BIOARQUITETURA E CONSTRUÇÃO ECOLÓGICA

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    UNIVERSIDADE GAMA FILHOCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

    PROJETO DE GRADUAO FINALInstituto de Permacultura e Eco-Vila do PNSO

    Lucas Borges Marques

    Rio de Janeiro

    2010UNIVERSIDADE GAMA FILHO

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    PR-REITORIA DE _______________________________CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

    PROJETO DE GRADUAO FINALInstituto de Permacultura e Eco-Vila do PNSO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Coordenao Pedaggica do Curso de

    Arquitetura e Urbanismo comorequisito parcial para a obteno do grau

    de Lucas Borges Marques

    Professor orientador(Nome do professor orientador)

    Rio de Janeiro

    2010

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    Aluno: Lucas Borges Marques Matrcula: 20021700443

    PROJETO DE GRADUAO FINALInstituto de Permacultura e Eco-Vila do PNSO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Coordenao Pedaggica do

    Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Gama Filho como requisito parcial

    para a obteno do grau de arquiteto.

    AVALIAO

    1. CONTEDOGrau:_____

    2. FORMAGrau:_____

    3. GRAU FINAL: ______

    AVALIADO POR

    (Nome completo, por extenso)____________________________________

    (Nome completo, por extenso)____________________________________

    Rio de Janeiro, _____ de ______________ de 2010

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    SUMRIO

    INTRODUO ........................................................................................................................ 05

    SUSTENTABILIDADE E BIO CONSTRUO ................................................................... 06

    ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA ..........................................................................................

    Estudos das Origens e conseqncia .............................................................................. 08

    Sistemas de Produo ...................................................................................................... 10

    DESENVOLVIMENTO EM HARMONIA COM O MEIO ................................................... 12

    TECNOLOGIA E ESTRUTURA GERAL DE ECOVILAS .......................................................

    Tecnologias ..................................................................................................................... 13

    Habitao........................................................................................................................ 18

    Saneamento e Cultura ..................................................................................................... 23

    COMPORTAMENTO COLETIVO DE GRUPOS ORGANIZADOS .................................... 32

    REFERNCIA PROJETUAL ......................................................................................................

    CalEarth - Nader Khalili ................................................................................................. 33

    Green Architecture - James Wine .................................................................................. 41

    O TERRENO ............................................................................................................................ 43

    BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 45

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    Instituto de Permacultura e ECO-Vila do PNSO.BIO ARQUITETURA E CONSTRUO

    ECOLGICA

    Introduo

    O projeto se caracteriza em uma eco-vila totalmente auto-sustentvel visando sprticas ligadas preservao do meio ambiente e reduo do impactoambiental das construes e vivncias em um novo ambiente

    social/fsico/espiritual. A seguir veremos um contexto obvio apartir de uma redede informaes que do forma e complementam a verdade sobre as construese a nova relao humana com o planeta. Sabemos que a sustentabilidade emtodas as reas uma meta e uma necessidade para a futura sobrevivncia damaioria das espcies em nosso Planeta, inclusive a nossa - seres humanos.

    Atualmente, no contexto do movimento ambiental, existem tendncias de todasas reas do conhecimento humano convergindo ao desenvolvimento de umasociedade ecologicamente mais consciente. A perda da diversidade biolgicatem alcanado propores epidmicas nos ltimos anos, especialmente nasregies tropicais. Este um fato alarmante pois se sabe que na conservao da

    biodiversidade podem estar os futuros alimentos e novos medicamentos que irogarantir a vida e a sade das futuras populaes.Atualmente, entorno de 50% da

    populao humana vive em zonas urbanas em comparao aos 10% que viviamno comeo do sculo passado.Hoje em dia as cidades contribuem com acontaminao global numa proporo superior a 75% e utilizam mais de 70% daenergia consumida pela humanidade. Isso significa que o modelo de cidades emque vivemos o principal causador da destruio ecolgica global.

    A idia nasce como um novo modelo de Urbanizao,que em seu primeiroestgio se apresentam em formato de eco-vilas e pequenos agrupamentosvisando o mnimo impacto ambiental.

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    Sustentabilidade e Bioconstrues.

    Uma sociedade sustentvel aquela capaz de persistir ao longo das geraes,aquela que consegue enxergar suficientemente longe, que suficientemente

    flexvel e suficientemente sbia para no colocar em riscos seus sistemas de

    suporte, sejam eles fsicos ou sociais. Para ser socialmente sustentvel, a

    contribuio da populao, do capital e da tecnologia para a sociedade teriam

    de ser configuradas de modo a proporcionar condies materiais de vida

    adequadas e seguras para todos. Para ser fisicamente sustentvel , o fluxo de

    materiais e de energia da sociedade teriam de atender trs condies: A taxa de

    recursos renovveis no exceder as taxas de regenerao; as taxas de uso de

    recursos no-renovveis no exceder a taxa com que os seus substitutos

    renovveis sustentveis sejam desenvolvidos, e a sua taxa de emisses poluentesno exceder a capacidade de assimilao do meio-ambiente (Sachs,1998)

    Sustentabilidade Econmica : Considerou que a eficincia econmicadeveria ser medida em termos macro-sociais e no atravs de critriosmacroeconmicos de rentabilidade empresarial convencional .

    Sustentabilidade Social: Preconizou uma civilizao com maior equidadena distribuio de renda e bens, reduzindo o distanciamento e asdiscrepncias entre as camadas sociais.

    Sustentabilidade Ecolgica: Seria obtida atravs da racionalizao doaporte de recursos, com a limitao daqueles esgotveis ou danosos ao meio-ambiente; reduo do volume de resduos, por meio da conservao deenergia e prticas de reciclagem; pesquisas em tecnologias ambientalmentemais adequadas e implementao de polticas de proteo ambiental.

    Sustentabilidade Geogrfica ou Espacial: Propo-se uma configuraorural/urbana mais equilibrada , com a reduo deaglomeraes/concentraes urbanas e tambm de atividade econmica;Considera-se tambm urgente a proteo de ecossistemas frgeis, criao dereservas para a proteo da biodiversidade e a prtica da agricultura econstrues com tcnicas regenerativas e em escalas menores.

    Sustentabilidade Cultural: Considera-se importante a conservao dasraizes endgenas, admitindo solues que contemplassem as especificidadeslocais do ecossistema, de forma que as transformaes estejam em sintoniacom um contexto que permita a continuidade cultural. (Sachs,1997)

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    Dizemos que a Bioconstruo a construo do futuro pois cada vez osmateriais que so finitos mas vistos como infinitos acabam ou entram em

    processo de extino, os materiais se tornam mais escassos sem falar no gastoenergtico dos processos causados pela construo convencional.

    Assim, a Bioconstruo nos ensina a retornar s solues mais simples eancestrais ;unidas ao conforto e tecnologia, como por exemplo:

    *Utilizar materiais encontrados no local: terra, madeira, pedra, retirados comcautela para evitar danos ambientais;

    *Dar preferncia aos materiais produzidos em nossa regio

    *Nas construes histricas observamos tcnicas tradicionais utilizadas hsculos, demonstrando sua alta resistncia e durabilidade, mais antigas que o

    prprio cimento. O segredo para sua utilizao aliar tcnica antiga comtecnologia atual, garantindo boa execuo com acabamento impecvel para umaconservao duradoura;

    * Correta orientao e posicionamento da edificao dentro do lote, levando emconsiderao os elementos naturais (vegetao, sol, vento, chuva, gua,inclinao, etc.) e tirando partido dessas energias a nosso favor. Esta cincia,conhecida como Bioclimtica, garante maior eficincia energtica da construo

    e economia de energia

    *Compreender e lidar corretamente com a gua dentro da propriedade, desde suachegada at sua sada. Como tudo na Natureza, a gua circula em nossa casa eno terreno dentro de um verdadeiro ciclo...O todo se transforma em um ciclo,diferente da organizao linear convencional dos tempos atuais....

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    Antropologia e Sociologia

    Estudo das origens e suas consequncias:

    A Mesopotmia, conhecida como o bero da civilizao, onde surgiram ascidades, escrita e cdigos de conduta. Ao contrrio de outras grandescivilizaes da Antiguidade, como a egpcia e a grega, a mesopotmicadesapareceu aps sucessivas invases de persas, macednios, rabes, mongis eturcos. Havia pouco registro dessas culturas at o sculo XIX, quando estudiososeuropeus voltaram seus olhos para o Iraque.

    Ainda que a pesquisa arqueolgica na regio seja recente, ela trouxe luz peasessenciais para o entendimento da Mesopotmia e da prpria humanidade.No Oriente Mdio, nas plancies frteis banhadas pelos rios Tigre e Eufrates,

    nasceu a Mesopotmia, palavra de origem grega que significa entre rios. Podese dizer que a regio onde hoje se localiza o Iraque a primeira de tudo. Os

    povos que habitaram foram precursores da agricultura e da domesticao deanimais. O abandono da vida nmade trouxe aldeias, que evoluram em cidades.A lngua escrita nasceu em Uruk e redeu frutos: literatura e poesia. O convvioem comunidades exigiu a criao de cdigos de conduta. Pela primeira vez, ohomem estabeleceu uma relao com deuses e um conceito para a morte.

    A civilizao um empreendimento cultural que visa organizar os sereshumanos de acordo com certa viso de mundo. Tal viso est expressa na crenade que Deus criou o mundo, as outras espcies e at mesmo a mulher para que ohomem os governasse. Quais condies tornaram essa crena possvel? Paraentender isso, ns temos que voltar origem do conceito de terra como

    propriedade produtora. E este conceito no nada antigo,ele s surgiu no ltimodcimo da histria humana.

    Quais as caractersticas principais das sociedades humanas antes da civilizao?

    1- Nmero reduzido de membros e estabilidade populacional.2- Baixa complexidade social e ausncia de grupos de interesse massivos.3-

    Baixa dependncia tecnolgica. Nessas condies, havia uma fortenecessidade de relacionamento harmnico entre sociedade e meio-ambiente,cuja inconstncia no seria temida ou tratada como algo a ser dominado, masrespeitada. Numa sociedade desse tipo, a mulher a figura central, mas elano centralizadora do poder. Ela representa o elo que une os membros datribo, o lao de sangue. Como a preservao da tribo dependia do bem estardas mulheres, provvel que seus interesses fossem prioridade. Elasguiavam e davam sentido conciliao, associao e resoluo deconflitos internos.

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    Durante a maior parte da histria humana, prevaleceu o modo de vida de coleta,e no o de caa, de plantio ou de pastoreio. Porm, com a ltima glaciao foramcriadas as savanas, os vegetais ficaram mais escassos e ns aumentamos oconsumo de carne, aumentando as atividades de caa. Quais seriam as mudanasque acompanham a prevalncia da caa nas atividades humanas?

    Uma linguagem especfica foi desenvolvida para a caa. A linguagem queexistia antes foi criada visando o cotidiano da tribo: o reconhecimento de

    plantas, animais, lugares, condies climticas, situaes favorveis, perigos,etc. Os caadores desenvolveram sinais objetivos, porque tinham de ter uma

    previsibilidade maior dos comportamentos da caa. Precisavam de respostasespecficas para comportamentos especficos. So sinais sonoros ou gestuais dotipo: para um comportamento X, faamos Y?. A coordenao de aes exigia oque seria o germe da cincia objetiva. Isto significa o desenvolvimento de umalinguagem lgica. Cria-se ento uma necessidade maior de uniformidade nalinguagem, que leva uniformidade do pensamento. A linguagem original s

    precisava tratar de eventos particulares. Tal linguagem permaneceu mais voltadaaos sentimentos do que ao movimento e ao funcionamento observvel domundo, mais interessada na reconciliao que no jogo competitivo. Porm, como incio da agricultura expansiva, o homem se v numa situao diferente. Elecomea a aplicar o modo lgico de pensar o mundo organizao da tribo,impondo sua viso de mundo em detrimento da viso anterior. Cria-se o conceitode propriedade produtora.

    A civilizao quebra o ciclo de proviso natural, que se apresenta em todos osoutros animais como perodos de fartura e fome. Comea a acumular mais emais excesso, substituindo a caa e a coleta pelo plantio e criao de animais.Havamos aprendido como forar a terra a produzir o que queremos, naquantidade que exigimos. Sendo que tais atividades eram organizadas quase queexclusivamente pelo sexo masculino, no tardou at que se chegasse a seguinteconcluso: a mulher apenas mais um recurso natural para ser conquistado eexplorado, mais um animal para ser domesticado. A gerao de uma nova vidaganha outro carter: o de produo de propriedade individual, no apenas defiliao. Este um ponto chave, pois onde o conceito de propriedade produtora aplicado ao ser humano.

    Este novo conceito pode ter levado ao culto de novos deuses, deuses

    antropomrficos. O que importava agora era o desenvolvimento material com aaplicao do trabalho humano. Com isso, a populao cresceudesproporcionalmente, criando a necessidade de uma contnua re-organizaosocial, que gera tiranias, guerras e outras calamidades. Como a atividade de

    plantio no necessita de cooperao igualitria, mas sim depende de certadiviso de trabalho, inicia-se a dependncia tecnolgica e a desigualdade social.

    Poderamos dizer que toda a civilizao um empreendimentofundamentalmente discriminador, que surge de um raciocnio obsessivo edesequilibrado. Nossa cultura tem gasto uma quantidade incrvel de recursos ede esforo humano apenas para manter seus fundamentos conceituais intactos,

    para cobrir os sentimentos de que h algo errado nisso desde os princpios. preciso perceber que h outras maneiras de pensar o mundo e de ter uma

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    organizao social. No podemos resolver nosso problema com o mesmoraciocnio que o criou. Precisamos de uma nova cultura.

    Sistemas de Produo

    Hoje existe um grande desafio de ajudarmos a construir uma nova conscinciaem relao ao consumo. O trabalho longo e requer uma grande mobilizaopara que haja uma mudana de comportamento. Acredito que o trabalho inicialdeve ser feito agora, em uma tentativa de identificarmos a origem de tudo queconsumimos.

    No Brasil, principalmente, no estamos acostumados a tentar entender a cadeiaprodutiva daquele produto que chega at a nossa mesa ou at o nosso lar.Sabemos que, para ser comercializado, um produto passa por diversos ciclos ata venda final. Sei que muitas pessoas no tm essa preocupao. S que est nahora de ficarmos atentos ao que ocorre ao nosso redor.

    No ltimo domingo (19.04) a TV Record denunciou, no Programa DomingoEspetacular, o trabalho escravo no Norte do pas. A matria mostrou pequenosagricultores que trabalhavam na extrao de aa. Eles vivem dentro das matasem condies sub-humanas e, na maioria das vezes, longe das famlias.Adolescentes desde os 14 anos tambm foram flagrados pela reportagem.Essestrabalhadores so informais e no tm direito ao salrio mensal, porque o queeles ganham (cerca de R$ 8 por dia) s para cobrir as despesas com a comida.s vezes, chegam ao final do ms devendo para o dono da fazenda. Os quetrabalham na coleta sobem em cerca de 50 rvores por dia, os demais atuamcomo mula e transportam 50 quilos de aa em cestos presos nas costas. desumano.

    Quando o aa chega industrializado para consumirmos, no paramos parapensar de como foi o processo de plantao, coleta e beneficiamento do produto.O aa rico pelas suas qualidades nutricionais, nos ltimos anos, tem sido a frutada moda. S que quando chegamos a uma lanchonete e pedimos um suco deaa, ou quando as pessoas que terminam de fazer os seus exerccios fsicos nasacademiais pedem uma tigela do produto, nunca pararam para pensar sobre qualfoi o processo empregado para que a fruta pudesse chegar at ali para serconsumida.

    Hoje existe um esforo concentrado da OIT (Organizao Internacional doTrabalho), ONGs e do setor empresarial liderado pelo Instituto Ethos de reduziresse tipo de atividade ilegal no pas. Uma pesquisa publicada em 2005 pela OITem parceria com ONG Reprter Brasil identificou problemas nas cadeias

    produtivas das seguintes atividades pecuria bovina, carvo vegetal, soja,algodo, madeira, milho, arroz, feijo, frutas, batata, cana-de-acar, entreoutras.

    A pesquisa resultado doPacto Nacional de Erradicao do Trabalho Escravono Brasil, uma ao que mobilizou empresas ligadas a essas atividades, para que

    no adquirissem matria-prima de fazendas que fazem parte da lista suja defornecedores que praticam o crime de manter pessoas em trabalho escravo. A

    http://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdfhttp://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdfhttp://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdfhttp://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdfhttp://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdfhttp://www.reporterbrasil.com.br/documentos/pacto_erradicacao_trabalho_escravo.pdf
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    lista completa pode ser consultada no sitehttp://www.reporterbrasil.com.br/listasuja/resultado.php

    Os dados mais recentes so de 2007 e indicam que 300 empresas ligadas a 170fazendas estimulam o trabalho escravo. De acordo com a ONG Reprter Brasil,

    no pas cerca de 25 mil pessoas so submetidas anualmente ao trabalho escravoem fazendas e carvoarias.Mas nem tudo est perdido e no final do tnel jcomea a aparecer uma pequena luz. Empresas de peso na economia nacional jcomeam a aderir ao Pacto e mudaram a forma de se relacionar comfornecedores de matria-prima, incluindo nos contratos clusulas de restriocomercial para quem utiliza trabalho escravo.

    De acordo com a ONG Reprter Brasil, essa iniciativa j foi tomada peloCarrefour e o grupo Po de Acar. Outro exemplo de ao em decorrncia doacordo foi o Wal-Mart que cortou relacionamento com frigorficos, por se negara boicotar pecuaristas que usaram trabalho escravo.A ONG identificou ainda que

    os maiores distribuidores de etanol, como Petrobras e o Grupo Ultra (Ipiranga,Texaco) se tornaram atores no combate escravido no etanol devido ao Pacto

    Nacional, eles cortaram fornecedores e criaram um grave problema a usineirosque no cumprem a lei.

    Mesmo com todas essas iniciativas, como consumidores podemos fazer mais,exigindo informaes sobre a procedncia dos produtos que consumimos. Asinformaes devem estar claras e acessveis. Se existe trabalho escravo porquealgum ajuda a manter essa estrutura. Se algum lucra porque algum compra.

    Podemos fazer a nossa parte sendo consumidores mais conscientes. Que talaprendermos a identificar a origem das coisas. Precisamos entender um poucosobre os ciclos de produo daquilo que estamos comprando. Hoje no

    possvel sermos totalmente indiferentes a tudo que ocorre a nossa volta. Est nahora de comearmos a fazer a nossa parte.

    Seguindo uma nova viso dos sistemas de produo a Eco-vila traz uma novarelao com os sistemas produtivos e de comercio com os j existentes, e esperase tornar excluso de toda a forma relacionada ao sistema produtivoconvencional.

    http://www.reporterbrasil.com.br/listasuja/resultado.phphttp://www.reporterbrasil.com.br/listasuja/resultado.phphttp://www.reporterbrasil.com.br/listasuja/resultado.php
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    Desenvolvimento em harmonia com o meio;

    A ECO-vila do PNSO tem em sua meta atravs de uma nova expectativa eexperincia poder viver em harmonia com o meio, no criando impacto algumsobre o espao ocupado.

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    Tecnologias e Estrutura geral de ECO-vilas:

    No design permacultural essencial o planejamento para a conservao de toda a

    orma de energia. Seja a energia da gua injetada no sistema atravs da chuva, seja aenergia eltrica utilizada, seja a energia em forma de biomassa ou seja l qual for.

    O Ecocentro apresenta solues para a economia de energia eltrica e alternativas

    ara o seu uso desnecessrio. Conhea tambm quais so as tecnologias para a

    erao de eletricidade de forma local e em pequena escala.

    Energia

    De onde vem sua energia eltrica?

    No Brasil a maior parte da energia eltrica utilizada vem de usinas hidreltricasinstaladas em gigantescas barragens, essas, alm de causar tremendo impactoambiental e social consomem valiosos recursos. Apesar de utilizar um recursorenovvel, a gua, a gerao de energia de forma concentrada cria gastos comdistribuio, alta tecnologia e construo de instalaes grandes e complexas. Ainundao causada por uma usina hidreltrica, na maioria dos casos, cobreimensas reas de floresta destruindo espcies vegetais e o habitat de muitasoutras espcies de animais aumentando os riscos de extino. As linhas de altatenso necessrias transmisso da energia alm de causarem tremenda poluiovisual, custam fortunas e muitas vezes necessria a derrubada de reas defloresta para a passagem das linhas.

    Renovvel no significa ecologicamente correto! Quanto maior for a escalamaior ser o impacto ao meio ambiente.

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    Energia Solar

    No Ecocentro ser aproveitada a energia que vem do sol das mais diversas

    formas, nossas habitaes sero construdas com materiais isolantes e nonecessitaremos de gastos com refrigerao ou aquecimento. A Desidratao dealimentos em fornos solares se aproveitam do princpio do efeito estufa evitandoassim maiores gastos com energia eltrica. A gua quente para o banho aquecida em coletores solares que funcionam por termocifonamento. E grande

    parte da energia eltrica consumida ser gerada em placas fotovolticas quetransformam a luz do sol em corrente eltrica

    Em 1m de rea irradiada pelo sol existe um potencial equivalente a 1Kw/h

    de energia eltrica.

    Eletricidade que vem da gua

    A gua um recurso natural abundante no nosso planeta, gua em movimento

    significa energia e a energia da gua pode ser convertida em eletricidade deforma limpa e eficiente. As turbinas hidrulicas funcionam acopladas ao geradore so impulsionadas pela gua corrente seja num rio ou at mesmo num pequenocrrego onde exista desnvel. Pequenas turbinas tm custo relativamente baixose comparadas aos sistemas fotovolticos, porm seu uso se torna invivel emzonas urbanas devido a necessidade de uma fonte de gua corrente. Umas dasgrandes vantagens do sistema o fato de que ele funciona 24 horas por dia,independente de sol ou vento. Dessa forma, mesmo um pequeno gerador, quearmazena em baterias, tem um rendimento dirio muito elevado.

    Um simples invento pode converter o movimento da gua em uma energia limpa

    e eficiente.

    Vantagens:- baixo custo- gerao de energia 24 horas por dia

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    Energia fotovoltica

    O luz do sol pode se converter numa fonte de eletricidade extremamente

    abundante, renovvel e gratuita, atravs das placas fotovolticas. Ao contrriodos coletores para aquecimento de gua, que se aproveitam do calor do sol, ospainis solares convertem a luminosidade em corrente eltrica. As placas soconstitudas de clulas fabricadas com cristais de slica e outros componentesformando uma superfcie sensvel a luz. Quando os ftons (partculas de luz)atingem as clulas das placas, uma pequena corrente eltrica gerada nasmolculas de slica.

    Os painis solares geram eletricidade em 12 volts corrente contnua, que ficaarmazenada nas baterias para o uso posterior. A corrente eltrica de um painelno suficiente para a ligao de qualquer aparelho, mas acumulada ao longo do

    dia uma fonte abundante e confivel. Com a ajuda de um inversor possvelcontinuar a usar os mesmos equipamentos 220 volts encontrados no mercado. Aenergia em 12 volts corrente contnua mais segura, mais simples e no existe o

    perigo de choques eltricos letais. As placas fotovolticas no Brasil tm umcusto ainda muito elevado, mas aceitando-se o fato de que um sistemaindependente dispensa a conta de luz, o valor investido compensado em poucotempo atravs da economia. Devido ao seu alto padro de qualidade adurabilidade de uma placa solar ultrapassa a marca dos 20 anos. Sistemasfotovolticos no geram resduos nem rudo, nem qualquer outro tipo de

    poluio e se aproveitam de um espao geralmente ocioso quando instaladossobre um telhado.

    Apesar de requerer um grande investimento, paineis fotovolticos ainda so

    uma das melhores alternativas para uma independncia da rede eltrica

    convencional.

    Vantagens:- independncia da rede eltrica- durabilidade- baixa manuteno

    Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC)

    Baseado nos modelos de aquecimento solar encontrados no mercado, oaquecedor solar de baixo custo se utiliza de um mesmo princpio: otermocifonamento; porm o grande diferencial do sistema est no custo e na

    facilidade da montagem. Os modelos convencionais so construdos utilizandoencanamentos de cobre e corpo de alumnio, e a gua quente fica armazenada

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    num boiler sob presso, ou seja, o sistema de custo elevado e tecnicamenteinvivel, sendo acessvel apenas as famlias da classe alta. As famlias de baixarenda, grande maioria da populao, utilizam unicamente os chuveiros eltricosresponsveis por grande fatia da conta de luz. O sistema foi desenvolvido pelaONG "Sociedade do Sol", a sua montagem simples e rpida, e o custo reduzido

    o suficiente para as famlias de baixa renda. Seus componentes so encontradosna maioria das lojas de materiais de construo do pas, um sistema para umafamlia de cinco pessoas pode ser montado em um fim de semana e com umcusto muito baixo.

    No modelo simples os coletores so feitos com placas de forro de PVC,facilmente encontradas e normalmente utilizadas em divisrias de escritrio.Cada coletor tem a capacidade de aquecer de 80 a 100 litros de gua por dia,numa temperatura que gira em torno de 60 graus Celsius. No modelocomercializado os coletores so feitos por meio de solda trmica e sofabricados utilizando-se de placas alveoladas de polipropileno, comuns em

    pastas de escritrio. O reservatrio de gua quente deve ser termo-isolado comalgum tipo de material isolante, como a palha, serragem, colches, papelo,

    plstico bolha, dentre outros, podendo ser feito a partir de qualquer um dos tiposde reservatrio encontrados no mercado. O Ecocentro IPEC dispe de ummodelo caseiro para aquecer mil litros de gua diariamente e no futuro umaunidade de fabricao dos coletores de polipropileno ser implantada.

    O ASBC usado para aquecer toda a gua utilizada no Ecocentro IPEC

    Vantagens:- baixo custo de investimento- reduo de at 60% da conta de energia eltrica

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    Energia Elica

    Desde os primrdios o vento vem sendo utilizado a servio da humanidade. Dos

    barcos a vela dos primeiros navegadores at os moinhos de fabricao da farinhao vento est presente em cada passo da evoluo humana. O princpio do cata-vento aliado a alta tecnologia deu origem as turbinas elicas, muito utilizadas em

    barcos, reas costeiras e regies de vento constante para a gerao de energiaeltrica. A energia elica uma fonte de energia renovvel e que, se gerada em

    pequena escala, no causa nenhum impacto ao ambiente e excelente parasistemas hbridos (solar/elica) em locais de pouca insolao ou regies comgrandes perodos chuvosos e de pouco sol, e ideal para regies de ventosconstantes, como no litoral brasileiro.

    Acima, um esquema de um gerador elico.

    Vantagens:- custo relativamente menor que dos sistemas fotovolticos- fonte renovvel

    Substituindo Combustveis Fsseis

    O uso de combustveis fsseis reduzido a quase zero! Converteremos todos osveculos e mquinas movidas a leo diesel para funcionarem com leo vegetalreciclado de pastelarias e restaurantes da regio. O leo de soja, milho, girassol,dentre outros, que antes era resduo para os restaurantes pode ser recolhidogratuitamente e, depois de ser filtrado transformado em biodiesel ou utilizadodiretamente nos motores a diesel. Alm de ser um resduo difcil de ser tratado, oleo vegetal um recurso renovvel que miniminiza as emisses de dixido decarbono na atmosfera, aumenta a vida til do motor, e tudo que sai na fumaa doescapamento pode ser capturado pelas plantas e ser transformado novamente em

    massa vegetal. O petrleo foi a forma que a natureza encontrou de retirar daatmosfera o carbono em excesso, sempre que um produto derivado de petrleo utilizado o carbono devolvido para a atmosfera colaborando com o aumento doefeito estufa e conseqente superaquecimento do planeta.

    Com poucas alteraes, um motor diesel pode passar a ser movido unicamente

    com leo vegetal! FOTO: Frederico P. Lenhardt

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    Habitao

    Adobe

    Mais de trs mil anos de histria confirmam e garantem a viabilidade de uma dasmais antigas tcnicas da arquitetura vernacular. Para fazer o tijolo de adobequalquer barro serve, no exige mistura precisa de argila e areia, seco ao sol eno leva mais do que trs dias para ficar pronto. largamente utilizado pelas

    populaes tradicionais ao redor do mundo. Em algumas cidades do interior doBrasil tijolo de seis furos no tem "vez", pois o adobe predominante naarquitetura local. O tamanho do bloco varia conforme o tamanho da frma e alargura de parede desejada, mas a receita bsica a mesma: terra, gua, palha

    picada e as frmas, geralmente de madeira. A terra misturada com gua episada at formar uma mistura homognea. Depois de colocada nas frmas, estasso retiradas e o tijolo deixado ao sol para secar.A massa para sentar os adobes na parede a mesma massa de que o prprioadobe feito, uma casa pode ser construda sem usar nenhum cimento.

    Um pequeno grupo de pessoas pode fabricar rapidamente todos osadobes necessrios para a obra.

    Vantagens:- qualidade do ar- isolante trmico- independente de cimento nas paredes- mais de trs mil anos de eficincia comprovada- confeco dos tijolos rpida e simples

    Bambu

    O bambu uma planta extremamente verstil, aplicado nas mais diversassituaes, desde utenslios domsticos, passando pela fabricao de papel atchegar na arquitetura.As fibras do colmo do bambu so extremamente fortes, ao mesmo tempo em queso flexveis, caractersticas que so transferidas quando a planta aplicada construo. Em algumas regies do Peru as construes de bambu j provaram

    sua segurana resistindo a inmeros terremotos, imponentes em meio s runasde prdios modernos incapazes de resistir aos tremores.

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    Alm de resistente e facilmente encontrado, o bambu integra-se

    maravilhosamente ao ambiente.

    Os povos da sia h milhares de anos j conhecem as inmeras vantagens destaplanta. comum avistar em meio aos arranha-cus, gigantescos andaimes queso montados amarrando-se as varas de bambu. No Japo, empresas estoadicionando as fibras do bambu aos blocos de concreto que so utilizados naconstruo de rodovias, pontes, viadutos, dentre outras aplicaes.

    O bambu requer tratamento que possa garantir sua durabilidade e evitar o ataquede insetos e microorganismos. O tratamento convencional realizado com autilizao de qumicos que so extremamente txicos. Mas totalmente possvelum tratamento ecolgico do bambu, os mesmos tratamentos que garantiam aresistncia das construes milenares funcionam perfeitamente nos dias de hoje.O tratamento varia de acordo com a espcie, seja o tratamento com fogo, cera,gua, tanino, assim como a forma de construo varia conforme a regio de suaorigem, encaixe, amarrao, pinos, etc.

    Vantagens:- versatilidade

    - resistnciaCob

    Tcnica originria do interior da Inglaterra que remonta ao perodo medievaleuropeu. No COB a matria prima principal o barro argiloso adicionado de

    palha e um pouco de gua, o segredo de um bom COB est no trabalhar o barro,que deve ser pisado de forma quase rtmica at se chegar ao ponto, ou liga,desejada. A proporo de argila na terra deve estar em torno de 30%, em algunscasos necessria a adio de areia mistura, a palha ideal a de arroz, que vaiservir como a amarrao dos blocos de COB ao serem montados na estrutura.

    Quase que uma massa de modelar, a tcnica permite dar-se a estrutura a formadesejada, construindo casas com formas artsticas, arredondadas, com armriosou sofs embutidos nas paredes, aps o perodo de secagem uma casa de COB

    parece ter sido esculpida de um bloco s.Na tcnica no necessrio adicionar cimento, no dependendo de gastos commateriais externos, e com todas as vantagens que s uma casa feita de terra

    possui.

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    Uma das maiores vantagens do cob o poder de personalizao de

    sua forma.

    Vantagens:- qualidade do ar- isolante trmico

    - 100% independente de cimento- possibilita formas orgnicas e artsticas

    Fardos de palha

    Dos materiais naturais comumente utilizados na bioarquitetura o de melhorconforto trmico e acstico com certeza a palha, numa das tcnicas maisrecentes, desenvolvida h menos de duzentos anos nos Estados Unidos. Aconstruo com fardos de palha se aproveita dos mesmos fenos que so

    utilizados para conservao e transporte da forragem animal, mas que na maioriados casos resduo abundante das lavouras de produo de cereais, como o trigoe o arroz. A grande vantagem deste material consiste no fato da palha dos cereaisconter slica, que com o passar do tempo fossiliza contribuindo com a longadurabilidade do material. Uma edificao de fardos de palha conta com elevadaeficincia trmica e leva pouco tempo a ser construda. Devido a leveza efuncionalidade dos fardos estes funcionam como blocos a serem encaixados,erguendo assim paredes de forma rpida e simples.

    Na foto, a parede de fardos de palha est sendo aparada para

    facilitar a aplicao do reboco natural.

    Vantagens:- um resduo abundante nas lavouras de trigo e arroz- contm slica, atribuindo vida longa a obra

    - conta com elevada eficincia trmica- tcnica de rpida execuo

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    Mosaicos - tcnica de decorao

    J diz o ditado permacultural: "O problema a soluo". No existe quem j no

    tenha se surpreendido com a beleza de um mosaico, seja nos vitrais de umacatedral gtica da idade mdia, ou seja num mural de Antony Gaudi, osmosaicos proporcionam um visual extremamente belo. E podem ser obtidos deforma muito fcil e econmica, na confeco so utilizados pedaos e restos de

    pisos e cermicas. fcil conseguir a matria prima, basta procurar junto demolidoras ou no depsito de lixo local, quanto maior a variedade de cores e

    padres, mais criativo deve ser o resultado final. Montar um mosaico comomontar um quebra cabeas, pode se comear a partir de um desenho ousimplesmente ir seguindo um padro. O mosaico excelente para revestimentosno banheiro ou na cozinha, pisos ou um enfeite externo num muro ou numamesa de jardim. O resultado excelente e o investimento pequeno visto que se

    trata de um resduo que geralmente acaba virando entulho.

    Todas as mesas da praa de alimentao do Ecocentro IPEC so

    decoradas com mosaicos.

    Vantagens:

    - versatilidade- visual- economia

    Rebocos naturais

    Uma casa construda com tcnicas de bioconstruo merece umrevestimento altura. Os revestimentos naturais seguem os mesmos

    princpios das j anteriormente citadas tcnicas: utilizao de recursos dolocal, economia de materiais e combustveis, sade para os habitantes,tecnologia simples e tradicional, dentre outros. Para se obter um bomresultado no reboco, interessante se estudar e testar a composio deseu solo, mais argiloso, menos argiloso, arenoso, saibroso, etc. Cada caso um caso e a proporo destes materiais varia de local para local, masexiste um ingrediente bsico que de extrema importncia: o esterco devaca. O esterco das vacas contm o cido ltico que vai dar a liganecessria massa de reboco e reduzir a necessidade de se adicionarcimento. Em caso de revestimentos externos, devido ao da chuva,

    pequenas quantidades de cimento podem ser incorporadas massa.Outros ingredientes colaboram com a durabilidade e resistncia do

    reboco, como a cal, a cinza, e o leo de linhaa.

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    Um reboco natural o perfeito acabamento para uma construo

    natural!

    Vantagens:- conhecimento tradicional- economia- sade para os habitantes

    Superadobe

    Brilhante tcnica de construo desenvolvida na Califrnia que utiliza-sede sacos de polipropileno preenchidos com subsolo do respectivo local.Relativamente simples e de fcil aprendizado, com custos baixssimos

    por no depender de recursos externos nos principais estgios daconstruo. As habitaes construdas com a respectiva tcnica tm acaracterstica de manterem nveis de temperatura e umidade constantes,sendo a terra um isolante natural. As edificaes de superadobe reduzemsignificativamente os custos com refrigerao e aquecimento.

    Para fazer o superadobe, basta socar sacos contendo solo uns sobre os

    outros.

    Vantagens:- extremamente simples e de fcil aprendizado- economia de at 60% no custo final- nveis de temperatura e umidade ideais para habitao humana- paredes de terra so filtros naturais.- elimina custos com refrigerao ou aquecimento do ambiente- adaptvel a qualquer tipo de solo

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    Saneamento e cultura

    Sanitrio compostvel

    Quando um sanitrio convencional utilizado, aproximadamente vinte litros de

    gua potvel so simplesmente poludos e desperdiados na descarga, e o que pior, sem resolver o problema. Os sanitrios secos do conta do recado! Atravsdo processo da compostagem transformam os dejetos humanos em um adubo deexcelente qualidade. O adubo utilizado nos cultivos para se tornar novamentecomida. Dessa forma, o ciclo natural do alimento mantido e a matria orgnicaretorna ao hmus do solo.

    Os sanitrios compostves secos so a melhor e mais barata opo para lidarcom as fezes humanas em locais onde no h disponibilidade de gua ou detratamento sanitrio de esgoto. Em zonas rurais ou em periferias urbanas, estatecnologia dispensa o uso da descarga e de tubulaes de gua. Necessitandoapenas de uma adaptao cultural, habituando-se no adicionamento de matriaorgnica seca (serragem), resultando na eliminao total de patgenos e na

    produo de hmus de alta qualidade para uso agrcola

    Vantagens:- no utiliza gua- mnimo uso de espao- barato- eliminao mxima de patgenos- mais eficiente e higinico que fossas

    Aplicaes:- em situaes que exijam economia de gua e uso mnimo de recursos, em solosencharcados ou em reas com espao limitado.- mutires comunitrios, reas sem tratamento de efluente

    Caractersticas tcnicas:- construo de alvenaria ou ferrocimento- design simples e adaptvel a qualquer terreno- utiliza exaustor em termosifonamento- volume mnimo das cmaras de 1 m

    - adiciona-se serragem para induzir a compostagem termoflica

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    Biorremediao - tratamento biolgico de efluentes

    Na Permacultura classificamos a gua servida em dois tipos, gua cinza e guanegra. A gua cinza a gua que vem da cozinha, dos chuveiros, de lavagens emgeral. gua que contenha somente restos de comida, gordura e sabo e que no

    esteja contaminada com fezes. A gua negra aquela que vem das privadas, ouseja, gua que contenha fezes e urina humanas.

    Uma das formas mais simples e eficientes de tratamento da gua cinza so ascamas de tratamento biolgico, nelas tratada toda a gua que vem doschuveiros, da cozinha e da lavanderia . As camas podem tratar tanto grandesvolumes de gua em comunidades, bairros, conjuntos residenciais, escolas, etc,como tambm quantias bem pequenas em fundos de quintal, pequenasresidncias e at mesmo em apartamentos.

    Vantagens:- pode tratar toda a gua cinza da residncia- a soluo para o problema do esgoto- pode ser aplicado tanto numa casa, stio ou apartamento- no exala odores- causa grande efeito visual positivo ao seu jardim- enriquece o jardim ou propriedade com imensa variedade de plantas eecossistemas variados- atrai fauna diversificada

    Canteiro Bio-sptico

    Mesmo os dejetos que vm de sanitrios convencionais podem ser tratados deforma ecolgica. Ao contrrio das fossas spticas largamente utilizadas namaioria das residncias que apenas decompem os slidos no livrando a guada contaminao por bactrias, staphillococcos, etc. no Canteiro Bio-spticosptico toda a matria orgnica digerida por plantas filtradoras em conjuntocom microrganismos anaerbios que ao absorverem a matria orgnica

    proveniente das fezes filtram a gua que depois infiltrada no solo j limpa.

    Vantagens:- serve em locais onde j exista o sistema convencional- tratamento a nvel industrial e residencial- em locais com solo drenado- sem adio de qumicos- tecnologia barata e segura

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    gua potvel

    Toda a gua utilizada para o consumo humano vem da chuva que a melhorgua que existe para este fim. A gua coletada dos telhados atravs das calhas,e, depois de filtrada, armazenada em tanques de ferrocimento onde fica

    estocada para o consumo por todo o perodo da seca. A gua da chuva pode ser asoluo para a escassez de gua nos grandes centros urbanos, mesmo ondeocorrem as chuvas cidas, a acidez corrigida pela alcalinidade do cimento

    presente nas paredes da cisterna.

    Tanques de ferrocimento

    Recurso cada vez mais escasso no mundo todo, a gua requer planejamento emanejo delicado, sendo de importncia prioritria em qualquer propriedade o seuarmazenamento para perodos de escassez. A tcnica do ferrocimento umaforma eficiente e barata de se construir reservatrios, tanques ou laguinhos, com

    aplicaes que vo desde o armazenamento at o tratamento passando pelaaqicultura. A parede de um reservatrio de ferrocimento no tem mais do quetrs centmetros de espessura, pois sua forma arredondada lhe confere aresistncia necessria para suportar volumes de at 500 mil litros. So totalmenteseguros contra vazamento, e sendo livres da entrada de luz, podem armazenargua potvel por meses.

    Tanque de ferrocimento ainda em

    contruo sem a tampa.

    Vantagens:- mnimo custo por volume armazenado- tecnologia de fcil domnio popular

    - volumes de at quinhentos mil litros- viveis em locais de difcil acesso- garantia da qualidade da gua armazenada- espessura da parede no ultrapassa os 3 cm- no necessita de frmas ou caixilhos- mnimo de ferramentas

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    Swales (canais de infiltrao)

    gua energia.

    No design permacultural tentamos planejar o sistema de forma a evitar ao

    mximo toda forma de perda ou desperdcio de energia. A gua da chuva que caino stio uma fabulosa fonte de energia sendo injetada no sistema. Quandodeixamos que v embora est simplesmente sendo desperdiada e, em algunscasos, causando danos como a eroso. Com a ajuda dos chamados swales, queso valas de infiltrao vegetadas e construdas em nvel, barramos oescorrimento superficial da gua criando assim faixas de umidade indispensveisna agricultura, vegetando reas degradadas, aumentando a produo das roas, ecriando florestas e terraos de produo. A gua dos swales tambm pode serdirecionada para audes e lagos e utilizada na aqicultura.

    Swales criam faixas de umidade muito teis agricultura.

    Segurana alimentar

    Quando ouvimos falar em segurana alimentar surge na nossa mente a idia deum alimento limpo, fresquinho, recm colhido da horta direto pra nossa mesa, oumesmo de uma fruta que acabamos de tirar do p. Pode at parecer algofantstico, mas possvel. Tudo depende de uma s condio: solo saudvel. da vida do solo que depende toda a sade da planta, pois ele d as condiesnecessrias sobrevivncia delas, ele contm os nutrientes e propicia a estrutura

    para oferec-los, ele mantm a umidade e absorve a gua da chuva, uma xcarade solo pode conter mais criaturas vivas do que toda a populao do planeta!Solo saudvel significa alimento saudvel.

    Ao contrrio do que acontece na agricultura convencional onde o solo

    empobrecido devido ao cultivo excessivo, tornando-se pobre em nutrientes eminerais alm de ser excessivamente agredido pelo uso contnuo de agrotxicosque acabam com a micro vida contida no solo natural. Solo venenoso geraalimento venenoso.

    O mesmo se aplica aos animais criados em sistemas convencionais, recebendodoses dirias de hormnios de crescimento e antibiticos para combater asdoenas s quais esto expostos em conseqncia do modo que so criados. Acarne desses animais fica toda contaminada com resduos desses qumicos queacabam indo parar diretamente no prato do consumidor.

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    Horta Mandala

    A horta mandala uma das tcnicas utilizadas para produzir mais, com omnimo de espao. Diferente das hortas normais possui um design de bordasonduladas que permitem efeitos de microclima e espaos variados, onde o

    cultivo intensivo de diversas hortalias e razes em conjunto se beneficiammutuamente num sistema de consrcios. Alm de ser uma estrutura ornamentalde muitas funes, torna a atividade de plantar e colher mais atrativa.

    A horta manda possui um design de bordas onduladas que permitem efeitos de

    microclima e aproveitam melhor o espao.

    Biofertilizante

    Toda a comida produzida no Ecocentro ser produzida de forma ecolgica, os

    jardins sero cultivados utilizando-se das tcnicas de produo orgnica, como ohmus das minhocas, o solo do composto e o biofertilizante ou fertilizantelquido.O biofertilizante proveniente da fermentao anaerbia da matriaorgnica e contm uma grande concentrao de nutrientes.

    Pode ser usado diretamente como adubo no solo corrigindo a acidez eaumentando a vida do solo, ou pode ser aplicado diludo como fertilizante foliarcomo um antibitico natural ajudando no controle de fungos e insetosindesejados.

    muito fcil fazer biofertilizante, basta ter um tambor, pote, tanque ou qualquer

    outro recipiente grande ou pequeno que possa ser vedado da entrada de ar, pois oprocesso anaerbio, ou seja, realizado por microorganismos que nonecessitam de ar para sobreviver. Ou ele pode vir como resultado da produode gs num biodigestor. So necessrios como ingredientes uma boa fonte denitrognio como esterco, leite ou soro,fontes de minerais, gua e acar.

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    O biofertilizante proveniente da fermentao anaerbia da matria orgnica e

    contm uma grande concentrao de nutrientes.

    CompostagemQuando nos deparamos com uma rea degradada e temos a necessidade de

    produzir alimentos para o nosso sustento ou simplesmente recuperar o local, acompostagem a melhor pedida!

    O composto uma das formas encontradas para se, rapidamente, recondicionareste solo para a indispensvel sobrevivncia dos novos habitantes do local. Adecomposio da matria orgnica um processo dinmico e constante, queacontece o tempo todo e a cada instante no ambiente natural. A matria orgnica,ou seja, tudo que j foi vivo um dia, est em constante decomposio, esta

    realizada pelos microorganismos e pequenos animais e insetos. Dentre osmicroorganismos principais encontramos os fungos, as bactrias e osactinomicetes que existem em abundncia no solo e se alimentam da matriaorgnica, porm estes seres s conseguem se alimentar da matria orgnica narelao carbono/nitrognio de 30/1.

    No processo da compostagem tentamos acelerar e controlar esta decomposioe obter o resultado esperado: um solo rico ideal para o cultivo de alimentos,criao de mudas no viveiro, jardinagem, etc.

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    De que forma? importante equilibrar os materiais disponveis de forma a mais ou menosatingir a proporo C/N de 30/1. A decomposio aerbia, ou seja, realizada por microorganismos quenecessitam de ar para sobreviver.

    Como quaisquer seres vivos, estes microorganismos necessitam de gua, importante manter a leira de composto mida.

    A compostagem uma boa forma de reciclar resduos, sejam eles em pequenaescala como os restos da cozinha, da horta, da capina, das podas, esterco de

    pequenos animais, etc, ou sejam eles em grande escala, como resduosindustriais em largas usinas de compostagem.Quase que um processo mgico, o

    processo da compostagem d as melhores condies ao solo, condies fsicas,qumicas e fsico-qumicas ideais. Disponibiliza nutrientes, d as condies deque a planta precisa para absorve-los, corrige a acidez do solo, aumenta amicrovida do solo, propicia boa aerao e drenagem, cria o ambiente adequado

    para insetos e pequenos animais benficos para as plantas, e muito, muito mais!

    A compostagem pode ser feita em pequenos espaos como fundos de quintal,varandas, pequenos jardins e at mesmo em apartamentos.Reconhecendo materiais que sejam ricos em Carbono e materiais que sejamricos em Nitrognio fica fcil comear a compostar:

    Fontes de Carbono --Ex. palha, folhas, serragem, galhos, capim, etc.Caractersticas: Qualquer material seco, fibroso, de lenta decomposio e semcheiro forte. Fontes de Nitrognio --Ex. esterco em geral, urina, soro de leite,sangue, vsceras, restos de peixe, algumas plantas aquticas.Caractersticas: materiais de cheiro forte, rpida decomposio, geralmentemidos.

    Minhocrio

    As minhocas so animais fantsticos, alimentando-se da protena vegetaltransformam-na em protena animal de excelente qualidade: elas mesmas! E oque melhor: deixam como resduo hmus, solo de excelente qualidade. O soloque sai do intestino da minhoca contm bactrias e enzimas benficas para avida do solo, minerais insolveis se tornam solveis de forma que as plantas

    possam absorv-los, depois de passarem pela minhoca. As minhocas aram,arejam e revolvem o solo, criando tneis que facilitam o crescimento das razesdas plantas, propiciam aerao dificultando a vida das bactrias patognicas queso predominantemente anaerbias, criam uma boa drenagem e absoro dagua da chuva.

    A minhoca torna disponvel s plantas: sete vezes mais fsforo, seis vezes maisnitrognio, trs vezes mais magnsio, duas vezes mais carbono, e 50% a mais declcio. Os resduos de um elemento se tornam alimento para outro;As fezes eurina dos coelhos que, depois de passarem pelo minhocrio se transformam emhmus, o hmus o alimento do solo de onde nascem as plantas que so o

    alimento dos seres humanos e animais!

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    Este minhocrio foi integrado a um sanitrio compostvel (sistema chamado de

    "Hmus Sapiens").

    Temperos e ervas medicinais

    Plantas com diversos poderes curativos e preventivos so utilizadasinstintivamente pelos animais. Outras com cheiros e sabores bem caractersticosesto ligadas a culinria desde tempos remotos. Os orientais e antigos povosindgenas so grandes cultivadores destas ervas. Algumas delas que chamamosde temperos, no s do um sabor especial e peculiar a cada prato, comoauxiliam diretamente em uma rea de nosso organismo, principalmente no quediz respeito digesto.

    Infuses, compressas, emplastros, essncias, ou mesmo algumas folhas narefeio, so hbitos antigos em muitas culturas, esquecidos pela civilizaomoderna, que hoje reduziu sua gama de temperos e ervas a praticamente apenassal e alho.

    Na produo alimentar resgatamos o cultivo e consumo de muitas ervas,observando o grande auxlio medicinal que a natureza nos oferece.

    Um til canteiro com temperos e

    ervas medicinais pode ser integrado em qualquer espao!

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    Pequenos Animais

    A incluso de pequenos animais em seu sistema pode lhe trazer inmerosbenefcios. Ao contrrio das vacas, no compactam o solo, produzem carnemuito mais saudvel, consomem relativamente pouco e exercem diversas

    funes benficas ao seu sistema. Animais como galinhas consomem resduos dasua horta e da sua residncia, e os restos do galinheiro transformam-se emcomposto gerando solo saudvel para o seu jardim, os ovos suprem o consumointerno e o excesso pode ser vendido ou trocado com os vizinhos. Os pequenosanimais cumprem papel importante no sistema sendo pea chave no design

    permacultural. A carne dos porquinhos da ndia tem o mais baixo colesterol, seucouro tem valor comercial e eles so to pequenos que podem ser criados atmesmo na cidade, desenvolvendo um sistema permacultural urbano.

    No importa o tipo de sistema ou situao diferente em que voc se encontra,sempre existem solues para sua necessidade: galinhas, porquinhos, codornas,

    coelhos, perus, e muito outros.

    As galinhas, se manejadas corretamente, tambm ajudam na limpeza e preparao do

    solo para o plantio.

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    Comportamento coletivo de grupos organizadosCooperativismo:

    Texto final justificando o cooperativismo , rea de desenvolvimento

    tcnico para trabalho e atuao profissional.

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    Referncia Projetual

    Cal-Earth

    Localizada no deserto de Mojave, o escritrio est na vanguarda das tecnologias

    terrestres e Cermica da Arquitetura hoje.Seu mbito de aplicao abrangeinovaes tcnicas publicadas pela NASA para a Lua e Marte em construo, aconcepo e desenvolvimento da habitao para os sem abrigo do mundo e paraas Naes Unidas. Comeou como o "projeto" da Fundao Geltaftan erapidamente se tornou uma entidade auto-sustentvel, que se fundiu em umnico pblico sem fins lucrativos.

    A filosofia da fundao o equilbrio dos elementos naturais da terra, gua, ar efogo, e sua unidade ao servio das artes e humanidade. O projeto da Cal-Earthtransformou a filosofia atravs das mos, sobre a investigao em arquiteturasustentvel da terra atravs da construo e teste de prottipos em tamanho real,e por formar pblico no ambiente das artes e arquitetura.

    A tecnologia e os projetos desenvolvidos so inspirados pelos princpios eternosda arquitetura: os elementos universais naturais, o arco e seus derivados daabbada, abbada, e abside, energia sustentvel, a geometria natural e simetriada estrutura, a unidade de tenso e compresso.

    Nader Khalili

    Para atingir as massas carentes, Nader Khalili (1936-2008) e, agora, com oscolaboradores e aprendizes, tm educado, e continuam a educar o pblico nessasauto-ajuda, com as tecnologias ambientais e futurista de desenhos. Cal-aprendize da Terra ao redor do mundo esto em contato com o ensino e aconstruo de abrigos de sacos de areia em pases como Austrlia, NovaZelndia, Costa Rica, Nicargua, Ir, ndia, Mxico, Chile, na Sibria, o Tibete,frica do Sul e nos Estados Unidos. Hoje, estes prottipos foram construdos emquase todos os continentes.

    A necessidade atual global de habitao inclui cerca de 20-40 milhes derefugiados e pessoas deslocadas no mundo e centenas de milhes de pessoas que

    vivem em uma situao prxima do desastre habitao e favelas, sem acesso snecessidades bsicas. Segundo as Naes Unidas ,Programa de Assentamentos a

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    ONU prev-se que pelo menos 1,9 bilhes de moradores urbanos adicionaissero adicionados populao urbana nas prximas duas dcadas, em umcontexto de desigualdade e pobreza, j bastante difundida, tanto nodesenvolvimento e as naes desenvolvidas. Algo deve ser feito.

    Este sistema construtivo incide sobre a habitao como um direito humanobsico, e sobre a emancipao econmica de pessoas, participando na criao desuas prprias casas e comunidades, ao mesmo tempo atender s necessidadesglobais de hoje: preservar os recursos naturais e energia, travar adesflorestamento, diminuir a poluio e aquecimento global, promovendo asade, a cura ;comunidades e culturas quebradas pela globalizao, abrigando osrefugiados e desabrigados.

    Cal-Earth casas e infra-estruturas so construdas pela mo de obra noqualificada, utilizando material disponvel como o barro no local, oabastecimento local de sacos de areia e arame farpado, e, geralmente, um

    estabilizador de produo local (cal, cimento ou asfalto) tudo somado com aflexibilidade de planta e acabamentos permitindo a integrao dos povos, asformas tradicionais, padres e cores.

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    Oque o Superadobe?

    Superadobe (saco de areia e arame farpado) uma tecnologia que vm doAdobe, um gerador de linha imediata e flexvel integrando a arquiteturatradicional com terra . Longo ou curto sacos de areia so preenchidos com terrano local e dispostas em camadas ou bobinas longas (compresso) com fios dearame farpado colocado entre eles agem como argamassa e reforo (tenso).Estabilizantes como cimento, cal ou emulses asflticas podem ser adicionadas.

    Este conceito foi originalmente apresentado pelo arquiteto Nader Khalili aNASA para a construo de habitats sobre a Lua e Marte, como "velcro-adobe".Ela vem de anos de meditao, trabalhando com a investigao edesenvolvimento, procurando respostas simples para a construo com terra. Umsistema construtivo que no quer ser vinculado a qualquer construo e visaapenas uma resposta sobre abrigos humanos,a simplificao dos processos emeios.

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    Cal-Earth acredita que toda a famlia deve ser capaz de construir juntos, homens emulheres, da av para o filho mais novo. No deve haver nenhum trabalho pesado oudores nas costas, nenhum equipamento caro, e uma construo flexvel e rpida. Ossacos so preenchidos dando forma as paredes,estruturas formam as janelas e portas e

    seu revestimento pode ser feito com a utilizao de vrios materiais naturais isolantescomo a argila, o esterco e ate mesmo a terra-crua.

    Os princpios estruturais da forma intemporal de arcos, cpulas, abbadas, e absides soconstrudas com os materiais da terra, sacos de areia e arame farpado, usando aengenharia de simples e dupla curvatura estruturais de casca de compresso, para atingiro mximo em fora, de auto-ajuda e esttica. Em Superadobe, a arquitetura antiga terrado Oriente Mdio com tijolos secos ao sol a lama fundida com a sua cultura nmada

    portteis de telas e elementos de trao, no apenas atravs da concepo e do padro,mas pela prpria estrutura. Estruturais design utiliza conceitos de engenharia moderna,como isolamento da base e ps-tensionamento. A inovao de arame farpado acrescentao elemento de tenso com as estruturas tradicionais de barro, criando resistnciassmica, apesar da fora da terra de baixo cisalhamento. As formas aerodinmicasresistir a furaces. A inovao de sacos de areia adiciona resistncia inundao, e fcilconstruo, enquanto a terra em si proporciona isolamento e impermeabilizao dofogo.

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    Materiais de pesquisa sobre os sacos tem mostrado que a maioria das bolsas existentes,tanto materiais naturais e sintticos podem ser usados. sacos de juta natural tecido notenham sido utilizados pelo arquiteto por causa de conservantes qumicos txicos comoo formaldedo, em vez disso, um sinttico, baixa UV (ultravioleta) material degradvelresistentes tem sido a preferida. Os sacos ou tubos longos so utilizados principalmentecomo temporrio formas flexveis. Em uma construo temporria, os sacos soautorizados a degradar e retorna o edifcio para a terra. Para estruturas permanentes, os

    sacos sintticos so rebocados por fornecer uma camada de resistncia a eroso, ou elespodem ser removidos quando o enchimento de barro estabilizados est curado. O aramefarpado de quatro pontos, dois costa, arame farpado galvanizado e reciclvel. Osmateriais de barro de argila e areia, com palha e gua que foram usados para fazertradicional secas ao sol, tijolos de barro por milnios nem sempre esto disponveis,nem aqueles que mais precisam de um lar tm tempo para fazer blocos, sec-las earmazen-los. Ao preencher sacos diretamente da terra e de reforo com arame farpado,quase qualquer terra pode ser usada ea velocidade de construo muito mais rpido,

    porm, ainda nas mos das pessoas.

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    Normas de Segurana e Conforto. Cal-estruturas da Terra saco de areia, reforada comarame farpado, que passou com sucesso os testes para a alta da Califrnia cdigos deconstruo ssmica, tornando-os resistentes a terremotos, bem como incndios,inundaes e furaces. A sua concepo e criao de massa trmica vida confortvelespao com base no tempo-testado arquitetura sustentvel, de ambientes hostis, como ado Ir nativa do arquiteto.

    "Superadobe um adobe que esticada da histria para o novo sculo. como umcordo umbilical que liga o tradicional com o mundo adobe futuro ". Nader Khalili-

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    Abrigos de emergncia em um acampamento da ONU para os

    Refugiados

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    James WinesGreen Architecture

    Paredes de tijolos naturais, pergolas, ciprestes italianos, zimbros, arborvitae,trepadeiras e flores perenes sobre uma colina suave conjunto contra o cu azul ...Soa como uma vila do sul da Itlia e da paisagem rural da Toscana. Arquiteturaintegrada ao meio ambiente com a utilizao de materiais locais e design

    futurista fomam o estilo desta refencia.

    Renzo Piano: Jean Marie TjibaouCultural Center , Nouma , Nova Calednia 1992-98.

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    O TERRENO

    Localizado no Parque Nacional da Serra dos rgos (PNSO), distrito deTerespolisRJ, o projeto se estrutura apartir de um posicionamento alternativo emrelao ao projetos convencionais pois visa-se uma certa distncia em relao aos

    pontos urbanos de movimentao humana; o local foi escolhido devido a culturaexistente de plantaes e qualidade de solo, somando a histria e experincia dos que alivivem.

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    O acesso do terreno localizado na Granja Guarani feito pela estrada Arakem aOeste de TerespolisRJ. Cercado por montanhas o vento predominante oleste e o sol nascente tambm o mais incidente no local. Sua caracterstica emcurvas de nvel faz com que a tcnica de wales (canais de irrigao) seja muito

    bem aproveitada na cultura local. As curvas variam entre 1100mts e 1500.

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    BIBLIOGRAFIA

    WWW.ecocentro.org

    WWW.calearth.org

    www.ipemabrasil.org.br

    www.goura.com.br

    www.sabercuidar.org

    Green ArchitectureJames Wines2000 Editora Taschen.

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