chamadas “bolinhas ex-plosivas”, que servem como lu-brificante vaginal, além de poma-das e vibradores.

Quando perguntada sobre o preconceito em relação a esse tipo de comércio, Viviane confir-ma: “tem pessoas que não gostam e ficam criticando”, e completou: “algumas pessoas nem conhe-cem, acho que é por isso que ain-da existe preconceito”.

Ainda segundo Viviane, a loja é mais frequentada por mulheres do que por homens. Porém, inde-pendentemente disso, ela sempre procura deixar os clientes a von-tade, explicando como utilizar os artigos e dando conselhos.

Ela também afirma que alguns clientes se sentem envergonha-dos na hora de comprá-los, mas outros, já têm costume: “Tenho cliente fiel aqui já, que sempre en-comenda as coisas”.

Nina Turin

A loja Vivi Modas, de Viviane Cruz Cardoso, abriu há apenas dois meses e fica na Rua Aquia-nés, no Jardim São Remo. Entre-tanto, seus produtos já chamam atenção: além de roupas femini-nas, a loja também vende roupas íntimas e artigos eróticos.

Segundo ela, a ideia inicial era ter uma loja que fosse só um sex shop, mas depois decidiu vender merca-dorias variadas. Mesmo assim, a maior parte das vendas da loja é de roupas íntimas e itens eróticos.

O empreendimentoViviane começou trabalhando

em lojas de roupa e de calçados como atendente. Na profissão de vendedora, encontrou a chance de trabalhar para si mesma e de estar junto ao público, o que sem-pre quis. “Meu sonho sempre foi trabalhar para mim mesma. Nun-ca gostei de trabalhar para nin-guém.” e completa: “sempre tra-balhei com público. Nossa, eu adorava. Eu me identificava mui-to, então eu pensei: eu preciso ter o meu próprio negócio”. Ela tam-bém diz que trabalhar como aten-dente a ajudou a ter experiência nesse mercado.

Depois, Viviane começou a ven-der roupas em sua casa. Fez eco-nomias suficientes junto com seu marido, Wagner Rodrigues Soa-res, e conseguiu abrir um negócio próprio na São Remo.

Segundo ela, a ajuda de Wagner foi essencial para a realização do seu sonho: “ele viu que eu queria muito abrir a loja e pediu as con-tas. Com o dinheiro que ele rece-

beu, eu abri a loja para mim. Ele via que eu queria tanto, e ele de-cidiu que me ajudaria”.

Problemas enfrentadosMas como qualquer dono

de um negócio próprio, Vivia-ne também tem problemas. O maior deles é negociar com os clientes as formas de pagamen-to. Muitos pedem para comprar fiado, o que às vezes causa preju-ízo para ela no final do mês.

Outra dificuldade enfrentada é não possuir máquina para pas-sar cartão. Viviane afirma que já fez o pedido da máquina, mas a instalação ainda não foi feita. Além disso, outra desvantagem é o salário depender do quanto se vende, e isso varia por mês.

Passe láVivi Modas

R. Aquianés, 98 – Jd. São RemoSão Paulo – SP

Viviane arruma seus manequins

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Os sucessos nas vendas da loja

Page 11: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

“A televisão influencia muito nos esportes praticados no país”ALEXANDRE AUGUSTO DE SÁ, EDUCADOR SOCIAL DO CIRCO ESCOLA

. Notícias do Jardim São Remo

esportes11..Outubro de 2013

Falta de estrutura e incentivos são as principais dificuldades para atletas da comunidade

Daniel Muñoz

O futebol é a grande paixão na-cional. Para uma partida, por ve-zes basta um terreno baldio, en-quanto esportes como vôlei e basquete exigem uma estrutura mais complexa. Isso mantém as pessoas mais distantes de tais mo-dalidades. Além disso, a constan-te presença do futebol na mídia faz com que o interesse por esse continue grande.

Alexandre Augusto de Sá, edu-cador social do Circo Escola, afir-mou perceber que as crianças querem praticar o que veem na te-levisão. Campeonatos de diferen-tes esportes chamam a atenção de-las, mas a presença constante do futebol ainda causa grande influ-ência. Isso fica claro, se considerar-mos que ao perguntar a jovens da

comunidade de 8 a 13 anos quais esportes mais gostam de praticar, o futebol foi na maioria dos casos a primeira e única resposta.

Entretanto, logo descobrimos que há são remanos que também se interessam por outras modali-dades. Gideone Manuel do Nasci-mento faz parte do projeto social Ski na Rua. Esse já existe há um ano e possui 12 membros, os quais praticam roller ski, uma adapta-ção do ski normal com rodinhas. Para conseguir treinar os partici-pantes usam a USP, mas apenas aos finais de semana por conta da quantidade de carros, vão ao Par-que Villa Lobos e chegam a via-jar para São Carlos. Indagado so-bre que espaços de treinamento faltam na comunidade Gideone fala da necessidade de uma pista de skate, já que a São Remo pos-

O novo calendário para o futebol em 2014 liberado pela CBF (Con-federação Brasileira de Futebol) causou reação de vários atletas de grandes clubes brasileiros. Estes atletas se reuniram no que se cha-mou de Bom Senso F.C., um movi-mento para reivindicar a mudança do calendário esportivo de manei-ra a garantir férias e pré-tempora-da para os atletas.

Existe uma ameaça de greve dos jogadores deste grupo caso suas reivindicações não sejam

atendidas pela CBF. Eles alegam que esta pouca disponibilidade de tempo de preparo para as par-tidas diminui a qualidade do es-porte oferecido para o público.

Outras questões que o movimen-to trata são da representação dos jo-gadores nas diretorias e comissões técnicas dos clubes e do fair play financeiro, que seria uma medida que impediria clubes que contra-íssem dívidas com os jogadores de participarem de jogos oficiais, uma medida muito parecida está fun-cionando na Europa desde 2009. Foi levantada também a questão

de colocar um máximo de 7 jogos em um período de 30 dias e de dar um maior tempo entre campeona-tos para permitir a recuperação e preparação dos jogadores.

Os times muito pequenos, que por isso participam apenas dos campeonatos estaduais, acabam por estar em atividade por mui-to pouco tempo, deixando os jo-gadores presos a pequenos con-tratos de apenas 3 meses que dificultam sua qualificação como esportistas profissionais. Estes clubes também são prejudicados por este fator, pois ficando “para-

dos” por todo o resto do ano, difi-cilmente conseguem crescer e aca-bam presos à condição que estão.

O movimento se reuniu com o presidente da CBF, José Maria Ma-rin, sendo representado na reunião pelos atletas Cris (Vasco), Dida (Grêmio), Juninho Pernambucano (Vasco), Seedorf (Botafogo) e Paulo André (Corinthians). O movimen-to conta com o apoio de figuras de fora do mundo esportivo também, como o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Wadih Damous.

Bianca Caballero

São Remanos buscam outros esportes

Jogadores contestam calendário da CBFO movimento Bom Senso F.C. busca reformular ritmo desgastante do futebol brasileiro

sui muitos skatistas e reforça que “para o futebol tem os campos”.

Outra modalidade diferente que possui praticantes na comunida-de é o atletismo. Gilvan Manuel do Nascimento, 27, treina des-de os 13 e afirma que no atletis-mo “você depende de si mesmo”. Ele vem lutando para diminuir seus tempos e conseguir o difícil apoio do governo. Sobre o espa-ço que utiliza para treinar, ele afir-ma que o CEPE USP basta para os treinos, mas o acesso a esse às ve-zes é difícil. O atletismo é um es-porte que também vem sendo in-centivado no Circo Escola da São Remo. Alexandre Augusto de Sá afirmou que no começo as crian-ças resistem a praticá-lo, pois que-rem jogar bola, mas com o tempo conhecem melhor as modalidades e começam a se interessar.V

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Page 12: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

“Quer consagrar o Mariano?”TORCEDOR DO BARCELONA COBRANDO

ATACANTE APÓS JOGADA PERDIDA

esportes 12 Notícias do Jardim São Remo Outubro de 2013..

Em partida muito disputada, o resultado foi decidido com gol contra no segundo tempo

Victória Pimentel

Em mais uma rodada váli-da pela fase de grupos da Copa São Remo disputada no dia 13 de Outubro, domingo, se enfrenta-ram dois times são remanos: São Remo e Barcelona.

O jogo começou equilibrado mas logo aos cinco minutos o São Remo saiu na frente com um gol de cabe-ça do camisa 4, Mariano, melhor jo-gador em campo. O Barça buscou a reação partindo para o ataque ame-açando a meta do São Remo. Em dois lances perigosos, o Barça não perdeu tempo e conseguiu acertar a trave do São Remo, desperdiçando a chance de empatar o jogo.

Em cobrança de escanteio, o time do São Remo quase conseguiu aumentar o placar mas a bola bateu caprichosa-mente na trave e foi para a fora. E as-sim, o primeiro tempo acabou com leve vantagem do São Remo.

Na segunda etapa, após início de grande pressão por parte do Barça que, no entanto, não levou a nada, o São Remo voltou a equilibrar a partida na esperança de marcar mais um gol.

Em momento apreensivo, um jo-gador do São Remo chocou-se com

o goleiro do Barça. O camisa 1 do Barcelona, contundido, ficou no chão por alguns minutos, esfrian-do o jogo na hora em que o adver-sário vinha pressionando mais.

Porém, além de não garantir um segundo gol, o São Remo viu as

chances de sofrer um empate au-mentarem novamente. Numa des-sas, Mariano habilmente evitou um gol ao desarmar atacante do Barça na grande área.

O jogo foi ficando tenso e as dis-putas de bolas cada vez mais acirra-das. A insistência do Barça deu re-sultado e aos 22 minutos, em lance infeliz de Bahia, camisa 13 do São Remo, que ao tentar tirar a bola de sua área acabou marcando um gol contra de cabeça.

Mesmo disputado e com chances para os dois lados, o jogo terminou empatado em 1 a 1.

Fernando Magarian

Em jogo tenso, Trilha vence Poera por 4x2Poera disputa com raça, mas perde no final para a superioridade técnica do adversário

Desde o início do jogo o Trilha criou mais, com bom toque de bola e jogadas rápidas no ataque. Logo aos nove do primeiro tempo abriu o placar com o atacante Carlos Alber-to e, cinco minutos depois, Luis Ro-gério ampliou. Com jogadores ha-bilidosos e rápidos, parecia que a equipe ia colocar na roda um Poera pouco ofensivo e pouco dinâmico.

Mas sem desanimarem, os joga-dores do Poera deram muita raça

em campo, disputando todas as bolas e, mesmo sem atacar muito, segurando as ofensivas do Trilha até o final do primeiro tempo, que acabou dois a zero.

No início do segundo período, o Poera entrou revigorado e empa-tou a partida, com gol de Ezequiel aos dois minutos e de Rodrigo aos sete. Na jogada seguinte o Trilha marcou um gol impedido, e houve discussões com o juiz.

A partida ficou mais tensa, mas com um novo ânimo do Poera,

também ficou mais disputada e emocionante. Os dois times ataca-vam, e o Trilha parecia um pouco perdido em campo. A marcação fi-cou mais forte, e houve contusões em entradas mais violentas, o que aumentou os desentendimentos entre jogadores adversários. Já per-to do final da partida, um jogador do Trilha caiu sem bola na área, o que gerou muitas reclamações com o juiz e com os bandeiras.

Com os jogadores nitidamente nervosos, prevaleceu a superiori-

dade técnica do Trilha no final do jogo, que aos vinte e oito minutos encaixou uma jogada e marcou o terceiro novamente com Luis Rogé-rio. O time do Poera se perdeu em campo, e logo em seguida o defen-sor Ezequiel derrubou o atacante adversário na área, sendo expulso e discutindo muito com os compa-nheiros, que reclamavam.

O árbitro marcou o pênalti, que foi convertido pelo zagueiro Jota e definiu a partida em quatro a dois a favor do Trilha.

1º da Oeste 1x2 Morro FCBarça 1x1 São Remo

Unidos do Ester 5x0 HavaiTrilha 4x2 Poera

Atlético 4x0 Nova Aliança

COPA SÃO REMODisputa intensa foi a marca da partida entre as duas equipes na SR

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São Remo e Barça empatam na Copa SR

Page 13: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

são reminho

Parte integrante do Notícias do Jardim São Remo – outubro de 2013

reciclagemajude a resgatar o cão reminho no jogo de tabuleiro!e mais: uma história em quadrinhos com o super remo enfrentando o dr. sujeira e seus monstrinhos!

Page 14: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

JOGO DE TABULEIRO

Galerinha, o mais novo vilão do Super Remo, o malvado Doutor Sujeira, sequestrou o Cão Reminho com a ajuda de seus terríveis monstrinhos. Ele ainda poluiu todas as ruas da São Remo com seu poder de “Raio do Lixo”.

Só vocês podem ajudar a liberar o Cão Reminho nesse jogo de tabuleiro, e assim o fiel cachorro poderá encontrar nosso glorioso Super Remo e ambos vencerem esse desafio contra o mal.

Quem entre você e seus amiguinhos chegará antes nessa corrida maluca?

Regras do Jogo:

1 – Pinte as bolinhas acima de acordo com a cor de sua preferêcia, recorte-as e escolha uma para ser seu jogador. Ou use botões de cores diferentes. 2 – Em seguida, recorte os números de 1 a 6 e embaralhe-os de cabeça para baixo. O número que você tirar é o número de casas que andará no jogo. Ou use um dadinho. 3 – O primeiro a chegar ao final liberta o Cão Reminho e vence o jogo. Boa Sorte.

1 5 3 6 4 2

Um monstrinho do Dr. Sujeira está no

caminho. Volte Para o Começo.

Com uma vassoura, o lixo foi recolhido.

Ande 3 casas.

Pneus pegando fogo atrapalham

o caminho. Volte 6 casas.

Reciclar é transformar objetos usados em novos produtos para

serem utilizados novamente.

Veja quanto tempo demora a

decomposição dos materiais

Papel: de 2 a 4 semana

s

Palitos de fósforos:

6 meses

Papel plastificado:

de 1 a 5 anos

Chicletes: 5 anos

Latas: 10 anos

Couro: 30 anos

Embalagens de plástico:

de 30 a 40 anos

Latas de alumínio:

de 80 a 100 ano

s

Tecidos: cerca de 100 an

os

Vidros: 4.000 anos

Garrafas PET: indefinido

INÍCIO FIM

Page 15: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

Você pegou uma bicicleta, que não

polui o meio. Ande 4 casas.

Lixo eletrônico é um obstáculo. Fique uma rodada

sem jogar.

Garrafas de vidro também sujam o meio ambiente.

Volte 3 casas.

Foi derrubado lixo e chorume

no chão. Volte 5 casas.

Sofá jogado no meio da rua.

Fique 2 rodadas sem jogar.

Cada vez mais as grandes cidades têm

encontrado dificuldades em conseguir

locais para instalarem depósitos de lixo.

Portanto, a reciclagem se apresenta como

uma solução ambientalmente correta.

Exemplos de Produtos Recicláveis

– Vidro: potes de alimentos, garrafas, frascos de medicamentos.

– Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens de

papel. – Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta,

cobre. – Plástico: potes de plástico, garrafas

PET, sacos pláticos, embalagens e sacolas de supermercado.

Para colaborar no processo de

reciclagem, o lixo é separado

em 4 latas diferentes: metal,

papel, vidro e plástico. Cada lata é representada por

uma cor diferente:Papel – AzulMetal – AmareloVidro – Verde

Plástico – Vermelho

Page 16: Notícias do Jardim São Remo - Agosto/13

Depois de libertar o Cão Reminho...

E assim, mais uma vez a comunidade foi salva pelo Super Remo e pelo Cão Reminho!

FIM

uma batalha contra a sujeira

Meu fiel amigo, finalmente nos encontramos! Agora vamos deter o Doutor Sujeira!

Super Remo, achei que nunca chegaria até aqui!

Hahaha!

Mas você não irá me deter!

Não, seu raio de sujeira não me vencerá, pois aprendi o significado da reciclagem!

O Super Remo, junto com o Cão Reminho, conseguiu derrotar o Dr. Sujeira, mas todos nós preci-samos enfrentar esse inimigo no dia-a-dia! Seja um super herói você também: jogue lixo no lixo e, se possível, recicle!