Tópicos Especiais em Economia e Gestão da Saúde

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Tópicos Especiais em Tópicos Especiais em Economia e Gestão da Economia e Gestão da Saúde Saúde Residente Esther Grizende Garcia Economista, pós-graduada em Gestão, Acreditação e Auditoria Hospitalar. Residência em Economia e Administração [email protected] Tel. 4009-5172

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Tópicos Especiais em Economia e Gestão da Saúde. Residente Esther Grizende Garcia Economista, pós-graduada em Gestão, Acreditação e Auditoria Hospitalar. Residência em Economia e Administração [email protected] Tel. 4009-5172. Ementa. 2) A estrutura do setor saúde brasileiro - PowerPoint PPT Presentation

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Tópicos Especiais em Tópicos Especiais em Economia e Gestão da SaúdeEconomia e Gestão da Saúde

Residente Esther Grizende Garcia

Economista, pós-graduada em Gestão, Acreditação e Auditoria Hospitalar.

Residência em Economia e Administração

[email protected]

Tel. 4009-5172

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EmentaEmenta2) A estrutura do setor saúde brasileiro

2.1) Modelo Hospitalocêntrico X Atenção Primária2.2) Indústria farmacêutica e de Equipamentos 2.3) A Judicialização da Saúde 2.4) Regulação em saúde

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A Estrutura do Setor Saúde A Estrutura do Setor Saúde BrasileiroBrasileiro Modelo Assistencial:Forma de organização das unidades de

prestação de serviços de saúde, incluindo estabelecimento, redes e sistemas.

Modelo assistencial consiste na organização das ações para a intervenção no processo saúde-doença, articulando os recursos físicos, tecnológicos e humanos, para enfrentar e resolver os problemas de saúde existentes em uma coletividade. (MERPHY, MALTA, SANTOS, 2010)

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A Estrutura do Setor Saúde A Estrutura do Setor Saúde BrasileiroBrasileiro

No Brasil, há uma sobrecarga de demanda, muito evidente nos serviços de urgência/emergência, mas que também já é sentida nos ambulatórios e enfermarias.

Modelo centrado na oferta de serviços - dificuldades de reversão do modelo hospitalocêntrico para aquele organizado a partir da atenção básica.

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Modelo HospitalocêntricoModelo HospitalocêntricoÉ o modelo assistencial onde o hospital funciona

como o centro do sistema de saúde.E o médico é o principal tomador de decisão.

Dificuldades:Elevação dos custos (incorporação tecnológica e

reorganização do processo de trabalho);Redução de eficácia e da efetividade (mudança do

perfil demográfico e epidemiológico da população); Insatisfação dos profissionais com as condições de

trabalho e remuneração (assalariamento, sindicalização, greves);

Insatisfação da população com as dificuldades de acesso, a baixa qualidade e a desumanização do atendimento.

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Modelo HospitalocêntricoModelo Hospitalocêntrico

Há evidências que apontam que uma redução de cerca de 6 a 12 meses na expectativa de vida da população dos Estados Unidos pode ser creditada à iatrogenia médica, sendo essa a terceira causa de óbito neste país. O número de mortes nos EUA devido à complicações de intervenções médicas é cerca de 225.000 por ano.

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Atenção PrimáriaAtenção Primária Atenção Primária à Saúde:

“...É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde.” (Declaração de Alma-Ata)

Características da Atenção Primária à Saúde (APS): É o primeiro recurso a ser buscado pelo paciente; Continuidade do cuidado; Integralidade; Coordenação da assistência; Capaz de influir nos indicadores de saúde; Grande potencial regulador da utilização dos recursos de

alta densidade tecnológica.

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Atenção PrimáriaAtenção Primária Objetivos: Maior equidade; Maior satisfação dos usuários; Menores custos para o sistema de saúde.

Diferentes Termos para APS: APS (proposta pela Alma Ata); AP Seletiva; AP Orientada para a comunidade; AP Renovada.

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Atenção PrimáriaAtenção PrimáriaDesafios:

Valorização política e social da APS; Recursos Humanos; Duplicação das redes de atenção; Prática das equipes; Financiamento; Avaliação e instrumentos de gestão.

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Complexo do Setor de Saúde Complexo do Setor de Saúde BrasileiroBrasileiro

O complexo de Saúde brasileiro é composto: o Indústria farmacêutica, equipamentos

médicos e insumos, setores hospitalar e ambulatorial;

PIB do complexo de saúde:o 80% setor de serviços;o 20% setor industrial.

O Brasil é o nono maior mercado de fármacos e medicamentos do mundo e conta com importantes indústrias do setor em seu território.

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Complexo do Setor de Saúde Complexo do Setor de Saúde BrasileiroBrasileiro

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica Farmacoeconomia: Faz a análise dos

custos e das consequências da farmacoterapia para o paciente, o sistema de saúde e a sociedade.

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica

“Como a demanda por medicamentos é inelástica, isto é, sofre pouca alteração quando há variações no preço, pois é relativa a produtos cuja utilização traz retornos insubstituíveis ao consumidor, em geral, a compra dos mesmos não é cancelada após um aumento de preço.” (MIRANDA; OLIVEIRA JÚNIOR, 2011)

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica O mercado farmacêutico movimenta

anualmente R$ 28 bilhões e a tendência é de expansão (Ministério da Saúde, 2010);

Atualmente, existem cerca de 540 indústrias farmacêuticas cadastradas no Brasil, sendo 90 delas, produtoras do medicamento similar.

Tipos de Políticas Públicas: Política de saúde: intervenções para

aumentar o bem-estar do paciente. Política industrial: voltadas para aperfeiçoar

a eficiência econômica e a competitividade do setor.

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica Política industrial – Os medicamentos genéricos

Três tipos de medicamentos: Referência; Similar; Genérico.

Lei 9.787 de fevereiro de 1999, define os genéricos: É um medicamento com a mesma substância ativa e

com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. E principalmente, são intercambiáveis em relação ao medicamento de referência, ou seja, a troca pelo genérico é possível;

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Indústria Farmacêutica: Indústria Farmacêutica: GenéricosGenéricos

Já tiveram sua proteção por patente expirada; O objetivo principal dessa política foi a redução do

poder de mercado decorrente dessa diferenciação dos produtos de marca para, assim, obter um menor preço ao consumidor final.

Os genéricos são submetidos a testes de bioequivalência pela ANVISA

Exemplo de preços:

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica

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Indústria Farmacêutica: Indústria Farmacêutica: GenéricosGenéricosEm 2010 os genéricos corresponderam a

20,6% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico brasileiro.

A produção dos medicamentos de referência ainda se sobrepõe sobre os genéricos e similares: grandes investimentos em pesquisa de alta tecnologia por parte destas empresas.

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica Política industrial – licenciamento compulsório

de medicamentos Em maio de 2007 foi assinado um decreto que

oficializou o licenciamento compulsório de uma patente, mais especificamente do anti-retroviral Efavirez (expira em 2016 apenas);

Licença para exploração mediante pagamento de royalties;

Justificativa: Quando o titular exerce seus direitos de forma

abusiva (abusos do direito econômico); Nos casos de emergência nacional ou interesse

público;(600 mil portadores de HIV, ou seja 0,85% da

população brasileira > Gasto excessivo com coquetéis anti-retrovirais);

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Indústria FarmacêuticaIndústria Farmacêutica

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Indústria de equipamentos médicos e Indústria de equipamentos médicos e InsumosInsumos

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Indústria de equipamentos médicos e Indústria de equipamentos médicos e InsumosInsumosBrasil apresenta-se como um dos maiores

importadores do segmento. As principais características do setor são:◦ Indústria baseada em tecnologia;◦ Depende fortemente das forças de oferta

(complexidade e sofisticação crescente);◦ Baixa elasticidade de substituição dos produtos

(amplia a oferta);◦ As empresas são grandes, diversificadas

quanto aos seus campos de atividade industrial e internacionalizadas em termos de estratégias de vendas;

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Indústria de equipamentos médicos e Indústria de equipamentos médicos e InsumosInsumos

Cenário:Nas últimas décadas, tem-se vivenciado um

nova revolução na área de diagnóstico por imagem.◦ Ultra-sonografia;◦ Tomografia computadorizada;◦ Medicina nuclear;◦ Radiologia intervencionista;◦ Ressonância magnética.

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Indústria de equipamentos médicosIndústria de equipamentos médicosValor da Produção (2005 - 2012)

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorial

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorialÊnfase na

atenção hospitalar◦ Gasto hospitalar

representa a maior parte: 67% (SUS 70%); Em torno de 30%

das internações não requerem cuidado hospitalar;

◦ % maior que outros países (OCDE < 55%)

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorial

Composição do gasto por elemento de despesa

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorialComposição do

quadro de pessoal:◦ Predomina

pessoal de nível intermediário e básico;

◦ Alto % de pessoal administrativo.

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorialEficiência

depende da escala◦ Eficiência está

diretamente relacionada com o tamanho;

◦ A média de eficiência dos hospitais é de 0,34

◦ 60% dos hospitais tem menos que 50 leitos.

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorial

Cenário: limitações dos arranjos organizacionais tradicionais

Gestores têm pouca autoridade para:◦ RH - recrutamento, sanção, demissão;◦ Modificações na estrutura de compras, licitações,

contratos;◦ Definição da oferta de serviços.

Gestores são pouco responsabilizados:◦ Performance não exigida adequadamente;◦ Não utilizam adequadamente as ferramentas de gestão:

pouca qualificação;◦ Falta de vínculo entre financiamento e desempenho.

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Setor hospitalar e Setor hospitalar e ambulatorialambulatorialFalta de informação para gestão

◦ Sistema de informação precário;◦ Ausência de avaliação de resultados;◦ Ausência de informação de custos e qualidade.

RESULTADO: BAIXA EFICIÊNCIA E QUALIDADE

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Judicialização da SaúdeJudicialização da Saúde Termo comumente utilizado para se

referir aos processos judiciais na área da saúde impetrados contra o Estado – a solução para a aquisição de determinado medicamento, tecnologia, cirurgia ou leito hospitalar (WANG, 2009).

Os pedidos normalmente são deferidos pelo juiz que pauta sua decisão na CF.

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Judicialização da SaúdeJudicialização da Saúde

Disseminação de informações: nº crescente de mandados judiciais;

Setor público: mercado cobiçado pelos principais fabricantes e distribuidoras;

Especialização em licitações;Problema: gasto exorbitantes com

estes processos.

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Judicialização da SaúdeJudicialização da SaúdeEm 2005, só o Ministério da Saúde (órgão

federal) foi citado em 387 ações, que custaram R$ 2,4 milhões aos cofres públicos, para atender três centenas de pacientes que impetraram estes processos.

Já em 2011, foram 7.200 ações, que somaram R$ 243 milhões. Sem mencionar os processos contra os estados e municípios (SEGATTO, 2012).

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Judicialização da SaúdeJudicialização da SaúdeEstados com maior demanda judicial no

Brasil (abril/2011)

Fonte: Conselho Nacional de Justiça,

2011.

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Judicialização da SaúdeJudicialização da Saúde

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Judicialização da SaúdeJudicialização da SaúdeO poder da Indústria Farmacêutica:

demanda induzida.Revista Época (mar/2012): Um paciente entrou com uma ação judicial

contra o estado de São Paulo para conseguir o medicamento importado Soliris, que não tem registro na ANVISA e custa cerca de R$ 11 mil cada frasco. Segundo a prescrição médica deste paciente, são necessários três frascos deste fármaco a cada 15 dias. Ou seja, ele custa para a Administração Pública cerca de R$ 70 mil por mês, mais de R$ 800 mil por ano.

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Regulação em SaúdeRegulação em SaúdeA indústria farmacêutica tem características

peculiares, que em conjunto sinalizam a necessidade de regulação e até intervenção do poder público, como já levantado anteriormente. Segundo Romano (2005), são elas:

Mercados concentrados, com barreiras à entrada de novos concorrentes;

Demanda inelástica a variações de preço;Assimetria de informações a respeito de seus

produtos;Poder para impor preços; Concorrência imperfeita.

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Regulação em SaúdeRegulação em SaúdePERÍODO

REGULAÇÃO DO SETOR FARMACÊUTICO

2003 Criação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e definição de normas para regulação para setor farmacêutico pela Lei nº 10.742/03, que substitui a CAMED.

2004 Criação do Programa de Apoio ao Fortalecimento da Cadeia Farmacêutica (PROFARMA).

2006 Criação do Núcleo de Assessoramento Econômico em Regulação (NUREN), Portaria 354.Criação do Coeficiente de Adequação de Preços (CAP), aplicado sobre o preço de fábrica, resultando no Preço Máximo de Venda ao Governo (PMVG).

2007 I Seminário Internacional sobre Impacto Regulatório – iniciativa da Anvisa.Criação do Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão em Regulação (PRO-REG).

2008 Portaria nº 422 – Institui o Programa de Melhoria de Regulamentação (PMR) da Anvisa.

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Regulação em SaúdeRegulação em Saúde

Órgãos reguladores:Ministério da SaúdeAgência Nacional de Vigilância Sanitária –

ANVISASecretaria de Atenção à SaúdeAgência Nacional de Saúde Suplementar –

ANSMinistério da Ciência e Tecnologia – MCTMinistério da Fazenda.

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Questões:Questões:

3) Explique, com suas palavras, o conceito dos modelos assistenciais hospitalocêntrico e atenção primária à saúde.4) Conceitue os dois tipos de políticas públicas aplicados no setor de saúde.