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    TPICOS

    OBJE

    TIVOS

    Profa. Dra. Simone Georges El Khouri MiragliaMe. Karina Camasmie Abe

    Conceitos Bsicos em Economia

    Economia de mercado: Oferta X Demanda

    Estrutura de Mercado: Elascidade e Equilbrio

    Macroeconomia e Indicadores Financeiros

    Consideraes Finais

    Referncias Bibliogrcas

    Gesto e Economiaem Sade

    Conceituar os fundamentos de Economia com o enfoque para gesto em sade;

    Analisar o funcionamento de uma economia de mercado (dinmica da oferta edemanda);

    Estudar a estrutura de mercado, elascidade e equilbrio orientado Gesto;

    Entender a Macroeconomia e os principais indicadores nanceiros comaplicabilidade em Gesto;

    Preparar e subsidiar o aluno para fazer associaes e aplicaes entre Gesto,Economia e Sade a m de orientar o processo de tomada de deciso.

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    Introduo

    At onde possvel melhorar o estado de sade de uma

    determinada populao? At que idade possvel prolongar a vida de

    forma saudvel? Segundo a Organizao Mundial de Sade, sade

    um estado complexo que depende da interao de inmeros fatoressociais, econmicos, culturais, ambientais, psicolgicos e biolgicos.

    Isso inclui renda, educao, cultura, meio ambiente, entre outros

    fatores.

    Para os gestores da rea da Sade natural que sejam levantadas

    algumas perguntas fundamentais ao incio de uma discusso mais

    sistemtica sobre o papel dos servios de sade, tais como:

    Os servios de sade tm conseguido promover sade?

    Quais os princpios que regem a organizao e o

    nanciamento desses servios?

    possvel manter certo nmero de servios disponveis

    sempre que necessrio e em todas as localidades?

    possvel diminuir o custo dos servios sem alterar sua

    qualidade?

    Qual a porcentagem do aumento de espera da lista no

    SUS para cirurgia no ano que vem?

    Existem diferenas signicativas de ecincia entre

    hospitais sem e com ns lucrativos?

    Quais as necessidades de atendimento sade da

    populao?

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    4 verdade que os gastos com sade vm crescendo fortemente

    desde o ps-guerra, especialmente nos pases desenvolvidos. At

    ento, boa parte desses pases havia construdo no interior do Welfare

    State estruturas de proteo social reetidas, no plano da sade,pela universalizao da cobertura e pela concepo de que o acesso

    integral aos servios de sade era direito dos cidados e dever do

    Estado.

    A universalizao trouxe uma forte ampliao dos gastos com

    sade para o conjunto das economias desenvolvidas, que passaram

    de 2% a 3% do PIB ao nal dos anos 40 para cerca de 6% a 10% do PIB ao

    nal dos anos 70 (Piola, 2002).

    Dado que os gastos com sade e os custos dos sistemas de sade

    tendem a crescer mais do que os ndices de preos, principalmente

    devido ao envelhecimento da populao mundial, torna-se necessrio

    estabelecer medidas que permitam racionalizar os gastos com sade.

    Um dos princpios bsicos da economia da sade o de adotar

    medidas racionalizadoras que propiciem reduo de custos sem que

    ocorram impactos negativos nos nveis de sade. Ou seja, aumentar a

    ecincia dos servios sem que haja prejuzos na eccia (no alcance

    das metas planejadas) ou na efetividade (no alcance coletivo das

    aes mdico-sanitrias).

    ATENO

    EFICCIA a coisa certa; o resultado; o objetivo: aquilo para quese faz, isto , a sua Misso!

    EFICINCIA a capacidade do administrador de obter bons pro-dutos (produtividade, desempenho, etc.) utilizando a menorquantidade de recursos (tempo, mo de obra, material, etc.)possveis ou mais produtos utilizando a mesma quantidade derecursos.

    A ecinciaenvolve a forma com que uma atividade feita, en-

    quanto a ecciase refere ao resultado da mesma. Uma ativida-de pode ser desempenhada com eccia, porm sem ecinciae vice-versa.

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    5A DEFINIO DA ECONOMIA DA SADE

    Samuelson (1976) dene a economia como uma cincia social que

    estuda a administrao dos recursos escassos entre usos alternativose ns competitivos.

    A aplicao dessa denio ao setor sade direta; nele

    encontramos recursos produtivos limitados, geralmente escassos, e

    parte de um processo decisrio centralizado e de natureza poltica.

    Uma denio ampla da economia da sade seria: a aplicao do

    conhecimento econmico ao campo das cincias da sade, em particular

    como elemento contributivo administrao dos servios de sade.

    Uma outra proposta de denio, ainda em estgio inicial, porm

    mais especca, seria: o ramo do conhecimento que tem por objetivo a

    otimizao das aes de sade, ou seja, o estudo das condies timas

    de distribuio dos recursos disponveis para assegurar populao a

    melhor assistncia sade e o melhor estado de sade possvel, tendo

    em conta meios e recursos limitados(Piola, 2002).

    Campos (1985) vai alm para armar que a economia da sade

    no um mero saco de ferramentas; antes um modo de pensar que

    tem a ver com a conscincia da escassez, a imperiosidade das escolhas

    e a necessidade de elas serem precedidas da avaliao dos custos e

    das consequncias das alternativas possveis, com vista a melhorar

    a repartio nal dos recursos. Esse ponto de vista tambm

    conrmado por Culyer (1977), que arma que poucos conceitos

    econmicos no so aplicveis ao setor sade. Dessa forma, muito

    difcil considerar a Economia da Sade diferente da Economia.

    Em seu contedo que serve de base para a disciplina, a economia

    da sade explora conceitos econmicos tradicionais, que passam a

    fazer parte da linha de raciocnio empregada pelos prossionais da

    rea: sistemas econmicos e agregados macroeconmicos; oramento

    do governo, dcits e dvida pblica; teoria do consumidor; teoria

    da produo e dos custos; comportamento empresarial e familiar;

    preos do mercado, demanda e oferta de bens e servios; avaliao

    econmica de projetos, anlise de custo, eccia, efetividade e

    ecincia.

    O objevo da

    gesto e economia

    da sade no

    gastar menos com

    sade, mas sim

    gastar melhor, isto

    , obter os maiores

    benecios sociais em

    relao aos menores

    custos sociais

    incorridos em sua

    consecuo.

    SAIBA MAIS!

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    6Desse corpo de conceitos econmicos mais amplos, a economia

    da sade passa a explorar tpicos relevantes para seu campo de

    aplicao: o papel dos servios de sade no sistema econmico; o

    sistema de produo e distribuio de servios de sade; as formas demedir o impacto do investimento em sade; o estudo de indicadores

    e nveis de sade correlacionados a variveis econmicas; o emprego

    e os salrios de prossionais de sade e a oferta de prossionais; a

    anlise de custo-benefcio, de custo-efetividade e de custo-utilidade

    de servios ou bens especcos, alm de anlise das polticas de sade

    em vrios nveis (Piola, 2002).

    CONCEITOS BSICOS EM ECONOMIA

    Segundo Carlos Del Nero, A economia tem um convvio muito

    difcil com as prosses do campo da sade. Muitas das razes

    originam-se nas formas diversas com que cada uma delas considera

    a assistncia sade. Tradicionalmente, as prosses de sade

    concentram-se na tica individualista, segundo a qual a sade no

    tem preo e uma vida salva justica qualquer esforo. Por outro

    lado, a economia xa-se na tica do bem comum ou tica do social.

    A importncia dessas diferenas reside nas atitudes de cada grupo

    sobre a utilizao de recursos. Da existir espao para conito entre

    economistas e prossionais de sade no que diz respeito gesto

    eciente dos servios de sade.

    So raros os economistas que se interessam e permanecem

    interessados pelo setor sade; em contrapartida, poucos prossionais

    de sade entram no campo econmico. No entanto, em alguns pases

    da Europa e Amrica do Norte, o estudo da economia da sade tem

    contribudo para a formao e especializao de pessoal para essa

    rea multidisciplinar, e seu conhecimento essencial para quem

    trabalha em planejamento e administrao de servios de sade

    (Del Nero, inEconomia da Sade, IPEA, 2002).

    [PINHO, D. B.;

    VASCONCELLOS,

    M. A. S. Manualde Economia. So

    Paulo: Saraiva,

    5a. edio, 2006.

    ISBN85-02-04662-4

    MANKIW, N.

    Introduo Economia. SoPaulo. Thomson

    Pioneira, 3a.edio, 2005. ISBN

    8522104085.

    Site: hp://www.

    en.ipea.gov.br/

    agencia/images/

    stories/PDFs/livros/

    CAP1.pdf .

    SAIBA MAIS!

    http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20http://http//www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/CAP1.pdf%20
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    7A Economia existe no cotidiano de todos. Diariamente nos

    deparamos com informaes sobre o tema em jornais, revistas,

    noticirios e internet. Determinados fatos e conceitos econmicos

    esto cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, tais como:

    Inao;

    Taxa de juros;

    Crise do petrleo;

    Desemprego;

    Taxa de cmbio;

    Crise cambial.

    Todos esses assuntos, alm de fazerem parte das inmeras

    questes estudadas pela cincia econmica, tambm possuem grande

    importncia nas mais diversas reas do conhecimento, por exemplo:

    Direito;

    Administrao;

    Cincias Polticas,

    Cincias Contbeis e Financeiras, etc.

    Dessa forma, a Economia possui interaes com as outras reas,

    conforme ilustrado pela Figura 1.

    Realidadeaspecto material

    do objeto

    Aspecto geogrco

    Aspecto histrico

    Aspecto polco

    Aspecto econmico

    Aspecto social

    Aspecto demogrco

    Figura 1.Inter-relaes entre aspectos econmicos, sociais, demogrcos, geogrcos, hist-

    ricos e polcos. Adaptado de Pinho et al,2006.

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    8CONCEITO DE ECONOMIA

    A palavra Economia deriva do grego oikonomos(de oikos, casa;

    e nomos, lei), que signica a administrao de uma casa ou Estado.De forma abrangente, pode-se denir a Economia como uma cincia

    social que estuda como o indivduo e a sociedade decidem empregar

    recursos produtivos, que so escassos, na produo de bens e

    servios, de modo a distribu-los entre as vrias pessoas e grupos da

    sociedade a m de satisfazer as necessidades humanas da melhor

    forma possvel (Pinho, 2006).H muitas outras formas de conceituar

    Economia, no entantoessa denio faz referncia a alguns conceitos

    fundamentais que so:

    Recursos;

    Escassez;

    Necessidades;

    Escolha;

    Produo;

    Distribuio.

    Em qualquer sociedade os recursos produtivos ou fatores de

    produo (mo de obra, terras, matrias-primas, etc.) so limitados.

    Ao contrrio, as necessidades humanas so ilimitadas e sempre

    acabam se renovando. Independente do grau de desenvolvimento

    nenhum pas consegue satisfazer todas as necessidades da sua

    populao. Assim, tem-se o problema da escassez, ou seja:

    Escassez: Recursos Limitados X Necessidades Humanas Ilimitadas

    Em funo da escassez de recursos, toda a sociedade tem

    de escolher entre alternativas de produo e de distribuio dos

    resultados da atividade produtiva dos seus vrios grupos. Essa uma

    das questes norteadoras do estudo de Economia:

    Como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas

    as necessidades da populao? (adaptado de Mankiw, 2013)

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    9 evidente que se no houvesse recursos limitados e escassez

    tambm no haveria estudos sobre a inao, desemprego, dcit

    pblico, etc. necessrio tomar decises sobre a melhor utilizao

    de recursos, de forma a atender de maneira compatvel o mximo denecessidades humanas.

    Mas por que os bens so desejados?

    Em suma, um bem demandado porque til. A utilidade pode

    ser denida como a capacidade que tem um bem de satisfazer

    a necessidade humana. E ainda, um bem seria tudo aquilo capaz

    de atender a uma necessidade humana. Os bens podem sermateriais ou imateriais.

    Problemas Econmicos Fundamentais

    A partir da associao entre escassez e necessidades

    ilimitadas,tm origem os problemas fundamentais econmicos, que

    podem ser resumidos em: o que e quanto produzir ou atender? Como

    produzir? Para quem produzir?

    O que e quanto produzir ou atender?

    Essas questes surgem do problema da escassez de recursos de

    produo. A sociedade dever escolher os produtos ou servios que

    devero ser produzidos (carros, cigarros, caf, vesturios, hospitais,

    etc.) e em que quantidades devero ser colocados disposio dos

    consumidores.

    Como produzir?

    Essa questo refere-se necessidade de escolha por quem sero

    os bens e servios produzidos, com quais recursos e de que maneira

    ou processo tcnico.

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    0Para quem produzir?

    A sociedade precisar decidir a quem se destinar a produo

    ou servios. Nesse caso, a distribuio de renda afeta diretamenteessa questo.

    Sistemas Econmicos

    Um sistema econmico pode ser denido como a forma poltica,

    social e econmica de organizao de uma sociedade. um sistema

    particular de organizao da produo, distribuio e consumo de

    todos os bens e servios que as pessoas utilizam, buscando uma

    melhoria no padro de vida e bem-estar.

    De forma genrica, os sistemas econmicos podem ser

    classicados em dois grandes grupos:

    Sistema Socialista (ou economia planicada ou centralizada);

    Sistema Capitalista (ou economia de mercado).

    No Sistema Socialista, as questes econmicas so resolvidaspor um rgo central de planejamento e predomina a propriedade

    pblica dos fatores de produo ou os chamados meios de produo.

    Esse sistema prevaleceu em vrias economias at o incio dos anos 90,

    tendo como lder a Unio Sovitica. Atualmente h poucas economias

    que adotam esse sistema, por exemplo, a China.

    J no Sistema Capitalista, o funcionamento da economia

    regido pelas foras do mercado; h predominncia da propriedadeprivada dos fatores de produo e a livre iniciativa. O mecanismo de

    preos rege as questes principais, ou seja, a regulao se d por

    meio da oferta e da demanda. Ao menos at o sculo XX, prevaleceu

    nas economias ocidentais o que se chamou de capitalismo puro, em

    que no havia a interveno do Estado na atividade econmica. Era a

    losoa do Liberalismo.

    O Capitalismo predomina no mundo contemporneo. Talvez

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    11a necessidade de haver um planejador central das atividades

    econmicas tenha sido um dos principais problemas do sistema

    socialista. No entanto, no se deve creditar apenas ao liberalismo

    toda a responsabilidade de organizao do sistema econmico, hajavista as inmeras falhas no funcionamento dos mercados (Pinho et

    al, 2006). Por isso, o papel do Estado imprescindvel para o bom

    funcionamento da atividade econmica.

    REFLITA A RESPEITO...

    Voc conseguiria citar trs pases do sistema socialista da atualidade?

    CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUO (OU CURVA DE

    TRANSFORMAO)

    A curva de possibilidades de produo a fronteira mxima de

    produo da sociedade, considerando que as outras variveis no

    afetem a curva, ou seja, supondo pleno emprego dos recursos ou dosfatores de produo de que se dispem em dado momento. Trata-

    se de um conceito terico que ilustra como a escassez de recursos

    impe um limite capacidade produtiva de uma sociedade, que ter

    de fazer escolhas entre as opes de produo.

    Devido escassez de recursos, a produo total de um pas tem

    um limite mximo, uma produo potencial ou produto de pleno

    empregoquando todos os recursos disponveis esto empregados, ouseja, no h capacidade ociosa, no h trabalhadores desempregados,

    entre outros fatores (Pinho et al, 2006).

    Assim, suponha que em uma determinada economia somente

    se produzam seringas (bens de capital) e medicamentos (bens de

    consumo) e que as alternativas de produo sejam como descrito a

    seguir:

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    2 Tabela 1.Economia com dois fatores de produo. Adaptado de

    Pinho et al2006.

    ALTERNATIVAS DEPRODUO

    SERINGAS(milhares de unidades)

    MEDICAMENTOS(milhes de toneladas)

    A 10 0

    B 8 6

    C 6 8

    D 0 10

    Na alternativa A, todos os fatores de produo seriam alocados

    para a produo de seringas. No outro extremo, na alternativa D, os

    fatores seriam alocados todos para a produo de medicamentos.Dessa forma, nas alternativas intermedirias B e C, os fatores de

    produo seriam distribudos na produo de um e de outro bem.

    Essas alternativas podem ser observadas a partir da chamada curva

    de possibilidades de produo (gura 2).

    Figura 2.Curva de possibilidade de produo. Adaptado de Pinho et al, 2006.

    Dentro dessa economia hipottica, a curva ABCD apresenta as

    possibilidades de produo de seringas e consumo de medicamentos.

    Qualquer ponto sobre a curva quer dizer que a economia est operando

    plena capacidade, utilizando todos os fatores de produo possveis

    e disponveis. Os pontos abaixo da curva representam que h uma

    inecincia, ou seja, possvel aumentar a produo dos dois bens.

    No entanto, qualquer ponto acima da curva impossvel de atingir.

    Equilbrio

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    13Atente ao ponto E que se encontra abaixo da linha da curva.

    Nesse ponto, a economia est produzindo somente oito mil seringas

    e trs milhes de toneladas de medicamentos. Nesse caso, diz-se que

    a economia est operando com ociosidade ou com desemprego. Issosignica que os fatores de produo esto sendo subutilizados.

    J no ponto F ocorre o inverso, ou seja, uma combinao

    impossvel de produzir uma vez que os fatores de produo e a

    tecnologia de que a economia hipottica dispe seriam insucientes

    para obter essa quantia de bens.

    Por isso, a curva de possibilidades de produo cncava.

    Voltando ao exemplo das seringas e medicamentos, acrscimos

    iguais na produo dos medicamentos implicam decrscimos cada

    vez maiores na produo de seringas (gura 2).

    Conceito de Custo de Oportunidade

    A transferncia dos fatores de produo de um bem X para

    produzir um bem Y implica um custo de oportunidade que igual ao

    sacrifcio de se deixar de produzir parte do bem X para se produzirmais do bem Y (Pinho et al, 2006).

    Por exemplo, ao tomar a deciso de pagar por um plano de sade

    o consumidor deixou de efetuar outros gastos, como a aquisio de

    roupas novas. Ou seja, a m do indivduo poder pagar as despesas do

    plano de sade, ele teve de abdicar da compra de roupas novas ouuma ida a um restaurante, etc.

    FLUXOS REAIS E MONETRIOS EM UMA ECONOMIA DE

    MERCADO

    A curva de possibilidades de produo mostra as alternativas

    de produo dos vrios bens e servios que so possveis ao sistema

    econmico. Mas qual deve ser escolhida?

    Custo de Oportunidade Custo Alternavo

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    4Para ajudar na reexo, deve-se entender o funcionamento de

    um sistema econmico. Suponha uma economia de mercado fechada,

    ou seja, sem interferncia do exterior, na qual os agentes econmicos

    so as famlias e as empresas. Assim, as famlias detm os fatoresde produo e os fornecem s unidades de produo (empresas).

    As empresas, por sua vez, a partir do processamento dos fatores

    de produo, produzem bens e servios e os fornecem s famlias

    no mercado de bens e servios. Esse uxo chama-se uxo real da

    economia(gura 3). Adaptado de Pinho et al, 2006.

    EmpresasFamlias

    Oferta Demanda

    Demanda Oferta

    Mercado de fatores de produo

    Mercado de bens e servios

    Figura 3.Fluxo real da economia. Adaptado de Pinho et al, 2006.

    Na gura 3, pode-se observar que famlias e empresas exercemdois papis. No mercado de bens e servios as famlias demandam

    bens e servios, enquanto as empresas os oferecem. J no mercado

    de fatores de produo, as famlias oferecem os servios dos

    fatores de produo, enquanto as empresas os demandam. Para

    car mais completo, esse uxo necessita da insero de um meio de

    remunerao, a moeda, que remunera os fatores de produo e paga

    pelos bens e servios. Assim, em paralelo ao uxo real, tambm existe

    o uxo monetrio (gura 4).

    EmpresasFamlias

    Remunerao dos fatores de produo

    Pagamento dos bens e servios

    Figura 4.Fluxo monetrio da economia. Adaptado de Pinho et al, 2006.

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    15Para uma melhor percepo da totalidade, pode-se unir os

    uxos real e monetrio, originando o chamado uxo circular de renda

    (gura 5).

    Oferta de serviosdos fatores de

    produo

    Oferta de serviosdos fatores de

    produo

    Oferta debens e

    servios O que e quanto produzir

    Para quem produzir

    Como produzir

    Fluxo monetrio

    Fluxo real (bens e servios)

    Oferta de bens eservios

    Empresas

    Mercado de fatores de produo

    Mercado de bens e servios

    Famlias

    Figura 5.Fluxo circular de renda. Adaptado de Pinho et al, 2006.

    A lei da oferta e da demanda atua em cada um dos mercados

    determinando o preo. Dessa forma, no mercado de bens e servios

    formam-se os preos dos bens e servios, enquanto no mercado

    de fatores de produo so determinados os preos dos fatores de

    produo (salrios, juros, lucros, etc.). Esse uxo tambm chamado

    de uxo bsico (empresas + famlias). Para o uxo car completo,

    deve-se adicionar o setor pblico, ou seja, somam-se os impostos e

    gastos pblicos, assim como o setor externo, isto , incluem-se as

    relaes internacionais.

    Denio de bens de capital, bens de consumo, bens

    intermedirios e fatores de produo.

    medida que se estudam os princpios econmicos, surgem

    conceitos relacionados s caractersticas dos bens produzidos. Assim,

    vale classic-los em trs categorias (Pinho et al, 2006):

    Bens de capital - So utilizados na fabricao de outros

    bens, mas no se desgastam totalmente no processo pro-

    dutivo. Exemplo: mquinas, equipamentos e instalaes.

    Bens de consumo - Destinam-se diretamente ao atendi-mento das necessidades humanas. De acordo com sua

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    6durabilidade podem ser classicados como durveis (ge-

    ladeiras, automveis, etc.) ou no-durveis (alimentos,

    roupas, produtos de higiene, etc.).

    Bens intermedirios- so transformados ou agregados na pro-

    duo de outros bens e so consumidos totalmente no proces-

    so produtivo. Exemplos: insumos, matrias-primas e compo-

    nentes. Diferenciam-se dos bens nais, que so vendidos para

    consumo ou utilizao nal. Os bens de capital, como no so

    consumidos no processo produtivo,so bens finais, e no

    intermedirios.

    Conceito de Fatores de Produo tambm chamados recursos

    de produo da economia so constitudos pelos recursos humanos

    (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. A

    cada fator de produo h uma remunerao, por exemplo, para o fator de

    produo trabalhoh a remunerao salrio, para terraexiste o aluguel,

    para o capitalexiste ojuroe assim por diante.

    REFLITA A RESPEITO...

    Classique: bens de capital (cap), consumo (cons), intermedirios (int),

    fatores de produo (fatprod):

    Hospitais;

    Medicamentos;

    Mdicos;

    Aparelho de ultrassom.

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    17ECONOMIA DE MERCADO: OFERTA X DEMANDA

    Quando uma frente fria atinge o sul do pas, o preo do milho

    aumenta nos mercados do Sudeste. Quando o tempo esquenta no

    vero europeu, o preo das dirias dos hotis no Caribe despenca.

    Quando h uma guerra no Oriente Mdio, o preo da gasolina sobe

    e o preo dos carros usados cai. O que tudo isso possui em comum?

    Todos esses eventos mostram como funcionam a oferta e a demanda.

    Oferta e demanda so duas palavras muito usadas pelos

    economistas. Elas so as foras que fazem o mercado funcionar e

    referem-se ao comportamento das pessoas medida que interagem

    entre si em mercados competitivos.

    O mercado um grupo de compradores e vendedores de

    determinado bem ou servio. Os compradores, como grupo,

    determinam a demanda pelo produto e os vendedores, tambm como

    um grupo, determinam a oferta do produto. Os mercados podem

    assumir diferentes formas (Mankiw, 2013).

    Segundo Pinho (2006), mercado o conjunto de pontos de contato (ou

    o evento de reunir ou colocar juntos) entre vendedores de um bem ou

    prestadores de servio e os potenciais compradores desse bem ou os

    usurios de tal servio, de modo a serem estabelecidas as condies

    contratuais de venda ou da prestao e uso do servio, bem como

    concrezados os negcios resultantes do acordo.

    Esse conceito implica vrios aspectos, por exemplo, o contextocomporta qualquer tipo de intercmbio ou troca, seja diretamente

    (ao comprar em uma loja ou usar um servio em posto de sade), seja

    indiretamente (trocas efetivadas na bolsa de capitais, por exemplo).

    De acordo com a natureza do mercado em que esto inseridas,

    as empresas deparam-se com decises polticas diferentes mais

    adequadas sua atuao naquela categoria de mercado. H duas

    categorias de mercado: o de concorrncia perfeita e o de imperfeita.O primeiro tipo dos mercados competitivos. O segundo se refere aos

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    8oligoplios, monoplios e competio monopolstica. Um resumo

    desses tipos de mercado encontra-se na gura 6 (Mankiw, 2013).

    Monoplio

    Abastecimento

    de gua eenergia eltrica

    Oligoplio

    Ao epetroqumica

    ConcorrnciaMonopolstca

    Livrarias,cinema

    MercadosCompettvos

    Terico oumuito raro

    Nmero de empresas

    Uma

    Muitas comprodutos

    diferenciados

    Muitas comprodutosidncos

    Poucas

    Figura 6.Tipos de estrutura de mercado. Adaptado de Mankiw, 2013.

    EMPRESAS EM MERCADOS COMPETITIVOS

    So caractersticas do mercado competitivo: o grande nmero

    de compradores e vendedores, que no tm poder individualmentesobre a formao de preos, atuando como tomadores de preo,

    e a livre entrada e sada de empresas no mercado. Ou seja, um

    mercado em que h muitos vendedores e compradores cada um

    deles, individualmente, tem um impactoinsignicante sobre o preo

    de mercado.

    As caractersticas fundamentais desse mercado so que os bens

    so homogneos e os agentes econmicos so tomadores de preo.

    Monoplios

    Os monoplios surgem de trs formas:

    quando h recursos monopolsticos. Assim, quando ape-

    nas uma empresa tem um recurso-chave exclusivo ou

    quando ela tem um direito exclusivo de propriedade ou

    quando os custos de produo tornam um nico produtormais eciente que muitos, o que consiste em uma barreira

    de entrada para os outros produtores.

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    19 os monoplios criados pelo governo, como os direitos

    autorais, a lei das patentes ou por poltica quando de

    interesse pblico. O benefcio o incentivo atividade

    criadora e os seus custos so evidentemente os preosmonopolsticos.

    os monoplios naturais caracterizados quando o custo to-

    tal diminui sempre com o aumento de uma unidade pro-

    duzida. Temos a um custo marginal desprezvel, havendo

    economias de escala para toda a faixa de produo. Alm

    disso, no interessante ter no mercado mais de uma em-

    presa porque no seria lucrativo para nenhuma das duas

    empresas dividi-lo. o caso da distribuio de gua, em

    que o custo mdio menor se apenas uma empresa for-

    necer o mercado. Contudo, com o crescimento da deman-

    da de mercado ele pode transformar-se em um mercado

    competitivo.

    Oligoplios

    Os oligoplios so caracterizados pelo pequeno nmero devendedores no mercado, sendo esses interdependentes, pois as aes

    de qualquer vendedor tm um grande impacto sobre o lucro de todos

    os outros. Vemos que os vendedores desse mercado se beneciam

    com a cooperao e agem como se fossem monopolistas, porm os

    incentivos ao de maximizar os lucros impedem que atinjam os

    resultados do monoplio. Desse modo, h sempre tenses entre a

    cooperao e o interesse prprio.

    Competio Monopolstica

    As empresas no mercado de competio monopolstica so

    marcadas por uma srie de caractersticas. Esse mercado composto

    por vrias empresas que vendem produtos similares, mas no iguais.

    Portanto, os vendedores tm alguma liberdade de escolha de preo j

    que cada produto nico. O preo tende a ser, assim, muito maior do

    que o custo marginal de produo. H tambm a livre entrada e sadade empresas nesse tipo de mercado.

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    20A publicidade um fator-chave na competio monopolstica.

    Ela torna os mercados menos competidores e curvas de demandas

    menos elsticas. Podemos ver a publicidade como um sinal de

    qualidade, sendo o contedo do anncio irrelevante.

    Conclumos que quem investe caro em propaganda porque

    tem um bom produto. A propaganda sinaliza, assim, a qualidade do

    produto por meio da disposio para gastar altas quantias em dinheiro

    com ela.

    Outro elemento que surge so as marcas. Elas do incentivo

    a manter a qualidade, do a segurana ao comprador de adquirir

    um produto de alta qualidade, mas por outro lado podem fazer o

    comprador ver diferenas onde elas no existem. Aqueles que criticam

    a publicidade pregam que ela manipula as preferncias, criando

    um desejo por meio de mensagens subliminares que no falam da

    qualidade ou do preo do produto, dicultando a competio; tenta

    convencer que os produtos so mais diferentes do que realmente so.

    Os que a defendem alegam que ela permite maior entrada

    de empresas e reduz o poder de mercado, fazendo com que os

    clientes aproveitem melhor as diferenas de preos, fornecendo-lhes

    informaes valiosas sobre o produto de cada empresa. Assim, torna

    mais fcil encontrar empresas que vendem mais barato e aumentam

    a competitividade (Mankiw, 2013).

    COMO O MERCADO FUNCIONA

    No o objetivo desse curso se aprofundar na teoria completa

    da oferta e demanda. A inteno apresentar uma viso bsica e

    simplicada do problema.

    Para entender a base do funcionamento do mercado,

    importante entrar em detalhes sobre como interagem oferta e

    demanda.

    Demanda o desejo de adquirir, uma aspirao, um plano, e no

    sua realizao.

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    21Demanda individual a quantidade de um determinado bem ou

    servio que o consumidor deseja adquirir em certo perodo de tempo.

    Demanda uxo por unidade de tempo. Ex.: Maria tem desejode adquirir um quilo de feijo por semana.

    No confundir demanda com compra e oferta com venda!

    Mas do que depende essa demanda ou esse desejo de adquirir?

    A teoria da demanda derivada de hipteses sobre a escolha do

    consumidor entre diversos bens que seu oramento permite adquirir.

    O objetivo explicar o processo de escolha do consumidor perante as

    diversas alternativas existentes.

    O consumidor, tendo um oramento limitado (pois ele ter

    determinado nvel de renda), procurar distribuir esse seu oramento

    (renda) entre os diversos bens e servios de forma a alcanar a

    melhor combinao possvel, ou seja, aquela que lhe trar maior nvel

    de satisfao.

    Exemplo: o que inuencia a escolha de um indivduo ao ir almoarnum restaurante?

    Recebendo o cardpio, a primeira coisa que ele olha so os preos.

    O preo a informao bsica para que vendedores e compradores

    tomem suas decises.

    A escolha de um determinado prato, por exemplo, uma carne,

    depende no s do preo desse prato, mas tambm do preo dosoutros pratos, do preo das massas, entre outros.

    Quanto maior for o preo do prato desejado, menos o indivduo

    estar propenso a pedir um. Quanto menor for o preo dos outros

    pratos principais, como massas e frango, menor ser o desejo que ele

    ter de comer uma carne. Isso ocorre porque carne, frango e massas

    so bens substitutivos.

    Dicilmente o consumidor pedir um frango acompanhado de um

    peixe. Existem acompanhamentos e complementos. Fil com fritas,

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    Sade

    22com arroz ou com fritas e arroz. Caso o preo dos acompanhamentos

    seja alto, ele reduzir sua vontade de pedir um l. Alm dos preos,

    outra varivel afeta essa escolha: a renda. Se o indivduo no tiver

    dinheiro para pagar a conta, no ir pedir o l com fritas (Mankiw,2013).

    O gosto do consumidor tambm determina a escolha. Mesmo

    que o preo do bife de fgado e seus acompanhamentos sejam baixos,

    o indivduo no o pedir caso no suporte o gosto de fgado. possvel

    ver nesse exemplo que a escolha do consumidor foi inuenciada por

    algumas variveis e essas variveis, normalmente, sero as mesmas

    em outras ocasies.

    Os quatro principais determinantes da demanda individual

    podem ser assim resumidos:

    Preo do bem;

    Preos dos outros bens;

    Renda do consumidor;

    Gosto ou preferncia individual.

    RELAO ENTRE QUANTIDADE DEMANDADA E PREO DO

    BEM

    A quantidade demandada a quantidade de produto que

    compradores desejam e podem adquirir a cada nvel de preo.

    Normalmente, tem-se uma relao inversa entre o preo do bem e aquantidade demandada. Quando o preo do bem cai, esse ca mais

    barato em relao a seus concorrentes e, assim, os consumidores

    provavelmente, aumentaro seu desejo de compr-lo. De outra

    maneira, o indivduo possui maior poder aquisitivo quando o preo

    do bem cai. Por exemplo: com 100 reais possvel comprar um par

    de sandlias se o preo for 100 reais ou dois pares de sandlias se o

    preo cair pela metade ou quatro pares se o preo for de 25 reais.

    Quando uma pessoa ca mais rica, normalmente aumentam suasdemandas. Devido a essas duas questes, ou seja, o bem mais barato

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    23ou o comprador com maior poder de compra, espera-se que quando o

    preo de um bem ou servio cair, a quantidade demandada aumente.

    Dessa forma, preo e demanda so inversamente proporcionais

    quando as outras variveis permanecem constantes (Mankiw, 2013).

    Lei da Demanda: existe uma relao inversa (ou negativa) entrepreo e quantidade demandada.

    CURVA DE DEMANDA: A RELAO ENTRE PREO E QUANTI-

    DADE DEMANDADA

    A curva de demanda mostra a relao entre a demanda e o preo

    da mercadoria, ou seja, a relao entre o preo do bem e a quantidade

    desse bem que o consumidor est disposto a adquirir em certo

    perodo de tempo com tudo o mais permanecendo constante (renda,

    preferncia e os preos de outros bens). Na gura 7, um ponto da

    curva mostra a combinao de preo e quantidade, por exemplo: no

    preo P0x, a quantidade demandada ser Q0

    x. Sendo assim, a curva de

    demanda fornece o conjunto de todas as combinaes possveis entrepreos e quantidades. Quando se refere demanda, signica a curva

    em sua totalidade. Ao se referir quantidade demandada, signica

    um ponto especco da curva. A demanda tambm denominada

    procura e a quantidade demandada pode ser chamada de quantidade

    procurada.

    Figura 7. Curva de demanda. O preo representado no eixo vercal e a quandade deman-

    dada representada no eixo horizontal. Adaptado de Mankiw, 2013.

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    24Veja um exemplo: Snia compra diversos sorvetes por ms a

    diferentes preos. Se o sorvete for de graa, ela consumir 12 sorvetes

    no ms. Caso custe 0,50 centavos, ela comprar 10 sorvetes.

    medida que o preo aumentar, ela comprar cada vez menos sorvete.Quando o preo atinge 3,00 reais, Snia no compra nenhum sorvete.

    Esses valores podem ser representados por uma tabela que se chama

    escala de demanda e mostra a relao entre o preo de um bem e sua

    quantidade demandada, mantidas constantes todas as demais coisas

    que inuenciam a quantidade do bem que os consumidores desejam

    comprar. Sendo assim, a curva de demanda representa gracamente

    a escala de demanda (gura 8).

    Figura 8.Escala e curva de demanda para o bem sorvete. Uma reduo no preo aumenta

    a quandade demandada de sorvete. Adaptado de Mankiw, 2013.

    Como a relao entre o preo de um bem e a quantidade

    demandada sempre inversa, ou seja, quanto maior o preo, menor

    a quantidade e vice-versa, a inclinao da curva de demanda sempre

    negativa.

    A curva de demanda da gura 8 representa a demanda de uma

    pessoa por um produto. Para analisar o funcionamento dos mercados,

    necessrio determinar a demanda de mercado, que a soma de

    todas as demandas individuais para um determinado bem ou servio.

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    25DESLOCAMENTO DA CURVA DE DEMANDA

    A curva de demanda no precisa ser estvel ao longo do tempo.

    Se algo acontecer que altere a quantidade demandada a cada preodado, a curva de demanda se deslocar. Por exemplo, os pesquisadores

    encontram evidncias de que o consumo de caf faz bem sade e

    prolonga a vida. Essa evidncia faria com que a demanda por caf

    aumentasse. A qualquer preo dado, os consumidores desejariam

    comprar uma maior quantidade de caf, fazendo com que a curva da

    demanda se deslocasse.

    Qualquer mudana que aumente a quantidade demandada acada preo, como no exemplo do caf, desloca a curva para a direita

    e se chama aumento da demanda. Qualquer mudana que reduza a

    quantidade demandada a cada preo desloca a curva para a esquerda

    e se chama reduo da demanda.

    RENDA

    O que ocorreria com sua demanda por sorvete se voc tivesse sidodemitido no vero? Provavelmente cairia. O mesmo no aconteceria

    talvez com o gasto com energia eltrica. Uma renda menor signica

    que h menos renda para os gastos totais, de modo que h necessidade

    de gastar menos com alguns bens e servios. Se a demanda por um

    bem diminui quando a renda cai, o bem denominado bem normal.

    Alguns bens no so normais, por exemplo, se sua renda diminuir

    pode ser que voc venha a usar mais nibus, portanto a compra de

    passagens de nibus aumenta com a diminuio da renda, pois maisimprovvel que voc compre um carro ou ande de txi. Da mesma

    forma h bens chamados de bens inferiores, que so bens cuja

    demanda diminui quando a renda aumenta. Por exemplo, a demanda

    por carne de segunda diminui quando o indivduo aumenta seus

    ganhos, pois ele passar a demandar carne de primeira e no mais de

    segunda (Mankiw, 2013).

    Outro fato o aumento da renda e a maior procura por planosde sade particulares. medida que o indivduo possui renda para

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    Sade

    26adquirir um plano de sade, a demanda por planos aumenta,

    deslocando a curva da demanda para a direita para uma mesma faixa

    de preo.

    PREO DE BENS RELACIONADOS

    Para entender essa relao, necessrio entender o que um

    bem substituto ou concorrente. Como o prprio nome sugere, bens

    substitutos so aqueles que guardam relao de substituio, ou

    seja, consome-se um OU outro. quando o aumento do preo de um

    bem aumenta a demanda pelo outro. Por exemplo, a manteiga e a

    margarina, o transporte por trem ou avio, entre outros.

    Por outro lado, suponha que o preo da cobertura de chocolate

    caia. De acordo com a lei da demanda, voc comprar mais cobertura.

    Nesse caso, a cobertura o acompanhamento do sorvete, portanto,

    voc comprar mais sorvete, pois comum consumi-los juntos.

    Quando uma queda no preo de um bem causa um aumento da

    demanda de outro, os dois bens so chamados bens complementares.

    Por exemplo, gasolina e carros, computadores e softwares, etc.(Mankiw, 2013).

    PREFERNCIAS

    Um dos mais bvios determinantes da demanda so os gostos

    individuais. Normalmente difcil explic-los pois possuem um

    componente histrico e psicolgico que est alm do campo da

    Economia.

    EXPECTATIVAS

    As expectativas do indivduo quanto ao futuro podem afetar a

    demanda por um determinado bem ou servio hoje. Por exemplo, se

    voc possui a expectativa de receber um aumento no prximo ms,

    voc pode decidir economizar menos e gastar mais em sorvetes hoje.

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    27NMERO DE COMPRADORES

    Alm de todos os fatores anteriores, a demanda de mercado

    depende do nmero de compradores individuais.

    Assim, a curva de demanda mostra o que acontece com a

    quantidade demandada de um bem quando seu preo muda, ou seja,

    mudanas no preo resultam em mudanas ao longo da curva de

    demanda (mantidas constantes as demais variveis que inuenciam

    os compradores). No entanto, uma vez que haja mudana em uma

    dessas variveis, a curva de demanda se desloca.

    Como o preo est no eixo vertical, a mudana de preos

    representa um movimento ao longo da curva de demanda. Em

    oposio, a renda, os preos de bens relacionados, as preferncias

    e as expectativas no so medidos em nenhum eixo, portanto,

    qualquer mudana nessas variveis desloca a curva de demanda.

    OFERTA

    Agora o momento de se voltar para o outro lado do mercado

    e analisar o comportamento dos vendedores. Dene-se quantidade

    ofertadacomo a quantidade de um bem ou servio que os produtores

    desejam vender por unidade de tempo. Novamente, destaca-se um

    elemento importante nessa denio: a oferta um desejo, um plano,

    uma aspirao (Mankiw, 2013). No confundir oferta com venda!

    A oferta do bem depende de vrios determinantes; um deles

    o seu prprio preo. Admitindo que os outros fatores permaneam

    constantes, quanto maior for o preo do bem, mais lucrativo ser

    produzi-lo e tambm maior ser a oferta. Relacionando a quantidade

    ofertada de um bem com seu preo, obtm-se a curva de oferta

    (gura 9).

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    Figura 9.Curva de oferta de um bem.

    Tome como exemplo o mercado de aventais brancos. Quando opreo dos aventais est elevado, vender aventais brancos lucrativo

    e, portanto, a quantidade ofertada grande. Os vendedores e

    costureiros trabalham por muitas horas, contratam mais costureiros e

    compram mais tecidos. Porm, quando o preo dos aventais brancos

    est baixo, o negcio menos lucrativo e os vendedores produzem

    menos. Com o preo baixo, alguns vendedores podem at decidir

    fechar o negcio, reduzindo sua quantidade ofertada a zero.

    Essa relao entre preo e quantidade ofertada chamada lei

    da oferta: com todo o restante mantido constante, quando o preo

    de um bem aumenta, a quantidade ofertada desse bem tambm

    aumenta e quando o preo cai, sua quantidade ofertada acompanha

    o movimento.

    Lei da oferta: com tudo o mais mantido constante, a quantidade

    ofertada de um bem aumenta quando seu preo aumenta.

    A tabela da gura 10 ilustra o exemplo simplicado do mercado

    de sorvetes de um vendedor particular. A qualquer preo abaixo de

    R$ 1,00, o vendedor no oferece nenhuma quantidade de sorvetes.

    medida que o preo aumenta, esse vendedor oferece uma quantidade

    cada vez maior. A tabela que mostra a relao entre o preo e a

    quantidade ofertada de um bem, mantendo-se constantes todos os

    demais fatores chama-se escala de oferta. O grco ilustrado ao lado

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    29da tabela mostra a lei da oferta e a curva que relaciona o preo com a

    quantidade ofertada chamada de curva da oferta.

    Figura 10.Escala e curva de oferta. A escala de oferta mostra a quandade ofertada por

    cada preo; j a curva de oferta representa gracamente a escala de oferta e mostra como a

    quandade ofertada varia de acordo com a oscilao no preo do bem (curva fora de escala).

    Adaptado de Mankiw, 2013.

    Como a relao entre o preo de um bem e a quantidade

    ofertada sempre no mesmo sentido, ou seja, quanto maior o preo,maior a quantidade ofertada; a inclinao da curva de oferta sempre

    positiva.

    Vale lembrar que, assim como a demanda de mercado a soma

    das demandas de todos os compradores, a oferta de mercado a

    soma das ofertas de todos os vendedores.

    DESLOCAMENTO DA CURVA DE OFERTA

    A curva de oferta se desloca quando h alterao em um

    dos fatores determinantes da oferta. Pensemos em sorvetes, por

    exemplo: se o preo do acar cai, torna-se mais lucrativo vender

    sorvete, aumentando a oferta de sorvete, pois os vendedores esto

    dispostos a produzir uma quantidade maior. Com isso, a curva se

    desloca para a direita e signica um aumento da oferta. Para qualquer

    mudana que reduza a quantidade ofertada a cada preo a curva deoferta se desloca para a esquerda e denominada reduo da oferta.

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    0Algumas das variveis mais importantes que afetam a curva da oferta

    esto listadas a seguir (adaptado de Mankiw, 2013).

    PREO DOS INSUMOS

    Para produzir um bem ou oferecer um servio, os vendedores ou

    prestadores de servio utilizam diversos insumos. Quando h aumento

    no preo de um ou mais desses insumos, a produo desse bem se

    torna menos lucrativa e as empresas ofertam menos esse bem ou

    servio. Assim, a oferta de um bem est negativamente relacionada

    com o preo dos insumos utilizados em sua produo.

    TECNOLOGIA

    A tecnologia envolvida na produo de um bem tambm

    determinante para sua oferta, uma vez que reduzindo os custos para

    a produo, os avanos na tecnologia aumentam a oferta daquele

    bem.

    EXPECTATIVAS

    A oferta de um determinado bem depende de como a empresa

    enxerga as expectativas para o futuro, podendo se decidir em produzir

    mais e estoc-lo ou no.

    NMERO DE VENDEDORES

    A oferta de mercado depende do nmero de vendedores. Se

    h empresas falindo em um determinado mercado, a oferta daquele

    bem tambm diminui.

    Novamente, lembre-se que alteraes no preo promovem

    deslocamentos ao longo da curva de oferta, enquanto alteraes

    em variveis que no esto nos eixos grcos da curva de oferta

    proporcionam deslocamento da curva de oferta (gura 11).

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    31

    Figura 11. Deslocamento da curva de oferta. Adaptado de

    Mankiw, 2013.

    DEMANDA E OFERTA EM SADE

    Na rea da Sade h tambm muitas variveis que afetam a

    demanda pelos servios de Sade, alm das acima mencionadas, tais

    como:

    Preo da consulta;

    Taxa do seguro sade do paciente;

    Preo do tempo;

    Estado de sade do paciente;

    Idade;

    Educao;

    Comportamento, hbitos e preferncias;

    Gnero;

    Localizao geogrca;

    Incerteza.

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    2Em 1963, o prmio Nobel de Economia Kenneth Arrow publicou

    um artigo, Uncertainty and the Welfare Economics of Medical Care,

    que se tornaria um clssico na literatura de economia da sade.

    Nesse trabalho, Arrow mostra que o setor sade apresenta diversasparticularidades que o diferenciam de outras reas da economia. Arrow

    vai mais alm ao armar que a busca de mecanismos para remover

    tais peculiaridades aumentou suas distores. Estas caractersticas

    mais importantes so:

    a. do ponto de vista do indivduo, a demanda por servios

    de sade irregular e imprevisvel, isto , a maioria de ns

    no sabe quando e com que frequncia vai necessitar de

    ateno mdica;

    b. a demanda por ateno sade ocorre em uma circuns-

    tncia anormal, a doena, o que pode comprometer a ra-

    cionalidade da deciso do consumidor;

    c. no apenas o consumo de servios de sade envolve al-

    gum risco (s vezes substancial) para o paciente, da mes-

    ma forma que o mercado no pode ser utilizado como umprocesso de aprendizagem. O paciente geralmente no

    pode utilizar experincias anteriores, suas ou de terceiros

    para eliminar esse tipo de incerteza e risco. Na maioria

    dos mercados, o fato de o consumidor haver gostado an-

    teriormente de um produto serve como informao per-

    manente para que outras vezes ele venha a consumi-lo.

    No caso da ateno mdica, no h garantia de que uma

    experincia anterior bem sucedida, por exemplo, uma ci-rurgia, se repita da mesma maneira, ainda que sob os cui-

    dados da mesma equipe mdica. Essas condies geram

    a necessidade de um elo de conana no relacionamento

    entre o paciente e o seu mdico;

    d. esse elemento de conana reforado pela crena de

    que o conselho do mdico est supostamente dissociado

    de seu interesse prprio. A tica mdica dita que a con-

    duta teraputica deve ser determinada apenas pelas ne-

    cessidades do paciente, independente, portanto, de sua

    capacidade econmica de pagamento;

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    33e. a tica mdica condena tambm a propaganda e a compe-

    tio aberta entre mdicos. Essas restries limitam o vo-

    lume de informaes, at mesmo de preos, disponveis

    para o consumidor poder tomar suas decises.

    Essas caractersticas do setor sade afetam tanto o lado

    da demanda quanto o da oferta. Os itens (a), (b) e (c) referem-

    se diretamente a fatores condicionantes do comportamento

    da demanda. O item (d), por sua vez, tem impacto tanto sobre

    os consumidores quanto sobre os prestadores. O item (e)

    caracterstica da oferta que pode distorcer a estrutura de preos e,

    portanto, a informao disponvel para os consumidores, deslocandoa demanda das condies timas. A existncia de uma reconhecida

    diferena de conhecimento entre mdicos e pacientes em favor dos

    primeiros abre a possibilidade de haver indues da demanda. O

    exemplo mais evidente da existncia desse tipo de prtica no Brasil

    est na alta prevalncia de cesreas. Fatores econmicos (maiores

    remuneraes) ou comodidade para o mdico explicam boa parte da

    excessiva proporo desses procedimentos, assim como comodidade

    por parte da me. (Adaptado de Pinho et al, 2006)

    Alguns outros determinantes que afetam a oferta na rea da

    Sade so:

    Preo da consulta;

    Custo da mo de obra;

    Custo geogrco (urbano ou rural);

    Custo das matrias-primas;

    Custo dos medicamentos;

    Custo do investimento em tecnologia;

    Fatores climticos;

    Incerteza.

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    4Os seguros tornam-se atrativos quando h incertezas e

    potencial de perdas econmicas signicativas. Como vimos, no

    apenas a incerteza e os riscos caracterizam a demanda por servios

    de sade, como tambm os tratamentos mdicos podem implicarcustos econmicos importantes (por seus custos ou por debilitao).

    A sociedade buscou no seguro, pblico e/ou privado, o instrumento

    para a minimizao das incertezas e dos riscos.

    No entanto, a presena de seguros no mercado de servios de

    sade reduz os preos que so pagos diretamente pelo consumidor

    para zero ou cerca de zero. A informao fornecida ao consumidor

    no apresenta mais nenhuma relao com custos, o que podelevar m utilizao de recursos. Segundo a teoria da demanda, os

    consumidores procuraro os servios de sade at que a utilidade

    obtida com a ltima unidade de servio consumida seja igual ao preo,

    isto , at que o benefcio marginal obtido com o consumo do bem ou

    servio seja igual ao custo marginal de sua aquisio. Como o seguro-

    sade reduz drasticamente o preo pago pelo consumidor (no limite

    at zero), ele estar disposto a consumir servios de sade at que

    o benefcio obtido seja zero. Esse tipo de comportamento pode serilustrado com trs exemplos bastante comuns:

    a. o paciente que poderia ter alta hospitalar em um sbado,

    mas permanece internado at o incio da semana;

    b. exames que so pedidos sem real necessidade, apenas por

    cautela (excessiva), mas que, como no custam nada

    ao paciente, so prescritos pelos mdicos; e

    c. a existncia de determinados seguros que cobrem ape-

    nas procedimentos realizados sob regime de internao

    hospitalar induz muitas hospitalizaes desnecessrias.

    Assim, procedimentos que poderiam ser realizados em la-

    boratrios, de maneira mais barata para a sociedade, so

    realizados em hospitais. (Pinho et al, 2006)

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    35RESUMO

    A lei da oferta e da demanda diz que o preo de qualquer bem

    ou servio ajusta-se para trazer a quantidade demandada dessebem ao equilbrio. Para saber como a economia ser afetada por um

    acontecimento, precisa-se pensar nos seus impactos sobre a oferta e

    a demanda.

    A quantidade ofertada de um bem positivamente relacionada

    com o preo, enquanto a quantidade demandada dele tem relao

    negativa com esse.

    Pode-se deslocar a curva de oferta por meio de: 1) variao

    nos preos dos insumos necessrios para a produo do bem; 2)

    desenvolvimento da tecnologia; 3) expectativas quanto ao aumento

    ou diminuio do consumo do bem em questo; 4) alterao no

    nmero de vendedores.

    J a curva de demanda pode ser deslocada por: 1) utuaes na

    renda (deve-se observar ainda se o bem um bem normal ou inferior);

    2) alteraes nos preos dos bens substitutos e complementares; 3)

    os gostos da populao com relao ao produto; 4) as expectativas

    quanto ao aumento da produo do bem; 5) alterao no nmero de

    compradores.

    Deve-se observar a distino entre o deslocamento da curva e

    o deslocamento ao longo dela. No primeiro caso, a curva se desloca

    quando se altera uma varivel externa, ou seja, uma varivel que no

    seja nem o preo nem a quantidade ofertada/demandada. Assim,est-se disposto a consumir/produzir mais/menos do bem em questo

    por um preo dado. J o deslocamento ao longo da curva mostra

    uma alterao nas variveis internas, ou seja, preo ou quantidade

    ofertada/demandada.

    REFLITA A RESPEITO...

    Como se classica o mercado de planos de sade no Brasil?

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    6 ESTRUTURA DE MERCADO: ELASTICIDADE EEQUILBRIO

    EQUILBRIO DE MERCADO

    O preo na economia de mercado determinado tanto pela

    oferta quanto pela demanda. Como visto no tpico anterior, a curva de

    demanda representa o desejo dos consumidores e decrescente. J a

    curva de oferta representa o desejo dos vendedores e representada

    por uma curva crescente. Se ambas as curvas forem colocadas em

    um nico grco, o resultado ser uma interseco em um nicoponto, uma vez que a curva da demanda decrescente e a da oferta

    crescente. Esse ponto na interseco das curvas representa o

    equilbrio de mercado(gura 12).

    Figura 12.Equilbrio de mercado. O ponto onde as curvas de oferta (Ox) e demanda (Dx) se

    cruzam chama-se equilbrio de mercado (adaptado de Pinho et al, 2006).

    O ponto de interseco tambm o ponto de coincidncia de

    desejos: a quantidade que os consumidores desejam comprar igual

    quantidade que os produtores desejam vender. O preo nessa

    interseco chamado preo de equilbrioe a quantidade chamada

    quantidade de equilbrio.

    Para qualquer preo superior a P0a quantidade que os ofertantes

    desejam vender maior que aquela que os consumidores desejamcomprar, ou seja, h excesso de oferta. Quanto maior o preo, maior

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    37 o excesso de oferta. Para qualquer preo inferior a P

    0surgir um

    excesso de demanda. Quanto menor o preo, maior o excesso de

    demanda.

    No h compatibilidade de desejos quando os preos esto

    acima ou abaixo de P0.

    Esse quadro, quando oferta e demanda se renem, possui

    algumas consequncias, por exemplo: quando existir excesso de

    demanda, surgiro presses para que os preos subam uma vez que

    os compradores, incapazes de comprar tudo o que desejam ao preo

    existente, dispem-se a pagar mais; e os vendedores veem a escassez

    e percebem que podem elevar os preos sem queda em suas vendas

    (Pinho et al, 2006).

    Assim, independentemente de o preo comear muito alto ou

    muito baixo, as atividades dos diversos compradores e vendedores

    conduzem automaticamente o mercado em direo ao preo de

    equilbrio. Uma vez atingido o equilbrio, os compradores e vendedores

    cam satisfeitos e no h presso para mudana dos preos. O quo

    rpido o equilbrio atingido varia de mercado para mercado. Na

    maioria dos mercados livres, o excesso e a escassez so temporrios

    e os preos tendem a se mover em direo ao equilbrio. Como esse

    fenmeno universal recebe o nome de lei da oferta e da procura

    (Mankiw, 2013).

    Lei da oferta e da procura: o preo de qualquer bem se ajusta para

    trazer a quantidade ofertada e a quantidade demandada do bempara o equilbrio.

    MUDANAS DO PONTO DE EQUILBRIO DEVIDO A DESLOCA-

    MENTOS DA CURVA DE OFERTA E DEMANDA

    Quando um evento desloca qualquer uma das curvas (oferta

    e demanda), o equilbrio de mercado muda. Para se analisar essa

    mudana, necessrio que se analise como um fato afeta o mercado.

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    8Em primeiro lugar, preciso vericar se o fato desloca a curva de

    oferta, a curva de demanda ou, at mesmo, ambas. Em segundo lugar,

    necessrio vericar se a curva se desloca para a esquerda ou para

    a direita (tabela 2). Por ltimo, preciso usar o diagrama de ofertae demanda para comparar o equilbrio inicial com o novo equilbrio,

    vericando como o preo e a quantidade demandada e ofertada

    foram afetados.

    Tabela 2. Resumo das etapas para analisar mudanas no equilbrio

    de mercado.

    TRS PASSOS PARA ANALISAR MUDANAS NO EQUILBRIO

    1. Analisar se o acontecimento desloca a curva de oferta ou demanda ouambas;

    2. Analisar para qual direo a curva se desloca;

    3. Usar o grco da oferta e demanda para vericar como o deslocamen -

    to do equilbrio altera o preo e a quandade.

    Um exemplo de deslocamento em uma das curvas o aumento de

    renda real dos consumidores, ou seja, a demanda de um determinado

    bem ao mesmo preo ser maior. Portanto, h um deslocamentoda curva de demanda para a direita, para D (gura 13), com novo

    equilbrio de mercado e com preo e quantidade maiores.

    Figura 13.Deslocamento do equilbrio de mercado devido alterao da curva de demanda

    de D para D com alterao do ponto de equilbrio de mercado, da interseco E1 para E2

    (adaptado de Pinho et al, 2006).

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    39Da mesma forma, pode haver um deslocamento da curva de

    oferta. Por exemplo, os preos das matrias-primas de determinado

    bem se reduzem. Portanto, h um deslocamento da curva de oferta

    para a direita, para O, com novo equilbrio de mercado, preo menore quantidade maior (ponto E) como visto na gura 14.

    Figura 14.Deslocamento do equilbrio de mercado devido alterao da curva de oferta de

    O para O, deslocando o ponto de equilbrio da interseco E1 para E2 (adaptado de Pinho et

    al, 2006).

    A tabela 3 mostra o resultado previsto para qualquer combinao

    de deslocamento das duas curvas.

    Tabela 3.O que acontece com o preo e a quantidade quando a

    oferta ou a demanda se deslocam?

    NENHUMA MUDANANA OFERTA AUMENTO NA OFERTA DIMINUIO NA OFERTA

    Nenhuma mudana nademanda

    P o mesmo

    Q o mesmo

    P diminui

    Q aumenta

    P aumenta

    Q diminui

    Aumento na demanda P aumenta

    Q aumenta

    P ambguo

    Q aumenta

    P aumenta

    Q ambgua

    Diminuio na demanda P diminui

    Q diminui

    P diminui

    Q ambgua

    P ambgua

    Q diminui

    P = preoQ = quandade demandada

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    40

    Exerccio Resolvido

    Vamos visualizar como funciona o mercado de planos de sadeem uma dada localidade. Suponha que a curva de demanda por

    planos de sade siga a seguinte funo demanda:

    QD= 40 + 9P

    E a funo oferta desse mercado seja:

    QO= 200 - 7P

    Para calcular o ponto de equilbrio desse mercado (lembrem-

    se: no ponto de equilbrio acontece a igualdade de desejos

    dos demandantes e dos ofertantes) basta igualar as funes,

    portanto:

    QD= Q

    O

    200 - 7P = 40 + 9P => PE= 10

    E por substituio => QE= 130

    Isso signica que o Preo de Equilbrio (PE) 10 unidades

    monetrias e a Quantidade de Equilbrio (QE) 130 unidades.

    ELASTICIDADE

    Imagine que um determinado evento provocasse o aumento do

    preo dos medicamentos. Pode ser uma guerra que interrompesse o

    fornecimento de matrias-primas, uma expanso de epidemias que

    provocasse o aumento do consumo de medicamentos ou um novo

    imposto aprovado pelo governo. Como os consumidores reagiriam a

    esse aumento?

    De maneira geral, considerando a lei de oferta e demanda, osconsumidores reagiriam comprando menos. Mas e se voc necessitar

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    41de uma resposta mais exata? Em quanto o consumo foi reduzido?

    Essa questo pode ser respondida por meio de um conceito chamado

    elasticidade. A elasticidade uma medida do tamanho ou magnitude

    da resposta dos compradores e vendedores s mudanas dascondies de mercado.

    REFLITA A RESPEITO...

    Como se classica a elasticidade dos planos de sade no Brasil em

    um momento de mercado com economia aquecida?

    MACROECONOMIA E INDICADORES FINANCEIROS

    Quando voc necessitar procurar por um emprego ou mudar de

    rea, sua experincia ser moldada, em grande parte, pelas condies

    econmicas do momento. Em alguns perodos, as empresas de toda

    a economia se expandem, a quantidade de empregos aumenta e

    as pessoas encontram facilmente uma colocao. Por outro lado,

    em alguns perodos as empresas reduzem a produo, o nvel de

    emprego cai e as pessoas tm diculdade em encontrar um trabalho.

    Devido a essa profunda relao entre a economia e o nosso bem-estar nanceiro, todas as mudanas das condies econmicas so

    noticiadas na televiso, em jornais e em revistas, entre outros meios.

    Os dados estatsticos e levantamentos sobre a economia de um lugar

    chamam-se macroeconomia.

    Macroeconomia o estudo de fenmenos que afetam a economia

    como um todo, incluindo inao, desemprego e crescimento

    econmico.

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    42RENDA E DESPESA

    Ao tentar avaliar a situao econmica de uma pessoa ou uma

    famlia, primeiramente voc analisaria qual aspecto? Comumenteseria a renda. Algum com renda elevada tem mais facilidade em

    pagar pelos bens necessrios e pelos supruos.

    Essa mesma lgica se aplica economia de um pas. Ao se

    examinar a economia de um pas, natural examinar a renda total

    obtida por todos os membros da economia. Essa a funo do

    Produto Interno Bruto (PIB). O PIB consegue medir duas coisas

    simultaneamente: a renda total de todas as pessoas da economia e adespesa total com os bens e servios produzidos na economia. O PIB

    consegue medir tanto a renda total quanto a despesa total uma vez

    que, para a economia, a renda deve ser igual despesa.

    Como se consegue medir ambas as coisas? A renda de uma

    economia igual despesa, pois para cada transao h duas partes:

    um comprador e um vendedor.

    Produto Interno Bruto (PIB) o valor de mercado de todos os bens

    e servios nais produzidos em um pas em dado perodo.

    O PIB tenta ser abrangente e inclui todos os itens produzidos

    na economia e vendidos legalmente nos mercados. Tambm inclui o

    valor dos servios, como consultas, aluguis, reformas, etc. Mesmo

    que a pessoa seja proprietria do imvel e no pague aluguel, ogoverno inclui a moradia prpria no PIB, estimando o valor do aluguel.

    Ou seja, o PIB se baseia na hiptese de que o proprietrio pague o

    valor do aluguel a si prprio, ou seja, uma renda e uma despesa, mas

    que leva em considerao as moradias existentes e a possvel gerao

    de renda (Mankiw, 2013).

    No clculo do PIB entram tanto bens tangveis (alimentos,

    material escolar, roupas, etc.) quanto intangveis (corte de cabelo,ingressos para shows, consultas, servios em geral).

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    43H, no entanto, alguns produtos que o PIB no considera

    pela diculdade em mensurar, como os itens produzidos e vendidos

    ilegalmente e os produzidos em casa. Como exemplo, imagine que

    Ana se consulte regularmente com um dermatologista. Essa transaoentra no PIB. Mas se ela se casasse com o dermatologista, ela no

    mais precisaria pagar pelo servio; o valor da transao no entraria

    no PIB.

    Alm disso, o PIB mede o valor da produo que tem lugar em

    um intervalo de tempo especco. Normalmente de um ano ou um

    trimestre. Quando o governo divulga o PIB trimestral, geralmente o

    apresenta ao que se chama de taxa anual ou anualizado. Isso querdizer que o valor relatado do PIB o montante de renda e despesa

    durante o trimestre multiplicado por quatro. Normalmente o governo

    usa essa conveno para facilitar a comparao entre os valores

    trimestrais e anuais do PIB.

    OS COMPONENTES DO PIB

    Para entender como a economia est usando seus recursos, oseconomistas estudam a composio do PIB, que dividido em quatro

    componentes: consumo (C), investimento (I), compras do governo

    (G) e exportaes lquidas (EL), conforme representao abaixo:

    PIB = C + I + G + EL

    Consumo (C)

    O consumo a despesa das famlias em bens e servios,

    excetuando-se a compra de imveis residenciais novos. Os bens

    descritos incluem despesas com bens durveis (carros, mveis,

    eletrodomsticos) e bens no durveis, como alimentos e servios de

    sade.

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    44Investimento (I)

    O investimento so dispndios em equipamento de capital,

    estoques e estruturas, incluindo a compra de novos imveisresidenciais pelas famlias.

    Compras do Governo (G)

    As compras do governo incluem os gastos em bens e servios

    pelos governos municipais, estaduais e federal. Isso inclui os salrios

    dos funcionrios pblicos e as despesas em obras pblicas.

    Exportaes lquidas (EL)

    As exportaes lquidas so iguais s compras (ou despesas)

    por parte dos estrangeiros em bens produzidos internamente

    (exportaes), subtraindo-se as compras internas de bens estrangeiros

    (importaes). Ou seja, uma venda feita por uma empresa nacional a

    um comprador de outro pas aumenta as exportaes lquidas.

    PIB E BEM-ESTAR ECONMICO

    Como visto anteriormente, o PIB mede tanto a renda total

    quanto a despesa total da economia em bens e servios. Assim, o PIB

    per capita nos fala da renda e das despesas do indivduo mdio na

    economia. Um PIB elevado pode ajudar, de fato, a levar uma vida mais

    confortvel. Apesar do PIB no conseguir medir diretamente a sade

    da populao e a educao, pases com PIB elevado podem arcar com

    o custo de um melhor atendimento de sade para sua populao.

    O PIB no uma medida perfeita de bem-estar. Um ponto

    relevante que o PIB no mede o lazer, por exemplo. Alm disso,

    como o PIB usa os preos de mercado para avaliar bens e servios,

    ele desconsidera o valor de quase todas as atividades que ocorrem

    fora dos mercados. Dessa forma, muitas coisas no entram no

    clculo do PIB, como trabalho voluntrio e o cuidado com a famlia

    e os lhos. Outro componente negligenciado pelo PIB a qualidade

    do meio ambiente. Assim, imagine que o governo elimine todas as

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    45regulamentaes ambientais. As empresas poderiam produzir mais

    bens e servios sem se preocuparem com a poluio. No entanto,

    essa medida poderia favorecer um aumento momentneo no PIB; em

    contrapartida, haveria maiores gastos em Sade.

    Um item importante a ser levado em considerao ao se analisar

    o crescimento econmico alm do PIB o PIBper capitae o ndice de

    Gini (ver quadro informativo).

    NDICE DE GINI

    O ndice de Gini, criado pelo matemtico italiano Conrado Gini, uminstrumento para medir o grau de concentrao de renda em deter-minado grupo. Ele aponta a diferena entre os rendimentos dos maispobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (algunsapresentam de zero a cem). O valor zero representa a situao deigualdade, ou seja, todos tm a mesma renda. O valor um (ou cem)est no extremo oposto, isto , uma s pessoa detm toda a riqueza.Na prtica, o ndice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres comos 20% mais ricos.

    No Relatrio de Desenvolvimento Humano 2004 elaborado pelo Pro-grama das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasilaparece com ndice de 0,591; ele era o nmero 120 da lista de 127 pa-ses. Apenas sete naes apresentavam maior concentrao de renda.http://desaos.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23

    Ainda segundo o relatrio, a desigualdade na regio historicamen-te alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade

    social. No entanto, para a entidade, possvel romper esse crculo vi-cioso - no com meras intervenes para reduzir a pobreza, mas com aimplementao de polticas pblicas de reduo da desigualdade. Umexemplo so mecanismos de transferncia de renda. (Notcia O Globo,Pnud: Brasil tem 3 pior desigualdade do mundo, 22/07/10)

    No relatrio publicado em 2010, a desigualdade de renda no Brasil caiufortemente e o ndice de Gini estava em 0,515 em 2008. Novos rela-trios sero realizados e esse indicador deve sempre ser levado em

    considerao na anlise do PIB para vericar o grau de concentraode renda.

    http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23
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    46PIB BRASILEIRO

    Os dados da tabela 4 mostram a srie histrica do PIB brasileiro

    ao longo dos anos.

    Tabela 4.Srie histrica do PIB brasileiro. A variao sobre o

    volume do PIB em comparao com o ano anterior.

    ANOVARIAO

    DO PIBANO

    VARIAO DOPIB

    ANOVARIAO

    DO PIB

    2013 - 1991 1,0 1969 9,5

    2012 - 1990 -4,3 1968 9,8

    2011 2,7 1989 3,2 1967 4,2

    2010 7,5 1988 -0,1 1966 6,7

    2009 -0,3 1987 3,5 1965 2,4

    2008 5,2 1986 7,5 1964 3,4

    2007 6,1 1985 7,8 1963 0,6

    2006 4,0 1984 5,4 1962 6,6

    2005 3,2 1983 -2,9 1961 8,6

    2004 5,7 1982 0,8 1960 9,4

    2003 1,1 1981 -4,3 1959 9,82002 2,7 1980 9,2 1958 10,8

    2001 1,3 1979 6,8 1957 7,7

    2000 4,3 1978 5,0 1956 2,9

    1999 0,3 1977 4,9 1955 8,8

    1998 0,0 1976 10,3 1954 7,8

    1997 3,4 1975 5,2 1953 4,7

    1996 2,2 1974 8,2 1952 7,3

    1995 4,2 1973 14,0 1951 4,9

    1994 5,8 1972 11,9 1950 6,8

    1993 4,9 1971 11,3 1949 7,7

    1992 -0,5 1970 10,4 1948 9,7

    Fonte: IBGE

    No incio de 2014 houve o fechamento dos dados do PIB do

    terceiro trimestre de 2013 e, diferentemente do segundo trimestre, o

    Brasil foi um dos poucos pases a registrar retrao na economia. Noperodo, a economia brasileira recuou 0,5% em relao ao 2 trimestre.

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    ade

    47Alm do Brasil, apenas Frana e Itlia, com a queda de 0,1% no PIB do

    terceiro trimestre ante o segundo, registraram retrao.

    Na comparao com os BRICs (Brasil, Rssia, ndia e China),outras grandes economias emergentes, o Brasil teve o terceiro maior

    crescimento. Com esses pases, no entanto, s h comparao na

    base do terceiro trimestre ante o mesmo trimestre do ano anterior. O

    crescimento de 2,2% no PIB do Brasil cou abaixo dos 7,8% da China e

    dos 4,8% da ndia. frica do Sul cresceu 1,8% e a Rssia, 1,2%.

    Entre os PIBs per capita, o Brasil teve o segundo maior resultado

    (US$ 12,1 mil). Apenas a Rssia registrou PIB per capita acima do

    brasileiro (US$ 17,7 mil). frica do Sul (US$ 11,3 mil), China (US$ 9,1 mil)

    e ndia (US$ 3,9 mil) caram com resultado abaixo.

    Figura 15.Valores do PIB para as dez maiores economias do mundo (2013). Dados dispon-

    veis em hp://economia.terra.com.br/pib-mundial/.

    http://economia.terra.com.br/pib-mundial/http://economia.terra.com.br/pib-mundial/
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    48

    OUTRAS MEDIDAS DE RENDA

    Quando se calcula o PIB de um pas tambm se calculam outrasmedidas de renda para se obter um panorama mais completoda economia.

    Algumas dessas medidas so:

    Produto Nacional Bruto (PNB): a renda total dos resi-

    dentes permanentes de um pas. Difere do PIB por incluir

    a renda que os cidados ganham no exterior e por excluir

    a renda que os estrangeiros ganham dentro do territrio

    nacional. Por exemplo, quando um mdico cubano traba-

    lha temporariamente no Brasil, sua produo parte do

    PIB brasileiro, mas no parte do PNB brasileiro, pois sua

    produo parte do PNB cubano.

    Produto Nacional Lquido (PNL): a renda total dos resi-

    dentes de uma nao (PNB) menos as perdas decorrentes

    da depreciao. Depreciao o desgaste do estoque de

    equipamento e estruturas da economia resultante do des-gaste pelo uso, pela ao da natureza ou pela obsolescn-

    cia normal.

    VEJA TAMBM!

    Site com o PIB e localizao dos pases para consulta onlinehttp://economia.terra.com.br/pib-mundial/

    INFLAO

    A inao pode ser conceituada como um aumento contnuo

    e generalizado no nvel de preos. Essa denio contm duas

    caractersticas que devem estar presentes para que possamos

    distinguir um processo inacionrio. Uma vez que a inao

    representa um aumento dos preos expressos na moeda local (preosmonetrios), o processo inacionrio diminui o valor real da moeda

    ao longo do tempo.

    http://economia.terra.com.br/pib-mundial/http://economia.terra.com.br/pib-mundial/
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    ade

    49Principalmente existem duas causas bsicas para o aumento dos

    preos que do origem a dois grupos distintos de teorias para explicar

    o fenmeno da inao. Uma das linhas de pensamento enfatiza a

    evoluo da demanda agregada, argumentando que o crescimentocontnuo da demanda agregada deve-se ao crescimento do estoque

    de moeda. A segunda linha observa mais detidamente a evoluo

    da oferta agregada e, particularmente, a questo dos custos de

    produo.

    EFEITO SOBRE A DISTRIBUIO DE RENDA

    A distoro mais sria provocada pela inao diz respeito

    reduo relativa do poder aquisitivo de quem depende de rendimentos

    xos, os quais possuem prazos legais de reajuste. Nessa categoria se

    encontram os assalariados, que com o passar do tempo cam com o

    oramento cada vez mais reduzido at a chegada do novo reajuste.

    A classe trabalhadora a que mais perde com o aumento das taxas

    de inao, principalmente os trabalhadores de baixa renda que no

    possuem acesso ao sistema nanceiro, o qual poderia proteg-los da

    perda do poder aquisitivo.

    Os proprietrios de imveis que locam suas propriedades

    tambm so desfavorecidos com a alta da inao, uma vez que os

    contratos de imveis xam os valores dos aluguis por determinado

    perodo.

    Quem no prejudicado com a inao so, em grande parte,

    os agentes econmicos que possuem mais facilidade em formarpreos, que tm possibilidade de repassar seus aumentos de custos

    provocados pela inao, garantindo suas margens de lucro (adaptado

    de Pinho et al, 2006).

    DESENVOLVIMENTO HUMANO E IDH

    O conceito de desenvolvimento humano nasceu denido como um

    processo de ampliao das escolhas das pessoas para que elas tenham

    capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser.

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    0Diferentemente da perspectiva do crescimento econmico,

    que v o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos ou pela

    renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano

    procura olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades ecapacidades. A renda importante, mas como um dos meios do

    desenvolvimento, e no como seu m. uma mudana de perspectiva:

    com o desenvolvimento humano, o foco transferido do crescimento

    econmico, ou da renda, para o ser humano.

    O conceito de Desenvolvimento Humano tambm parte do

    pressuposto de que para aferir o avano na qualidade de vida de uma

    populao preciso ir alm do vis puramente econmico e consideraroutras caractersticas sociais, culturais e polticas que inuenciam

    a qualidade da vida humana. Esse conceito a base do ndice de

    Desenvolvimento Humano (IDH) e do Relatrio de Desenvolvimento

    Humano (RDH) publicados anualmente pelo PNUD (http://www.pnud.

    org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_

    DH).

    O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) uma medidaresumida do progresso em longo prazo em trs dimenses bsicas

    do desenvolvimento humano: renda, educao e sade (por meio

    da expectativa de vida ao nascer). O valor varia de zero a um. O

    objetivo da criao do IDH foi o de oferecer um contraponto a outro

    indicador muito utilizado, o PIB per capita, que considera apenas

    a dimenso econmica do desenvolvimento. Criado por Mahbub

    ul Haq com a colaborao do economista indiano Amartya Sen,

    ganhador do Prmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende seruma medida geral e sinttica que, apesar de ampliar a perspectiva

    sobre o desenvolvimento humano, no abrange nem esgota todos

    os aspectos de desenvolvimento. No ranking mundial, o Brasil est

    em 85 posio com ndice de 0,73 contra a pontuao de 0,955 da

    Noruega, primeiro pas no rankingmundial.

    Na pgina do jornal O Estado de So Paulo, est disponvel o

    rankingdo IDH dos municpios brasileiros: http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/

    http://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DHhttp://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DHhttp://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DHhttp://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/http://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DHhttp://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DHhttp://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DH
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    51Na pgina disponvel http://noticias.uol.com.br/infogra-

    cos/2013/03/14/brasil-ca-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-

    -veja-resultado-de-todos-os-paises.htm possvel visualizar o IDH de

    todos os pases.

    Tabela 5. Primeiras posies do rankingdo IDH para municpios

    brasileiros.POSIO NO

    RANKING

    MUNICPIO ESTADO IDH-M

    1 So Caetano do Sul So Paulo 0,862

    2 guas de So Pedro So Paulo 0,854

    3 Florianpolis Santa Catarina 0,8474 Vitria Esprito Santo 0,845

    5 Balnerio Cambori Santa Catarina 0,845

    6 Santos So Paulo 0,840

    7 Niteri Rio de Janeiro 0,837

    8 Joaaba Santa Catarina 0,827

    9 Braslia Distrito Federal 0,824

    10 Curiba Paran 0,823

    11 Jundia So Paulo 0,822

    12 Valinhos So Paulo 0,819

    13 Vinhedo So Paulo 0,817

    IDH-M: IDH de municpio

    Fonte: O Estado de So Paulo, sries histricas, 2013.

    INDICADORES DE SADE

    Algumas publicaes sobre indicadores em Sade disponveis

    no site do IBGE esto descritas abaixo:

    ACESSO E UTILIZAO DE SERVIOS DE SADE

    Apresenta um perl das necessidades em sade no pas a partir

    de declaraes sobre a autoavaliao do estado de sade das pes-

    soas, restrio das atividades habituais e doenas crnicas informa-das, bem como sobre o acesso e a utilizao dos servios, os tipos de

    http://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htmhttp://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/03/14/brasil-fica-na-85-posicao-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htm
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    2cobertura dos planos de sade e o atendimento no Sistema nico de

    Sade - SUS. Inclui uma anlise dos resultados apresentados, a concei-

    tuao das caractersticas investigadas e o plano de amostragem da

    pesquisa. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/traba-lhoerendimento/pnad2003/saude/default.shtm

    INDICADORES SOCIODEMOGRFICOS E DE SADE NO

    BRASIL

    A publicao apresenta dados recentes de um Brasil que vem

    apresentando um novo padro demogrco e que se caracteriza pela

    reduo da taxa de crescimento populacional e por transformaesprofundas na composio de sua estrutura etria com um signica-

    tivo aumento do contingente de idosos. Essas modicaes tm

    mostrado importantes mudanas tambm no perl epidemiolgico

    da populao com alteraes relevantes nos indicadores de morbi-

    mortalidade. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/

    indic_sociosaude/2009/default.shtm. A pgina do World Bankpossui

    diversas informaes sobre gastos em sade mundiais em sade que

    tambm vale a pena consultar: http://data.worldbank.org/indicator/

    SH.XPD.PCAP/countries/1W?display=default

    REFLITA A RESPEITO...

    Qual dos componentes do PIB (caso haja) seria afetado por cada

    uma das transaes a seguir?

    1. Uma famlia compra um eletrodomstico novo;

    2. Seu pai compra uma casa nova;

    3. A Chevrolet vende um carro;

    4. O governo de So Paulo decide repavimentar a Rod