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IV ANNO DOMIj NTG-O , 37 -DE MARÇO DE 1904 iV.° 141 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Assignatura ú Anno, 1S000 réis; semestre. 5oo réis. Pagamento adeantado. 0 para o Brazil, anno. 2$5oo réis I moeda forte;. Q Avulso, no dia da publicação, 20 réis. ^ EDITOR — José AugitsloSaloio Ij 19, i.° — RUA DIREITA — ALU EfxALLKG A 19, I.c | Publicações íl Annuncios— i.3 publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os aiítõ-' graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio E XP E D IE N TE Uogamos ] aos nossos estimáveis assignantes a fineza «le nos participa rem qualquer falta na re messa do jornal, para «le prompto providenciar mos. Acceitam-se com grati dão quaescjuca* noticias qtie sejam de interesse publico. m m w bbssb nYafe *íi« eskN tf ■ eijL L íwb aa\ béí Ha vinte séculos que no dia de hoje uma multidão enthusiasmada, gritava nas ruas de Jerusalem, juncan do, de palmas o caminho que seguia o grande evan- gelisador do Bem, o louro Christo: «Hosana ao filho de David!» As acclamações succediam-se e Jesus era levado em triumpho por toda aquella gente, que via nelle o apostolo do amor. Pouco tempo depois esse mesmo povo gritava, dean te da varanda de Pilatos: «Crucifiquem-n’o! Crucifi quem-no!» E’ assim o povo. Sempre leviano e inconstante, des pedaça num momento o idolo que pouco antestinha adorado de joelhos. E' o Christo foi crucifica do, e aquella nobre alma desprendeu o seu vôo, pro nunciando as memoráveis palavras: «Perdoae-lhes, Senhor, porque não sabem 0 que fazem». Applicaram-lhe o suppli- cio mais aviltante, o des prezo mais esmagador. Morreu, mas o seu espirito era tão grande, as suas li ções eram tão nobres, tão santas, que a religião do Nazareno atravessou o mundo e firmou-se em so lidas raizes, vencendo to das as peias, entrando em todos os corações. E’ triste de pensar que essa religião, pura e divi na, tenha servido de ins trumento do mal nas mãos de tantos miseráveis, tenha feito correr na terra ondas de sangue, provocando os gritos e as blasphemias das victimas dos que se dizem ministros do martyr do Gol- gotha. A rubra chamma do San to Officio fez recuar de horror a pomba que no Cal vario recebera dos lá bios de Jesus as palavras sublimes de amor e de per dão; as scetias medonhas que a Historia nos apresen ta, praticadas por malva dos que tiravam, sem va- ciilar, a vida aos seus ir mãos, em nome da fé, mas com a mira unicamente no ouro e nas grandezas, po deriam apagar da fronte de Jesus a aureola que o divi- nisou, se elle nã ) fosse tão grande, tão enorme, qu^ nada no mundo será capaz de 0 arrancar do pedest il de gloria que a humanida de lhe construiu. O mundo não recua; se gue, sem temor, o cami nho do Progresso; o bar barismo acabou; a luz que ha de illuminar a terra, quando surgir a nova au rora, por que tantos a al mejam, já vem bruxulean do no horisonte, vaga, in decisa, mas visivel aos nos sos olhos; e então, quando todos forem irmãos, quan do não houver no mundo inimizades nem odios, quan do as guerras, que nos en vergonham, deixarem de existir, o nome de Jesus será gravado na bandeira que se elevará bem alta, como o distinctivo do novo reinado da paz. JOAQUIM DOS ANJOS. Mercearia iSelogio E’ realmente deslumbran te a exposição de amên doas que os nossos amigos Franco & Figueira realisa- ram no seu importante es tabelecimento de mercea rias, na praça Serpa Pinto. Podemos dizer que é um verdadeiro primor, e que nesta villa ainda não tivé- mos ensejo para admirar, neste genero, uma exposi ção tão completa. A con corrência de pessoas que estes dias tem procurado admirar a paciência e bom gosto destes nossos ami gos é incalculavel, concor rência que sem duvida de ve ter recompensado b^m o muito trabalho que tive ram. No kiosque da Praça, tambem hoje, estes nossos amigos, expõem ao publi co um colossal sortido de amêndoas. Enviámos, pois, aos brio sos e incançaveis commer ciantes, a quem augurámos util futuro prospero porque realmente se tornaram di gnos d’e 11 e, o mais aperta do e allectuoso abraco. A PRIMAVERA A primavera é a estação mais perigosa e mais pre judicial á saude. Basta di zer que é a épocha mais sujeita ás variações da tem peratura. Passa-se rapida mente do frio ao calor, do tempo sêcco ao tempo hú mido, do vento á chuva e reciprocamente. Todo o or ganismo se resente deste trabalho da natureza, os humores e o sangue estão em movimento e o corpo impressiona-se com maior facilidade. Assim na prima vera, as doenças são mais frequentes e mais graves do que noutra qualquer es tação, tendo por isso cabi mento o repetir-se aqui, applicando-o devidamente, o proloqu.io de que o maio dos poetas differe essen cialmente do maio dos me- Sob a influencia das va riações diurnase nocturnas da atmosphera, do vento e das intermittencias do sol, apparecem as doenças ca- tharraes, fluxionarias, he- morrhagicas, rheumaticas e inflammatorias. As cons tipações apanhadas no in verno tornam-se tenazes e todos sabem quantas n’es- te caso passam ao estado chronico. N’esta estação todos de vem modificar o vestuário e o regimen. Assim é bom diminuir a alimentação sub stancial do inverno, tem perar o calor do regimen dos tempos frios pelo uso dos legumes verdes, leite e fructas, se fòr possivel. «Não é para recreio dos olhos, diz Bouchut, que a terra produz em abril os le gumes herbáceos, cheios dagua, e os fructos. Esta vegetação tem o seu fim beneficente, exactamente como a vegetação do ve rão, e a do ou.omno e do inverno, estas duas com os grãos farinhentos. Nesta successão de productos ma nifesta-se uma verdadeira presciência das necessida des do homem que não aprecia a philosophia do imprevisto, e aquelles que não aproveitam d’estes bens da terra arrependem-se sempre de tal desmazelo.. A dyspepsia ou a gòtta ce do ou tarde ensina-lhes que a primavera foi mais feita para o homem, do qu; o homem para a primavera, pois que esta estação faz brotar todos os recursos de alimentação indispensá veis á saude.» No mez de maio pode vestir-se fato menos pesa do que de inverno, mas o que se não deve é operar esta mudança repentina mente, e antes observar um certo methodo em tal modificação, redobrando- se de attenções contra to das as variações atmosphe- ricas e intempéries do céu. Não nos devemos illudir Com o brilhantismo enga nador dos raios solares nem com a apparição ficticia das primeiras flores; o sol de maio é pérfido para as cre anças, principalmente. E’ aos primeiros raios do sol primaveril que as conges tões cerebraes e as menin- gites mais victimas fazem no risonho exercito dos ba- bys. As consequencias das constipações apanhadas no inverno, as doenças que nos atacam nesta estação, são, como já se disse, as peo- res. De dia passa-se menos mal, mas de noite os ata ques de tosse são mais for tes, e de manhã, quando nos levantámos, a expecto ração torna-se mais ou me nos difficultosa, mais ou menos abundante. As tisa nas peitoraes, os xaropes e j alepos calmantes, nada con seguem nestes casos, sendo difficil obstar aos progres sos das enfermidades que nos affligem na primavera. AGRICULTURA destruição do gorgulho do grão A infecção dos celeiros é a causa principal para o gorgulho se desenvolver, porque, vindo elle da eira e mesmo da terra, e tendo no celeiro a humidade ou o grão molhado na eira,- elle desenvolve-se extraor-: dinariamente. Em muitos paizes fa zem grades de cannas em fórma de cylindro; enchem- se esses cylindros de grão e dependuram-se, e neste caso o grão conserva-se enxuto e arejado e por conseguinte livre dos ata- ■ ques dos insectos nocivos. Não se podendo conser var assim o grão pelo fa cto de haver grande quan tidade de cereal, ha um processo muito simples e facil de executar: perfura- se o fundo d uma dorna e depois lança-se dentro o grão; na parte de fóra do fundo da dorna colloca-se uma vasilha com enxofre a arder. O fumo carregado de gaz sulfuroso penetra pe los buracos e atravessa toda a massa dos grãos; os gorgulhos, não podendo supportar o gaz sulphuro- so, veem á superfície, onde é muito facil apanhal-os. Se se deixar estar bastan te tempo o enxofre a arder, o gorgulho desapparece por completo, porque en tão é asphixiado. Ha um processo muito seguido e de grandes van tagens: a semente, quando se lança á terra, já leva muitos ovos, que, com a acção do calor e da humi dade, se desenvolvem e se conservam ahi até que haja fructo onde se possam alo jar, e para que isso se não dé, lança-se a semente den tro d’agua aonde se tenha addicionado sulphato de

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I V A N N ODOMIjNTG-O, 37 -DE MARÇO DE 1904 iV.° 141

S E M A N A R IO N O T I C I O S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

A ssignatura úA n n o , 1S000 réis; s e m e s tre . 5oo réis. Pagamento adeantado. 0 para o Brazil, a n n o . 2$5oo réis I m o e d a forte;. QA v u ls o , n o d ia da publicação, 20 réis. ^

EDITOR— José Augitslo Saloio Ij 19, i.° — RUA DIREITA —A L U E f x A L L K G A

19, I.c

| P ub licaçõ esí l Annuncios— i . 3 publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os a iítõ -' graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

P R O P R I E T Á R I O — José Augusto Saloio

E X P E D I E N T E

Uogamos ] aos nossos estimáveis assignantes a fineza «le nos p a rt ic ip a ­rem qua lqu er falta na r e ­messa do jo rna l, para «le prom pto p rov idenc ia r­mos.

Acceitam-se com g ra ti­dão quaescjuca* noticias qtie sejam de in te resse publico.

m m w b b s s b nYafe *íi« eskN tf ■

e ijL Líwb a a \ b é í

Ha vinte séculos que no dia de hoje uma multidão enthusiasmada, gritava nas ruas de Jerusalem, juncan­do, de palmas o caminho que seguia o grande evan- gelisador do Bem, o louro Christo: «Hosana ao filho de David!» As acclamações succediam-se e Jesus era levado em triumpho por toda aquella gente, que via nelle o apostolo do amor.

Pouco tempo depois esse mesmo povo gritava, dean­te da varanda de Pilatos: «Crucifiquem-n’o! Crucifi­quem-no!»

E’ assim o povo. Sempre leviano e inconstante, des­pedaça num momento o idolo que pouco antestinha adorado de joelhos.

E' o Christo foi crucifica­do, e aquella nobre alma desprendeu o seu vôo, pro­nunciando as memoráveis palavras: « Perdoae-lhes,Senhor, porque não sabem 0 que fazem».

Applicaram-lhe o suppli- cio mais aviltante, o des­prezo mais esmagador. Morreu, mas o seu espirito era tão grande, as suas li­ções eram tão nobres, tão santas, que a religião do Nazareno atravessou o mundo e firmou-se em so­lidas raizes, vencendo to­das as peias, entrando em todos os corações.

E’ triste de pensar que essa religião, pura e divi­na, tenha servido de ins­trumento do mal nas mãos de tantos miseráveis, tenha feito correr na terra ondas de sangue, provocando os

gritos e as blasphemias das victimas dos que se dizem ministros do m artyr do Gol- gotha.

A rubra chamma do San­to Officio fez recuar de horror a pomba que no Cal vario recebera dos lá­bios de Jesus as palavras sublimes de amor e de per­dão; as scetias medonhas que a Historia nos apresen­ta, praticadas por malva­dos que tiravam, sem va- ciilar, a vida aos seus ir­mãos, em nome da fé, mas com a mira unicamente no ouro e nas grandezas, po­deriam apagar da fronte de Jesus a aureola que o divi- nisou, se elle nã ) fosse tão grande, tão enorme, qu^ nada no mundo será capaz de 0 arrancar do pedest il de gloria que a humanida­de lhe construiu.

O mundo não recua; se­gue, sem temor, o cami­nho do Progresso; o bar­barismo acabou; a luz que ha de illuminar a terra, quando surgir a nova au­rora, por que tantos a al­mejam, já vem bruxulean­do no horisonte, vaga, in­decisa, mas visivel aos nos­sos olhos; e então, quando todos forem irmãos, quan­do não houver no mundo inimizades nem odios, quan­do as guerras, que nos en­vergonham, deixarem de existir, o nome de Jesus será gravado na bandeira que se elevará bem alta, como o distinctivo do novo reinado da paz.

JOAQ UIM DOS ANJOS.

M ercearia iSelogio

E’ realmente deslumbran­te a exposição de amên­doas que os nossos amigos Franco & Figueira realisa- ram no seu importante es­tabelecimento de mercea­rias, na praça Serpa Pinto.

Podemos dizer que é um verdadeiro primor, e que nesta villa ainda não tivé- mos ensejo para admirar, neste genero, uma exposi­ção tão completa. A con­corrência de pessoas que estes dias tem procurado admirar a paciência e bom gosto destes nossos ami­

gos é incalculavel, concor­rência que sem duvida de­ve ter recompensado b^m o muito trabalho que tive­ram.

No kiosque da Praça, tambem hoje, estes nossos amigos, expõem ao publi­co um colossal sortido de amêndoas.

Enviámos, pois, aos brio­sos e incançaveis commer­ciantes, a quem augurámos util futuro prospero porque realmente se tornaram di­gnos d’e 11 e, o mais aperta­do e allectuoso abraco.

A PRIM AVERA

A primavera é a estação mais perigosa e mais pre­judicial á saude. Basta di­zer que é a épocha mais sujeita ás variações da tem­peratura. Passa-se rapida­mente do frio ao calor, do tempo sêcco ao tempo hú­mido, do vento á chuva e reciprocamente. Todo o or­ganismo se resente deste trabalho da natureza, os humores e o sangue estão em movimento e o corpo impressiona-se com maior facilidade. Assim na prima­vera, as doenças são mais frequentes e mais graves do que noutra qualquer es­tação, tendo por isso cabi­mento o repetir-se aqui, applicando-o devidamente, o proloqu.io de que o maio dos poetas differe essen­cialmente do maio dos me-

Sob a influencia das va­riações diurnase nocturnas da atmosphera, do vento e das intermittencias do sol, apparecem as doenças ca- tharraes, fluxionarias, he- morrhagicas, rheumaticas e inflammatorias. As cons­tipações apanhadas no in­verno tornam-se tenazes e todos sabem quantas n’es- te caso passam ao estado chronico.

N’esta estação todos de­vem modificar o vestuário e o regimen. Assim é bom diminuir a alimentação sub­stancial do inverno, tem­perar o calor do regimen dos tempos frios pelo uso dos legumes verdes, leite

e fructas, se fòr possivel.«Não é para recreio dos

olhos, diz Bouchut, que a terra produz em abril os le­gumes herbáceos, cheios dagua, e os fructos. Esta vegetação tem o seu fim beneficente, exactamente como a vegetação do ve­rão, e a do ou.omno e do inverno, estas duas com os grãos farinhentos. Nesta successão de productos ma­nifesta-se uma verdadeira presciência das necessida­des do homem que não aprecia a philosophia do imprevisto, e aquelles que não aproveitam d’estes bens da terra arrependem-se sempre de tal desmazelo.. A dyspepsia ou a gòtta ce­do ou tarde ensina-lhes que a primavera foi mais feita para o homem, do qu; o homem para a primavera, pois que esta estação faz brotar todos os recursos de alimentação indispensá­veis á saude.»

No mez de maio pode vestir-se fato menos pesa­do que de inverno, mas o que se não deve é operar esta mudança repentina­mente, e antes observar um certo methodo em tal modificação, redobrando- se de attenções contra to­das as variações atmosphe- ricas e intempéries do céu. Não nos devemos illudir Com o brilhantismo enga­nador dos raios solares nem com a apparição ficticia das primeiras flores; o sol de maio é pérfido para as cre­anças, principalmente. E’ aos primeiros raios do sol primaveril que as conges­tões cerebraes e as menin- gites mais victimas fazem no risonho exercito dos ba- bys.

As consequencias das constipações apanhadas no inverno, as doenças que nos atacam nesta estação, são, como já se disse, as peo- res.

De dia passa-se menos mal, mas de noite os ata­ques de tosse são mais for­tes, e de manhã, quando nos levantámos, a expecto­ração torna-se mais ou me­nos difficultosa, mais ou menos abundante. As tisa­nas peitoraes, os xaropes e

j alepos calmantes, nada con­seguem nestes casos, sendo difficil obstar aos progres­sos das enfermidades que nos affligem na primavera.

A G R I C U L T U R Ad e s t ru iç ã o do gorgulho

do grão

A infecção dos celeiros é a causa principal para o gorgulho se desenvolver, porque, vindo elle da eira e mesmo da terra, e tendo no celeiro a humidade ou o grão molhado na eira,- elle desenvolve-se extraor-: dinariamente.

Em muitos paizes fa­zem grades de cannas em fórma de cylindro; enchem- se esses cylindros de grão e dependuram-se, e neste caso o grão conserva-se enxuto e arejado e por conseguinte livre dos ata- ■ ques dos insectos nocivos.

Não se podendo conser­var assim o grão pelo fa­cto de haver grande quan­tidade de cereal, ha um processo muito simples e facil de executar: perfura- se o fundo d uma dorna e depois lança-se dentro o grão; na parte de fóra do fundo da dorna colloca-se uma vasilha com enxofre a arder.

O fumo carregado de gaz sulfuroso penetra pe­los buracos e atravessa toda a massa dos grãos; os gorgulhos, não podendo supportar o gaz sulphuro- so, veem á superfície, onde é muito facil apanhal-os. Se se deixar estar bastan­te tempo o enxofre a arder, o gorgulho desapparece por completo, porque en­tão é asphixiado.

Ha um processo muito seguido e de grandes van­tagens: a semente, quando se lança á terra, já leva muitos ovos, que, com a acção do calor e da humi­dade, se desenvolvem e se conservam ahi até que haja fructo onde se possam alo­jar, e para que isso se não dé, lança-se a semente den­tro d’agua aonde se tenha addicionado sulphato de

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ferro (i por iooo) durante 24 horas, lançando em se­guida a semente á terra.

Procedendo-se assim, não só são destruídos os ovos dos animaes, como os esporos dos parasitas vegetaes.

P r o c is sã o de P a sso s

E’ hoje, conforme noti­ciámos, que se realisa a procissão de Passos nesta villa. Acompanha esta pro­cissão a distincta phylarmo­nica 1° de Dezembro. Pré- gará os sermões do preto­rio, encontro e calvario o rev. Napoleão.

jogando a «chapa». Uma liçãosinha, não seria nada mau.

M ercado em S a r ilh o s Cirandes

Foi apresentada á cama­ra municipal d’este conce­lho uma representação da junta de parochia da fre­guezia de Sarilhos Gran­des, pedindo a creação de um mercado mensal na­quella freguezia no 3.° do­mingo de cada mez de ga­do vacum, cavallar, laníge­ro, suino, caprino, etc., por ser aquella localidade um dos pontos mais centraes para estas transacções e constituir um importante melhoramento para a fre­guezia, a qual de anno para anno vae progredindo con­sideravelmente.

A camara, reconhecen­do a justiça do pedido e concordando plenamente no exposto pela junta de parochia, resolveu pedir a necessaria auctorisação pa­ra a dita creação desse mercado conforme a re­presentação da referida jun­ta de parochia.

Vae ser distribuído pe­los facultativos municipaes deste concelho um questio­nário sobre o estudo de doenças cancerosas.

Prestou j uramento na ad­ministração do concelho João Ferreira, agulheiro da estação dos caminhos de ferro da freguezia de C a­nha.

Foi pedida auctorisação superior para pôr a con­curso os logares que se acham vagos de continuo da escola municipal secun­daria, desta villa, e o de pregoeiro da camara.

Foi enviado á administra­ção do concelho o primei ro orçamento supplemen- tar da camara municipal, a fim de ser remettido ao Governo Civil para obter a approvação superior.

Ao si', administrador do concelho recommendâmos uns garotos que se entre- teem na rua do Collegio

S erá verdade?!

Consta-nos que a praça dos trabalhadores vae sei mudada para o largo da Egreja. Oxalá que o boato seja certo; e muito folga rão os commerciantes que por sua infelicidade ainda hoje aturam tanta grosse­ria.

A excellentissima cama­ra que se não faça demo­rar, e terá com isso feito uma boa obra áquelles commerciantes.

«ffulgameato

Respondeu hontem em audiência de policia cor­reccional Feliciano Joaquim Soares, pelo crime de of­fensas corporaes nas pes­soas de José Caetano Er- vedoso, do Samouco, e de José Bernardo, cazeiro da Quinta da Povoa, caso a que minuciosamente nos referimos no ultimo nume­ro d’este jornal. Foi con­demnado em 6 mezes de prisão e 3o dias de multa a 100 réis.

NUM ALBUMSe a mim se devera D o orbe a existencia, Aos pés de vóssencia Ir ia depôr 0 brilho da aurora, Dos mundos no cume, O doce perf ume D o calix da flo r.

O fog o sagrado D o astro do dia lintão guardaria Em urna dourada,E vinha tra^el-o, Pedindo somente O riso fulgente D uns labios de fada.

Mas, triste de mim! Que ousada chimcra! E u dar-lhe quimera A sjo ia s do mundo,E deixo-lhe apenas, E m pallidos versos,Os cantos dispersos D'affecto profundo.

JOAQ UIM DOS ANJOS.

P E N S A M E N T O SA fraqueja nos juizes produ-, muitas ve^es, os mes­

mos eff eitos que a maldade; e a timide% pode ter resulta­dos eguaes aos da tyrannia.— Bastos.

— Não ha maior loucura que ser avaro toda a vida para fa\er pródigos cedo ou tarde.

— A espada é a penna com que o guerreiro escreve as suas leis; a penna é a espada com que o sabio vence as sãas batalhas.

A N E C D O T A S

Uma senhora, que ia pagar a decima do marido, vol- tou-se para 0 empregado competente:

— Tenha a bondade de vêr se meu marido estd rela­xado. . .

________Entre dois eleitores:— Que me di\es ao nosso deputado, que ainda não fo i

capa* de di^er palavra nas cortes?— Entendo que f a * muito bem, porque elle não é rico,

e como o silencio é o u ro . . . cala-se para o não desper­diçar.

________

Pretendendo um typo certo emprego que lhe não foi lado, disse que esta injustiça, havia de causar a morte a mais de cem pessoas. Perguntando-lhe alguem como ha­via isso de ser, respondeu:

— - E porque me determino a ser medico.

_ _ _ LITTERATURAO c o lh e re ir o

Houve noutro tempo um colhereiro que tinha por costumeira ir a uma matta muito longe de sua casa apanhar madeira pa­ra fazer colheres.

•Certo dia que elle esta­va cortando um pedaço a um castanheiro muito an­tigo, notou que no tronco havia um grande buraco.

Cheio de curiosidade, o colhereiro quiz vêr o que havia dentro, mas mal ti­nha entrado quando lhe appareceu um mouro en­cantado, que, com voz me­donha, lhe disse:

— Já que te atreveste a penetrar no meu palacio, ordeno-te que tragas aqui a primeira coisa que te apparecer ao chegares a tua casa, e se não cumpri­res, fica certo que morre­rás dentre em tres dias.

Foi-se o colhereiro para sua casa, onde tinha tres filhas muito lindas e uma cadellinha, que sempre o vinha esperar á entrada da porta.

N ’esse dia, porém, con­tra o seu costume, quem lhe appareceu á entrada da porta foi a filha mais velha.

Então elle. chorando, contou á filha tudo que lhe tinha succedido e pe­diu-lhe que fosse ella, senão que o mouro o mataria e ficava ella e as irmãs sem amparo.

A filha apromptou-se logo para ir, e depois de ter abraçado as irmãs, par­tiu para o palacio do mou­ro.

Deixemos agora o co­lhereiro com as duas filhas, e vamos vêr o que faz o mouro á outra filha.

Logo que ella chegou, deu-lhe as chaves de todas as salas do palacio e dei­tou-lhe ao pescoço um cordão de ouro fino com a chave dum a sala, pro- hibindo-a de entrar nella, pois se lá fosse, morreria.

Um dia em que o mou­ro tinha sahido, a infeliz

FO LHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

D E P O I S Í Í P E C C A D OL iv r o S egu n d o

11

No abatimento moral em que se encontrava, as revelações do tabelião deram á Magdaiena um g-ande con­solo. Uma vez que o Pedro Guille- male conservara d’el!a uma recorda­ção sympnthica, já não estava só no mundo; esperava encontrar n'el!e um amigo fiel que náo a abandona­ria na duras provações que ia agora íiffrontar.

O r e s t o do t ra je c to fo i s ile n c io s o .

A paizrgem inundada de luz desenro­lava se magnifica á vista dos nossos viajantes.

Ao meio dia estavam em V; ls ; mas só a atravessaram e a carruagem tomou rapidamente o caminho de Antraigues. A Mag lalena, com o co­ração opprim iJo, deitava pela porti nhola um olhar receioso. De repente fez-se muito palida. Acabava de avis­tar as primeiras casas da sua aldeia, o presbyterio, a egreja, e mais adean­te o pavilhão da princeza.

A carruagem parou deante do pa­vilhão.

— Chega'mos, disse Riballier, abrin­do a portinhola e saltando para o cháo.

Estendeu a mão á sr.a Telemaco. que descju atraz d’elle. e depois á j Magdaiena. a qut.ni conduziu até á , porta do pavilhão, em redor da qual

; lguns habitantes de Antraigues. at- trahidos pela bulha dos cavailos, se tinham formado em grupo.

A Magdaiena passou por deante a'el!es, com os olhos baixos, sem pro­ferir uma palavra, como se temesse afírontar o olhar honesto d'aqnelia boa gente que a tinham conhecido pobre e a tornavam a vêr agora trans­formada. Entrou rapidamente em ca­sa, com pressa de se livrar de uma curiosidade que a incommodava.

A sr.3 Telemaco não fez o mesmo. Como conhecia a maior parte dos cu­riosos, demorou-se a cumprimen- tal-os, a in errogal-os, toda orgulhosa por se lhes most-ar com um vestido de seda preta e um chapéo carrega­do de flores, em todo o brilho da sua fortuna. Depois dirigiu se para a por­ta do pavilhão por onde a Magdaiena aciiK.va de d sapparece.-. Mns.quando

ia a entrar, uma mulher velha tocou- lhe no braço, dizendo-lhe:

— Foi a Magdalenasinha quem pas­sou agora por aqui?

— Ella mesma, respondeu a sr.a Telemaco.

— Está tão rica como bonita?— E ’ verdade.— 1 eve então alguma herança?— Não teve uma. teve muitas, tor­

nou a sr.a Telemaco, sorrindo-se com- plac entemente.

— E' que dizem que foi dinheiro mal ganho.

— Os q"e dizem isso são invejosos, vá dize--lh'o da minha parte.

A sr.a I elemaco seguiu magestosa- mente o seu caminho e foi ter com a Magdaiena e com o sr. Rib.-llier a um salão do rez do-chão.

Quando entrou, a Magdaiena, ex- hausta de fadiga e de désgóstos, âc-

ceitára a poltrona que o tabellião lhe ofleiecera. Examinava em redor d'el- la aquelles sitios que lhe eram tão fa­miliares, mas longe dos quaes vivia havia cinco annos. As lagrimas que lhe molhavam os olhos denunciavam- lhe a commoção, e vendo a assim, en­volvida nos trajes de luto, ninguém quereria acreditar que era aquella a brilhante creatura que, tres dias an­tes, passeava pelo Bosque a sua ra­diante belleza e habitava n’um dospa- lacios mais sumptuosos de Paris.

— Naturalmente já pensou no almo­ço, sr. Riballier, disse a sr.a Telema­co, entrando ruidosamente no salão.

— Não tenha cuidado, minha senho­ra, respondeu o tabellião com frieza; está tudo prevenido.

(Continua,1.

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O DOMINGOrapariga, cheia de curiosi­dade, quiz vêr o que esta- va na tal sala: entrou e vju muita gente com as cabeças cortadas; ella, to­da horrorisada, fechou a porta e poz outra vez a chave ao pescoço, mas o mouro, quando voltou ao palacio, foi vêr a dita cha­ve e viu que ella tinha uma mancha de sangue.

Então sem dar palavra, cortou a cabeça á pobre rapariga e foi deital-a na mesma sala onde ella tinha entrado.

Voltando o colhereiro, sabereis que elle foi ter com o mouro para que lhe desse noticias da filha, e elle lhe respondeu:

— Vae buscar a tua filha do meio para vir fazer companhia á que cá está, pois que anda muito triste com saudades delia.

Trouxe o colhereiro a filha, e a ella succedeu-lhe o mesmo que tinha succe- dido á sua irmã.

Restava ao colhereiro só a filha mais nova, mas co­mo o mouro lhe ordenas­se que lha levasse tam­bem, levou-llia.

Logo ella chegou, o mouro fez-lhe as mesmas recommendações que ti­nha feito ás outras irmãs.

A rapariga entrou na sala dos mortos e viu as irmãs degoladas, mas no­tou que ellas ainda estavam quente e teve desejos de as tornar á vida.

Na mesma sala havia um armario contendo pu- carinhos com sangue dos mortos; então ella, vendo dois pucarinhos com o no ine das irmãs, pegou nas cabeças delias, juntou-lhas aos corpos e despejou-lhe o sangue no pescoço; logo as irmãs tornaram á vida. Depois recommendou-lhes que não falassem, que ella havia de arranjar meio de as mandar para casa do pae.

As irmãs recommenda- ram-lhe que limpasse a chave para o mouro não saber o que ella tinha feito.

Voltou o mouro a casa e de nada desconfiou, e começou então a amar muito a rapariga a pontos de se deixar dominar por ella.

Um dia pediu-lhe ella que fosse elle levar uma barrica de assucar ao seu pae, pois estava muito po­bre; o mouro disse logc que sim. Ella então met teu uma das irmãs dentro da barrica e disse ao mou­ro que fosse depreda, que não parasse no caminho, que ella o ia vêr do mi­rante.

O mouro partiu, ella ordenou á irmã que fosse dizendo pelo caminho es­

tas palavras: «Eu bem te vejo» para o mouro julgar que era ella que lhe falava do mirante.

A rapariga dizia: «Eu bem te vejo; eu bem te vejo», e o mouro respon­dia: «Lindos olhos que tan­to vêdês; correr, correr».

E c o rr ia ... corria, até que chegou a casa do pae; largou a barrica e voltou para o palacio.

P assados dias, quiz a ra­pariga mandar outra bar­rica ao pae; e da mesma fórma mandou a outra irmã.

Restava só ella; ora isso era mais difficil, mas como era muito esperta, de que se havia de lembrar? fez uma boneca de palha, ves­tiu-lhe os seus vestidos e pòl-a no mirante; metteu- se na barrica, depois de ter dito ao mouro que fosse depressa, que ella ia vêl-o do mirante.

Pelo caminho foi sempre dizendo: «Eu bem te vejo, eu bem te vejo». «Lindos olhos que tanto vêdes; cor­rer, correr».

Assim voltaram as filhas todas para casa de seu pae; o mouro voltou ao palacio e foi-se abraçar á boneca de palha julgando ser a ra­pariga e cahiu do mirante abaixo, morrendo logo re­bentado.

O palacio e o castanhei­ro desappareceram, pois tudo era obra de encanto

Agora, leitor, vae por uma parte, sae por outra, e vae ao rei que te conte ou t r a . . .

vari Acrobático» por todos os clowns da Com panhia,' trabalho que se executa ho- j je pela primeira vez; «As sevilhanas», baile andaluz pelas sympathicas dançari­nas Josepha Alonso e Blan- ca O rtiz e muitas mais at- tracções que todas as noi­tes fazem as delicias dos aldegallenses.

Circo Amado

Effectuou-se na sexta fei­ra ultima no elegante C ir co Amado, um esplendido espectáculo em beneficio de dois artistas daquella Companhia: Adriano Rey e Pepito Paterna. Em um dos intervallos a «Troupe Par­dal» executou com corre­cção tres lindos trechos, composição do director da referida «troupe», sr. José Cândido da Costa, (O Par dal) um dos mais habeis guitairistas d’estes sitios.

Para hoje annuncia-se um extraordinario e varia­do espectáculo popular em que serão executados dez números gymnasticos, mi- micos e acrobaticos, a que certamente não falha uma enchente. No programma d’estc espectáculo, que está primorosamente organisa- do, figuram: a sr." Blanca O rtiz e Manuel Amado que farão o assombroso traba­lho de força e equilíbrio no «double-arame»; a sr.a Te- reza Dominguez, com os seus prodigiosos trabalhos de equilíbrio; «O Chari­

Unia vergon h aDa Inspecção Geral de

Vinhos e Azeites foi envia­do ao presidente da Com­missão de Vigilancia ao fa­brico e venda de vinhos e azeites no concelho de Al­degallega um officio com data de i 5 do corrente, dando conhecimento que no dia 12 do corrente, lbi reexpedido com destino a esta villa, á entrega do sr. Francisco Fortes Ribeiro, dois cascos de vinho de 1908, a fim de ser destilla- do na adega do referido senhor, conforme foi con­cedido pela Inspecção Ge­ral, sujeitando-se á fiscali- sacão da Commissão de

»

Vigilancia d’esta villa.Segundo informações de

pessoas que nos merecem toda a confiança, sabemos que o sr. Ribeiro tem nes­ta villa um armazém de vi­nhos, armazém onde mette vinhos de differentes pro- cedencias, fazendo-os, pro­vavelmente, sahir daqui mais tarde com o bello no­me de vinho de Aldegalle­ga, o que, com toda a cer­teza, lhe dará maior lucro.

Os viticultores d’esta vil­la estão altamente zanga­dos, e com razão, por se dar lá fóra a uma zurrapa indigna o nome de vinho de Aldegallega, quando es­ta a que nos referimos, se­gundo nos affirmam, foi comprada lá fóra e trazida para aqui para depois sahir com esse bello nome,

Recommendamos á di­gna Inspecção Geral estes atrevidos negociantes de mixordias, que fazem ô des- credito da nossa viticultura.

pimenta, toucinho ás pe­quenas lascas e sal que bas­te, devendo ir tudo a refo- gar.

Feito tudo isto, junte-se- he o sangue, que deve pas­

sar por uma cozedura, e in- troduz-se este recheio no interior do leitão, que, de- 3ois de cosido com uma li­nha, é barrado com man­teiga de porco, toucinho 3Ícado, pimenta, uma fo­lia de louro e colorau. Em

seguida vae ao forno a as­sar, devendo ser virado na pingadeira até que córe sem. Sirva-se com alface e enfeite-se com salsa e azei­tonas.

ARTE C U L 1N A R IAL eitã o assad o á p r o v in ­

ciana

M orto o leitão de fórma que se lhe aproveite o san­gue, mergulhe-se n um va­so dagua a ferver; e, com um panno bem aspero, es­fregue-se até que a pelle fi­que branca. Depois de as­sim preparado, abra-se, ti- rem-se-lhe os intestinos, e, depois de bem lavados, aproveite-se-lhe o coração, o figado, a fressma e os rins, devendo haver o cui dado de se não rasgar mui to o animal. Hm seguida picam-se aquellas miude zas a que se junta salsa e cebola, tambem picadas,

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Os amores trágicos de Manon Les- raut com o i elebre cavallèiro de Grieux. formam o entrecho d'este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade devéras encantador.

A .corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro , destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi recebido em Pa ris, onde se conta-am por milhares ós exemplares vendidos.

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Devido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.mo sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazei', se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

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