Jornal do centro ed599

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| Telefone: 232 437 461 · Avenida Alberto Sampaio, 130 - 3510-028 Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt | pág. 02 pág. 06 pág. 07 pág. 10 pág. 14 pág. 17 pág. 26 pág. 29 pág. 31 pág. 33 pág. 35 pág. 37 UM JORNAL COMPLETO > PRAÇA PÚBLICA > ABERTURA > À CONVERSA > REGIÃO > ECONOMIA > SUPLEMENTO > EDUCAÇÃO > DESPORTO > CULTURA > EM FOCO > SAÚDE > CLASSIFICADOS SEMANÁRIO DA REGIÃO DE VISEU DIRETOR Paulo Neto Semanário 5 a 11de setembro de2013 Ano 12 N.º 599 1 Euro 0,80 Euros Distribuído com o Expresso. Venda interdita. “Esta é a minha região, estes são os “Esta é a minha região, estes são os meus bombeiros e, para mim, eles estão meus bombeiros e, para mim, eles estão entre os melhores bombeiros do mundo” entre os melhores bombeiros do mundo” Novo acordo ortográfico Paulo Neto Agora com novo preço x xx Lúcio Campos, tenente-coronel, Comandante Operacional do CDOS, em entrevista ao Jornal do Centro Lúcio Campos, tenente-coronel, Comandante Operacional do CDOS, em entrevista ao Jornal do Centro | págs. 7, 8 e 9 | págs. 7, 8 e 9 Publicidade Publicidade Tel: 232 420 850 Inglês e Espanhol Cursos a iniciar em Outubro Publicidade

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Jornal do Centro - Ed599

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UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> ECONOMIA

> SUPLEMENTO

> EDUCAÇÃO

> DESPORTO

> CULTURA

> EM FOCO

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETORPaulo Neto

Semanário5 a 11 de setembro de 2013Ano 12

N.º 599

1 Euro0,80 Euros

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

“Esta é a minha região, estes são os “Esta é a minha região, estes são os meus bombeiros e, para mim, eles estão meus bombeiros e, para mim, eles estão entre os melhores bombeiros do mundo”entre os melhores bombeiros do mundo”

Novo acordo ortográfico

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praçapública

palavrasdeles

r Normalmente, quando alguém é apanhado, o cidadão comum tem a perce-ção que, em poucas horas, essa pessoa é libertada, porque tem problema psíquicos e/ou psicológicos, e pode continuar a sua ação criminosa”

Lúcio CamposCom. Oper. do Centro Distrital de Operações de Socorro de

VIseu, em entrevista ao Jornal do Centro

rViseu é uma cida-de que está cada vez menos conservado-ra. De repente a nova geração e a velha gera-ção de pessoas mais curiosas para ver o que não conhecem”

Paulo RibeiroDiretor-geral e de programação do Teatro Viriato, 2 de setem-

bro, conferência de imprensa da apresentação da nova tempo-rada do Teatro Vitriato

rPosso garantir que o que gastaram (o PS) em champanhe no Pro-grama Polis é muito mais do que demos às associações. Não venham dizer que anda-mos a gastar dinheiro com quem nos ajuda”

Fernando RuasPresidente da Câmara Municipal de Viseu, em reunião da

Assembleia Municipal de Viseu

rAinda não perdi a esperança de um dia ver nascer nesta terra (Viseu) uma bienal”

Paulo MedeirosPintor, em entrevista ao Jornal do Centro

O país é uma labareda. E se pensarmos que, segundo o di-cionário, labareda é uma “cha-ma alta e intensa produzida por uma combustão viva”, temos tudo dito.

Culpa-se a falta de humidade. Culpam-se as altas temperatu-ras. Culpa-se o vento…

A gradação da calamidade é de tal ordem que este ano as ví-timas mortais já fazem parte do cenário trágico de um Portugal a arder.

O território de Viseu é par-ticularmente propício ao fogo. Muita vegetação. Muita floresta por limpar. Enorme diversida-de morfológica com acessos di-fíceis e alterações bruscas que vão da escarpa ao vale em pou-cas centenas de metros, criando adversidades acrescidas.

O novo CODIS está a viver in-tensamente este problema. Os quatro mil bombeiros que te-mos no distrito são formidáveis e lutam até à exaustão total com meios, por vezes, pouco efica-zes e carecidos de renovação.

O Estado, segundo alguns analistas, aquele que gasta 700 milhões na compra de dois sub-marinos para dar uns mergu-lhos, não tem verbas para com-prar, com metade desse mon-tante, uma dúzia de Cannadairs de comprovada eficácia. O com-bate aéreo aos incêndios está concessionado a empresas pri-vadas. Nos quartéis, na Força Aérea, há pilotos credenciados e angustiados por não pode-rem ajudar. Não têm ordens para o fazer. As árvores ardidas não perdem valor para as celu-

loses, mas a madeira é compra-da a um terço do seu preço cor-rente. E por aí fora, até às reser-vas associativas e turísticas de caça.

A N a t u r e z a e o s s e u s ecossistemas têm sido barbara-mente agredidos pelo Homem a cada ano que passa. Em bre-ve estaremos a pagar a enorme factura dessas diligências. O clima altera-se. De quatro esta-ções passámos a duas: Inverno e Verão. Frio e calor. A humida-de, expelida pela massa arbó-rea, escasseia. A água falta. A desertificação não tarda. As es-pécies cinegéticas extinguem-se. A sobrevivência da fauna e da flora acelera. A seguir vem o homem. Alguns também, em boa verdade, pouca falta cá fa-zem…

Nas redes sociais aparecem fotos de dois presumidos auto-res dos incêndios no Caramu-lo. Ar sorridente, bem trajados, copo de cerveja na mão. Escre-ve-se que um deles até colocou no youtube o filme da sua “fa-çanha”. É perigosa esta onda de recriminação. Pode ser ou não infundada. Decerto que deve ser é investigada. Actualmen-te, perante a escassez da inves-tigação criminal no âmbito da piromania, perante uma Justiça afónica, fala-se em justiça po-pular. Mal está uma sociedade de direito e democrática onde a opinião pública reclama fazer por suas mãos a justiça que não é feita por quem devia. Segura-mente um retrocesso de séculos na civilização humana tão por-fiadamente construída nos seus

valores. O sentimento de impuni-

dade neste país é hoje de tal forma generalizado que co-meçamos a recear, sem alar-mismos, a crescente onda de violência e criminalidade que coze a lume brando no caldei-rão ebuliente desta sociedade não-afectiva.

Passos Coelho foi a correr ao Caramulo dizer perante as câmaras de TV que estava lá. No sítio da desgraça. Mais lhe valia tomar medidas para ob-viar profilacticamente à des-graça, evitando, depois, a ma-çada de interromper as suas férias para respirar o ar asfi-xiante que durante dias e noi-tes todos nós respirámos.

Mas o país está asf ixiado, não está, Pedro?

Isto é uma indústria próspera?

Editorial

Paulo NetoDiretor do Jornal do Centro

[email protected]

Paul

o N

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Jornal do Centro5 | setembro| 2013

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

Quais as perspetivaspara a campanha vitícola deste ano?

Importa-se de

responder?

A nossa opinião é que pode ser uma excelente campanha no Dão, existe uma boa relação de folhas vs cachos e à data os ácidos e açucares estão muito equilibrados.

O ideal era uma noite de chuva moderada, que poderia transformar o potencial das uvas numa das melhores colhei-tas das últimas décadas, desde que a vindima se realize sem chuvas.

Ainda numa fase muito embrionária, uma vez que estamos a cerca de 20 dias da vindima, dias esses que podem alterar comple-tamente o perfil dos vinhos, consideramos que se avizinha uma vindima idêntica à do ano anterior, quer em quantidade quer em qualidade. Esperamos receber uvas com boa relação açúcar/ácidos capazes de produzir tintos muito concentrados e com grande equi-líbrio. Relativamente aos brancos esperamos vinhos frescos e com boa estrutura. Este ano, voltamos a percecionar melhor qualidade nos encepamentos com mais de 10 anos e instalados em terrenos

mais férteis e com boa capacidade de campo, algo que se tem vindo a verificar no último triénio.

As temperaturas baixas da primavera adiaram a rebentação o que está a atrasar 1 a 2 semanas a maturação que só no início de Setembro começou a evoluir favoravelmente. Por outro lado o in-verno e primavera chuvosos melhoraram as reservas de água no solo que garantem uma boa alimentação e vitalidade das plantas. Neste contexto, as videiras apresentam as folhas verdes com uma boa produção e uvas sãs com bagos um pouco mais pequenos que o habitual. Em termos qualitativos os mostos apresentam-se mui-to equilibrados, aromáticos e os tintos com boa cor.

Se o tempo se mantiver moderadamente quente e seco teremos com certeza uma vindima de excelente qualidade.

Este ano estamos perante uma vindima que vai ocorrer muito mais tarde, um pouco a lembrar os anos 70 e os anos 80. Já há muito tempo que não se verificava uma tão tardia ou seja, estamos talvez a falar de mais 15 dias do que no ano passado. No que concerne à quan-tidade este não será decerto um dos melhores anos, tendo mesmo o I.V.V. vaticinado apenas um aumento de cerca de 7% em relação ao ano anterior. Em termos de qualidade o ano vitícola foi muito interes-sante, bastante regular sem grandes incidências ao nível da sanidade da vinha. Podemos, contudo estar perante um bom ano vitícola, uma boa campanha, desde que consigamos atingir uma maturação plena e que a chuva se mantenha arredada da vindima.

Casimiro Gomes Produtor

Jaime Murça Enólogo

Nuno Cancela de AbreuEnólogo e Produtor

Carlos SilvaEnólogo

estrelas

Lúcio CamposCom. Oper. do Centro

Distrital de Operações de Socorro de VIseu

O jovem atleta natural de Castro Daire foi convocado pelo seleciona-dor nacional Paulo Bento para integrar equipa principal das quinas.

Paulo MedeirosPintor

números

3000Número de árvores ofe-

recidas pelo Motorfestival à Serra do Caramulo.

LicáJogador do Futebol

Clube do Porto

Conjuntamente com outro artista português, representa o nosso país em Taiwan numa Exposição Coleti-va Internacional de Pintura.

Há pouco nomeado, tem tido como recepção uma verdadeira “prova de fogo” que tem sabido comandar com eficácia e discrição.

Terminou Agosto. O último mês foi ainda mais “silly” do que o habi-tual. Os briefings que deveriam ser diários, afinal, ao contrário dos in-cêndios, foram extintos. O secretá-rio de Estado, Pais Jorge, foi “morto”, em pleno briefing, pelo colega Pedro Lomba. Judite de Sousa armou-se em paladino dos bons costumes para, poucos dias depois, mostrar, em Vale do Lobo, como está em forma e, sem tatuagens!

Os incêndios regressaram nos úl-timos 15 dias, e com eles as habituais reportagens iniquas. O país debate o assunto. Procuram-se responsáveis e alternativas. Os juízes do Tribunal Constitucional (TC) decidiram so-bre a requalificação da Função Públi-

ca. Seis não puderam votar. Estavam a banhos. Custa aceitar uma decisão, mesmo concordando com ela, vinda de uma instituição que se auto-des-credibiliza desta forma.

Chegou Setembro. Facilmente os fogos serão esquecidos. Sócrates continuará a lembrar como Passos garantiu, em campanha, tudo o in-verso daquilo que fez e se propõe fa-zer. As autárquicas vão eleger mais do mesmo.

Mas o importante será o “ago-ra”. Escrevo à mesma hora em que acontece o único debate televisivo entre Merkel e o seu adversário do SPD, Steinbrück. Poderá ajudar à recuperação do último ou signifi-car a machadada final da primei-

ra. Depois de 9 de Setembro pode-remos ter uma intervenção militar na Síria. Ninguém pode garantir as consequências para países como Israel, Irão, Líbano ou Turquia. O clima de Guerra Fria, reacendido com Snowden, entre Estados Uni-dos e Rússia poderá escalar. O Egip-to continua um PREC reaccionário, que visa restabelecer o status-quo do pré Primavera Árabe.

Gibraltar não está resolvido. Reino Unido e Espanha irão manter a con-tenda. Nós abanamos as selvagens. O que suceder com Gibraltar, e as águas territoriais em torno do Pe-nhasco, será importante para avaliar a razoabilidade das pretensões por-tuguesas quanto ao aumento da Zona

Económica Exclusiva. À Grécia vai chegar novo pacote de ajuda. A Por-tugal deverá chegar. Especialmente se Passos voltar a embater de frente com o TC. Agosto foi mais do mes-mo daquilo a que nos habituámos.

Em Setembro vai-se decidir muito daquilo que serão os próximos anos em Portugal, e no resto do mundo. Ninguém saberá dizer como vamos estar daqui a um ano. Arriscar pre-visões é um acto que envolve tanto de arrojado como de ridículo. Es-peremos para ver e torçamos pelo melhor. Certo é em Agosto de 2014 estarmos todos, uma vez mais, a dis-cutir responsabilidades e debater soluções para os sempre demasia-dos incêndios.

Atrás de tempo, tempo vem

David Santiago

Opinião

Jornal do Centro5 | setembro | 2013

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PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

Depois de vários dias a pensar na questão dos piropos ainda não tenho uma opinião vincada, talvez porque apesar de considerar alguns ofensi-vos e desprestigiantes para a mulher, outros há que bem nos alimentam o ego, depende só de quem os profere, como e em que circunstância. Um piropo proferido por um trabalhador da construção civil com o fundo das costas de fora e barriga proeminente mal disfarçada pela camisola de alça pode não ser a melhor coisa de se ou-vir, mas se for proferido por um bem-

posto engravatado com óculos escu-ros de marca e a agitar entre os dedos as chaves de um BMW, poderá saber bem, não? Independentemente da es-colha de palavras usadas no piropo ser a melhor, ou ser completamente despropositada, todo o desconforto que possa causar está intimamente li-gado a quem, e ao como. Sendo assim, não será isso também ofensivo e des-prestigiante para o homem? Depois há ainda o facto de que talvez para a maioria de nós mulheres, o termo pi-ropo não ser propriamente sinónimo

de assédio verbal, o assédio compre-ende uma situação em que nos en-contramos encurraladas, por exem-plo em meio profissional, enquanto o piropo é mais do género “palavras leva-as o vento”, e somos livres para o rebater, responder e até corresponder. Há ainda o “assobio-piropo”, que de uma forma recatada se diz tudo sem se dizer nada, também esse é assédio verbal? Ou será assédio sonoro? Uma das coisas que não consegui apurar nesta discussão, foi se também nós estaríamos inibidas de nos expressar

Coisas de mulher

1. Fernando Ruas, o estimado Presidente do Município, em vésperas de deixar o lugar, teve uma atitude sob todos os prismas democratica-mente saudável, abriu as portas da autarquia e apresentou as contas à comunicação social. Num registo pouco comum entre as autarquias nacio-nais, segundo as contas apresentadas, o municí-pio apresenta bastante saúde financeira sendo que para o próximo executivo este tema será um mal menor. Ter saldo positivo é bom? Sim, não há outra resposta. Numa altura de aperto financeiro,

até como exemplo, é um sinal positivo. Portanto, Fernando Ruas está de parabéns? Bem, esta não é uma resposta de sim ou não. A minha geração, apenas através dos avós, recorda a política dos co-fres cheios de ouro e uma sardinha para quatro, de 73 e isso é bom. A gestão, pertencendo às ciên-cias sociais, será sempre alvo de discussão e en-cerra infinitas possibilidades. Será sempre boa ou má de acordo com o lado do cofre em que nos en-contramos. A pergunta que como contribuintes podemos fazer é: Será o objectivo final, da gestão

autárquica, gerar lucro para aplicar num banco? A essa pergunta, que vale a simpática quantia de um milhão duzentos e vinte e quatro mil nove-centos e cinquenta e três euros e vinte e quatro cêntimos desaparecida no BPP, a resposta mais correcta será, um indeciso, talvez. Se aplicamos o saldo no banco como alternativa a desbaratar em rotundas, funiculares, pilaretes e asfaltar o projecto de um Centro de Artes e Espetáculos é boa gestão; nada contra. No entanto, se temos saldo positivo e ao mesmo tempo corporações de

DiretorPaulo Neto, C.P. n.º TE-261

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GerênciaPedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados paraa secção “Cartas ao Director”.

SemanárioSai à quinta-feiraMembro de:

Associação Portuguesade Imprensa

União Portuguesada Imprensa Regional

Opinião

Estas duas circunstâncias, em que muita gente lavra, são de uma simbiose quase perfeita. Não vivem uma sem a outra e completam-se na per-feição. O quase a que me refiro sustenta-se na ig-norância. Isto é: há gente que por falta de educa-ção não entende que está a demonstrar desprezo e há outra que não calcula que desprezando co-mete uma enorme falta de educação.

Propositadamente, imiscui-me, este ano, no meio de gente com quem pouco me dei durante a minha vida por razões várias, que nunca roça-ram o desprezo, mas por não frequentar os mes-mos locais nem ter amizades comuns. Andei por sítios muito bonitos, degustei belíssima comida e pousei a meditação onde jamais o tinha feito. Há sempre um outro mundo que nos aguarda, bem

o poderemos dizer, onde as pessoas interagem de forma desviado, segundo o conceito de uns, e na maior das normalidades, na perspectiva de outros.

Extraí isto da internet, que acho ter muita opor-tunidade:

«Falando sobre conflitos de gerações, o médi-co inglês Ronald Gibson começou uma confe-rência citando quatro frases:

1. “A nossa juventude adora o luxo, é mal-edu-cada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus.”

2. “Não tenho mais nenhuma esperança no fu-

turo do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é insupor-tável, desenfreada, simplesmente horrível.”

3. “O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os pais. O fim do mun-do não pode estar muito longe.”

4. “Esta juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de antiga-mente... A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura.”

Após ter lido as quatro citações, ficou muito sa-tisfeito com a aprovação que os espectadores da-vam às frases e, então, revelou a origem delas:

- a primeira é de Sócrates (470-399 a.C.)- a segunda é de Hesíodo (720 a.C.)

Do desprezo à falta de educação

Opinião

Opinião

A Feira de São Mateus marcava o pico das minhas férias de infância. Depois da praia, vinham as festas da Senhora do Castelo em Mangualde mas, principalmente, a tão esperada Feira Franca.

Apesar da transformação/moder-nização de que o espaço foi alvo nos últimos anos, ainda é possível posi-cionar as memórias da Feira no lo-cal físico que nos rodeia e nos chei-ros que se misturam, de farturas e

algodão doce, com o barulho inter-mitente de carrosséis devidamente fiscalizados pela ASAE, dos concer-tos devidamente licenciados e dos restaurantes cumpridores das me-lhores regras de higiene.

O Fórum Viseu, bem ali ao lado, não deixa esquecer o quanto Viseu cresceu, mudou e se transformou, acompanhando o ritmo desenfreado da sociedade do consumo em Portu-gal, bem lá atrás nos anos 90, e, com

ela, a cidade mudou também as vi-das das pessoas que, por ali, na Feira Franca, faziam muitas das suas com-pras mais relevantes. Antes de haver Zara Home ou de as pessoas se des-locarem ao IKEA em Matosinhos, antes dos hipermercados se vulga-rizarem e serem uma exposição ou uma feira permanentes o ano intei-ro, antes de tudo isso, o normal era as pessoas saírem da Feira Franca com a frota da loiça renovada lá em

Viseu na linha do tempo

Maria do Céu Sobral Geóloga

[email protected]

Sílvia Vermelho Politóloga

Opinião Da Tribuna

Jornal do Centro5 | setembro| 2013

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

em forma de piropo, apesar de o assédio ser mais vincado no sentido contrário e por norma as mulheres serem mais cui-dadosas na escolha das palavras e na ma-neira como as expressam e onde, o assédio

também é uma coisa que nos assiste, pode ser numa percentagem muito inferior, mas assiste. Esta linha que de tão ténue é con-fusa, entre o que é aceitável e o que não o é, talvez ficasse clara se em vez de contro-larmos ou analisarmos o que está a ser pi-ropo ou já é assédio, nos muníssemos de tabelas onde nos orientássemos, que te-riam por exemplo uma escala que iria do Piropo Extremamente Bem Proferido ao Piropo Completamente Inaceitável Puni-do Como Assédio, só que como todas as tabelas de classificação, se quem classifica se baseia na sua própria opinião e nos seus

padrões de rigor e bom senso, ela seria completamente perfeita para uns/umas e desajustada para outros (as). Lá está, é muito complicado tratar este assunto, mas considerando que as mulheres se cuidam cada vez mais, usam cada vez mais saltos altos, saias diminutas e transparências, e se afirmam fortemente em meio profissio-nal, talvez caiba a elas próprias, individu-almente, considerar o que acham ofensi-vo ou não, o que é despropositado ou não, e no caso de se sentirem ofendidas por determinada expressão, podem sempre virar-se para o responsável e dizer: “Peço

imensa desculpa, mas penso que a sua es-colha de palavras não foi a melhor! E que tal se usasse termos como (…), ou tentasse uma abordagem mais do género (…)? Para a próxima pense nisso!”. Tenho a certeza que o responsável entre a vergonha e a afronta, pensaria duas vezes antes do pró-ximo abrir de boca, e a mulher além de se sentir forte, destemida e com sentido de dever cumprido, estaria a contribuir para que melhores piropos alegrassem os dias de outras, porque certo é que todas as mu-lheres gostam de ouvir um bom piropo de vez em quando!

bombeiros em dificuldades, um rio poluído, uma má rede de transportes urbanos, pro-blemas de saneamento em algumas aldeias, miséria flagrante às portas da melhor cidade para viver e assistimos à atribuição de sub-sídios sem critério ou distinção aparente, é má gestão; nada a favor. Para a saúde do próximo executivo um mal menor pode vir a ser muito.

2. Na semana anterior, num jornal nacio-

nal, os viseenses foram considerados cam-pónios iletrados. A população, e bem, optou por barafustar ou desvalorizar. A candi-datura de Almeida Henriques, ao contrá-rio das restantes que optaram por ignorar, advertiu o director do órgão de comuni-cação. Seria positivo se a última frase fos-se uma caricatura, mas corresponde, tal como a “súcia do piropo”, ao avanço gene-ralizado de uma visão restritiva das liber-dades. Neste ponto, assistimos a uma es-

tranha aliança entre reaccionários e pro-gressistas. Aqui, encontramos gente que até defende a liberdade de expressão, logo que esta adopte um conjunto de regras. Regras que em última análise a limitam, claro está. Há muita opinião e insulto es-crito que devem ser rebatidas, no primei-ro caso, e processados, no segundo caso. Mas, se a liberdade de expressão está em causa, os democratas, mesmo que alvo de ofensas, assumem a única posição válida,

a sua defesa. Considero o artigo de mau gosto, mas, caro Almeida Henriques, não desejo viver numa cidade em que apenas possa ser reproduzido, o que é “simpáti-co” para nós. Fazer boa cara à selva que é a vida em sociedade é o primeiro passo para a vida democrática.

Miguel FernandesPolitólogo

[email protected]

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico

- a terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.

- a quarta estava escrita em um vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência.

Fantástico! Não mudou nada!»

Bom, entender que há conflito de gera-ções é coisa que se dá de barato. Perceber que há formas diferentes de ver e sentir um mesmo facto é coisa simples. Concluir, por vezes, que é substancialmente diferen-te a base segundo a qual as pessoas obser-vam o que se passa, nada tem de anormal (basta o uso de óculos ou a melena à frente dos olhos para distorcer o que se observa).

E é muito claro que o conhecimento, no seu sentido mais lato, aquele que tem a ver com a educação genérica (de boas manei-ras, de ética, académica, etc,) refina o que percepciona pela capacidade analítica que daí advém.

Por vezes, como agora, sentimos que an-dámos para trás. Que regredimos na for-ma de estar. Que perdemos elan na esca-lada pela felicidade e no relacionamento interpessoal. A mole de gente por onde in-terpenetrei é grossa. Malcriada a despro-pósito. Sempre mal disposta e célere a des-pejar uma linguagem de estiva, ornada das mais facetadas abordagens às coisas ligadas ao sexo, duma forma torpe, babosa, colérica

e, como soi dizer-se por aqui: badalhoca. Na “praia de Mangualde”, que visitei um

destes dias, depois de, mais uma vez, me ter “admirado” com a estatuária dantesca que “embeleza” as fartas rotundas, observei, de perto, uma família constituída pelo ca-sal (hétero) e um casal de filhos. Ela, mais velhita, andaria pelos 10 anos e o “caçula” não teria mais de 6 ou 7. Chegada a hora de abalar, a mãe ordenou que se preparassem e o pai ajudou, em reforço, com uma chu-varada de palavrões, do mais ordinário e baixo que se imagine, dirigindo-se ex-pressamente aos filhos naqueles termos. Confesso que fiquei abismado. Triste, de-siludido e profundamente apenado pelo

que se futura destas crianças no seu re-lacionamento com os pais, família, com-panheiros, professores, patrões e a forma como encararão a cidadania. Mas o pior é que presenciei igual em todos os lados e pela maioria das pessoas.

Estou mal esclarecido e sou “do Reste-lo”? Talvez. Mas não me conformo com o rumo para onde nos dirigimos entre as va-ras de quem tinha o dever de sanar estes exageros e falta de respeito pelos demais e nada faz, tolhidos, também eles, na sua maioria, pela ignorância e completo desco-nhecimento entre o que é e o que deve ser.

Pedro Calheiros

casa, substituindo os pratos ou as assadei-ras de barro partidas naquele ano. Com-pravam o enxoval nos grandes camisões abertos, onde se empoleirava o vendedor mais entusiasta dos melhores jogos de cama e de banho do país, garantindo ali haver o melhor e o mais barato.

Há tempos que nos parecem ter sido há muito tempo, tempos em que as pessoas passavam a via-rápida, a IP5, a pé, depois de esta lhes ter cortado o caminho natu-ral entre casa e as terras que cultivavam.

Mas não, são tempos do meu tempo, que sou demasiado nova para me lembrar da queda do muro de Berlim.

Este é o meu tempo, e é o último tem-po assim: um tempo que viu a sua infân-cia marcada por esta Feira Franca e em que nos livros da escola primária apare-cia o Amoreiras em destaque como a re-presentação de “cidade”, e em que a Rua Sésamo enfatizava a diferença entre a “cidade” e o “campo”. No campo, onde eu pertencia, havia muita gente que nun-

ca tinha visto o mar, ou a cidade dos se-máforos, do metro e dos comboios urba-nos. Os diferentes espaços fazem haver muitos tempos diferentes e o tempo da terra onde nasci e cresci era muito dife-rente do tempo da “cidade”. Talvez por isso, sempre que aos fins-de-semana ou nas férias íamos, em família, à cidade, eu tinha a sensação de toda aquela estrada nos levava para outro tempo. Um tem-po claramente “à frente”, porque o meu livro de escola dizia que o “Amoreiras”

era progresso e que “malhar o milho” era tradição.

Talvez nos seja confortável – a nós, Beirões – ignorarmos o quão dessincro-nizados vivemos, ainda, de outros luga-res ou achar que a Internet tornou os es-paços todos iguais e que somos hoje con-temporâneos da cidade, e dessa Europa que trouxe muito mais cidade à cidade. Mas somos, ainda, colonos de outro tem-po, plantados num futuro que já conse-guimos fazer o nosso presente...

Jornal do Centro5 | setembro | 2013

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aberturaOs Impostos MunicipaisAquilo que não sabiaIMI ∑ Autarquia aderiu à “moda” e diminuiu as taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis mas espera arrecadar mais receita

Viseu, setembro do ano passado, dia de sol. A um ano de cessar fun-ções como presidente da autarquia, Fernando Ruas, em reunião com os jornalistas anunciava que o município tinha espaço de manobra para baixar a carga fiscal.

Na mira do autarca e “em contraciclo com o resto do país”, estava a diminuição de um en-caixe financeiro que re-presentava cerca de 55% da receita em impostos diretos nesse ano: o Im-posto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a derra-ma, imposto que incide sobre o lucro das empre-sas, feita à custa das re-ceitas da autarquia.

Contudo, o anúncio oficial apenas surgiria em novembro. De uma penada só, Fernando Ruas cumpria o que ti-nha prometido. Anun-ciou as medidas apro-vadas a 13 de setembro, em reunião de câmara, e entretanto remetidas para apreciação à As-sembleia Municipal: a redução do IMI de 0,7% para 0,6%, num máximo possível de 0,8%, para os prédios urbanos não avaliados, e uma desci-da dos 0,4 para 0,35% num máximo que pode atingir os 0,5%, para os prédios urbanos avalia-dos. No caso da derra-ma, o autarca fez apro-var uma redução da taxa em 20% sobre os 1,35% aplicados às empresas cujo volume de negócios fosse inferior a 150 mil euros e manteve o valor de 1,5% para as restan-tes, as grandes empre-sas e os grandes grupos empresariais.

Fernando Ruas, não só não deixou cair as medi-

das anunciadas em se-tembro, como foi mais longe. Em S. Salvador, durante a reunião des-centralizada do execu-tivo com os presidentes das 34 juntas de fregue-sia do concelho, anun-ciou a baixa no IRS, que dos 5% sobre a co-leta líquida pertencen-tes à Câmara ofereceu um “desconto” de 20% aos residentes no ano de 2013, passando a receber apenas 4%, prometendo ao mesmo tempo a re-visão de todas as taxas municipais e a fixação de tabelas com custos bem inferiores.

O ano de 2013. Apenas

6 meses após a entrada em vigor destas medi-das que tiveram como consequência uma bai-xa efetiva nos impostos municipais Fernando Ruas, que em 2014 an-dará “longe” dos luga-res de decisão e afas-tado dos destinos da autarquia, decidiu: pro-por uma nova redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para os 0,3% à Assem-bleia Municipal, aliviar a carga fiscal sobre os munícipes e, nas pala-vras de alguns candida-tos à presidência da au-tarquia, “condicionar o futuro executivo”.

Apesar de todos os

candidatos da oposi-ção terem classificado esta proposta como uma “medida eleitoralista”, é visível nos programas eleitorais, da esquerda à direita, uma preocu-pação e uma atenção que, dizem, conduzirá a uma diminuição das taxas cobradas pela au-tarquia.

No entanto, todos es-queceram uma frase su-blinhada por Fernan-do Ruas: “as receitas do concelho continuam as-seguradas”. Distraídos?

Com esse grande feito em mente, apesar de na-vegar num mar de “bai-xas, de cartões e de pro-moções”, o autarca con-

tinuou sempre a zelar pela “boa saúde finan-ceira” da sua câmara.

Atentemos como o fez no IMI para 2013:

O Imposto Munici -pal sobre Imóveis (IMI). Como já foi referido, o orçamento municipal para o presente ano con-templava a redução do IMI de 0,7% para 0,6%, para os prédios urbanos não avaliados, e uma descida dos 0, 4 para 0,35% para os prédios urbanos avaliados.

Façamos um exercício simples: tal, representa-ria no máximo uma re-dução de 0,1 no imposto cobrado em 2013 face a

2012, quando não conhe-cemos qual o universo de prédios urbanos ava-liados e não avaliados.

Se o valor de IMI a cobrar inscrito no orça-mento de 2012 rondava os 9,1 milhões de euros, poder-se-ia inferir que a perda máxima estima-da para 2013 (-0,1) de-corrente desta medida, seria aproximadamente no valor de cerca de 91 mil euros o que deter-minaria uma cobrança de IMI pouco acima dos 9 milhões de euros.

Em vez disso, Fernan-do Ruas tem uma previ-são muito mais realis-ta e muito “mais amiga da autarquia”: inscrita no orçamento de 2013 o edil tem 13,4 milhões de euros, uma subida de 46,5% face ao orçamen-tado para 2012.

Compreende-se a di-ferença entre os orça-mentos. São 4,2 milhões de euros provenientes do processo de reava-liação dos imóveis para efeitos de IMI que de-terminou um agrava-mento deste imposto para cerca de 70% dos imóveis urba nos do País.

Contudo, apesar dos resultados deste nosso exercício serem claros, não se compreende por-que, conhecendo de an-temão estas conclusões, Ruas, também presiden-te da Associação Nacio-nal de Municípios Por-tugueses (ANMP) que sempre se mostrou pre-ocupado com o alívio do esforço fiscal das famí-lias, anda a baixar o Im-posto Municipal sobre Imóveis (IMI) “aos bo-chechos”.

Pedro Morgado

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à conversa texto ∑ Pfotografia ∑ J

Qual é a designação do cargo que ocupa e quais os conteú-dos funcionais/operacionais do mesmo? Atualmente ocupo o car-

go de comandante operacio-nal distrital para o distrito de Viseu e é minha função levar a cabo uma gestão e a coordenação dos meios hu-manos e materiais existen-tes no distrito de todos os agentes da Protecção Civil (Bombeiros, Guarda Nacio-nal Republicana - GNR, Po-lícia de Segurança Pública –PSP, Forças Armadas e Câ-maras Municipais).

Estamos a falar de quantas pessoas no distrito de Viseu? No que concerne ao nú-

mero de bombeiros, falamos num número que ronda os 4 mil efetivos que constitui, ao mesmo tempo, a nossa prin-cipal força. Temos, também, todos os outros agentes que colaboram na Protecção Ci-vil.

É esta, no fundo, a minha função. A coordenação de todos estes agentes, a coor-denação dos meios de Pro-

tecção Civil no distrito em prol da prestação do apoio, de garantir o maior e o me-lhor apoio na prestação do socorro às populações sen-do este o grande objetivo.

Acredita que existe gente a beneficiar destas situações de calamidade, dos incêndios? É possível que exista. Essa

realidade é falada e é comen-tada. Contudo, tenho que sa-lientar que não existem pro-vas que atestem cabalmente essa realidade mas, o senso comum assim o diz e, por-tanto, também não me custa nada admiti-lo.

De acordo com um estu-do recente, cerca de 30% das ignições ocorreram duran-te o período da noite e, den-tro deste período, 75% acon-teceram no período entre a meia-noite às duas da ma-nhã. Porquê? Certamente porque neste período ainda existe muita gente na rua, há mais gente a movimentar-se, a humidade ainda é redu-zida e a temperatura ainda se mantem em padrões ele-vados. Apenas a partir das duas da manhã, a tempera-tura baixa, a humidade sobe e há menos gente. Portanto, este número, quando asso-ciado a outra realidade que revela que apenas um por cento dos fogos têm origem natural, empurra-nos para uma conclusão óbvia.

Há analistas a centrarem-se nas quatro questões seguin-tes que pela sua pertinência abordamos. Porque é que o combate aos incêndios é totalmente concessionado a empresas privadas? Essa é uma pergunta a que

não lhe consigo responder e à qual não me cumpre res-ponder. Isso configura uma opção do Estado, da sua in-teira responsabilidade quan-to à regulamentação e, por-tanto, compete ao Estado Português fazer essa ava-liação.

De facto, o que acontece é isso. Se, deveria ser assim, essa é outra questão.

Acha que o Estado Português deveria ter apostado na com-pra de meios aéreos próprios,

por exemplo, na compra de 12 aviões “Cannadair”?As opções do Estado,

como referi, apenas dizem respeito ao Estado Portu-guês. Contudo, aquilo que posso dizer relativamen-te a essa questão é que, de acordo com aquilo que te-mos assistido nos últimos dias na nossa região, no que concerne ao número de in-cêndios e atendendo à sua grande dimensão, tenho tido a oportunidade de assistir no terreno à ação dos aviões “Cannadair” e, comparati-vamente aos outros meios

que são usados, nomeada-mente os helicópteros pesa-dos, a sua ação é muitíssimo mais eficaz.

Aproveito para salien-tar que aqui na região te-mos condições excecionais para o trabalho deste tipo de meios, uma vez que exis-te aqui perto a barragem da Aguieira.

A Força Aérea Portuguesa (FAP) tem pilotos capaci-tados para o combate aos incêndios?Os pilotos da Força Aé-

rea Portuguesa, realidade

que eu acompanhei duran-te parte da minha carrei-ra, face às contingências e às restrições orçamentais, hoje muitos deles têm difi-culdade em conseguir horas de voo durante a sua ativi-dade normal. Tenho a cer-teza, mesmo por conversas que mantive a título parti-cular com colegas dos três ramos (Exército, Marinha e Força Aérea) quando estive colocado no Estado Maior das Forças Armadas, que eles estariam interessados nessa opção uma vez que se-ria mais uma oportunida-de para voar, era com cer-teza uma oportunidade de se sentirem mais úteis, no-meadamente neste momen-to difícil do combate aos in-cêndios.

Portanto, a meu ver, aquilo que me pareceu destes con-tactos que tive ao longo da minha carreira é que, pes-soalmente, os pilotos da For-ça Aérea Portuguesa gosta-riam de o fazer.

Os meios aéreos de países como a Espanha e a França que estiveram empenhados no combate aos fogos em Portugal nas últimas semanas implicam o pagamento de al-guma contrapartida por parte do Estado Português?Quanto ao empenhamento

dos meios aéreos referidos, a minha perceção é a seguin-te: quando o número de in-cêndios ou a dimensão dos mesmos supera os meios existentes, há a necessida-de de se avançar para uma situação em que a solidarie-dade internacional tem que imperar. Aquilo de que eu tenho conhecimento é que existem acordos bilaterais entre Portugal e Espanha, entre Portugal e França e, é no cumprimento destes acordos, que os meios têm atuado.

Provavelmente devem existir contrapartidas quan-do tais situações se verifi-cam mas essa é, refiro, um assunto que desconheço.

Concorda com o facto de al-guns terrenos poderem passar de rústicos a urbanos depois de ali ter lavrado um incêndio?

Posso apenas falar dessa questão a título estritamen-te pessoal. No meu enten-der essa seria uma situação que deveria de ser analisada e revista.

O incêndio do Caramulo teve mão criminosa?Sem querer tirar qualquer

conclusão, uma vez que o in-quérito ainda está em cur-so, o incêndio no Caramulo começou às 23h20 com sete ignições consecutivas, ten-do de imediato começado os alertas dos vigias ali à volta. Isto diz-nos bastante sobre as causas que estiveram por trás deste flagelo.

A segunda fase deste in-cêndio, aquela que começou no Guardão, já não. Aquilo que aconteceu no Guardão foi um terrível acidente. Do que sei, o incêndio teve o seu início durante uma opera-ção de limpeza, quando um senhor andava a trabalhar para limpar os seus terrenos com uma moto-roçadora de disco e esta terá, provavel-mente, embatido numa pe-dra e dado início ao fogo.

Considera que é salutar o acompanhamento que as televisões fazem destas tra-gédias? Podem, ou não, estas imagens servir de motivação e/ou contribuir para a satisfa-ção dos pirómanos?Há quem diga que sim. Há

quem diga que o facto destes alertas (o alerta amarelo, o alerta laranja e outros) es-tarem a ser veiculados e di-vulgados na comunicação social é um fator de estímu-lo que leva estas pessoas a avançar para o terreno e a darem início a estas calami-dades.

Devia o Estado tomar atitudes mais incisivas e mais asserti-vas no que concerne à floresta abandonada?No que à prevenção diz

respeito, o Estado deve e tem que ser um exemplo. Muito provavelmente, nas últimas décadas, daquilo que tem sido falado e tem sido escrito, não terá sido o melhor dos exemplos. Na minha opinião, contudo, o Estado Português deverá

à conversa entrevista ∑ Paulo Neto / Pedro Morgado fotos ∑ Paulo Neto

Lúcio Campos, 47 anos, actual Comandante Operacional do Centro Distrital de Operações de Socorro de Viseu, na-tural de Mioma, Sátão, frequentou o curso de Infantaria da Acade-mia Militar entre 1985 e 1990. Desempenhou várias funções no RI 14 – Viseu tendo participa-do em algumas missões internacionais, nomea-damente nos Teatros de Operações do Sahara Ocidental no âmbito da ONU, no Kosovo no âmbito da NATO e na Bósnia-Herzegovina no âmbito da NATO e da EU. Desempenhou igualmente funções na Divisão de Operações do Estado Maior Gene-ral das Forças Armadas (EMGFA) e entre 2010 e 2012 foi Comandan-te do 2º Batalhão de Infantaria da Brigada de Intervenção (2BI/BrigInt). É casado e tem dois filhos.

“Somos uma região que “importa” bombeiros...”

continua»

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À CONVERSA | LÚCIO CAMPOS

ser sempre o elemento im-pulsionador e o modelo de referência para que os res-tantes cidadãos, moralmen-te, não optem pela desculpa fácil de que se o Estado não faz eles também não têm que o fazer.

Porque é que não existe vigilância permanente com forças militares nos meses de verão?O Exército sempre se

mostrou extremamente dis-ponível para apoiar em tudo o que fosse necessário e ao qual fosse chamado. Exis-te neste momento o “Plano Lira”, um plano em que a in-tervenção dos militares é fei-ta essencialmente no terre-no com ações de vigilância, que podem, também, ser de apoio à consolidação, mas sobretudo ações de vigilân-cia no local onde lavra um incêndio. Isto é, o incêndio está dominado e os militares avançam para ações de vigi-lância para, no fundo, pre-ver e tentar evitar reacendi-mentos.

No passado existiu tam-bém o “Plano Vulcano”. Este plano, que neste momento não está em prática, contem-plava a utilização de equipas do Exército que estivessem colocadas em determina-dos pontos estratégicos, no-meadamente onde existem alguns pontos de observa-ção e, a partir daí, fizessem patrulhas terrestres numa determinada área que, por-tanto, mostravam a sua pre-sença em ações de visibilida-de. Estiveram no Caramulo, estiveram na Serra do Cras-to, em Vouzela e também noutros pontos do país es-sencialmente a norte.

Que eu tenha conheci-mento, esse plano deixou de vigorar desde há quatro ou cinco anos. Não faço ideia de quais as razões que leva-ram à sua suspensão. Nessa altura eu estava no Exército e, inclusivamente, cheguei a fazer parte dessas patrulhas há cerca de 10 anos. Não sei se terá sido por falta de ver-bas mas, garanto de certe-za absoluta que, não foi por falta de disponibilidade dos militares.

Acha que se investe o suficien-te na prevenção e na investi-gação criminal deste tipo de delitos?Essa questão, normalmen-

te, deveria ser medida em termos de resultados. Não possuo dados, não tenho co-

nhecimento, se os resulta-dos dos últimos tempos per-mitem ao Estado essa satis-fação. Como cidadão tenho visto que têm sido consegui-dos alguns resultados mas será que tem sido o suficien-te? Será que não se devia in-vestir um bocadinho mais? Provavelmente, sim.

Que pensa da moldura penal que enquadra este tipo de crimes?Essa questão foi aborda-

da há poucos dias pelo pre-sidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses, Jaime Mota Soares. O que é que o senso comum nos diz, o que é que as pessoas dizem? Normalmente, quando al-guém é apanhado, o cidadão comum tem a perceção que, em poucas horas, essa pes-soa é libertada, porque tem problema psíquicos e/ou psi-cológicos, e pode continuar a sua ação criminosa. Existe uma perceção de impunida-de que tem que ser combati-da. Provavelmente, a moldu-ra penal é já adequada mas, não existe, no meu enten-der, a divulgação é necessá-ria em termos de impacto na opinião pública dessas ocor-rências, pois provavelmen-te, havendo essa divulgação, isso constituiria uma medi-da dissuasora para quem co-mete estes crimes.

Acha que tem havido os ade-quados incentivos à limpeza das matas por parte do Esta-do?Considero que, muito pro-

vavelmente, até poderá ha-ver. Aquilo que penso que não tem havido é uma ins-peção, uma vigilância capaz daquilo que é, ou não feito. Dar incentivos e depois não verificar no terreno se, de facto, está a ser ou não feito, leva as pessoas que fazem a não fazer e as todas as ou-tras a manterem a sua pas-sividade face a este assunto. É bom que estes incentivos existam porque constituem uma mais-valia em termos de proteção e naquilo que concerne à prevenção dos incêndios florestais, mas penso também que se tor-na imperativo e necessário a existência de um maior controlo na aplicação des-tas medidas: em saber se as pessoas quando recebem estes incentivos cumprem e fazem aquilo com que se comprometeram.

Sei, por aquilo que me di-zem, que muita gente não

fez absolutamente nada: não limpou, nem mandou limpar. Simplesmente ficou com o dinheiro. Depois, como não há este controlo, esta verificação apenas pode surgir da ida ao terreno para verificar os factos.

Esta podia muito bem ser uma competência e um modo de afirmação nacio-nal das próprias juntas de freguesia, mais um motivo que justificasse e legitimas-se a sua existência.

Fala-se tanto nas energias renováveis de que são exem-plo as energias da biomassa. Investir nesta área não seria gerar riqueza e obstar a grande parte dos incêndios?Pessoalmente penso que

seria uma boa aposta em ter-mos de futuro e com gran-des implicações até na pró-pria preservação ambiental. Contudo, tal como anterior-mente referi, são opções e tarefas que cumpre ao Esta-do analisar e implementar.

Os bombeiros, profissionais e voluntários, dispõem da acertada formação e dos ade-quados meios técnicos?Apesar do pouco tempo

que levo nestas funções, permito-me já tirar algu-mas conclusões: não foi por falta de formação que o im-ponderável aconteceu. Este foi um ensinamento que o terreno me deu nos últimos dias. O que se passou real-mente nestas lamentáveis mortes e acidentes graves que aconteceram no Cara-mulo teve a ver, de facto, com as condições meteoro-lógicas extremas que temos hoje: um clima muito seco, altas temperaturas, humida-de muito baixa, ventos fortes normalmente de leste ou em que a direção mudava cons-tantemente, foram aponta-dos por gente experiente como a principal causa des-tes acidentes.

Penso que não será uma questão de falta de forma-ção nem de falta de meios. Se atendermos ao caso onde se registou a lamentável morte da jovem bombeira Cátia Pereira Dias, o chefe de equipa de Carregal do Sal é uma pessoa com quase 60 anos, portanto, uma pessoa muito experiente, a qual eu definiria como uma expe-riência enorme advinda de toda uma vida dedicada aos bombeiros. Tive a oportuni-dade de falar com ele depois do trágico acidente e ele re-

latou-me as circunstâncias: aquele local era de facto um vale mas que tinha aquele estradão largo. Os bombei-ros entraram, posicionaram os meios, posicionaram-se, estava tudo sobre contro-lo e, em questão de segun-dos, viram-se envolvidos pelo fumo e pelas chamas, por tudo. Ele não encontrou explicação. Se fosse alguém novo nos bombeiros talvez eu ficasse céptico face ao re-lato mas, quando é alguém que tem uma experiência enorme e que tem, prova-velmente 30 ou 40 anos de bombeiro, isso dá que pen-sar.

Aquilo que tenho ouvi-do por parte dos corpos de bombeiros, é que as igni-ções, o início dos incêndios têm sido de uma violência tal que até mesmo os bom-beiros ficam estupefactos. Ela não existia antes. No passado, segundo eles, os in-cêndios começavam mais lentamente. Hoje, caracte-rizam-se pela sua violência extrema.

Contudo, acho justo real-çar que a eficácia dos nos-sos corpos de bombeiros, a que diariamente assistimos, apenas é possível pela ação conjunta da Guarda Nacio-nal Republicana (GNR), do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), do Instituto da Conserva-ção da Natureza e das Flo-restas (INCF) e das equipas de sapadores florestais.

Ao integrar diferentes con-tingentes nos mais variados teatros de operações sempre lidou com situações difíceis e realidades complexas. Algu-ma vez pensou que seria em Portugal que iria “encontrar e combater” o mais temível inimigo e ter a oportunidade de ver um trabalho tão meri-tório como é o trabalho dos bombeiros?Neste momento, aquilo

que posso dizer é que estou extrema e profundamente impressionado com o traba-lho dos bombeiros porque em primeiro lugar, levando em linha de conta que são

na sua maior parte pessoas voluntárias que de uma for-ma totalmente voluntariosa e gratuita aqui estão, vejo-os neste momento física e men-talmente a atingir um estado de exaustão porque, de fac-to, não têm tido tempo de re-cuperação.

Os incêndios sucedem-se dia após dia, os meios ma-teriais também começam a ceder, uma vez que esta nos-sa região é particularmen-te agressiva nalgumas zo-nas das quais destaco o Ca-ramulo pela sua morfologia caracterizada por grandes declives e muito agressiva para as viaturas. Apesar da existência de inúmeras ofi-cinas, há avarias mais graves que não se resolvem de um dia para o outro e, a falta de uma viatura, concerteza que afeta a operacionalidade dos homens no terreno como en-tendemos facilmente, com-bater um incêndio com três viaturas não é o mesmo que fazer esse combate apenas com uma.

Esta situação dos meios é

r Hoje, os incêndios, caracterizam-se pela

sua violência extrema”

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agravada, como referi, pelo estado físico e mental de grande parte dos bombei-ros e das restantes equipas envolvidas que se aproxima a passos largos da exaustão, sendo essa também uma das grandes preocupações do comando nacional que ain-da esta semana pediu para que eu sensibilizasse e aler-tasse as câmaras municipais para esta situação. Telefonei aos presidentes de câmara e, de facto, aquilo que pos-so dizer é que se mostra-ram extremamente receti-vos. Não consegui falar com todos pois algumas não me atenderam por um motivo ou outro, ou até mesmo por-que não conheciam o meu número, mas a grande maio-ria atendeu e falando com os presidentes de câmara estes mostraram-se extremamen-te sensibilizados para esta realidade.

Eles sabiam perfeitamen-te da realidade das coisas: que o estado físico e men-tal dos bombeiros já conhe-ceu melhores dias, que nes-

te momento existem algu-mas dificuldades que urge ultrapassar. Apelei também à prevenção, ou seja, para que hoje mais do que nun-ca as câmaras pusessem em práticas todas as medi-das e planos de proteção ci-vil concelhios e municipais nomeadamente na área da prevenção, numa altura em que, todos sabemos, a situ-ação é complicada. Evitar hoje um incêndio, nem que seja apenas um, pode con-figurar um alívio de carga enorme para os bombeiros do nosso distrito.

Devo salientar que, de to-das as câmaras com quem falei, não houve nenhum presidente que levantasse qualquer obstáculo a esta ideia.

No Exército sempre esteve habituado a ver esforço e de-dicação. Contudo, ver homens que no cimo de um monte ten-tam a qualquer preço debelar as chamas é algo que nos toca mais fundo não é?De facto. Muitas vezes

julgámos que a dedicação, o empenho e a exaustão são companheiros apenas dos militares e de outras forças. Mas não, os bombeiros pas-sam por situações extrema-mente difíceis, calores sufo-cantes, fumo, cansaço físico e psicológico e aquilo a que tive o privilégio de assistir e de constatar é que nós temos bombeiros muito bons nes-ta região.

Nós somos beirões, con-tinuo a achar que os beirões têm muitas qualidades e os nossos bombeiros revelam essas qualidades todos os dias.

A nossa região é um lo-cal muito difícil para o tra-balho dos nossos bombei-ros. O distrito de Viseu, para além da morfologia do ter-reno, é um distrito que não tem zonas tampão e extre-mamente denso em termos de vegetação (mato e euca-lipto), densamente arboriza-do onde não existem zonas de contenção.

O Comando Nacional tem a noção que para estes tem-

pos de exceção são neces-sárias medidas excecionais. Nós temos “importado” bombeiros e, infelizmente, morreram dois que não eram da nossa região: a Ana Rita, da corporação de Alcabide-che e o Bernardo Figueiredo dos Bombeiros Voluntá-rios do Estoril. Temos hoje imensas corporações a tra-balhar connosco: de Aveiro, de Évora, de Beja e de outros pontos do país. Somos uma região que “importa” bom-beiros, uma região que ra-ramente pode enviar gru-pos de reforço para fora mas que, todos os anos, tem que receber o apoio de outras corporações de bombeiros. Porquê? O número de igni-ções, o número de ocorrên-cias e a violência dos incên-dios é tão grande que justi-fica e obriga à vinda desses reforços. Isto apenas com-prova o facto de que o dis-trito de Viseu é uma região muito difícil na luta e no combate aos incêndios.

Quantos hectares arderam já na região de Viseu?Até ao dia 15 de agosto,

de acordo com os últimos dados de que disponho, ar-deram no distrito de Viseu 5 mil hectares, contudo sa-bemos que vai ultrapassar largamente a área ardida do último ano e talvez mes-mo a de há dois ou há três anos. Aquilo que me dizem é que nos estamos a apro-ximar dos níveis atingidos no ano de 2005 e ainda ago-ra chegámos ao fim do mês de agosto.

O ano de 2005 foi marcado por uma forte contestação popular que assentava na assunção de que os meios eram manifesta-mente insuficientes. É isso que acontece hoje?Muito pelo contrário. Os

meios existem e isso é hoje uma falsa questão. Nós te-mos meios humanos exce-lentes, também temos os meios materiais, temos os meios aéreos nacionais pos-síveis, temos sido reforçados com meios aéreos ao abrigo dos protocolos internacio-nais e tem sido feito o possí-vel e o impossível para debe-lar este flagelo.

Então o que falha?Aquilo que se constata é

que aquilo que falha é, ine-vitavelmente, a única vari-ável que não controlamos: a Natureza. Neste momento as condições meteorológi-

cas são tão agressivas para quem combate os incêndios que, de facto, todos estes meios a determinada altu-ra e depois de tantos dias se tornam insuficientes.

Para além das vidas humanas que se perderam, que não têm preço, há alguma previsão dos custos materiais desta tempo-rada de incêndios?Até ao momento ainda

não existem quaisquer da-dos fiáveis sobre essa ma-téria. Contudo, pelo núme-ro de ocorrências que tem havido, pela área ardida que é imensa concerteza que es-tamos a falar de muitos mi-lhões de euros perdidos.

A época de incêndios termina apenas a 30 de se-tembro mas, tal não signi-fica que feche nesse dia, até porque se as condições me-teorológicas assim o deter-minarem, o dispositivo terá que continuar. Torna-se por demais evidente que tudo isso implica custos acresci-dos.

Na sua ótica pessoal enquanto comandante quais as medidas que preconizaria para minorar esta calamidade?Fala-se bastante em pre-

venção e eu penso que seria exatamente por esta verten-te que o problema devia ser atacado. Uma melhor pre-venção, uma melhor gestão das florestas, a existência de alguém dentro do Estado que com a participação de todos (das câmaras muni-cipais, dos bombeiros, etc.), talvez até através da criação de um grupo de reflexão, tentasse ajustar medidas à realidade que temos hoje.

Há ideias boas que surgem aqui mas que, por força das circunstâncias, ficam por aqui. Eu não tenho as com-petências delegadas neces-sárias para as poder imple-mentar e resta-me apenas a firme convicção de que as mesmas poderiam, eventu-almente, ser aproveitadas por este grupo de trabalho para que se repensasse um conjunto de medidas que pudesse ser aplicado a nível nacional.

Há hoje a necessidade de toda esta realidade ser re-pensada, de parar com um conjunto de medidas avul-sas que resolvem apenas o problema no imediato mas que têm fraca aplicabilidade na prevenção.

Que mensagem gostaria

de deixar aos viseenses e às forças que estão a intervir no terreno?Como referi, assumi estas

funções com espírito de mis-são e, neste sentido, todos os viseenses e todos aque-les que comigo travam esta luta diária, devem saber que estou aqui para trabalhar até ao limite das minhas forças, capacidade e saber no senti-do de conseguir fazer uma gestão dos meios humanos e materiais à disposição, mais eficaz para que o so-corro às populações seja o mais célere e o mais eficaz possível.

O meu grande objetivo, e penso que para todos os que ocupam e ocuparam este cargo, é que haja uma resposta efetiva que vá ao encontro das necessidades das pessoas quando as po-pulações estão em perigo, quando necessitam de aju-da e quando necessitam ur-gentemente de apoio. Para atingir este grande objetivo é evidente que conto com todos os agentes da Protec-ção Civil do distrito. Tudo farei para dignificar todos os agentes que considero que devem ser dignifica-dos e em especial todos os corpos de bombeiros que representam a nossa gran-de força.

Os corpos de bombei-ros terão sempre o meu apoio, num clima de diálo-go constante e permanen-te, de abertura mas, essen-cialmente, de trabalho por-que o que importa é que se contrua alguma coisa posi-tiva. Se há diálogo, se há co-operação mas depois não se dá o passo em frente, todo o esforço, todo o trabalho de-senvolvido torna-se inútil.

Ao tentarmos dar o passo em frente, ao trabalharmos, ao tentarmos melhorar em todos os aspetos, asseguro-lhes que tudo aquilo que passe por mim, tudo aqui-lo em que possa dar o meu contributo, que possa aju-dar a melhorar, podem con-tar comigo pois estou aqui para isso.

Todos os assuntos que os corpos de bombeiros, que todos os outros agentes me queiram por e que eu possa resolver ou impulsionar para as entidades competentes, es-tou cá para isso mesmo.

Esta é a minha região, es-tes são os meus bombeiros e, para mim, eles estão en-tre os melhores bombeiros do mundo.

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Apesar de uma recomen-dação da Comissão de Co-ordenação e Desenvolvi-mento Regional do Cen-tro (CCDRC) para não ser votado o novo PDM para Viseu antes da apro-vação pela Reserva Eco-lógica Nacional (REN), o Plano Diretor Municipal que vai orientar o conce-lho nos próximos anos foi mesmo aprovado pela Assembleia Municipal de Viseu (AMV) com 34 vo-tos a favor, oito abstenções da bancada socialista e um voto contra do Bloco de Esquerda.

Entre críticas ao novo documento, vozes em sua defesa, muita discussão pelo meio e os fundamen-tos técnicos do diretor do

Departamento de Planea-mento e Gestão Urbanís-tica da Câmara de Viseu, José Pais de Sousa, a AMV entendeu que não se devia adiar mais tempo a viabi-lidade do novo PDM, que está há mais de uma déca-da para ser aprovado.

A aprovação do PDM encerrou os trabalhos de uma reunião atípica desde o início como era de espe-rar, em que parte do tempo dos deputados foi gasto em despedidas, agradecimen-tos e reconhecimentos, em que o presidente da Câma-ra, Fernando Ruas chegou a emocionar-se e em que o presidente da Assem-bleia Municipal, Almeida Henriques, também candi-dato à autarquia viseense

pelo PSD disse só abando-nar as funções quando co-meçar a campanha eleito-ral para as eleições autár-quicas (17 de setembro).

Fernando Ruas anun-ciou que deixará um saldo orçamental para a gerên-cia seguinte superior a 22 milhões de euros, que per-mitiria pagar quase toda a dívida de médio e longo prazo.

O autarca, que foi eleito pela primeira vez em 1989 e não se pode recandidatar devido à lei de limitação de mandatos, aproveitou a sua última Assembleia Munici-pal para explicar a situação “deveras positiva” das fi-nanças da autarquia.

Emília Amaral

Última Assembleia Municipal aprova novo PDMViseu ∑ Presidente da Câmara, Fernando Ruas anunciou que deixará um saldo orçamental superior a 22 milhões de euros

A A AMV ficou ainda marcada por uma homenagem aos bombeiros

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∑ O escritor Aquilino Ribeiro vai ter uma estátua em sua homena-gem na cidade de Viseu, a primeira no país, erguida na sequência de uma proposta apresentada à autarquia pelo Centro de Estudos Aquilino Ribeiro (CEAR). O presidente, Fernando Ruas anunciou que a inaugu-ração de escultura, na Rua Formosa, vai decorrer no próximo dia 13. “A escolha é muito semelhante à de Fernando Pessoa no Chiado (Lisboa) e o local é simbó-lico, numa rua muito ligada a Aquilino”, adiantou Fernando Ruas aos jornalistas. EA

Aquilino Ribeiro com estátua na Rua Formosa

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“Habitar [Património] – Viseu” é o congresso que decorre na cidade, nos próximos dias 20 e 21 de setembro.

Investigação cientifi-camente estabelecida e comprovada sobre a ci-dade, história e morfo-logia urbana, histórias da cidade, Viseu na an-tiguidade e na idade mé-dia e a descoberta das entranhas da cidade, são alguns dos temas do evento que está in-tegrado nas Jornadas Europeias do Patrimó-nio 2013, subordinadas ao tema “Património/Lugares”.

As comunicações es-tarão a cargo do arquite-to Gonçalo Byrne, Luís

Silva Fernandes (painel Viseu Contemporânea), Liliana Castilho, Teresa Cordeiro e João Nunes (painel Viseu Moder-na), Catarina Tente e Manuel Luís Real (pai-nel Viseu Medieval) e Pedro Sobral (painel Viseu Antiga).

A orga n ização do congresso está a car-go da Projecto Patri-

mónio, Museu Grão Vasco, Escola Superior de Educação do Institu-to Politécnico de Viseu e a Universidade Católi-ca Portuguesa – Centro Regional das Beiras.

As inscrições realizam-se através do correio elec-trónico: [email protected].

Micaela Costa

TONDELA | VISEU | VOUZELA | REGIÃO

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Informe-se sobre o seu número de eleitor e o seu local de recenseamento:

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História(s) da cidadediscutem-se em congressoHabitar [Património]∑ Evento decorre nos próximos dias 20 e 21 DETIDO

Tondela. Está em prisão pre-ventiva o jovem suspeito de ter ateado o incêndio flo-restal “de grandes dimen-sões” na serra do Caramu-lo e no qual morreram três bombeiros. A Polícia Judi-ciária (PJ) informou em co-municado que o homem de 20 anos foi detido na sexta-feira, dia 30 pela PJ, atra-vés do Departamento de Investigação Criminal de Aveiro e da Directoria do Centro, com a colabora-ção do Núcleo de Protec-ção Ambiental da GNR de Viseu de Santa Comba Dão. O suspeito terá atea-do o fogo para se vingar da GNR. Segundo a PJ o jo-vem agiu “em colaboração com um outro indivíduo, este emigrante e atualmen-te no estrangeiro”, atean-do “vários focos de incên-

dio na Serra do Caramulo, nos concelhos de Vouzela e Tondela, no dia 20 de agos-to, que se transformaram num fogo de grandes di-mensões e em cujo com-bate perderam a vida dois bombeiros” (O terceiro fa-leceu terça-feira no Hospi-tal da Prelada). EA

ASSALTOViseu. Um funcionário da Visabeira foi assaltado às 10h00 de segunda-feira, à saída do Complexo Des-portivo Príncipe Perfeito, em Cabanões, Viseu. O jornal Correio da Manhã conta que os assaltantes deixaram o funcionário entrar no carro, aponta-ram-lhe a arma e exigiram-lhe o dinheiro que trans-portava em várias pastas pretas. O colaborador re-colhia o dinheiro da fatu-ração de fim de semana de unidades hoteleiras do grupo, em Viseu. A PSP e a GNR montaram uma ope-ração de caça aos assaltan-tes, que à hora do fecho do JC não tinham ainda sido encontrados. EA

PATRIMÓNIONATURALDE VOUZELARESULTA EM LIVRO

A Câ ma ra Muni-cipal de Vouzela vai lançar em livro, esta sexta-feira, dia 6, o trabalho intitulado “Património Natu-ral – Árvores e Flo-restas do Concelho de Vouzela”.

Trata-se de um pro-jeto coletivo de qua-tro anos, do biólogo Paulo Pereira, do fo-tógrafo João Cosme, que contou ainda com o contributo dos téc-nicos da autarquia, da Universidade de Coimbra e de várias entidades ligadas à área ambiental.

A obra, financiada pela Associação Dão, Lafões e Alto Paiva no â mbito do Pro -der, vai ser conheci-da durante uma ses-são marcada para as 15h00, no Cine-teatro João Ribeiro. EA

Jornal do Centro5 | setembro | 2013 11

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REGIÃO | AUTARQUICAS

Almeida Henriques apresentou listasà cidade

Viseu pode vir a integrar a Rede Europeia de Cidades Saudáveis

Depois de no mês pas-sado António Almeida Henriques, candidato do PSD à presidência da Câ-mara de Viseu, ter anuncia-do a composição das listas da candidatura “Viseu Pri-meiro” para o executivo e assembleia municipais, foi a vez de a cidade conhecer os nomes e as caras que as integram.

No evento oficial de apre-sentação das listas, que de-correu na passada terça-feira no Parque Aquilino Ribeiro, participaram Fer-nando Ruas, mandatário de honra da candidatura, e Marco António Costa, vice-presidente do PSD.

Com uma palavra a dizer sobre o atual momento eco-nómico, em que os primei-ros sinais de recuperação despontam no horizonte, Marco António Costa, tam-bém secretário de Estado da Solidariedade e da Seguran-ça Social, enalteceu o méri-to do candidato e “colega” enquanto governante.

“Estou certo que Viseu ficará mais rica com a tua presença aqui mas acredita que todos nós sentimos que perdemos um grande ami-go no Governo mas, parti-cularmente, um extraordi-

nário e competente secretá-rio de Estado da Economia que exerceu funções no mo-mento mais difícil, quando era preciso carregar aos ombros um conjunto de reformas e de medidas es-truturais que agora dão os primeiros sinais positivos”, frisou.

Ladeado por apoiantes de peso e por cerca de três cen-tenas de apoiantes o candi-dato, que Marco António Costa vaticinou para 12 anos à frente da autarquia, não desarmou e apontou os mé-ritos da sua equipa.

Esta equipa “que tem uma só ambição” tem, tam-bém, “as pessoas certas nos lugares certos e no tempo certo”, destacou Almeida Henriques.

“É um verdadeiro fôlego novo para prosseguir, re-novar e expandir o extra-ordinário legado que rece-bemos dos últimos 24 anos, com a liderança do Dr. Fer-nando Ruas”, sustentou.

Nas eleições autárquicas de 29 de setembro vão dispu-tar votos em Viseu, para além de Almeida Henriques (PSD), José Junqueiro (PS), Hélder Amaral (CDS/PP), Manuela Antunes (BE) e Francisco Al-meida (CDU). PM

O candidato do PS à presidência da Câmara de Viseu, José Junqueiro, anunciou esta semana em conferência de imprensa a sua intenção de candidatar Viseu à Rede Europeia de Cidades Saudáveis, caso venha a ser eleito.

A educação para a saú-de, as boas práticas, pre-venir e combater os com-portamentos de risco e promover a acessibilidade da população aos serviços de saúde são os objetivos imediatos do projeto apre-sentado pelo candidato so-cialista, que atualmente já cobre 22% da população em território nacional.

“É um objetivo e uma ambição incluir Viseu na Rede Europeia de Cidades Saudáveis, de forma a que venha a ser considerado nacional e internacional-mente um município acre-ditado nas boas práticas na área da saúde”, salientou.

Durante a conferência, o ex-secretário de Estado, anunciou que a candida-tura de Viseu assenta em três eixos:” Estabeleci-mento de parcerias com as estruturas locais, refor-ço das dinâmicas de inter-venção da rede social na

área da saúde e a promo-ção de políticas ativas”.

Segundo explicou, tam-bém a criação de um cen-tro oncológico e o estabe-lecimento de um proje-to-piloto que permita dar uma resposta às famílias carenciadas, são projetos que quer ver implementados no concelho.

“Queremos também uma promoção conjunta com os serviços de saúde locais para superar a fal-ta de médicos nas exten-sões de saúde e ainda um programa de saúde oral e de combate à obesidade”, frisou.

Em Portugal a Rede Europeia de Cidades Sau-dáveis, uma associação de municípios que tem como principal objetivo a pro-moção da saúde e a quali-dade de vida das comuni-dades, existe desde 1997, conta atualmente com 29 municípios associados.

O candidato do PS à câ-mara de Viseu declarou ainda ser prioritário um reforço das unidades de saúde móvel que permi-ta efetuar rastreios e o transporte de idosos às consultas nos serviços de saúde. PM

Adolfo Mesquita Nunes, dirigente nacional do CDS-PP e atual Secretário de Es-tado do Turismo, esteve ao lado de Hélder Amaral no passado domingo para a apresentação do compro-misso desta candidatura com o turismo, naquela que constituiu a primeira visi-ta programada dos dirigen-tes nacionais do CDS-PP a Viseu.

Hélder Amaral, deputa-do eleito pelo círculo eleito-ral de Viseu, defendeu que “as boas acessibilidades ro-doviárias, a elevada riqueza gastronómica” e a localiza-ção do concelho, no “cora-ção de uma das importantes regiões demarcadas vitiviní-colas nacionais” justificam um olhar mais atento que o futuro executivo camarário deve aproveitar e promover quando, frisou, “a promoção de Viseu como destino é fei-ta de forma deficiente e pou-co articulada”.

“Por evidente indefinição estratégica ou simples inér-cia, Viseu não é hoje uma cidade amiga do turista, fa-lhando nos mais elementa-res aspetos: a informação”, salientou.

Durante os contatos que estabeleceu nas visitas à

Casa da Sé e ao Palácio dos Melos, dois emblemáticos empreendimentos hotelei-ros localizados no centro histórico, o candidato cen-trista defendeu ainda a ideia da criação de mecanismos e instrumentos de apoio às empresas turísticas que pos-sam ser fatores de competi-tividade empresarial e gera-dores de emprego.

Hélder Amaral sublinhou ainda que a candidatura do CDS-PP à Câmara do Viseu é contra a criação de qual-quer taxa “de índole turís-tica”.

Referindo-se a esta ques-tão, o dirigente nacional do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, reiterou esta ideia sa-lientado o esforço que tem feito, enquanto governante, para abolir as taxas turísti-cas.

“Respeito a autonomia que as autarquias têm para decidir as taxas mas consi-dero que todos os custos de contexto adicionais a incidir sobre o setor do turismo são dispensáveis. Tenho-me es-forçado no Governo para eliminar algumas delas e es-pero que as autarquias reco-nheçam ao turismo a impor-tância económica que este tem”, frisou. PM

Dirigentes nacionais do CDS-PPrumam a Viseu

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REGIÃO

A salicultura

Opinião

O sal marinho é um ele-mento de notória impor-tância na conservação e na alimentação. Em tempos, a sua utilização estendia-se ainda aos campos de te-rapia de muitas doenças e era utilizado na mumi-ficação egípcia. A salicul-tura desenvolveu-se em toda a costa mediterrâni-ca e chegou da Babilónia à China. No território nacio-nal, a extracção de sal so-freu um notório desenvol-vimento com a ocupação romana. A técnica por cá utilizada na concentração e cristalização é o resulta-do de um processo secular. O prato gastronómico ro-mano, que granjeou fama em todo o império, resul-tava de uma pasta de peixe e/ou de atum, envolvendo ervas aromáticas com sal proveniente de Portugal (Garum Ibérico). Durante o império romano, o sal foi frequentemente utilizado para o pagamento de uma parte da remuneração dos guerreiros. A palavra sa-lário (salarium argentum, pagamento em sal), encon-tra aqui a sua génese.

Dada a sua escassez, este elemento sempre foi pago a “peso de ouro”. Algumas das revoluções sociais de maior impacto a nível mundial, tais como a re-belião francesa (1340) que constituiu o embrião para a revolução francesa (1789), bem como a “marcha de sal” realizada por Gandhi em 1930 na India, tiveram como alvo o sal, dadas as taxas a pagar por este bem e o seu controlo ou mono-pólio.

Em Portugal, a produção de sal iniciou-se a norte, na foz dos rios Lima e Vouga e com a conquista do territó-rio aos mouros baixou até ao Algarve. Durante o pe-ríodo dos descobrimentos, a sua produção era apenas permitida e circunscrevia-se a Portugal para o domí-nio do seu monopólio.

Actualmente a produção nacional de sal encontra-se praticamente delimitada à região do Algarve (97%), mas são ainda possíveis de avistar vários salgados desde a ria de Aveiro até à foz do Guadiana. Em 2012, na região algarvia, em 670 hectares produziram-se 87

mil toneladas, um estron-doso acréscimo na ordem dos 88% face a 2011. O re-gresso a esta actividade é a resposta dada pelas suas gentes, dado o gritante ní-vel de desemprego que as-sola a região, mas decorre também do prestígio e va-lor alcançado com a “flor do sal” aí produzida.

Na região Centro a sua extracção encontra-se cen-tralizada na Figueira da Foz, numa área de 31 hec-tares que alcança as 738 toneladas. No estuário do Sado, e em particular em Alcácer-do-Sal, numa área de 48 hectares produzem-se 2.340 toneladas.

A indústria do sal foi também responsável pelo desenvolvimento de em-barcações e utensílios es-pecíficos para a arte. Em Aveiro, os barcos destina-dos ao transporte dão pelo nome de “mercantil”, o me-xer do sal ficou conhecido por “rer”, e por terras do Tejo e do Sado as algas com elevado poder depurador, que muito melhoram a sua qualidade eram e ainda são utilizadas na edificação do chão das salinas, conheci-do por “feltro”.

Por terras da beira, o co-mércio de sal encontra-se também ligado à profissão do almocreve, que Aquili-no Ribeiro tão bem retrac-tou no livro “ O Malhadi-nhas” personagem rústica, grosseira, algo manhosa, sentimental e com apura-do sentido de justiça, que não se coibia de utilizar a navalha, bem como o pau (do qual era um exímio jo-gador) para resolver mui-tos dos problemas com que se deparava nas andanças entre Aveiro e as “Terras do Demo”. Um mundo ru-ral e agrícola retratado com singular respeito.

Num momento em que muito se debate a econo-mia e a estratégia do mar, aqui está um dos muitos elementos que importa acarinhar e explorar nas vertentes histórica, turísti-ca e gastronómica.

Rui CoutinhoTécnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu

[email protected]

Nos seus 19 anos de existência, a ADD – Associação de Desenvolvimento do Dão, sempre se assumiu como agente activo na promoção e no desenvolvimento rural integrado e auto-sustentado da sua zona de intervenção, que inclui os concelhos de Aguiar da Beira, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão. Pela sua natureza de associação de direito privado sem fins lucrativos e pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido em prol do desenvolvimento local, foi-lhe concedido, desde 2001, o estatuto de Entidade de Utilidade Pública. Tem como missão a melhoria da qualidade de vida das suas populações e a criação de condições para fixação das famílias nas localidades de origem, quer através da recuperação patrimonial, criação de infra-estruturas de apoio à família, quer através da promoção da criação do próprio emprego e infra-estruturas de comunicação, no sentido da construção de uma imagem actual, positiva e atractiva de pertença ao mundo rural. Nesse mesmo sentido, paralelamente, a Associação tem apoiado a criação e modernização de micro e pequenas empresas, fomentado o auto-emprego, perseverando, sempre que possível, no uso dos produtos endógenos e recursos naturais nos quais estes concelhos são ricos. A renovação do tecido empresarial com estruturas mais pequenas e, por consequência mais flexíveis, está a apresentar-se como uma resposta positiva aos novos desafios impostos por uma crescente crise económica. A ADD para cumprir o seu objectivo global desenvolveu um conjunto diversificado de competências para as populações locais, tais como: desenvolvimento de estratégias de acção, divulgação e informação de ajudas ao desenvolvimento local, sensibilização e dinamização/animação do território, formação e aquisição de competências em diversas áreas, empreendedorismo feminino, gestão e execução de programas. Este modelo de actuação construído pelos actores locais e o uso de uma abordagem territorial ascendente e participativa permitiu à ADD, ter o reconhecimento do seu valor, por parte dos seus parceiros e das instituições locais, regionais e nacionais, enquanto agente catalisador da mudança de condições de vida e de construtor de uma nova imagem do mundo rural. Do trabalho desenvolvido realçam-se algumas intervenções, que deram um contributo para a sustentabilidade e competitividade dos territórios, em diversos eixos: Formação: toda a formação desenvolvida teve em conta as necessidades existentes criando respostas direccionadas e adaptadas ao público em causa. Assim: •Escolas-Oficina, no âmbito das artes tradicionais da região, direccionadas para desempregados de longa duração, com baixa escolaridade. •Programa FORAL destinada a funcionários da administração local, dando respostas às lacunas sentidas dentro de cada sector dos municípios. •NOW (New Opportunities for Women) e o MULHER+, especificamente ligados à problemática do desemprego feminino e igualdade de género no acesso ao trabalho. •63 Acções de Sensibilização Florestal, no âmbito da Medida 6 do PAMAF, destinadas aos agricultores e produtores florestais e foram frequentadas por mais de 1700 pessoas. TIC - Tecnologias de Informação e Conhecimento: •RDIS – PME’s do Dão (1994-1996), em parceria com o CET de Aveiro, consistiu no desenvolvimento de Catálogos Electrónicos para diversas PME da zona de intervenção da ADD; •WOLF - Internet and WWW Opportunities in Less Favoured Regions (1995-1998), foi um projecto-piloto a nível europeu, co-financiado pelo FEDER, para a promoção e comercialização de produtos através do desenvolvimento de sites para PMEs na Grécia, Itália, Espanha, Alemanha, Irlanda e Portugal. O projecto teve como responsável nacional a PT, através do CET de Aveiro, tendo a ADD sido a entidade responsável, a nível europeu, pela gestão financeira. •Informática Infantil (1997-2000) – em colaboração com o CESAE e Câmaras Municipais. Teve como objectivo, envolver crianças e professores de 60 escolas do 1º ciclo e infantários, para o uso da informática. Gestão de Programas de Desenvolvimento Local: •Centro Rural Alto Dão (1998-2003) integrado nos Programas IDL/PPDR foram apoiados 24 projectos públicos e privados e ainda a publicação de um Roteiro intitulado “...Na Alma de Um Povo”. •Acção 7 AGRIS – Planos de Intervenção (2002-2008) – Acção 7 – Valorização do Ambiente e do Património Rural; Subacção 7.1 – Recuperação e Valorização do Património, da Paisagem e dos Núcleos Populacionais em Meio Rural. Estes Planos de Intervenção para várias freguesias, permitiram projectos de requalificação de espaços públicos, recuperação de construções rurais de traça tradicional e preservação e valorização paisagística dos espaços rurais. •Acção 8 AGRIS – Plano de Acção (2004-2006) – Ovinicultura para a Produção de Queijo - Com este projecto pretendeu-se principalmente, promover e valorizar a ovinicultura e a produção do Queijo Serra da Estrela. •LEADER: a ADD desde 1996 foi a entidade reconhecida para gerir, a nível local e no território onde intervém, o Programa LEADER nas suas diferentes fases: •PIC LEADER II (1996-2001) – convencionado pelo montante de 3.421.753,57€. O financiamento previsto permitiu a implementação de 88 projectos num montante total de 4.600.797,00€. •PIC LEADER + (2002-2007) - o Leader + foi convencionado em de 3.300.000,00€ e permitiu, a aprovação de cerca de 100 projectos, no Vector 1 e Vector 2, com um investimento total superior a 5.300.000,00€.

•LEADER/PRODER (2007-2013) – O LEADER/PRODER iniciou a sua real execução nos finais de 2009 decorrente de um complexo processo de adjudicação do Eixo 3 aos GAL. Com um orçamento, até à data, disponível 7.319.504,22€ de despesa pública, prevê-se que até ao final do programa em Dezembro de 2013, seja possível aprovar investimentos num montante superior a 13 milhões de euros. No período de concursos entre 2009 e 2012 foram aprovados 102 pedidos de apoio, num montante total de investimento de 10.917.352,58€ e com um apoio público directo de 6.858.720,52€. Estes 102 projectos criarão cerca 200 postos de trabalho. No primeiro trimestre de 2013 o GAL/ADD abriu concursos às acções 3.1.2, 3.1.3, 3.2.1 e 3.2.2, tendo recepcionado 54 pedidos de apoio com um investimento previsto de 5.271.584,86€, prevendo-se a criação de 87 postos de trabalho. Estes PA estão em processo de selecção. Num período de profunda crise económica o LEADER/PRODER apresenta-se como uma ferramenta fundamental na sustentabilidade das economias rurais derivado, em grande parte, pela adequação da metodologia à realidade do território, bem como da proximidade e assistência da Equipa Técnica Local aos potenciais promotores (agricultores, cooperativas, IPSS´S, autarquias locais, microempresas, associações, etc.), havendo um acompanhamento desde a ideia à concretização do projecto. Para mais informações contacte a ADD em www.add.pt e pelo telefone 232642632.

A partir deste mês de se-tembro, Mangualde terá a oportunidade de conhe-cer novas abordagens, no-vos estilos, novas criações culturais e de explorar no-vas formas de comunicação pela arte e pela cultura, atra-vés de uma nova aposta da autarquia, que surge pelas mãos da AMARTE – As-

sociação pelo Movimento, Arte e Terapia.

Para tal foi assinado um protocolo de parceria en-tre a associação e a Câmara que visa promover a forma-ção em arte, a promoção da saúde pela arte e a promo-ção de eventos culturais e artísticos.

Para o presidente da Câ-

mara de Mangualde, João Azevedo “é uma clara apos-ta no desenvolvimento cul-tural e artístico do concelho.

A atuação da AMARTE prende-se com as vertentes da formação em arte, pro-moção da saúde pela arte e promoção de eventos cul-turais e artísticos. A oferta de formação permanente

abrange participantes dos três aos 99 anos e passa por várias técnicas de dança, te-atro e uma oficina de pais para leitura em família. Ofe-rece terapia mediada pela arte nas expressões musi-cal, corporal e lúdica e pon-tualmente outras atividades como ateliês e workshops de várias áreas. EA

Comunicar através da arte em Mangualde

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Jornal do Centro5 | setembro | 2013 13

Page 14: Jornal do centro ed599

economia

O Booking.com, um dos sites mais famosos na in-ternet para efetuar reser-vas em hotéis de todo o mundo, atribuiu uma dis-tinção à Casa da Sé, hotel de charme situado no co-ração do centro histórico de Viseu. A distinção de-ve-se ao facto de “ter man-tido um elevado padrão de qualidade com a pontua-ção 9.2”, refere uma nota à imprensa.

A distinção é concedi-da aos hotéis que atingem uma classificação supe-

rior a 8 numa escala de 1 a 10, “o que representa um elevado grau de satisfação por parte dos clientes que deram uma nota à Casa da Sé, com base na sua esta-dia, resultando na classifi-cação ‘soberbo’, de acordo

com a escala daquele por-tal de reservas”, acrescen-ta o comunicado.

A Casa da Sé localizada na Praça D. Duarte, no co-ração do centro histórico, abriu ao público em 2011 após a recuperação de um

edifício do século XVIII, “que está hoje recheado de antiguidades e obras de arte, um dos mais relevan-tes investimentos privados da última década no Cen-tro Histórico de Viseu”.

A direção do empre-endimento recorda que o hotel de charme “tem acumulado várias distin-ções internacionais, ten-do já recebido este ano o Certificado de Excelência do TripAdvisor, o maior site internacional de via-gens”. EA

Hotel Casa da Sé distinguido pelo Booking

Uma centena de ex-positores, entre eles mais de 30 produtores de vinho do Dão, mas também artesãos, asso-ciações, produtores de queijo Serra da Estrela e representantes da gastro-nomia da região vão estar presentes na edição deste ano da Feira do Vinho do Dão em Nelas, que come-ça esta sexta-feira e de-corre até domingo, dia 8, na Praça do Município.

Considerado o prin-cipal evento em termos da Região Demarcada, a feira, adianta a autar-quia, procura todos os anos “potenciar a posi-ção estratégica de Nelas, bem no centro da região demarcada” assim como homenagear quem pro-duz vinho no Dão, con-tando com milhares de visitantes por ano.

A 22ª edição da Feira do Vinho do Dão é inau-gurada na sexta-feira, às 16h00, numa cerimónia marcada para o Auditório do Multiusos de Nelas, onde haverá uma home-nagem a personalidades ligadas ao vinho, através da Confraria dos Enófilos do Dão. Na ocasião será

ainda assinado um proto-colo entre a CVRDão e a Comunidade Intermuni-cipal Viseu Dão-Lafões, para a implementação da Rota dos Vinhos do Dão. A Cerimónia vai igual-mente servir para o lan-çamento da primeira pe-dra do Centro Interpreta-tivo do Vinho e da Vinha Dão - Lusovini.

No centro da feira, em espaço próprio, decorrem ao longo dos três dias provas de formação sobre chocolate, os benefícios

do mel, o azeite, o amas-sar do pão, o queijo Serra da Estrela, a cozinha in-fantil, entre outras.

A animação é tam-bém uma constante, as-sim como as atividades desportivas e lúdicas. O destaque desta edição vai para a presença do pro-grama “Somos Portugal”, da TVI, que vai fazer a sua transmissão em direto, no domingo, entre as 14h00 e as 20h00. Outra das atra-cões é o espetáculo do Te-atro Hábitos, a partir das

21h30, seguido do espetá-culo “Fado a Dois”, com Carla Linhares e Carlos Viçoso.

À semelhança dos anos anteriores, a organização tem parceria com a CP - Comboios de Portugal, que oferece transfer des-de a estação de comboio até ao recinto do evento a quem utilizar a linha da Beira Alta para se deslo-car ao certame.

Emília [email protected]

Nelas vai receber o maior certame da Região Demarcada do DãoObjetivo∑ Potenciar a posição do concelho e homenagear produtores de vinho

A Lançamento 1ªpedra do Centro Interpretativo do Vinho e da Vinha Dão, dia 6

Como e quando comunicar ao senhorio a denúncia de um Contrato de

Arrendamento?

Consultório Jurídico

Várias são as vezes em que somos aborda-dos no escritório com este problema, pelo que entendemos ser inte-ressante alertar sobre as consequências de uma eventual denuncia mal operada. Salienta-mos que cada caso tem as suas especificidades, pelo que, nunca deverá deixar de consultar um prof issional do foro, o(a) Advogado(a).

Ora, a título de exem-plo, passamos a expor um caso em concreto:

O António (arren-datário/inquilino) ar-rendou um apartamen-to para habitação ao Joaquim (senhorio) em 01 de Janeiro de 2013. Em 30 de Agosto de 2013 o António decide casar e quer procurar um apartamento com melhores condições de habitabilidade, para as-sim, residir com a sua futura esposa. Todavia, preocupado por ter ain-da um contrato que o vincula por um período de três anos, não sabe o António se pode comu-nicar ao senhorio a sua saída nesta data, e po-dendo, como o deve fa-zer. Como proceder?

Muitas vezes, numa base de boa-fé e con-fiança entre as partes, é costume os interve-nientes facilitarem os termos da comunica-ção e pensarem que um simples telefone-ma ou conversa a infor-mar é suficiente para a denúncia do contrato produzir efeitos. O que poderá ser válido numa base negocial, mas à cautela o que a Lei diz não é isso…

Assim, deverá o An-tónio comunicar por escrito, por carta re-gistada com aviso de recepção, para a mo-rada do senhorio que consta do Contrato de Arrendamento, de que pretende denunciar o mesmo com uma an-tecedência de 60 dias (neste caso em concre-to) do termo do con-trato, uma vez que, já decorreram seis meses desde a sua celebração, não sendo necessário apresentar qualquer ou eventual justificação.

Todavia, caso já tives-se decorrido um ano ou mais de duração efec-tiva deste Contrato de Arrendamento, o An-tónio teria de comuni-car ao senhorio para a morada que consta do mesmo, por carta re-gistada com aviso de recepção, a sua saída com uma antecedência de 120 dias.

Nestes termos, caso se pretenda denunciar um contrato de arren-damento, as partes in-tervenientes deverão preocupar-se com o pe-ríodo de duração efec-tiva do contrato, pré-aviso e com a formali-dade exigida para tal, a carta registada com aviso de recepção, sob pena de assistir ao se-nhorio o direito de exi-gir o pagamento das rendas corresponden-tes ao período em fal-ta, e não ser possível ao arrendatário provar que comunicou de uma forma válida e eficaz a sua denúncia.

Informado, consegui-rá melhor proteger os seus interesses.

Nelly Branco Advogada

[email protected]

DR

Arq

uivo

14 Jornal do Centro5 | setembro | 2013

Page 15: Jornal do centro ed599
Page 16: Jornal do centro ed599

ECONOMIA | INVESTIR & AGIR

Decorre hoje, dia 5, a segunda edição do even-to Mangualde Fashion.

Pelo segundo ano con-secutivo a Câmara Mu-nicipal de Mangualde di-namiza e promove o co-mércio local através da realização de um desfile de moda.

A iniciativa, que decor-re pelas 21h00, no Largo Dr. Couto, integra-se no programa das Festas da Cidade.

São várias as lojas e marcas que participam no evento. Pelo palco da moda “desfilam” roupas e acessórios, ourivesa-rias e relojoarias, sapa-tarias, cabeleireiros, ma-quilhadoras, óticas e fo-tógrafos.

Para além da autarquia mangualdense a organi-zação conta com o apoio da Associação Empresa-

rial de Mangualde e do Alfaiate António Luís.

São várias as marcas que já aderiram ao Man-gualdeFashion 2013: Ma-zur, Concreto, Maria Bo-nita – Vestuário e Aces-sórios, Rodeo Company Kids, Rodeo Company Sportswear, Alcofinha,

Vitó Moda Jovem, XOCK - Comércio de Vestuá-rio, PTN Store, Carlinha Pronto-a-vestir, Galerias Morais, Nani Noivas, Sa-pataria Fernandos, Dia D Bijuteria, Pereirinha Ou-rivesarias, Vitó Cabelei-reiros, Ana Coelho Ca-beleireiros e SPA, Cabe-

leireira Fátima Abrantes, Nova Gente Cabeleirei-ros, Dineia Cabeleireira, Espelho Mágico Cabelei-reiro, Salão Minda, Ergo-visão, Grupo Optivisão, Grupo Ótico OMB, ISO 800 e Estúdios Visor.

Micaela Costa

Moda em MangualdeEvento∑ Desfile pretende divulgar e dinamizar o comércio local

A Pelas 21h00 no Largo Dr. Couto

FESTIVAL DAS ÁGUAS DE SÃO PEDRO DO SUL DECORRE ESTE FIM-DE-SEMANA

Numa organização da Termalistur – empre-sa municipal que gere a maior estância termal da Península Ibérica, o Festi-val das Águas, promove as potencialidades das àguas das Termas de São Pedro do Sul, de hoje, dia 5 até do-mingo.

O evento, é palco do lan-çamento da primeira linha de dermocosmética das Termas de São Pedr o do Sul e recebe vários artistas do munco da música e da magia.

O rio Vouga é o local es-colhido para os espetácu-los, que se realizam num palco flutuante. Shout (6 de Setembro), André Sardet (7 de Setembro), um show de moda com a apresentação de coleções de designers nacionais, bem como um espetáculo de magia de Luís de Matos (8 de Setembro), são algumas das atrações do festival. O evento con-ta ainda com a presença de diversas figuras públicas, estando previsto para hoje um Flash Mobe, workshops e animação de rua. MC

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Tempo e dinheiro

Clareza no Pensamento

Este artigo resulta do cru-zamento de três acontecimen-tos recentes na minha vida: o visionamento de um filme, a leitura de um livro e o faleci-mento prematuro e totalmen-te inesperado de um amigo de longa data.

Segundo um velho e co-nhecido ditado, tempo é di-nheiro. Ora, isto parece tra-duzir uma igualdade entre tempo e dinheiro, o que é enganador. O tempo é muito mais valioso do que o dinhei-ro. Por várias razões. Desde logo, porque o stock de tem-po de cada um de nós é limi-tado. Pior: é desconhecido. Eu não sei qual é o meu tem-po de vida. Por outro lado, se eu tiver mais tempo posso ganhar mais dinheiro, mas o oposto não é exatamente verdadeiro. O facto de ter mais dinheiro pode dar-me alguma flexibilidade relati-vamente à forma como uso o meu tempo mas na verda-de não me cria (mais) tempo (de vida). Não sendo possí-vel criar tempo, apenas pos-so decidir como alocar aque-le de que disponho – e que não sei quanto é. Ou seja, en-quanto que o dinheiro pode ser renovado (desde que eu tenha tempo), o tempo não (mesmo que eu tenha dinhei-ro). Cada hora, cada minuto, cada segundo que passa, não volta. Eu posso pedir dinhei-ro emprestado e certamente haverá quem mo empreste, em menor ou maior quanti-dade, mais caro ou mais ba-rato. Mas infelizmente não consigo que alguém me em-preste tempo (para que eu aumente o meu stock).

Isto deveria ser suficien-te para que cada um de nós usasse o tempo de que dispõe de forma extremamente sen-sata. Porém, não é isso que se constata. Arrisco a dizer: pelo contrário. É dolorosa a forma como algumas pesso-as desperdiçam o seu tempo, abusando de procrastinação e cronófagos pessoais. De-pois, temos a nossa (portu-guesa) crónica e doentia fal-ta de pontualidade (seria in-teressante tentar quantificar os seus custos globais). Mas o que mais custa é ver como o tempo de algumas pessoas é desperdiçado, contra a sua vontade e até o bem comum, devido a imposições de ter-ceiros, com poder hierárqui-co sobre elas. Em certas pro-fissões é realmente doloro-so. Mas isso dava para outro artigo…

Recentremo-nos no tema de hoje: tempo e dinheiro. Custa a compreender como é que tanta gente trata o di-nheiro com tanto cuidado (muitas vezes até de forma doentia, obsessiva) e o tem-po de forma tão negligente. É para mim incompreensí-vel como é que tantas pes-soas abdicam de tempo para ganhar mais dinheiro. Não me refiro àquelas que, infe-lizmente, precisam absolu-tamente de o fazer – neces-sitam de abdicar de muito tempo para, em troca, obter pouco dinheiro. Refiro-me àquelas que, não necessitan-do na verdade de mais di-nheiro, continuam, patolo-gicamente, a dar mais valor ao dinheiro do que ao tempo. Algumas nunca terão tempo para usufruir desse dinheiro. Talvez não lhes sobre tem-po sequer para pensar que de um momento para o ou-tro podem ficar sem tempo – logo, sem dinheiro.

Infelizmente, o mundo é maioritariamente governa-do pela ganância. Associa-da ao dinheiro, entenda-se. No fundo, não foi ela que de-sencadeou esta enorme cri-se à escala planetária? Um pequeno número de pesso-as fez mau uso do seu tempo e estragou o stock de tempo disponível (a vida) de mui-tos milhões de pessoas, em muitos casos, de forma defi-nitiva e irremediável. Como o mundo seria melhor se cada um de nós pudesse alo-car uma pequena parte do seu tempo, ajudando outros a troco de nada, apenas pela satisfação de o fazer!...

1. Na origem deste artigo es-tiveram, de alguma forma, o fil-me “In Time” de Andrew Nic-col (2011; título em Portugal: “Sem tempo”), o livro “Time Value of Life”, de Tisa L. Silver (2011; não traduzido para Por-tuguês) e o inesperado faleci-mento recente do meu amigo António, à data Presidente da Direção da Associação de An-tigos Alunos do Departamento de Gestão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, cuja memória evoco.

2. Este artigo ficará disponí-vel no blogue Clareza no Pen-samento (http://www.clareza-nopensamento.blogspot.com) onde poderá ser objeto de co-mentários.

(http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Rogério [email protected]

16 Jornal do Centro5 | setembro | 2013

Page 17: Jornal do centro ed599

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 599 DE 5 DE SETEMBRO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Textos: Micaela CostaGrafismo: Marcos Rebelo

SUPLEMENTO

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Jornal do Centro5 | setembro | 201318

SUPLEMENTOTO

Com 21 edições a Feira Industrial e Co-mercial do Concelho de Tondela (Ficton) é uma referência regional e uma verdadeira montra de projeção das potencialidades e mais-valias do concelho de Tondela.

A edição de 2013, que decorre de dia 13 a 16, invade a cidade para mais um cer ta-me que conta com vários espetáculos mu-sicais, culturais e atividades desportivas e várias cerimónias religiosas e de consagra-

ção de instituições locais, como é o caso dos Bombeiros Voluntários de Tondela.

Quanto à programação musical destacam-se diversos nomes do panorama nacional: Emanuel (dia 13), Amor Electro (dia 14), Sa-muel Úria e The Gift (dia 15) e Orquestra Ae-minium (dia 16). E porque divulgar o conce-lho é um dos principais objetivos da Ficton, também vários artistas do concelho vão mar-car presença no palco da Feira Industrial e

Comercial do Concelho de Tondela.Ao recinto da festa regressam as tão co-

nhecidas tasquinhas, que reúnem o movi-mento associativo do concelho e oferecem a todos os visitantes o que a região tem de melhor, a gastronomia e as tradições.

Também as freguesias do concelho es-tão representadas em mais uma edição da F ic ton, nos s tands da Feira das Fregue-sias, um espaço de encontro e promoção

do território. Assim como exposições que estarão dentro e fora do Pavilhão Munici-pal, onde se destacam os produtos locais como o ar tesanato e a produção agroali-mentar, além dos expositores l igados ao tecido empresarial.

Ao longo de quatro dias Tondela recebe muita animação e sobretudo milhares de visitantes que vão fazer desta, mais uma edição de sucesso.

Total stands ocupadosT t l t d

188FICTON emFICTON em números números

Stands de empresasSt d d

81 Stands de doçaria e artesanato

Stands

51Stands de

freguesiasStands de

38Stands - Tenda

ao sabor ( produtos endógenos)

18

Page 19: Jornal do centro ed599

Jornal do Centro5 | setembro | 2013 19SUPLEMENTOSS

Tasquinhas do movimento associativo

T

9

Bares do movimento associativo

B

9Associações

envolvidasAssociaç

25Empresas

de Exposição automóvel

Empre

4

Empresas de animação infantil, e vendedores diversos (Espaço exterior)

6Aves em exposição

num total de 150 espécies

2000

A Ficton surge após a extinção das Festas da Mata, promovidas, na altura, pelos bombeiros voluntários e que representavam um acontecimento único, aguardado por todos com grande expectativa.

Com a evolução das Festas da Mata e a aceitação por parte do público, o município decide criar, já no início dos anos 80, uma mostra capaz de ter uma maior e melhor capacidade de divulgação das forças económicas e mo-vimento associativo. É desta vontade que nasce a Feira Industrial e Comercial do Concelho de Tondela (Ficton).

Já como Ficton, a festa foi, ao longo do tempo, ganhando outras raízes e outra força. Num primeiro momento realizaram-se em espaços mais próximos do centro da cidade, o então conhecido Espaço da Mata, hoje parque urbano e depois passou para uma zona junto ao tribunal. Com o crescimento e a projeção da Ficton e com o apa-recimento do pavilhão desportivo municipal, o município pôde assim reconfigurá-la, tornando-a ano após ano um dos momentos marcantes do concelho de Tondela.

Page 20: Jornal do centro ed599

Jornal do Centro5 | setembro | 201320

SUPLEMENTOTO

A Ficton tem sido, ao longo destes anos, uma montra do concelho de Tondela?

Acima de tudo penso que tem sido um grande palco de projeção. Esta montra tem que ser vista pelo espaço de inte-ração, e não uma observação estática. Queremos que a Fic-ton seja um espaço de parti-lha, de comunicação, de rela-cionamento, de fortalecimento da identidade local, que inevi-tavelmente assenta na matriz das suas gentes. A Ficton é um espaço de vivências, nas suas múltiplas vertentes. Cada ano que passa qualquer acrescento é um ganho e nunca uma per-da em relação a edições an-teriores.

E nestes 21 anos, fo-ram mais os ganhos que as perdas?

Eu penso que há sempre ga-nhos quando somos capazes de projetar aquilo que somos. Vivemos num território compe-titivo, vivemos numa sociedade onde a diferenciação é funda-mental e o sermos capazes de mostrar o que somos, o que queremos seguir, é a nossa principal arma para que seja-mos únicos e diferentes. Claro que sempre com respeito pe-los demais, sempre com uma perspetiva de interajuda, de saber gerir um território onde os interesses e os recursos se cruzam com outros concelhos. É fundamental que o poder de-mocrático local, seja capaz de afirmar a vertente onde se pos-sa projetar aquilo que somos, sem por em causa aquilo que os outros querem ser.

A Fic ton ganha hoje essa ideia de “competiti-vidade” e “diferença” na região?

Esse é um objetivo central. Tondela pela sua localização e tecido empresarial tem uma posição liderante em relação à capacidade atrativa, em par-ticular no setor da indústria e isso para nós é determinante. A Ficton, mais do que a oportu-nidade de negócio que se pro-porciona para alguns setores industriais, é acima de tudo uma afirmação que contribui para o sentimento de qualida-

de de vida, de atração e lide-rança. É preciso perceber que as pessoas querem aceder ao emprego e á qualidade de vida. E nesse sentido a Ficton está a dar um enorme contributo para reforçar a imagem do conce-lho.

O que torna a Ficton, di-ferente de todas as outras festas/feiras da região?

Do ponto de vista da oferta musical, naturalmente que es-tes artistas também estão nos melhores palcos do país. O que a torna diferente é o ambiente que se vive. Olharmos no ros-to das pessoas e perceber que vivem esta altura como um pe-ríodo de afirmação. O facto de valorizarmos a gastronomia lo-cal, a relação com o nosso mo-vimento associativo. De há uns anos a esta parte temos, de forma rotativa, várias associa-ções locais que dinamizam o espaço da gastronomia, atra-vés das tasquinhas (9 nesta edição). Há também espaços de bares, onde estão mais 14 associações e isso mostra bem a capacidade agregadora que a Ficton tem, não só como mon-tra da cidade, mas de todo o concelho e por isso, para nós, esta é sem dúvida uma festa do concelho.

É portanto desejo do m u n i c í p i o q u e a F i c -t o n m o s t r e t o d a s a s potencialidades do con-celho…

É fundamental, ao ponto de termos aqui representadas as-sociações de freguesias que distam 40km da sede de con-celho. Em paralelo incremen-tamos uma mostra, dedicada às freguesias, onde ai também vão mostrar as suas mais-va-lias, bens, atividades. A Ficton é sem dúvida a montra do con-celho, no seu todo. Temos um território considerável e acha-mos que a construção de polos de desenvolvimento é funda-mental para que o concelho se valorize como um todo.

Acredita que a Ficton é uma forma de afirmar a própria região centro?

Acredito que projetos como estes podem ajudar a valori-zar e a projetar o que somos.

Temos que nos convencer que temos que ser os primeiros de-fensores daquilo que somos, para que possamos afirmar o porquê de sermos diferentes. E mostrar que nem sempre nos centros urbanos estão as me-lhores oportunidades. Temos que conseguir mostrar que te-mos capacidade empreende-dora, que temos as condições para sermos vencedores, se nos resignarmos, estamos a dar um passo atrás.

A Ficton é já uma marca de Tondela…

A Ficton é uma valorização que envolve muitos parceiros, desde o comércio, à indústria, juntas de freguesia, entre mui-tos outros. E esta ajuda de to-dos é uma construção muito importante para que Tondela se evidencie.

Quais as maiores difi-culdades para organizar um evento como este?

Envolve uma capacidade de organização e de coordenação assinalável. Obviamente que a experiência e os parceiros, que ao longo dos anos trabalham connosco, é muito importante. O crescimento da Ficton é con-siderável e o espaço acaba por ser um dos maiores obstáculos e isto leva-nos a que tenhamos uma imaginação muito forte. Contudo dispersar a Ficton fa-ria com que o evento perdesse o encanto. Em cada momento temos que encontrar soluções para as novas dificuldades.

Quanto tempo é preciso para organizar a Ficton?

Começamos a plani f icar após a edição anterior. Há um primeiro momento em que se reflete e se pensa o que fazer no ano seguinte. A quatro me-ses do evento começa-se a tra-balhar de forma mais vincada.

Quantas pessoas es-tão envolvidas neste pro-jeto?

Há um conjunto de serviços, como o espaço expositivo e es-trutura de palco, que são rea-lizados por empresas. Mas de-pois há um conjunto de 10 a 15 pessoas que trabalham na organização do evento propria-mente dito e poucos dias antes

José António Jesus, vice-presidente da Câmara Municipal de Tondela

“QUEREMOS QUE A FICTON SEJA r

É preciso perceber que

as pessoas querem aceder ao emprego e á

qualidade de vida. E nesse sentido a Ficton está a dar um enorme

contributo para reforçar a imagem do

concelho”

Page 21: Jornal do centro ed599

Jornal do Centro5 | setembro | 2013 21SUPLEMENTOSS

UM ESPAÇO DE PARTILHA”do início da feira, há número considerável de colaboradores que permitem que tudo fique devidamente pronto.

Ao longo dos anos sen-tiu-se um aumento de vi-sitantes?

Se houve tempos em que na Ficton se notava um ou dois dias que atraiam mais pesso-as, nos últimos anos percebe-se que os visitantes já não es-colhem, vêm todos os dias. E isso deve-se à diversidade de oferta. E esse número já não é só de pessoas do concelho, mas de muitos outros pontos da região e até do país.

Com todo este cresci-mento, com a qualidade do cartaz, a verdade é que a entrada é livre.

Esta é uma opção estratégi-ca, embora já tenhamos equa-cionado que alguns dias pode-riam ter um custo, ainda que com um valor simbólico. Mas acreditamos que essa possi-bilidade poderia restringir a dimensão da Ficton. Temos equacionado esse tema, a re-lação custo/beneficio tem sido estudada, mas até agora te-mos concluído que a vantagem está do lado da entrada livre. Mas seja qual for a decisão, o que pretendemos é que não haja restrição a ninguém, para que todos possam continuar a vir à Ficton.

Qual é o orçamento para a realização da Ficton.

A Ficton tem um custo ele-vado no que diz respeito à es-trutura. Depois tem outra parte de logística desenvolvida com recursos próprios, como é o caso da zona das tasquinhas, a rede de luz e água. Tudo é feito numa lógica de procurar respostas sustentáveis e eco-nomicamente mais vantajosas. Os custos da Ficton repartem-se em três fatias, cujo peso é relativamente igual: logística de stands, cartaz e depois a parte associada ao alojamen-to, serviço de catering e toda a promoção, o somatório an-dará muito próximo dos 150 mil euros.

Um valor que vale a pena despender…

Um valor que acima de tudo tem repercussão na capacida-de de gerar um excelente retor-no naquilo que é a capacidade empreendedora, de atração, e de reforço de identidade. Este é um investimento necessário para que possamos mostrar que somos atrativos.

É para continuar a ser atrativa que a Ficton não descora a escolha do car-taz?

A programação cultural da Ficton procura equilibrar duas componentes, por um lado um cartaz com artistas da primeira linha nacional, que sejam refe-rência, que estejam com uma boa projeção nacional, mas também procuramos sempre associar-lhe uma possibilidade de grupos locais se afirmar no espaço da Ficton. Este equilí-brio tem tornado o programa muito interessante, e aliado a tudo isto existem as nossas as-sociações, instituições e gru-pos de música popular que divulgam a nossa identidade local, as nossas raízes e cultu-ra. O que queremos é chegar a todo o público.

Quais as expectativas para mais uma edição?

Esperamos que este projeto continue a corresponder áquilo que para nos é mais importan-te: um momento de festa, de afirmação e convívio. Quere-mos naturalmente que atraia mais pessoas, mas acima de tudo que quem venha possa divertir-se e que sinta vontade de viver em Tondela.

Como convidar ia as pessoas a visitarem a Ficton?

Descubram-nos!

r150 mil euros [orçamento

Ficton 2013]”

Page 22: Jornal do centro ed599

Jornal do Centro5 | setembro | 201322

SUPLEMENTOTO

A Ficton resu l t a de um cresc imento natura l , um cresc imento sus tentado, que fo i so l id i f icando e que fo i procurando ganhar o incremento de novas dinâmi-cas. Para a lém de uma festa, com espetáculos musi-cais, ganhou novas áreas de af irmação, associadas à pro jeção da at iv idade económica, do tec ido assoc ia-

t ivo, da ident idade loca l com o seu ar tesanato, com os produtos locais e com a força empreendedora dos empresár ios.

São as d i ferentes ver tentes que tornam a F ic ton o pr incipal patamar de af irmação do concelho. E é pela necessidade de evidenciar o que de melhor este con-

celho oferece e de homenagear quem, ano após ano, t raba lha para uma cons tan te evo lução do te r r i tó r io, que a F ic ton tem vár ios eventos assoc iados à fe i ra , propr iamente di ta.

Já este sábado (dia 7 ), o município procede à inauguração da “Praça Besteiros” e 2 ª fase do Par-

A abertura oficial da Ficton está marcada para

sexta, dia 13, pelas 19h30, com a presença de Pedro

Saraiva, presidente da Comissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). A

animação do primeiro dia de certame fica a cargo

da Banda Tribal (20h00), Som D’Côco (21h30) e de

Emanuel (22h45).

13Sexta

14Sábado

O segundo dia de festas (sábado, 14) inicia com ati-vidades desportivas, outras das marcas da Ficton. O I torneiro de futebol sub-10 realiza-se no complexo desportivo do Estádio João Cardoso, em Tondela, pelas 9h30. Às 16h00 a associação Motoclub “U zibb’s”, fazem uma demonstração Freestyle, onde dão asas à imaginação, em segurança, pelas 16h00. Ainda para este dia, mais um momento importante, que a autarquia não quis deixar de assinalar: a sessão de entrega de prémios aos melhores alunos das es-colas do 2º e 3º ciclo, secundárias e profissionais de Tondela, no auditório, na Acert, pelas 18h00. À noi-te, pelas 21h00, a Ficton reserva uma mega aula de Zumba e pelas 22h45 a atuação do grupo português, Amor Eletro. A festa só acaba depois dos dj’s MTM abandonarem a cabine, onde chegam pela 1h30.

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Jornal do Centro5 | setembro | 2013 23SUPLEMENTOSS

que Urbano de Tondela, pelas 21h00.A inda, par te in tegrante da F ic ton, o e le fante Salo-

mão, depois de passar por Figueira de Castelo Rodrigo, São João da Pesque i ra , P inhe l , So r te lha , Fundão e Caste lo Branco, regressa a casa para duas sessões no sábado e domingo (dias 7 e 8), pelas 21h45. A v ia-

gem do e le fan te é um espe t ácu lo da au to r ia da A s-soc iação Cu l tu ra l e Recrea t i va de Tonde la ( ACERT ) e que se base ia na obra “A v iagem do e le fante”, de José Saramago (uma h is tó r ia sobre um paqu iderme ind i ano que, no sécu l o X V I , c aminhou de L i sboa a V iena de Áustr ia ). O espetáculo do Tr igo L impo teatro

ACERT real iza-se em coprodução musical com a F lor de Jara ( Espanha ) e tem como parce i ra a Fundação José Saramago. A v iagem do e le fan te par te depo is para L isboa (nos dias 14 e 15 de setembro) e termina a v ia jem no pa ís de “nues t ros hermanos”, em R ivas-Vaciamadrid ( Espanha), no dia 21.

15Domingo

16Segunda

Domingo o certame começa com mais uma atividade desportiva, o VII passeio de cicloturismo “Freguesias no Pedal”, pelas 8h30 e pelas 9h15 a 1ª caminhada Labesfal/Fresenius Kabi. Pouco depois mais um momento onde se assinala a interajuda e responsabilidade asso-ciativa do município de Tondela. Pelas, 10h30, comemora-se o 31º aniversário da Associação dos Combatentes do Ultramar, uma associação a nível nacional, sediada no concelho de Tondela e que está, de há uns tempos para cá num espaço cedido pelo município. Este é um espaço que permite ter um serviço médico, para aqueles que ainda sofrem de patologias de stress de guerra, uma associação que em muito orgulha o concelho. Nas comemorações, que decorrem no auditório municipal, pelas 11h00, estará presente a Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Naiconal, Berta Cabral.

Ainda no domingo e como forma de levar Tondela ao mundo, a Ficton vai ser transmitida através do canal nacional SIC e do programa Portugal em Festa (com início pelas 14h00). No âmbito do desafio leva-do a cabo em todos os programas que têm sido realizados pela SIC, em Tondela o record que se vai tentar bater é o maior número de frangos assados. Atividade que se associa à Festa do frango, um evento que já se tornou uma tradição dado que o frango tem uma grande importância a nível económico, desenvolvimento industrial e agrícola, pois estiveram sediadas no concelho várias empresas de transforma-ção de cereais e rações. Também os restaurantes se associam ao evento disponibilizando nas suas emen-tas vários pratos cujo “ingrediente” principal é o frango. A animação fica a cargo de Samuel Úria, pelas 21h30 e dos The Gift, pelas 23h00.

No último dia de festividades, dia 16, segunda-feira, dia do feria-do municipal, para além de várias atividades que decorrem ao longo do dia, destacam-se a sessão solene da comemoração do 90º ani-versário dos bombeiros voluntários de Tondela, que contará com a presença de Miguel Macedo, ministro da Administração Interna (pelas 15h00); a inauguração da regeneração urbana do centro his-tórico de Tondela, obra que requalifica áreas pedonais, coloca no-vas infraestruturas de água, gaz, luz, saneamento e comunicações e que criou um parque de estacionamento (pelas 18h00); a ceri-mónia oficial do feriado municipal, pelas 18h15, onde se entregam galardões municipais e a atuação da Orquestra AEMINIUM, pelas 21h30 e dos Hi-Fi, pelas 22h30.

Page 24: Jornal do centro ed599

TONDELAUM CONCELHO EM MOVIMENTO

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Page 26: Jornal do centro ed599

educação&formação

A Câmara Municipal de Viseu vai abrir con-curso para atribuição de cinco bolsas de estudo a alunos que se encon-tram a frequentar o Lu-gar Presente – Compa-nhia Paulo Ribeiro. As candidaturas abrem na próxima segunda-feira, dia 9 e decorrem até 20 de setembro.

Também para o Con-servatório Regional de Música Dr. José de Aze-redo Perdigão a autar-quia abre concurso no mesmo período para a atribuição de 10 bolsas de estudo

Com esta medida a au-tarquia adianta em co-municado que pretende

“encorajar e desenvolver

os valores culturais, de solidariedade social e o apoio a jovens valores que demonstram talen-to e aptidão” nas áreas da música e da dança.

O boletim de inscrição, e o regulamento encon-tram-se disponíveis no Centro Municipal da Juventude/Divisão de Promoção, Desenvolvi-mento e Comunicação (Escadinhas de Santo Agostinho) e em www.com-viseu.pt. EA

Câmara atribui 15 bolsas de estudo em prol do talento

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Instituto Politécnico de Viseu ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA VISEUANO LECTIVO: 2013/2015

MESTRADOS

QUALIDADE E TECNOLOGIA ALIMENTAR (5ª Edição)*

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PÓS-GRADUAÇÃO

NUTRIÇÃO E SEGURANÇA ALIMENTAR (2ª Edição)*

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*1ª Fase de candidaturas: 15/07/2013 a 13/09/2013;*2ª Fase de candidaturas: 23/09/2013 a 18/10/2013

Candidaturas:1ª Fase de candidaturas: 08/07/2013 a 31/08/20132ª Fase de candidaturas: 30/09/2013 a 07/10/2013

Informações[http://www.esav.ipv.pt Quinta da Alagoa, Estrada de Nelas, Ranhados, 3500-606 Viseu | Telefone 232 446 600

Escola de Natação de Mangualde com aulas diversificadasReabertura ∑ Nova temporada a partir de 1 de outubro

A Escola Municipal de Natação de Mangualde reabre à comunidade para a nova temporada 2013/2014, no próximo dia 1 de outubro.As aulas de-correm no complexo das Piscinas Municipais até 5 de julho de 2014, com in-terrupção no período do Natal (23 e 31 de dezem-bro).

A autarquia revela que a oferta é diversificada e contempla as diferentes faixas etárias: aulas para bebés (dos 3 aos 5 anos), crianças (menores de 14 anos) nas categorias, adap-

tação meio aquático CN0 Iniciação e CN0+ Apren-dizagem, níveis 1 (apren-dizagem), 1+ / 2 / 3 (apren-

dizagem e aperfeiçoamen-to) e adultos (maiores de 14 anos) nas categorias de adaptação meio aquático

(iniciação) e níveis 1 / 2 / 3 (aprendizagem e aperfei-çoamento).

Para além das aulas de natação é ainda possível frequentar aulas de hidro-ginástica, hidro + hidro + natação, hidroginástica sénior, reabilitação e pi-latos.

Durante a temporada vão ainda realizar-se os tradicionais festivais anu-ais como o Festival de Natal (15 de dezembro de 2013), Festival dos Peixi-nhos (6 de abril de 2014) e Festival de verão (29 de ju-nho de 2014).

A Escola vai continuar a realizar os festivais anuais

Jornal do Centro5 | setembro| 201326

Page 27: Jornal do centro ed599

EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO

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A Escola Prof issio-na l Ma r ia na Seixas (EPMS), em Viseu e a Fundação Abel e João de Lacerda- Museu do Caramulo celebraram, uma parceria com vista à concretização de pro-jetos de cooperação en-tre as duas instituições.

A EPMS revela em co-municado que o acordo engloba a cooperação em projetos audiovisuais para o Canal História, Caramulo Motorfesti-val e no Museu do Ca-ramulo. “Os alunos da Escola

Profissional Mariana Seixas vão ter a oportu-nidade de desenvolver os seus projetos visan-do a realização da pro-va de aptidão profissio-nal, bem como a sua for-mação em contexto de trabalho no Museu do

Caramulo”, acrescenta a nota à imprensa.“As duas instituições

reiteraram a necessida-de de cooperação e co-laboração numa épo-ca de profunda crise económica, dando as-sim um claro sinal de rentabilização de espa-ços, potenciando futu-ras iniciativas e propor-cionando também aos jovens a oportunidade de conhecerem institui-ções de referência regio-nal e nacional”, termi-na.EA

Mariana Seixas eFundação do Caramulo assinam parceria

Componente escolare cívica de mãos dadas em nova escola de futebolMoimenta da Beira ∑ Projeto multidisciplinar foi apresentado no sábado

Em Moimenta da Beira nasceu uma nova esco-la de futebol, criada pelo Clube Desportivo de Le-omil. Os promotores re-velam que é um proje-to com “ fundamentos e princípios diferentes, onde a componente es-colar e cívica dos jovens será valorizada e pesará na hora da adesão”.

O projecto, multidisci-plinar, que “não pretende apenas dar importância à competição foi apresenta-do oficialmente no sába-do no auditório munici-pal padre Bento da Guia,

em Moimenta da Beira. A cerimónia serviu

também para anunciar o nome da nova escola de

futebol, o regulamento, os objectivos a médio e curto prazo e outras no-vidades que “vão dar ao

projecto mais conteúdo” termina o comunicado do Clube Desportivo de Leomil.

A A nova escola nasce no Clube Desportivo de Leomil

Jornal do Centro5 | setembro | 2013 27

Page 28: Jornal do centro ed599

especial Feira de São Mateus 2013

Dia 5 (Quinta-feira) 2.5€Palco 1(22h00) Alafum - Padre

Vítor e os diatónicosPalco Água(23h00) 5ª do Rock:

Smoking beer e The Backturbo

Dia 6 (Sexta-feira) Palco Luz(15h00) Atelier: Artes

criativas(máximo 15 crianças)

Palco Água(20h30) Desfile de

moda - “Noivas de S. Mateus”

Palco 1(22h00) Banda de

CinfãesDia 7 (Sábado) 5€Palco Luz(17h30) Apresentação

do livro “Coisa da nossa terra” de Miguel Almeida

Palco 1(22h00) Pedro

AbrunhosaDia 8 (Domingo) 2,5€Palco Luz(15h00) Patinho PAF

(máximo 20 crianças)Palco 1(16h00) Festival de

folclore S. MateusPalco 1(22h00) Quim BarreirosDia 9 (Segunda-Feira) Palco Luz(21h00) Tertúlia - “A

feira de S. Mateus, ontem e hoje”

Palco 1(21h30) Associação

Cultural de Vila Meã - Carregal do Sal

Palco 1(22h30) Tunadão

1998 - Tuna do Instituto Politécnico de Viseu

Dia 10 (Terça-feira)

Festival Musidanças(14h30) Palco Luz -

Atelier culinária (máximo 15 crianças)

(20h00) Recinto da Feira - Finka Pé (world music)

(20h30) Tasquinhas - Grupo de Cantares

(21h30) Palco 1 - Lundu Mona (world music)

(21h30) Palco Água - No Mazurka Band (tradicional)

(23h00) Palco 1 - ATMA (world music)

(23h00) Palco Água -

Karrossel (tradicional)Dia 11 (Quarta-feira)(20h00) Recinto

da Feira- Girafoles (tradicional)

(20h30) Tasquinhas - Grupo de Cantares

(21h30) Palco 1 - Cabace (world music)

(21h30) Palco Água - Recanto (tradicional)

(23h00) Palco 1 - Nação Vira Lata (world music)

(23h00) Palco Água - Gira Sol (tradicional)

(24h00) Palco Luz - 4ª FNAC: Primitive Reason

Programa SemanalDe 15 a 21 de agosto

Pedro Abrunhosa e Quim Barreiros sobem ao palco este fim-de-semana

Sábado e dom i n go c a n t a - s e e m p o r t u -g uê s no pa lco pr i n -cipal da Feira de São Mateus, com duas vo-zes emblemáticas da música portuguesa.

Sábado, dia 7, Pedro Abrunhosa , autor de “Se eu fosse um dia o teu olhar”, “Momen-to” e mu i to s o ut ro s êx itos sobe ao pa lco às 22h00.

D o m i n g o é a v e z d o p o p u l a r Q u i m Barreiros brindar os espectadores com mui-tos dos seus conheci-dos temas . “A Cabri-t i n h a ”, “A g a r a g e m da vizinha”, são algu-

mas das músicas que o cantor, acompanha-do pelo seu acordeão, não deixará de cantar no placo principal, pe-las 22h00.

Ainda no domingo, a programação da 621ª edição da Feira de São M a t e u s , i n t e g r a n o palco principal, pelas 16h0 0 , o Fest iva l de Folclore São Mateus, com a presença do Ra-cho Folclórico de Lor-dosa, Racho Folclóri-co de Pascoal , Racho Folclór ico de Pinde-lo e S i l g ue i ros e do R acho Folc lór ico de Moure de Mada lena . MC

Criado em 2000, em Lisboa, o Festival Mu-sidanças viaja agora até Viseu.

O evento, que visa di-vulgar artistas da Luso-fonia é também um dos responsáveis pela apre-sentação e revelação de alguns artistas reconhe-cidos no panorama na-cional.

Nos próximos dias 10 e 11 os sons da lusofonia e do mundo invadem o recinto da Feira de São Mateus.

O Musidanças tem

como palco o espelho de água e a ele sobe o som tradicional português e de outros países à qual se alia a música do mun-do (world fusion).

Além dos concertos, esta festa contará com workshops de danças tradicionais e com a pre-sença de grupos de mú-sica portuguesa que atu-am nos dois palcos prin-cipais da feira e ainda pelo recinto.

O cartaz desta 13ª edição conta com nomes que já fi-zeram parte da programa-

ção de festivais como Mu-sicas do Mundo de Sines, Andanças, Byonritmps, L Burro y L Gueiteiro entre muitos outros.

O dia 10 vai contar com a presença dos gru-pos Finka Pé (Cabo Ver-de), Lindu Mona (Ango-la), Atma (Portugal). No Mazurka Band (Portu-gal) e Karrossel (Portu-gal). No segundo dia do Festival sobem ao palco os viseenses Girafoles, Cabace (Angola), Nação Vira Lapa (Portugal), Re-canto (Portugal) e Gira

Sol (Portugal).Para além de todos os

artistas convidados a or-ganizaçao do Musidan-ças quer ainda transfor-mar o recinto no palco da maior “jam session” do mundo. Apelando a todos que participem trazendo o seu tambor, djambé, guitarra, harpa, violino, adufe, ferrinhos e concertinas. O grande objetivo é que o público seja também um artista do festival.

Micaela Costa

Agenda∑ Dias 10 e 11 os sons da lusofonia chegam ao recinto do certame

Musidanças invade Viseu

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Page 29: Jornal do centro ed599

desporto

Voleibol

Bárbara Gomes integra as campeãs nacionaisA jovem internacional,

Bárbara Gomes, formada no Cardes, já é jogadora da equipa que se sagrou, na passada época, Campeã Nacional de Juvenis Femi-ninos, a formação do Colé-gio Rosário, do Porto.

Depois de ter sido cha-mada para as seleções na-cionais de Portugal, nos

escalões de cadetes e ju-venis femininos, Bárbara Gomes abraça agora um novo desafio nas campeãs nacionais.

A atleta viseense é uma baixa importante na equi-pa do Cardes (Viseu), uma das formações mais repre-sentativas de voleibol fe-minino na região. MC

Liga 2 CabovisãoP J V E D GMGS

1 FC Porto B 13 5 4 1 0 7 32 Penafiel 11 5 3 2 0 5 13 Moreirense 10 5 3 1 1 12 34 Leixões 10 5 3 1 1 9 25 Sp. Covilhã 9 5 3 0 2 7 46 Tondela 9 5 3 0 2 8 87 SC Braga B 9 5 3 0 2 7 68 Chaves 9 5 3 0 2 6 109 Atlético CP 8 5 2 2 1 5 710Portimonense 7 5 2 1 2 8 511U. Madeira 7 5 2 1 2 5 512Benfica B 6 5 1 3 1 8 613Sporting B 6 5 2 0 3 4 714Marítimo B 5 5 1 2 2 3 415Desp. Aves 5 5 1 2 2 2 416Santa Clara 4 4 1 1 2 3 317Ac. Viseu 4 5 1 1 3 3 618Oliveirense 4 4 1 1 2 2 519Beira-Mar 3 5 0 3 2 6 920Trofense 3 5 0 3 2 3 521Feirense 3 5 0 3 2 2 622Farense 2 5 0 2 3 0 6

Desp. Aves 0-1 FC Porto BMarítimo B 0-0 FeirenseSC Braga B 3-2 Chaves

Penafiel 1-1 Benfica BLeixões 3-0 Sporting B

Portimonense 4-0 Atlético CPTrofense 1-1 Beira-Mar

Moreirense 0-1 UD OliveirenseTondela 2-1 U. Madeira

Sp. Covilhã 1-0 Ac. ViseuSanta Clara 2-0 Farense

Trofense - PenafielChaves - Sp. CovilhãFarense - Ac. Viseu

Oliveirense - TondelaFeirense - SC Braga B

U. Madeira - Marítimo BBeira-Mar - PortimonenseSporting B - Santa ClaraAtlético CP - Desp. AvesBenfica B - Leixões

FC Porto B - Moreirense

6ª Jornada

Camp. Nacional de Seniores - Serie D

P J V E D GMGS1 Lusitano 3 1 1 0 0 3 12 S. João Ver 3 1 1 0 0 3 13 Cinfães 3 1 1 0 0 2 04 Anadia 3 1 1 0 0 3 25 Lus. Lourosa 3 1 1 0 0 1 06 AD Grijó 0 1 0 0 1 2 37 Sp. Espinho 0 1 0 0 1 0 18 Bustelo 0 1 0 0 1 1 39 Estarreja 0 1 0 0 1 1 310Cesarense 0 1 0 0 1 0 2

Lusitano 3-1 BusteloEstarreja 1-3 S. João VerAnadia 3-2 AD GrijóCinfães 2-0 Cesarense

Sp. Espinho 0-1 L. Lourosa

1ª Jornada

Bustelo - Sp. EspinhoS. João Ver - Lusitano

AD Grijó - EstarrejaCesarense - AnadiaL. Lourosa - Cinfães

2ª Jornada

5ª Jornada

A paragem dos campe-onatos de futebol, devido aos compromissos da se-leção nacional, deixaria Académico e Tondela “de folga” este fim-de-sema-na, no entanto as equipas do distrito de Viseu opta-ram por antecipar os jo-gos da 7ª jornada (que de-

correriam no dia 18).Domingo, a bola rola

no estádio do Fontelo em Viseu, com o Académico a receber o Clube Desporti-vo de Chaves e o Tondela, no estádio João Cardoso, a defrontar o Feirense, num jogo carregado de simbo-lismo pelo caráter solidá-

rio que lhe está associado. A direcção do Tondela decidiu que a receita da partida vai reverter a fa-vor dos bombeiros das corporações de Tondela e Campo de Besteiros.

Na última jornada re-su ltados d i ferentes para as duas equipas. O

Académico foi à Covilhã perder por uma bola a zero e o Tondela ven-ceu, em casa, o União da Madeira, por duas bolas a uma. Ambas termina-ram o jogo com 10, de-vido a expulsão. Fausto, no Tondela, e Capela, no Académico, fora das op-

ções para este domingo.Jogadas as primei-

ras cinco jornadas, o Tondela está em 6º lu-gar, com nove pontos e o Académico ocupa, para já, a 17ª posição com qua-tro pontos.

Micaela Costa

Futebol

Académico e Tondela antecipam jogos

Futebol - Taça de PortugalSORTEIO DA 2ª ELIMINATÓRIA É NASEGUNDA-FEIRA

Segunda-feira, dia 9, é dia de sorteio para a Taça de Portugal. Depois de na primeira eliminatória da prova rainha do futebol português, Castro Daire e Sampedrense terem sido afastados da competição (Castro Daire perdeu 2-0 frente ao Fátima e Sampe-drense por 3-0 frente ao Sacavenense), chegou a vez das restantes equipas do distrito conhecerem os seus adversários.

Segunda eliminatória já com equipas da II Liga. Assim, Académico de Viseu e Tondela, além de Cinfães e Lusitano, que fi-caram isentos na primei-ra ronda, vão ficar a saber quem vão defrontar em mais uma ronda da Taça de Portugal. MC

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A Atleta viseense (em baixo, quarta da esq.) veste camisola do Colégio Rosário

DR

Liga 2 Cabovisão ∑ Receitas da partida dos tondelenses reverte para os bombeiros das corporações de Tondela e Campo de Besteiros

Jornal do Centro5 | setembro | 2013

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Page 30: Jornal do centro ed599

DESPORTO | ENTREVISTA

Deixou de jogar antes dos 30 anos para se tornar treinador. Perdeu-se um grande jogador ou ganhou-se um grande trei-nador?Acho que não se perdeu

um grande jogador, reco-nheço as minhas limitações e sabia que não poderia al-cançar muito mais como jo-gador. E, aliás, ser treinador sempre foi um sonho meu. Já tinha reunido as condi-ções mínimas para come-çar, inclusive no último ano em que joguei, treina-va ao mesmo tempo a equi-pa júnior do Sampedrense. No final do ano, a direção queria que eu ficasse como jogador mas eu disse que não. Optei por agarrar a carreira de treinador, ain-da joguei dois meses no Lu-sitano, mas quando o Sam-pedrense me convidou para treinar, não recusei.

Saiu do Sampedrense e vai treinar o Lusitano, que fez re-gressar aos nacionais, quase duas décadas após a última participação. Sente que já ganhou um lugar na história do clube?Quando alcançamos

grandes feitos obviamente que ficamos imortalizados na história do clube. Fica-rei eu, como treinador, mas sem dúvida que o grande feito se deveu aos jogado-res fantásticos que tínha-mos na época passada e ao espirito de sacrifício que ti-verem ao longo de todo o campeonato. Mas quem terá que ficar imortalizado são os jogadores, o treina-dor apenas se alia.

Considera-se um treinador da nova geração? Sente que o seu exemplo pode abrir portas à aposta em jovens treinadores e acabar com a ideia de que havia meia dúzia de “consagrados” que iam rodando entre os principais clubes?Na nossa região já se per-

deu um pouco isso. As dire-ções já começam a apostar na qualidade e na compe-tência dos treinadores jo-vens. Claro que não se põe em causa a competência e experiência dos treinadores mais antigos. Mas sem dúvi-da que houve um fenómeno muito grande, não só na re-gião, mas no país, quando apareceu o Mourinho e a partir daí surgem vários jovens treinadores, como André Villas-Boas, Domin-gos, Paulo Fonseca ou Le-onardo Jardim. Nesse mo-mento as direções viram que a escolha não estava só na maturidade e na expe-riência.

Que treinadores tem como referências?Já dizia Louis Van Gaal

que “O melhor treinador é o maior dos ladrões”. Ten-tamos beber umas ideias de uns e de outros, mas o importante é depois conse-guir aplicá-las e adequá-las às nossas ideias e aos nossos princípios. Sem dúvida que me baseei em grandes trei-nadores como Mourinho, André Villas-Boas, Leo-nardo Jardim, que trouxe-ram novidades na qualida-de de treino. Depois tenho

referências internacionais, como Pepe Guardiola, Lou-is Van Gaal e Alex Fergu-son.

E na região, tem referências?Eu tive alguns treinado-

res, e esses foram impor-tantes na minha evolução, ensinaram-me muito, o caso do Sérgio Nunes, Luís Almeida e do Silva, que foi meu treinador e com quem acabamos por ser campe-ões.

O Lusitano reforçou-se esta época com vários jogadores ex-académico e outros com experiência nos nacionais. É

um plantel que lhe dá garan-tias de uma época tranquila ou o objetivo vai além da manutenção?Queremos sempre mais,

temos é que saber onde estamos e que realidade é que temos, e a realidade do Lusitano é de uma equi-pa amadora que acabou de subir dos distritais para um campeonato nacional, onde muitas equipas, na sé-rie onde estamos inseridos, são quase todas profissio-nais ou semi-profissionais. Mas obviamente que tentá-mos criar uma equipa com qualidade para enfrentar-mos esta nova fase. As nos-

sas ambições passam por manter o clube nesta divi-são, esse é o principal ob-jetivo, mas se, aliado a isso, conseguirmos algo mais in-teressante, melhor, até por-que a minha ambição, alia-da à competência de quem tenho ao meu lado, está a trabalhar para isso.

Entrou no campeonato a ven-cer. Este é o espírito que quer transmitir?Entrar a vencer dá mais

confiança, agora temos que olhar para o futuro e perce-ber que não é sempre assim. Temos que continuar com a nossa humildade, espírito de equipa e jogar com or-gulho à camisola e dar tudo em campo, no fundo seguir o lema do Lusitano “juntos somos mais fortes”.

O Lusitano tem campo com relva natural, mas treinar e jo-gar no relvado nem sempre é possível. Essa limitação pode influenciar o rendimento da equipa? Influencia sempre, o ro-

lar da bola é diferente, o bater da bola é diferente, o pisar dos jogadores é dis-tinto.

Como é que isso se pode resolver?É muito difícil, porque

não temos campo sintéti-co. O Lusitano ao passar para competições profissio-nais depara-se com algu-mas dificuldades, tem pou-cos recursos e o estádio é do clube, não é camarário, todo o tratamento da relva, da manutenção é por con-

ta do clube. Ao contrário de outras equipas, como o Académico, não temos mais campos para treinar e claro que havendo melhor campo, o desempenho é melhor. Mas não tendo outra hipótese vamo-nos adaptando e aproveitando a experiência e polivalência dos nossos atletas.

O Lusitano tem equipas jo-vens nos nacionais. Na época passada teve uma equipa de juniores que ficou perto do título distrital e da subida. A integração de jogadores da formação na equipa principal é um objetivo?Para mim não faz sentido

que um clube que trabalha a formação de uma forma tão afincada não passe joga-dores das camadas juniores para a escalão senior. Foi uma exigência minha à di-reção para que isso aconte-ça, os jovens têm que sentir que se trabalharem podem integrar a equipa senior.

Desde que começou este novo desafio o que é que tem dito aos seus jogadores?Sobretudo tento passar

uma base de atitude, con-fiança. Há quatro fatores pelo qual eu me guio no mundo do futebol: ambi-ção, rigor, competência e paixão e em todos os jogos vou passando para os jo-gadores isso mesmo. Não somos profissionais, mas já que gastamos aqui tan-to tempo, mesmo de forma amadora, só temos é que dar o nosso máximo.

Micaela Costa

“Tentámos criar uma equipa com qualidade para enfrentarmos esta nova fase”

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Rui Cordeiro, treinador da equipa senior do Lusitano Futebol Clube, Viseu

Jornal do Centro5 | setembro| 2013

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Page 31: Jornal do centro ed599

culturas

“Antes fazíamos uma programação de gabar-dina, que nos resguarda-va dos pingos da chuva e raramente arriscávamos com produções. Desta vez, entramos em estreias que não só têm em conta os artistas mas a própria cidade”. Esta foi a melhor imagem encontrada pelo diretor-geral e de progra-mação do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, para apre-sentar a nova temporada do Teatro, com seis es-treias absolutas, anuncia-da na passada segunda-feira.“Para além de cumprir

todos os objetivos a que o Teatro se destina de-mos um passo maior, por-que apostámos numa coi-sa que nunca fizemos”, adiantou Paulo Ribeiro na apresentação da pro-gramação do último qua-drimestre do ano, ao assu-mir o “momento inédito” na medida em que nunca antes se tinha programa-do no Viriato “com uma plataforma tão alargada de estreias”.

Para Paulo Ribeiro é a consequência da cidade ser hoje “menos conser-vadora” e ter um público mais curioso, mais crítico

e mais exigente.“Terceira Idade, Uma

Comédia de Guerra” (4 e 5 de outubro), do Teatro Praga “Sangue na Guer-ra/Guelra/Guerra” (11 e 12 de outubro) de Fernando Giestas e “Vissaium” (19 e 22 de outubro) uma pro-dução com direção de Ma-ria Gil que se faz a partir de Viseu são as três pri-meiras estreias do Teatro Viriato. Depois, no âmbi-to da plataforma de dança New Age, New Time es-treiam “Solo Para Leonor”, de Tânia Carvalho (16 de novembro), “Criação em Tempos Difíceis”, de Paulo Ribeiro (23 de novembro, a confirmar) e “Ficar no Sil-gelo”, de Clara Andermatt (13 e 14 de dezembro).

Paulo Ribeiro destacou também na programação a repetição da mostra “New Age, New Time”, uma pla-taforma de dança que dá a conhecer as “linguagens muito próprias” dos core-ógrafos portugueses.“No ano passado foi mui-

tíssimo interessante. Não só a população respondeu muito bem, como tivemos imensas pessoas, progra-madores, que até se deslo-caram do estrangeiro para vir acompanhar o traba-lho destes portugueses”, sublinhou.

O espetáculo de teatro “O grande salão”, de Mar-tim Pedroso vai abrir a tem-porada a 20 de setembro.

Emília Amaral

D Palco Livres na reta fi nalA iniciativa Palcos Livres que tem animado o centro histórico de Viseu às sextas-feiras e aos sábados termina dia 7, com um concerto de música do mundo de Guto Pires (Guiné Bissau), às 23h00, no Palco 4 Esquinas. Mas a próxima sexta-feira e sábado propõem ainda vários espetáculos em diferentes palcos.

roteiro cinemas Estreia da semana

O Mordomo – Traça as mudan-ças dramáticas que abalaram a so-ciedade Americana, desde o mo-vimento pelos Direitos Civis, até à Guerra do Vietname, e a forma como essas mudanças afetaram a vida e a família deste homem.

VISEUFORUM VISEUSessões diárias às 14h15,16h40, 18h50Fuga do Planeta Terra 2D VP (M6)

Sessões diárias às 1h00, 23h30* Kick – Ass 2 Agora é a doer(M16) (Digital)

Sessões diárias às14h00, 16h30, 19h00, 21h30, 00h00* Elysium (CB) (Digital)

Sessões diárias às14h30, 16h50, 19h10, 21h40,

23h50* A Gaiola Dourada(M12) (Digital)

Sessões diárias às 13h40, 16h00, 18h20Gru O mal disposto 2 2D VP (M6)

Sessões diárias às 21h20, 00h10 ( 6ª e Sáb.)Dá & Leva (M16)

Sessões diárias às 13h50, 16h10, 18h30Aviões VP (M6) (Digital)

Sessões diárias às21h10, 00h30* Mestres ilusão (CB)

(Digital)

Sessões diárias às14h40, 17h00, 19h20, 21h50, 00h10* R.I.P.D. - Agentes do outro Mundo(M12) (Digital)

PALÁCIO DO GELOSessões diárias às 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10* Armas Perigosas (M12)

Sessões diárias às 15h00, 18h00, 21h10, 00h05* O Mordomo(M12Q) (Digital)

Sessões diárias às 11h10*(*Dom.), 14h30, 16h45, 19h00 Aviões VP(M6) (Digital)

Sessões diárias às 21h50, 00h20* RPG(M16) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h35, 19h10, 21h40, 00h30* Trip de Família(M16) (Digital)

Sessões diárias às 11h00*(*Dom.), 13h40, 16h10, 18h30*

Os Smurfs 2 VP(M6) (Digital)

Sessões diárias 21h00, 23h30* One Direction - This Is Us(M6) (Digital 3D)

Sessões diárias às11h20*(*Dom.), 14h10, 16h25, 18h45, 21h20, 23h45* A Gaiola Dourada(M12) (Digital)

Legenda: *sexta e sábado; **exceto sexta e sábado

expos Destaque Arcas da memóriaRua Formosa. Aquilino Ribeiro

e um chão de memórias

Quase sobre a véspera da implantação de uma estátua, em Viseu, homenagem de há muito requerida, a Aquilino Ribeiro, vem ao caso evocar algumas das memórias do escritor para justificar o lu-gar escolhido para a mesma, a Rua Formosa. Que, da cida-de, são muitas as memórias que Aquilino deixou. Que ele por aqui estanciou nos tempos da irrequieta juven-tude, estudante de Filosofia a preparar-se com explicações para o exame, aqui o retive-ram pelo tempo de pouco mais de um mês, prisionei-ro, aqui volta depois de um segundo exílio. Mil vezes aqui voltou nas idas e vindas, ao passar para Soutosa, aqui descia bastas vezes e a afei-ção pela cidade que por si é demonstrada tem eco pro-fundo no encontro demo-rado com amigos, nos tex-tos numerosos que podem compendiar-se em muitos dos seus livros, mais exten-sos nas “Arcas Encoiradas” onde dá mais funda razão da história da cidade antiga, em-penhado que também ele se sentia em tornar Viseu cida-de nova. De amigos se fala que passavam palavra quan-do o Mestre vinha e é voz que era ali que se juntavam, na Rua Formosa. Abria-lhe as portas o Mário Matos, “Pi-rolito” de alcunha que vinha já de longe, quase se tornava nome de família.

Mário Ferreira Matos, al-faiate de gabarito que fizera sua aprendizagem em Lon-dres e que das modas de

Paris se apropriava nas via-gens que fazia, herda de seu pai a oficina que por mais de meio século se manteve na Rua Formosa antes de transi-tar para seu último pouso na Avenida Gulbenkian onde vem a fechar, sem novos her-deiros do ofício. Mário Ma-tos, porte fidalgo, diligente participante de actividades cívicas na urbe, reúne à sua volta, numa franca cama-radagem, distintas figuras das elites locais e são algu-mas destas figuras que irão constituir o emblemático grupo que rodeará Aquili-no Ribeiro sempre que este vem à cidade com a neces-sária demora. Arnaldo Ma-lho, Moreira de Figueiredo, Gilberto de Carvalho, Pinto de Campos e tantos mais se-rão dos mais assíduos junto à franqueada porta da alfaia-taria onde Aquilino talhara sua primeira véstia em 1923 e tão de feição lhe caíra que irá manter-se fiel à oficina do amigo até finais da sua vida, mais de quarenta anos pas-sados. A composição do mo-numento que eternizará no bronze o acolhedor gesto do escritor no seu gabinete de escrita assinalará o lugar, o vizinho lugar desse velho es-tanciar de Aquilino no chão da Rua Formosa, que jamais, a partir de agora, permane-cerá igual.

Alberto CorreiaAntropólogo

[email protected]

Seis estreias na novatemporada do Teatro ViriatoNovidade ∑ Paulo Ribeiro admitiu que os viseenses estão mais curiosos para verem aquilo que não conhecem

VISEU

∑ Multiusos da Feira de S.

Mateus

Até 22 de setembro, XVIII

Salão Internacional de Ban-

da Desenhada do GICAV.

VISEU

∑ Galeria de Exposições

do IPDJ

De 2 a 27 de setembro,

exposição de pintura de

Daniel Barreiros “Metamor-

phósis”.

RESENDE

∑ Museu Municipal

Durante o mês de setem-

bro, exposição de fotografia

“Sensibilidades” da autoria

de Eduardo Pinto.

SANTA COMBA DÃO

∑ Casa da Cultura

Até 7 de setembro, expo-

sição fotográfica “A Flor

da Pele”, de Alexandre

Sampaio.

TONDELA

∑ Mercado Velho

Setembro, exposição de fo-

tografia “Olhares”, o mais

recente projecto de

Fernando Costa.

A “O grande salão” abre a temporada a 20 de setembro

Emíli

a A

mar

al

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culturasD Festas populares de Nossa Senhora do Viso

O Vicariato de Nossa Senhora do Viso, em Viseu vai realizar as Festas Populares nos dias 6, 7 e 8. O evento começa com Noite de Fados, no salão polivalente da Igreja de Nª. Senhora do Viso, às 21h00. O objetivo é estabelecer uma maior relação social entre os habitantes dos bairros do Viso Norte, Viso Sul e de Santa Eugénia.

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O som e a fúria

“Jobs” é uma oportunidade

falhada

Sabemos que na déca-da de 70 foi inventado o Mac pela mão de Ste-ve Jobs e que este dei-xou este mundo há qua-se dois anos. O que nós não sabíamos é que era possível fazer um fil-me tão foleiro sobre a vida de um dos empre-sários mais bem-suce-didos do mundo que, a par do seu rival e amigo de longa data Bill Gates, conseguiu mudar radi-calmente o mundo em-presarial e o ramo tec-nológico graças a pro-dutos tão inovadores e avançados, como o Ipod ou o Iphone. É por isso que “Jobs” (2013), reali-zado por Joshua Micha-el Stern, é uma oportuni-dade perdida.

Pensará o leitor que esta pseudo crítica ciné-fila anda mais uma vez a ver “intelctualóidices” e não consegue aceitar como bom um filme co-mercial sobre uma per-sonalidade que tanto caiu no goto no mun-do Ocidental. Bom, em minha defesa, o próprio Steve Wozniak, cofunda-dor da Apple e uma das pessoas mais próximas de Jobs, compareceu na estreia do filme e saiu da sessão com duras críti-cas à representação de Jobs a cargo de Ashton Kutcher. Concordará comigo quando digo que Kutcher é um actor fra-co. Parece que Kutcher fez um enorme esforço para “entrar” na perso-nalidade que se propu-

nha representar, decidiu até seguir a mesma dieta de Jobs, à base de frutas, e acabou por ser hospita-lizado poucos dias antes das filmagens. Mas sus-peito que muito do que há de errado no filme veio da própria visão que Ashton tem de Jobs, cuja real per-sonalidade nunca parece vir ao de cima. Seria me-lhor um actor como Guy Pearce ou Sam Rockwell para representar todas as complexidades do perso-nagem sem, no entanto, as descrever verbalmen-te. Mas creio que isto está além das capacidades de Kutcher. Por isto, o filme torna-se mais num tra-balho cronológico sobre a Apple e o advento dos computadores pessoais do que sobre o homem que Jobs foi.

Concordo, porém, que a culpa não pode ser toda atribuída ao desinspirado e desesperante desempe-nho de Kutcher. Acresce-lhe um guião sem ideias e uma direcção sem gran-de valor. Falta nesta tela aquele espírito combativo característico das gran-des cinebiografias de Hollywood; falta paixão, magnetismo, emoção (po-sitiva e negativa) e um tra-balho de câmara imagina-tivo. Por exemplo, não se compara com “A Rede Social”, de David Fincher, uma outra cinebriografia de um geek tecnológico que mudou o mundo com um produto tecnológico. Enfim, uma oportunidade perdida, é o que é!

Maria da Graça Canto Moniz

A obra do artista plástico viseense, Paulo Medeiros volta a Taiwan para parti-cipar na exposição coleti-va International Tsai-mo Hat Art Exhibition em Da Dun Cultural Center of Tai-chung City, entre 14 de se-tembro e 2 de outubro, onde vão estar patentes trabalhos de artistas de todo o mundo, e Portugal estará represen-tado através da obra de dois artistas nacionais.“A oportunidade de expor

em Taiwan surgiu quando comecei a trabalhar com a galeria O+O sedeada em Valência (Espanha) que tem muitos projetos em várias partes do mundo”, adianta Paulo Medeiros ao expli-car que um dos objetivos é “cruzar o Oriente com o Ocidente”.

Para o artista plástico que aos 12 anos veio de Moçam-bique para Viseu já com a paixão de pintar “é sempre gratificante saber que al-guém lá tão longe dá valor ao que se faz” e admite ser

“mais um canal” para mos-trar a obra: “É um espaço onde está gente de muito lado e estão representadas várias culturas, portanto, ao sabermos que Portugal está também representado com um trabalho que é nosso sa-bem muito bem”.

A coletiva de Taiwan atri-bui a cada exposição anual um tema específico em que os participantes terão de li-mitar as suas obras. Este ano foi escolhido o cha-péu como tema base. Paulo Medeiros usou uma técni-

ca mista e pintou uma tela de dois metros por metro e meio.

“O trabalho que fiz foi à base de colagem em que fui buscar padrões da nos-sa cultura como o galo de Barcelos, os bordados do Minho... e apliquei na com-posição. Vê-se o nacional e o tema chapéu com vários esquemas de montagem: São momentos especiais em que só tenho pena de não poder contactar dire-tamente [com a exposição]”, completa.

A tranquilidade das pa-lavras é transportada para os seus trabalhos, que apre-sentam temas transversais. O próprio reconhece que tudo o que o rodeia o ins-pira: “Qualquer pormenor, as vivências das pessoas, o

nosso espaço, momentos inte-ressantes da cidade como foi a chegada dos chineses, é tudo”.

“Ainda não perdi a espe-rança de ver nascer uma bienal [em Viseu]. Paulo Medeiros, de 48 anos, técni-co do Instituto Politécnico de Viseu faz das artes plás-ticas a sua segunda ativida-de desde 1989. Tem partici-pado em exposições indivi-duais e coletivas de norte a sua do país e no estrangeiro

“de Itália ao Brasil”, os seus trabalhos estão expostos por várias instituições, par-ticipou em diversas bienais como a de Vila Nova de Cerveira há dois anos, mas em Viseu “contam-se pelos dedos de uma mão” os con-vites para expor os seus tra-balhos, e é por isso que se junta ao grupo dos que con-

sideram que “a cidade trata mal os artistas da terra”.“Viseu é capaz de ser a

única capital de distrito que conheço que não tem um espaço público para expor os trabalhos do artista da terra. Eu não condeno que se exponha em cafés, ba-res ou em outros espaços comerciais, mas Viseu de-via ter um centro cultural”, adianta Paulo Medeiros que tem um sonho: “ainda não perdi a esperança de um dia ver nascer nesta terra uma bienal. Há muitos anos que se anda a falar nisso, mas é necessário dar o pontapé de saída, porque a cidade me-rece e tem que ser uma coisa que envolva todas as institui-ções nomeadamente de ou-tros concelhos do distrito”.

Emília Amaral

Artista de Viseu vai representar Portugal em TaiwanColetiva∑ Paulo Medeiros considera “gratificante” estar numa exposição onde se cruzam o Oriente e o Ocidente

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em focoNo passado domingo a cidade de Viseu recebeu mais um encontro das tão co-

nhecidas 4L. Pelas ruas da cidade passearam vários amantes desta carrinha que é um ícon do mundo automóvel.

Viseu invadida por 4LMangualde está em festa desde o passado sábado, dia 31 de agosto. O programa re-

pleto de animação prolonga-se até ao próximo domingo, dia 8. Milhares de aprecia-dores provaram as melhores sopas da região na IV edição do «Festival de Sopas de Mangualde» e assistiram aos espetáculos de mais uma edição das festas da cidade.

Milhares nas festas de Mangualde

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em foco

Decorreu no passado fim-de-semana o evento All Day Palace. Durante 24 horas São Pedro do Sul foi a capital do BTT com vários concorrentes a percorrer um percurso de 5,22km, em circuito fechado.

All Day Palace trouxe bicicletas a São Pedro do Sul A “VINDOURO – Festa Pombalina”, que terminou no passado fim de semana, em São João da Pesqueira, atraiu

mais público em comparação com as passadas edições. A Câmara Municipal de São João da Pesqueira, que orga-niza o evento, faz um balanço muito positivo e regista a grande afluência de público que a generalidade das ações do programa registou. A emissão do programa “Aqui Portugal”, da RTP 1, conduzida sábado por Sónia Araújo e Hélder Reis, em direto de S. J. da Pesqueira, foi a emissão mais vista do programa, desde o início do ano, com mais de 520.000 espetadores.

Vindouro - Festa pombalina” atraiu mais público na 11ª edição

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saúdesaúde e bem-estarDelegação de Viseu da Liga Portuguesa Contra o Cancro inaugurada hoje

É i n a u g u r a d o e s t a quinta -feira, d ia 5 o Gabinete de Higiene e Saúde da Câmara Mu-nicipal de Viseu e da delegação de Viseu da Liga Portuguesa Con-tra o Cancro.

Os dois equipamen-to s f a z e m p a r te d o pr o j e to au t á rq u ic o Viseu em Movimen-to - Gerações Saudá-veis e vão funcionar no primeiro andar do edifício Solar dos Pei-xotos.

Quanto à delegação

de Viseu do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa con-tra o Cancro (LPCC) a Liga já tinha anun-ciado em maio a aber-tura deste novo servi-ço, acrescentando na ocasião que o espaço vai servir para juntar os vários serviços da Liga.

Trata-se da segunda delegação na região Centro, tendo a pr i-meira aberto portas em Aveiro, há cerca de dois anos . Até ao

f inal do ano a LPCC p r e t e n d e a b r i r d e -legações em gra nde parte das capitais de distrito da zona cen-tro.

Em Aveiro, o espa-ço foi cedido pela Mi-sericórdia e em Viseu é cedido pela Câmara Municipal”.

A d e l e g a ç ã o d e Viseu vai contar com o contributo do Mo-vimento Viver e Ven-cer, const ituído por um grupo de voluntá-rias que já sofreram

de cancro de mama e agora dão apoio a ou-tras mulheres que pas-sam pelo mesmo.

O presidente da Câ-mara de Viseu, Fernan-do Ruas, disse aos jor-nalistas que a cedência do espaço é uma deci-são que lhe “agrada de sobremaneira”,por ser “um bom serviço, numa área tão sensível”, ao destacar o papel de pre-venção que será presta-do naquele espaço.

Emília Amaral

Solar dos Peixotos∑ Equipamento partilha espaço com Gabinete de Higiene e Saúde da Câmara Municipal

A Delegação vai ser apoiada por grupo de voluntariado

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SAÚDE

Tratamos-lhe da Saúde... Todos os dias!Apresente os seus serviços aos nossos leitores

EM CASO DE INTOXICAÇÃO

chamada local808 250 143

800 202 669ANGÚSTIA, SOLIDÃO E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

SOS VOZ AMIGA

CHAMADA GRÁTIS

Ginásio leva crossFit a Santa Comba Dão

O Ginásio FG em Santa Comba Dão abre a pró-xima época com uma nova modalidade até ago-ra não praticada em San-ta Comba Dão. O progra-ma de treino de força e de condicionamento físico crossFit está disponível naquele espaço de saúde e bem-estar.

O crossFit tem como fi-nalidade melhorar a capa-cidade física de qualquer pessoa.

No ginásio estão igual-mente disponíveis diver-sas aulas de grupo como o cycling, o step, a aeróbica, a bola suíça, a manuten-ção, a musculação ou o

squash.O Ginásio FG encontra-

se aberto ao público duran-te a semana entre as 9h00

e as 12h30 e das 16h00 às 22h00. Aos sábados fun-ciona das 9h00 às 13h00 e das 15h00 às 20h00.

Programa ∑ Treino de força com a finalidade de melhorar a capacidade física

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ALBUFEIRA DE MOIMENTA RECEBE CLASSIFICAÇÃO DE SONA BALNEAR

A albufeira de Vilar, em Moimenta da Beira rece-beu a classificação de zona balnear ou praia fluvial pela primeira vez, quase meio sé-culo depois de ter surgido, em 1965. Segundo a Câmara Municipal o estatuto atribu-ído pelo Ministério da Agri-cultura, do Mar, do Ambien-te e do Ordenamento do Ter-ritório foi conseguido na “na sequência da construção da barragem de Vilar, naquele troço do rio Távora”. A área da praia fluvial (zona de ba-nhos) ocupa toda a margem da atual zona de recreio e lazer da albufeira, junto à pedreira. A época balnear decorre até 15 de setembro, sempre sob a vigilância de elementos do corpo ativo dos bombeiros voluntários. A Câmara delimitou, com boias, a área de água do rio, para melhor perceção dos banhistas, e requalificou o espaço em terra com equipa-mentos desportivos. EA

SERVIÇOS> Cuidados de Higiene e Conforto;

> Acompanhamento 24h;

> Fisioterapia e Reabiltação Geriátrica;

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Licença de funcionamento

nº 05/2013

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CLASSIFICADOS

Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de São Pedro do SulRua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170

e-mail: [email protected]

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de em-prego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

EMPREGO

Ajudante de cozinhaRef. 588069128 – São Pedro do SulPretende-se ajudante de cozinha.

Cozinheira/o

Ref. 588125974 – São Pedro do SulPretende-se cozinheira com experiência.

Empregado de mesaRef. 588108766 – São Pedro do Sul

Pretende-se ajudante de cozinha.

SoldadorRef. 588125836 – Oliveira de FradesPretendem-se jovens com o 12º ano, nível

Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu. Serviço de Emprego de ViseuRua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460

e-mail: [email protected]

PedreiroRef. 588120569 - Tempo Completo - Viseu

CanalizadorRef. 588140707 – Tempo Completo – Viseu

CozinheiroRef. 588140270 Tempo Completo – Viseu

Ajudante CozinhaRef. 588142162 - Tempo Completo - Mangualde

CozinheiroRef. 588142268- Tempo Completo – Mangualde

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CLASSIFICADOS

OBITUÁRIOJoaquim Clemente Rodrigues, 79 anos, casado. Natural e residente em Casal da Torres, Currelos. O funeral realizou-se no dia 26 de agosto, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Currelos.

Rosa Borges da Cunha Dias, 78 anos, casada. Natural e residen-te em Pinheiro. O funeral reali-zou-se no dia 27 de agosto, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Papízios.

Ana Pereira Sousa Abrantes, 75 anos, casada. Natural e residente em Cabanas de Viriato. O funeral realizou-se no dia 30 de agosto, pelas 18.00 horas, para o cemi-tério local.

Cátia Pereira Dias, 20 anos, soltei-ra. Natural e residente em Carre-gal do Sal. O funeral realizou-se no dia 31 de agosto, pelas 11.00 horas, para o cemitério de Currelos.

Daniel Alexandre Jesus Antunes, 31 anos. Natural e residente em Currelos. O funeral realizou-se no dia 3 de setembro, pelas 18.00 ho-ras, para o cemitério local.

Agência Funerária São BrásCarregal do Sal Tel. 232 671 415

Augusto Carvalhal, 92 anos, casa-do. Natural e residente em Custe-lhão, Castro Daire. O funeral rea-lizou-se no dia 29 de agosto, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Castro Daire.

Adília Ferreira Domingos, 96 anos, solteira. Natural e residente em Baltar de Baixo, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 31 de agosto, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Castro Daire.

Ag. Fun. Amadeu Andrade & Filhos, Lda.Castro Daire Tel. 232 382 238

Maria Cidália, 93 anos, viúva. Re-sidente em Corujeira, Cambra. O funeral realizou-se no dia 24 de agosto, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Cambra.

Paulo Jorge Laranjeira Fernandes, 40 anos. Residente em Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 26 de agosto, pelas 18.00 ho-ras, para o cemitério local.

José Ferreira da Silva, 80 anos, vi-úvo. Residente em Oliveira de Fra-des. O funeral realizou-se no dia 28 de agosto, pelas 18.00 horas, para o cemitério local.

Maria Camila Fernandes, 79 anos, viúva. Residente em Oliveira de Frades. O funeral realizou-se no dia 3 de setembro, pelas 17.30 ho-ras, para o cemitério local.

Ag. Fun. Figueiredo & Filhos, Lda.Oliveira de Frades Tel. 232 761 252

Ana Violante Soares, 88 anos, vi-úva. Residente em Viseu. O fune-ral realizou-se no dia 26 de agosto, pelas 16.00 horas, para o cemité-rio velho de Viseu.

Ilda dos Santos Pinheiro, 79 anos, viúva. Residente em Pascoal. O fu-neral realizou-se no dia 3 de se-tembro, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Pascoal.

Agência Funerária AbílioViseu Tel. 232 437 542

Albertina de Jesus Soares, 82 anos, viúva. Natural e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 27 de agosto, pelas 16.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Henr ique José Morei ra de Figueiredo y Torres, 53 anos, casa-do. Natural de Viseu e residente

em Ranhados. O funeral realizou-se no dia 29 de agosto, pelas 14.30 horas, para o crematório de Viseu.

Adelino Coelho Lopes, 62 anos, ca-sado. Natural de Viseu e residente em Prime. O funeral realizou-se no dia 1 de setembro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Prime.

Agência Funerária D. DuarteViseu Tel. 232 421 952

Alzira Soares Mota, 64 anos, ca-sada. Residente em Póvoa da Me-dronhosa, São Salvador. O fune-ral realizou-se no dia 21 de agosto, pelas 15.00 horas, para o crema-tório de Viseu.

Zulmira Amara, 84 anos, casada. Residente em Vasconha, Queirã. O funeral realizou-se no dia 21 de agosto, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Queirã.

Clotilde de Jesus Pedro, 77 anos, casada. Residente em Travanca de Bodiosa. O funeral realizou-se no dia 21 de agosto, pelas 18.30 ho-ras, para o cemitério de Bodiosa.

Maria Pereira da Silva, 96 anos, casada. Residente em Vila Chã de Sá. O funeral realizou-se no dia 21 de agosto, pelas 18.30 horas, para o cemitério local.

Maria da Trindade, 91 anos, viúva. Residente em Bodiosa. O funeral re-alizou-se no dia 23 de agosto, pelas 10.30 horas, para o cemitério local.

José Lopes da Costa, 58 anos, ca-sado. Residente em Viseu. O fune-ral realizou-se no dia 24 de agosto, pelas 16.30 horas, para o cemité-rio novo de Viseu.

Maria Alice Nelas, 80 anos, soltei-ra. Residente em Repeses. O fune-ral realizou-se no dia 24 de agosto, pelas 18.30 horas, para o cemité-rio novo de Repeses.

Hélder Gonçalves dos Santos, 59 anos, casado. Residente em Bar-beita. O funeral realizou-se no dia 30 de agosto, pelas 17.30 horas, para o cemitério local.

José Manuel Brites Agostinho, 73 anos. Residente em Viseu. O fu-neral realizou-se no dia 1 de se-tembro, pelas 10.30 horas, para o cemitério velho de Viseu.

Humberto Liz, 84 anos, casado. Residente em Viseu. O funeral re-alizou-se no dia 1 de setembro, pe-las 15.00 horas, para o cemitério velho de Viseu.

Maria de Jesus, 83 anos, viúva. Na-tural de Abraveses e residente em Moure de Carvalhal. O funeral re-alizou-se no dia 1 de setembro, pe-las 19.00 horas, para o cemitério de Moure de Carvalhal.

Ag. Fun. Decorativa Viseense, Lda.Viseu Tel. 232 423 131

Faleceu em Viseu Henrique José Moreira de Figueiredo y Torres, arquitecto.

Nascido em 1959, foi casado com Francis-ca Pais da Costa Vasconcelos Peixoto e pai de Henrique Maria Vasconcelos Pei-xoto y Torres e Francisco Maria Vascon-celos Peixoto y Torres.

O Jornal do Centro e todos os seus cola-boradores manifestam a profunda expressão do seu pesar.

Faleceu em Cascais Cecília Maria Loja e Silva da Rocha Pereira, tesoureira das Fi-nanças Públicas.

Nascida em 3 1 - 08 -1947, fa lecida a 30 -08-2013 , foi casada com Augusto da Ro-cha Pereira, tesoureiro da Fazenda Públi-ca de Cascais, aposentado e pai de Filipe Augusto Silva da Rocha Pereira e Bru-no Miguel Silva da Rocha Pereira . Era cunhada do director do Jornal do Centro.

O Jornal do Centro e todos os seus cola-boradores manifestam a profunda expressão do seu pesar.

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clubedoleitorDEscreva-nos para:

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: [email protected] As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

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SUDOKU

DIFERENÇAS (DESCUBRA AS 10 DIFERENÇAS)

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HÁ UM ANO

EDIÇÃO 547 | 7 DE SETEMBRO DE 2012

∑ Novo Hospital de Lamego - Uma ansiada realidade em diferentes perspectivas

∑ “O museu do Caramulo foi dos primeiros a abrir ao público na Europa” (Tiago Patrício Gouveia)

∑ “Estamos com a cidade rodeada de fogos o que prova que a política florestal falhou” (Francisco Louçã)

∑ Viseu no mapa dos maiores incêndios registados este ano no país

∑ PS quis saber quem pagou Jardins Efémeros

∑ Futuro da restauração discutido em Viseu

Tel: 232 420 850

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| Telefone: 232 437 461 · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 Repeses - Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt |

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UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> EDUCAÇÃO

> SUPLEMENTO

> ECONOMIA

> DESPORTO

> CULTURA

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETOR

Paulo Neto

Semanário

7 a 13 de setembro de 2012

Ano 11

N.º 547

1,00 Euro

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Nun

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Novo acordo ortográfico

A grande festa dos Clássicos | páginas 8 e 9

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Caramulo

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O TRIGO LIMPO É FINANCIADO POR

APOIOCOPRODUÇÃO MUSICALUMA PRODUÇÃO DO

APOIO NA DIVULGAÇÃO PROMOTOR LOCAL

PARCERIA

FESTIVAL EQUESTRE Feira de São MateusFeira de São Mateus

Centro Hípico de Viseu

7 e 8 de Setembro de 2013

Dia 7 ( Sábado)Passeio Equestre

�� 9.oo - Encontro de cavaleiros �� 9.30 - Saída do Centro Hípico de Viseu �� 12.30 - Chegada ao C. H. V. �� 13.30 - Almoço no C. H. V.

Dia 8 (Domingo)Prova de obstáculos Manhã 9.30 - Inicio das Provas

�� Varas no Chão �� Prova de 50 cm �� Prova de 80 cm �� Prova de 1 m

Tarde 15.00 - Inicio das provas

�� Prova de 1,10 m �� Prova de 1,20 m

APOIO INSTITICIONAL : ORGANIZAÇÃO :

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Depois do triste inci-dente que abalou a Serra do Caramulo, este fim-de-semana o Motorfestival volta a devolver a alegria que é caracteristica por aquela região.

A organização já afir-mou que está garantida a segurança do espaço para a realização do evento e vai oferecer 3000 árvo-res para ajudar na reflo-restação da Serra.

O Caramulo Motor-festival, um dos mais re-conhecidos eventos de-dicados aos automóveis e motociclos clássicos e desportivos, decorre en-tre os dias 7 e 8. Do pro-grama fazem parte várias atividades que combi-nam a competição, ações lúdicas e turísticas.

A Rampa do Caramulo (pontoável para o Cam-peonato de Portugal de Montanha), conta este

ano com mais de 80 auto-móveis históricos (55 nas categorias de velocidade e de regularidade, e 28 no Campeonato de Portugal de Montanha). O percur-so da Rampa, sinuoso e bem asfaltado, tem uma extensão de 2,8 kms.

O Rally Histórico Lu-so-Caramulo, o passeio histórico Viseu-Cara-mulo, a colecção de au-tomóveis, motociclos, velocípedes e miniatu-ras do Museu do Cara-mulo, a feira de auto-mobilia, a concentra-ções de automóveis e motociclos clássicos, o

passeio de Ferraris são outras das muitas ati-vidades que o evento disponibiliza ao longo dos três dias.

Várias pilotos, artistas e músicos apaixonados por veículos de duas, ou quatro rodas , também vão marcar encontro no Caramulo Motorfesti-val. Rui Veloso, o pai do rock português é umas das figuras que vai subir a Rampa do Caramulo ao volante de um clássi-co Citroën DS “Boca de sapo”.

Micaela Costa

JORNAL DO CENTRO5 | SETEMBRO | 2013Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

Hoje, dia 5 de setembro, aguaceiros. Temperatura máxima de 27ºC e mínima de 17ºC.Amanhã, 6 de setembro, aguaceiros. Temperatura máxima de 19ºC e mínima de 11ºC.Sábado, 7 de setembro, aguaceiros. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 8ºC.Domingo, 8 de setembro, chuva moderada. Temperatura máxima de 18ºC e mínima de 10ºC.Segunda, 9 de setembro, chuva moderada. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 11ºC.

tempo

Sábado, 7Vouzela∑ O projeto AnimaSénior da Câmara Municipal de Vouzela vai promover, o passeio anual sénior a Fátima e à praia da Nazaré.

Lamego∑ Quarta Marcha e Corrida da Mulher Duriense, a partir das 10h30, no Parque Isidoro Guedes (Alameda).

Domingo, 8Lamego∑ Dia da Nossa Senhora dos Remédios com a majestosa Procissão de Triunfo em que os andores são armados sobre carros puxados por juntas de bois, às 16h00, a partir da Igreja das Chagas.

Carregal do Sal∑ Iniciativa Zumbathon, às 10h00, no Estádio Nossa Senhora das Febres com as modalidades de zumba e zumba kids. As receitas revertem a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Viseu ∑ 32ª Meia Maratona de Viseu, organizada pela associação “Os Ribeirinhos”, às 10h00.

Olho de Gato

Joaquim Alexandre [email protected]

1. Na semana passada, tratou-se aqui da parte visí-vel do iceberg das autárquicas: as “ideias”, as “listas” e a “comunicação” dos candidatos, isto é, tratou-se dos factores que eles controlam. Há uma parte escondida desse iceberg que nenhum dos candidatos controla: a política nacional.

No fim do mês, o eleitorado vai ter a primeira opor-tunidade para dizer o que pensa dos dois anos do go-verno PSD-CDS. É verdade que a “rua” tem falado: faz um ano em 15 de Setembro, a multitude do “Que se lixe a troika!” demoliu a TSU-tira-aos-trabalha-dores-para-dar-aos-patrões. É verdade que as sonda-gens mostram um afundamento da popularidade do governo. Só que a “rua” e as sondagens não contam. Já o que as pessoas vão dizer nas eleições autárqui-cas conta. Vai ou não vai haver um cartão amarelo a Pedro Passos Coelho?

António José Seguro errou ao ter apostado tudo no divórcio entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Em devido tempo, chamou-se aqui a esse erro “deri-va estratégica”. O líder do PS tem agora três semanas para mostrar se, politicamente, vale alguma coisa.

Vamos ter três semanas de manobras de informa-ção e contra-informação. Muita aldrabice. Muita ver-dade. O costume. Depois do último chumbo do tri-bunal constitucional, quando é que Paulo Portas vai pintar de verde a célebre “linha vermelha” da TSU dos reformados, para todos e não só para os reforma-dos da função pública?

2. Uma aldeia tem um largo. Uma cidade tem mui-tos.

Embora menos kitsch e parola agora com José Moreira, mesmo assim a Feira de S. Mateus sempre procedeu como se Viseu fosse uma aldeia e que aque-le certame fosse “o” largo da cidade. Não é. Era só o que faltava que fosse.

É por isso que não surpreende o sucesso dos “Pal-cos Livres”, bem concebidos e bem organizados pela Zunzum, e que, nos fins-de-semana, têm enchido de gente vários largos do centro histórico de Viseu.

http://twitter.com/olhodegatohttp://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

O iceberg

Evento ∑ Organização oferece 3000 árvores à Serra do Caramulo

agenda∑

A Rui Veloso é uma das figuras que vai subir a Rampa do Caramulo

Motorfestival realiza-se este fim-de-semana no Caramulo

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∑ O raríssimo Ferrari 225 Sport Spider Vignale de 1952, que foi conduzido pelo lendário piloto Vasco Sa-meiro durante a época de 1952, onde brilhou nos Cir-cuitos da Boavista, Vila Real e Vila do Conde, é a es-trela desta edição. A última vez que este automóvel pisou solo Português foi em 1954.

Estrela desta edição

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