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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
SUSTENTÁVEL
PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E HEMATOLÓGICOS EM OVINOS ALIMENTADOS COM POLPA CÍTRICA ÚMIDA OU
DESIDRATADA
Ellen Carolina Pereira Nordi
Nova Odessa
Fevereiro - 2013
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E HEMATOLÓGICOS EM OVINOS ALIMENTADOS COM POLPA CÍTRICA ÚMIDA OU
DESIDRATADA
Ellen Carolina Pereira Nordi Mauro Sartori Bueno
Ana Carolina de Souza Chagas
Nova Odessa Fevereiro – 2013
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação do Instituto de Zootecnia,
APTA/SAA, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Produção
Animal Sustentável.
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Ficha catalográfica elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
N828a Nordi, Ellen Carolina Pereira Parâmetros parasitológicos e hematológicos em ovinos alimentados com polpa cítrica úmida ou desidratada. / Ellen Carolina Pereira Nordi. Nova Odessa – SP, 2012. 63p.: il.
Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia.
APTA/SAA. Orientador: Dr. Mauro Sartori Bueno Co-orientador: Dra. Ana Carolina de Souza Chagas
1. Parasitológicos. 2. Hematológicos. 3. Ovinos 4. Alimentos. 5. Nematoides. I. Bueno, Mauro Sartori. II. Chagas, Ana Carolina de Souza. III. Titulo.
CDD 636.31
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E HEMATOLÓGICOS EM
OVINOS ALIMENTADOS COM POLPA CÍTRICA ÚMIDA OU DESIDRATADA
ELLEN CAROLINA PEREIRA NORDI
Orientador: Mauro Sartori Bueno
Co-orientadora: Ana Carolina de Souza Chagas
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em
Produção Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Mauro Sartori Bueno
Instituto de Zootecnia
Prof. Dr. Helder Louvandini CENA/USP
Prof. Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa
Instituto de Zootecnia
Data da realização: 01 de fevereiro de 2013
Presidente da Comissão Examinadora Prof. Dr. Mauro Sartori Bueno
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Dedicatória
Dedico este trabalho à minha amada família, em especial à minha tia
Maria Lúcia Pereira (in memoriam) por sempre confiar em mim, por todas as
palavras de carinho, por me fortalecer nos momentos difíceis.
Dedico também a todos os amigos que de alguma forma contribuíram
para que este trabalho fosse possível.
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Agradecimentos
À orientação do Prof. Dr. Mauro Sartori Bueno, principalmente pelos
ensinamentos concedidos durante a realização deste trabalho.
À minha coorientadora Dra. Ana Carolina de Souza Chagas pela paciência,
apoio e valiosas sugestões dadas.
Ao Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa pelos seus conhecimentos repassados
durante o desenvolvimento do trabalho, por toda a colaboração, paciência e
principalmente pela grande amizade formada.
Ao Dr. Humberto Bizzo pela ajuda nas análises da polpa cítrica úmida e à Dra.
Luciana Katiki por toda a ajuda com os testes in vitro e sugestões.
Às minhas queridas amigas Marina Mortati, Caroline Marçal, Guadalupe
Espicaski, Thayná Barcelos, Ana Carolina, Luara e Patricia pela amizade,
companheirismo, por todas as risadas e ótimos momentos. Muito obrigada por
estarem comigo sempre, por me apoiarem nos momentos de dificuldade, enfim,
por fazerem parte da minha vida.
Aos meus amados pais Sérgio e Ana, e à minha irmã Vanessa por acreditarem
em mim, pelo amor incondicional e por sempre me apoiarem independente das
minhas decisões.
Ao meu namorado Tico, pela paciência, carinho e apoio.
Aos meus sogros e cunhados por todo o incentivo e força nos momentos
difíceis.
Às minhas queridas avós Alzira e Luiza e ao meu avô Ercílio que mesmo não
estando mais presentes foram minha grande inspiração para seguir em frente.
Ao Instituto de Zootecnia de Nova Odessa e aos docentes pela formação e
conhecimentos adquiridos.
Aos funcionários do setor de ovinos do Instituto de Zootecnia: João, Geraldo,
Seu Paraíba, Paulo, Makina, Regina, Maria, Leninha e Vivi, por toda ajuda.
Ao Grupo Hildebrand pelo fornecimento da polpa cítrica úmida de laranja.
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E por fim, agradeço à CAPES pela bolsa de estudos e à FAPESP pelo
financiamento deste trabalho.
Muito obrigada!
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ix
Sumário
Lista de Tabelas ................................................................................................. xi
Lista de Figuras ................................................................................................. xii
Parâmetros parasitológicos e hematológicos em ovinos alimentados com polpa
cítrica úmida ou desidratada ............................................................................ xiii
Resumo ......................................................................................................... xiii
Parasitological and hematological parameters in sheep fed wet or dried citrus
pulp .................................................................................................................. xiv
Abstract ......................................................................................................... xiv
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................... 1
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 3
2.1 Haemonchus contortus ............................................................................. 3
2.2 Haemoncose ovina ................................................................................... 4
2.3 Resistência ............................................................................................... 5
2.4 Fitoterapia ................................................................................................. 7
2.5 Polpas Cítricas e sua utilização como fitoterápico .................................... 9
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 13
CAPÍTULO 2 – Influência da suplementação de polpa cítrica úmida e
desidratada em ovinos infectados naturalmente com nematoides
gastrintestinais ............................................................................................... 23
Resumo ......................................................................................................... 23
Influence of supplementation of wet or dried citrus pulp for sheep naturally
infected with gastrointestinal nematodes .......................................................... 24
Abstract ......................................................................................................... 24
1.INTRODUÇÃO .............................................................................................. 25
2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 27
2.1 Teste in vivo ............................................................................................ 27
2.2 Teste in vitro com ovos recuperados dos animais tratados (Teste da
Eclodibilidade dos Ovos – TEO) ................................................................... 30
2.3 Análise da composição da silagem de polpa cítrica úmida ..................... 31
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x
3. ANÁLISE ESTATÍSTICA .............................................................................. 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 33
5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 40
Capítulo 3 – Suplementação de polpa cítrica úmida e desidratada em
ovinos infectados artificialmente com Haemonchus contortus ................ 45
Resumo ......................................................................................................... 45
Supplementation of wet or dried citrus pulp for sheep artificially infected with
Haemonchus contortus .................................................................................... 46
Abstract ......................................................................................................... 46
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 47
2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 49
2.1 Local de execução e animais .................................................................. 49
2.2 Tratamentos ............................................................................................ 50
2.3 Mensurações .......................................................................................... 51
2.3.1 Pesagens e avaliações da condição corporal ............................................. 51
2.3.2 Análises parasitológicas .............................................................................. 51
2.3.3.Análises hematológicas .............................................................................. 51
2.4 Análise da composição química da silagem de polpa cítrica úmida ....... 52
2.5 Análise estatística ................................................................................... 52
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 54
4. CONCLUSÃO ............................................................................................... 59
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 60
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xi
Lista de Tabelas
Tabela 1. Composição dos concentrados dos tratamentos CC, CD e CU,
respectivamente. .............................................................................................. 28
Tabela 2. Composição bromatológica da pastagem de cada tratamento. ........ 29
Tabela 3. Composição bromatológica da silagem de milho (SM), polpa cítrica
desidratada (PCD), silagem de polpa cítrica úmida (SPCU) e concentrados dos
tratamentos (CC, CD e CU), com base na matéria seca, fornecidos às borregas
Santa Inês. ....................................................................................................... 33
Tabela 4. Desempenho animal de borregas Santa Inês naturalmente infectadas
por nematoides gastrintestinais que receberam diferentes dietas durante 84
dias. .................................................................................................................. 34
Tabela 5. Médias e desvio padrão dos parasitas dos tratamentos CC, CD e CU.
......................................................................................................................... 37
Tabela 6. Composição dos concentrados e análise bromatológica da silagem
de milho (SM), polpa cítrica desidratada (PCD), silagem de polpa cítrica úmida
(SPCU), concentrados dos tratamentos (CC, CD e CU), com base na matéria
seca. ................................................................................................................. 50
Tabela 7. Desempenho animal das borregas Santa Inês que receberam
diferentes dietas durante 70 dias. .................................................................... 54
Tabela 8. Coeficientes de correlação entre as variáveis de peso, condição
corporal (CC), volume globular (VG), proteína plasmática total (PPT),
hemoglobina (Hb) e OPG (dados transformados - LOPG) de borregas Santa
Inês, independente do tratamento (geral). ....................................................... 57
-
xii
Lista de Figuras
Figura 1. Disponibilidade de matéria seca (MS) nos piquetes de cada
tratamento. ....................................................................................................... 29
Figura 2. Representação gráfica das médias de ovos por grama de fezes
(OPG) e de volume globular (VG), de borregas Santa Inês, naturalmente
infectadas por nematoides gastrintestinais. ..................................................... 36
Figura 3. Representação gráfica da distribuição geral das contagens de ovos
de Trichostrongylideos, Strongyloides spp, Moniezia spp e oocistos de Eimeria
spp de acordo com os dias das coletas. .......................................................... 37
Figura 4. Médias de ovos por grama de fezes (OPG - linhas) de Haemonchus
contortus e volume globular (VG - barras) dos animais Santa Inês submetidos
às diferentes dietas, a cada 14 dias (6 coletas). .............................................. 56
Figura 5. Porcentagem de eclodibilidade de ovos de Haemonchus contortus
coletados dos animais dos grupos CC (controle), CD (concentrado com polpa
cítrica desidratada) e CU (silagem de polpa cítrica úmida + concentrado). ..... 58
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xiii
Parâmetros parasitológicos e hematológicos em ovinos alimentados com
polpa cítrica úmida ou desidratada
Resumo O parasitismo por nematoides gastrintestinais é um dos principais problemas encontrados na ovinocultura. O surgimento de populações de parasitas resistentes às drogas e os efeitos adversos destes medicamentos no ambiente e nos produtos de origem animais têm incentivado a busca por meios alternativos no controle das parasitoses. Com o objetivo de avaliar a ação anti-helmíntica e hematológica da suplementação de borregas com polpa cítrica desidrata ou com silagem de polpa cítrica úmida, foram realizados dois experimentos. No primeiro experimento, 45 borregas naturalmente infectadas por nematoides gastrintestinais foram separadas em 3 tratamentos (CC – controle (milho grão); CD –polpa cítrica desidratada; CU –silagem de polpa cítrica úmida). A cada 14 dias, realizou-se pesagens, avaliações da condição corporal, colheita de fezes e sangue. A suplementação com polpa cítrica ou silagem de polpa cítrica úmida não influenciou os parâmetros parasitológicos e hematológicos. No segundo experimento, foram utilizadas 24 borregas alocadas em baias individuais e infectadas artificialmente com 3.500 L3 de H. contortus, separadas em 3 tratamentos da mesma forma que o experimento anterior. Também foram realizadas pesagens, avaliações da condição corporal, colheitas de fezes e sangue a cada 14 dias. A suplementação não influenciou os parâmetros sanguíneos e também não teve efeito sobre os resultados de OPG. Entretanto no teste in vitro, o tratamento CD apresentou os menores valores de eclodibilidade de ovos, mostrando uma tendência a causar inibição da eclodibilidade dos ovos e, provavelmente, menor contaminação da pastagem por larvas de H. contortus.
Palavras-chave: Haemonchus contortus, nematoides gastrintestinais, terpenos
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xiv
Parasitological and hematological parameters in sheep fed wet or dried
citrus pulp
Abstract Gastrointestinal nematode parasitism is one of the main problems found in sheep production. Appearance of drug resistant parasite populations and adverse effects of these drugs on the environment and animal products have encouraged the search for alternative to control parasitism. Aiming to evaluate the anti nematode action and hematologic parameters on ewe lambs supplemented with citrus pulp silage or dried citrus pulp, two experiments were conducted. In the first experiment, 45 naturally infected ewe lambs were separated into 3 treatments (CC - control; CD - with dried citrus pulp; CU - citrus pulp silage). Every 14 days, animals were weighted and evaluated for body condition and collection of feces and blood were performed. Supplementation with dried citrus pulp and citrus pulp silage did not influence the parasitological and hematological parameters. In the second experiment, 24 ewe lambs kept in individual pens were artificially infected with 3500 L3 of H. contortus, separated into 3 treatments as the same way as the previous experiment. Supplementation did not influence blood parameters and also had no effect on the results of OPG. However in vitro test, the CD treatment had the lowest values of egg hatchability, showing a tendency to cause inhibition of egg hatching and, probably, reduction of pasture contamination by of H. contortus larvae
Keywords: Haemonchus contortus, gastrointestinal nematodes, terpenes
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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. INTRODUÇÃO
A ovinocultura se destaca desde os tempos primórdios, uma vez que
fornecia ao homem alimento pelo consumo da carne e do leite, e proteção pelo
uso da lã. Devido à capacidade dos ovinos de adaptação a diferentes climas,
vegetações e relevos, é uma atividade encontrada em quase todos os
continentes (VIANA, 2008).
De acordo com a FAO (2007) a produção mundial de carne ovina é de
aproximadamente 13,9 milhões de toneladas e esta se destina tanto à
exploração econômica quanto à subsistência das famílias de zonas rurais
(VIANA, 2008). Os principais produtores são países que possuem sistemas de
produção e comercialização especializados como os países do Mercado
Comum Europeu, Nova Zelândia e Austrália (MAPA, 2010).
O Brasil contribui com menos de 1,0% da produção mundial de carne
ovina, com abate anual de 309.172 cabeças (MAPA, 2010), mas essa
produção vem crescendo gradativamente.
Entretanto, existem alguns problemas que podem dificultar a prática da
ovinocultura. O parasitismo por nematoides gastrintestinais está presente em
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2
rebanhos ovinos comerciais das mais diversas regiões geográficas e de
diferentes níveis de desenvolvimento. Ocorre, normalmente, porque as práticas
de manejo e tecnologias utilizadas nem sempre são adequadas (ASSIS et al.,
2003).
Os parasitas de ovinos que mais se destacam são Haemonchus
contortus, Trichostrongylus colubriformis, Cooperia spp, Oesophagostomum
spp. e Strongyloides papillosus (AMARANTE, 2004a).
Normalmente o controle dos parasitas é realizado com a utilização de
anti-helmínticos, entretanto, esta prática favorece o surgimento de populações
de parasitas com resistência às drogas (VERÍSSIMO et al., 2012). Além disso,
os anti-helmínticos têm sido cada vez mais questionados porque deixam níveis
consideráveis de resíduos na carne, no leite e no meio ambiente (VIEIRA,
2008).
O consumidor prioriza, cada vez mais, a saúde, o meio ambiente e o
bem estar animal, dessa forma algumas práticas surgem como alternativas na
busca da manutenção da eficácia das drogas antiparasitárias, assim como a
sustentabilidade da produção agropecuária (MOLENTO et al., 2004). A
utilização de coprodutos agroindustriais na alimentação animal pode ser uma
alternativa, pois além de reduzir os custos de produção animal e evitar danos
ao meio ambiente (ARAGÃO, 2010), alguns coprodutos possuem compostos
que podem apresentar atividade anti-helmíntica.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a ação anti-helmíntica e
hematológica da polpa cítrica que é um coproduto da indústria de sucos,
composto por óleos essenciais com grande quantidade de terpenos,
principalmente o limoneno que vêm apresentando atividade nematicida
(KLAVONS et al., 1994; TSAI, 2008; SQUIRES et al., 2010).
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Haemonchus contortus
H. contortus encontra-se em primeiro lugar na ordem de prevalência e
de patogenicidade, em todo o território nacional (AMARANTE, 2004a). É um
nematoide pertencente à família Trichostrongylidae que parasita o abomaso de
bovinos, ovinos, caprinos e vários ruminantes silvestres (GENNARI, 1989).
Tem hábito hematófago e é facilmente identificado durante necropsia, devido à
sua localização e morfologia. Com relação ao tamanho, as fêmeas medem de
18 a 30 mm e os machos de 10 a 20 mm (UENO; GONÇALVES, 1994).
Este parasita tem ciclo direto, sendo que os ovos são eliminados nas
fezes. Se a umidade e a temperatura forem favoráveis, a larva de primeiro
estádio L1 absorve água do ambiente, dilata-se e rompe as camadas do ovo,
iniciando a fase pré-parasitária de vida livre, caracterizada por três estádios
larvais, processo que dura em torno de cinco dias (URQUHART et al., 1998;
BOWMAN et al., 2003).
De acordo com Onyah e Arslan (2005), a temperatura ótima para a
sobrevivência das larvas é de 18 a 26ºC. As larvas não sobrevivem em
condições secas; já em baixas temperaturas sobrevivem por longos períodos
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4
devido ao seu baixo metabolismo e reservas energéticas (AROSEMENA et al.,
1999). Além disso, aspectos como área de pastejo, tipo de vegetação,
cobertura do solo e os inimigos naturais dos estádios larvais, tais como fungos,
bactérias e coleópteros, também contribuem para a dinâmica dessas
populações (VIEIRA et al., 2002).
Os dois primeiros estádios larvais, L1 e L2, usualmente, nutrem-se de
bactérias do ambiente; a L3 aproveita os nutrientes acumulados adquiridos em
estádios anteriores, porque uma cutícula proveniente de seu segundo estágio,
que a protege contra alterações ambientais, permanece e impede sua
alimentação (VLASSOF et al., 2001; BOWMAN et al., 2003).
A infecção dos ovinos ocorre quando os mesmos ingerirem forragens
contaminadas com L3. Estas por sua vez, ao atingirem o abomaso, sofrem
duas mudas e depois disso, diferenciam-se em machos ou fêmeas adultos. De
duas a três semanas após a ingestão da L3 os helmintos desenvolvem-se
completamente e, após esse período, inicia-se a eliminação de ovos nas fezes
do hospedeiro (VLASSOF et al., 2001; BOWMAN et al., 2003).
2.2 Haemoncose ovina
De acordo com Urquhart et al., 1998, existem três tipos possíveis de
quadros clínicos de haemoncose:
Haemoncose hiperaguda: é pouco comum, resulta da ingestão de um grande
número de L3. Provoca anemia e morte súbita, devido a uma intensa perda de
sangue. Ocorre uma gastrite hemorrágica intensa e elevado número de
parasitas adultos no abomaso.
Haemoncose aguda: Ocorre anemia, hipoproteinemia e edema. Se a anemia
não for tratada, pode levar a morte.
Haemoncose crônica: muito comum e de importância econômica. Resulta de
infecções moderadas associadas à má-nutrição e que se prolongam por um
longo período de tempo. A morbidade é elevada, mas a mortalidade é baixa.
De modo geral, a haemoncose é caracterizada por causar anemia e
hipoproteinemia devido à perda de sangue, diarreia e inapetência
(AMARANTE, 2005). Isto leva ao aparecimento de mucosas pálidas, edema
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submandibular e baixo valor de hematócrito (LOURENÇO, 2006; MINHO,
2006).
Cada verme pode sugar do hospedeiro, em média, 0,05 mL de sangue
por dia, valor que torna-se representativo quando encontram-se 2 mil vermes
em um ovino que contém 1,5 a 2 litros de sangue. Isto equivale a uma perda
em 100 mL de sangue por dia, através do abomaso (ALLONBY; DARGIE,
1973). De acordo com Freitas (1982), se um ovino perder cerca de 140 mL de
sangue por dia, isto equivale a uma perda de 6% a 25% dos eritrócitos e queda
de 60% para 10% no teor de hemoglobina.
Beriajaya (2006) afirma que o efeito patogênico de H. contortus resulta
da incapacidade do hospedeiro de compensar a perda de sangue. Se a perda
de sangue exceder a capacidade hematopoiética do hospedeiro, a anemia
progressiva leva o animal rapidamente à morte. Ruas e Berne (2007),
acrescentam que a perda contínua de sangue leva a um esgotamento das
reservas de ferro e proteínas séricas.
As mortalidades atribuídas ao parasitismo na fase aguda podem
ultrapassar a 50% em rebanhos de animais jovens (BARGER; SOUTHCOTT,
1978). Quando há ausência de morte, o parasitismo é chamado de “doença da
produção” uma vez que afeta a capacidade do animal para aumentar ou manter
a sua produção (isto é, redução da conversão alimentar, reduzido ganho
ponderal, déficit na produção de carne, lã e leite (VLASSOF et al., 2001;
MILLER; HOROHOV, 2006), ocasionando prejuízos econômicos (BAKER,
1996)
2.3 Resistência
Na fase de vida parasitária, o desenvolvimento dos nematoides está
relacionado à genética, nutrição e estados fisiológicos dos animais, manejo do
rebanho, taxa de lotação, regime de criação e aspectos relativos ao bem-estar
animal (VIEIRA et al, 2002).
O controle dos parasitas normalmente é realizado através do uso de
quimioterápicos, entretanto, existem algumas práticas que contribuem para
diminuição da infecção gastrintestinal. São elas: consorciação entre espécies
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(AMARANTE, 2004b), suplementação alimentar, pois animais bem nutridos tem
melhor resposta imunológica ao parasita (COOP; KYRIAZAKIS, 2001), uso
adequado do anti-helmíntico e uso do método FAMACHA©, que consiste em
avaliar indiretamente o grau de anemia através da coloração da mucosa ocular
de cada um dos animais do rebanho e comparar com a coloração apresentada
em um cartão que tem o mesmo nome do método (VAN WYK et al., 1997).
Chagas (2005), afirma que além do método FAMACHA©, a realização do OPG
também é importante.
Tais práticas surgem como alternativas na busca da manutenção da
eficácia das drogas antiparasitárias, mas os anti-helmínticos convencionais têm
sido utilizados, muitas vezes, de forma indiscriminada, acelerando o
desenvolvimento da resistência (VERÍSSIMO et al., 2012). Resistência é a
sobrevivência dos parasitas mesmo que o anti-helmíntico seja aplicado
corretamente (CHAGAS et al., 2007; LEAL, 2011).
Os parasitas resistentes têm, em sua genética, a capacidade de
processarem ou eliminarem os efeitos tóxicos provenientes do medicamento.
Cada vez que se utiliza o anti-helmíntico, os parasitas sensíveis são eliminados
e sobrevivem os resistentes. Com o tempo, a maior parte da população de
parasitas é descendente dos resistentes e assim, mais resistência haverá
(SOTOMAIOR, 2009).
O primeiro relato de resistência a anti-helmínticos (RA) em ovinos, no
Brasil, foi no Rio Grande do Sul (DOS SANTOS; GONÇALVES, 1967). No
nordeste brasileiro, suspeitou-se de RA em nematódeos de caprinos no Ceará
(VIEIRA et al., 1989). Estudos posteriores indicaram RA em Pernambuco e
Bahia (BARRETO; SILVA, 1999).
Dessa forma, a resistência anti-helmíntica torna-se um entrave no
controle de verminose em ovinos e, consequentemente, interfere diretamente
na produção animal ocasionando prejuízo econômico, devido ao alto gasto com
medicamentos ineficazes, além da perda em peso e mortalidade dos animais.
Os antiparasitários podem deixar níveis consideráveis de resíduos nos
produtos de origem animal, que em algumas situações, poderão contaminar o
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ambiente e entrar na cadeia alimentar humana, ocasionando problemas de
saúde (HERD,1996; PADILHA et al., 2000; MELO et al., 2003).
Sendo assim, é necessário pesquisar meios alternativos na prevenção
das parasitoses de forma a propiciar um desenvolvimento mais lento da
resistência aos quimioterápicos. Dessa forma, é interessante e oportuna a
pesquisa de fitoterápicos que possam atingir somente as espécies alvo, serem
biodegradáveis, não causarem poluição ambiental e diminuírem o problema
dos resíduos (CHAGAS et al., 2004).
De acordo com Costa et al. (2008), a utilização de fitoterápicos pode
representar uma alternativa para o controle das parasitoses gastrintestinais,
pois além de minimizar alguns desses problemas, apresenta a vantagem de ser
sustentável e ambientalmente aceita.
2.4 Fitoterapia
A fitoterapia é uma modalidade terapêutica que emprega plantas
medicinais na prevenção ou no tratamento das doenças (CUNHA, 2005). De
acordo com Oliveira e Akissue (2000), considera-se como fitoterápico todo
medicamento que for obtido e elaborado empregando-se exclusivamente
matérias-primas vegetais ativas, com finalidade curativa ou profilática com
benefício para o usuário.
Devido ao impacto ambiental e os resíduos de produtos veterinários nos
alimentos de origem animal, a fitoterapia no controle de parasitas torna-se
atraente uma vez que possibilita a redução de custos, o tempo de carência
para comercialização e da valorização dos produtos (CHAGAS et al., 2004).
Entretanto, todo medicamento com propriedades fitoterápicas precisa
ser validado. No caso de plantas com propriedades anti-helmínticas,
normalmente, os testes iniciais para indicar a atividade antiparasitária de
compostos oriundos de plantas são os testes in vitro, como os testes de
eclosão de ovos (COLES et al., 1992), inibição do desenvolvimento larvar
(HUBERT; KERBOUEF, 1992), inibição da alimentação larvar (RABEL et al.,
1994) e motilidade de adultos (HOUNZANGBE-ADOTE et al., 2005).
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O óleo essencial de Eucalyptus globulus foi avaliado in vitro quanto ao
seu potencial inibitório na eclosão e desenvolvimento de larvas de H. contortus
(MACEDO et al., 2009). Na concentração de 21,75 mg.mL–1 a eficácia máxima
obtida pelo óleo essencial sobre ovos foi de 99,3% e, sobre larvas, 98,7% na
concentração de 43,5 mg.mL–1. Nas concentrações 8,3 e 6,92 mg.mL–1, o óleo
inviabilizou 50% dos ovos e das larvas do parasita, respectivamente,
mostrando bom potencial para utilização no controle de nematoides
gastrintestinais de ovinos e caprinos.
Silveira (2009) avaliou o resíduo líquido de sisal, Agave sisalana, em
testes de eclosão de ovos e desenvolvimento larvar de nematoides
gastrintestinais de ovinos. Houve inibição de 50% da eclosão dos ovos na
concentração de 6,78 mg/mL e 95% na concentração de 23,06 mg/mL.
Após a verificação da atividade in vitro, normalmente o próximo passo
para a validação do fitoterápico é a execução de testes in vivo. Chagas e Vieira
(2007) estudaram a ação de folhas secas e extratos aquosos do Neem
(Azadirachta indica) em nematoides de caprinos. No teste in vitro, extratos
aquosos de folhas verdes e secas de Neem apresentaram ação ovicida e
larvicida. Entretanto, no teste in vivo, onde cada animal recebeu 30 g de folhas
secas de Neem por dia, o OPG não apresentou redução.
Nogueira et al. (2009) avaliaram o efeito da administração de folhas de
bananeira no peso corporal e no controle de nematoides em cordeiros.
Observou-se que o grupo que não recebia folhas de bananeira apresentou
significativa perda de peso em relação aos grupos que recebiam folhas de
bananeira uma e duas vezes por semana. Porém, o OPG não apresentou
diferença significativa.
Cala (2010) avaliou a ação in vivo de Artemisia Annua L. sobre
nematoides gastrintestinais de ovinos. Os animais receberam dose única de 2
g/Kg PV de extrato de bicarbonato de sódio a 1% e ou grupo recebeu dose
única de 100 mg/kg PV de artemisinina (bioativo purificado). Observou-se
queda na média de OPG de 31,97% e de 41,37%, respectivamente,
demonstrando atividade anti-helmíntica.
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Sunada et al. (2011) avaliaram o alho desidratado, Allium sativum, em
comparação ao levamisol e à ivermectina. Observou-se que grupos que
receberam alho apresentaram redução média de OPG de 24,4; 36,1 e 65,2%
aos 10, 20 e 30 dias e os que não receberam, apresentaram: 13,7; 41,1 e
65,8%, respectivamente, ou seja, com o decorrer do período experimental, o
tratamento com alho apresentou redução semelhante ao dos princípios
comerciais para quais já existe resistência parasitária estabelecida.
2.5 Polpas Cítricas e sua utilização como fitoterápico
Durante a estação seca, existe a necessidade de fornecer silagem aos
ruminantes como fonte de fibra, por causa da baixa qualidade das pastagens e
menor oferta de massa de forragem. Normalmente, utiliza-se silagem de milho
ou sorgo (RUIZ; MUNARI, 1992). Porém, a utilização de coprodutos
agroindustriais na alimentação animal pode ser interessante, pois além da
redução dos custos de produção, reduz a contaminação ambiental (DUTRA et.
al., 1997).
O Brasil é responsável por quase 90% das laranjas produzidas na
América do Sul, o que corresponde a 34% da produção mundial desta fruta, em
torno de 19,8 toneladas (IBGE, 2010). Após a extração do suco, a polpa úmida,
composta de casca, pedaços de membranas e bagaço, vesículas de suco e
sementes, contabiliza de 44 - 50% do peso total da fruta (WIDMER et al.,
2010). Como a polpa tem, aproximadamente, 82% de umidade, ela necessita
de destino adequado, pois resíduos industriais não podem ser acumulados
indefinidamente no local em que foram produzidos (PELIZER et al., 2007).
Além disso, a época de produção de citros e, consequentemente, da
polpa cítrica, tem início em maio e término em janeiro, abrangendo justamente
a entressafra de grãos como o milho e o período de escassez de forragem.
Dessa forma, quando o milho atinge a cotação máxima e os pastos um nível
mínimo de utilização, a polpa cítrica representa forma de suplementação
energética viável (RODRIGUES et al., 2008).
A polpa cítrica é considerada um alimento concentrado energético
(HUBER,1981). Seu valor para a alimentação de ruminantes é alto, semelhante
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aos grãos, com 83 a 88% de NDT, 7,0% de PB, 23% de FDN, 22% de FDA, 3%
de lignina e 84% de digestibilidade aparente da matéria seca (ASHBELL, 1992;
VAN SOEST, 1994).
Normalmente a polpa cítrica é utilizada na forma peletizada, entretanto,
armazená-la na forma de silagem possibilitaria economizar em custos com
secagem. Weinberg (1992) citou que o bagaço de laranja poderia ser
conservado na forma de silagem. Peres (1997) afirma que a maior
digestibilidade de algumas frações da fibra do bagaço de laranja é atribuída,
especialmente, ao seu alto teor de carboidratos solúveis e pectina, os quais
são os responsáveis pela melhora na digestibilidade das silagens.
Ítavo et al. (2000) em estudo sobre composição e digestibilidade da
silagem de bagaço da laranja, afirmam que esta mostra-se como uma
alternativa para a alimentação de ruminantes, por apresentar boa conservação,
bom valor nutritivo e, também, bom consumo pelos animais.
Branco et al. (1994) verificaram que ovinos alimentados com uma ração
contendo 40% de bagaço de laranja in natura apresentaram maior consumo de
NDT, com melhoria na digestibilidade da matéria seca.
A polpa cítrica desidratada também pode ter grande destaque. É obtida
após duas prensagens que restringem a umidade a 65 – 75%; sendo depois
submetida à secagem, da qual resulta até 90% de matéria seca, para então,
ser peletizada e comercializada (TEIXEIRA, 2001ab). É um subproduto da
indústria citrícola caracterizado por alto valor energético (13% inferior ao do
milho, segundo NRC, 1996), com peculiaridades de fermentação que a
colocam como produto intermediário entre volumoso e concentrado (FEGEROS
et al., 1995).
É rica em açúcares (25% na MS), disponibiliza energia rapidamente aos
microrganismos ruminais, teor de amido reduzido, teor médio de fibra em
detergente neutro (FDN) altamente digestível, e possui em sua composição,
principalmente pectina (NOCEK; TAMMINGA, 1991).
De acordo com Bueno et al. (2000) em dietas para caprinos, a polpa
cítrica desidratada em substituição ao milho, apresentou efeito significativo
sobre a digestibilidade dos nutrientes.
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Peixoto (2011) estudando a substituição de milho por polpa cítrica
peletizada nos níveis 0; 25; 50; 75 e 100% em dietas para ovinos, verificou que
a substituição pode ser realizada até 100% sem que ocorram alterações nos
padrões nutricionais. O que corrobora com Bueno et al. (2004), que afirmaram
que em sistemas intensivos de produção, a polpa cítrica desidratada pode
substituir integralmente o milho na dieta de borregos.
Além do alto valor nutricional, a polpa cítrica úmida possui óleos
essenciais, que em geral, são componentes que chamam atenção devido à sua
complexidade química e, por possuírem valor terapêutico (CORAZZA, 2002).
Os óleos essenciais da laranja são constituídos de uma mistura natural
de diversos aldeídos, entre eles o citronelal, o citral e outros, sendo que o
componente químico que predomina é o limoneno (KLAVONS et al., 1994). O
limoneno é o componente mais expressivo presente na casca de frutos cítricos.
Representa até 95 % do óleo total extraído na laranja e é considerado uma das
mais puras fontes de monoterpenos (ABECITRUS, 2008).
Os monoterpenos são metabólitos secundários que podem causar
interferência tóxica nas funções bioquímicas e fisiológicas dos parasitas,
apresentando a vantagem de, na maioria das vezes, serem pouco tóxicos para
os mamíferos (RICE; COATS, 1994).
Tsai (2008), em estudo com nematódeos de plantas, observou que o
extrato de laranja fresco teve ação ligeiramente nematicida sobre a L2 de
Meloidogyne incognita, depois de 24 horas de exposição ao extrato, 5% dos
nematoides morreram, enquanto o extrato armazenado por uma semana em
refrigerador matou 87,1% e 93,5%, após 24 e 48 horas, respectivamente. Em
relação à eclosão de ovos, o autor encontrou 3,5% e 33% de inibição para o
extrato fresco e para o extrato armazenado, esses valores foram de 76,3% e
91% de inibição, após 24 e 72 horas de exposição ao extrato, respectivamente.
Quando o mesmo foi aplicado no solo por dois dias, a infecção das raízes do
feijão mung pela L2 de M. incognita apresentou redução de 11,7% para o
extrato fresco e 91,5% para o armazenado.
Squires et al. (2010) estudaram o efeito anti-helmíntico de diferentes
dosagens do óleo extraído da laranja sobre H. contortus em roedores e ovinos
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infectados artificialmente. Em roedores a dosagem de 600 mg/kg de peso vivo
causou 7% de redução do parasita em relação ao grupo controle quando
administrado uma vez e 62,6% de redução quando oferecido por 5 dias. Já a
dosagem de 1.200 mg/kg de peso vivo de óleo de laranja causou 25% e 87,8%
de redução, respectivamente. No ensaio com ovinos, os animais receberam
dosagem de 600 mg/kg de peso vivo de óleo de laranja uma vez ou durante 3
dias e os resultados mostraram redução de OPG de 97,4% e 94,9%,
respectivamente, comparado ao grupo controle.
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23
CAPÍTULO 2 – Influência da suplementação de polpa cítrica úmida e
desidratada em ovinos infectados naturalmente com nematoides
gastrintestinais
Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a suplementação da dieta de ovinos da raça Santa Inês com silagem de polpa cítrica úmida ou com polpa cítrica desidratada, no desempenho, parâmetros parasitológicos e hematológicos. Utilizaram-se 45 borregas (n=15 animais /tratamento) mantidas separadamente em piquetes de capim Aruana (Panicum maximin cv. Aruana) e com suplementação de silagem de milho e concentrado. Os Tratamentos foram CC – controle (milho grão); CD –polpa cítrica desidratada; CU - silagem de polpa cítrica úmida. Foram realizadas pesagens dos animais, avaliações da condição corporal e colheita de fezes a cada 14 dias, realizou-se pesagens e e coletou-se fezes (para contagem de ovos por grama de fezes, teste da eclodibilidade de ovos e para coprocultura) e sangue. Foram feitas análise de variância pelo Proc GLM do SAS com medidas repetidas no tempo, e as médias testadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Detectou-se por cromatografia gasosa que 65% do óleo extraído da polpa úmida era composto por limoneno. A média do peso final e de OPG dos animais não diferiu (p>0,05) entre os tratamentos. O tratamento CC (25,5%) apresentou a menor média de volume globular e diferiu (p
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24
Influence of supplementation of wet or dried citrus pulp for sheep
naturally infected with gastrointestinal nematodes
Abstract
The aim of this study was to evaluate the supplementation of citrus pulp silage or dried citrus pulp on performance, parasitological and haematological parameters in ewe-lamb kept on pature. 45 Santa Ines ewe lambs kept in Aruana ( Panicum maximum vc Aruana) grass paddocks were supplemented with corn maize silage and concentrate. The treatments were CC – control (corn grain); CD – dried citrus pulp ; CU - citrus pulp silage). Every 14 days, body conditions and weight were obtained, feces (egg per gram of feces, hatchability inhibition assay and fecal culture) and blood was collected. Analyses of variance were made by SAS Proc GLM for repeated measures, and means tested by Tukey test at 5% probability. It was detected by chromatography that 65% of the oil extracted from pulp was composed of limonene. The average final weight and EPG did not differ (p> 0.05) among treatments. Treatment CC (25.5%) had smaller globular volume than CD (29%) and CU (28,9%) In vitro egg hatchability inhibition assay showed no statistical difference among treatments, with an onset mean of 90.2%, 89.5% and 85.2% for CC. CD and CU, respectively. The supplementation of lambs with dehydrated citrus pulp and citrus pulp silage had the same nutritional support than control, but did not influence blood parameters and parasitological. Keywords: Haemonchus contortus, limonene, monoterpene, gastrointestinal
nematodes, egg hatchability inhibition assay
-
25
1.INTRODUÇÃO
Em ovinos, o parasitismo por nematoides gastrintestinais é responsável
por grandes prejuízos econômicos. Normalmente o controle é realizado com a
utilização de anti-helmínticos, entretanto, esta prática favorece o surgimento de
populações de parasitas com resistência às drogas (VERÍSSIMO et al., 2012).
Desta forma, alternativas se fazem necessárias e a fitoterapia torna-se
atraente, pois pode diminuir o impacto ambiental e os resíduos de produtos de
uso veterinário nos alimentos de origem animal (CHAGAS, 2008).
O Brasil é responsável por quase 90% das laranjas produzidas na
América do Sul, com produção anual em torno de 19,8 toneladas (IBGE, 2010).
Após a extração do suco, a polpa úmida, composta de casca, pedaços de
membranas e bagaço, vesículas de suco e sementes, contabiliza de 44 - 50 %
do peso total da fruta (WIDMER et al., 2010) É importante levar em
consideração também que o resíduo da laranja possui aproximadamente 82%
de umidade, necessitando dessa forma de destino adequado.
A utilização de coprodutos agroindustriais na alimentação animal pode
ser interessante, pois além da redução dos custos de produção animal, reduz a
contaminação ambiental (DUTRA et. al., 1997). Além disso, a laranja possui em
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26
sua composição óleos essenciais constituídos de uma mistura natural de
diversos aldeídos, em maior quantidade o terpeno limoneno (KLAVONS et al.,
1994), que podem causar interferência tóxica nas funções bioquímicas e
fisiológicas dos parasitas (RICE; COATS, 1994).
Marie-Magdeleine et al. (2009), em estudo in vitro com extratos de
semente de Cucurbita moschata, sugeriram atividade anti-helmíntica dos
extratos e relacionaram aos aminoácidos ou terpenos presentes nos extratos.
Squires et al. (2010) relataram a eficácia do óleo de laranja contra infecção por
Haemonchus contortus em ovinos, sendo o principal constituinte do óleo, o
limoneno (95%). Os autores afirmaram que os terpenos são provavelmente os
compostos responsáveis pela eficácia anti-helmíntica, entretanto, o modo de
ação é desconhecido.
Katiki et al. (2011) estudaram o efeito in vitro do óleo essencial de
Mentha piperita, Cymbopogon martinii e Cymbopogon schoenantus sobre
nematoides gastrintestinais. Os autores relataram que o principal constituinte
dos óleos eram os terpenos, mentol para M. piperita e geraniol para C. martinii
e C. schoenantus, e relacionam a presença dos terpenos à atividade anti-
helmíntica. Katiki et al. (2012), forneceram o óleo essencial de C. schoenantus
via oral para ovinos infectados artificialmente e não observaram diferenças na
contagem de ovos por grama de fezes (OPG), mas observaram inibição parcial
do desenvolvimento larvar nos ovos eliminados pelos ovinos que receberam
360 mg/Kg do óleo.
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da
suplementação de silagem de polpa cítrica úmida e da polpa cítrica
desidratada, nos parâmetros parasitológicos e hematológicos, em ovinos da
raça Santa Inês naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais.
-
27
2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Unidade de Ovinos, do Instituto de Zootecnia
em Nova Odessa/SP a 22°47' de latitude (S), 47°18' de longitude (W) e altitude
média de 528m, onde o tipo climático é tropical de altitude e semiúmido, com
inverno seco e vento sudeste, e pluviosidade anual de 1.317mm (CIIAGRO,
2012).
A polpa cítrica úmida (Citrus sinensis (L.) Osbeck, variedade Pêra e
Valência) e a polpa desidratada foram adquiridas de fornecedor comercial.
Visando futura utilização da tecnologia em pequenas e médias propriedades, a
polpa cítrica úmida foi acondicionada em silos de superfície. Já a polpa cítrica
desidratada foi mantida em depósito, protegida de vetores e umidade.
O procedimento de ensilagem da polpa cítrica úmida foi realizado em
dezembro de 2011. Durante o experimento (junho a agosto de 2012),
amostrou-se a silagem, para posterior análise laboratorial.
2.1 Teste in vivo
Foram selecionadas 45 borregas naturalmente infectadas por
nematoides gastrintestinais, da raça Santa Inês, com peso médio de 23,9 ± 5,0
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Kg, divididas em três grupos (15 animais/grupo), uniformes de acordo com
peso e volume globular, previamente medidos.
As borregas ficaram separadas por tratamento, em piquetes (de
aproximadamente 700m² ) de capim Aruana e foram adaptadas por 10 dias aos
respectivos tratamentos com dietas isoproteicas, ao redor de 11 % de proteína
bruta (PB).
Todos os tratamentos receberam silagem de milho à vontade e
concentrado conforme os tratamentos :
Tratamento CC- milho grão (controle) (1% do peso vivo de concentrado)
Tratamento CD- polpa cítrica desidratada (1% do peso vivo de concentrado)
Tratamento CU- silagem de polpa cítrica úmida (4,5% do PV de silagem de
polpa cítrica úmida + 0,3% do peso vivo de concentrado)
A composição de cada concentrado encontra-se na Tabela 1.
Tabela 1. Composição dos concentrados dos tratamentos CC, CD e CU, respectivamente.
Todos os animais tiveram acesso à água à vontade. A suplementação foi
oferecida uma única vez por dia, às 08 horas, em cochos coletivos. A
quantidade de concentrado foi corrigida quinzenalmente de acordo com o peso
dos animais.
Para assegurar oferecimento ad libitum, a silagem de milho foi oferecida
em quantidade calculada para permitir sobra de 10% a 20% e sempre que
inferior a 10% ou superior a 20% reajustou-se a quantidade oferecida para este
intervalo. Retirou-se e pesou-se completamente a sobra diariamente pela
manhã.
A disponibilidade de matéria seca nos piquetes foi calculada três vezes
durante o experimento. Para tal procedimento, utilizou-se um quadrado de
0,5m X 0,5m (0,25m²). O quadrado foi lançado aleatoriamente em diferentes
pontos dos piquetes e cortou-se com tesoura de poda a forragem delimitada
Tratamento CC Tratamento CD Tratamento CU
Milho (%) 77,5 0 0
Farelo de soja (%) 19,0 25,0 91,5
Polpa cítrica desidratada (%) 0 72 0
Calcário (%) 1,5 1,0 2,5
Sal Mineral (%) 2,0 2,0 6,0
-
29
pela moldura. Posteriormente, colocou-se este material em sacos devidamente
identificados, para que em seguida fossem realizadas sua pesagem, secagem
e análise bromatológica.
Os valores de disponibilidade de matéria seca (MS) observados em cada
amostragem estão ilustrados na Figura 1. A média de disponibilidade nos
piquetes dos tratamentos CC, CP e CU foi respectivamente, de 2,08, 2,03 e
1,64 toneladas/ha. Na Tabela 2, encontra-se a composição bromatológica dos
pastos.
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1ª 2ª 3ª
Dis
ponib
ilidade de M
S (to
n/h
a)
Amostragem
Pasto CC
Pasto CD
Pasto CU
Figura 1. Disponibilidade de matéria seca (MS) nos piquetes de cada tratamento.
Tabela 2. Composição bromatológica da pastagem de cada tratamento.
Composição (%) Pasto CC Pasto CD Pasto CU
Matéria Seca 44,1 47,6 38,5 Proteína Bruta 10,24 15,97 13,63 Extrato Etério 1,53 1,83 1,50 FDA 46,84 40,21 40,46 FDN 74,48 68,96 72,54
CC – controle; CD – polpa desidratada; CU – polpa úmida; FDA – Fibra em detergente ácido; FDN – Fibra em detergente neutro;
O período experimental teve duração de 84 dias. Pesagens e avaliações
da condição corporal foram realizadas individualmente assim como coletas de
amostras de fezes (para contagem de ovos por grama de fezes, coprocultura e
teste de eclodibilidade de ovos) e sangue, a cada 14 dias, totalizando sete
coletas. Toda semana, coletaram-se amostras da dieta ofertada para posterior
análise bromatológica.
-
30
As pesagens foram realizadas com balança eletrônica. A condição
corporal (CC) foi determinada por meio de palpação da região lombar de
acordo com Sanudo e Sierra (1986), com meio ponto conforme Pugh (2004).
As análises parasitológicas e hematológicas foram realizadas no
laboratório de Análises Clínicas do Instituto de Zootecnia em Nova Odessa. As
amostras de fezes foram coletadas, diretamente da ampola retal, para
contagem de ovos por grama de fezes (OPG), segundo a técnica modificada de
Gordon e Whitlock (1939), coprocultura (ROBERT; O’SULLIVAN, 1950) e teste
in vitro de eclosão de ovos (COLES et al.,1992 modificada por BIZIMENYERA
et al., 2006)
Coletou-se as amostras de sangue por venopunção da jugular em tubos
de vacutainer (5 mL), contendo ácido etilenodiaminotetracético potássico
(EDTA), para realização das análises de volume globular (VG) em
centrifugação por microhematócrito e hemoglobina com aparelho Bioplus. As
contagens de leucócitos totais (Leuc) e eritrócitos foram realizadas
manualmente em hematocitômetro Neubauer.
2.2 Teste in vitro com ovos recuperados dos animais tratados (Teste da
Eclodibilidade dos Ovos – TEO)
A cada 14 dias coletou-se as fezes diretamente da ampola retal dos
animais confinados e realizou-se um pool de fezes por grupo. Esse material foi
processado segundo a técnica de Coles et al. (1992) modificada por
Bizimenyera et al. (2006). Após a recuperação dos ovos, estes eram
transferidos para um Becker, e quantificados em alíquotas de 30 μL com
aproximadamente 100 ovos, para uso imediato. Colocava-se
aproximadamente, 100 ovos/vol em seis poços, ou seja, seis repetições por
tratamento, estes eram incubados por 24h a 27°C e UR > 80. Após esse
período os ovos e L1 eclodidas foram quantificados em microscópio invertido
para o cálculo da porcentagem de inibição da eclodibilidade de ovos por
tratamento.
http://www.sciencedirect.com/#bib22
-
31
2.3 Análise da composição da silagem de polpa cítrica úmida
Durante o experimento, uma amostra da silagem de polpa cítrica úmida
foi enviada à Embrapa – Agroindústria de Alimentos (CTAA). No Laboratório do
CTAA, adicionou-se 2,5 kg de silagem de polpa cítrica úmida em balão de 12 L,
juntamente com 5 L de água destilada para a obtenção do óleo essencial. O
material foi aquecido à ebulição por 7 horas.
Realizou-se cromatografia em fase gasosa em cromatógrafo Agilent
7890A, em coluna capilar HP-5 (30m X 0,25mm X 0,25µm), com programação
de temperatura de 60 a 240C a 3C/min. Foi injetada uma solução da amostra
a 1% em diclorometano, em injetor com divisão de fluxo de 1:20 operando a
250C.
A espectrometria de massas foi realizada em cromatógrafo Agilent 6890
acoplado a detector seletivo de massas 5973N. A separação foi efetuada em
coluna capilar HP5-MS (30m X 0,25mm X 0,25µm), operando com
programação de temperatura de 60 a 240C a 3C/min e usando hélio (1,0
mL/min) como gás carreador. As demais condições analíticas foram as
mesmas descritas acima para a cromatografia em fase gasosa. Os espectros
de massas foram obtidos no modo ionização eletrônica com fonte operando em
70eV, e comparados com dados da espectroteca Wiley 6th ed.
Os constituintes foram identificados somente quando houve similaridade
do espectro de massas e do índice de retenção, calculado a partir da injeção
de uma série de n-alcanos nas mesmas condições analíticas. A quantificação
relativa foi calculada a partir do sinal do detector de ionização por chama,
expressa em área %.
-
32
3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
As variáveis foram testadas quanto à normalidade, sendo necessária a
transformação para a variável OPG; no entanto, são apresentadas as médias
reais. Foram feitas análise de variância pelo Proc GLM do SAS, com medidas
repetidas no tempo, e as médias testadas pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade. Foram calculados os coeficientes de correlação de Pearson para
as características de volume globular com OPG.
-
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o resultado obtido na análise da silagem de polpa cítrica
úmida, o rendimento de óleo essencial na base fresca foi de 0,55% e o
limoneno representa 65% do óleo essencial. A polpa desidratada não foi
analisada quanto à quantidade de óleos essenciais, pois como a polpa
desidratada passa por processos de secagem, grande parte dos óleos é
perdida. Na tabela 3, encontra-se a análise bromatológica dos alimentos
fornecidos em cada tratamento.
Tabela 3. Composição bromatológica da silagem de milho (SM), polpa cítrica desidratada (PCD), silagem de polpa cítrica úmida (SPCU) e concentrados dos tratamentos (CC, CD e CU), com base na matéria seca, fornecidos às borregas Santa Inês.
Composição (%) SM PCD SPCU CC CD CU
Matéria seca 31,2 85,8 13,5 86,5 83,9 87,7 Proteína bruta 7,9 8,30 10,4 17,7 19,3 45,3 Extrato etéreo 2,8 2,67 4,0 3,7 1,8 1,8 FDA 27,9 17,96 21,0 2,9 14,2 6,9 FDN 51,6 21,34 27,2 14,4 21,4 14,3
CC – controle; CD – polpa desidratada; CU – silagem de polpa cítrica úmida; FDA- Fibra detergente ácido; FDN- Fibra detergente neutro.
Ítavo et al. (2000) obtiveram uma silagem de bagaço de laranja com
valores de 12% de matéria seca, 9,09% de PB, 30,16% para FDN, 21,68% de
-
34
FDA e 2,04% de EE. Em comparação ao presente estudo, com exceção de
FDN e FDA, todos os valores são menores. Observa-se na tabela que o
concentrado do tratamento CU, apresentou 45,3% de PB, isto explica o fato
dos animais receberem apenas 0,3% do PV de concentrado, pois as dietas
eram isoproteicas e, além disso, os animais deste tratamento também
recebiam 4,5% do PV de silagem de polpa cítrica úmida.
Em relação ao desempenho animal, o peso final de todos os tratamentos
foi semelhante: 27,9 ± 5,31 Kg, 28,1 ± 4,58 Kg e 28,5 ± 6,42 Kg para CC, CD e
CU, respectivamente, assim como o ganho em peso médio diário (p>0,05)
(Tabela 4). Os tratamentos apresentaram média geral de condição corporal de
2,47 (CC), 2,3 (CD) e 2,42 (CU) e também não diferiram estatisticamente
(p>0,05).
Tabela 4. Desempenho animal de borregas Santa Inês naturalmente infectadas por nematoides gastrintestinais que receberam diferentes dietas durante 84 dias.
Trat PVI(Kg) PVF(Kg) CCI CCF IDMS(g) GPMD(g)
Trat CC 23,5 ± 5,08ª 27,9 ± 5,31ª 2,2 ± 0,5ª 2,6 ± 0,8ª 620 52 ± 19ª
Trat CD 23,9 ± 5,08ª 28,1 ± 4,58ª 2,1 ± 0,6ª 2,4 ± 0,4ª 590 50 ± 25ª
Trat CU 24,4 ± 5,03ª 28,5 ± 6,42ª 2,3 ± 0,7ª 2,5 ± 0,8ª 630 49 ± 34ª
Trat – Tratamentos; PVI – Peso vivo inicial (Kg); PVF – Peso vivo final (Kg); CCI – condição corporal inicial; CCF – condição corporal final; IDMS – Ingestão diária de matéria seca (g/animal/dia); GPMD – Ganho de peso médio diário (g/animal/dia) *Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p
-
35
diferiram estatisticamente (p>0,05). De acordo com o resultado da análise da
silagem de polpa cítrica úmida (SPCU), estima-se que a quantidade de óleos
essenciais ingerida por cada animal seja de aproximadamente 5,5 gramas/Kg
de SPCU ingerida e destes 5,5 gramas, 3,5 gramas correspondem ao
limoneno. Outros experimentos demonstraram redução do OPG em caprinos e
ovinos que receberam óleos essenciais ricos em limoneno, entretanto as doses
eram bem superiores às administradas aos animais do presente experimento.
Macedo et al. (2010), observaram uma redução de 76,6% na dose de
500 mg/kg PV e em Squires et al. (2010), ocorreu uma redução de 97,4% na
dose de 600 mg/kg PV. O mesmo não ocorreu quando o óleo essencial de C.
schoenantus foi administrado via oral nas doses de 180 e 360 mg/kg PV a
ovinos infectados artificialmente com H. contortus. A espécie não possui
limoneno, mas é rica em outros monoterpenos (59,42% de geraniol, 13,49% de
geranial e 8,98% de neral), entretanto não foram observadas diferenças no
OPG, VG ou contagem de vermes adultos do abomaso (Katiki et al., 2012).
Em relação ao volume globular (Figura 2), ao final do experimento, o
tratamento CC diferiu estatisticamente dos demais (p
-
36
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
7000,0
1 2 3 4 5 6 7
Volume globular CC Volume globular CDVolume globular CU OPG - CCOPG - CD OPG - CU
OP
G
Vo
lum
eG
lob
ula
r (%
)
Dias
Figura 2. Representação gráfica das médias de ovos por grama de fezes (OPG) e de volume globular (VG), de borregas Santa Inês, naturalmente infectadas por nematoides gastrintestinais.
Neste trabalho, houve correlação negativa e significativa entre volume
globular e OPG (r= -0,46). Resultado semelhante foi apresentado por Kawano
et al. (2001) (r= -0,52). Oliveira et al. (2011) mostraram que quando a
contagem de OPG é 1.443, o resultado para volume globular é 31%, quando
OPG aumenta para 42.500, o VG cai para 11%, mostrando correlação negativa
e significativa. Isto pode ser explicado pela identificação das larvas da
coprocultura, que apresentou maior porcentagem de larvas de H. contortus,
que é um parasita com hábito hematófago.
As médias de eritrócitos foram 9,4 x 106/µL ± 1,4, 9,7 x 106/µL ± 1,8 e
10,0 x 106/µL ± 2,2, respectivamente para o tratamento CC, CD e CU. O
tratamento que recebia silagem de polpa cítrica úmida (CU) apresentou o maior
valor e diferiu estatisticamente do tratamento controle (CC), o tratamento CD foi
similar aos dois. Apesar da diferença estatística, as médias estão entre 9,0 e
15,0 x 106/µL, todas dentro do padrão de normalidade (KANEKO et al., 1997).
Para hemoglobina, os tratamentos CC, CD e CU apresentaram médias
de 8,6 g/dL ± 1,2, 8,9 g/dL ± 1,5 e 9,2 g/dL ± 1,8, respectivamente. Houve
diferença estatística somente entre CU e CC (p
-
37
Em relação a leucócitos totais, os tratamentos apresentaram médias de
11.873,8/µL ± 2.885,7 (CC), 12.479,5/µL ± 3.242,7 (CD) e 13.382,4/µL ±
3.753,6 (CU). O tratamento CU apresentou os maiores valores e diferiu
estatisticamente dos demais (p
-
38
De modo geral, os resultados da coprocultura demonstram
predominância de Haemonchus contortus (65,7%), seguido pelas espécies
Trichostrongylus colubriformis e Strongyloides papillosus, porém em menor
frequência (33,3% e 1%, respectivamente). Em todas as coletas, todos os
tratamentos apresentaram Moniezia e Eimeria em graus variados de infecção.
No teste in vitro, os tratamentos CC, CD e CU, apresentaram média de
eclodibilidade de 90,2%, 89,5% e 85,2%, respectivamente e não diferiram entre
si (p>0,05), demonstrando que os constituintes presentes na polpa cítrica
úmida e na polpa cítrica desidratada não interferiram no desenvolvimento e
eclodibilidade dos ovos. Katiki et al. (2012), ao administrar o óleo essencial de
C. schoenanthus a cordeiros infectados com H. contortus, não observaram
alterações na eclodibilidade dos ovos (TEO), mas foi detectada diferença no
desenvolvimento larvar (Teste de Desenvolvimento Larvar ou TDL) um dia
após o tratamento dos animais na dose de 360 mg/kg PV. No caso do presente
experimento, o limoneno da polpa cítrica úmida pode ter sido metabolizado no
organismo animal e não foi eliminado nas fezes, onde poderia causar tal
interferência.
-
39
5. CONCLUSÃO
Com base no estudo realizado, conclui-se que a suplementação de
borregas com polpa cítrica desidratada ou silagem de polpa cítrica úmida
ofereceu o mesmo suporte nutricional que o tratamento controle, mas com
exceção de leucócitos totais, não exerceu influência sobre os parâmetros
sanguíneos e parasitológicos.
-
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