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T 17.° anno A«»lUKArtKA EH LI«RO« t mez... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis. 3 mezes. 900 » Ditos na 1.» pagina 100 rs. Avulso .. 10 » Corpo do jornal 40 réis. Communicados e outros artigos contratam-se na administração. Sexta feira 23 de março de 1888 A&SlliXAlUHA NAS l'IKOVL\CU« 3 mezes pagamento adiantado 15150 réis I RI r 0"fi A correspondência sobre administração a Ro- flUíjlGrO DQ li dngo de Mello Carneiro Zagallo, travesssa da Queimada, n. # 35. Francisco de Oliveira Chiniço Dando hontem noticia do falle cimento de Francisco de Oliveira Cham iço, dissemos que não traça- vamos no memento a biographia do finado por termos de fazel-o no artigo ccm que teríamos de acom- panhar o seu retrato. Desempenhamos temos como pudermos do encargo, tendo uma d*s maiores difliculúades com que luctamos, a í*Ka de espaço. São ens traços rápidos, ligeiros, que dírão apenas uma idéa do valor da perda d'aquella vida para Untos preciosa. Não cremos que nos apontem em Londres, onde a firma Ch*mi- ço era altairente respeitada. Ain- da ião contava 20 annos quando assimiu a gerencia da casa, sen- do eltito secretario da Associação Cenmercial Portuense, achando- se ligado á sua direcção pelo es- paço de vinte e ires annos, duran le os quaes foi incumbido pela mesma associação e pelt estado de innumeras commissões em pro- veito do serviço publico. Fnndcu a c( mpanhia Utilidade Publica, ccnseguindo dotar as províncias do Minho e Douro com as primeiras estradas. Em 1854 foi elle deputado pelo Porto, occupando successivamen- te logar na camara electiva até 1864, epocha em que renunciou a Não passou desaperecebida a nergia, actividade e o grande amor pelo paiz, que distinguiam hrancisco d Oliveira Chamiço, e comiudo, c'creditamol-o, agora se fará inteira justiça a esse ho- mem prestimoso que acaba de passar os hembraes da eternidade. O sr. Francisco Chamiço falle- cido na 3. a feira ultima, recebeu os sacramentos da Santa Egreja, que lhe foram ministrados pelos R. Monsenhor Prior dos Mariyres, e seu coadjutor. O sr. arcebispo de Sardia, Nun- cio Apostólico n'este reino, deu lhe a benção Papal com indul- gência plenaria. * O conselho de administração da dico ajudante no hospital de doen- tes d'olhos do afamado professor Douders na mesma cidade, adqui- riu durante dois annos conheci- mentos completos de ophtalraolo- gia nas Universidades de Vienna, Praga e Berlim sob a direcção de celebres professores d'este'raino especial das sciencias medicas. Seguiu em Paris a clinica do notável professor Liebreich, que o recommendou para Portugal a pedido d"um seu cliente residente em Lisboa. Estabeleceu-se no nosso paiz por julgar o nosso clima favora- vel ao padecimento pulmonar que o afFectava. Achava-se em Lisboa desde iG9, e era o mais antigo medico Boas amêndoas! Segunda-feira, 26, loteria de Madrid com dois prémios de 14 contcsl Antonio Ignacio da Fonswa Convida Aprendizes de impressão Precisam se, com pratica, na travessa da Qneimada. 35, typo- graphia do Diário lllustrado. Para tratar, das 9 da manha à 1 da tar- de. Reuniu hontem a junta consul- tiva do ultramar. Parque vaccinogenico Vaccina animal Directores Moniz Tavares e Guilherme Ennes Rui de S. Bernardo á Estrella n.° 45 a 51 A—Lisboa. Vaccinação directa, das 12 ás 2 horas, todos os dias. Vaccinaçào no parque... 2£2oO em domicilio 4 £500 Tubo com lympha l£200 Laminas com pôipa 1*500 6 tubos ou laminas 10 por cento de abatimento. Único deposito na pharmacia Barral, 126 e 128. FRANCISCO DE OLIVEIRA CHAMICO DR. VAN DER LAAN de exagerados afirmando que Francisco de Oliveira Chamiço foi, no seu tempo, nm des bemens mais presumes do paiz. Consagrou a sua vida ao engrandecimento da terra que o viu nascer. Nascido no seio da opulência couroercial, poderia como tantos outros nas mesmas circumstan- cias ter sido apenas um dos gran- des parasitas scciaes; pr< feriu no entanto dedicar-se ao progresso da sua pairia,dotando a cem mui- tas e in portantes instituições de credito e indostriaes. Nasceu no Porto e era filho de Fcrtunato de Oliveira Chamiço, negociante abastado d'aqmlla ci- dade, e de D. Candida Martins Pa checo, anhos de honrada linha- gem. Seu avô, Braz de Oliveira Cba miço, capitão de mar e guerra, era oriundo de mbre familia alie (Vcn Chcmisso). Isto quer di zer que não foliavam ao nosso bio- Sraphado pergaminhos que, reuni- os á riqueza lhe pamittiriam, se o síu génio a tal se prestasse, gezar uma vida fidalga e abastada, simcs incín rredx s que lhe ori- ginaram a sua filra utilitaria. Mandado aos 9 ; nnos para In- glaterra, ende reccbvu a educa- ção, regresseu ao Porto c(m 17 «nnos, sendo lego associado de seu ae, tanto na cidade invicta ccmo sua candidatura, por diverhencias com o ministério Loulé-Lobo d'Avilla. Foram immensos os serviços prestados por Francisco Chamiço, ccmo debutado, ás províncias do nerte. Foi Chamiço quem propez e fez votar a eMrada marginal do Dou- ro, a continuação das estradas io norte do mesmo rio; as de Ca minha e Vianna e ramal de Cou- ra. Foi fundader da empreza do Palacio de Crystal, cem o viscon- de Villar Allen. Funde u o banco Ultran arino, que tão grandes ser- viços tinha de prestar ás nossas et Unias d'além m/>r. Nunca sollicitcu favor algum, não obstante os valiosos serviços que prestou na camara e fora dVlla. Pelos seus importantes tra- \ alhos, pela sua autboridade em questões de administração, che- gou a ser indigitado pela opinião publica para ministro da fazenda, e se não sobraçou a pasta foi por- que não quiz estender os braços para ella. . Recuscu o titulo de visconde que lhe foi (fferecido per D. Pe- dro V, e ainda outras honrarias ctm que o tentaram. Ha h< nuns cujo merecimento é verdadeiramente aquilatado de- pois do seu passamento. companhia real dos caminhos;de ferro portoguezes, na sua sessão de hontem, nãoíó assignou um voto de sentimento pela perda do seu illustre membro, Franciscode Oliveira Chamiço, como determi- nou sejam boje fechados os es- criptorios da mesma companhia, ccmo df monstração de sentimen- to por tão irreparavel perda. O sr. Chamiço era um dos ad- ministradores mais antigos d'a- quella companhia. 0 dr. Yan Der I.aan Nasceu na Hollanda em 1841, e era oriundo d'uma antiga familia cujos ascendentes se distinguiram na guerra de 80 annos contra os hespanhoes, no sitio da cidade de Leitíe, na India hollandeza e no Brazil como capitães e governa- dores d'estes paizes, quando esti- veram debaixo do dominio da sua nação. Destinou-se primeiro ao estudo da tbeologia, cujos preparatórios corrpletíu, mas a sua te^pdencia levou-o afinal para os estudos me- dicos, cujo curso concluiu na Uni- versidade de Utrecht, onde alcan çou todos os graus de doutor em medicina, cirurgia e partos. Depois de ler servido ccmo rae- estrangeiro estabelecido em Lis- boa. Pode dizer-se que o dr. Van Der Laan fez uma escola d'ophtal- mologia da qual sairam os seus conhecidos discipulos os drs. Plá- cido, no Porto, e L. Fonseca, em Lisboa. Coadjuvado por estes cavalhei- ros editou o primeiro jornal espe- cialista que se publicou em Por- tugal. hontem nos referimos á sua iniciativa na fundação do Jardim Zoologico, na qual desenvolveu prodigiosa actividade. O seu ultimo estabelecimento, o posto ou hospital do largo do Pelourinho n.° 35, 1." foi a ultima prova da grande iniciativa, activi- dade e verdadeiro amor pela hu- manidade, exbibida pelo homem da sciencia que a morte acaba de arrebatar. O dr. Van Der Laan foi um es- tudioso, um idolatra da sciencia e um philantropíco. Dizem-n'o, com relação a este ultimo ponto, o grande numero de serviços que prestou á pobreza. Telegrammas do Porto PORTO, 22, ás 4 h. e 30 da t. Nos jardins palácio de Crys- tal procedem a grandes obras e encanamento de gaz para illumi- nações no tempo de verão e fes- tas ao ar livre. —Reuniu hontem á noite a com- panhia de artefactos de malhas, approvando contas e relatorio, re solvendo crear caixa de soccorros para operários, enviar á exposi- ção de Barcelona representante afim de estudar reformas a intro- duzir no fabrico, offertar ao de- putado Oliveira Martins, d'accor- do com outras fabricas depois uma estatua de bronze como lem- I brança de reconhecimento pela defeza prestada á referida indus- tria, e dar de dividendo G 0,0. —A al^ndega rendeu hoje réis 19:161^888. S. * O sr. Joaquim J Pereira Amado Junior, administrador do concelho de Grandola, foi trans- ferido para o de S. Thiago de Ca- cem. \ CABELLEiilEiitA, penteia axndso e de partidoCalçada d* Sant'Anna, 172, 1.° IIISTlllíh KA riíUSTITUIÇAi Continua a puolicar-se com a maxima regularidade. Está publi cada a caderneta 80 Sociedade Promotora do Apu- ramento de Raças Cavai!» res. Corrida» de cavallo» g No segundo dia, 2 de abril, ha- verá uma corrida p?ra cavallos de passeio montados por gentlemen- riders. Premio do» amador*» Um objecto d'arte Para cavallos que não tenham tomado parte em corridas publi- cas. Peso minimo 6. r J kiios. Distancia cerca de 1:300 metros. Entrada gratuita. As iiiscripções faz6m-se no Tur- Ciub até ás 4 horas da tarde de 26 do corrente. Esta corrida terá !ogar, cor- rendo pelo menos 4 cavallos. Lisboa, 23 de março de 1888. Pela direcção Conde di Ribei a Grande.

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T

17.° anno

A«»lUKArtKA EH LI«RO«

t mez... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis.

3 mezes. 900 » Ditos na 1.» pagina 100 rs.

Avulso .. 10 » Corpo do jornal 40 réis.

Communicados e outros artigos contratam-se

na administração. Sexta feira 23 de março de 1888

A&SlliXAlUHA NAS l'IKOVL\CU«

3 mezes pagamento adiantado 15150 réis I RI r 0"fi A correspondência sobre administração a Ro- flUíjlGrO DQ li

dngo de Mello Carneiro Zagallo, travesssa da Queimada, n.# 35.

Francisco de Oliveira Chiniço

Dando hontem noticia do falle

cimento de Francisco de Oliveira

Cham iço, dissemos que não traça-

vamos no memento a biographia

do finado por termos de fazel-o no

artigo ccm que teríamos de acom-

panhar o seu retrato.

Desempenhamos temos como

pudermos do encargo, tendo uma

d*s maiores difliculúades com que

luctamos, a í*Ka de espaço.

São ens traços rápidos, ligeiros,

que dírão apenas uma idéa do

valor da perda d'aquella vida para

Untos preciosa.

Não cremos que nos apontem

em Londres, onde a firma Ch*mi-

ço era altairente respeitada. Ain-

da ião contava 20 annos quando

assimiu a gerencia da casa, sen-

do eltito secretario da Associação

Cenmercial Portuense, achando-

se ligado á sua direcção pelo es-

paço de vinte e ires annos, duran

le os quaes foi incumbido pela

mesma associação e pelt estado

de innumeras commissões em pro-

veito do serviço publico.

Fnndcu a c( mpanhia Utilidade

Publica, ccnseguindo dotar as

províncias do Minho e Douro com

as primeiras estradas.

Em 1854 foi elle deputado pelo

Porto, occupando successivamen-

te logar na camara electiva até

1864, epocha em que renunciou a

Não passou desaperecebida a

♦ nergia, actividade e o grande

amor pelo paiz, que distinguiam

hrancisco d Oliveira Chamiço, e

comiudo, c'creditamol-o, só agora

se fará inteira justiça a esse ho-

mem prestimoso que acaba de

passar os hembraes da eternidade.

O sr. Francisco Chamiço falle-

cido na 3.a feira ultima, recebeu

os sacramentos da Santa Egreja,

que lhe foram ministrados pelos

R. Monsenhor Prior dos Mariyres,

e seu coadjutor.

O sr. arcebispo de Sardia, Nun-

cio Apostólico n'este reino, deu

lhe a benção Papal com indul-

gência plenaria. *

O conselho de administração da

dico ajudante no hospital de doen-

tes d'olhos do afamado professor

Douders na mesma cidade, adqui-

riu durante dois annos conheci-

mentos completos de ophtalraolo-

gia nas Universidades de Vienna,

Praga e Berlim sob a direcção de

celebres professores d'este'raino

especial das sciencias medicas.

Seguiu em Paris a clinica do

notável professor Liebreich, que

o recommendou para Portugal a

pedido d"um seu cliente residente

em Lisboa.

Estabeleceu-se no nosso paiz

por julgar o nosso clima favora-

vel ao padecimento pulmonar que

o afFectava.

Achava-se em Lisboa desde

iG9, e era o mais antigo medico

Boas amêndoas!

Segunda-feira, 26, loteria de

Madrid com dois prémios de 14

contcsl

Antonio Ignacio da Fonswa

Convida

Aprendizes de impressão

Precisam se, com pratica, na

travessa da Qneimada. 35, typo-

graphia do Diário lllustrado. Para

tratar, das 9 da manha à 1 da tar-

de.

Reuniu hontem a junta consul-

tiva do ultramar.

Parque vaccinogenico

Vaccina animal

Directores — Moniz Tavares

e Guilherme Ennes

Rui de S. Bernardo á Estrella

n.°■ 45 a 51 A—Lisboa.

Vaccinação directa, das 12 ás 2

horas, todos os dias.

Vaccinaçào no parque... 2£2oO

• em domicilio 4 £500

Tubo com lympha l£200

Laminas com pôipa 1*500

6 tubos ou laminas 10 por cento

de abatimento.

Único deposito na pharmacia

Barral, 126 e 128.

FRANCISCO DE OLIVEIRA CHAMICO DR. VAN DER LAAN

de exagerados afirmando que

Francisco de Oliveira Chamiço foi,

no seu tempo, nm des bemens

mais presumes do paiz. Consagrou

a sua vida ao engrandecimento

da terra que o viu nascer.

Nascido no seio da opulência

couroercial, poderia como tantos

outros nas mesmas circumstan-

cias ter sido apenas um dos gran-

des parasitas scciaes; pr< feriu no

entanto dedicar-se ao progresso

da sua pairia,dotando a cem mui-

tas e in portantes instituições de

credito e indostriaes.

Nasceu no Porto e era filho de

Fcrtunato de Oliveira Chamiço,

negociante abastado d'aqmlla ci-

dade, e de D. Candida Martins Pa

checo, anhos de honrada linha-

gem.

Seu avô, Braz de Oliveira Cba

miço, capitão de mar e guerra,

era oriundo de mbre familia alie

mâ (Vcn Chcmisso). Isto quer di

zer que não foliavam ao nosso bio-

Sraphado pergaminhos que, reuni-

os á riqueza lhe pamittiriam, se

o síu génio a tal se prestasse,

gezar uma vida fidalga e abastada,

simcs incín rredx s que lhe ori-

ginaram a sua filra utilitaria.

Mandado aos 9 ; nnos para In-

glaterra, ende reccbvu a educa-

ção, regresseu ao Porto c(m 17

«nnos, sendo lego associado de seu

ae, tanto na cidade invicta ccmo

sua candidatura, por diverhencias

com o ministério Loulé-Lobo

d'Avilla.

Foram immensos os serviços

prestados por Francisco Chamiço,

ccmo debutado, ás províncias do

nerte.

Foi Chamiço quem propez e fez

votar a eMrada marginal do Dou-

ro, a continuação das estradas io

norte do mesmo rio; as de Ca

minha e Vianna e ramal de Cou-

ra.

Foi fundader da empreza do

Palacio de Crystal, cem o viscon-

de Villar Allen. Funde u o banco

Ultran arino, que tão grandes ser-

viços tinha de prestar ás nossas

et Unias d'além m/>r.

Nunca sollicitcu favor algum,

não obstante os valiosos serviços

que prestou na camara e fora

dVlla. Pelos seus importantes tra-

\ alhos, pela sua autboridade em

questões de administração, che-

gou a ser indigitado pela opinião

publica para ministro da fazenda,

e se não sobraçou a pasta foi por-

que não quiz estender os braços

para ella. .

Recuscu o titulo de visconde

que lhe foi (fferecido per D. Pe-

dro V, e ainda outras honrarias

ctm que o tentaram.

Ha h< nuns cujo merecimento é

verdadeiramente aquilatado de-

pois do seu passamento.

companhia real dos caminhos;de

ferro portoguezes, na sua sessão

de hontem, nãoíó assignou um

voto de sentimento pela perda do

seu illustre membro, Franciscode

Oliveira Chamiço, como determi-

nou sejam boje fechados os es-

criptorios da mesma companhia,

ccmo df monstração de sentimen-

to por tão irreparavel perda.

O sr. Chamiço era um dos ad-

ministradores mais antigos d'a-

quella companhia.

0 dr. Yan Der I.aan

Nasceu na Hollanda em 1841, e

era oriundo d'uma antiga familia

cujos ascendentes se distinguiram

na guerra de 80 annos contra os

hespanhoes, no sitio da cidade de

Leitíe, na India hollandeza e no

Brazil como capitães e governa-

dores d'estes paizes, quando esti-

veram debaixo do dominio da sua

nação.

Destinou-se primeiro ao estudo

da tbeologia, cujos preparatórios

corrpletíu, mas a sua te^pdencia

levou-o afinal para os estudos me-

dicos, cujo curso concluiu na Uni-

versidade de Utrecht, onde alcan

çou todos os graus de doutor em

medicina, cirurgia e partos.

Depois de ler servido ccmo rae-

estrangeiro estabelecido em Lis-

boa.

Pode dizer-se que o dr. Van

Der Laan fez uma escola d'ophtal-

mologia da qual sairam os seus

conhecidos discipulos os drs. Plá-

cido, no Porto, e L. Fonseca, em

Lisboa.

Coadjuvado por estes cavalhei-

ros editou o primeiro jornal espe-

cialista que se publicou em Por-

tugal.

Já hontem nos referimos á sua

iniciativa na fundação do Jardim

Zoologico, na qual desenvolveu

prodigiosa actividade.

O seu ultimo estabelecimento,

o posto ou hospital do largo do

Pelourinho n.° 35, 1." foi a ultima

prova da grande iniciativa, activi-

dade e verdadeiro amor pela hu-

manidade, exbibida pelo homem

da sciencia que a morte acaba de

arrebatar.

O dr. Van Der Laan foi um es-

tudioso, um idolatra da sciencia e

um philantropíco. Dizem-n'o, com

relação a este ultimo ponto, o

grande numero de serviços que

prestou á pobreza.

Telegrammas do Porto

PORTO, 22, ás 4 h. e 30 da t.

Nos jardins dò palácio de Crys-

tal procedem a grandes obras e

encanamento de gaz para illumi-

nações no tempo de verão e fes-

tas ao ar livre.

—Reuniu hontem á noite a com-

panhia de artefactos de malhas,

approvando contas e relatorio, re

solvendo crear caixa de soccorros

para operários, enviar á exposi-

ção de Barcelona representante

afim de estudar reformas a intro-

duzir no fabrico, offertar ao de-

putado Oliveira Martins, d'accor-

do com outras fabricas depois

uma estatua de bronze como lem-

I brança de reconhecimento pela

defeza prestada á referida indus-

tria, e dar de dividendo G 0,0.

—A al^ndega rendeu hoje réis

19:161^888.

S. *

O sr. Joaquim J sé Pereira

Amado Junior, administrador do

concelho de Grandola, foi trans-

ferido para o de S. Thiago de Ca-

cem. \

CABELLEiilEiitA, penteia

axndso e de partidoCalçada

d* Sant'Anna, 172, 1.°

IIISTlllíh KA riíUSTITUIÇAi

Continua a puolicar-se com a

maxima regularidade. Está publi

cada a caderneta 80

Sociedade Promotora do Apu-

ramento de Raças Cavai!»

res.

Corrida» de cavallo» g

No segundo dia, 2 de abril, ha-

verá uma corrida p?ra cavallos de

passeio montados por gentlemen-

riders.

Premio do» amador*»

Um objecto d'arte

Para cavallos que não tenham

tomado parte em corridas publi-

cas. Peso minimo 6.rJ kiios.

Distancia cerca de 1:300 metros.

Entrada gratuita.

As iiiscripções faz6m-se no Tur-

Ciub até ás 4 horas da tarde de

26 do corrente.

Esta corrida só terá !ogar, cor-

rendo pelo menos 4 cavallos.

Lisboa, 23 de março de 1888.

Pela direcção

Conde di Ribei a Grande.

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T

III IRIO ItLlJSTHADO

%

A catastrophe

no Porto

No parlamento

Como entendemos ser do nosso

dever, damos hoje tréguas â poli-

tica, e esta mesma compreheusão

teve hontem a camara dos senho-

res deputados, levantando os seus

trabalhos, em manifestação, que a

honra, de sentimento e dôr, pelo

luto que veste não só a cidade do

Porto, mas todo o paiz.

O primeiro que se referiu ao

triste acontecimento foi o sr. Au-

gusto Fuscbini, que fez conside

rações sensatíssimas sobre a

anarchia das nossas leis que regu

lam a construcção e inspecção das

casas de espectáculo. Terminanio

a exposição das suas opiniões,

manifestou a idéa de que se en

cerrasse a §essão, em testimunho

de sentimento, como se fizera em

respeito á morte do imperador

Guilherme, não tomando a inicia-

tiva d'uma proposta, por saber

que ella seria apresentada por al-

gum dos representantes do Porto.

O sr. ministro das obras publi-

cas declarou que o governo se as-

sociava d'alma e coração a todas

as manifestações, expondo era se-

guida o que entende necessário

íazer, como meios conducentes a

evitar similhantes desgraças. A

questão, disse s. ex.a, e muito

bam, está em evitar, em tornar

pouco possíveis os incêndios, por-

que desde que elles se manifestam

as melhores condições não obs-

tam á catastrophe. O pânico, o

terror e a confusão augmentam o

perigo.

Historiou o que se fez em a.

Carlos, e mostrou a absoluta ne-

cessidade de se adquirirem pré-

dios contignos, para as respecti-

vas arrecadações, que não ha.

Como principio advogou a idéa de

se tornar obrigatoria a illumina-

çâo das casas de espectáculo a

luz eiectrica.

O sr. Arroyo, único represen-

tante do Porto que estava presen-

te, além do sr. Beirão,—que na

sua qualidade de ministro, não

quiz,, procedendo correctamente,

antecipar-se—em sentidas pala-

vras, muito applaudidas, corame-

morou o facto que enlutou a sua

patria. O dia 21» de março, disse,

ficará seBdo de luto nacional.

Em seguida fez as seguintes

propostas:

Que se lançasse na acta um vo-

to de sentimento;

Que d'esta parte da acta se en-

viasse copia à camara municipal

do Porto; ,

Que o governo ficasse aucton-

sado, sem restricções nem limites,

a gastar quaesquer quantias em

soccorrer as familias das victimas

do incêndio;

Que approvadas estas propos-

tas se encerrassem os trabalhos.

Por parte do governo, o sr.

Francisco Beirão declarou accei-

tar, todas estas propostas, asso-

ciando se-lhes em especial como

representante em côrtes da capi-

tal do norte.

O sr. Consiglieri Pedroso, to-

mando a palavra, disse que não

fallava como deputado republica-

no, porque seria uma profanação

fazer distincção de partidos em

momento tão doloroso, de luto na-

cional; o seu fim era, como depu-

tado por Lisboa, em nome da po-

pulação da capital dirigir os seus

sentimentos. aos habitantes do

Porto.

O sr. presidente (Francisco de

Campos), interpretando os senti-

mentos da camara, propoz que as

propostas do sr. deputado Arroyo

fossem votadas por acclamação.

Muito bem. #

* *

A realidade sobre o numero das

victimas parece exceder as previ-

sões mais sinistras.

O numero dos cadaveres sobe

jã a 84, sendo muitos os destroços

humanos que teem apparecido en-

tre as ruínas, e considerável a rela-

ção de pessoas que se suppõem

hajam perecido na catastrophe,

sem que os seus cadaveres te-

nha apparecido ainda.

As pessoas que succumbiram

n'esta horrorosa becatorabe são,

seguudo as ultimas nuticias rece-

bidas do Porto, as seguintes:

Antonio Albino da Costa, socio

da firma ''Costa Correia & C.a,

proprietário d'urn estabelecimento

de alfaiate da rua de Santo Anto-

nio; era director da «Mutuaria», e

tinha 50 annos de edade;

Sua esposa, da mesma edade,

Jesuina Candida Correia, de 50

annos; os filhos tinham 8 e lo an-

nos, afilha 14..

Com esta femilia estavam a crea-

da Anna e o fiel da «Mutuaria.

José Pereira dos Santos Junior, e

occupavam todos um camarote de

3' ordem.

O socio de Costa Correia estava

ua plateia, e por isso se salvou.

Luiz Aff raso Teixeira, cuahado

do dr. Ricardo Jorge; seus dois

filhos que tinham i3 e 9 annos, e

suas sobrinhas Conceição e En-

gracia, meninas de 19 e 15 annos.

Ernestina Pinto Ferreira.

Dolores Garrido, esposa de Ma-

nuel Garrido, estudante do 2°

anno de mathemathica da Acade-

mia Polytechnica.

Este rapaz, de 18 annos, era fi-

lho do proprietário d) «Hotel Lis-

bon°nse». , .

Toda a família occupava dois

camarotes de segunda ordem. Sal-

varam-se tres filhos do proprietá-

rio do «H »tei» e uma outra meni-

na que as acompanhava.

Manuel Garrido pagou com a

vida a sua dedicação. T;nha ja

salvo algumas pessoas de família

outras poiém lhe faltavam ainda.

Mas o incêndio attingira a maxi-

ma intensidade; era uma temeri-

dade arrostar com as chamraas.No

entanto o desgraçado não olhou

ao perigo e entrou de novo no

theatro.

Não tornou a sair.

Carmen M rateiro Amoedo e sua

filha Emilia Garrido Monteiro.

Francisco Ferreira Gomes, es

crivão da regedoria da Victoria,

sua mulher Maria da Gloria Pinto

Cruz, e seu pae Francisco Ferrei-

ra Gomes. .

André Pina, antigo cocheiro do

conde da Trindade, seu filho

Toiago e sua filha Philomena.

(Occupavam o camarote n° 14 da

3 • ordem. A mulher de André

endoideceu ã procura do marido

e dos filhos).

Amelia Teixeira, parteira darua

do Costa Cabral, sua filha Maria,

seu filho Joaquim, e um hospede

chamado Domingos.

Duas senhoras moradoras na

rua das Fontainhas, cujos nomes

se ignoram.

Maria de Figueiredo, esposa do

aspirante postal João de Figueire-

do, sua filha Alice, de 3 annos de

edade, sua sogra Maria da Concei

ção Figueiredo, e seu pae, Miguel

Augusto Teixeira.

Maria Augusta Brilhante de

Moura, esposa do aspirante pos-

tal Eduardo de Moura, e sua filha

Monica, que estavam no camaro-

te n.° 5 da 3 a ordem. M ura e o

seu collega Figueiredo salvaram

se por estarem na platéa.

Um cunhado e uma canhada do

actor Firmino, e a sogra d'este

actor, além de sua filha Cecilia,

de 9 annos. .

Luciana Cilia Salgado, irraa do

jornalista sr. Heliodoro Salgado.

Esta senhora era filha do falle-

cido escriptor portuense Eduardo

Augusto Salgado. Estava n'um

camarote. O irmão correu a pro

curai-a. Trouxe-a até uma certa

altura da escada, mas ahi uma

onda de povo separou os. Nane»

mais poderam encontrar-se.

Antonio Lopes Soares, escrivão

supplente do bairro Oriental.

José Fontella, e sua creada Ma

ria Carolina.

Carlota Amelia Teixeira, Elisa

Cirne, Maria Carlota Silva e Joa-

quim José Teixeira, todos paren-

tes do sr. Eduardo Alves, pro-

prietário da typographia Elzevo

riana. . 2u . .

Uma irmã do major Teixeira de

Vasconcellos, de iufanteria 6.

Guilherme Louzada, estudante

da Academia Polytechnica. la par-

tir para o Brazil. Seus paes resi

dem na praia de Ancora.

José d'Almeida Costa, ourives

da rua do Bonjardim, sua mulher,

dois filhos e dois ofilciaes. Estava

na 2.a ordem; quando vio o fogo,

acudiu a outro camarote de 3.a,

onde tinha uma filha, junta com a

família do actor Firmino, e janão

poude voltar.

Luciano Gomes de Barros, es

tudante do lyceu. A's 9 horas da

manhã, uma irmã d'este estudan-

te vagueava era torno do local do

incêndio n'uma afilicção conster-

nadora.

Francisco Ferreira Junior, sua

esposa, pae e sogro.

Theodolindo de Jesus, seu filho

e sua nora.

Estevam* Baptista, typographo

da «Actualidade».

Uma família hespanhola, re-

cemchegada ao Porto, e composta

de 4 pessoas.

Antonio da Bocba participou á

auctoridade que lhe falta um fi-

lhinho de 7 annos; até agora, a

creança não appareceu.

Custodia da Silva, a «Mulher-

Homem», casada com Antonio

Joaquim da Silva Junior.

Este individuo arrastava pelo

braço a esposa, para tiral-a do

theatro. Ella cahiu. Elie, julgatoio

que ella se houvesse já levanta-

do, continuou arrastando uma ou-

tra senhora, que, chegando á rua,

reconheceu não ser sua mulher.

Zepherino José da Cruz, ouri-

ves, estava na 3 a ordem; esta fa

milia pereceu toda, menos uma

creança, neta de Z-^pherino, que

foi atirada da varanda do theatro

e recebida n'urn capote por dois

indivíduos.

João Pinto Ferreira, 34 annos.

Severo de Carvalho, 26 annos,

suas cunhadas, e sua filha.

Francisco José Soares, de 80

annos, hospede de Garrido, dono

do «Hotel Lisbonense».

Maria da Gloria, de 20 annos,

uma filhinha de tres annos, e o

pae de M.ria da Gloria, de 70

annos.

Antonio Peixoto, soldado da mu-

nicipal. Foi ao theatro procurar a

mulher. Morreu victima da sua

dedicação.

Professora Etelvina Jalía de Mi-

randa. .

Joaquina, filha de José Maria,

chefe da estação de Foz Tua.

Agostinho Guimarães e sua mu-

lher, Marianna, empregados do

theatro, bem como a costureira

Dolores e a corista Abelarda, am-

bas bespanholas.

#

O homem que alugava binocu-

los no theatro morrea também. O

seu cadaver, negro e dilacerado,

foi encontrado suspenso d'uma

viga.

Como é impossível reconhecer

os cadaveres, vae fazer se um

mausoléu em que serão deposita-

dos todos os restos mortaes en-

contrados no entulho.

Uma mulher morreu agarrada

á filha, e de tal fórma que foi im-

possível separar os dois corpos.

On que puderam ssl-

var-se

O sr. Vicente Rodrigues que,

na confusão, tinha perdido um ne-

to, corria doudamente de ura para

outro lado em busca d'elle, (guan-

do por fim um policia lhe disss

que se achava em um estabeleci-

mento fronteiro.

E' impossível descrever a ale-

gria que o pobre avô sentiu n'a-

quelle momento, precipitando-se a

abraçar o ente querido, que julga-

ra perdido para sempre.

O actor Firmino, que não sabia

d'uma filhinha que estivera no

theatro, andava também procu-

rando-a por toda a parte, ainda

vestido de «rata», n'um desespe

ro enorme, chorando como uma

creança. O pobre artista inspirava

realmente pena, tal o estado de

consternação einque estava.

O sr. J ão Cascaes, cavalheiro

muito conhecido em Lisboa, e sua

família, que estavam no camarote

de l.a ordem n° 7, em frente da

saída onde convergiam todas as

escadas dos corredores,—pois que

a entrada da rua de Santo Anto

nio era ao nivel dos camarotes de

i.B ordem—já saíram com diffi

culdade para a rua.

Um parente proximo d'uma das

victimas. Custodia da Silva, a

«Mulher-Horaem», que com ella e

mais pessoas estava n'um cama-

rote de segunda ordem, e que se

perdera da sua companheira no

meio do tumulto, gritava choran-

do á porta do theatro: «Quem a

salva, quem a salva? Dou lhe o

que quizer!»

O seu brado de nada valeu, in-

felizmente!

Appareceu o policia que se jul-

gava morto.

Manual Joaquim Pereira, de 56

annos de edada, viuvo, sapateiro,

e morador na rua do Bomjardim.

Tinha a peraa direita quebrada

pelo terço inferior, e fracturas nos

ossos do pé do mesmo lado; a

fronte e faces queimadas; apre-

sentava outros ferimentos produ-

zidos por vidros, o que demonstra

que para se salvar, teve que rom-

per por alguma jrnella. Estava

em um camarote de 3.a ordem, e

parece que passou para o salão

do lado da rua de Santo Antonio,

atirando-se d'alli a rua.

Falta-lhe uma sobrinha que se

suppoe que ficasse no theairo, e

talvez fosse victima do incêndio.

Hermínio Paulino Cardoso, 22

annos, solteiro, chefe da estação

telephonica e morador na rua do

Mousinho da Silveira. Tinha quei-

maduras na face e mãos. E»tava

era camarote de 2.a ordem com

cinco pessoas da sua famila. O

seu estado de espirito apresenta-

va í-ymptomas de grandes per-

turbações. Tinha momentos lúci-

dos, mas por vezes dizia palavras

iocoherentes. sem nexo, de um

verdadeiro desvario.

Antonio da Rocha, sua mulher,

e uma creança de sete annos. Ti-

nham feridas no peito, rosto e

nas mãos. Os ferimentos da mu-

lher são graves no rosto e no pei-

to. Ficou em tratamento no hos-

pital. A esta família falta um filho

de sete mexes.

Angelo da Silva Carvalho, que

foi marcador no hotel de Paris

durante 8 annos,actualmente por-

teiro dos camarotes de 3." ordem

do Baquet Ferido na cara e mãos,

em virtude de exposição ao ca-

lor. Foi salvo pela varanda do

theatro que dá para a ma de San-

to Autonio.

O actor Prata, que ficou ferido

no rosto e mãos.

D. Amelia Dias Lopes, morado-

ja em frente do Palacio da Crys-

tal, achava-se nas varandas. Foi

salva por um soldado da guarda

municipal, ficando ligeiraramante

queimada no rosto.

Doaria da Silva Cardoso, mo-

radora no Mousinho da Silveira,

lambem queimada no rosto.

A prima da mesma senhora, D.

Zulmira Fernandes Cardoso, mui-

io queimada no rosto e nas mãos.

Estas tres senhoras receberam

os primeiros curativos na Phar-

macia Central, e foram salvas

por alguns corajosos indivíduos

que apesar do fumo, entraram re-

solutamente nos corredores.

Da3 sacadas do salão, uma se-

nhora, louca de terror, agitava nos

braços uma creancinha, preparan-

do-se para a lançar á rua.

Gritaram-lhe então: «Suspenda,

suspenda!» E fazendo-se uma es-

pécie de rêie com casacos e so-

bretudos, que vários indivíduos

seguravam, a pequenita foi assim

aparada e salva talvez d uma mor-

te certa.

A mãe foi tirada depois, bastan-

te queimada no peito.

Um dos mais distinctoí profes-

sores da orchestra do Baquet, o

sr. Antonio Canedo, passou tran

ses para sair do theairo. Sobra-

çinlo o seu vioiinoi encaminhou

se pelo corredor na direcção da

porta da rua do Sá da Bandeira,

mas, encontrando se cora uma

multidão que corria doidamente

em sentido contrario, foi quasi que

levantado ao collo e guindado pela

escadaria para o átrio da rua de

Santo Antonio. Ahi, julgando-se

completamente salvo, fez como

toda a gente: correu para a porta.

Subindo, porém, sentiu se agarra-

do pelas pernas e immediatamen-

te caiu ao chão.

O que se passou depois é fácil

de imaginar. O estimável violinis-

ta foi pisado pela onda tumultuosa

do povo que s .ia, e de certo mor-

reria esmagado se um policia o

não arrancasse para fóra. Entre-

tanto ficou muitíssimo contundido,

como é natural.

O illustre escriptor Agostinho

Albano teve egualmente de luctar

com grandíssimas dificuldades

para sair do theatro.

O respeitável e opulento capita-

lista sr. Ignacio Pinto da Fonseca,

que estava com «sua família n'um

camarote de l.a ordem, foi derru-

bado na occasião em que saiu pa-

ra a rua, soffrendo algumas pisa-

dellas.

Uma das pessoas que mais

promptamente e mais facilmente

se retiraram do theatro foi o *r

Lugan. firma Lugan & Gene-

lioux, e que se encontrava, com

sua esposa, n'um camarote de i.a

ordem, da frente.

O guarda-portão do átrio da rua

de Santo Antonio, de nome Pi-

nheiro, e pae do actor França,

soffreu grandes contusões, pois na

fuga caiu por uma das escadas

em espiral que communicam com

o restaurante do theatro.

bocado de uma argola de ouro;

n'uma algibeira de fazenda en

contraram-se lhe 30 réis, amen

d >as e nozes.

6a—Um tronco de homem mui-

to mutilado.

7 a-Um tronco de mulher.

8 a—Differentes restos huma-

nos, como cabeças, braços, per

nas.

9 a— Parte de um tronco huma-

no muito disforme.

10.a—Um tronco de homem,

junto do qual foram encontrados

21500 em prata.

11.a Um tronco de mulher

muiio escalavrado.

12.a—Ura tronco de mulher,

apresentando um botão de metal

bronzeado com a figura de uma

corça.

13."—Cadaver de um homem,

encontrando-se lhe próximo uma

bolsa de prata com 2$ 100

14 a-Um tronco e differentes

restos humanos.

15a—O cadaver de uma mu-

lher, proximo da qual foi encon

trada uma argola de ouro.

16.a—Differentes cabeças e ou-

tros despojes humanos.

17a - Um tronco de mulher.

18.a Restos humanos.

19a—O cadaver do ourives J )-

sé da Silva Fontellas, que alguns

| indivividuos reconheceram por

uns restos do fato escapos á vo-

racidade do fogo. Não apresenta-

va a cabpçi.

20a —U«li tronco irreconhecível

mas que parecia ser de mulher.

21a—Um corpo de homem.

22a—Ura tronco humano e dif-

ferentes restos humanos.

23a—Idem idem.

24 a—Cadaver de um homem,

ao qual se encontrára perto um

relogio de prata com o n ° 26,224

e que ainda trabalhava, corrente

de prata, 10 réis e uma chave de

porta.

25.a—Dois corpos hnmanos hor-

rivelmente mutilados.

26.a—O cadaver de uma mu-

lher, tendo uma creança ao collo,

mais tres corpos disformes e ain-

da o tronco de um homem e parte

das pernas. Proximo foi encontra-

do um pequeno binoculo.

27.a—O trunco de um homem

sendo encontrada proximamente

uma gazua.

28â—Seis troncos humanos

muito disformes.

29a—Um tronco de mulher, que

apresentava restos de um agasa-

lh de casimira preta forrado de

flanella preta e branca. Proximo

foi encontrado um pequeno bino

culo.

30.a—Tres corpos muito mutila-

dos, parecendo que um era de

mulher. 31 «—Tres troncos com grandes

mutilações.

32 a—Massa informe constituí-

da por differentes fragmentos hu-

manos.

• uneraes

Para o cemiterio

Eis a triste relação das macas,

durante o dia de quarta feira que

sahiram em carros funsrarios pa-

ra o ceraiterio de Agramonte, com

despojos humanos:

1.a— Um tronco de homem:

apresentava collete e camisa, cai-

bas de casimira de xadrez de cor

com forros de flanella preta. Foi-

lhe encontrado nra relogio de Ou

ro com o n ° 6384, parado nas 3

horas e 18 minutos e bem assim

uma medalha com uma ferradura

de nikel.

2.a—Um tronco de mulher, ves-

tindo um corpo de flanella e ja-

queta cor de café.

3.a—Um tronco de mulher com

parte dos braços, vestindo um

saiote de flanella branca e um

vestido de fazenda cardinal.

4a—Um tronco de homem qua-

si irreconhecível.

5 «*-Uma mulher, trajando um

saiote de flanella preta e cardinal,

casaco de merino preto com bor-

dados de torçal, vestido de fazen-

da côr de castanha, tendo-lhe sido

encontrados: a chave de uma por-

ta, restos de uma manilha e um

Realisam se hoje á noite os fu-

nerais das victimas do incêndio.

Assiste a camara municipal, e

toda a imDrensa portuense.

A manif stação por parte do pu

blico deve ser imponente.

Manifestação

de sentimento popular

O povo apredrejou as janellas

da direcção das obras publicas,

que estavam illuminadas, por en

tender não dever haver ali qual-

quer manifestação de alegria, de-

pois de tão horrível catastrophe.

Logo que o continuo ua repar

lição apagou os candieiros acal-

maram-se os magotes que tinham

apedrejado as janellas.

Numerosas lojas de coramercio

ainda hontem se conservaram fe-

chados.

O povo tanto da cidade como

dos arrabaldes fora em grupos,

junto do local do sinistro e no ce-

miterio de Agramonte pranteando

clamorosamente as victimas.

A's duas horas da tarde de hon-

tem, segundo um telegrarama que

recebemos, era difficil o transito

no cemiterio de Agramonte e suas

immediações.

O rescaldo—O desentulho

O rsscaldo ainda dura, o desen-

tulhulho principiou ás 6 horas da

tarde de ante-hontem, sob a di-

recção de engenheiros, e conti-

nuou toda a noite, procurando-se

os cadaveres, á luz de archotes,

i cujo numero se calcula ser supe-

rior a cem. Até hontem de tarde

foram conduzidos uns cincoente,

reduzidos a massas informes, pa-

ra o cemiterio de Agramonte.

Ao cemiterio de Agramonte che-

gam a todo o momento carros fú-

nebres com despojos humanos.

São escoltados por soldados de

cavallaria.

Alguns photographos teem tira-

do vistas das ruinas.

Bombeiro» feridos

O conductor municipal n.° 377,

André Curril, foi apanhado por

uma derrocada, ficando ferido nas

pernas, cabeça e mãos. Deu en-

trada no hospital da Misericórdia.

O bombeiro voluntário, Vianna,

também se feriu, mas ligeiramen-

te.

O edifício

O theatro Baquet tinha seguro

nas companhias «Phenix Hespa-

nhola e Uaion* na qmntia de 30

contos; o estabelecimento do sr.

Maia e Silva, nas companhias «Se-

gurança e lademnisadora»; a loja

de oculistas dos srs. Pinto <fc Mei-

relles, nas mesmas companhias; e

a luvaria do sr. Louis Vicente na

Bonança».

A empreza do theatro Baquet,

não tinha nada no seguro, nem

mobília, nem guarda roupa, nemo

scenario antigo, nem mesmo o que

se estava fazendo para a «Car-

men».

Reconheceu se que o theatro

estava arruinadissimo, ofTerecendo

um perigo imminente.

Inspecção dos incêndios

O in^oector dos incêndios no

Porto ofíhiou á camara municipal

pedindo uma syndicancia sobre as

causas do incêndio e as condições

em que se encontrava o theatro

Baquet.

Família Real

A Familia Real tem telegrápha-

do successivamente para o Porto

pedindo informações minuciosas.

Os artistas do Ka<vuet -

A empreza reuniu-se hontem

para providenciar sobre a situa-

ção dos artistas da companhia que

uo incêndio perderam todos os

seus haveres.

Subscripção em fivor

das famílias das victi-

mas e dos Indivíduos

«fue no incêndio perde-

ram os seus haveres

O sr. Alves Pinto offereceu o

producto do espectáculo que ha

de haver no domingo 4 tarde no

Palacio de Cristal, a beneficio das

familias das victimas do incêndio.

No estabelecimento dos senho-

res Costa Braga & Filhos, na rua

de Santo Antonio, está aberta uma

subscripção publica a favor das

victimas do terrível incêndio do

theatro Baquet. ^

O sr. conde de Franco subs-

creveu com 500^000 réis para as

familias das victimas do incêndio.

w

Trinta cavalheiros portuenses

vão organisar um bando precató-

rio, esmolando para as victimas.

No palacio de Crystal vae orga-

nisar-se um beneficio em favor

das familias das victimas.

Os j rnaes do Porto abriram

subscripções.

A Associação Commercial do

Porto subscreveu com 1:700£000

réis.

#

Os consulados francez e inglez

já adheriram a subscripção pu-

blica.

#

Depois de ter reunido hontem,

a imprensa do Porto telegraphou

á Familia Real pedindo o seu au-

xilio era beneficio das familias das

victimas.

• •

O eraprezario do theatro do

j Gymnasio destinou a recita da

próxima terça feira a fiyor das

familias da victimas do incêndio

do theatro Baquet, tomando parte

n'essa recita o actor Taborda, que

espontaneamente se associou a tão

sympathica e generosa idéa.

Hontem, logo que c.onstou a no-

ticia, foram marcados muitos ca-

marotes, alguns dos quaes se

achara tomados pelas principaes

famílias.

É nobre e generoso o procedi-

mento. »

Consta nos que o emprezario

do theatro de S. Carlos projecta

dar um beneficio em favor das vi-

ctimas do theatro Baquet.

#

Estão abertas subscripções na

casa de cambio do sr. Antonio

Ignacio da Fonseca; Novo Bazar

i de Paris, rua de Santo Antonio;

tabacaria Allen & Brandão, praça

de D. Pedro; tabacaria do sr. Ar-

naldo José Soares,largo dos Loios;

redacção da «Revista Moderna»,

rua do Almada; livrarias Maga-

lhães & Moniz, Lopes & C.a, e

Lello.

Page 3: III IRIO ItLlJSTHADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1888-03-23/j-1244-g_1888-03-23_item2/j...T 17.° anno A«»lUKArtKA EH LI«RO« t mez... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis.

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Noticias c telegrammas

A naude do Imperador

da Allemnnli*

Espalharam-se, nos ult'mos

dias, noticias verdadeiramente

alarmantes, a respeito do estado

de saúde de Frederico III. Fácil

e>a acredital-as, por muitos moti-

ves. Ura enviado especial do «Gau-

lois» a Berlim, desmente porém

aquel e * boatos, e diz o seguinte

para a folba parisiense, em 18 do

corrente mez:

«Longe de ter peiorado, o im

perador melhorou consideravel-

mente ha tresdias. As noticias em

contrario, teem uma origem fácil

de descobrir

Se não sie a passeio, não deve

isto causar espanto, porque viveu

durante tresmezes em S»n R-mo,

n'uma temperatura de 18 graus.

Hoje, domingo, assistio Frederi-

co HI a mis.sa na capella do pala

cio, acompanhado p-la imperatriz

e por seus til tios.

Depois do officio religioso, se-

gredou ao ouvido de sua esposa

estas palavras:—Rezemos juntos

por eile.

Nào posso dizer que o impera-

dor est'ja curado, mas o fteto é

que nào está irremediavelmente

perdido.»

Viagem da rainha de

log Ip. terra

Londres, 21, m.

A rainlia de luglaterra acompanha-

da pelo príncipe e a princeza Henry

de Battenberp partiu hoje de Windsor

Castle para Porthsnmuh onde em-

barcará no yacht «Victoria and Al-

berta Desembarcará em Cberburgo,

seguindo em comboio especial por

Paris, Modena Turim, Génova e Pisa.

para Florença onde chegará sabbado.

A rainha viaja de incognito sob o ti-

tulo de duqueza de Kent.

CAnaiuenlu principesco

Madrid, 21, n.

0 jornal «La Lombardia», de Milão,

diz que está ajustado e em via de

realisação o casamento do príncipe

real da Italia. Victor Manuel, coin a

princeza Sophia Dorothea, terceira

lllha do imperador Frederico da Al-

lemanha. Os círculos políticos e di-

plomáticos consideram este casa-

mento como nova prova da cordiali-

dade das relações entre a Allemanha

e a Italia.

Itofura dou «elo* no

Danulilo e no Viatula

Madrid, 21, n

A súbita rotura dos gelos na su-

perfície dos rios Danúbio e Vistala

tem occasionado muitas desgraças.

0 gelo está produzindo immensas

inundações na Galicia e na Hungria.

Algumas povoações acham-se com-

pletamente submersas. A cidade de

Szathmar, situada na confluência dos

rios Tisza e Maros. tem soirrido mui-

to. Ficaram lhe destruídos mais de

20J prédios. Receia-se que se repro-

duzam as terríveis inundações de

1879, que arruinaram varias'locali-

dades.

A quefttfão da itnlgaria

Aludi id, 21, n.

Continuam as negociações entre

a Russia e a Austria ácerca da de-

signação do príncipe que ha de subs-

tituir o principe Fernando de Cobur-

go no throno da Bulgaria. A Austria

e. a Italia accederão aos deseios da

Russia. Espera-se que o príncipe

Fernando deixará o throno búlgaro

cedendo ao convite da Austria.

Incendiou am theatroA

Madrid, 21, n.

A «Época», de Madrid, occupando-

se do incêndio do theatro do Porto,

reclama do governo espanhoí e das

suas auctoridades que obriguem as

empreses theatraes a pôr os seus

edillcios em condições de seguran-

ça contra o fogo, estabelecendo n el-

les a illuminação electrica com os

motores em edificio separado, tor-

nando incombustível o scenario, e

adoptando outras medidas de tran-

quilidade para o pub'ico.

O Imperador Frederico

Berlim 21. í.

O imperador Frederico passou bem

a noite. Vae recobraudo forças A

Gazeta Nacional» nega que os me-

dicos pensem em fazer nova opera-

ção.

A viagem de Carnot

* Paris, 21y n.

Nada está ainda resolvido sobre a

data e o intinerario da ida eventual

do sr. Carnot ao norte.

A queniao Boulanger

Paris, 21, n

A juncta boulangista chamada da

protesto nacional retirou a candida-

tura do general Boulanger e suspen-

deu a sua acção eleitoral, afiectando

querer assim tirar ao governo todo

o pretexto para applicar medida

mais severa ao general.

(Havas).

A Avenida

CESAE L mU

Cirurgião dentista

de suas magestades e altezas

Rua do Arnenal IOO

pOLLOCAM-SE dentes desde um

^ até á dentadura completa. Tra-

tamento especial em moléstias de

bocca. 32

Foi hontem o primeiro dia de

primavera, e verdade, verdade a

natureza nào desmentio o len-

dário. O dia conservou se ameno,

com a sua pontinha de negro no

horisonte—ameaça de trovoadas,

que sempre foram próprias da es-

tação.

Na Avenida, onde as accacias

começam a borbulhar os seus go-

mos e as olaias a vebtir-se de ro-

xo, passeiaram a pó e de trem al-

gumas das mais distractas senho-

ras da sociedade Lisbonense.

Agora, com os dias lindos em

prespectiva, nào faltam lá uma só

tarde. /

A exposição industrial

As <ffi:in*s da Penitenciaria

central tem uma exposição pro-

pra, toda sua; os diversos* proda-

ctos da sua industria nào se dis

siminam. A^sim o entendem o seu

ihustre director, e a nosso ver

ra'iitissim » b *m.

Hoje vai pessoa competente es-

colher o local, ria grande rua cen-

tral da Avenid«, e coasta-nos que

tem recomm«ndação para que a

consTucçào s < harmonise, o mais

possível, com o estylo architecto-

nics da Penitenciaria. Bô idéa.

SALÃO

NO

Commercio de Portugal

Realif-a-se no dia 2o do corren-

te, a 1 hora da tarde, a ■matinèe»

em que tomam parte os distinctos

artistas Tarazza e Rocamora, que

tanto enthusiasmo causaram no

theatro de S. Carlos, no concerto

que ahi deram.

Devido ao sr. conde de Daupiás,

poderá novamente o publico ou-

vir esses dois bandurristas que

com toda a arte executam os tre-

chos mais preciosos de musica.

O resto dos bilhetes acha-se

á venda no armazém de instru-

mentos dos srs. Matta & Roiz, na

rua Garrett.

Efipectaculoa

8 h.—Real Theatro oe S. Carlos.

84* recita de assignatura.

Opera—D Branca.

Bailados da Opera.

8 h Theatro no Gymnasio.

As fUhas de Mar a

Ojnlar de mesa redonda.

Presenle e passado.

8 114 h.~ Theatro do Pjuhcipb

Real. »

O crime de Faverne

8 1/4 h.—Theatro dos Rertaura-

dores.

12.» appresentação da troupe Les

Poses Plastiques.

Pela companhia dramatic».

Qu dros vivos tia rua da Prala.

Seguro de vida. 8 1]2—Colysed de Lisdoa.

Variado espectáculo pela nova

companhia equestre.

Jardim Zoologico— Esposição per-

manente d'aiiimaes—Vendas garan-

tidas d'animaes, ovos, plantas se-

mentes. etc., etc.—Recebem-se ani-

maes para deposito—Musica aos

domingos e dias santificados.

Entrada geral 100 réis. -. ~ ■ ■■

Typ. do~"0i;irio~lllustradõ"

T. da Queimada 35

Alberto Lacerda

flHBW CIRURGIÃO DENTISTA

RUA DO OURO N.» 100 1.*) 31

Folha do Commercio

O proprietário da

«Folha do Commer-

cio» publica no do-

mingo um numero ex-

traordinário do seu

jornal que será larga

e gratuitamente dis-

tribuído ao publico, a

fim de destruir qual-

quer m;í impressão

que uma declaração

publicada no «Diário

illustrado», nos dias

21 e 22 de corrente,

assignada por Anto-

nio Dias de Azevedo

Rezende, tenha pro-

duzido no publico.

A demora da res-

posta é devida á falta

de tempo para colher

todos os documentos

indispensáveis para

tal fim; documentos

que são esmagado-

res | tara o auctor da

referida declraação.

Alberlo Diilf

FILlECEt]

R. I. P.

r> 0 B E R T 0 de Champalimaud

^Ffrench Duff, sua esposa Sa-

lustiana Leite Duff. sua filha e filhos,

Roberto Ffrench Dcff, suas filhas e

filho, Caetano Alberto Leite, suas

irmãs e irmãos, teem o pezar de

participar a todos os seus parentes

e pessoas de suas relações, que foi

Deus servido chamar á sua Divina

Presença, seu presado filho, irmão,

neto e sobrinho, Alberto Duff, e que

o funeral terá lugar na sexta feira,

23 de março, pelas 11 hor?s da ma-

nhã. saindo ae .sua casa, 6, pateo

do Tijolo para o Cemiterio Occiden-

tal. 28

GASPAR COSTA

ARMADOR F ESTOFADOR

P. Luiz de Camões

LISBOA

Citação edital

"DELO juizo de direito da 3.4 va- 1 ra d esta comarca do Porto, e

cartorio do escrivão do 3.° officio,

adiante assignado; a requerimento

de D. Amelia Ernestina de Sousa,

solteira, de maior edade, residente

na casa numero 76, da rua do Cru-

cifixo, da freguezia da Conceição

Nova, da cidade de Lisboa, na qua-

lidade de mãe, e em exercício do

poder paternal de seu filho menor

de nome Cesar, correm éditos de

60 dias. a contar da da a da publi-

cação do ultimo annuncio, a cit'«r

todos os afilhados incertos do fatie -

eido ao diante declarado, rodas as

raparigas honestas incertas, todos

os estabelecimentos pios incprlos

d esta cidade do Porto, da de Lisboa,

em "ortugal, e da província de Per-

nambuco, do império do Brazil, e

todas e quaesquer pessoas incertas,

em qualquer logar ou nação, que

sejam residentes, que se julguem

com direito a oppor se a acção ordi-

naria de investigação de paternida-

de illtgitima e ae p-tição de heran-

ça, que a dita requernte promove

contra elles e contra os testamen-

teiros. le^atarios e herdeiros insti-

tuídos no testamento de José Rodri-

gues d Araujo Porto: seguintes: Ma-

ria de .esus Coelno, solteira, de

maior edade, José Marceliíno Peres

Pinto e sua mulher D Rosa Candi-

da da Silva, Joaquim finto da Fon-

seca, bacharel Jo-é Moreira da Fon-

seca, José Antonio Monteiro dos

Santos, José An'onio Alves Rodri-

gues, Bernardo Pereira do Valle, Manuel Antonio Monteiro dos Santos,

a Santa Casa da M'Vricordia, o

Asvlo dos pobres, o Asylo dos me-

ninos desamparados, ao Pinheiro,

freguezia de Campanhã, o Asylo da

primeira infancia desvalida da rua

de S. Jeronymo, o recolhimento das

meninas desamparadas, o recolhí-

meito das meninas abandonadas, o

Asylo do Barão de Nova Cintra, o

Asylo de Villar, a Créche de S Vicen-

te de Paula, os meninos orphãos da

Graça, o recolhimentodas meninas

orphãs de S. Lazaro, o recolhimento

das velhas invalidas, o recolhimento

doF*rro,nas escadas do Codessal, o

Asylo dos entrevados de Cima deVílla

o recolhimento doslazaros e lazaras,

o Hospício dos engeitados, a ordem,

religiosa de Nossa Senhora do Car-

mo, a ordem religiosa da Santíssi-

ma Trindade, a ordem religiosa de

S. Francisco, a ordem religiosa de

Nossa Senhora do Terço e Caridade,

a irmandade do Santíssimo da igre-

ja de Santo Ildefonso e o estabele-

cimento de surdos mudos, todos

d esta cidade; Felicia, filha de Ma-

noel Joaquim Lamas e seu marido

Antonio d'Oliveira, da cidade de

Braga, o Asylo do Campo Grande,

o Asylo do Lumiar, a Casa Pia, o

Hospital de S. José, a Santa Casa da

Misericórdia, Pedro Antonio Ribeiro,

José do Nascimento Lopes e João

Ribeiro Lopes; todos da cidade de

Lisb' a; o hospital portugupz da ci-

dade de P.ecife, na Província de Per-

nambuco no império do Brazil, o

Estabelecimento que tinha o nome «Pa rimonio dos orphãos»» creado

em Pernambuco, com os bens dos

frades da extincta congregação de

S. Filippe N°ry chamados da Madre

Deus, e que foi incorporado na San-

ta Casa da Misericórdia, da cilade

de Recife, quando esta se organisou

na egreja do Paraizo, o Hospital de

D. Pedro segundo em Pernambuco,

incorporado na Misericórdia, o Asy-

lo dos pobres na dita cidade de Re-

cife, a roda dos engeitados, da mes-

ma cidade d; Recife, a Santa Casa

da Misericórdia, da cidade de Olinda

na província de Pernambuco, Manuel

Cardoso Ayres e Joaquim Cardoso

Ayres, residentes em Pernambuco e

todos da mesma Provinci« de »'cr-

nambuco; cuja acção tem por obje- cto os fundamentos seguintes^/*

Que o dito José Rodrigues d'W

jo Porto era natural da freguezia de

Santo Ildeffonso. d esta ni 'sma ci- dade, e ni; rador na rua e freguezia

Ctjdof. i a, onde falleceu no dia

*27 de ju'ho de 1887, no estado de

viuvo, com testamento, sem ascen-

dentes e sem descendentes legíti-

mos, e com testamento cm que de-

clarou que «não tinha filhos illegi-

timo?» que o mesmo foi casado em

primeira e únicas núpcias com D.

Candida Cardoso d'Araujo Porto, e

que, d este matrimonio houve so-

mente um filho, de nome José Ro-

drigues d'Araujo Porto Junior; qae

o referido sua mulher, D Candida

Cardoso d'Araujo Porto, falleceu na

cidade de Lisboa, sobrevivendo-lhe

o dito seu filho, o qual também fal-

leceu em Lisboa, no estado de sol-

teiro, sem descendente algum e sem

ter feito testamento; que o referida

José Rodrigues d'Araujo Porto, no

estado de viuvo, teve relações amo-

rosas com a mesma autora D. Ame-

lia Ernestina de Sousa, com a qual

viveu e d'ella teve um filho que é o

que ella representa por nome Cesa:\

o qual foi baptisado com o nome de

pae incognito, pelo motivo do mes-

mo José Rodrigues d'Araujo Porto,

dizer que nao se apresentava como

pae que era da creança, por moti-

vos particulares, mas quo confessa-

va a toda a gente, assim como a to-

dos os seus parentes ser pae do re-

cemnascido, filho da mesma autora,

com » tudo melhor consta da refe-

rida acção; isto para os tffeitos do

mesmo menor ser julgado filho ille-

gitimo, natural e successor ao dito seu pae José Rodrigues d'Araujo

Porto, e como tal com direito o ha-

ver das pessoas, que as estejam

possuindo, as duas terças partes de

toda a herança do mesmo fallecido,

em pagamento da sua legitima ou

quota parte hereditaria, devendo por

isso as disposições testamentaries

do mesmo autor da nerança, serem

reduzidas por inoffleiosss, illegaes

e nullas, a uma terça parte que é a

disponível, julgando nullo o testa-

mento quanto á disposição das ou-

tras duas terças partes dos bins do

mesmo testador, por ser offensiva

da legitima do dito filho; para que

o venham deduzir até á 3.4 audiên-

cia. que lhes sera assignada na 2.%

findo que seja o praso dos referidos

éditos, e fadarem até final a todos

os termos da referida acção, com a

pena de revelia E cujas audiências

se costumam fazer todas as terças e

sextas feiras de cada semana ás dez

horas da manhã, não sendo dias

santificados ou feriado, porque sen-

do-o, se fazem no dia seguinte á

mesma hora, no Tribunal de Justi-

ça, no extincto convento de S. João

Novo d esta cidade.

Po:to, 10 de março de 1888.

Verifiquei.—//. Pinlo.

0 escrivão. — Z^erino d* Serna,

Quaresma.

Tele ffA m man

No dia da quarta feira o movi-

mente telegraphico oo Porto foi de

V:68o telegramm*s excedidos.

II >ntera foi de 2:300.

Não tinha havido nunca um ta-

manho m>vioiento telegraphico

n'aquella cidade.

POKTO, 22.

Os trabalhos de rescaldo e re-

moção nos descombros continua-

ram de noute á luz de archotes.

Foram encontrados 48 restos car-

bonisados, incluindo n'este nume-

ro porções informes que deverão

ser de mais d uma victima. Só do

Bomjardim e Bairro alto sào 4G

as queixas de familias a quem fal-

ta algum dos' seus membros Ha

muitas queixas d outras ruas. O

actor Firmino alou da Olha per-

deu tres parentes. Appareceu o

policia que se julgava morto.

S.

PORTO, 22, ás 2 h. e 37 da t.

Pelas queixas das famílias, apu-

radas até agora são de 79 vicli-

mas. Dos escombros já foram re-

tirados 63 cadaveres, além de mui-

tas massas informes.

S.

PORTO, 22, ás 9 h. e o m. da t.

Hoje apenas foi descoberto um

cadaver. Term nou a remoção do

!ado da rua de Santo Antonio, co-

meçando do hdo da rua do Sa da

Bandeira, onde se presume en-

contrar poucas victimas mais.

A impr-n-a reúne esta noite no

«Jornal da Manhã», afim de con

cordar n'algum alvitre para mino-

rar as consequências da catastro-

phe. A camara resolveu fazer o

enterro das victimas amanhã, can-

tando-se ás 8 horas um responso

zia capella de Agremonte, com

assistência da municipalidade,

sendo o enterramento feito em la-

;;ar reservado e engindo-se uma

apide commemoraiiva.

No sétimo dia haverá exequias

solemnes na egr^ja da Lapa, suf

Tragando a alma das victimas. A

subscripçãj aberta na chap-laria

Costa Braga esta em OoMoO réis.

Também estão abertas subscri-

pções nas casas Magalhães Moniz,

Antonio Ignacio da Fonseca, Ar

naldo José Soares, Lopes & C.a

Consta que haverá domingo no

Palacio de Crystal um beneficio a

favor das victimas cora o concur-

so dos irmãos Andrades.

Falia-se também n'um bando

precatorio por iniciativa de Gan-

dra, Restier, Cruz e outros.

Parte do pessoal da companhia

de transw.iyo de Guimarães cede-

rá um dia de vencimento a favor

das victimas.

O pessoal da fabrica Nacional

de Tabacos também cede um dia

de vencimentos.

A festividade de hoje nos Con-

gregados resentia-se da concor-

rência por causa da impressão da

cidade.

S.

Xovo Incêndio

Cerca da i hora e meia da tar-

de de ante-hontem manifestou-se

incêndio no primeiro andar do

prédio onde está estabelecida a

chapellaria do sr. Maia Silva, á

Tua de Santo Antonio, motivado

pelas faulas que sahiam do bra-

seiro.

O fogo foi extincto pelos bom-

beiros voluntários e municipaes

que trabalharam com uma agu-

lheta, depois de haverem destruí-

do parte do pavimento do referi-

do andar.

CONDECOMÇOES

Joaqoioi Angoslo da Çosta

FABR1CANTR

fornecedor exclusivo do

MlnftftCerio doa Ne#o-

elo» Edtranielros, Ho-,

cledade defieoffrttpliifti

laslltalo de CoImbrA,

etc*

Com odlcina na roa de S.

Julião, 110, 3.", onde tem

am completo sortimento no

sea género e deve ser dirigi-

da toda a correspondência.

Foi pedida em casamento pelo sr.

Joaquim Maria Alberto Craveiro,

commerciante d'esta praça, a ex.mâ

sr. D. Ernestina Adelaide Rranco

Martins, filha do fallecido sub dire-

ctor da Casa Pia de Lisboa, o sr. Ma

nuel Martins Lourenço, e neta do

antigo negociante da praça de Lis-

boa. o sr. José Caetano Pires Branco.

Curso de ensino livre

Habilitação para exames no lyceu

na próxima época.—Explicações

Rua da Penha de França (á praça

das Flores), n.° 8, rez-do-chão

m » IIH» M l HT*A

High-life

Annivernarlo nafalleto

do Principe da DKeíra

Houve ante-hontem,como dissemos

rec°pção no paço de Belem por oc-

casião do primeiro anniversario de

Sua Alteza Heal o Princepe da Reira. Assistiram Suas Altezas Reaes o

Principe D Carlos, a Princesa D

Amelia, e o priacipesinho ao colio

da sua ama, acompanhado dos

jovens moços fidalgos filhos dos srs.

condes da Ribeira, de Seisal, de Sa

butfosa e do sr. Bernardo Finde lia.

As recepções geraes tiveram logar

por quatro vezes, assistindo além do

ministério o corpo diplomático, os

conselheiros de Estado eíTectivos. os

ministros de Kstado honorários, da

mas camaristas e de honor de Sua

Mrgestade a Rainha, casas civil e

militar de Suas Magestades e Alte-

zas, ofílciaes mores da Casa Real,

cardeal D. Amenco bispo do Porto,

dignitários do cabido, conselheiros

do Supremo Tribnnal de Justiça, go-

vernador civil e presidente da cama-

ra municipal, Associação Commer-

cial de Lisboa, muitos titulares, pa-

res, deputados, generaes, os chefes

e todos os ofíiciaes da commissão de

defesa de Lisboa e da escola de tor-

pedos etc; etc

—A's 8 horas um lauto jantar ao

qual assistiram, além de Suas Alte-

zas, o sr. Infante D. AITonso, duque

de Palmella, conde e condessa de

Ficalho, conde e condessa de Mos-

samedes, conde e condessa de Ber-

tiandos, conde e condessa de Tarou

ca. conde e con lessa de Seisal, con-

de e condessa de S. Miguel, conde

de Sabugosa, conde de S. Mamede,

tenente coronel Novaes Sequeira,

major Duval Telles, capitães Bocage,

B-njamim Pinto e Fernardo Serpa,

offleiaes ás ordens de El Rei.

Durante o jantar tocou a charan-

ga de L- nceiros 2.

Segui-se ao jantar um sarau mu-

sical em que tomaram parte a prima-

dona Theodorini, os cantores Andra-

des e o maestro Maiicineili.

—Antes do meio-dia, Sua Mages-

tade a Rainha, tinha ido ao Paço de

Belem cumprimentar e abraçar seus

augustos filhos e neto.

Fazem amanhã annos as ex.™"'

sr.":

D Maria José de Freitas Oliveira.

I). Maria José Chianca.

D. Maria de Andrade Bastos.

D. Maria Adelaide de Mendonça da

Silva.

D. Maria Rozalina d'Albuquerque

D. Maria do Sacramento da Veiga

Mesquita e Castro.

D. Constança de Souza Quevedo

Pizarro (Bobeda)

D. Eugenia Izabel Soares Brandão

Cordeiro Lobo.

D. Antónia Amelia de Souza Arau-

jo.

D. Anna Corrêa Pinto de Carvalho.

E os srs:

João de Sousa Pin'o de Magalhães

D. Pedro de Lencastre (Mcaço-

vas).

Raymundo José de Quintanilha.

José Joaquim Guimarães Pestana

da Silva. Dr. José Maria Holbeche d'Olivei-

ra Trigoso.

Antonio Candido de Portugal de

Faria.

Jorge de Macedo.

José Maria Xavier de Almeida Gar-

rett.

Antonio Arnaldo Almeida Tovar

Guimarães (Bolhão).

Manuel Ferreira Pinto Basto.

»

Regressaram hontem ao Porto o

sr. Ricardo de Sousa Lacerda e sua

ex m« esposa.

—Está na sua casa do Outeiro Real

o sr. Henrique Ribeiro Ferreira d'Al-

buquerque.

—Regressaram de Madrid, os srs.

Pedro Ignacio Lopes, e Alfredo

Cruz. #

Tem passado bastante incommo-

dada. o que muito sentimos, a ex.®«

sr.4 D. Alice de Carvalho, esposa do

illustre professor o sr. Moraes d'Al-

meida.

Fazemos votos pelas melhoras da

illustre senhora

—Tem passado incommodado o

sr dr. José Novaes, deputado da

nação

Felizmente não é incommodo de

gravidade.

—Tem estado de cama e acha-se

um pouco melhor o sr. Antonio Maria

Daniel.

Failed mento

Falleceu hontem ao meio dia,

na sna casa na calçada dos Cae-

tanos, o sr. José Pinheiro Bronho-

sa, tio do nosso amigo e visinho o

sr. José Pinheiro de Mello.

O sr. Bronhoso foi um nego-

ciante honrado, e deixa uma avul-

tada fortuna, devida a uma vida

laboriosa.

A toda a sua familia enviamos

os nossos sentidos pesames.

Pequenas noticias

Tomou posse de juiz de direito

em Mangualde o sr. dr. Mello, trans-

ferido de Cintra.

—Jean Richepin acaba de con-

cluir uma peça em 3 actos, em ver-

so, «0 Flibusteiro», para a Comedia

Franceza.

—Chegou muito cognac de Bor-

déus no vapor «Auguste Consei.'».

Page 4: III IRIO ItLlJSTHADO - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1888-03-23/j-1244-g_1888-03-23_item2/j...T 17.° anno A«»lUKArtKA EH LI«RO« t mez... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis.

CIABIO líiLUWmii^

José Pinheiro

Bronliosa

FALLECEU

R.I.P.

Maria Joanna Teixeira Bro-

ohosa, Hlarcoliiia dos Anjos

Teixeira de Mello, seu mari-

do Josí Pinheiro de Mello e

seus filhos Maria Lniza Pi-

nheiro de Mello, Francisco

Maria Pinheiro de Mello. Car-

los Miguel Pinheiro de Mello.

João Pinheiro de Mello, Fer-

nando Pinheiro de Mello, Ma-

ria José Teixeira Nogueira,

seu marido Antonio Joaquim

Ãívts Nogueira (ausente) e

sua lilh» Eugenia Benedicta

da Conceição Nogueira, Maria

Thereza d'ibronhosa e Mello,

Amelia Benedicta de Mello e

seu marido José Marques de

Barros, I uiza Augusta de

Mello, Leandro Pinheiro de

Mello e sua mulher Carolina

Amelia Dias de Mello, cum-

prem o doloroso dever de par-

ticipar âs pessoas de suas fa-

mílias e relações o lallecimcn-

to de seu presado marido,

pae, a»ô, irmão e tio, José

Pinheiro Bronhosa, o qual ha

ué*ser conduzido da sua casa

da rua dos Caetanos n.° 19,

ao cemiterio occidental, hoje

23 de março, pelas 4 horas

da tarde, esperando que hon-

rem este acto com a *>ua pre-

sença.

s—

DE PASTIL»**..

As Dorea de Estomago

' MHgeatáea difíceis, Constipações, Acidem

SZO EAWDAMHIfT» ClUHADAS COM O KMPRKQO DO

CARVÃO• D' BELLO©

Quer em PASTILHAS; qaer em PÓ.

o p«1a AoademlA d«

• A 1* PA«TILM*I

ledlolxia d«

FABRICAÇÃO

tm PIRIZ, %m Caia do L. FRERE

*OOCLO OB#PASTlUrt^

a SANITAS" K O DESINFEC- O TANTE DA NATUREZA contendo

todos os principio» hyjrienicoa grados noa Pinheiraes e florestas de Eucalyptos, como

J. T. K ao vc no tratado de Mr. C. T. Kingzett sobre " A Hygiene da Natureza." * il O ANITAS" FLUIDO DESIN-

O FECTANTE é de cheiro agradave sem côr, não é venenoso, e não causa nodoa na roupa. il ÒANITAS" FLUIDO DESIN-

O FECTANTE para borrifar quartos, desinfectar roupa, iavur feridas, e gargare-

u'CANIT AS" O LEO DESINFEC- TANTE, para fumigar quartos

aonde ha moleatia, para tractamento de

empigena e rheumatismo, e para inhalaçao de vapor nas moléstias da garganta e do peito. íi Ó ANITAS" • (SIMPLES) para

^ regar ruas, e desinfectar canos, latrinas, etc.

U Q ANITAS" INSECTICIDA para ^ destruir insectos em planta» e

arvores e para lavagem de estufas, li ÚANITAS" PARA LAVAR

^ CARNEIROS, não 6 venenoso e é a lavagem melhor e mais barata que 6e ,

pode obter; branqueja e amacia a la, pro- movendo o seu crescimento e matando todoe os insectos. , li ÚANITAS" POS DESINFEC- X kv TANTES para depositos de lixos,

latrinas, cavalharicas, cazotas de cães, etc. il QANITAS" SABONETES

O PARA TOILETTE, amaciam e melhoram a pelle.

li QANITAS" SABÃO DESIN- O FECTANTE DURO E MOLE,

HAVENDO No. 1 e 2 DE CADA QUALI- DADE, para uso domestico, lavanderia e esfrega geral. ^ U ÒANITAS" SABAO para lavar

cavallos, gado, cães, gatos e des- truir insectos. * li O ANITAS" " GELEIA DESIN-

FECTANTE; FUMIG ADORES; UNGUENTO VETERINÁRIO; POMADA DESINFECTANTE PARÁ MOVEIS. II VJANITAS" FLUIDO DE TOI-

LETTE: PÔS DE TOILETTE; POS PARA DENTES; GASE ANTISEP- TICS ii Ò ANITAS" MEDALHAS

D'OURO, Calcutta, 1883-18»», e Paris, 1885. li SANITAS" O MELHOR E

MAIS BARATO DESINFEC- TANTE, 6 venda em todas as Pharmacias.

Mandam-se attestados de facultativos e pessoas scientiflcas, juntamente com as

direcções para o uso, a quem os pedir. + Agentes: JAMES CAS8EL8 & Ca., Rua do Mousinho da Silveira. 127. 1'orto

Attenção

Aarrendamento cl fim ter-

raw do mtrquez de Val

lado, na Azambuja»

O

Francisco d'Oliveira

Chamiço

FALLECEU

R. L P.

D. Claudina de Freitas

Chamiço, Fortunato Chamiço,

D. Anna dt Freitas Chamiço,

D. Emma Archer Chamiço,

Narciso de Freitas Gu marães,

D. Amelia Chainiço líiesler e

Frederico Biester participam

a todas as pessoas de suas

relações o fallecimento de seu

muito presado marido, irmão,

cunhado e tio Francisco d Oli-

veira Chamiço e que o seu

funeral se hade realisar hoje

23 do corrente pelo meio dia.

sahindo o préstito liinebre da

egreja parochial-de Nossa Se-

uhora dos Martyres para o ce-

miterio occidental.

Não se fazem convites es-

peciaes,

sr. Theodoro José da S Iva,

morador na Azambuja, está

auctorisado pelo dono para arren-

dar estas terras a uma ou mais

pessoas e dar todos os esclareci-

mentos e tratar do arrendamento

e suas condições. 22

Escola Académica

"PM con'ormidade com o artigo

^ 3.° R-gulamento geral dosLy-

ceus as ferias da PAbCHOA come-

çam no dia 25 do corrente e termi •

nam no dia 1 de abril (Domingo de

Ramos a Domingo de Paschoa) Secre'aria da escola Academia, 21

de março de 1888.

Director—Antonio Florêncio dos San-

tos.

Loteria de Madrid

com dois prémios de

14:000$000

Extracção em 26 de março

Bilhete 6*500

Meios 3^250

Décimos $650

Cautellas de diversos preços.

João Candido da Silva

CONVIDA

F:L0 ÍUÍ70 de direito da 4.» va-

ra de Lisboa, cartorio Jacome

correm éditos de 30 dias, a contar

da publicação do segundo e ultimo

annuncio, citando os credores e le-

gatários desconhecidos, ou resi-

dentes fora da comarca, para den-

tro daquelle praso, deduzirem os

direitos que tiverem no inventario

orphanologico por obito de Joaquim

Duarte, fallecido em quatro de de-

zembro de 1882 na Rua de Rilhafol

les n.° 13 Io andar, freguezia da

P-na d esta cidade, e de que é in

ventariante a sua viuva Julia Au-

gusta Cordeiro, pena de revelia.

0 escri'ão

Jeronymo Augusto Carvalho

Viste—Sousa Couceiro.

Capsulas de Quinina

do PELLETIER

Hoje não ha quem ignore que Pelletier e o inventor da

Quinina e que a sua marca de fabrica foi adoptada por todos

os medicos, por ser inteiramente pura, contra as Enxa-

quecas, as Nevralgias, os Accessos <le

f"et>re, contra febres intermittent es e palu-

dosas, a gota e rheumastísmo, e os snores

nocturnos. Cada capsula, da grossura de uma ervilha,

contém 10 centigrammas de sulfato, e nella lê-sey^N

PELLETIER. Estas capsulas tem acção mais promptafrcuiraR)

e mais segura do que as pilulas e confeitos, e engo->^^/

lem-se mais facilmente do que as hóstias.

Vendem-se em frascos de 10, 20, 30, 100, 200, 500 e 1,000

capsulas. E' o tonico mais poderoso que se conhece. Uma cap-

sula somente representa um grande copo de vinho de quina.

Deposito em PARIS, 8, rue Vivienne

a nas prlnclpaes Pharmacias e Drogarias.

IMPORTANTE!

/tOM o fim de resolver completamente a duvida, que em tempo se

^ suscitou, sobre a classificação da madeira dos colchões americanos,

comparada com a de um producto semelhante, de fabricação ingleza, foi

o Consultorio Geral de Engenharia encarregado de proceder ao necessário

exame nos respectivos exemplares, e d elle se conclue que toda a arma-

ção do co!chão americano é composta de madeira de 1.» qualidade, co-

nhecida seb o nome de CAMA ALBA, A'utt, a mais estimada das caryas

americanas, e denominada nos Estados Unidos da America, Shell-Bark

Hickory; ao passo que se verificou ser a madeira que entra na construc-

ção do colchão inglez, toda PINllO, a quai é conhecida pelos di Aferentes

nomes de pinho amarello% pinho leuro, pinho do siU, e ainda ou-

tros, entre nós de menos nomeada.

Em presença de tal resultado, o publico avaliará da importancia e me-

recimentos de cada um dos mencionados artefactos.

0 colchão inglez que foi subnuttido á analyse, cujo resultado acima

se menciona, está em exposição publica no deposito dos colchões ameri-

canos de arame de A J. de Figueiredo, únicos importadores. 215, Bua

da Prata, 217. 9

la. Paiva

Cirurgião-dentista

Travessa da Assumpção

103. 1.° andar 8

Para o Ceará

[aranhão e Pará

ANIONiO Rosario dos Santos,

com estabelecimento de ge-

neros alimentícios, ac»ba de rece-

ber o puro vinho de Villa Alva, da

lavra do ill.®0 sr. José Bernardo Pe-

reira. Vende se a retalho e aos al-

mudes de 17 litros, posto (m casa

da consumidor, Rua da Lapa, 77,

efronte da igreja. 7

Para Londres

O vapor

MÃ27

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Receitado por todas as

Celebridades Medicas

nas moléstias do peito,

affecções escrofulo-

sas, anemia, tisica pui-

o © monar, rachitismo.

DEPOSITO GERAL EM PARIS

5 3 21 ,fí.du Fs-Montmartre

e em Portugal nas prin-

cipaes Pharmacias, onde

encontra-se também o

Vinho de Coca de

Chevrier, o melhor e

o mais efficaz de todos

os reconstituintes.

3 8"o

f

7

Banco Nacional Ultramarino

rTEiND0 falkcido hontem 21 do corrente, o sr. conselheiro Francisco 1 d Oliveira Chamiço govprnador do Banco Nacional Ultramarino, a

gerencia e conselho íi c&l do mesmo Banco, participam este doloroso

acontecimento as pessoas de sua tmisa^e e relações, para o fim de

acompanhar o préstito que sairá ámanliã, 23 do corri nte. pelo meio dia

LONDON

te.

Espera-se sabbado 24 do corren-

Para carga e passagens trata-se Sodré. 64. 1. no Caes do Sodré, 64,

Os agentes

K. Pinto Rosto & C.

Compagníe

DES

Missa

If ARIA Eliza Amelia Gomes dos

neis da Costa, participa aos

seus parentes e pessoas das suas

relações, que no sabbado 24 do cor-

rente, ás 10 horas, na egr< ja de S.

Domingos se ha de rezar uma mis

sa por alma de seu j>resa.io esposo

o conselheiro Sf-bastiáo José da Cos-

ta, agradecendo desde já áquelles

que se dignem de a acompanhar

n'este acto rel« ioso 15

Píira Bordéus

O vapor

Empreza Nacional

Carreira d'Africa

r\ paquete portuguez S. Thomé

sahirà no dia 6 de abr i as

10 horas da manhã para a Madeira,

S. Vicente, S Thiago, Principe, S.

Thomé, Cabinda, Banana, Santo An-

tonio do Zaire. Ambriz, Loanda, No-

vo Redondo, Benguella e Mossame-

des

Passageiros, malas e carpa para

Bissau. Bolama e ilhas menores de

Cabo Verde serão tranvf ridos em

Cabo Verde pari o vapor Bissau.

Paracar^a e passagens trata se

na rua do Ferrtgial de Cima n.° 4.

0 acente

Ernesto George. i4

Para o Pará

Sahirá depois de pouca demora

em Lisboa o paquete inglez nAn-

selm» que se espera de Liverpool em

25 do correute.

Para carga ou passagens trata-se

-na Rua do Alecrim, n.° 10

Os * Rentes

Garland Laidley & C.k

Chegou e sahirà segunda feira

26 do corn nte.

Para carga e passagens trata-se

no Caes do Sodié, 64, l.#

ns agentes

E. Pinto Basto Sf C*

Para Londres

O vapor

MESSAGER1ES MARITIMESj

PAQUEBOTS POSTE FBANÇÀIS

Linha quinzenal

Para Dakar Pernam-

buco, Bahia, Rio

de Janeiro, Monte-

videu e Buenos-

Ayres.

Srirá" depois de pouca demora n este por o o paquete francez NÍGER

commandite Baule que se espe-

ra de Bordeaux tm 23 do corrente.

Para mais informações trata-se

no escriptorio da agencia, travessa

do Sequeiro das Chagas, n.° 1. Os agentes

Torlades tf C.' 5

Sairá depois de pouca demora em

Lisboa o vapor inglez Ambrose que se espera em 26 de março.

Para carga ou passagens trata-se

na Rua do Alecrim 10.

Os agentes

Garland Laidley & C* 4

Para Pernambuco

Directamente

Descarregando dentro

do porto

Sahirá depois de pouca demora

o vapor inglez Editor aue se espe-

ra de Liverpool em 28 de março.

Para carga trata-se na rua do Ale-

crim n.° 10.

Os agentes

Garland Laidiei; tf

Para Gibraltar

O vapor

CADIZ

Espera-se de 22 a 23 do corrente.

Para carga e passagens trata-se

no caes do Sodré, 64, 1.°

Os agentes

E. Pinto Bastos & *.• 1

MEQUINEZ

Espera-se a 23 do corrente.

Para carga e passagens trata-se no

Caes do Sodré. 64, 1 0

Os agentes

E Pinto Basto* C.» 11

Para llordeos

Para o Rio de Janeiro, Montevideu,

Buenos-Ayres, Valparaiso, Arica, Islay e Callao

SAIR VO OSPAQUET

I -Aconcagua 25 de s

* S0RATA, 9 de mais *J0HN ELDER, 28 de março.

C0T0PAX1,11 de abril.

13

BREMEN

Chega a 21 e sabe segun-

da IVira 20 do corrente.

Pa a carga e passagens trata-se

no Caes do Sodré 64, l.° Os agentes

E. Pinlo Basto tf C.» 10

«•Os rJohn Elder» e «Aconcagua® farão es s paquetes «John Elder» e «Aconcaj

buco e Bahia para onde só recebem malas e passageiro?

ras-se abatimento 4s famílias que riajarem para os \

Rio da Prata.

Na passagem de I.» classe por estes magnifico» *apo

«inho i hora da comida, cama, roupa, etc.

4 bordo ha criados, ccsinheiros portugueses e me<

Para Bordeos, Plymouth e Live

O PAQUETE

ACONCAGUA

Espera-se a 26 do corrente.

Par* carga e p»^»í<ens trata-se com os agentes IV LISR^A I NO POF

Tasco Ferreira A. hnto Batte f C.' €/- w do *orir£—W 10— Largo de S.;

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