Jornal Bem Estar Zona Sul Julho 2011

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As crianças cujos senmentos não são reconhecidos se sentem solitárias. Seus senmentos são sua essência, e se eles não são aceitos, a criança também se sente rejeitada. CRIANÇAS SOLITÁRIAS CRIANÇAS SOLITÁRIAS RECICLAGEM Quando a embalagem deixa de ser a vilã do lixo e vira prêmio! DICAS DE BELEZA As mãos são muito utilizadas. Por isso merecem bons cuidados. FIQUE ALERTA Álcool provoca mais prejuízos que crack, heroína e maconha! JORNAL DE COLEÇÃO • Ano 3 • nº 34 • JULHo 2011 • 10.000 ExEmp. • TEL. (51) 3268.4984 • ZONA SUL D i s t r i b ui ção gr a t u i t a

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Jornal Bem Estar Zona Sul Julho 2011

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As crianças cujos sentimentos não são

reconhecidos se sentem solitárias.

Seus sentimentos são sua essência, e se eles

não são aceitos, a criança também se

sente rejeitada.

CRIANÇAS SOLITÁRIASCRIANÇAS

SOLITÁRIAS

reciclagem

Quando a embalagem deixa de ser a vilã do lixo e vira prêmio!

DicaS De BeleZa

as mãos são muito utilizadas. Por isso

merecem bons cuidados.

FiQUe alerTa

Álcool provoca mais prejuízos que crack, heroína e maconha!

Jornal de Coleção • Ano 3 • nº 34 • JULHo 2011 • 10.000 ExEmp. • TEL. (51) 3268.4984 •

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Distribuição gratuita

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Chego em casa à noite, exausto. A mesa vazia. Nada sobre o fogão.

Nem no forno. Nem na geladeira. Não há jantar. Pior, os ovos, sempre providenciais, acabaram. Sou forçado a me contentar com um copo de leite e bolachas.

No dia seguinte, revolto-me diante da empregada.

— Passei fome!— Ih! Achei que o senhor não vinha jantar!Solto faíscas que nem um fio desenca-

pado, ao ouvir o verbo “achar,” em qualquer conjugação. É um perigo achar. Não no sen-tido de expressar uma opinião, mas de supor alguma coisa.

Tenho trauma, é verdade. Tudo come-çou aos 9 anos de idade. Durante a aula, fui até a professora e pedi:

— Posso ir ao banheiro ?Ela não permitiu. Agoniado, voltei à car-

teira. Cruzei as pernas. Cruzei de novo. Tor-ci os pés. Impossível escrever ou ouvir a li-ção. Senti algo morno escorrendo pelas per-nas. Fiz xixi nas calças! Alguém gritou:

— Olha, ele fez xixi!Dali a pouco toda a classe ria. E a pro-

fessora, surpresa:— Ih... eu achei que você pediu para sair

por malandragem !Vítima infantil, tomei horror ao “achismo”.

Aprendi: sempre que alguém “acha” alguma coi-

“Encontro pessoas que mal falavam comigo, porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me

aproximava, por achar que não gostavam de mim!”

Walcyr carrasco

sa, “acha” errado.Meu assistente,

Felippe, é mestre no assunto.

— Não botei gasolina no carro, porque achei que ia dar! — explica, en-quanto faço sinais na es-trada, tentando carona até algum posto.

Inocente não sou. Traumatizado ou não, também já achei mais do que devia.

Quase peguei pneumonia na Itália, por supor que o clima estaria ameno e não preci-saria levar roupa de inverno.

Palmilhei mercadinhos de cidades des-conhecidas, por imaginar que hotéis oferece-riam pasta de dente.

Deixei de ver filmes e peças, por não comprar ingressos com antecedência, ao pensar que estariam vazios.

Fiquei encharcado ao apostar que não choveria, apesar das previsões do tempo.

Viajei quilômetros famin-to, por ter certeza de que ha-

veria um bar ou res-taurante aberto à

noite, em uma estrada desconhecida.

Há algum tempo, vi um livro muito inte-ressante em um an-

t i q u á - rio. Queria comprá-lo. Como ia pas- sar por outras lojas, re-solvi deixar para depois.

— Ninguém vai comprar esse livro, jus-to agora! — disse a mim mesmo. Quando voltei, fora vendido. Exemplar único.

— O senhor podia ter reservado — dis-se o antiquário.

— É, mas eu achei...Mas, eu me esforço para não achar coi-

sa alguma. Quem trabalha comigo não pode mais achar. Tem de saber. Mesmo assim, vivo enfrentando surpresas.

Nas relações pessoais é um inferno: en-

contro pessoas que mal falavam comigo, porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava, por achar que não gostavam de mim!

Acompanhei uma história melancólica.Dois colegas de classe se encontraram

trinta anos depois. Ambos com vida amoro-sa péssima, casamento desfeito. Com a sin-ceridade que só a passagem do tempo per-mite, ele desabafou:

— Eu era apaixonado por você naque-la época. Mas nunca me abri. Achei que você não ia querer nada comigo.

Ela suspirou, arrasada.— Eu achava você o máximo! Como

nunca se aproximou, pensei que não tinha atração por mim!

Os dois se encararam, arrasados. E se ti-vessem namorado? Talvez a vida deles fosse diferente! É óbvio, poderiam tentar a partir de agora. Mas o que fazer com os trinta anos passados, a bagagem de cada um?

Quando alguém me diz:— Eu acho que...Respondo:— Não ache, ninguém perdeu nada. Adianta? Coisa nenhuma! Vivo me dan-

do mal, porque alguém achou errado! Sem-pre que posso, insisto:

— Se não sabe, pergunte !É o lema que adotei: melhor que achar,

sempre é verificar!

É PROIBIDO ACHARÉ PROIBIDO ACHAR

Lições de Vida

E-mails

Bem estarBem estarPessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.

PRÓXIMA

EDIÇÃO

SE EU QUISER FALAR COM DEUS“Excelente a matéria de capa escrita por Ralph Viana, abordando com lingua-gem simples um tema de interesse ge-ral às pessoas, não só informando, mas oferecendo base à pais e mães à forma-ção de seus filhos. Parabéns! Sugere-se, se possível, que sejam deixados alguns exemplares desse excelente informati-vo em órgãos públicos para que servi-dores, se humanizem, bem como o ci-dadão também tenha acesso a esse óti-mo periódico.”

Edilene Bossle piccoli

“Prezados, hoje, pela primeira vez, li o jornal BEM ESTAR e fiquei surpresa com a matéria da capa “ A Primeira Re-lação a Gente Nunca Esquece”. A refle-xão foi imediata e verdadeiramente tem coerência cada palavra. Gostei muito!”

michelle Soares

Para mim o BEM ESTAR ocupa com sabedoria o espaço que lhe cabe, como agente de transformação do todo so-cial, em destaque neste momento que nos parece de importância vital e de de-cisão para a humanidade. Como tera-peuta, percebo em suas abordagens a constância em apresentar novos cami-nhos que conduzam à harmonia, a paz e a leveza de viver, a partir do indivíduo, perpassando a coletividade e o planeta, até que sejam encontrados a origem e o propósito dessa existência. Todos es-tão de parabéns!

José Dari dos Santos

“Se eu fosse levado à presença de Deus, como seria isso? Como seria o movimento para chegar à Sua presença?”

Reflexões e constatações de um artista em sua contínua procura do sagrado.

Renato GuarigliaEditores - Zona Sul

Fábio FerreiraArte Final

Renato GuarigliaComercial

Impressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) 3268.4984

zonasul@

jornalbemestar.com.br

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

PORTO ALEGRE ZONA SUL

CENTRAL BEM ESTAR

Ralph VianaEditor GeralÉrico VieiraDiretor de RelacionamentoMax BofDiretor AdministrativoFábio FerreiraJaqueline BicaDiagramação CentralMelva G. MachadoAtendimento

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) Ma-terial: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY tODAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

Informes publicitários, textos e colunas assi-nadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

Informações de Qualidade

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Mais Perigos Do açúcarPElE fica com maiS rugaS E mEnoS firmEza quando há ingEStão frEquEntE dE docES!

Drogas PesaDasálcool Provoca maiS PrEjuízoS quE

crack, hEroína E maconha!

O fato do excesso de açúcar ser inimigo da dieta e do corpo sau-

dável não é novidade para nin-guém. Poucos sabem, porém, que ele também acelera o enve-lhecimento da pele. O alerta foi feito por dermatologis-tas da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Es-tados Unidos. Segundo o estudo dos especialis-tas, o açúcar — além de engordar e assim contri-buir para a existência de doenças como o diabetes — tam-bém prejudica a saúde da pele.

De acor-do com a médi-ca Paula Araújo, integrante da re-gional Rio de Ja-neiro da Socie-dade Brasileira de Dermatolo-

gia, quando o excesso de açúcar atinge a pele, o colágeno, prin-cipal componente do tecido, en-durece e perde sua facilidade de reparação. “O açúcar vai inter-mediar, de forma errada, a união

de uma fibra de colá-geno à outra. Elas então perdem sua flexibilidade e não conseguem se re-novar dos danos comuns do enve-lhecimento. E estas

duas funções são im-portantíssimas para manter a pele jovem

e firme por mais tempo”, ex-

plica.

Mas também engana-se quem pensa que basta não exa-gerar na sobremesa. Segundo o trabalho dos cientistas america-nos, o excesso de alimentos que, durante a digestão, se transfor-mam em glicose também acelera o aparecimento de rugas e a per-da de firmeza da pele. São exem-plos os carboidratos — presen-te na batata, no arroz, nos pães e nas massas.

A pesquisa ainda afirma que o excesso de açúcar acelera o processo de envelhecimento em todos os tecidos do corpo, esti-mulado pela incidência dos raios ultravioleta do sol sobre a pele.

Por isso, segundo a médi-ca Paula Araújo, é preciso aliar a uma dieta saudável o hábito de se proteger da radiação, com fil-tro solar, chapéu e óculos es-curos nos horários de sol mais alto – entre 10h e 14h, quando a incidência desses raios é mui-to maior.

Há uma hipocrisia enor-me em nossa socieda-de, fala-se da necessida-

de de combate violento às drogas, contra sua descriminalização, pela prisão de qualquer usuário. Fala-se com um copo de cerveja nas mãos. Com a TV bombardeando publicidades super atraentes da bebida, com os pais iniciando seus filhos no álcool...

Então, coloque o copo na mesa e leia a que conclusão chegaram os pes-quisadores do Comitê Cientí-fico Independen-te para Drogas do Reino Unido: ‘O ál-cool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína e três vezes pior do que a cocaína e o tabaco’.

Os pesquisadores classificaram as drogas le-

vando em conta danos causados aos usuários e a terceiros, a curto e a longo prazo. Numa escala de 0 a 100, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína (55) e o crack (54).

Algumas outras drogas avalia-das foram as metanfetaminas (33), cocaína (27), tabaco (26), anfeta-minas (23), maconha (20), ecstasy

(19) e esteroides anabolizan-tes (19).

Segundo a Or-ganização Mundial da Saúde, os riscos associados ao álco-ol causam 2,5 mi-

lhões de mortes por ano. Em alguns paí-ses, como na Rússia, é o maior problema de saúde da sociedade.

Vamos lembrar disso ao se legislar sobre políticas públicas contra

as drogas.

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©ISTOCkPHOTO.COM/AlExANDER NOVIkOV

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As mãos também merecem cuidados!

A maioria das pessoas utiliza durante todo o dia suas mãos em seus trabalhos, mas não as tratam devidamente esta é uma

constatação verdadeira. Essa parte de nosso corpo também é das que mais ficam expostas no dia a dia, assim como o rosto. E geralmen-te lidamos com substâncias agressivas, inclusive produtos de limpeza, que provocam efeitos da-nosos. O excessivo contato com objetos, nas tarefas diárias, também provoca sensibilidade na região.

Para se defender dessas agressões, a pele que reveste as nossas mãos acaba ficando mais grossa, principalmente na palmas e nos locais que têm maior contato com instrumen-tos de rotina (caneta, mouse de computador etc...). E pele mais grossa, fica mais áspera e seca, criando inclusive calosidades. Também não podemos esquecer das manchas escuras que o sol pode causar. Portanto, cuidados são necessários. Reserve um tempinho para tra-tar delas!

DICAS IMPORTANTESn Use e abuse dos cremes. Os produtos à

base de ureia ajudam a reter a água; os de sili-cone formam película protetora; o ácido glicó-lico tem poder de amaciar e refinar; já os óle-os de avelã, uva e macadâmia são poderosos

hidratantes. Esses produtos, além do mais são bem baratos e causam uma agradável sensação em quem os usa.

n Filtro solar – Se você fica bastante ex-posta ao sol em seu dia a dia, dê preferências aos produtos que contenham filtro solar, indis-pensável para proteger a pele das mãos – não esqueça que o sol excessivo mancha e resse-ca a pele.

n Água morna – lave as mãos com água morna, é um pequeno e bem-vindo prazer. Evi-te o ressecamento usando sabonetes líquidos umectantes contendo ativos que lubrificam e protegem (silicone, mel e óleos naturais). Dei-xe secar naturalmente e passe um dos cremes indicados.

n Unhas - Deixe as unhas sem esmalte por pelo menos uma noite por semana e ca-priche no hidratante: a lubrificação vai tor-ná-las fortes e impedir que desfolhem facil-mente.

n peelings - seu dermatologista pode re-ceitar fórmulas com ácido retinóico ou fazer peelings suaves para recuperar rapidamente o frescor da pele. Mas você pode passar de vez em quando uma bucha vegetal e retirar a ca-mada de células mortas da pele superficial. De-pois, creme.

E mãos à obra, belas e bem tratadas.

As mãos também merecem cuidados!As mãos são utilizadas com frequencia e estão sempre

expostas ao tempo. Merecem bons cuidados.

Dicas DE BElEza

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IDEIAS INTELIGENTES PARA A RECICLAGEM

C arlos Pérez García, morador de Sala-manca, na Espanha, ganhou um prê-mio de 6 mil euros por separar em-

balagens de plástico, de alumínio e de Tetra Pak que usa no dia a dia. Ele participou da campanha ‘Uma Boa Ação Se Premia Com Outra’, criada pela Ecoembalajes España (Ecoembes), uma organização que reúne 12.200 empresas como Coca-Cola, Colga-te-Palmolive, Gillette, l’Oréal e outras que usam papel, papelão, alumínio, plástico ou tetra pak nas embalagens dos produtos.

“Queremos aumentar a participação das pessoas e também dar credibilidade ao sistema de coleta seletiva”, diz Juan Alonso de Velasco, chefe de marketing e comunica-ção da Ecoembes. A sacola deixada por Gar-cía continha uma etiqueta com seus dados. Enquanto o material que ele separou se-guia para a reciclagem, a etiqueta era envia-da para um sorteio. García e outros dois es-panhóis foram premiados.

Premiar quem se preocupa com o lixo é uma das ideias que têm ajudado a Espa-nha a se tornar um modelo de eficiência na destinação de resíduos sólidos. Em Barce-lona, quase 50% do lixo residencial é sepa-

rado para a cole-ta seletiva e usa-do como maté-ria-prima para re-ciclagem. É um número alto até para as grandes cidades euro-peias. É mais que o dobro do que se re-cicla em lisboa – e quase dez vezes mais que a taxa de reciclagem de São Paulo.

Reciclar é im-portante para o meio ambiente por diver-sas razões. A prática diminui o consu-mo de água usada na fabricação dos produtos, reduz o gasto de ener-gia e ainda poupa a matéria-prima

Vamos deixar para nossos filhos um mundo melhor do que o que recebemos de nossos pais.

IDEIAS INTELIGENTES PARA A RECICLAGEMA embalagem não precisa ser a vilã do lixo. Ao premiar quem recicla e

taxar empresas que poluem, Barcelona virou exemplo de coleta seletiva.

empregada nas emba-lagens, como os plás-ticos derivados do pe-tróleo. A reciclagem

do lixo em Barcelo-na e nas cidades vi-

zinhas evitou a emissão de 100 toneladas de gás carbônico, um dos princi-

pais causadores do aquecimen-to global. Cerca de 52.000 tone-ladas de materiais como aço e vidro foram poupadas,

assim como a ma-deira e celulose que

viriam da derru-bada de 1,2 mi-lhão de árvores. A água economi-zada, 4,8 bilhões de litros, equiva-le a quase 2 mil

“Com a reciclagem, Barcelona preservou em um ano 1,2 milhão de

árvores. A água economizada equivale a duas mil piscinas olímpicas.”

piscinas olímpicas. Como Barcelona conse-guiu tamanho sucesso na reciclagem?

CRIATIVIDADE E BOA VONTADE

Além de oferecer um serviço eficien-te de coleta seletiva, a capital catalã montou um sistema que responsabiliza os fabricantes pelo destino final de seus produtos. As obri-gações são definidas por uma lei. Para aten-der às exigências, alguns setores da indústria resolveram se unir em organizações voltadas para a gestão do lixo. Além da Ecoembes, foi criada a Ecovidrio, grupo de mais de 2.300 empresas que usam vidro para embalar seus produtos. Entre elas estão a cervejaria Hei-neken, a destilaria Bacardi e a Federação Es-panhola do Vinho.

As empresas associadas pagam às res-pectivas organizações uma taxa que varia de acordo com o material usado nas embala-gens, o tamanho e a quantidade colocada no mercado. A taxa financia o sistema de reco-lhimento e reciclagem, que é feito em parce-ria com as prefeituras. Só na região de Bar-

©ISTOCkPHOTO.COM/RANDy PlETT PHOTOGRAPHS

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celona há 32 municípios envolvidos na coleta seletiva. Os produtos são identificados com um símbolo, o “Punto Verde” (ponto verde). É um sistema similar ao de países como Ale-manha, França e Grécia. “Quem compra sabe que adquire um produto feito com material reutilizável”, diz Pedro Antonio García, dire-tor de relações institucionais da Coca-Co-la España. O preço final pode ser um pouco mais alto, uma vez que o fabricante embute a taxa paga à organização que monitora o desti-no do lixo. Mas o valor é praticamente imper-ceptível, porque a reciclagem reduz outros custos envolvidos no processo de produção. Além disso, o ponto verde aumenta o apelo do produto. “Tudo o que é feito para incen-tivar a reciclagem é bem-visto pelos consumi-dores”, afirma García.

Em Barcelona já existem sites em que os “ecointernautas” trocam experiências e dão dicas sobre sua rotina de reciclagem. A relações públicas brasileira Mônica Faria, de 27 anos, faz parte de uma dessas comunida-des. Há quatro meses morando na capital ca-talã, habituou-se a levar o lixo para os locais de coleta. “Posso estar arrumada, maquiada, cheirosa. Não importa. Saio com a sacola de lixo na mão para depositar na lixeira”, afirma.

“Temos milhares de deputados pendurados nas tetas do

Estado, muitos sem saber o que fazer, eis um projeto pronto para ser discutido e

virar lei. Alguém se habilita?”

“Não adianta reclamar do aquecimento global se não tomarmos ne-nhuma atitude.”

No Brasil, país que é recordista na recicla-gem de alumínio, a cole-ta seletiva ainda é pouco disseminada. Na prá-tica, quem coleta o material reciclável do lixo residencial são catadores. Organizados em cooperativas, eles trabalham em condições de subemprego – e não como parte de uma es-tratégia para os resíduos sólidos. Em São Pau-lo, que gerou 3,5 milhões de toneladas de lixo domiciliar em 2007, apenas 4,9% foram envia-dos pela Prefeitura para reciclagem.

Implementar práticas como a dos sor-teios e criar leis para o descarte de embala-gens pode ser um estímulo para que o brasi-leiro reflita sobre o lixo que produz e o im-pacto que ele tem sobre o planeta. leis que responsabilizem também os fabricantes pelas embalagens que colocam no mercado foi por onde começou todo o processo em Barcelo-na. Temos milhares de deputados pendura-dos nas tetas do Estado, muitos sem saber o que fazer, eis um projeto pronto para ser dis-cutido e virar lei. Alguém se habilita?

©ISTOCkPHOTO.COM/RAPID EyE MEDIA

ENQUETEHá quanto tempo você mora

na Zona Sul ?26 anoso que você mais gosta aqui?A natureza e as pessoas que são do

tipo “alto astral”o que pode melhorar?Aspectos voltados a qualidade de

vida como: criação de ciclovias interli-gando a zona sul ao centro; ampliação das avenidas de grande circulação; cria-ção e divulgação de espaços culturais.

podemos começar com a tua trajetória. Conte resumidamente onde nasceu, tua infância. Como aconteceu teu interesse pela área terapêutica?

Sou natural de Canoas, minha in-fância foi magica pois nas minhas férias sempre ia para o sítio dos meus avós onde vivenciei momentos maravilhosos no contato com a natureza. Cursei a fa-culdade Educação Física no IPA e meu interesse pela área terapêutica surgiu nos congressos onde participei de vi-vências na área de massagem para re-cuperação de atletas. Fiz formação de shiatsu na escola Atsukai com o mes-tre yasui ; formação de Tui Ná na es-cola Tui Ná System massage de Curiti-ba com o prof. Miguel. Sentí necessida-de de aprofundar meus conhecimentos na Medicina Tradicional Chinesa e re-solvi fazer pós graduação em Acupun-tura no CBES.

Que ideias e autores influen-

Evelin maria Dillemburg martilTerapeuta

ciaram teu pensamento sobre a vida, tuas escolhas e o direciona-mento do teu trabalho?

Sócrates, Rudolf Steiner e a li-teratura sobre Medicina Tradicional Chinesa.

Qual tua visão de saúde, de fe-licidade e de bem-estar?

A saúde vem da felicidade e do bem estar, ou seja, na medida que nos permitimos cultivar uma vida rica de experiências nosso autoconhecimen-to cresce, produzindo uma interna cal-ma e sabedoria que nos franqueia uma vida saudável e feliz. Permite, outros-sim, trabalharmos com serenidade, le-vando um pouco deste bem estar para as pessoas que nos procuram.

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a

maTéria DE capa

Algumas crianças solitárias são suficientemen-te hábeis para se manterem ocupadas e encon-trar seu próprio caminho. Podem passar mui-tas horas organizando suas coleções de selos ou

se dedicando a outros hobbies. Alguns se perdem nos li-vros (mesmo que seja raro) e outros veem muita televisão ou ficam no computador. Mesmo que sentir-se confortável quando se está sozinho mostre uma sadia autoconfiança, to-dos precisamos de equilíbrio em nossas vidas, um tem-po para estar sozinhos e um tempo para estar com outras pessoas.

A maioria das crianças que passa gran-de parte de seu tempo livre sozinhas, por opção (em contraste com aqueles que

não têm companheiros para brincar), o fazem porque temem ser rejeitados pelos demais. Os pequenos trazidos à terapia geralmente têm algum outro problema, além de sua solidão.

Estes são os não-tão-hábeis, que incomodam seus pais, são rudes, discutidores e hiperativos, adotam condu-tas agressivas ou antisso-ciais, odeiam ir à escola, vão mal nos estu-

dos ou são extraordinariamente introvertidos.As crianças muito solitárias costumam continuar sendo

assim depois de adultas. Muitas negam veementemente que tenham algum problema para se relacionar com seus pais, e é certo que a última coisa que precisam é de um pai que insista que “saia e faça amigos”. Precisam de uma atmosfe-ra onde possam ser aceitos pelo que são. Só isso pode lhes dar, às vezes, valor e energia para sair e buscar outras pes-soas, e experimentar os relacionamentos por sua conta.

Muitos dos ‘solitários–problema’ se sentem secreta-mente diferentes de todos os demais. Às vezes sentem-

se tão diferentes que fazem o oposto, tratando de agir igual ao resto, como é humanamente

possível. É claro que em algum perío-

CRIANÇASUma solidão bem ocupada

Muitas crianças preferem estar sozinhas. Sabem encontrar suas brincadeiras e desenvolvem grande inteligência. Mas muitas outras não escolhem a solidão. Elas a sofrem. São crianças tímidas e com dificuldades de

comunicação. É aos pais destes filhos que a autora, terapeuta infantil, se dirige.

Violet oaklander

GU

IAG

UIA

GUArde e consUlte sempre!

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maTéria DE capa

“A maioria das crianças

que passa grande parte

do seu tempo livre,

sozinhas por opção, o faz

porque teme ser rejeitada

pelos demais.”

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Bem estar • Nº 34 • Julho 2011 • 10maTéria DE capa

“Mesmo que sentir-se confortável quando se

está sozinho mostre uma sadia autoconfiança, todos precisamos de equilíbrio em nossas

vidas, um tempo para estar sozinhos e um

tempo para estar com outras pessoas”.

a

do a maioria das crianças faz gran-des esforços para se parecer com os outros, para ser como eles ou como imaginam que são. Mesmo aqueles que vão contra a regra, geralmente o fazem em grupos. O querer ser como os demais indi-ca uma busca de identidade como membro de alguma comunidade.

Uma das principais tarefas ao se trabalhar com estas crian-

ças e suas famílias é enfatizar que a singularidade deve ser valori-zada. Com grande frequência os pais desejam que todos os seus filhos sejam iguais, enfatizando a uniformidade. Os pais deveriam respeitar a particularidade de cada filho.

Quase todas as crianças ex-perimentam uma diversidade de formas de ser, até encontrar a sua

própria. Mas alguns precisam de ajuda e geralmente se portam mal. Infelizmente, muitas vezes não há ninguém em seu entorno capaz de compreender seus sinais. À me-dida que trabalhamos com estas crianças para melhorar sua auto-estima, reforçar sua identidade e promover sua autoajuda, eles co-meçam a aprender a se relacionar com as outras crianças.

U m dos exercícios mais im-pressionantes feitos com crianças, para dramatizar

o fascinante e desejável que há na singularidade, é a experiência da la-ranja. li pela primeira vez sobre isso no livro de George Brown “Ensino humano para um aprendi-zado humano”. No grupo de crian-ças de 11 e 12 anos onde experi-mentei, elas falaram sobre isso du-rante vários meses. levei um saco de laranjas, uma para cada. Olha-mos nossas laranjas, as cheira-mos, comparamos marcas e for-mas, as pegamos, movimentamos em nossas mãos e fizemos tudo o que nos ocorreu que podia ser fei-to com uma laranja, sem comê-la. Depois descascamos. Cada um de nós provou a casca, por dentro e por fora, e explorou a textura da superfície interna com as pontas dos dedos. logo tiramos cuidado-

UM EXERCÍCIO IMPRESSIONANTE

samente a parte branca da casca, comentando como as sentíamos. Abrimos nossas laranjas, pegamos um gomo, cheiramos, lambemos e finalmente comemos.

A parte mais fascinante e inte-ressante do exercício veio em se-guida: trocar gomos. Descobrimos que não havia dois gomos que ti-vessem o mesmo sabor! Creio que meu próprio entusiasmo com esta descoberta foi o mais alto do gru-po. Um era mais doce, outro mais suculento, um mais ácido, outro um pouco seco, mas todos eram gostosos e, portanto, deliciosos. Nos divertimos muito com este experimento e nos estendemos fa-cilmente para uma discussão so-bre as crianças do grupo – suas di-ferenças e semelhanças, cada uma maravilhosa.

Ao trabalhar com crianças so-litárias, faço muitas coisas usadas com aqueles que precisam recupe-rar seu sentido e apreciação do eu. Mais que isso, preciso estimular es-tas crianças para que experimen-tem o contato com os outros. Elas querem se comunicar e se integrar, mas têm medo e não sabem como fazer. Por consequência, tenho que enfrentar esse temor e ajudá-los a experimentar novas formas de ser.

Adam, de 11 anos, era um me-nino sem amigos. Era inteligente e arrogante e parecia não se preocupar em ficar sozinho

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“As crianças muito solitárias costumam continuar sendo assim depois de adultas. Muitas negam veementemente que tenham algum problema para se relacionar com seus pais, e é certo que a última coisa que precisam é de um pai que

insista que ‘saia e faça amigos’.”

a maior parte do tempo. Sua mãe procurou ajuda porque considera-va que era um “problema de dis-ciplina”. Ele nunca fazia o que ela pedia, era rude e brigava constan-temente com seu irmão menor. Quando perguntei a ela se tinha amigos, respondeu: “Não, não pa-rece ter amigos, tampouco parece querer tê-los”.

Adam resistiu bastante a vir na terapia. Em nossa primeira sessão a sós se queixou de dor de cabeça e disse que considerava bobagem que sua mãe gastasse dinheiro com isso. Pedi que desenhasse sua dor de cabeça. Se entreteve muito tra-çando um quadro de garranchos de diversas cores. Perguntei qual era o principal problema com sua mãe. “Nunca acredita em nada do que digo”, respondeu de imediato. “E como é seu pai?”, perguntei. (Seus pais são divorciados). “Ele é bom, mas sempre está pensando em seus próprios problemas.”

Adam participava, com ar de espertalhão, das técnicas projetivas que eu sugeria. Cada vez que o fa-zia, revelava algo mais de si mes-mo. À medida que trabalhávamos juntos, ficou claro que se sentia re-jeitado, indigno. Em uma sessão me disse: “Sou como uma tartaruga com uma carapaça dura. Se falo so-bre as coisas que passam aqui den-tro, as pessoas gritam comigo. En-tão me mantenho dentro da minha carapaça”. À medida que Adam se

mes esforços para escapar da dor de nossos sentimentos de solidão. Nós, como adultos, somos espe-cialistas em encontrar formas para afogar nossa solidão, por exem-plo, desenvolvendo uma atividade incessante. Concordo com Mous-takas que, quando fazemos isso, frequentemente nos alienamos ou perdemos o nosso eu. Alguns não

estão cômodos com o próprio eu e preferem não conhecê-lo, en-cará-lo, olhá-lo, estar com ele, pois evitamos freneticamente en-contrá-lo em qualquer forma que possamos.

As crianças, buscando encon-trar sua própria identida-de, certamente não sabem

SÓ, SOZINHO E SOLITÁRIO

tornou cada vez mais comunicativo comigo, começou a se sentir me-lhor consigo mesmo e mais forte para fazer contato com as outras crianças. Tivemos algumas sessões conjuntas com cada um de seus pais e, como sua comunicação com eles melhorou, a disposição de Adam para interagir com sua famí-lia melhorou notoriamente.

A solidão se repete uma vez ou outra no meu trabalho com crianças. Quem de nós

pode retroceder mentalmente à sua infância e não reconhecer este sentimento? No entanto descobri que em sua defensividade inicial, as crianças raramente admitem que se sentem sozinhas.

As crianças que consideramos mal adaptadas ao seu meio são es-pecialmente solitárias. O proces-

so terapêutico parece bloqueado até que este sentimento se mani-feste abertamente de algum modo, seja verbalmente ou mediante téc-nicas de expressão. No prefácio de seu livro “Solidão”, Clark Mous-takas disse: “a solidão é uma con-dição da vida humana, uma expe-riência de ser humano que permi-te ao indivíduo sustentar, esten-der e aprofundar sua humanida-de. O homem está final e perpe-tuamente sozinho, seja por viver isolado ou por estar doente, pela sensação de ausência causada pela morte de um ser querido ou por uma pulsante alegria experimenta-da em uma triunfal criação. Creio que é necessário que toda pessoa reconheça sua solidão, que perce-ba intensamente que finalmente, em cada fibra de seu ser, o homem está só, terrivelmente, totalmente só. Os esforços para evitar ou es-capar da experiência existencial da solidão só podem resultar em au-toalienação. Quando o homem é arrancado de uma verdade funda-mental da vida, quando foge e nega a terrível solidão da existência indi-vidual, fecha a si mesmo uma ave-nida de crescimento do seu pró-prio eu.

Moustakas acredita que esta-mos inevitavelmente sozinhos, que todos temos uma solidão existen-cial básica com a qual lutar. Quase todos sabemos que a solidão é di-fícil de se aceitar e fazemos enor-

GU

IAG

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GUArde e consUlte sempre!

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Bem estar • Nº 34 • Julho 2011 • 12maTéria DE capa

adaptá-la à sua solidão existen-cial. Creio que se sentem especial-mente solitários porque no fundo se sentem diferentes, e não estão confortáveis, nem aceitam e nem apreciam sua particularidade. As crianças têm sua própria manei-ra de esconder seu sentimento de aterrorizante solidão. Os métodos que escolhem em geral são alta-mente contraditórios com o con-ceito que nossa sociedade tem de comportamento agradável, normal e adequado. Para piorar as coisas, suas condutas antissociais servem geralmente para separá-los, isolá-los ainda mais, provocando portan-

“Reprimir sentimentos resulta em solidão.

Quanto menos capaz se é de expressar o que carrega no peito, mais isolado se sente. Cada

vez que os sentimentos ficam sem expressão,

mais se engrossa a muralha protetora ou a

couraça, e o sentimento de solidão aumenta.”

to um aumento de suas camadas protetoras e defensivas. Isso, por sua vez, promove um maior isola-mento, e assim se perpetua o ciclo.

Penso que as crianças se sen-tem frequentemente desampara-das e angustiadas porque têm di-ficuldade de expressar a alguém seus sentimentos de vazio e soli-dão. Essas crianças que vêm à te-rapia podem ser consideradas afor-tunadas, pois aqui têm a oportuni-dade de expressar estes sentimen-tos. Tenho conseguido que elas ex-pressem seu sentimento de solidão de diversas maneiras, sem usar ne-cessariamente a palavra “solitário”.

“Creio que é necessário que toda pessoa

reconheça sua solidão, que perceba

intensamente que finalmente, em

cada fibra de seu ser, o homem está só, terrivelmente, totalmente só.”

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Mesmo os mais novinhos já confessaram o sentimento de querer morrer ou se matar. Ouço isso como uma expressão não só de um íntimo e profundo desespero, mas tam-bém de solidão.

A solidão é geralmente uma aliada da in-frutífera busca da felicidade. Todos os con-tos de fadas terminam com “e viveram feli-zes para sempre”. Muitos de nós passa a vida buscando aquele vago estado chamado felici-dade, como se ao encontrá-lo cruzássemos uma fronteira e encontrássemos um novo estado na vida, no qual nunca voltaremos a sentir solidão, dor ou angústia.

Um incidente da minha própria vida teve um impacto duradouro em mim. Quando nossa mãe morreu repentinamente em um acidente, meu irmão e eu voamos separada-mente a uma penosa reunião na casa dela. Eu estava no abismo da depressão porque esta era a terceira pessoa muito próxima de mim que morria, e meu próprio filho estava so-frendo nesse momento de um mal irremedi-ável. Enquanto meu irmão e eu fazíamos os trâmites para encaminhar tudo, revisando os bens da nossa mãe e fazendo os ajustes ne-cessários, em um dado momento lhe disse, chorosa: “Isto é demais. Não posso suportar mais. Se alguma coisa mais acontecer, eu me entrego.” Meu irmão, que havia passado pe-las mesmas aflições e ainda mais, me olhou surpreso e disse: “Violet! Que coisa ridícula o que dizes! Quanto mais vivas, mais coisas viverás, incluindo as dolorosas. Algo sempre está para acontecer.” E com isso terminou a conversa. Nunca esqueci o que me disse, embora ele já deva ter esquecido.

Se a alegria experimentada ao esperar algo se converte na forma dominante de fe-

“As crianças cujos sentimentos não são escutados e reconhecidos se sentem solitárias. Seus sentimentos são sua essência mesma, seu próprio ser, e se seus sentimentos são

reprovados, a criança também se sente rejeitada.”

rias. Seus sentimentos são sua essência mes-ma, seu próprio ser, e se seus sentimentos são reprovados, a criança também se sen-te rejeitada. Por isso, quando uma criança diz: “Me sinto sozinho quando me irrito”, ou “estar irritado me faz sentir muito só”, o diz porque enfrenta um mundo de pessoas que não permanecerão em contato com ele quando expressa seus sentimentos de ira. É repudiado, castigado, evitado, e tudo isso re-sulta no isolamento.

Quando eu, como terapeuta, ofereço os meios para que as crianças expressem seus sentimentos, escutando e aceitando, se sentem menos sozinhas e começam a ver o mundo como um lugar mais amistoso. Po-dem começar novamente a se abrir e se co-nectar com os demais.

Penso que uma das razões pelas quais as crianças se buscam entre si e precisam tan-to umas das outras é porque sentem que tal-vez tenham alguma compreensão do que lhes está acontecendo ou do que sentem. Nos grupos de crianças com que trabalho, tenho o privilégio de escutar algumas das coisas que falam entre si. Geralmente não nos damos conta da extensão e profundidade do que as crianças pensam e sentem, porque eles têm muito cuidado de censurar o que dizem na presença dos adultos e do seu mundo.

Fragmentos do livro Janelas para nossas Crianças,da Editora Quatro Ventos

Publicado na Revista UNO MISMO

licidade na vida de uma pessoa, ela mon-tou uma cruel armadilha para si mesma. Ao aprender a concentrar minhas experiências vitais no presente, antes de ficar vivendo nas lembranças do passado e nas magníficas fan-tasias do futuro, aprendi que posso aceitá-lo.

Quanto menor é a criança, mais capaci-dade tem de viver o aqui e agora. De modo que, quando trabalho com crianças que ex-pressam sentimentos de solidão, preciso ajudá-los a recuperar essa destreza de vi-ver plenamente, em vez de agarrar-se a seus sentimentos de desamparo. Penso que, me-

diante a autoaceitação e o auto-fortaleci-mento, as crianças podem aprender a mobi-lizar suas energias, suas forças vitais, para sa-tisfazer suas próprias necessidades.

Reprimir sentimentos resulta em soli-dão. Quanto menos capaz se é de expressar o que carrega no peito, mais isolado se sen-te. Cada vez que os sentimentos ficam sem expressão, mais se engrossa a muralha pro-tetora ou a couraça, e o sentimento de soli-dão aumenta.

As crianças cujos sentimentos não são escutados e reconhecidos se sentem solitá-

ACADEMIA TONu’S

“Inaugurou no dia 02 de ju-lho a Acade-mia Tonu’s, con-siderada a me-lhor rede de aca-demias para mu-lheres do Brasil. No ano de 2009 a marca foi eleita como a fornece-dora do melhor

programa de treinamento voltado ao mer-cado feminino.

A academia oferece o Programa Cir-cuito Indoor, divertido e fácil de acompa-nhar. Consiste em circuito com 10 esta-ções, cada estação trabalha um exercício diferente. Entre uma estação e outra há o “intervalo ativo”, onde são feitos exer-cícios de intensidade, o que permite que a aluna possa ter um gasto calórico mais elevado. Esse sistema de treino permi-te também que o metabolismo das alu-nas acelere, fazendo com que estas pos-sam obter resultados mais rápidos, sejam eles de emagrecimento, tonificação, saú-de, condicionamento físico ou qualquer outro. A aluna perde até 1kg por semana sem a necessidade de dietas.

Além de mulheres, a nova academia oferecerá aulas também para crianças, através do programa Tonu’s kid’s.

Para agendar uma aula experimen-tal, basta entrar em contato com a Tonu’s Academia através dos telefones (51) 3779.0070, 3779.0079 ou 3779.0080.” Sai-ba mais na pág. 05

2ª FEIjOADA BENEFICENTE

DA AABB COMuNIDADE

Um dos maiores projetos da Amé-rica latina, o AABB Comunidade reali-za no dia 30 de julho, sábado, a segun-da edição da deliciosa Feijoada Benefi-cente. Com a finalidade de repassar a verba arrecadada ao projeto, o even-to acontecerá às 21h, no Salão Ipane-ma. O ingresso terá valor único de R$ 38,00, incluindo refrigerante e água. Participando da ação, você receberá uma camiseta produzida especialmen-

te para o evento. Na ocasião, também haverá degustação da Cachaçaria Água Doce Zona Sul.

MANIFESTAÇõES CuLTuRAIS NO SARAu

DA AABB PORTO ALEGRE

Muita poesia, música, apresenta-ções teatrais, artes plásticas e litera-tura encantarão os convidados na noi-te de 15 de julho, durante o Sarau – Manifestações Culturais da AABB. En-tre as participações especiais estão: a apresentação de dança flamenca com a Companhia de Dança Cádica, a expo-sição e premiação do concurso foto-gráfico “Declare seu amor pela Zona Sul”, e apresentação musical de Cristi-na Fernández (Estação Musical) e Cel-so Carlucci de Campos.

Essa é apenas uma das várias atra-ções previstas para a Semana Cultu-ral, que acontece de 15 a 23 de ju-lho nas dependências da AABB Por-to Alegre. Se você se interessou, con-tinue ligado, pois em breve divulgare-mos mais atividades da Semana Cultu-ral. Você não pode ficar de fora deste festival de cultura!

ANAuê QuITuTERIATrabalhando sob encomenda, a

Anauê Quituteria serve coquetéis, aniver-sários e eventos em geral.

Com quitutes vegetarianos e pre-parados de forma sustentável, dá pre-ferência a alimentos orgânicos e espe-ciarias nativas, seu objetivo é despertar sentimentos através dos aromas e sabo-res, para elas cozinhar é uma arte, um ato de amor!

(51) 9555.6363 / 9104.9191

Envie notícias para oe-mail:

[email protected]

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Bem estar • Nº 34 • Julho 2011 • 14

Bicho de Estimação

Adotando um animal conscientemente

©ISTOCkPHOTO.COM/STEPHANIE HORROCkS

Adotando um animal conscientementeTrazer um animal para casa exige boas informações sobre muitas coisas.

Leia o texto a seguir antes de escolher um animal para conviver.

N o dias atuais a quantida-de de cães e gatos nas ci-dades é um problema cres-

cente. É muito importante se cons-cientizar da importância de adotar ao invés de comprar animais novos. A pergunta número um antes de fa-zer a adoção é se você está prepara-do para adotar um animal. Para fazer uma adoção consciente e não se ar-repender depois, reflita sobre os se-guintes pontos:

n Cães e gatos vivem 15 anos em média. Você tem condições de assumir essa responsabilidade ao longo desse tempo?

n Assim como você, os animais também não gostam da solidão. Ter um animal para trancá-lo na lavande-ria ou deixá-lo sozinho em casa o dia todo não é uma atitude correta. Ou o animal pode conviver com a famí-lia ou é melhor não tê-lo.

n Animais que vivem confina-dos em pequenos espaços ou pre-sos em correntes podem sofrer gra-ves distúrbios de comportamento,

desconforto, atrofia óssea ou mus-cular, obesidade e depressão.

n Crianças não podem ser as responsáveis pelos animais. Se seu filho quer um bicho, mas você não gosta, não tem tempo nem paciên-cia para cuidar, então é melhor não adotar.

n As pessoas da sua casa gos-tam de animais? Todos concordam que você leve um cão ou gato para casa? Consultou-os?

n Animais precisam ter um es-paço próprio, como uma casinha ou caminha, onde se sintam seguros.

n Animais precisam ter a opor-tunidade de brincar ao ar livre e de conviver com outros de sua espécie.

n Os cães necessitam de pelo menos um bom passeio por dia. De-ve-se utilizar sempre coleira e guia para evitar que seu animal fuja, seja atropelado ou brigue com outros cães.

n Animais precisam de carinho, alimentação de boa qualidade, cuida-

O LADO AnimAL DO bEm ESTAR

51 3268.4984 [email protected]

Bicho de Estimação

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15 • Nº 34 • Julho 2011 • Bem estar

dos de higiene, vermífugos, vacinas anuais e cuidados veterinários. E isto custa dinheiro.

n Quando os animais ficam idosos, pre-cisam de amor e cuidados redobrados. Você está disposto a amar e a cuidar de seu amigui-nho por todos os dias da vida dele?

n Animais não são bichinhos de pelúcia. Eles têm personalidade, fazem bagunça, sujei-ra e nem sempre estão de bom humor ou dispostos a brincar.

n Animais sofrem profundamente com a

rejeição e o abandono.n Abandonar ou maltratar animais é cri-

me.

ADOTANDO uM CÃO ADuLTO

Adotar um cachorro adulto pode ter uma série de vantagens. Vejam algumas:

n São mais tranquilos e não choram à noite.

Assim como você, os animais também não gostam da solidão. Ter um animal para trancá-lo na lavanderia ou deixá-lo sozinho

em casa o dia todo não é uma atitude correta.

n São mais obedientes por já terem uma capacidade de assimilação maior.

n São mais independentes no caso de te-rem que ficar sozinhos por algumas horas.

n Dificilmente destroem sapatos, mó-veis ou coisas dentro de casa.

n Aprendem a fazer as necessidades no local adequado com maior facilidade e velo-cidade.

n É mais fácil saber, antes de adotar, se ele é quieto, brincalhão, se gosta de correr ou se é mais reservado.

n Você não terá dúvida alguma sobre o tamanho dele.

n Evacuam menos que os filhotes (geral-mente 1 a 2 vezes por dia).

n Se adaptam rapidamente ao ambien-te e às pessoas da casa, incluindo as crianças.

n Não precisam de três a quatro doses de vacinas no primeiro ano como os filhotes (apenas a manutenção anual).

n São mais atentos a chegadas de pes-soas; já estão prontos para defender a casa e o dono.

n Serão amigos fiéis e eternamente gra-tos a você.

Saiba que animais comprados em lojas (quando ficam naquelas vitrines) com muita frequência são oriundos de ‘fábricas de cães’, locais em que são criados confinados, em péssimas condições, só para acasalamento e procriação, para posterior venda. Nos Esta-dos Unidos existe um movimento para que se evite comprar cães em lojas, para enfra-quecer esta ‘indústria’. Podemos contribuir não dando vazão a este comércio e sim prati-cando a boa ação da adoção.

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