Jornal Mastologia em Minas - 2ª Edição

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Informativo da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Minas Gerais Novembro - Dezembro/ 2014 -Edição 02 Campanha em Minas Gerais anunciou mais 2,5 milhões para exames complementares de prevenção Mais uma vez, Minas Gerais se viu colorida de rosa de norte a sul do Estado para conscientizar as mulheres mineiras sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Reunindo esforços coletivos de diversos segmentos da sociedade, e em parceria com as entidades médicas, entre elas a Sociedade Brasileira de Mastologia- Regional Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizou o Outubro Rosa 2014 convocando as mulheres de 40 a 69 anos a fazerem a mamografia de rastreamento nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros Viva Vida de Referência Secundária. Além da iluminação de monumentos e prédios públicos, como o do Palácio e dos demais prédios da Praça da Liberdade (Foto), Cidade Administrativa, na Capital, e no interior, a campanha contou com a participação de Escolas, igrejas, shoppings, empresas de transporte, fundações, sindicatos, pedágios, associações, hospitais e empresas privadas em praticamente todos os municípios mineiros, além do engajamento dos médicos mastologistas no Estado. No lançamento oficial da campanha, o governo anunciou também a liberação do repasse de incentivo financeiro extra no valor de R$ 2,5 milhões ao ano para a realização de exames de ultrassom, nos casos em que a mamografia não for suficiente para o diagnóstico conclusivo. Em nota, a SES informou que “Minas Gerais é o único Estado da federação a ter um programa estadual de controle e prevenção do câncer de mama de forma tão abrangente e presente na vida de suas cidadãs”. O coordenador do Programa Estadual de Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama, Sérgio Bicalho, destacou a importância das unidades móveis com mamógrafos para o sucesso do programa e na luta pela redução da mortalidade, tendo realizado de outubro de 2012 até agora quase 150 mil mamografias. IMPRESSO

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Informativoda Sociedade Brasileirade MastologiaRegional Minas Gerais

Novembro - Dezembro/ 2014 -Edição 02

Campanha em Minas Gerais anunciou mais 2,5 milhões para exames complementares de prevenção

Mais uma vez, Minas Gerais se viu colorida de rosa de norte a sul do Estado para conscientizar as mulheres mineiras sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Reunindo esforços coletivos de diversos segmentos da sociedade, e em parceria com as entidades médicas, entre elas a Sociedade Brasileira de Mastologia- Regional Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizou o Outubro Rosa 2014 convocando as mulheres de 40 a 69 anos a fazerem a mamografia de rastreamento nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros Viva Vida de Referência Secundária.

Além da iluminação de monumentos e prédios públicos, como o do Palácio e dos demais prédios da Praça da Liberdade (Foto), Cidade Administrativa, na Capital, e no interior, a campanha contou com a participação de Escolas, igrejas, shoppings, empresas de transporte, fundações, sindicatos, pedágios, associações, hospitais e empresas privadas em praticamente todos os municípios mineiros, além do engajamento dos médicos mastologistas no Estado.No lançamento oficial da campanha, o governo anunciou também a liberação do repasse de incentivo financeiro extra no valor de R$ 2,5 milhões ao ano para a realização de exames de ultrassom, nos casos em que a mamografia não for suficiente para o diagnóstico conclusivo. Em nota, a SES informou que “Minas Gerais é o único Estado da federação a ter um programa estadual de controle e prevenção do câncer de mama de forma tão abrangente e presente na vida de suas cidadãs”.

O coordenador do Programa Estadual de Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama, Sérgio Bicalho, destacou a importância das unidades móveis com mamógrafos para o sucesso do programa e na luta pela redução da mortalidade, tendo realizado de outubro de 2012 até agora quase 150 mil mamografias.

IMPR

ESSO

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Notas da Redação

Editorial

Expediente

Diretoria - Triênio: 2014 /2016PresidenteClécio Ênio Murta de LucenaVice- PresidenteWaldeir José de Almeida JúniorSecretárioVander José Ramalho Lima 2º SecretárioGustavo Lanza de Melo TesoureiraAnnamaria Massahud R. dos Santos 2º TesoureiroWilson Roberto BatistaDiretora CientíficaBárbara Pace Silva de AssisDiretor Defesa ProfissionalCristóvão Pinheiro Barros

Jornalista ResponsávelAílson Santos MTB 5239

DiagramaçãoMaira Hess

Sociedade Brasileira de Mastologia/MG

localidades desse estado, com possibilidade real de levarmos os Cursos da Escola Brasileira de Mastologia a essas cidades.

Assunto também indispensável e que não podemos nos abster de debater está nas políticas de prevenção do câncer de mama no nosso estado. Ao longo dos últimos anos a SBM-MG teve oportunidade de participar das discussões junto ao poder público para implementação dos programas de rastreamento do câncer de mama para a população feminina de Minas Gerais. E foi construído, se não o ideal, um programa razoável para atenção à saúde mamária. O que se espera é que políticas retroativas e equivocadas fundamentadas em interesses questionáveis, não venham a prejudicar os avanços alcançados nesse tema com o próximo governo estadual, colocando em risco, perspectivas de um real impacto sobre a mortalidade por câncer de mama, potencialmente alcançados com o rastreamento mamográfico efetivo.

Desta forma, conclamamos a todos os mastologistas mineiros a manterem-se integrados, atuantes e participativos, ajudando a construirmos uma especialidade cada vez mais robusta e relevante no cenário da medicina nacional.

Neste final de ano, gostaríamos de desejar a todos vocês, familiares e amigos, um FELIZ NATAL e um ANO NOVO repleto de alegrias e muitas realizações.Um forte abraço,Clécio LucenaPresidente da SBM-MG

Prezados amigos,

Estamos concluindo o nosso primeiro ano à frente da SBM-MG. Apesar dos inúmeros afazeres pessoais e profissionais, orgulhamo-nos de ter conseguido concretizar algumas das nossas propostas para essa entidade. A nossa II Jornada Mineira de Câncer de mama e VI Encontro Mineiro de Mastologia, além de eventos científicos

na capital e no interior com apoio da SBM-MG foram um sucesso, um grande trabalho de divulgação e de esclarecimentos da nossa especialidade foram realizados, além da intensa atuação de todos nós durante a campanha do Outubro Rosa foram marcantes e de destaque nesse primeiro ano.

Uma meta fundamental já para o início do próximo ano será a discussão e aprovação do novo estatuto da Mastologia mineira, para subsequente formalização do seu registro e adequação jurídica em atendimento às determinações legais atuais sobre o tema. Não podemos esquecer que matemos o compromisso de apoiar e instigar a realização de eventos científicos voltados para a saúde mamária na capital e no interior com parceria das especialidades afins, na dependência de uma participação atuante e proativa dos nossos representantes nas mais diversas

Participe das reuniões do Grupo Multidisciplinar de Estudos em Câncer de MamaA Sociedade Brasileira de Mastologia-MG e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica realizam bimensalmente a reunião que ocorre no Auditório do Conselho Regional de Medicina na Rua Timbiras,1220, Centro – BH. A próxima reunião será dia 9 de fevereiro e o tema será: Abordagem Cirúrgica de Lesão Primária após Quimioterapia Neoadjuvante.

Associação Médica de Minas GeraisSociedade Brasileira de Mastologia -Regional MG

Av. João Pinheiro, 161 - Centro 30.130-180 BH/MGTelefone: (31) 3273-5788 - Fax: (31) 3273-1540

Escreva para o jornal: [email protected]

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Como Eu Trato

Cristóvão Pinheiros BarrosMédico Mastologista do IPSEMG

Com o advento de novos quimioterápicos (tais como os taxanes) e de anticorpos monoclonais (por exemplo Trastuzumab), tem-se obtido resposta clínica e patológica completa ou parcial em grande número de pacientes submetidas a quimioterapia neoadjuvante. Embora isto não modifique a sobrevida global, possibilita que inúmeras pacientes, com indicação inicial de mastectomia, possam realizar cirurgia conservadora.

Obviamente com a remissão parcial ou total do tumor não se indica a exérese de toda a área prévia correspondente. Para que possamos fazer um tratamento conservador, com segurança oncológica, nestas pacientes é necessário que seja marcado o local do tumor pré-QT, seja por clip metálico (inserido durante a core biopsy), tatuagem da pele sobrejacente ao tumor ou posicionamento do tumor no prontuário da paciente com descrição da posição em horas e da distância do centro do tumor ao mamilo (técnica mais simples e sem ônus).

É adequado fazer exames de imagem após a QT neoadjuvante (MMG, US e alguns poucos casos RNM) para melhor avaliação da resposta à quimioterapia.

Bruno LaporteMédico Mastologista do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de ForaDiretor do Serviço de Mastologia da Neoclínica Oncologia

TUMORES LOCALMENTE AVANÇADOS SEM POSSIBILIDADE DE CIRURGIA IMEDIATA

CARCINOMA INFLAMATÓRIO DE MAMA (CIM)Nos casos de pacientes com carcinoma inflamatório (T4d) a quimioterapia neoadjuvante (Qxtneo) é sempre a minha primeira opção devido a possibilidade de doença micrometastática precoce . Sabendo-se que o CIM apresenta, segundo Cristofanilli e cols, uma taxa de recidiva em 5 anos de 68%, e que Wendy e cols, em estudo do grupo do MD Anderson Cancer Center, obtiveram sobrevida livre de metástase e sobrevida global de respectivamente 47 e 51%, a mastectomia Madden sem reconstrução imediata é minha escolha.

CARCINOMA LOCALMENTE AVANÇADOS (CLA)Nos CLA em que há presença de tumores extensos que não permitem a ressecabilidade, a mastectomia Madden é a primeira escolha. Nos casos em que ocorre a resposta clínica completa após a quimioterapia, avaliada através de exame físico e ressonância magnética, a reconstrução imediata pode ser discutida com a paciente. A realização de Mastectomia Nipple Sparing e Skin Sparing é controversa, porém em casos em que o tumor não estava comprometendo o complexo aréolo papilar e que não haja ulceração de pele ou nódulos de implantes secundários na pele, discuto esta possibilidade com a paciente.

TUMORES COM RELAÇÃO VOLUME DA MAMA X VOLUME DO TUMOR DESFAVORÁVEL PARA CIRURGIA CONSERVADORA

Creio que a aceitação da QxTneo para redução de volume tumoral e posterior cirurgia conservadora da mama foi um dos importantes avanços cirúrgicos da última década. Tanto o NSABP B-18 quanto o EORTC 10902 mostraram um aumento na taxa de pacientes aptos à realização de cirurgia conservadora da mama após QxTneo.

Ressalto que, em meu ponto de vista, uma adequada programação com exames de imagem (Ressonância Magnética) e marcação na pele da área tumoral previamente à QxTneo deve ser realizada. Tento sempre realizar a cirurgia conservadora de mama, com o sem o auxílio de técnicas de oncoplástica. Caso não seja possível, opto por realização de Mastectomia Skin ou Nipple Sparing.

Abordagem cirúrgica da lesão primária após quimioterapia neoadjuvante

Como Eu Trato

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Levar informação e mamógrafos aos rincões do Estado no menor tempo possível são os dois maiores desafios da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para vencer o aumento da mortalidade do câncer de mama em Minas Gerais. Desde 2012, várias estratégias, algumas inéditas no Brasil, estão sendo postas em prática para vencer esta batalha, porém, apesar de alguns indicativos positivos estarem surgindo, a redução da mortalidade imposta pelo câncer de mama em Minas e no Brasil, só deverá ocorrer em cerca de dez anos, tal como ocorreu em países como Estados Unidos, Inglaterra, Suécia e Austrália. Enquanto isso, a luta se dá pela ampliação do acesso das mulheres aos exames, sensibilização dos prefeitos para a importância dos programas de diagnóstico, obtenção de recursos, desburocratização dos processos para tratamento, entre outras ações.

Até 2012, uma mulher com idade entre 40 e 69 anos só fazia uma mamografia depois de passar por uma consulta médica. Agora, basta esta mulher ir um posto de saúde e

Mortes por câncer de mama em Minas2008 - 10922009 - 10822010 - 11602011 - 12962012 - 13242013 - em processo estatístico

Tempo médio para liberação dos laudos das mamografiasNa unidade móvel: 7 diasPrestadores de serviços do SUS: 57 dias

Em 2012, a SES equipou um caminhão para realizar os exames diretamente nas localidades desprovidas de mamógrafos. A primeira Unidade Móvel atendeu as mulheres do Vale do Jequitinhonha. Dois anos depois, somam-se dez Unidades Móveis que já estiveram em 349 municípios, realizando quase 147 mil exames, garantindo agilidade no resultado e comodidade às pacientes que dificilmente procurariam um médico em um grande centro.

Há dois anos, o Estado de Minas Gerais passou a remunerar em R$ 1.000,00 por paciente os hospitais que apresentam em no máximo um mês a definição de diagnósticos de mulheres com resultados de mamografia Bi-RADS 4 ou 5. Com isso, nos últimos dois anos, 3.700 pacientes iniciaram o tratamento em 30 dias, ao invés de 180 dias, que era normalmente o prazo em que isso ocorria.

Câncer de MamaA luta para reduzir a mortalidade em Minas Gerais

solicitar a sua requisição.

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Mortes por câncer de mama em Minas2008 - 10922009 - 10822010 - 11602011 - 12962012 - 13242013 - em processo estatístico

Estratégias de combate ao câncer de mama em Minas-Aumento da disponibilização de exames-Ampliação do acesso à mamografia por meio das Unidades Móveis-Redução do tempo de liberação dos resultados dos laudos-Criação da Call Center (tel 155) que realiza a busca ativa e acompanha cada paciente que apresenta resultados alterados de mamografia-Desburocratização do acesso às mulheres com idade entre 40 e 69 anos à mamografia

Em 2014, o dobro de mamografias de 2009

O Coordenador Estadual do Controle de Câncer de Colo de útero e de Mama em Minas Gerais, Sérgio Bicalho, informa que esse ano será realizado o dobro de mamografias de 2009. Ele avalia que “essa conquista se deve ao empenho governamental e de um contingente enorme formado por médicos e gestores na manutenção da decisão estratégica que fixou o início do rastreamento do câncer de mama aos 40 anos e não aos 50 anos como indica a Diretriz do Ministério da Saúde”.

Mamografias realizadas - 1995 a 2014

Redução de 10% nos pacientes em estágio avançado

vinte e dois hospitais estaduais do SUS, revelou uma redução de 10% o número de pacientes com o primeiro diagnóstico apresentando estágios 3 e 4 de câncer. De acordo com o levantamento, em 2009, 30% dos pacientes apresentaram estágios avançados de câncer de mama na primeira consulta. Em 2013, esse número passou para 20% dos casos. Apesar de pequena, esta vitória é muito significativa considerando a enorme demanda reprimida, a extensão territorial e o aumento da capilaridade na oferta de mamografia, especialmente através das Unidades Móveis.

O primeiro resultado deste grande esforço acaba de ser identificado pela Gerente de Inteligência Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Berenice Antoniazzi. Um recente estudo estatístico, realizado pela Gerência em

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Busca ativa por pacientes reduz tempo de espera para início do tratamentoO Call Center do Controle do Câncer de Mama (Disque 155) foi criado em 2012 e tem como principal objetivo diminuir a mortalidade pelo câncer de mama em Minas Gerais e permitir a interlocução direta da paciente com os serviços de saúde. Com a base nos dados do SISMAMA, esse serviço permite que a paciente seja informada imediatamente sobre a disponibilidade do resultado do seu exame de mamografia, facilitando seu acesso, bem como todas as orientações e encaminhamentos para definição diagnóstica, tratamento e acompanhamento.

É realizada mensalmente uma média de 822 ligações para pacientes que já fizeram a mamografia ou que estejam em tratamento. Atualmente o Call Center está atendendo 6.003 pacientes com resultado de mamografia disponível, 2.900 pacientes que estão definindo o diagnóstico e 641 pacientes em tratamento.

Tempo médio para liberação dos laudos das mamografiasNa unidade móvel: 7 diasPrestadores de serviços do SUS: 57 dias

Em Minas Gerais, há 227 mamógrafos fixos e 10 mamógrafos móveis, pelo SUS, o que constitui uma relação de 1,09 mamógrafo para 100 mil habitantes, mais do dobro da proporção que preconiza o Ministério da Saúde que é de 0,42 mamógrafo/100 mil habitantes no Brasil. Estima-se que em 2014, Minas Gerais terá 5210 novos casos de câncer de mama.

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Em 15 anos, câncer deixará de ser doença mortal, diz geneticista francês

Em 15 anos, o câncer deixará de ser uma doença fatal. A afirmação que traz esperança para quem luta contra o mal é do geneticista francês Laurent Alexandre, cirurgião e dono da empresa DNA Vision. Recentemente, ele lançou o livro “A Derrota do Câncer – A História do Fim de uma Doença”, onde narra como os avanços do sequenciamento do DNA vão mudar a vida dos doentes.“As tecnologias genéticas vão permitir às pessoas que têm um câncer viverem, dentro de dez anos, como os soropositivos. Hoje, a esperança de vida para quem é portador do vírus da Aids é a mesma para uma pessoa sadia. É uma doença desagradável, com medicamentos difíceis, mas vivemos mais ou menos o mesmo número de anos com ou sem o vírus HIV”, diz o cientista francês. De acordo com ele, em 2030, o câncer não será mais uma doença que mata.

Mastologistas brasileiros prestigiam o VIII SIS World Congress on Breast Healthcare, em Orlando

Mastologistas de diversas localidades do Mundo se encontraram em Orlando, Estados Unidos, durante o 18 SIS World Congress on Breast Healthcare, realizado entre os dias 16 e 19 de outubro. Durante os quatro dias, os congressistas participaram de debates sobre as mais novas e avançadas pesquisas e as novas técnicas para a abordagem em saúde mamária, com destaque à qualidade de vida do paciente. Os mastologistas b r a s i l e i r o s prestigiaram em grande número o Congresso, sendo a segunda maior delegação médica, atrás apenas da do país sede.

SBM se junta a outras especialidades em reunião na AMB para o fortalecimento e união da classe O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Ruffo de Freitas Jr, e a representante da Comissão de Regulação do Ensino, Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos, participaram dia 25 de setembro, em São Paulo, da reunião do Conselho Científico da Associação Médica Brasileira (AMB), onde puderam discutir sobre a residência e especialização médicas, a valorização do título de especialista e o Projeto Diretrizes da AMB. Durante o encontro, que também reuniu representantes de várias especialidades, ganharam destaque as discussões relativas aos programas federais com reflexos na atividade médica. Concluiu-se que, diante do polêmico Programa do Governo Federal Mais Médicos e da probabilidade da implantação do Programa Mais Médicos Especialistas que poderá fragilizar a qualidade da formação do médico especialista no Brasil, torna-se premente a necessidade de união da classe médica brasileira, por meio da AMB.

Esta publicação tem o patrocínio da Radiocare - Centro Avançado de Radioterapia, de Belo Horizonte

Fique atento aos cursos da Escola Brasileira de Mastologia em Minas Gerais em 2015

14 a 16 de maio de 2015Goiânia Breast Cancer SymposiumGoiânia - GOhttps://www.gbcs.net.br

3 a 6 de junho 2015XVIII Congresso Brasileiro de MastologiaCuritiba - PRInformações: www.cancerdemama2015.com.br 31/07 e 1º AgostoOncoplástica – Vale dos VinhedosBento Gonçalves – RSwww.plenariumcongressos.com.br

27 a 30 de agosto 2015Câncer de Mama 10ª Edição Gramado – RSwww.plenariumcongressos.com.br

Segundo semestre de 2015Jornada Paulista de Mastologia 2015São Paulo – SPwww.spmastologia.com.br

Dr. Sidney Rogério (Rio Branco-AC), e Drs. Annamaria Massahud, Alexandre Barra e Vander Lima (Belo Horizonte-MG)

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ACOSOG Z0011

Em 2011 o grupo Colégio Americano de Cirurgiões Oncológicos publicou um estudo inédito, o Z0011 onde pacientes com tumores iniciais e axila clinica-mente negativa, mas com linfonodo sentinela com-prometido foram randomizadas para realizar esvazia-mento axilar ou apenas observação. Pacientes com metástase em até 2 linfonodos sentinela entraram no estudo. No grupo submetido ao esvaziamento 27% tiveram linfonodos adicionais comprometidos o que leva a crer que um número similar de pacientes no grupo não esvaziado também apresentavam linfonodos adi-cionais positivos. Estas pacientes que não tiveram a axila esvaziada, não apresentaram ín-dices aumentados de recidiva regio-nal. Ambos os grupos apresentaram menos de 1% de recidivas axilares. Cerca de 95% das pacientes recebe-ram tratamento sistêmico sendo 60% com quimioterapia.Todas as pacientes receberam radio-terapia com campos tangentes e, re-centemente, detalhes publicados da radioterapia aplicada mostraram que cerca de 15% das pacientes receberam tratamento da fossa supraclavicular. Ainda, cerca de metade das pa-cientes recebeu tratamento com campo tangente alto (campo que engloba parcialmente a axila de forma proposital).É importante reforçar que devido às precauções necessárias em um estudo com este pioneirismo, somente pacientes com baixa carga tumoral na axila foram envolvidas. Por exemplo, 40% das pacientes tinham apenas doença micrometastática.

Aplicabilidade

As conclusões do estudo sugerem que para pacientes com baixa carga tumoral axilar, e que receberão terapia sistêmica e radioterapia, o não esvaziamento da axila é uma opção viável. Após a publicação deste estudo é muito comum nos serviços de radioterapia a situação da paciente com linfonodo sentinela positivo e axila não esvaziada. A medida que esta prática avança, também os resultadossão extrapolados para situações não exatamentecontempladas no estudo Z0011 e com risco de carga tumoral aumentada na axila.

AMAROS

Acontece que em 2013 os resultados de outro estudo importante direcionado ao efeito da radioterapia do tratamento da doença axilar foram apresentados no congresso anual da ASCO- Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Este estudo foi publicado na Lancet Oncology em outubro de 2014. Os resultados do AMAROS que randomizou pacientes com tumores iniciais e axila clinicamente negativa para dissecção axilar ou radioterapia axilar mostrou índices semelhantes de recidiva entre os 2 grupos e menor toxicidade nas pacientes irradiadas (menor índice de edema do membro). Este estudo lança a possibilidade de que nos casos de

pacientes com axila não esvaziada e carga tumoral axilar aumentada (mas clinicamente negativa), a radioterapia já prevista para o tratamento adjuvante da mama residual possa ser também propositalmente direcionada para a axila tratando as pacientes sem prejuízo e sem aumento de toxicidade. Isto permite maior flexibilidade nos casos com axila não esvaziada, permitindo a utilização da radioterapia

para substituir o esvaziamento em casos selecionados.

Trabalho em equipeA avaliação conjunta destes dois estudos mostra que cada vez mais a integração entre a equipe de mastologia e a equipe de radioterapia é fundamental para a individualização e personalização do tratamento do câncer de mama. A tendência atual é associar os benefícios dos diversos tipos de tratamento e, ao mesmo tempo reduzir a toxicidade de cada um deles quando aplicado de forma intensa e isolada. É o trabalho em equipe beneficiando a principal interessada: a paciente.

Fonte: Dr. Marcus Simões CastilhoMédico radio-oncologista da Radiocare- Hospital Felício RochoEspecialista em RadioterapiaMestre em Saúde da Mulher pela UFMG- Área de concentração MastologiaMembro da diretoria da Sociedade Brasileira de RadioterapiaMembro da ASTRO- Sociedade Americana de Radioterapia

Responsável técnico:

Radioterapia após linfonodo sentinela positivo e axila não esvaziada

Leonardo Cunha Furbino Pimentel - RQE nº 13672