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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO - CAU

Iran Luiz Seabra Souza

t – house: Casas Conteiner

Trabalho Final de Graduação apresentado a

banca examinadora do curso de Arquitetura

e Urbanismo da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito parcial para

a obtenção do título de arquiteto e urbanista.

Orientadora: Prof.ª Drª. Giovana Paiva de

Oliveira.

Natal, RN

Junho, 2015

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Iran Luiz Seabra Souza

t – house: Casas Conteiner

Monografia apresentada em 16 de junho de 2015, à banca examinadora composta

pelos seguintes membros:

_________________________________________________

Prof. Dr. Giovana Paiva de Oliveira (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Profa. Sandra Albino Ribeiro (Examinadora Interna)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Arquiteta Rani de Moraes Soares (Examinadora Externa)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pelo privilégio de existir e por me dar

discernimento e coragem ao longo de toda minha vida.

Agradeço aos meus pais, Iran e Gerlane, que nunca desistiram de mim, por

sempre me apoiarem em tudo, pela atenção e esforços realizados para me

proporcionar uma educação de qualidade, por todo amor dedicados a mim e por

sempre acreditarem em mim, até mesmo quando eu não acreditava. Eu não tenho

palavras para agradecer tudo que fizeram por mim! Dedico de todo coração este

trabalho a vocês! Obrigado por tudo. Amo vocês!

Ao meu irmão, que mesmo tendo menos tempo de participação na minha

vida, sempre estava ali quando eu precisava estudar e ele dizia “Você quer me

alunar? ”, e eu ia lá e dava uma “aula” sobre tudo que eu havia estudado naquele

momento. Mal sabe ele o quanto esses estudos me ajudavam. Valeu boy!

Aos meus familiares, em especial os avós Hilda e Souzinha, minhas tias

Iriane e Íris, meus tios Irlan, Ítalo – tio Patinho, para os íntimos – e Ivinho, por terem

participação na minha formação; aos meus primos Felipe, Flávia e Fábio, os

famosos “Bibitos”, por terem tornado a minha infância algo inesquecível e que hoje

são referências para mim; e ao meu tio Paulinho, que esteve comigo nos momentos

bons e ruins da minha vida e que nunca deixou de me apoiar e ajudar no que fosse

necessário. A vocês, meu muito obrigado!

Aos amigos do Contemporâneo: Matheus, Ivo e Taíze, pelas conversas

sempre bem-humoradas, pelas discussões construtivas sobre assuntos do dia a dia

e pela amizade. Valeu galera.

Aos amigos feitos no curso de arquitetura e urbanismo, em especial a

Barbara, Marília e Maísa, pelas boas conversas e conselhos; a Lenilson, Rui, Filipe

Amorim, André, Leonardo e Willivan, por muitos BABABAS! Valeu boys!

A minha orientadora Giovana Oliveira pela confiança, por ter acreditado no

meu trabalho, por todo apoio e orientações dadas

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A todos os professores do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN pelo

conhecimento adquirido ao longo dos seis anos de curso, pelas ajudas, pelo

incentivo e por representarem um modelo a ser seguido.

Gostaria também de agradecer a pessoa que esteve comigo durante toda

caminhada de produção deste trabalho: Bruna Fernandes. Meu amor, obrigado pela

paciência, pelo apoio nos momentos mais difíceis, pela ajuda mais do que

providencial (me ajudar a fazer referências e a diagramação, não é para qualquer

um) e não menos importante, por ser a pessoa que com um sorriso, me

proporcionou os momentos mais tranquilos durante a realização desse trabalho.

Minha Linda, ainda não existe palavras que representem todo o meu agradecimento

a você! O que eu posso dizer é MUITO OBRIGADO. Esse trabalho não é só meu,

ele é nosso! Amo você do fundo do meu coração!

E por fim, agradeço a todos que de forma direta ou indireta, me ajudaram ao

longo desta jornada.

Iran Luiz Seabra Souza

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RESUMO As novas formas de pensar a moradia da sociedade contemporânea em

contrapartida a agressão ao meio ambiente promovidas por essas construções,

motivam o interesse pela elaboração de um projeto de habitações flexíveis e

sustentáveis – no sentido da viabilidade construtiva e de reutilização de materiais –

que considerem os requisitos mínimos de conforto térmico. Sendo assim, a proposta

deste trabalho é a elaboração de quatro modelos de unidades habitacionais

unifamiliares flexíveis em contêiner, os quatro foram elaborados a nível de

anteprojeto, sendo um mais detalhado. Para tanto, são elaborados estudos de

referenciais teóricos e de precedentes arquitetônicos, desenhos técnicos,

perspectivas e memorial descritivo da proposta.

Palavras – chaves: Flexibilidade, Sustentabilidade, Contêiner

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Cobogó ................................................................................................................................ 23

Figura 2 - Brises ................................................................................................................................. 23

Figura 3 - Adobe ................................................................................................................................. 24

Figura 4 - Bambu ................................................................................................................................ 24

Figura 5 - Palete ................................................................................................................................. 25

Figura 6 - Contêiner ........................................................................................................................... 25

Figura 7 - Dimensões do Contêiner ................................................................................................. 30

Figura 8 - Dry Box .............................................................................................................................. 32

Figura 9 - Contêiner Refrigerado ..................................................................................................... 33

Figura 10 - Open Top's ...................................................................................................................... 33

Figura 11- Tank ................................................................................................................................... 34

Figura 12- Flat Rack ........................................................................................................................... 34

Figura 13- High - Cube ...................................................................................................................... 35

Figura 14 - Croqui Projeto Casa Contêiner .................................................................................... 36

Figura 15 - Estética Final Pavimento Inferior e Superior Respectivamente .............................. 37

Figura 16 - Canteiro de Obras .......................................................................................................... 38

Figura 17- Instalações ....................................................................................................................... 38

Figura 18 – Fase de Montagem ....................................................................................................... 39

Figura 19- Isolamento das paredes ................................................................................................. 39

Figura 20 - Telhas térmicas de poliuretano. ................................................................................... 40

Figura 21 - Telhado Verde ................................................................................................................ 41

Figura 22 - Casa Conteiner ............................................................................................................... 41

Figura 23- Elemental .......................................................................................................................... 42

Figura 24- Estudo de Habitações em solos diferentes ................................................................. 43

Figura 25 - Estudo Preliminar Conjunto Habitacional Violeta Parra ........................................... 43

Figura 26- Processo evolutivo na planta ........................................................................................ 44

Figura 27- Fases do projeto .............................................................................................................. 44

Figura 28- Conjunto residencial Quinta Monroy, Iquique, Chile: (a) fachada original, sem

intervenções; e (b) fachada já ocupadas, com intervenções dos moradores. .......................... 45

Figura 29- Conjunto residencial Quinta Monroy, Iquique; Espaço interno ................................ 46

Figura 30- Edifício 360° ..................................................................................................................... 46

Figura 31-- Edifício 360° - Construção ............................................................................................ 47

Figura 32- Edifício 360° ..................................................................................................................... 47

Figura 33- Edifício 360° - Planta Baixa ........................................................................................... 48

Figura 34- Edifício 360° - Térreo ...................................................................................................... 49

Figura 35- Edifício 360° - Cobertura com Espelho d'água ........................................................... 49

Figura 36- Edifício 360° - Pavimentos de estacionamento, piscina, abrigo de depósito, casa

de máquinas e sauna ......................................................................................................................... 50

Figura 37- Container: Ecology Store ............................................................................................... 51

Figura 38- Container: Ecology Store – Corrosões I ...................................................................... 52

Figura 39- Container: Ecology Store – Corrosões II ..................................................................... 52

Figura 40- Container: Ecology Store – Encaixe I .......................................................................... 53

Figura 41- Container: Ecology Store – Encaixe II ......................................................................... 54

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Figura 42- Retângulo Planificado ..................................................................................................... 63

Figura 43- Equação para obtenção da forma ................................................................................ 64

Figura 44-Tetris ................................................................................................................................... 64

Figura 45- Peças do Tetris ................................................................................................................ 65

Figura 46- Estudo de Volumetria do Modelo 03 e 04 ................................................................... 66

Figura 47- Estudo de Volumetria do Modelo 01 ............................................................................ 66

Figura 48- Ações na Estrutura.......................................................................................................... 67

Figura 49- Croqui da Volumetria Final - Modelo 1 ........................................................................ 68

Figura 50- Croqui da Volumetria Final - Modelo 2 ........................................................................ 68

Figura 51- Croqui da Volumetria Final - Modelo 3 ........................................................................ 69

Figura 52- Croqui da Volumetria Final - Modelo 4 ........................................................................ 69

Figura 53- Estudo de Layout do Modelo 01 ................................................................................... 70

Figura 54- Estudo de Layout do Modelo 03 ................................................................................... 71

Figura 55- Estudo de Layout do Modelo 04 ................................................................................... 71

Figura 56- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 01 .......................................................... 72

Figura 57- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 02 .......................................................... 72

Figura 58- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 03 .......................................................... 73

Figura 59- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 04 .......................................................... 73

Figura 60- Modelo 01 e 02 - Área disponível no Pavto. Superior ............................................... 74

Figura 61- Modelo 03 e 04 - Área disponível no Pavto. Superior ............................................... 74

Figura 62- Módulo próprio - Dimensões aproximadas ................................................................. 75

Figura 63- Modelo 1 ........................................................................................................................... 76

Figura 64- Modelo 2 ........................................................................................................................... 77

Figura 65- Modelo 3 ........................................................................................................................... 78

Figura 66- Modelo 4 ........................................................................................................................... 79

Figura 67- Possibilidades de Ampliação – (a) Modelo 1; (b) Modelo 2; (c) Modelo; (d) Modelo

4 ............................................................................................................................................................ 80

Figura 68- Terreno Hipotético ........................................................................................................... 81

Figura 69- Modelagem Alterada ....................................................................................................... 82

Figura 70- Exemplo do depósito à ser construído......................................................................... 87

Figura 71- Banheiros Químicos........................................................................................................ 87

Figura 72- Terrenos com Inclinação de 0° a 10° - Sem movimentação de Terra .................... 88

Figura 73- Terrenos com Inclinação de 15² a 20° - Com movimentação de Terra .................. 88

Figura 74- Encaixe da Fundação ..................................................................................................... 90

Figura 75- Recorte realizado no Contêiner para colocação de esquadrias .............................. 91

Figura 76- Exemplo de recorte ......................................................................................................... 92

Figura 77- Corte Lateral no Contêiner ............................................................................................ 92

Figura 78- Corte no Piso e Teto do Contêiner ............................................................................... 93

Figura 79- Aplicação da Pintura a base de Poliuretâno ............................................................... 94

Figura 80- Placas Cimentícias.......................................................................................................... 95

Figura 81- Lã de Politereftalato de Etileno (PET) .......................................................................... 95

Figura 82- Placas de Drywall ............................................................................................................ 96

Figura 83- Parede Knauf de Drywall (W111) ................................................................................. 97

Figura 84- Fôrro de Gesso Acartonado .......................................................................................... 98

Figura 85- Piso Elevado .................................................................................................................... 99

Figura 86- Suporte telescópico ...................................................................................................... 100

Figura 87- Aplicação do Piso de Cimento Queimado Polimérico ............................................. 100

Figura 88- Steel Deck ...................................................................................................................... 101

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Figura 89- Viga Metálica - Perfil "L" ............................................................................................... 102

Figura 90 - Telha Sanduiche de Poliuretano ................................................................................ 103

Figura 91- Detalhe do Shaft - Corte Esquemático ...................................................................... 103

Figura 92- Referência para Castelo D'água ................................................................................. 104

Figura 93- Instalações Embutidas ................................................................................................. 105

Figura 94 - Placa Fotovoltaica ........................................................................................................ 106

Figura 95- Pilar Metálico em Perfil I .............................................................................................. 107

Figura 96- Viga Metálica Perfil T .................................................................................................... 107

Figura 97- MUNCK ........................................................................................................................... 108

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipologia dos Contêineres ............................................................................................. 31

Tabela 2 - Aspectos importantes relativos aos estudos dos edifícios........................................ 54

Tabela 3 - Dimensões mínimas para cada compartimento de uma residência........................ 58

Tabela 4 - Programa de Necessidades - Modelo 01 .................................................................... 61

Tabela 5 - Programa de Necessidades - Modelo 02 .................................................................... 61

Tabela 6 - Programa de Necessidades - Modelo 03 .................................................................... 62

Tabela 7 - Programa de Necessidades - Modelo 04 .................................................................... 62

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12

I - REFERENCIAL TEÓRICO

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL .......................................................................................... 19

Projeto Sustentável .............................................................................................................. 20

Técnicas para uma Arquitetura Sustentável ........................................................................ 21

FLEXIBILIZAÇÃO NA HABITAÇÃO ...................................................................................... 26

Tipos de Flexibilidade ........................................................................................................... 26

O CONTÊINER ................................................................................................................ 29

Dimensões, unidades e capacidades dos contêineres ........................................................ 30

Tipos de contêineres ............................................................................................................ 31

ESTUDOS DE REFERÊNCIA ............................................................................................... 35

Casa Corbas – São Paulo – Brasil ............................................................................... 36

Conjunto Habitacional Violeta-Parra – Chile ............................................................... 41

Edifício 360° – São Paulo – Brasil ............................................................................... 46

Container: Ecology Store – Brasil .............................................................................. 50

II - PRECEDENTES PROJETUAIS

CONDICIONANTES LEGAIS ............................................................................................... 57

CONDICIONANTES FUNCIONAIS ....................................................................................... 59

PARTIDO ARQUITETÔNICO .............................................................................................. 63

III -ANTEPROJETO

MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................................. 84

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 109

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 112

APÊNDICE ..................................................................................................................................... 117

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INTRODUÇÃO

A construção civil é uma das atividades mais impactantes ao meio ambiente,

seja pela produção ou extração de matéria prima, seja pelo transporte dos materiais

que fazem uso nas diversas obras. A energia gasta e os consequentes resíduos

produzidos formados, que se perdem ao longo do processo, são altíssimos e

desproporcionais ao consumo do material. Tais procedimentos e o seu desperdício

na construção, corroboram com os crescentes aumentos de entulhos, o que

contribui para a fragilidade dos ecossistemas ao entorno. Esta atividade tem se

destacado como área promissora em relação à busca da sustentabilidade, pois

possibilita compreender tanto tecnologias mais limpas quanto materiais mais

sustentáveis. Para tanto, o crescente interesse na redução de impactos ambientais

associados ao setor da construção civil na fase de fabricação ou na utilização

desses materiais, estão contribuindo para a desmistificação das novas formas de

construção.

Arquitetura ecoeficiente ou sustentável, como é mais conhecida, faz uso de

técnicas da bioarquitetura, intervenções conscientes e planejadas, que buscam

satisfazer as necessidades humanas, em concordância às condições naturais locais,

empregando de forma sustentável os recursos, gerenciando sua procedência, seu

uso, o destino dos resíduos gerados, sua reciclagem, e por fim, buscando preservá-

los para as gerações futuras.

Mesmo que a inserção de práticas de sustentabilidade na construção seja

uma tendência crescente no mercado, ainda se faz necessário que o setor da

construção invista cada vez mais nesta área. A mudança na forma de produzir e

gerir as obras, podem contribuir para uma introdução progressiva da

sustentabilidade, procurando soluções que sejam economicamente viáveis para a

construção.

O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB)

define a construção sustentável como:

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O processo holístico para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica (CIB, 2002).

Podemos observar que o Conselho fala em “restabelecer e manter a

harmonia”, isso porque muitos processos que fazem aproveitamento sem uso de

elementos externos de fatores naturais, como luz, calor, ventilação, entre outros,

foram abandonados com o aparecimento de tecnologias de aquecimento e

resfriamento artificiais. Pequenas mudanças, adotadas por todos, podem trazer

grandes benefícios sem grandes impactos no custo final do empreendimento. O

conhecimento de construção sustentável deve estar presente em todo o período de

vida do empreendimento, desde sua concepção, execução e possível desconstrução

ou demolição.

A habitação com qualidade é uma necessidade que deve ser satisfeita sem

comprometimento dos ecossistemas existentes, levando as empresas a assumirem

uma postura ética com relação às origens dos materiais empregados, a forma de

sua utilização e o seu reaproveitamento ou reciclagem. O surgimento de materiais

alternativos e a possibilidade de investimento nos mesmos para construção,

desperta o interesse pelo tema da sustentabilidade na habitação. Sua adoção é “um

caminho sem volta”, uma vez que tais como governos, consumidores, investidores e

associações – alertam, estimulam e pressionam o setor da construção a incorporar

essas práticas em suas atividades.

Para a elaboração da proposta de Habitação social, objeto de estudo deste

trabalho, foi escolhido o reuso de contêiner. No caso do contêiner, trata-se de um

recipiente de metal ou madeira, geralmente de grandes dimensões, destinado ao

acondicionamento e transporte de carga em navios, trens etc. e que foi recém

inserido no mercado brasileiro de construção civil, por possuir grande potencial

construtivo.

Dentre suas características podemos destacar como pontos primordiais para

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sua escolha: a modulação, a rapidez, o baixo custo de execução e sua inserção no

âmbito da sustentabilidade. Os mesmos são responsáveis atualmente, pelo

transporte de 95% de toda a carga mundial. Estima-se que existem atualmente mais

de 17 milhões de contêineres pelos portos de todo o mundo. Segundo a empresa

jovem de Brasília, a Esser Arquitetura e Engenharia Sustentável, um contêiner foi

feito para enfrentar diversas intempéries e pode resistir aproximadamente 10 anos

no mar, e após esse tempo de uso eles são abandonados. Entretanto, sua vida útil,

quando empregado na construção civil, é de cerca de 90 anos.

O uso do contêiner na construção civil ainda tem demonstrado que pode

facilitar a distribuição dos ambientes e a adoção de formas plásticas agradáveis,

particularmente se considerada sua maleabilidade e modulação, assim como a

estrutura original permite adotar a flexibilidade, como elemento importante para a

concepção estética das edificações.

Essa constatação é importante porque, em geral, verifica-se nas habitações

construídas no Brasil, especialmente nas habitações sociais, uma certa tendência de

serem frequentemente modificadas por seus moradores, particularmente nas

habitações em que o morador não acompanha a concepção do projeto arquitetônico.

Essas modificações quase sempre mostram a falta de interação entre o projeto

arquitetônico original e as respostas e demandas intrínsecas às necessidades dos

usuários. Para Digiacomo e Szücs, (2003, apud Marroquin, 2007):

Entende-se por habitação flexível aquela que permite que seus moradores a adaptem aos seus desejos e necessidades sem grandes obras ou investimentos financeiros (DIGIACOMO e SZÜCS, 2003, apud MARROQUIN, 2007)

Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo geral propor desenvolver

quatro duplex de unidades habitacionais, sendo os quatro desenvolvidos a nível de

projeto anteprojeto, utilizando o Contêiner – sistema construtivo que começa a ser

muito utilizado no âmbito da construção civil, particularmente porque refere a uma

possibilidade de uso que evidencia a sustentabilidade – que permite também ser

analisado do ponto de vista de parâmetros de flexibilidade em habitações e

princípios de conforto térmico. Dessa maneira, pretende-se alcançar os objetivos

específicos:

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1. Pesquisar sobre os contêineres e suas exigências na construção civil,

considerando aspectos de verticalização;

2. Desenvolver propostas que sejam adaptáveis às necessidades de diferentes

famílias seguindo princípios da flexibilidade e sustentabilidade;

3. Identificar diretrizes para o projeto que abordem aspectos mínimos de

conforto ambiental – Ventilação e Iluminação natural – que sejam compatíveis

com o contêiner e suas peculiaridades, mesmo que os projetos não sejam

previstos para uma área especifica;

4. Analisar casos de habitações que utilizam o contêiner, identificando suas

diferentes tipologias, aspectos funcionais e construtivos.

Definidos esses critérios, o trabalho foi dividido em três partes. A parte I,

referente ao embasamento teórico e empírico da proposta, compreende a

apresentação do procedimento metodológico adotado; referencial teórico acerca do

tema de pesquisa, abordando sobre o uso do contêiner na construção civil, as

exigências e soluções para torná-lo habitável, apresentando estratégias

recomendadas para uma arquitetura sustentável e bioclimática; os conceitos e

aplicações da flexibilidade em habitações e, por fim, referências arquitetônicas que

abordem alguns desses conceitos.

Inicialmente a revisão bibliográfica, que terá como objetivo entender o

funcionamento e os procedimentos necessários para a realização do projeto

proposto. Vale ressaltar, que esta revisão tem dois enfoques principais: O uso do

contêiner dentro do âmbito da sustentabilidade e a Flexibilidade na arquitetura,

sendo ambos norteadores na produção teórica empírica do Trabalho Final de

Graduação - TFG.

Para entender o contexto teórico que fundamenta a questão proposta por esse

TFG, partimos da compreensão de que é necessário entender e justificar o conceito

de Arquitetura Sustentável, os significados que envolvem sua definição e os

princípios, formas de utilização, até a inserção do contêiner na discussão sobre

sustentabilidade. Foram utilizados como referências principais: Assis e Colombini

(2005), Todd, Benjamin e Todd (2007) e Melhado (2013).

As discussões sobre flexibilidade, que foram pesquisados principalmente em

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Tramontano (1993), Finkelstein (2009), Brandão e Heineck (2007) e Rossi (1998).

Nas referências encontradas, a flexibilidade será tratada nos seguintes aspectos:

Formas de Flexibilização e Expansibilidade projetual.

Além da realização da revisão bibliográfica, foram realizados estudos de

referência projetuais diretos e indiretos, que contribuíram para fase inicial de

projetação. Dentre as inúmeras aplicações do Contêiner na construção civil e,

particularmente, na arquitetura. Para melhor organizar o que será extraído de cada

referência, elaborando uma lista de interesses e identificando aspectos de

Sustentabilidade, Flexibilidade, Funcionalidade, Conforto Ambiental e Estética.

Com o referencial teórico e empírico desenvolvido, iniciou-se o desenvolvimento

das ideias iniciais, onde são apresentadas as primeiras propostas baseadas nos

estudos e análises dos condicionantes projetuais, possíveis zoneamentos e

programa de necessidades. Por meio dos estudos preliminares são propostas

diferentes soluções, desenvolvendo assim um partido arquitetônico.

Por fim, com o referencial teórico e empírico desenvolvido, foi iniciada a

apresentação do partido arquitetônico e evolução da proposta, fase que consiste nas

ideias iniciais, onde são apresentadas as primeiras propostas baseadas nos estudos

e análises dos condicionantes projetuais, possíveis zoneamentos e programa de

necessidades.

A parte II, tratará do pré-projeto, com a apresentação da área de inserção e suas

características, além do terreno escolhido e seus condicionantes projetuais, bem da

definição e elaboração do programa de necessidade, zoneamento e apresentação

do desenvolvimento do partido arquitetônico e dos estudos preliminares. Por meio

dos estudos preliminares são propostas diferentes soluções, desenvolvendo assim

um partido arquitetônico. Foram desenvolvidos nesta etapa, desenhos técnicos,

perspectivas e memorial descritivo-justificativo.

A parte III apresentará o resultado do anteprojeto de um dos modelos, como

proposta final para esta pesquisa, através do memorial descritivo-justificativo,

representação gráfica do projeto e as considerações finais sobre o desenvolvimento

do trabalho.

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Por fim, são apresentadas considerações finais explicitando quais as possíveis

contribuições do trabalho, suas dificuldades e limitações.

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I REFERENCIAL TEÓRICO E EMPÍRICO

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ARQUITETURA SUSTENTÁVEL

O conceito de desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez,

como resposta às preocupações inerentes ao desgaste do meio ambiente, no clube

de Roma em 1968. Ao longo do tempo, percebeu-se que as variáveis visões de

progresso e preservação do meio ambiente passaram a ser divergentes, uma vez

que o desenvolvimento de novas tecnologias para a época, era algo distante e ainda

inimaginável.

A partir dos anos 70, observa-se uma crescente e importante evolução quanto

a preocupação em relação as consequências da forma de desenvolvimento utilizada,

sendo assim, passou a ocupar a pauta de prioridades, em virtude da constatação de

que os recursos ambientais começavam a se deteriorarem numa velocidade

desorientadora, chegando, inclusive, a observarem em alguns casos sua total

destruição e extinção.

Em 2003, na tentativa de equacionar tais variáveis, surge o conceito de

construção sustentável, definido por Adam (2001) como o conjunto de estratégias de

utilização do solo, o projeto arquitetônico e a construção em si buscam reduzir o

impacto ambiental e visam a um menor consumo de energia, à proteção dos

ecossistemas e mais saúde para os ocupantes.

Ao se tratar do conceito de Arquitetura Sustentável, percebe-se a

necessidade da abordagem para um novo contexto, que pode ser localizado em

âmbito global. Ou seja, atualmente, o homem vem sendo considerado o maior

causador de graves problemas, sendo inclusive relacionados ao meio ambiente, por

causa do aumento na incidência de furações, enchentes, terremotos, maremotos

entre outros.

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t – house Casa Conteiner

Projeto Sustentável

A discussão que os especialistas vêm travando na atualidade diz respeito às

estratégias necessárias para garantir a superação de desafios relacionados às

construções saudáveis, sociais, econômicas e ambientais. Segundo Day (1990), a

arquitetura é causadora de danos ao meio ambiente de modo que os arquitetos têm

dado ênfase à dimensão ambiental, com a adaptação da execução do projeto

arquitetônico aos processos naturais, o que tem sido chamado como projeto

sustentável.

É dentro desta perspectiva que surgem as chamadas Edificações

Sustentáveis, idealizadas para fazer o uso racional de recursos naturais, utilizar

materiais ecologicamente corretos e alterar o mínimo possível o ambiente no qual

estão inseridas. Dessa forma, a edificação consume menos energia, água e outros

recursos naturais, considerando e respeitando o ciclo de vida dos materiais

utilizados. Para isso o projeto contém outros campos de conhecimento fora a

arquitetura, como a engenharia, reciclagem, reutilização, sociologia e ecologia.

A fase de concepção do projeto das edificações se torna, então, uma etapa

fundamental, quando são considerados aspectos ambientais, o entorno e a gestão

dos recursos, bem como a especificação de materiais, onde são privilegiados os

materiais naturais e recicláveis em geral. Ao iniciar o projeto, uma das primeiras

preocupações dos arquitetos tem sido buscar o conhecimento do local bem como as

condições ambientais, informações sobre a população local, como a cultura e o

conhecimento tradicionais. Melhado (2013), diretora da Proactive Consultoria1

explicita que “o projeto sustentável deve ser desenvolvido por profissionais

capacitados que trabalhem de forma integrada desde a concepção projetual, e que

este grupo responda a um coordenador” ou seja, os possíveis problemas

encontrados durante a execução da obra, podem ser diminuídos.

Para Assis e Colombini (2005), a caracterização da sustentabilidade de uma

construção vem do processo na qual foi projetada, executada e da somatória das

técnicas utilizadas em relação ao seu local de implantação e ao entorno do mesmo.

1 Empresa especializada em Gestão de Projetos e Sustentabilidade Empresarial.

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t – house Casa Conteiner

Sendo assim, pode-se fazer comparações entre projetos e afirmar o grau de

sustentabilidade de cada construção.

O projeto, segundo Todd e Todd (1994) “deve ter o mundo vivo como matriz;

deve seguir, não se opor às leis da vida; deve se basear em fontes renováveis de

energia e, dessa forma, ser sustentável pela integração dos sistemas vivos”. Ou

seja, a habitação com qualidade é uma necessidade que deve ser satisfeita sem

comprometimento dos ecossistemas existentes.

As empresas que desejam trabalhar na aplicação destes projetos sustentáveis

devem assumir uma postura ética com relação às origens dos materiais

empregados, a forma de sua utilização e o seu reaproveitamento ou reciclagem.

Nesse sentido, o Brasil apresenta grande potencial para desenvolver estratégias

bioclimáticas e sustentáveis. Para isso se deve investigar os impactos que seriam

causados ao meio ambiente com a implantação do projeto, para poder fazer o

levantamento das possibilidades de tornar o mesmo sustentável.

Ao visar um projeto sustentável outra vertente que está associada ao mesmo

é a responsabilidade ambiental, que propõe o uso das potencialidades do local onde

o projeto quer ser inserido, ou seja, implantar de forma cuidadosa o edifício numa

paisagem natural do local escolhido, ou inserir numa área ocupada que deva ser

reutilizada, ou até mesmo restaurar locais que já foram degradados com antigas

construções e adaptá-lo ao espaço desejado para inserção da construção.

Técnicas para uma Arquitetura Sustentável

A utilização dos recursos naturais é a forma mais simples e mais utilizada

para produzir a arquitetura ecologicamente correta e tem necessariamente a

finalidade de obter qualidade térmica, por meio da substituição do uso dos

industrializados. A arquitetura sustentável deve se ater aos aspectos naturais e ao

clima, como afirma Assis e Colombini (2005):

Uma arquitetura bioecológica é aquela sustentável e deve, fundamentalmente, levar em conta o espaço na qual será implantada.

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Os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, pográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será. Assim, algumas soluções aplicadas a uma construção no campo podem não ser sustentáveis em outra na cidade e vice versa. Uma construção sustentável deve respeitar e aproveitar o que cada tipo de clima oferece no local ao qual está inserida.

Observa-se que para a incorporação da sustentabilidade na arquitetura de

projetos exige o respeito às características do meio em que a edificação será

construída, seja do ponto de vista das condições físicas, técnicas ou climáticas. E,

com isso, almejar o rebatimento nas escolhas projetuais, que pode ocorrer por meio

do aumento de janelas que garantem maior distribuição de luz, que

consequentemente diminui a quantidade de lâmpadas e aumentam a entrada de

ventilação, é um fator que contribui para a redução dos custos finais da obra. Outro

aspecto que só é possível e deve ser considerado na fase inicial do projeto, é a

orientação do edifício construído, que deve seguir as condições bioclimáticas da

região, e observar as posições em que o edifício sofrerá com o maior e menor tempo

de isolação durante o dia. Isso deve ser feito de maneira a adequar o

posicionamento da edificação em relação as posições do sol e direções do vento,

além de observar a possibilidade de inserção de vegetação, quando for necessário.

É importante salientar que quando não há possibilidade ou existe divergência

em algum fator para realização do projeto, existem elementos arquitetônicos como

brises solei e cobogó, que podem suprir tais necessidades e que não interferem no

grau de sustentabilidade do edifício.

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Figura 1- Cobogó

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

y7bkSK1muh0/USF83Pf2yGI/AAAAAAAAADo/C6qMNj8cWis/s1600/cobogos.jpg

Figura 2 - Brises

Fonte: http://www.cemear.com.br/wp-content/gallery/brises/brise-aeroscreen.jpg (2015)

Por outro lado, a utilização de materiais

considerados ecológicos (ecoeficientes), produzidos com menor impacto no meio

ambiente, é também uma prática considerada sustentável. Entre os mais utilizados

na construção civil, podem ser citados: o adobe, tintas sem componentes voláteis

tóxicos, bambu, paletes, contêineres, entre outros. Efetivamente, em relação à sua

utilização, os materiais regionais são priorizados na construção sustentável, pois

reduzem o percurso de transporte e emissão de gás carbônico da queima do

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combustível e priorizam o desenvolvimento do comércio/indústria regional.

Figura 3 - Adobe

Fonte: http://blog.lib.umn.edu/victor/hereandthere/Images/Chinchero-1.jpg

Figura 4 - Bambu

Fonte: http://www.agencia.ac.gov.br/noticias/wp-content/uploads/2015/01/bambu.jpg (2015)

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Figura 5 - Palete

Fonte: http://www.eccoarquitetura.arq.br/wp-content/uploads/2015/04/wooden_pallets_home.png (2015)

Figura 6 - Contêiner

Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/alta-de-importacoes-aumenta-os-conteineres-na-baixada-santista_.jpg

Ainda hoje é possível encontrar no meio urbano, situações visivelmente não

sustentáveis, como por exemplo edificações sem conforto térmico/acústico

necessitando de elevado consumo de energia, mas é notório os esforços realizados

pelos setores da construção civil, que buscam alternativas para solucionar tais

problemas. Dessa forma, ressalta-se a necessidade da inserção de profissionais que

possuam embasamento e que possam pôr em pratica princípios da sustentabilidade,

não só na construção civil, mas também no âmbito urbano.

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FLEXIBILIZAÇÃO NA HABITAÇÃO

A habitação como problema ganhou destaque no contexto da arquitetura

internacional a partir da década de 1920, com o advento das crises habitacionais

que assolavam o mundo. Atualmente são notórios os investimentos pela iniciativa

pública nesta área. O surgimento do programa “Minha Casa, Minha Vida” em 2009,

deu impulso a produção habitacional do país e significou a volta do investimento por

meio de uma Política Habitacional como política pública. Contudo, é observado por

muitos analistas que a falta de normatização do atual Programa de investimento

deixa a desejar quanto à qualidade das habitações que estão sendo largamente

construídas em todo o território brasileiro.

Por outro lado, o mérito desta política resulta no enfrentamento do Déficit

Habitacional que carece de ser enfrentado e resolvido no Brasil. Para Fernandes

(2003), a Habitação desempenha três diferentes funções: Função Social, Ambiental

e Econômica, que juntas, oferecem ao usuário uma gama de opções e geram

constantes mudanças do local residido. Sente-se a necessidade, então, de oferecer

mais versatilidade ao que é construído.

Esclarecemos que neste trabalho não será tratado o modelo ou a Política

Habitacional propriamente dita, pois não foi objetivo analisar ou utilizar os

parâmetros indicados nacionalmente como referência fundamental, embora estes

tenham balizado a definição das áreas das unidades habitacionais propostas.

Tipos de Flexibilidade

A flexibilidade na arquitetura pode ser ligada a capacidade de adaptação de

um edifício a diferentes situações, sejam elas relacionadas ao local inserido o

projeto ou pelo perfil do usuário. Flexibilidade refere-se à ideia de acomodar as

alterações ao longo do tempo. No caso desse estudo, podemos associar ao que Till

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e Scneider (2005), quando afirmam que a residência flexível corresponde a “uma

casa que pode se adaptar às necessidades de mudanças do usuário”, o que para

eles, refere-se à necessidade dos usuários e aos diferentes padrões familiares da

contemporaneidade.

Para nós, amparado por Brandão e Heineck (2007), é interessante

compreender a flexibilidade a partir do setor imobiliário, que para esses autores

podem ser identificados como: a flexibilidade permitida ou a planejada. A

flexibilidade permitida consiste na possibilidade de modificar ou personalizar o

projeto quando somente é oferecido uma opção inicialmente. Essa única opção

oferecida pode ser uma planta baixa livre, em que o proprietário tenha liberdade de

criar seu próprio projeto, ou pode ser representada por uma única opção de planta

baixa, que pode receber algumas alterações propostas pelos clientes, se aceitas

pelas construtoras. Por outro lado, a flexibilidade planejada se caracteriza pela

oferta, por parte da construtora, de várias opções de plantas baixas, para o cliente

escolher.

Outros autores, também tratam desse assunto. Por exemplo, Finkelstein

(2009) propõe outra classificação agrupando em duas categorias, uma vez que

vários fatores podem interferir e provocar a flexibilidade. A primeira é a flexibilidade

intrínseca, que ao ser proposta não leva em consideração as possíveis mudanças

futuras, e a de forma projetada, que se caracteriza por prevê e projetar tais

modificações. Ele ainda observou que a flexibilidade ocorre nos projetos de acordo

com dois fatores básicos: os projetados para uma arquitetura neutra ou os que

oferecem opções de flexibilidade. Para melhor identificar, o mesmo definiu duas

subcategorias para flexibilidade intrínseca (Espaços neutros; Possibilidades de

transposição de Espaços e Flexibilidade Inicial, várias alternativas de plantas para

escolha) e cinco para flexibilidade de forma projetada (Várias possibilidades de

layout, Mudanças ao longo do dia/noite2, Projetos Inacabados, Projetos expansíveis,

Possibilidade de Subdividir/Integrar espaços). É importante ainda destacar dois

elementos facilitadores da flexibilidade definidos por Finkelstein (2009): Estrutura

independente, que por ser separada da estrutura portante da vedação, pode

2 Possibilita que atividades diurnas, como estudo e brincadeiras de crianças, possam ser utilizadas em áreas previstas ao descanso/dormir, ou seja, noturnas.

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possibilitar a criação de espaços ou a definição dos mesmos, e a Modulação, que

propicia a edificação uma arquitetura neutra.

Já Tramontano (1993), ao dissertar sobre o assunto, define a existência de

dois tipos de flexibilidade para habitações: a inicial e a permanente, sendo a primeira

caracterizada por permitir diversas mudanças, através da realização de reformas e a

segunda por aceitar a reordenação do espaço de forma permanente, de maneira

simples e sem necessidade de reformas.

Para análise da Flexibilidade na tipologia da habitação, Fischer (2003) aborda

a flexibilidade quanto ao dimensionamento do espaço arquitetônico, que é definida

como a possibilidade de realização de modificações internas e externas, sem que

isso agrida a forma arquitetônica em sua concepção original. Em seguida, ele

disserta quanto à utilização ou função do espaço, que nada mais é que a

coexistência ou compartilhamento de dois ou mais tipos de usos no mesmo

ambiente. Por fim, temos a flexibilidade quanto ao processo construtivo empregado,

definida como a que apresenta facilidade para troca de componentes construtivos no

interior de uma unidade habitacional, que normalmente é de difícil execução.

A expansibilidade, como princípio presente nas ações de expansão da

habitação de interesse social pode-se embasar por dois conceitos dominantes neste

assunto: a Adaptabilidade e a Flexibilidade. Outra abordagem da expansibilidade da

habitação, denominada por Brandão e Heineck (2007) como ampliabilidade, foi

definida como “a forma corrente de responder às exigências de polivalência à qual

recorrem especialmente os usuários das faixas menos favorecidas”. Neste ponto, os

autores propõem algumas diretrizes gerais de ampliação da flexibilidade em

habitações, fornecendo embasamento para expansibilidade.

A criação de ambientes reversíveis, com a inclusão de dois ou mais acessos

para o ambiente, torna-o mais versátil, convertendo-o a multiuso. Este por sua vez,

deve está situado em uma posição estratégica na planta, geralmente mais

centralizado, propiciando contribuir com a flexibilidade do projeto. É característica da

flexibilidade do projeto arquitetônico a alternância entre isolar e integrar ambientes.

Isto pode ser feito através de portas ou por divisórias, que possam substituir as

paredes tradicionais e facilitem mudanças futuras, sendo bastante difundido e

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aconselhado para habitações pequenas, como forma de gerar a sensação de

ampliação do espaço.

É importante ressaltar que, para realizar um bom projeto flexível, não existe

uma fórmula pronta. A forma e a intensidade com que as estratégias de flexibilização

podem ocorrer, incluindo os recursos e meios para sua implementação no processo

de produção, dependerão dos segmentos de mercado envolvidos, ou seja, para

cada opção de atuação escolhida, uma formulação de estratégia será realizada.

O CONTÊINER

O termo inglês container, conhecido em português como contêiner ou

contentor, é um equipamento utilizado para transportar carga. No início das grandes

navegações marítimas, as mercadorias eram transportadas em tonéis, uma vez que

eram resistentes e de fácil manuseio.

Durante muito tempo foi o sistema ideal para enfrentar as grandes

dificuldades existentes nas operações de embarque e desembarque de mercadoria.

Ao decorrer do tempo, com o desenvolvimento da engenharia naval e consequente

construção de navios com maiores capacidades gravimétricas3, fazendo com que o

problema passasse para segundo plano. Neste período o que interessava mais era a

resolução do problema espaço, uma vez que o tonel, mesmo sendo eficaz, ocupava

muito espaço e não estava mais sendo suficiente para tal. Sendo assim, após

debates no âmbito internacional dos transportes marítimos, chegou-se a definição de

uma norma: a então proposta “embalagem” deveria ser metálica, suficientemente

forte, resistente ao constante uso e de dimensões modulares.

3 Análise gravimétrica é está baseada na medida direta ou indireta da massa de um ou mais constituinte de uma amostra.

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Dimensões, unidades e capacidades dos contêineres

No Brasil, de acordo com as recomendações da International Standard

Organization (ISO), as unidades e medidas utilizadas na padronização dos

contêineres são as inglesas Pés e Polegadas – do inglês, respectivamente Feet e

Inch – representadas por uma e duas aspas e que são equivalentes respectivamente

a 30,48 cm e 2,54cm.

Embora tenham várias medidas padronizadas, normalmente são utilizados os

contêineres de 20’ e 40’, aproximadamente pouco mais de seis e doze metros de

comprimento, não havendo grande diferença para as demais dimensões. Essas

medidas são uniformizadas devido a padronização dos navios quanto as suas baias

para ambas unidades, sendo que para a de 40’, pode-se transportar duas unidades

de 20’, sendo esses os mais utilizados.

Figura 7 - Dimensões do Contêiner

Fonte: http://www.casa-de-container.com/files/2015/01/container-40-vs-20.jpg (2015)

Para o peso máximo suportado quando carregados, devem seguir o permitido

que é marcado em sua porta, de acordo com as unidades atualmente existentes.

Assim são de até 30 toneladas, para o de 20’ e de 36 até 48 toneladas para o de 40’,

possuindo 2,3 toneladas e 4 toneladas de tara4, respectivamente. Embora suportem

grandes cargas, alguns países controlam o limite máximo de peso para o transporte

de contêineres via terrestre, a chamada road limitation, impedindo o uso total da sua

capacidade.

4 Peso próprio do Contêiner.

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O volume útil médio dos contêineres de 20’ é de 30 a 33 metros cúbicos e o

de 40’ é de 60 a 67 metros cúbicos, enquanto sua carga útil média é de 28.000

quilogramas. Um aspecto bastante importante, que não podemos deixar de citar, é a

diferença entre os espaços útil e o volume efetivamente ocupado pela carga

acondicionada, muitas vezes provocada pela incompatibilidade de dimensões das

embalagens com o espaço disponível no interior dos contêineres.

Tipos de contêineres

A tipologia do contêiner está correlacionada ao seu uso. Como já foi citado

anteriormente, os contêineres mais utilizados são os de 20’ e 40’, entretanto, hoje

em dia existem diversos tipos de contêineres, que devem ser citados. Sendo assim,

elencando-se de maneira resumida e objetiva os tipos e suas respectivas

características e utilizações, temos a tabela abaixo.

Tabela 1 - Tipologia dos Contêineres

TIPO COMPRIM.5 Dim. Externas

CxLxA Dim. Internas

CxLxA CAPACIDADE Peso/Volume t/m³

Dry Box 20’ 6.058x2.438x2.591 5.900x2.352x2.395 21,6/33,2

Dry Box 40’ 12.192x2.438x2.591 5.900x2.352x2.395 26,5/67,7

Dry/High

Cube 40’ 12.192x2.438x2.896 12.022x2.352x2.696 26,3/76,2

Reefer 20’ 6.058x2.438x2.591 5.498x2.270x2.267 25,4/28,3

5 Essas medidas chamadas “padrões” podem ser utilizados para cálculo de acondicionamento de carga, lembrando-se que existe variações de alguns centímetros para mais ou menos, dependendo do material utilizado na construção do contêiner.

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Reefer 40’ 12.192x2.438x2.591 11.151x2.225x2.169 26,0/55,0

Open Top 20’ 6.058x2.438x2.591 5.900x2.352x2.395 21,6/3,2

Open Top 40’ 12.192x2.438x2.591 12.020x2.350x2.342 26,5/67,7

Flat Rack 20’ 6.058x2.438x2.591 5.798x2.408x2.336 21,6/33,2

Flat Rack 40’ 12.192x2.438x2.591 12.092x2.404x2.002 26,5/67,7

Plataform 20’ 6.058x2.438 6.020x2.413 21,6/33,2

Plataform 40’ 12.192x2.438 12.150x2.290 26,5/67,7

Tank 20’ 6.058x2.438x2.591 x 19/23 mil l

Adaptado pelo autor (2015)

O contêiner básico intermodal com portas finais e laterais, chamados de Dry

Box, são acomodáveis para cargas gerais não requerendo controle de meio

ambiente quando em rota, são usados para carregamentos geralmente secos, como

alimentos, roupas e móveis. Para o mesmo tipo, existe o contêiner Ventilado,

equipado com portas ventiladas nos finais ou laterais, e usadas para cargas

geradoras de calor, que necessitam de maior proteção contra problemas de

condensação.

Figura 8 - Dry Box

Fonte: http://www.ibfreight.com.br/ferramentas/containers-img/dry-20.jpg

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Isolantes e equipadas com sistema de refrigeração embutido, os contêineres

refrigerados são utilizados para carregamentos que requerem maior atenção quanto

a temperatura, sendo possível controlá-la.

Figura 9 - Contêiner Refrigerado

Fonte: http://www.cumminspowerblog.com/pt/files/2011/12/Grupo-Gerador-Diesel-PowerBox-20X1.jpg

(2011)

Já os utilizados para carregamentos mais pesados, os Opens Top’s são

utilizados para transportar itens “desjeitosos”, onde a fase de carga e/ou descarga

seja impraticável ser realizada pelas portas finais e laterais. Esses contêineres são

equipados com cobertura de tecido, que os diferenciam dos Dry Box.

Figura 10 - Open Top's

Fonte: http://www.containers4saleuk.com/wp-content/uploads/2014/06/opentop-201.jpg (2014)

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t – house Casa Conteiner

Para transporte de volumes líquidos ou de produtos químicos secos usa-se o

contêiner do tipo Tank, que possui altos níveis de especificações, sendo utilizados

algumas vezes para carregamento de materiais perigosos.

Figura 11- Tank

Fonte: http://refrigerated-container-rental-usa.com/wp-content/uploads/2013/08/iso-tank-container-3.jpg

Disponíveis em vários modelos e tamanhos, as Flat Rack são usadas para

transportar madeiras, produtos de moinho pesados e, por possuírem largura

considerável, transportam também maquinário e veículos. Alguns são equipados

com laterais removíveis, o que facilitam a retirada das cargas.

Figura 12- Flat Rack

Fonte: http://www.shippingcontainers24.com/wp-content/uploads/2011/11/flatrack_container.jpg

Por fim, os High – Cube são utilizados para cargas de alto volume, baixo peso

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e que podem aumentar sua área cúbica.

Figura 13- High - Cube

Fonte: http://hartmannprojectlines.com/uploads/3/1/3/6/31368881/_7320531_orig.png

ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Estudos Indiretos

Objetivando melhor compreensão do que já foi apresentado de forma teórica,

sente-se a necessidade de estudar projetos em que foram empregados os conceitos

destacados, podendo avaliar os pontos positivos e negativos de cada obra e aplicar

os conhecimentos no projeto a ser desenvolvido.

Para facilitar as análises das referências projetuais, serão considerados os

elementos que permitem definir o grau de flexibilidade em uma edificação, definidas

por Finkelstein (2009) - Estrutura Independente; Modulação; Paredes divisórias

internas leves; Divisórias móveis; Mobiliário como divisória; Núcleos de circulação

vertical; Núcleos de Banheiros e Cozinha; Shafts; Fachada Livre; Grelha; Brise-soleil

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e Varandas; Ambiente Único com ausência de divisórias internas; Pisos Elevados;

Armários Embutidos e Terraços.

Dessa forma foram escolhidas referências funcionais e estéticas, mas com

enfoques diferenciados. Para estudo Indireto serão utilizados: Casa Corbas

(Sistema Construtivo), Conjunto Habitacional Violeta Parra (Flexibilidade em

Habitações Minimas) e o Edificio 360° (Flexibilidade em Habitação). Para estudo

direto será utilizado o Ecology Store (Sistema Construtivo).

Casa Corbas – São Paulo – Brasil

Inaugurada em 2011, projetada e de propriedade do arquiteto Danilo Corbas,

teve sua construção realizada em apenas seis meses. Os contêineres foram

comprados na cidade de São Vicente, no estado de São Paulo e transportados por

carretas até a Granja Viana, região da grande São Paulo. Chegaram ao terreno já

desamassados e com espaços de portas e janelas já recortados. A residência de

196 m² de área útil, foi construída a partir da montagem de quatro contêineres

marítimos inutilizados, adaptados para abrigar e ser habitado.

Figura 14 - Croqui Projeto Casa Contêiner

Fonte: http://www.tecto.com.br/Images/Conteudo/Noticias/2011/05/06/Croqui-do-projeto-Casa-Container.jpg (2011)

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O programa da residência está disposto em quatro contêineres, que juntos

formam a estrutura da casa, sendo dois dispostos no pavimento inferior, onde está

localizada a sala de estar, sala de jantar e cozinha gourmet integrada, área de

serviço, garagem e quarto de hospedes, e o superior que abriga duas suítes e as

varandas. A estética final foi gerada pela disposição dos contêineres, sendo os dois

inferiores colocados paralelamente, enquanto os outros dois dispostos

perpendiculares sobre os primeiros, formando o pavimento superior.

Figura 15 - Estética Final Pavimento Inferior e Superior Respectivamente

Fonte:http://www.fpcad.com.br/wp-content/uploads/2013/06/planta-da-casa-em-container-by-fpcad.jpg (2013)

Com o projeto, o arquiteto objetivou a reciclagem de materiais e evitou o uso

de materiais, comumente utilizados – areia, tijolo, cimento, água e ferro para a

estrutura – o que tornou o canteiro de obras mais limpo.

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Figura 16 - Canteiro de Obras

Fonte: http://reciclaedecora.com/wp-content/uploads/2012/05/peru-062-1024x768.jpg

Para realização da obra, foi previsto a terraplanagem suave do terreno,

utilizando o sistema de compensação entre corte e aterro, para deixar um único

platô quase em sua cota original, que foi executado em um dia. Para a fundação da

casa, foram utilizadas sapatas isoladas nas extremidades dos contêineres e sob as

colunas de reforço, colocadas para suportar os contêineres superiores. Segundo

Lima (2011), ao visitar a casa construída em contêineres do Arquiteto Danilo Corbas,

“o peso da construção, de 18t – 4,5t por contêiner – não foi necessária a colocação

de ferragens nas sapatas, trabalhando basicamente o esforço de compressão”.

Figura 17- Instalações

Fonte: http://piniweb.pini.com.br/construcao/sustentabilidade/casa-construida-com-conteineres-fica-aberta-para-visitacao-ate-19-218816-1.aspx (2011)

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t – house Casa Conteiner

Figura 18 – Fase de Montagem

Fonte: http://piniweb.pini.com.br/construcao/arquitetura/imagens/i369625.jpg (2011)

Em relação ao conforto dos ambientes, o isolamento termoacústico do

contêiner foi um quesito que exigiu atenção. Foi utilizado um sanduiche de Lã de

PET (Figura X), nas chapas de aço que compõe a estrutura, juntamente com o Dry

Wall, empregados para isolamento das paredes (Figura X). Para cobertura, fez-se

uso das telhas térmicas de poliuretano.

Figura 19- Isolamento das paredes

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=FiTKOWHYiGI (2011)

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t – house Casa Conteiner

Figura 20 - Telhas térmicas de poliuretano.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=FiTKOWHYiGI (2011)

Para Corbas (2011) em entrevista a PiniWeb:

"Nós, arquitetos e engenheiros, temos a responsabilidade de transformar os atuais conceitos da construção civil, das técnicas construtivas e da arquitetura para que não estejamos tão à mercê dos interesses exclusivamente econômicos. Temos que priorizar a qualidade, transformar o mercado para que ofereça uma arquitetura perene, livre de modismos. Isso é sustentabilidade"

O principal objetivo da casa era ser sustentável. Para isso, o arquiteto

introduziu itens como sistema de reuso de água pluvial, ventilação cruzada nos

ambientes, telhado verde (Figura 21), telhas brancas, iluminação em LED, sistema

de aquecimento solar e uso de salamandra para aquecimento. Por fim, verifica-se

também a presença da iluminação natural no projeto: o vão formado entre os dois

contêineres inferiores foi fechado com vidro, além de janelas basculantes, instaladas

por toda a casa. É importante ainda destacamos a contribuição da construção desta

residência, utilizando este material pouco convencional.

A casa Corbas, como referência projetual, contribui como diretriz do projeto

desenvolvido neste trabalho, diretamente relacionada a questão do sistema

construtivo: O Contêiner.

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Figura 21 - Telhado Verde

Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/escc/Edicoes/90/imagens/i369506.jpg

Figura 22 - Casa Conteiner

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-n7xe4UISlY/Uid8Yj9KtBI/AAAAAAAACOc/ZCkeG00VnqQ/s640/casa-container-sobrado-containersa-76.jpg

Cojunto Habitacional Violeta-Parra – Chile

A pedido do governo chileno, o escritório ELEMENTAL S.A., coordenada pelo

arquiteto Alejandro Aravena, assumiu uma difícil missão: projetar um conjunto

habitacional no centro da cidade de Iquine, localizada na região envolvida pelo

deserto do país, em um terreno de 0,5 hectares, os quais mais de 100 famílias o

ocupava de forma ilegal. Apesar do alto custo do terreno – cerca de três vezes maior

que normalmente se pagar por solo de uma habitação de interesse social – o

objetivo do governo era evitar e extinguir qualquer possibilidade de que essas

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t – house Casa Conteiner

famílias migrassem para periferia. A principal pergunta a ser respondida pelos

projetistas era: Como ter uma habitação digna, pagar por solo caro, e manter as

famílias inseridas nas oportunidades que a cidade oferece?

Figura 23- Elemental

Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-28605/quinta-monroy-elemental (2012)

Em resposta a essa pergunta, Aravena (2013), em entrevista disponível no

Blog Himawari, disse: "As habitações que países como os nossos são capazes de

entregar por meio de subsídio, meios públicos, estão em torno dos 40m². O que

fizemos no ELEMENTAL foi nos perguntarmos: Os 40m² que se pode pagar com

dinheiro público poderiam ser metade de uma casa com DNA de classé média, com

os 80m²? Metade de uma casa boa é melhor que uma casa pequena inteira – e que

metade fazemos? ”

A primeira ação tomada foi a mudança do problema: não pensar em qual

menor unidade poderia ser projetada para abrigar as famílias, mas em qual melhor

edifício seria capaz de resolver a questão e suas possíveis ampliações.

Aravena e sua equipe observaram em um edifício, uma unidade habitacional

bloquearia o crescimento de outra, com exceção do térreo e primeiro andar, que

poderiam crescer sempre de forma horizontal sobre o terreno que tem ao seu redor

– no caso do térreo – e de forma vertical – para o último pavimento. Sendo assim, o

projeto previu somente o térreo e o último pavimento.

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Figura 24- Estudo de Habitações em solos diferentes

Fonte: http://himawari8.com.br/site/2013/12/20/rad05-habitacao-social-incremental-quinta-monroy/ (2013)

Figura 25 - Estudo Preliminar Conjunto Habitacional Violeta Parra

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-28605/quinta-monroy-elemental (2012)

As habitações estão separadas em dois pisos, em um edifício paralelo com

um sistema aberto, para que quem está no piso inferior possa expandir para dentro

e para os lados e quem está no duplex acima, evolua tanto para o espaço vazio

quanto para cima.

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t – house Casa Conteiner

Figura 26- Processo evolutivo na planta

Fonte: http://himawari8.com.br/site/2013/12/20/rad05-habitacao-social-incremental-quinta-monroy/ (2012)

O projeto foi desenvolvido com uma tipologia que permitiu alcançar a

densidade suficiente para ser possível pagar pelo terreno que estava muito bem

localizado na cidade, imerso na rede de oportunidades que a cidade oferecia. Foi

proposto entre os espaços de uso privado e o público, um espaço coletivo e de

sociabilização, de propriedade comum, mas restrito aos moradores. Solução

agradável para entorno frágil e defasado.

Figura 27- Fases do projeto

Fonte: http://himawari8.com.br/site/2013/12/20/rad05-habitacao-social-incremental-quinta-monroy/(2013)

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A permeabilidade foi uma das diretrizes que compuseram o projeto, para que o

crescimento acontecesse dentro da estrutura, dado que 50% do m² dos conjuntos

serão “autoconstruídos”. “Por um lado, queríamos emoldurar (mais do que controlar)

a construção espontânea, a fim de evitar a deterioração do entorno urbano com o

tempo, e por outro, buscávamos fazer o processo de ampliação o mais fácil

possível”, disse Aravena (2008), em entrevista disponível em Archdaily.

A proposta foi realizada juntamente aos moradores em todas as suas fases.

Foram realizadas várias oficinas de orientação e cursos gratuitos, como de elétrica e

hidráulica, para prepara-los para a fase de expansão das unidades habitacionais.

Figura 28- Conjunto residencial Quinta Monroy, Iquique, Chile: (a) fachada original, sem intervenções; e (b) fachada já ocupadas, com intervenções dos moradores.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-28605/quinta-monroy-elemental (2012)

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Figura 29- Conjunto residencial Quinta Monroy, Iquique; Espaço interno

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-28605/quinta-monroy-elemental (2012)

Edifício 360º - São Paulo – Brasil

Situado em um dos espigões que formam a cidade de São Paulo, o edifício de

autoria do arquiteto Isay Weinfeld, permite abrir vistas da metrópole em todas as

direções, daí o nome 360°.

Figura 30- Edifício 360°

Fonte: http://img2.adsttc.com/media/images/5263/25cf/e8e4/4e88/a000/0161/large_jpg/Edif%C2%B0cio_360

%C2%AF_048_(FG).jpg?1382229444

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t – house Casa Conteiner

Em seu entorno pode-se encontrar áreas verdes da capital paulista, dando a

sensação de que a cidade não é mais tão cinza como se mostra. Sendo assim, a

paisagem se torna um valor agregado ao empreendimento e para melhor aproveitá-

lo, o projeto arquitetônico utiliza avançado sistema que articula áreas abertas e

fechadas em um único apartamento. Todas as unidades possuem áreas de estar

abertas ao exterior, substituindo as varandas.

As fachadas permitem discernir, claramente, as áreas abertas, que seriam os

quintais, das áreas fechadas, os apartamentos. Todo o edifício foi executado de

maneira continua, em concreto armado, com exceção da laje superior da extensão

das “caixinhas”, composta por pré-fabricados.

Figura 31-- Edifício 360° - Construção

Fonte: http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/195/imagens/i385969.jpg

Figura 32- Edifício 360°

Fonte: http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/195/imagens/i385964.jpg

Esse jogo de encaixes, somado aos arranjos gerados, que formam os sete

tipos de apartamentos – de 130m², 170m² e 250m² são combinados em grupos de

dois, três ou quatro por andar, seis disposições diferentes – resultam em uma

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volumetria de fachadas muito particular. As unidades são abertas para pelo menos

dois lados, para que nenhuma fique totalmente voltada para fachada sul, de menor

insolação.

Figura 33- Edifício 360° - Planta Baixa

Fonte: http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=4039 (2013)

O projeto tem como condicionante do partido arquitetônico o terreno, que

possui forte declive para locação de um programa de necessidades audacioso. O

andar mais baixo está no térreo do condomínio, onde se encontra grande parte dos

ambientes de uso coletivo. Um caminho coberto liga o hall dos elevadores a uma

brinquedoteca, ladeado por um pequeno playground e por uma pracinha em níveis

escalonados.

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t – house Casa Conteiner

Figura 34- Edifício 360° - Térreo

Fonte: http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=4038 (2013)

A cobertura desse volume térreo foi transformada em espelho d’água, a qual

recepciona os visitantes que chegam pelo acesso principal.

Figura 35- Edifício 360° - Cobertura com Espelho d'água

Fonte: http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=4038 (2013)

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t – house Casa Conteiner

O terreno em declive permitiu a criação de três pavimentos de

estacionamento, apenas semiententerrados, sendo no andar mais baixo, o abrigo do

deposito e casa de máquinas, duas piscinas e uma sauna, configurando fachadas

permeáveis à vistas, luz e ventilação naturais.

Figura 36- Edifício 360° - Pavimentos de estacionamento, piscina, abrigo de depósito, casa de máquinas e sauna

Fonte: http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=4038 (2013)

Container: Ecology Store – Natal - Brasil

O Grupo Container vem fazendo história no Brasil e no mundo por trazer o

que há de mais moderno e sustentável para o mercado da construção. Com uma

proposta que une sustentabilidade e praticidade em diversos tipos de negócios, o

Grupo vem cada dia mais se destacando em projetos que utilizam contêiner

marítimo como sistema construtivo. Apesar do uso de materiais reciclados para a

construção das lojas, a edificação não perde nada em conforto e modernidade.

Localizado no bairro de Petrópolis, na cidade de Natal, e pertencente a

franquia nacional da ECOLOGY STORE, é o empreendimento de mesmo nome e

um dos poucos projetos conhecidos construído na cidade de Natal que fazem uso do

contêiner como sistema construtivo.

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t – house Casa Conteiner

Figura 37- Container: Ecology Store

Fonte: Autor (2015)

Fazendo uso de três contêineres de 40 pés - 12.19 m de comprimento por

2.43 m de largura – a loja possui aproximadamente 90 metros quadrados. No

pavimento térreo foi locado a área de exposição, mais acessível ao público, e de

provadores, os quais ocupam os dois contêineres do pavimento térreo. Além destes,

o pavimento descrito possui uma área de aproximadamente 7 metros quadrados de

bancada para pagamento e pequena gerência. No pavimento superior é

armazenado o estoque, além de uma pequena área de exposição ao público.

Contudo, mesmo sendo resistente a intemperes, a estrutura da loja está

bastante defasada. Para evitar a corrosão, foi utilizada pintura em toda área externa

dos contêineres, que não está sendo o suficiente para evitar corrosões e demais

problemas (Figura 38 e 39). Com relação a implantação, ela aproveita corretamente

a orientação solar, já que foi posicionado as fachadas longitudinais no sentido Norte-

Sul.

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t – house Casa Conteiner

Figura 38- Container: Ecology Store – Corrosões I

Fonte: Autor (2015)

Figura 39- Container: Ecology Store – Corrosões II

Fonte: Autor (2015)

Quanto a parte interna, foi utilizado revestimento de madeira e enchimento de

Lã de Politereftalato de Etileno (PET)6, que deixou o ambiente bastante agradável,

6 Dado obtido com o responsável pela loja.

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t – house Casa Conteiner

até mesmo sem a necessidade de condicionadores de ar7, por um tempo

considerável. Entretanto, na visita in loco, pôde-se perceber que a ventilação não é

intensa e, portanto, o uso de equipamento que auxilie no controle térmico é de suma

importância.

Por fim, a visita in-loco foi bastante importante para a obtenção de

conhecimento quanto a execução da construção. Verificou-se que não foi necessário

a utilização de qualquer elemento de fixação entre os contêineres, uma vez que são

fabricados para serem empilhados, ou seja, toda a estrutura é encaixada e pode ser

removida sem maiores problemas.

Figura 40- Container: Ecology Store – Encaixe I

Fonte: Autor (2015)

7 No dia da visita, a loja estava fechando para reinauguração. Foi utilizado aproximadamente 30 min para estudo do ambiente, sem a utilização de condicionadores de ar. Portanto, tal avaliação foi realizada pelo autor, não significando a verdade absoluta.

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t – house Casa Conteiner

Figura 41- Container: Ecology Store – Encaixe II

Fonte: Autor (2015)

Considerações sobre os estudos

Após a análise dos quatro projetos apresentados, faz-se necessário arrematar

os conhecimentos adquiridos, a fim de facilitar o desenvolvimento da proposta das

unidades habitacionais unifamiliares, que é o foco deste trabalho. Assim, na tabela

abaixo, podem ser visualizados os aspectos mais importantes de cada estudo

realizado.

Tabela 2 - Aspectos importantes relativos aos estudos dos edifícios

Referências Casa Corbas Violeta - Parra Edifício 360° Ecology Store

Flexibilidade - x X -

Sustentabilidade x x - -

Funcionalidade x x X x

Estética x x X x

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t – house Casa Conteiner

Conforto x - - x

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

É importante destacarmos algumas peculiaridades sobre cada uma dessas

considerações.

1. Foi considerado como SUSTENTÁVEL, os projetos que apresentaram

pelo menos um destes três elementos: Desempenho Ambiental,

Inclusão Social e Viabilidade Financeira.

2. Quanto a FUNCIONALIDADE, foram considerados os projetos que

apresentam de maneira satisfatória o zoneamento do espaço interno8.

3. Todos os projetos foram considerados esteticamente diferenciados,

seja pelo material, forma ou elementos projetuais.

4. Em relação ao CONFORTO, foram analisados aspectos de controle

termo acústico do espaço interno de cada projeto.

8 A qualificação foi determinada pelo autor, seguindo premissas estudadas durante a graduação.

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II PRECEDENTES PROJETUAIS

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t – house Casa Conteiner

CONDICIONANTES LEGAIS

Os condicionantes legais são relativos à legislação do Plano Diretor de Natal

(2007) e o Código de Obras de Natal9 (2009). Sendo assim, as principais

determinações devem ser consideradas. Contudo, no que se refere ao Plano Diretor

de Natal, não foi considerado nenhuma prescrição urbanística, uma vez que o

projeto não foi pensado para um local específico. Entretanto, o projeto deverá

respeitar todas as exigências considerados pelo documento em questão.

Já no que se refere ao Código de Obras e Edificações do Município de Natal,

são determinados as áreas e os pés direitos mínimos para casa ambientes de uma

residência (Tabela 3), sendo 30 m² a área mínima para uma unidade habitacional.

No projeto em questão, é importante ressaltar que para aplicar estratégias de

flexibilidade vistas, é necessário que alguns ambientes possam ser utilizados de

diferentes formas. Por exemplo, caso o proprietário deseje somente um quarto, o

compartimento referente ao segundo quarto pode ser utilizado com outra função, ou

até mesmo deixar de existir. Outro aspecto importante a ser considerado é que o

projeto prever o quarto 02 como quarto de empregada, mesmo que esse não seja

utilizado como tal. Isso se deve as restrições encontradas nesta fase do projeto,

neste caso, as dimensões do contêiner. Enfatiza-se ainda, que existe uma ressalva

no Código de Obras, a qual permite uma área mínima de 8 m² para espaços

destinados a estudo e trabalho, quando se trata de residências, apesar dos 10 m²

que constam na tabela abaixo (NATAL, 2004).

9 Foram utilizados como base, afim de se obter maior controle projetual.

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Tabela 3 - Dimensões mínimas para cada compartimento de uma residência

Compartimento Área mínima

(m²)

Dimensão mínima

(m)

Pé direito mínimo

(m)

Sala 10,00 2,60 2,50

Quarto 8,00 2,40 2,50

Cozinha 4,00 1,80 2,50

Banheiro 2,40 1,20 2,40

Banheiro de Serviço 2,40 1,00 2,40

Lavabo 1,60 1,00 2,40

Quarto de Empregada 4,00 1,80 2,50

Área de Serviço - 1,00 2,40

Garagem Residencial 12,50 2,50 2,40

Locais de estudo e trabalho 10,00 2,60 2,50

Loja 10,00 2,80 2,70

Mezanino - - 2,40

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Destacamos que o Código também define que, para ambientes de uso

prolongado, devem ser utilizados aberturas com área mínima de 1/6 da área do

compartimento. Já para os de uso transitórios, como banheiros e lavabos, aceita-se

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t – house Casa Conteiner

o mínimo 1/8. Outras determinações encontradas no Código de Obras e

consideradas durante a fase projetual determinam que:

1. As alturas dos muros não devem ultrapassar 3,00 m;

2. Os resíduos sólidos devem ser devidamente acondicionados em

recipientes coletores, podendo ser separados para posterior

reutilização ou reciclagem ou enviados, tão logo estejam cheios, à sua

destinação final, no local licenciado pelo órgão municipal responsável

pela limpeza pública, observado o Programa Municipal de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e o Regulamento de

Limpeza Urbana do Município;

3. Para efeito de insolação, iluminação e ventilação, todos os

compartimentos da edificação devem dispor de abertura direta para

logradouro, pátio ou recuo;

4. Todo compartimento da edificação deve ter dimensões e formas

adequadas, de modo a proporcionar condições de higiene, salubridade

e conforto ambiental, condizentes com a sua função e habitabilidade.

CONDICIONANTES FUNCIONAIS

Definição do empreendimento

As edificações a serem projetadas são quatro unidades habitacionais

unifamiliares flexíveis. Tais unidades devem possuir plantas livres e que possibilitem

reorganização e conjugação de cômodos, a fim de atender a diversos grupos

familiares que não se encaixam no padrão de plantas reproduzido pelas construtoras

locais.

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t – house Casa Conteiner

Público – alvo

O público – alvo desse projeto se concentra em jovens profissionais, de

classe média, que optem por uma moradia alternativa e que optem por morar

sozinhos ou nas mais diversas formações de famílias. A abrangência de tipos de

família atendidos pelo empreendimento é possível devido a ofertas de residências

que apresentam plantas livres e pelas inúmeras possibilidades de ampliação.

Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento

Foram criados quatro modelos de habitações, com mesma área –

aproximadamente 60 m² - as quais foram definidas por um mesmo programa de

necessidades, sendo diferente somente a disposição dos cômodos em cada modelo.

É importante salientar que os modelos devem ser flexíveis e admitir possibilidades

de variações de layout, bem como de ampliações. Sendo assim, o programa de

necessidades estabelecido não é definitivo. Devido as formas pré-definidas de cada

unidade habitacional, foi definido um programa de necessidade básico, que sofre

alteração nos modelos que apresentam somente um contêiner no pavimento

superior. Para estes, um ambiente foi acrescentado, denominado de

Atelier/Escritório, e outro retirado, o lavabo.

Para os modelos 01 e 02, definiu-se que os compartimentos abrigados

inicialmente seriam: sala, cozinha, lavabo e Área de Serviço – no pavimento térreo –

e dois quartos, banheiro social e varanda – no pavimento superior, enquanto para os

modelos 03 e 04, tem-se: sala, cozinha, dois quartos, banheiro social – no

pavimento térreo – atelier/escritório e varanda – no pavimento superior.

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t – house Casa Conteiner

Tabela 4 - Programa de Necessidades - Modelo 01

Ambiente Área (m²)

Sala 10.90

Cozinha 8.20

Área de Serviço 4.20

Lavabo 1.60

Quarto 01 8.00

Quarto 02 5.60

Banheiro Social 2.83

Varanda 14.30

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Tabela 5 - Programa de Necessidades - Modelo 02

Ambiente Área (m²)

Sala 11.00

Cozinha 8.85

Área de Serviço 4.20

Lavabo 1.60

Quarto 01 11.00

Quarto 02 6.21

Banheiro Social 3.15

Varanda 6.10

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

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t – house Casa Conteiner

Tabela 6 - Programa de Necessidades - Modelo 03

Ambiente Área

Sala 13.45

Cozinha 7.48

Área de Serviço 4.20

Quarto 01 5.00

Quarto 02 8.10

Banheiro Social 2.10

Atelier/Escritório 8.40

Varanda 14.36

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Tabela 7 - Programa de Necessidades - Modelo 04

Ambiente Área

Sala 13.50

Cozinha 5.73

Área de Serviço 4.40

Quarto 01 8.00

Quarto 02 5.64

Banheiro Social 2.10

Atelier/Escritório 8.41

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t – house Casa Conteiner

Varanda 29.07

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

PARTIDO ARQUITETÔNICO

Evolução do Conceito

A escolha do contêiner contribuiu para rebatimento dos princípios da

sustentabilidade – desempenho ambiental e reuso de materiais – dissertados no

capítulo de Arquitetura Sustentável, contudo, no que se refere a prática projetual,

gerou dúvidas quanto a sua maleabilidade, ou seja, o quanto o seu reuso limitaria ou

libertaria o desenvolvimento das propostas. Sendo assim, para facilitar o processo

de entendimento, foi escolhido uma peça geométrica, neste caso o retângulo.

Figura 42- Retângulo Planificado

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

De fato, a forma é limitadora, uma vez que se trata de um material já

modulado e a peça planificada, evidencia esta característica. Contudo, se for

somado a esta peça, uma outra e assim sucessivamente, tem-se uma infinidade de

formas.

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Figura 43- Equação para obtenção da forma

+ nx =

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Com o material e os princípios norteadores – Flexibilidade e Sustentabilidade

– definidos, iniciou-se o processo de desenvolvimento do conceito.

Desta forma, verificou-se que as uniões destas peças, podem gerar formas

que se assemelham aos componentes do jogo Tetris, sendo este o definidor do

partido arquitetônico. O jogo desenvolvido na Rússia na década de 1980, consiste

no empilhamento de bloco denominados de tetraminós, que descem a tela de forma

a completar linhas horizontais. Ao serem completadas, tais linhas desintegram-se,

fazendo as superiores descerem. O jogo acaba quando a pilha de peças chega ao

topo da tela.

Figura 44-Tetris

Fonte: http://i.livescience.com/images/i/000/007/197/original/090107-tetris-02.jpg?1296088298

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Sendo assim, os modelos desenvolvidos seguem o formato de quatro, das

cinco peças10 do jogo. Fazendo uma analogia com o jogo, os quadrados

correspondem as possibilidades de ampliabilidade das habitações, já que são

capazes de se converter em diferentes peças, e desta forma, o crescimento é dos

mais variados.

Figura 45- Peças do Tetris

Fonte: https://raw.githubusercontent.com

Estudo preliminar e Desenvolvimento da Proposta

Partindo dos estudos desenvolvidos anteriormente, associando os conceitos

pesquisados no referencial teórico e empírico, pôde-se iniciar os estudos

preliminares do projeto. Para o desenvolvimento das propostas, foi utilizado

contêineres de 20 pés – aproximadamente 2.50 x 6.00m – do tipo Drybox,

considerado o mais adequado para construção civil, e para a concepção das

unidades habitacionais, adotou-se como referencias os blocos do Tetris nos

formatos “S”, “O”, “T” e “L”11, respectivamente modelos 01, 02, 03 e 04. Destaca-se o

fato do modelo 02 não ter sido escolhido para ser desenvolvido nos momentos

iniciais de projetação, sendo inserido somente após incentivos realizados pela

orientadora deste trabalho. Cada modelo pode ser considerado uma alternativa do

outro, ou seja, um dos modelos pode ser a base para o desenvolvimento dos

demais, ou vice-versa. Dessa forma, o projeto rebate as teorias de flexibilidade,

principalmente as que remetem a flexibilização interna e ampliabilidade, por

10 Ao todo são sete peças, sendo duas, variações dos originais. 11 Denominação dos próprios autores do jogo.

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garantirem as inúmeras possibilidades de formas, que podem ser assumidas pelos

modelos.

É importante ressaltar que apresentação deste item, foi dividido em três

tópicos: Estudo de Volumetria, Estudo do Layout e Possibilidades de uso e

ampliação.

Estudo de Volumetria

Com relação às volumetrias, houve algumas mudanças durante o processo

criativo. Inicialmente os modelos apresentavam desencontros estruturais, com

objetivo de se obter “movimento” as formas plásticas (Figura 46 e 47).

Figura 46- Estudo de Volumetria do Modelo 03 e 04

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Figura 47- Estudo de Volumetria do Modelo 01

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

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Contudo, com o desenvolvimento direcionado a cada projeto, verificou-se a

dificuldade em estabelecer uma organização espacial que fosse satisfatória. Outro

problema encontrado, foi o fato de que o material construtivo utilizado para os

fechamentos externos, não estava se limitando ao contêiner12 uma vez que era

necessário, na maioria dos casos, a utilização de espaços externos. Contudo, o

problema que apresentou maior risco13 foi o da questão estrutural. Além de não ter

sido possível obter embasamento teórico mais aprofundados sobre, o desencontro

dos contêineres transferia as ações gravitacionais para outros pontos estruturais,

considerados pelo autor como prejudiciais (Figura 48).

Figura 48- Ações na Estrutura

Fonte: Elaboração do Autor (2015)

Ao realizar novos estudos, verificou-se que a melhor organização dos

contêineres seria sem os desencontros estruturais. Essa decisão projetual foi

fundamental para o desenvolvimento do projeto, pois além de definir a forma

plástica, definiu o espaço interno. Sendo assim, com exceção do modelo 02, que foi

o único a conservar este desencontro por questão projetual – manter a varanda – os

demais modelos seguiram as formas dos tetraminós referenciados. Dessa maneira,

as formas plásticas obtidas pouco divergiam dos originas do jogo. Em virtude dos

12 É importante destacar que o projeto tem como prioridade o uso do Contêiner. A utilização de outro material para tal fim, não evidenciaria a sua viabilidade construtiva. 13 Definição do próprio autor.

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formatos bastante compactos, a liberdade projetual encontra-se nas diferentes

plantas. Com tais premissas, os modelos começaram a ganhar mais robustez e aos

poucos foram finalizados.

Figura 49- Croqui da Volumetria Final - Modelo 1

Fonte: Autor (2015)

Figura 50- Croqui da Volumetria Final - Modelo 2

Fonte: Autor (2015)

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Figura 51- Croqui da Volumetria Final - Modelo 3

Fonte: Autor (2015)

Figura 52- Croqui da Volumetria Final - Modelo 4

Fonte: Autor (2015)

É importante relembrar que o modelo 02 não foi desenvolvido durante a fase

de concepção projetual, como dito anteriormente. Tal modelo só foi desenvolvido

durante os estudos de layout.

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Estudo de Layout

Quanto a organização espacial, utilizando-se da modulação14 do contêiner,

foram definidos ambientes com dimensões mínimas exigidas pelo Código de Obras

e das áreas definidas no pré-dimensionamento, de forma que os espaços

resultantes não gerassem áreas demasiadamente grandes ou pequenas. Assim a

adoção da flexibilidade interna, surgiu como alternativa, uma vez que insere dentro

de limites métricos, os desejos pessoais de cada usuário em cada modelo tipo.

Incialmente, os modelos apresentavam programas de necessidades iguais,

diferenciando-se somente pelas áreas utilizadas e suas disposições no espaço

interno. Destaca-se também a presença do teto verde em todos os modelos, até

então desenvolvidos, e que foi retirado devido a questões relacionados ao conforto

dos espaços interno.

Figura 53- Estudo de Layout do Modelo 01

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

14 Como visto, modulo próprio do material.

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Figura 54- Estudo de Layout do Modelo 03

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Figura 55- Estudo de Layout do Modelo 04

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

A partir deste momento, o modelo 02 passou a ser inserido no processo

projetual e os layouts foram sendo finalizados. Para os modelos 01 e 02, as plantas-

tipo do pavimento térreo são compostas pela sala de estar/jantar, cozinha e área de

serviço, e lavabo, de forma que as áreas intimas, banheiro social e a varanda,

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fossem implantadas no pavimento superior. No entanto, os modelos 03 e 04 – peças

T e L – possuem plantas tipo do pavimento térreo com sala, cozinha e área de

serviço, banheiro social e áreas íntimas15, enquanto no pavimento superior

encontram-se o atelier/escritório e a varanda. As Figuras 56, 57 abaixo, mostram os

zoneamentos que geraram os layouts definitivos.

Figura 56- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 01

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Figura 57- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 02

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

15 Lê-se como área íntima os quartos.

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Figura 58- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 03

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Figura 59- Estudo de zoneamento / Layout do Modelo 04

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015

Vale salientar que o fato de que os dois últimos duplex citados possuírem

somente um contêiner no pavimento superior, dificultou o estabelecimento de algum

cômodo que necessite grandes espaços, como visto nas Figuras 58, 59. Outro

problema encontrado está relacionado com a inserção da caixa d’água. Pensou-se,

inicialmente, em loca-la sob a cobertura do último pavimento, que seria o mais

adequado e esperado. Entretanto, verificou-se que problemas quanto a ampliação e

possíveis adições de áreas molhadas, seriam dificultados. Sendo assim, todos os

modelos preveem que os terrenos ao qual sejam inseridos reservem espaço para

castelo d’água, recurso encontrada para tal problema. Esta solução também se

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adequa caso os modelos sejam agrupados no formato de vilas, condomínios ou

semelhante.

Figura 60- Modelo 01 e 02 - Área disponível no Pavto. Superior

Fonte: Autor (2015)

Figura 61- Modelo 03 e 04 - Área disponível no Pavto. Superior

Fonte: Autor (2015)

É importante ressaltar a dificuldade em definir módulos quando se trata de

espaço interno de habitações em contêiner, uma vez que o mesmo possui

dimensões fixas e, portanto, tentou-se aproximar as dimensões a módulos de 0.40m

e 0.60m, já que foram utilizadas paredes de Drywall de mesmas extensões.

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Figura 62- Módulo próprio - Dimensões aproximadas

Fonte: Autor (2015)

Mesmo sendo flexíveis, duas exigências foram determinadas, afim de evitar

descontrole da reorganização dos ambientes, sendo a primeira o estabelecimento

dos acessos às unidades habitacionais pela sala de estar/jantar, e a segunda é

quanto à escolha dos ambientes formados que devem preferencialmente assumir

formas retangulares, com aberturas voltadas para a maior dimensão,

preferencialmente, como visto nas Pranchas 02, 09, 10 e 11. Segue abaixo os

modelos desenvolvidos pelo autor.

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Figura 63- Modelo 1

Fonte: Autor (2015)

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Figura 64- Modelo 2

Fonte: Autor (2015)

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Figura 65- Modelo 3

Fonte: Autor (2015)

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Figura 66- Modelo 4

Fonte: Autor (2015)

Possibilidades de uso e Ampliação

É sabido que tais modelos podem ser utilizados somente como base e que os

mesmos podem ser modificados, se assim desejar o usuário. A construção modular

também simplifica ampliações à planta original sem demandar grandes reformas e

permite que o contêiner seja desmontado e transportado para outro terreno. Para

isso algumas medidas foram estabelecidas como guia para futuras mudanças

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realizadas pelos usuários. Sendo assim, é aconselhado o acréscimo de no máximo

dois contêineres no sentido horizontal – direita/esquerda e vice-versa (Figura 67).

Caso a ampliação seja no sentido vertical, é aconselhável consultar ao autor do

projeto, uma vez que não é garantido pelo mesmo tal possibilidade.

Figura 67- Possibilidades de Ampliação – (a) Modelo 1; (b) Modelo 2; (c) Modelo; (d) Modelo 4

(a) (b)

(c) (d)

Fonte: Autor (2015)

Os modelos não foram pensados para serem inseridos em um terreno

especifico, mas que sejam adaptáveis ao local onde serão locados. As propostas

surgiram como uma convergência dos conceitos pesquisados, dos condicionantes

do projeto, da evolução dos estudos preliminares e sua associação com o conceito

definido no partido arquitetônico. Sente-se a necessidade, então, de aprofundar o

detalhamento sobre um dos modelos.

Para tal, o modelo 01 foi locado em um terreno hipotético, inserido na cidade

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de Natal – RN, com área de 12x15m16 e inclinação de 0%. Quanto aos

condicionantes de conforto, foram utilizados dados em condições ideais de inserção,

possibilitando a locação da residência no sentido norte – sul, sendo a área íntima –

Quartos – do lado leste e a área de serviços – Cozinha, Área de Serviço – no lado

Oeste.

Figura 68- Terreno Hipotético

Fonte: Autor (2015)

Os contêineres foram pintados de branco – cor reflexiva – e as aberturas da

fachada frontal foram protegidas contra insolação direta com elementos metálicos

que sacam e que formam elementos vazados, também pintadas de branco com

detalhes em azul17. Destaca-se ainda a retirada de duas janelas do quarto 01 e a

inserção de uma porta em seu lugar, uma vez que a projeção concebida possibilitou

16 Área determinada como mínima para possibilitar ampliação do projeto, e que abrange todos os recuos obrigatórios. 17 Cor definida pelo autor. Também pode ser modificado, caso seja o desejo do cliente.

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a criação de uma nova varanda. As janelas das fachadas laterais também foram

protegidas com os mesmos elementos, contudo em menor dimensões. Na varada

prevista pelo projeto base, foi inserido um caramanchão metálico, oferecendo ao

espaço um possível uso para lazer ou relaxamento.

Figura 69- Modelagem Alterada

Fonte: Autor (2015)

Pode-se afirmar, então, que cada modelo passa por duas fases de projetação,

sendo a primeira desenvolvida apenas pelo autor, onde são estabelecidos pré-

requisitos básicos para execução dos modelos, e a segunda fase elaborada em

conjunto aos usuários, onde serão analisados os perfis dos mesmos, bem como

condicionantes oferecidos pelo local que serão inseridos os modelos –

condicionantes legais e de conforto termo acústicos.

Por fim, destaca-se também que cada projeto não está limitado ao material

base utilizado, neste caso o contêiner, e que as possíveis modificações realizadas

em cada modelo podem fazer uso de outros tipos de sistema construtivos, como

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visto na situação hipotética exposta. As imagens deste modelo inserida no terreno,

estão no Apêndice.

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III ANTEPROJETO

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MEMORIAL DESCRITIVO

Uma vez escolhidas as opções adequadas de volumetrias e layout, bem como

o conhecimento sobre o deve ser feito para uma construção com o sistema

construtivo escolhido, partiu-se para o desenvolvimento da parte gráfica do projeto e

sua descrição.

Sendo assim, esta etapa do trabalho trata-se do memorial descritivo, que em

conjunto às especificações contidas no projeto, tem por objetivo especificar os

materiais a serem utilizados, as normas a serem seguidas e os serviços a serem

realizados durante a obra de execução dos projetos em questão. Foi utilizado como

referência o modelo 02 para detalhamento aprofundado, o que não causa perda as

demais soluções, uma vez que possuem mesma estrutura e materiais.

Classificação

A classificação adotada no presente memorial observa o critério legal e

objetiva sistematizar o roteiro de execução dos serviços a serem realizados nos

modelos desenvolvidos, servindo ainda como base para execução orçamentária,

como visto na descrição e seus subintendes abaixo.

Discriminação

Serviços Iniciais para construção

Serviços Técnicos

Os serviços técnicos a serem realizados como levantamento topográfico,

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estudos geotécnicos e sondagens ficarão de inteira responsabilidade de empresas

capacitadas que serão contratadas. O levantamento topográfico deverá visar toda a

área do terreno, onde serão verificadas as dimensões do terreno, seus ângulos e

curvaturas, o levantamento planimétrico e altimétrico18, importantes para saber se

existe a possibilidade ou não do projeto ser inserido no mesmo.

Faz-se necessário a presença de um profissional da empresa durante todo o

processo de realização da construção, ele será responsável pela fiscalização da

mesma e estará sempre disponível a resolver algum empecilho que possa

comprometer o andamento da obra.

O responsável pela criação e elaboração do projeto arquitetônico, será

também o responsável técnico da execução da obra. Para que seja possível a

realização deste projeto, o mesmo deve ser aprovado pela prefeitura da cidade ao

qual será inserido, bem como pela Secretaria de Urbanismo da mesma. Todo o

projeto encontra-se de acordo com as normas da ABNT 6492 de representação de

projetos de arquitetura.

Instalações Provisórias

Terá de ser construído uma estrutura para abrigar o depósito (Figura 70),

como guarda de ferramentas, cimento – para executar fundações e sapatas – e

outros matérias perecíveis ou de maior valor. Também servirá para guardar plantas,

licenças e notas fiscais

18 Recorda-se que o trabalho não tem terreno definido, contudo essas medidas são importantes e são recomendadas a serem inseridas no memorial, para servir como guia aos profissionais que irão executar o projeto.

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Figura 70- Exemplo do depósito à ser construído

Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br/

Também serão executados vestiários e banheiros para uso de funcionários,

tendo suas dimensões a serem calculados conforme número de funcionários, tendo

no mínimo um vaso sanitário, uma pia e uma torneira.

Figura 71- Banheiros Químicos

Fonte: http://cambiranoticias.com.br/

A locação da obra deverá ser realizada seguindo rigorosamente as plantas do

projeto arquitetônico e de fundações, será executado através da locação por tábua

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corrida19 e ficará afastada, no mínimo, 1.20m da construção e a altura de 1.50m e

fará todo o contorno da construção com exceção das paredes que fizerem divisa

com muros vizinhos.

Construindo uma casa Contêiner

Trabalhos com a Terra

O projeto foi pensado a se adequar a terrenos com inclinações entre 0° e 10°,

o que para estes casos não se faz necessário a contratação de empresa

especializada em nivelamento de terra. Entretanto, se o terreno possuir inclinações

maiores a 10°, é necessário que seja contratada empresa capacitada a realização

de terraplenagem.

Figura 72- Terrenos com Inclinação de 0° a 10° - Sem movimentação de Terra

Fonte: Autor (2015)

Figura 73- Terrenos com Inclinação de 15² a 20° - Com movimentação de Terra

Fonte: Autor (2015)

19 A locação por tábua corrida, também chama de tabela ou tabeira, é indicada para obras com muitos elementos a serem locados. Consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete continuo constituído de estacas e tábuas niveladas e em esquadros (polígono em esquadro).

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As valas para fundações devem ser escavadas, pelos pedreiros, e deverão ter

70 cm de profundidade, deixando 10 cm de cada lado da viga de fundação.

Qualquer rocha ou empecilho que impeça a escavação deve ser retirado com

ferramentas e máquinas específicas e em bom estado de funcionamento, bem como

os operadores destas, estejam capacitados e equipados adequadamente para

manuseá-las.

Para as tubulações hidráulicas e elétricas que passarem por baixo da

superfície, deve-se cavar sempre 10cm de cada lado da peça. É de extrema

importância que antes do assentamento das tubulações sejam retiradas todos e

qualquer objeto do buraco, para evitar danos às tubulações.

Fundação e Sapatas

Em se tratando do contêiner, as fundações dependem da preferência de

quem o constrói, uma vez que o mesmo não necessita de uma base única e sim de

quatro pontos estruturais nas extremidades, comumente conhecidas como sapata. É

imprescindível que seja evitado que o contêiner tenha contato direto com o solo,

como forma de evitar que a umidade proveniente de chuvas ou da superfície do

solo, danifiquem a estrutura.

Os concretos para a execução destas estruturas serão levados a uma

betoneira e em seguida, com auxílio de uma mangueira, até as fôrmas das

fundações. No decorrer da concretagem deverá ser feita a vibração do concreto com

vibrador sem que este encoste nas ferragens. Não se deve vibrar por muito tempo,

para evitar que a água utilizada venha para superfície. Ressalte-se que estas ações

devem ser realizadas igualmente para sapatas. As fôrmas das fundações deverão

ter dimensões externas de 0.45 x 0.65m e internas de 0.40 x 0.60m. Entretanto, as

sapatas assumiram formatos circulares, será necessário que a fôrma seja feita de

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mesma forma. Estas deverão ter 0.20m de diâmetro interno, 0.25m de diâmetro

externo e altura de 0.25m.

Figura 74- Encaixe da Fundação

Fonte: Autor (2015)

Com a concretagem feita, é necessário o tempo de cura do material. Esta

etapa é importante para garantir a resistência desejada na estrutura, evitando o

aparecimento de fissuras do concreto. Após este passo, a fundação e as sapatas

está pronta para receber a estrutura do contêiner.

Alterações na estrutura dos Contêiner

Sabe-se que a estrutura do contêiner é bastante forte, uma vez que é

projetado para resistir a diversas intempéries e suportar grandes cargas, contudo

quando feitas modificações – cortes e retiradas de laterais – a tendência é que a

mesma enfraqueça podendo até mesmo deixá-la inutilizável. Por tanto,

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tais alterações devem ser realizadas com a presença do autor do projeto.

O recorte do aço: Esquadrias, Aberturas e Painéis

O enquadramento das aberturas, os cortes e sua soldagem são grande parte

do projeto. Tais recortes são realizados em uma serralheria antes da estrutura ser

levada para montagem no terreno (Figura 76).

As esquadrias escolhidas, serão de dois tipos: as externas serão de alumínio

e as internas de madeira. As janelas e portas que serão encaixadas na estrutura do

contêiner deverão ser soldadas antes de serem enviadas ao local de montagem. Na

fachada frontal, foi pensado a inserção de painéis de vidro, que substituirão o

fechamento do próprio contêiner. Estes, devem ser encaixados em um perfil

metálico, que por consequência, será soldado à estrutura existente. Os vidros deste

painel deverão ser lisos e reflexivos, seguindo as dimensões especificadas nos

desenhos técnicos. É importante que esta etapa seja realizada no local da obra, afim

de evitar danos aos vidros.

Figura 75- Recorte realizado no Contêiner para colocação de esquadrias

Fonte: Autor (2015)

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t – house Casa Conteiner

O projeto prever a retirada de uma das laterais do contêiner, que serão

reutilizados para fechamento dos mesmos. Tais recortes foram necessários por

questões projetuais (Ver prancha 01). As portas dos contêineres também serão

retiradas para que sejam reutilizadas as placas metálicas retiradas. Em seu lugar

serão inseridas esquadrias.

Figura 76- Exemplo de recorte

Fonte: http://minhacasacontainer.com (2011)

Figura 77- Corte Lateral no Contêiner

Fonte: Autor (2015)

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t – house Casa Conteiner

Quanto ao piso, dois dos quatro contêineres terão seus chassis retirados para

que sejam instalados o steel deck (Ver tópico Revestimentos, Paredes, Forrôs e

Pisos deste capítulo). Esta ação não será necessária para os contêineres do

pavimento térreo, pois estes não sofrerão cortes na superfície, e o piso será inserido

sobe o próprio chassi (Ver tópico Revestimentos, Paredes, Forrôs e Pisos deste

capítulo).20

Figura 78- Corte no Piso e Teto do Contêiner

Fonte: Autor (2015)

Revestimentos, Paredes, Forrôs e Pisos

Projetos que utilizam estruturas de aço, devem ser cuidadosamente

estudadas para que a temperatura interna não suba excessivamente. É importante

que o projeto mantenha a casa quente no inverno e refrescante no verão, utilizando

20 Poderia ser mantido a estrutura do próprio contêiner para todos os contêineres utilizados, contudo não se obteve dados suficientes quanto o quão prejudicial seriam estes recortes. Desta forma, optou-se por soluções que majoram tais necessidades.

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t – house Casa Conteiner

o mínimo de ajuda de sistemas mecânicos, o que reduz significativamente os custos

de serviços públicos mensais.

Alguns problemas geralmente relacionados a temperatura interna das

construções em contêineres, são relatados para as estruturas que ficam

externamente aparentes, possibilitando uma intensa insolação e aquecimento da

parte interna da edificação. Utilizar materiais que contribuam para amenização deste

problema, são os mais recomendados, quando não existem formas naturais de

evitá-lo.

Para tanto, foi especificado o uso de pintura com tinta líquida anticorrosiva e

para base e de tinta de acabamento a base de poliuretâno – especificadas no

desenho técnico do projeto. Estas tintas devem ser aplicadas com spray e precisam

ser tomados alguns cuidados com relação a homogeneização, ao tempo de indução

e ao período de secagem.

Figura 79- Aplicação da Pintura a base de Poliuretâno

Fonte: http://www.rimage.com.br

É importante frisar que a pintura tem suas limitações quanto a proteção,

contudo para fins de proposta, foi a escolhida para não modificar a estrutura externa

do contêiner e assim, dar a liberdade ao proprietário de personalizar sua residência.

É possível e aconselhável que se faça aplicações de outros materiais que possam

suprir esta necessidade, como por exemplo as Placas Cimentícias - um painel

compósito, de superfície plana e composto de uma mistura de partículas de madeira

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e cimento Portland, comprimida e seca – que ajuda a evitar a propagação do calor

inerente da parte externa para a interna, por não deixar o metal totalmente exposto.

Caso seja optado pelo o uso destas placas, elas deverão possuir dimensões de 1.20

x 3.00m e espessura de 6mm.

Figura 80- Placas Cimentícias

Fonte: http://www.cemear.com.br

A parte interna das paredes metálicas do contêiner, são primeiramente

preenchidas com todas as tubulações hidráulicas. Após as instalações necessárias,

é colocado o revestimento interno necessário, que permite o isolamento térmico e

acústico eficiente, devido à alta capacidade de condutibilidade do aço. Para o projeto

em questão, foi utilizado a Lã de Politereftalato de etileno – PET. Este composto é

uma alternativa para isolamento térmico e acústico, além da sua fabricação ser

totalmente sustentável, não agredindo ao meio ambiente.

Figura 81- Lã de Politereftalato de Etileno (PET)

Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br

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Os fechamentos internos destas paredes serão por chapas de gesso do tipo

Flexboard da Knauf, por serem de fácil instalação e por possuírem espessuras

pequenas que não prejudicaram as dimensões internas dos ambientes. Estas serão

fixadas por meio de montantes que serão parafusados no piso e no teto, com

distancias de 40 e 60cm. Para tanto, as placas devem ter dimensões de 1.20 x

2.40m e espessura de 1cm. É importante destacar que pelo fato do contêiner não

possuir modulação exata, ou seja, não partem de múltiplos de 0.40 ou 0.60, algumas

destas chapas deveram sofrer alterações in-loco ou deverão ser encomendadas.

Neste caso, será um total de 12 peças modificadas, sendo quatro com 1.10m e oito

com 0.7m de largura. A montagem deve ser realizada no sentido direita-esquerda,

sendo a peça modificada a última a ser colocada.

Figura 82- Placas de Drywall

Fonte: http://www.isoline.com.br/

Quanto as divisórias internas, optou-se pelas paredes de drywall do tipo

W111 da Knauf, constituída por duas chapas de drywall, fixadas uma de cada lado

da estrutura formada por perfis de aço galvanizado. O tipo escolhido de perfis de aço

são de 48mm de largura e 73mm de espessuras todas. Na parte interna está

inserido o isolamento de lã de PET. Este sistema foi escolhido por apresentar

facilidade de instalação e retirada, sendo assim, ideal para projetos que possuem

flexibilidade interna.

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Figura 83- Parede Knauf de Drywall (W111)

Fonte: http://www.brascamp.com.br

Os fôrros serão de gesso acartonado / drywall, que apresentam boa resistência

mecânica a choques contra a sua superfície. A resistência do fôrro de gesso está

relacionada diretamente ao seu sistema de fixação, que no projeto em questão será

por meio de arames pendurais, ou seja, arames galvanizados. Este sistema é

utilizado para pequenas áreas e consiste em fixar uma das extremidades do arame

no gesso e a outra na laje superior. Serão utilizadas chapas com 1.20x1.20m e 1cm

de espessura, e assim como as placas de gesso para as paredes, algumas peças

deverão sofres alterações durante a execução do serviço ou encomendadas

modificadas. No total existe 20 peças, sendo doze destas tendo dimensões de 1,20

x1,20m, sete deverão ter 1.10x1.20m e apenas uma com 1.10x1.10m. Seguindo o

mesmo padrão da montagem das placas de gesso para paredes, o fôrro deve ser

instalado no sentindo direita – esquerda, como visto na Planta de Fôrro.

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Figura 84- Fôrro de Gesso Acartonado

Fonte: http://www.bemnaweb.com.br

Em se tratando do piso, foram selecionados dois tipos, de acordo com as

possibilidades. Para o pavimento térreo serão assentadas placas para piso elevados

com suporte telescópico de aço, que servirão de apoio para o piso de cimento

queimado polimérico (Figura 83), que por ser uma opção de acabamento mais

utilizadas, devido ao baixo custo. A fabricação deste piso é feita a partir de uma

argamassa feita na obra com a mistura de cimento, areia e água. Sua aplicação será

sob os suportes, a espessura é de 30mm e junta de dilatação de 1cm. Nas áreas de

banheiro e lavabo, os pisos serão revestidos com cerâmica Portobello 10x10cm

(Figura 85). Essas placas elevadas são constituídas por duas peças metálicas

ligadas entre si, com pontos de solda, formando uma estrutura semelhante à da laje

nervurada de modo a formar pontos de resistência.

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Figura 85- Piso Elevado

Fonte: http://www.atospisos.com.br

Os suportes telescópicos são formados por uma base estampada de

sustentação, cravada numa haste maciça rosqueada e que através da ação da

porca, possibilita regulagem na altura do piso. No intuito de não danificar as placas,

estas serão encaixadas sob uma manta emborrachada, garantindo maior

estabilidade das peças. O modelo de piso elevado em aço com concreto celular leve

(Free-Quartz) de dimensões de 0.60 x 0.60m foi o escolhido21.

21 Cada placa será instalada sob dois modelos de piso elevado.

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Figura 86- Suporte telescópico

Fonte: https://pbs.twimg.com

O piso do pavimento superior também será de cimento queimado polimérico,

mas este será sobreposto a laje de steel – deck. Todas as indicações estabelecidas

para aplicação do piso no primeiro pavimento, devem ser seguidas para o piso em

questão.

Figura 87- Aplicação do Piso de Cimento Queimado Polimérico

Fonte: http://www.blogleroymerlin.com.br

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Laje e Cobertura

Por apresentar dificuldades quanto a aplicação das convencionais, lajes

específicas para estruturas metálicas foram estudadas e o Steel Deck foi o que se

mostrou mais eficiente, por ser comumente aplicada em obras com alto grau de

racionalização e reduzir o tempo de construção em relação ao concreto moldado in-

loco. Os painéis de steel deck serão fixados a vigas metálicas de perfil “L”, soldados

ao chassi metálico do contêiner, por meio de pontos de solda (ver Prancha 03 –

Modelo 01). Para junção das chapas e ligação com a laje de concreto, serão

utilizados pinos com cabeça ou perfil “U” laminados, com função de absorver

esforções de cisalhamento e afastamento vertical entre a laje e o chassi. A

concretagem ocorrerá na forma tradicional, seguindo o sentindo paralelo às nervuras

das chapas, para lançamento.

Figura 88- Steel Deck

Fonte: https://arcowebarquivos.s3.amazonaws.com

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Figura 89- Viga Metálica - Perfil "L"

Fonte: https://arcowebarquivos.s3.amazonaws.com

Em se tratando de estrutura metálica, a cobertura deve ser pensada de

maneira a contribuir com a manutenção da temperatura interna da residência. Sendo

assim, foi escolhida a telha Sanduíche de Poliuretano da Eternit, por apresentarem

excelente isolamento termo acústico. Elas são compostas por duas telhas em aço

galvanizado CSN com revestimento tipo B, com telhas metálicas e enchimento de

poliuretano com, respectivamente, 40 mm e 100mm de espessura, no formato

trapezoidal. Os blocos de contêiner apresentam vão máximo de 6.03m e, portanto,

as telhas serão de 1.048m de largura total – 1m de largura útil – e inclinação de 5%,

aplicadas sob três perfis metálicos no formato “C”, espaçadas 80cm, com 10cm de

largura e comprimento longitudinal do vão.

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Figura 90 - Telha Sanduiche de Poliuretano

Fonte: http://c.imguol.com

Instalações Elétricas e Hidráulicas

As instalações Hidráulicas serão embutidas nas paredes ou passaram por

shaft, como previsto para as áreas molhadas – Lavabo e Banheiro. Isto se faz

necessário, pois as tubulações para estes locais, são mais espessas, além de evitar

o rebaixamento das lajes.

Figura 91- Detalhe do Shaft - Corte Esquemático

Fonte: Autor (2015)

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Como já dito, o armazenamento da água será por meio de castelo d’água e por

tanto, sua capacidade depende da forma de inserção dos modelos22, uma vez que

será de uso comum a estes. Contudo, foi levado em consideração a implantação

individualizada. Desta forma, tem-se que cada pessoa, em média, consome entre 50

e 200 Litros de água por dia. Sendo assim:

Cd = P x q; onde Cd é o consumo diário; P, a população que ocupará a edificação e

q o consumo por pessoa. Logo:

Cd = P x q Cd = 4 x 200 Cd = 800 Litros

É recomendado adotar o consumo de dois dias, ou seja;

CR = 2 x Cd, onde CR é a capacidade total do reservatório. Portanto:

CR = 2 x Cd CR = 2 x 800 CR = 1600 Litros

É aconselhável que 60% - 960 litros – do que será consumido, seja

reservado em um reservatório inferior e 40% - 640 litros – no superior.

Figura 92- Referência para Castelo D'água

Fonte: http://img.olx.com.br

22 Se será individual ou agrupado.

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Da mesma forma, as instalações Elétricas serão embutidas, já que as

paredes são do tipo removíveis e facilitam possíveis manutenções.

Figura 93- Instalações Embutidas

Fonte: http://flog.vermais.com

Elementos Mecânicos de Sustentabilidade

Contribuindo para uma construção mais sustentável, foram instalados Placas

Fotovoltáicas da Neosolar de 140Wp, dispositivos utilizados para converter a energia

solar em elétrica. Foram instaladas três placas com 2m², que atendem em média 4/5

banhos diários e uso de torneiras. Além da instalação dos painéis, é necessário

utilizar um reservatório térmico com capacidade de 500 litros de armazenamento.

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Figura 94 - Placa Fotovoltaica

Fonte: http://tecnolamp.com.br

Estruturas Complementares

O contêiner é uma estrutura autoportante, ou seja, é aquela que sustenta o

peso próprio e os subsequentes, no caso de edifícios verticais, dispensando uso de

colunas e vigas. Sendo assim, não possuem ligações predefinidas, mas que se faz

importante a soldagem, para evitar incidentes futuros. Especificamente para o

modelo em análise, foi necessário locar pilares e vigas (quatro de cada), uma vez

que um dos contêineres do pavimento superior não possui suporte inferior.

Para os pilares foi escolhido o perfil I, do tipo CV – dimensão da base igual à

altura – e bitola de 9.5mm. Foi considerado o peso máximo do contêiner de 20’

totalmente preenchido – 30 toneladas. O cálculo para pré-dimensionamento destas

estruturas é:

S = P / σ, sendo P, a carga total sobre o pilar em Kg e σ = 1200kg/cm² a

2000kg/cm². Logo:

S = P / σ S = P / σ S = 300000 / 1200 S = 25cm²

A área do pilar é determinada de maneira aproximada. Portanto:

H = S / 3t, sendo H, a dimensão da altura e largura do perfil e t, a esp. do metal

de 1.9cm. Sendo assim:

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H = S / 3t H = 25 / 3 x 1.9 H = 25 / 5.7 H = 5cm23

Figura 95- Pilar Metálico em Perfil I

Fonte: http://flog.vermais.com

Foram escolhidas vigas de perfil T. Adotou-se para altura da viga, 1/15 da

distância entre os pontos de momento nulo. Sendo assim:

H1 = 1/15 x L1 H1 = 1/15 x 5.83 H1 = 5 cm, aproximadamente;

H2 = 1/15 x L2 H2 = 1/15 x 2.47 H2 = 2cm. Adota-se H2 = 5cm.

Figura 96- Viga Metálica Perfil T

Fonte: www.specialtb.com.br

23 Os pilares utilizados para suporte da laje, pontualmente próximos a escada, possuem mesma dimensões das calculadas.

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Montagem dos Contêineres in-loco

Quando os contêineres chegam ao local, são colocados um por vez sobre a

fundação. Quando perfeitamente encaixados, são soldados para não haver risco de

deslizamento, por garantia. Normalmente isso não ocorrerá, já que os contêineres

são bem pesados e projetados para transportar grandes cargas, só

precisando ser fixados nos cantos para estarem seguros, do mesmo modo como

ocorre em um navio. Para o transporte dos contêineres, será necessário a utilização

de caminhões do tipo MUNCK24 (Figura 97), que já são equipados com guindastes.

Figura 97- MUNCK

Fonte: http://www.transmarquesloc.com.br

24A marca Munck ficou tão associada à ideia de Guindaste que é comum o uso da palavra 'MUNCK como sinônimo de Guindauto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final pode-se concluir que as propostas apresentadas cumprem com os

objetivos determinados para este trabalho, bem como conseguem rebater os

parâmetros de flexibilidade e sustentabilidade, estudados nos referenciais teóricos e

empíricos.

Sendo assim, torna-se evidente que a garantia da habitabilidade das

habitações está ligada diretamente com os esses dois parâmetros, posto que o

primeiro assegura a vida útil das habitações ao longo das variações familiares e

outro garante que tais construções não causem muita agressão ao meio ambiente,

além de oferecer aos usuários uma moradia alternativa e bem-estar.

Durante a realização deste trabalho, foi percebido que o material construtivo

escolhido contribuiu para a adoção de um sistema flexível, uma vez que as áreas

internas dos contêineres não são estáticas, ou seja, oferecem plantas livres e

elevadas capacidades de mutabilidade. Além disto, o contêiner mostrou, de maneira

satisfatória, a flexibilidade de formas, uma vez que o seu modulo além de ser

horizontal – em planta baixa – é também vertical – Vistas – garantindo inúmeras

formas ao projeto. Contudo, é importante ressaltar que esta última característica,

dificultou o processo projetual, já que não se tinha controle das infinitas

possibilidades. Assim, a escolha do conceito foi fundamental para se obter o domínio

do projeto – daí a escolha de quatro modelos a serem desenvolvidos.

Mesmo sendo satisfatório a escolha do sistema construtivo alternativo, no

aspecto prático, a falta de material teórico sobre construções em contêineres, foi a

grande dificuldade deste trabalho. Inicialmente, previa-se o desenvolvimento de um

edifício vertical, mas a falta de conhecimento e a indisponibilidade de tempo hábil

para pesquisa aprofundada quanto a questão estrutural – mesmo sabendo que são

autoportantes – contribuíram para “podas” durante a fase de estudos. Desta forma,

em comum acordo com a orientadora deste trabalho, ficava decidido pelo

desenvolvimento de unidades habitacionais do tipo duplex, já que estaria propenso a

menos erros.

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Outro problema encontrado, estava na carência de edificações similares na

cidade de Natal, o que impossibilitou referências diretas, no que diz respeito ao

contêiner como elemento habitável, por isso a escolha por estudar uma edificação

que utiliza o sistema construtivo, mas que possui uso comercial.

Quanto a ferramenta utilizada para projetação, podemos destacar um fator

primordial para que se fosse possível o desenvolvimento deste trabalho: o uso da

ferramenta BIM25, o REVIT, software criado pela empresa Autodesk que permite ao

usuário realizar modelagens paramétricas de elementos.

Durante o processo de concepção e desenvolvimento, foi fundamental por

oferecer a possibilidade de visualização de inúmeros estudos, contribuindo para

decisões projetuais importantes, como por exemplo, os recortes estruturais que

precisariam ser feitos, a instalação dos shafts dos modelos 01 e 02 e até mesmo

pela escolha de quantas propostas seriam possíveis ser feitas com o tempo hábil

oferecido. Por proporcionar visualizações em duas e três dimensões, o Revit

também otimizou o andamento do trabalho mais técnico e mecânico – desenhos

técnicos e modelagem 3D – uma vez que os planos, seções, elevações e legendas,

são interligados, e se o usuário faz uma mudança em um dos pontos de vista, os

outros são atualizados automaticamente.

Do mesmo modo, destaca-se a escolha por fazer o memorial descritivo mais

aprofundado, mostrando como devem ser executadas as propostas. Essa decisão

foi tomada em conjunto a orientadora e importante por oferecer mais controle dos

modelos e materiais que foram utilizados.

Sendo assim, pode-se considerar como indicativos para novos trabalhos:

1. A elaboração de estudos de viabilidade econômica de projetos com o

sistema construtivo escolhido;

2. Aprofundamento dos estudos quanto a estrutura dos contêineres e

realização de uma proposta de edifício vertical;

3. Desenvolvimento e aprimoramento do uso da ferramenta BIM, como

metodologia projetual.

25 BIM - Building Information Model.

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Por fim, é importante destacar que foi possível pôr em prática os conteúdos

aprendidos durante o curso, além de promover temas não vistos detalhadamente,

como os relacionados a flexibilidade e ao reuso de materiais.

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APÊNDICE – MODELO ALTERADO

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