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Faculdade Meridional IMED Escola de Saúde Curso de Psicologia Relatório de Pesquisa Trabalho de Conclusão de Curso Percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas com diagnóstico de câncer Bruna Dutra Simor Passo Fundo 2016

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Faculdade Meridional – IMED

Escola de Saúde

Curso de Psicologia

Relatório de Pesquisa

Trabalho de Conclusão de Curso

Percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas com diagnóstico de câncer

Bruna Dutra Simor

Passo Fundo

2016

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BRUNA DUTRA SIMOR

Percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas com diagnóstico de câncer

Relatório de Pesquisa apresentado pela

Acadêmica de Psicologia Bruna Dutra

Simor, da Faculdade Meridional – IMED,

como requisito para desenvolver o Trabalho

de Conclusão de Curso, indispensável para

a obtenção de grau de Bacharel em

Psicologia.

Orientadora Profa. Me. Cláudia Daiane Trentin Lampert

Coorientadora Profa. Me. Juliana Frighetto

Passo Fundo

2016

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BRUNA DUTRA SIMOR

Percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas com diagnóstico de câncer

Relatório de Pesquisa apresentado pela

Acadêmica de Psicologia Bruna Dutra

Simor, da Faculdade Meridional – IMED,

como requisito para desenvolver o Trabalho

de Conclusão de Curso, indispensável para

a obtenção de grau de Bacharel em

Psicologia.

Aprovado em: _____ de ____________________ de _____.

BANCA EXAMIDANORA

______________________________________________________

Prof.a Sibeli Carla Garbin Zanin

Faculdade Meridional – IMED, Brasil

______________________________________________________

Prof.ª Michele Marinho da Silveira

Faculdade Meridional – IMED, Brasil

______________________________________________________

Profª. Cláudia Daiane Trentin Lampert

Faculdade Meridional – IMED, Brasil

Passo Fundo

2016

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Resumo

O diagnóstico de câncer pode impactar de maneira drástica a vida de um

indivíduo, e afetar sua autoestima e satisfação com a vida. Este estudo tem como

objetivo investigar a percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas com câncer.

Participaram 30 mulheres com diagnóstico de câncer, com idade entre 60 e 80 anos, de

diferentes níveis socioeconômicos e escolaridade, em tratamento radioterápico em um

hospital no norte do Rio Grande do Sul. Como instrumentos utilizou-se um questionário

sociodemográfico e de percepção de vida, Mini Exame do Estado Mental, Questionário

de Saúde Geral e Escala de Satisfação com a Vida. Os dados foram analisados

quantitativamente por meio de estatística descritiva e correlacional. Os resultados

apontaram para uma autopercepção de saúde associada à percepção de vida da idosa

antes do diagnóstico e, viver o presente é o principal objetivo das mesmas, considerando

sua vida como boa. Observou-se ainda que quanto maior a satisfação com a vida menor

era o desejo de morte. Conhecer os fatores contribuintes para a percepção de satisfação

de vida na vivência do câncer, pode auxiliar pacientes e equipe multidisciplinar em

novas formas de prevenção, promoção e intervenção em saúde no contexto oncológico.

Palavras-chave: Psico-oncologia, qualidade de vida, saúde mental.

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Abstract

A cancer diagnosis can drastically impact the life of an individual, and affect his

self-esteem and life satisfaction. This study has the objective of investigate the

perception and satisfaction with life of elderly women with cancer. Participated 30

women with cancer diagnosis with ages between 60 and 80 years old, of different

social-economic and educational level, in radiotherapy treatment in a hospital north of

Rio Grande do Sul. It was used as instruments a socio-demographic and life perception

questionnaire, a Mini Mental Health Exam, a Health Characterization Questionnaire and

Life Satisfaction Scale. The data were quantitatively analyzed through descriptive and

correlational statistics. The main results pointed to a self-perception of health associated

to the perception of life of the elderly before the diagnosis, living more today is their

main goal, considering their lives as good, and yet, it was observed that the bigger the

satisfaction with life smaller was the death wish. To know the contributing factors to the

perception of satisfaction of life in the cancer experience, can help patients and the

multidisciplinary team in new ways of prevention, promotion and intervention in health

in an oncologic context.

Keywords: Psycho- Oncology, Quality Of Life, Mental Health

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Sumário

Introdução ................................................................................................................................... 7

Método ...................................................................................................................................... 11

Delineamento ............................................................................................................................ 11

Participantes ............................................................................................................................. 11

Instrumentos ............................................................................................................................. 12

Procedimentos .......................................................................................................................... 13

Análise de dados ....................................................................................................................... 14

Resultados ................................................................................................................................. 14

Discussão .................................................................................................................................. 16

Referências ............................................................................................................................... 19

Anexos ...................................................................................................................................... 23

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................................................... 23

Parecer consubstanciado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa ................................ 25

Questionário de percepção de vida .................................................................................26

Questionário sociodemográfico ......................................................................................28

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Introdução

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano

de 2013 cerca de 2,7 milhões de pessoas adultas informaram ter recebido o diagnóstico

de câncer. Entre os tipos de câncer mais prevalentes estão câncer de mama em

mulheres, com um índice de 39,1%, seguido do câncer de próstata com 36,9%, o de pele

em adultos com 16,2% e o de colo de útero com 11,8% (IBGE, 2013).

No cenário das doenças crônicas, o câncer tem aumentado significativamente

sua prevalência, configurando-se como um problema de saúde pública mundial (Sawada

et al., 2009). Conjuntamente, o crescimento da população idosa no mundo e no Brasil,

associado ao aumento de doenças crônicas, especialmente o câncer e seu impacto na

qualidade de vida do idoso, suscita novos desafios para os serviços e profissionais de

saúde (Visentin, Labronici & Lenardt, 2007).

Os avanços da medicina em relação ao diagnóstico, tratamento e sobrevida dos

pacientes com câncer são notórios. Contudo, o momento do diagnóstico ainda é vivido

de forma temida, perpassado por uma crise do indivíduo que se depara com a situação

de adoecimento. Desta forma, algumas reações emocionais como medo, depressão e

ansiedade podem ser esperadas. Além disso, o diagnóstico oncológico, muitas vezes

associado ao risco eminente de morte, tende a aproximar da realidade que se parecia

distante: a finitude tão temida (Silva, Aquino & Santos, 2008).

Paralelamente a investigação e auxílio no enfrentamento das reações e

sofrimentos advindos com o diagnóstico do câncer, diversos estudos buscaram conhecer

os fatores envolvidos na manutenção da qualidade de vida mesmo diante da vivência do

câncer (Lima & Borges, 2009; Lima, Borbosa & Sougey, 2011; Mera & Ortiz, 2012;

Soares, Santana & Muniz, 2011). Sawada et al. (2009) refere que desde o início da

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década de 40, a qualidade de vida na oncologia começou a ser avaliada e entendida

como uma medida essencial para que possam ser avaliados os resultados do tratamento

do câncer. Qualidade de vida é um termo visto como multidimensional, dinâmico e

subjetivo (Sawada et al., 2009).

A qualidade de vida dos pacientes oncológicos relaciona-se proporcionalmente a

satisfação e percepção de vida decorrentes da doença, bem como suas expectativas e

formas de enfrentamento diante do diagnóstico, bem como das incertezas e das

mudanças de vida no seu cotidiano. No momento em que estes pacientes se deparam

com a situação de adoecimento, há a necessidade de uma forma de adaptação e,

principalmente, de aprender a conviver e lidar com seu diagnóstico e, diante do

possível, buscar o seu bem-estar. Para tanto, a maneira como o indivíduo pensa sobre

sua nova condição pode influenciar suas emoções e comportamentos, alterando a

maneira como vai se sentir e reagir frente à doença. Desta forma, o modo como o

paciente percebe os acontecimentos e busca formas de enfrentá-los, pode resultar em

transtornos psicológicos (Silva, Aquino & Santos, 2008) ou na possibilidade de

qualidade de vida apesar da presença do câncer, sendo importante o auxílio para que

seja possível encontrar meios mais saudáveis e adequados de buscar qualidade de vida.

Em pacientes com câncer este conforto é influenciado por diversos fatores que

englobam uma compreensão de olhar global do processo de saúde-doença do indivíduo.

Assim, a avaliação da qualidade de vida possibilita o conhecimento estratégico do

impacto da doença em dimensões que não incluem apenas questões biológicas,

permitindo um aspecto mais explicativo do tratamento. Diante do impacto, tanto físico

quanto emocional e social, causado pelo câncer, a avaliação dos aspectos relacionados à

manutenção da qualidade de vida parecem ser cruciais para avaliar determinadas

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intervenções e as consequências da doença na vida, especialmente em mulheres

(Makluf, Dias & Barra, 2006).

Nesse sentido, Soares, Santana e Muniz (2011) buscaram investigar o

significado do câncer atribuído pelos idosos com o diagnóstico. O estudo foi realizado

com oito idosos que se encontravam em tratamento quimioterápico em uma unidade de

oncologia de um hospital público de uma cidade do Rio Grande do Sul. Os resultados

apontaram que para os idosos, o câncer é visto com aceitação por ser considerado como

algo esperado pela sua idade e, buscaram demonstrar que conviviam muito bem com a

doença, como se esta não afetasse suas vidas.

Lima e Borges (2009) investigaram a relação entre o câncer e a percepção de

qualidade de vida, em uma pesquisa realizada com 20 pacientes oncológicos de um

Centro de Tratamento de Câncer, por meio de entrevistas e de questionário. Os autores

observaram que os pacientes que se encontravam com um nível alto de qualidade de

vida, obtinham melhores resultados em seus tratamentos, com aumento a sobrevida. Os

resultados reforçam que a avaliação dos aspectos da qualidade de vida mostra-se

importante para análise da sobrevida e também do prognóstico dos pacientes.

A relação entre qualidade de vida de pacientes oncológicos e as mudanças

decorrentes ao adoecimento foi investigada por Lima, Barbosa e Sougey (2011) em uma

pesquisa realizada com 19 pacientes, com idade média foi de 60 anos e 89,5% do sexo

masculino. Os autores utilizaram um questionário de Avaliação de Qualidade de Vida

da Universidade de Washington - UW-QOL, e como resultados obtiveram que a

qualidade de vida comparada um mês antes do diagnóstico do câncer, 63,2 % dos

indivíduos informaram que estava pior, já 15,8% acreditam que esteja muito melhor

após o diagnóstico. Ao que tange a qualidade de vida relacionada à sua saúde nos

últimos dias 63,2% acreditavam estar ruim, e ao avaliar a qualidade de vida no seu geral

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como inclusão a saúde física, mental, amigos, família e sua espiritualidade, 47,4% dos

pacientes investigados classificavam como ruim, porém, 52,6% a classificaram como

média ou muito boa.

Em outro estudo realizado por Castro, Salvador e Meneghetti (2011), o bem-

estar psicológico e a autoeficácia no câncer foram investigados. Este comparou 37

mulheres com câncer de mama mais invasivo (carcinoma ductal infilstrante) em

tratamento hospitalar com outro grupo composto por 52 mulheres com tipos de câncer

variados. Após a análise, os resultados revelaram que não houve diferenças entre os

grupos ao que se refere à qualidade de vida, autoeficácia e bem-estar psicológico. Os

autores ressaltam a importância do bem-estar e da autoeficácia para a qualidade de vida

não apenas psicológica, mas também pertinente às questões físicas e ambientais. Os

autores inferem que para que mulheres jovens e com diagnóstico de câncer de mama se

sintam adaptadas e com uma qualidade de vida razoável relevante deve-se investigar a

forma como elas se sentem e se vêm capazes para enfrentar a doença.

Acerca da qualidade de vida de mulheres com câncer de mama, Mera e Ortiz

(2012) realizaram um estudo que selecionou 25 mulheres com câncer de mama que

participaram de um grupo multidisciplinar de apoio. Os resultados mostraram que estas

mulheres apresentaram melhor qualidade de vida, principalmente quando associada com

maior otimismo e busca de estratégias de enfrentamento de forma ativa auxiliando na

diminuição do medo e ansiedade associada ao diagnóstico e tratamento referente ao

câncer. Os autores indicaram que estes fatores influenciam em um enfretamento da

doença mais bem sucedido e na busca de auxilio. Deste modo, os resultados apontam

uma relação entre qualidade de vida e otimismo, demonstrando que as mulheres que

apresentaram mais otimismo tinham uma melhor saúde psicológica e social.

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Considerando que o cuidado e a atenção dispensada aos pacientes idosos

oncológicos influenciam na promoção de bem-estar e qualidade de vida perante a

doença, este estudo objetivou investigar a percepção e satisfação com a vida de

mulheres idosas com câncer. Além disso, buscou-se analisar a relação entre percepção

de vida após o diagnóstico de câncer, qualidade de vida e satisfação com a vida.

Acredita-se que o conhecimento dos fatores que influenciam na percepção e satisfação

com a vida diante da vivência do câncer, podem auxiliar na busca por novas formas de

enfrentamento, ressignificação e de qualidade de vida.

Método

Delineamento

Este estudo é um recorte do projeto de pesquisa intitulado “Forças de caráter,

percepção de suporte familiar, saúde geral e satisfação com a vida de idosos”, aprovado

pelo Comitê de ética, sob parecer CAAE 55384516.9.0000.5514 (Anexo 2). Trata-se de

um estudo quantitativo e transversal.

Participantes

Foram participantes 30 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos,

diagnósticas com câncer, residentes no Norte do Rio Grande do sul na cidade de Passo

Fundo e em tratamento radioterápico no Hospital São Vicente e Paulo- Passo Fundo/RS.

Os critérios de inclusão foram: mulheres com idades igual ou acima de 60 anos; com

pontuação acima de 18 no Mini Exame do Estado Mental (MEEM); sem critério de

tempo para o seu diagnóstico; de diferentes níveis socioeconômico e escolaridade e que

residiam na região norte do estado do Rio Grande do Sul. E como critérios de exclusão

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utilizaram-se: mulheres adultas, crianças e homens; não residentes da região norte do

estado do Rio Grande do Sul e pontuação inferior a 18 no MEEM.

Instrumentos

Questionários sociodemográfico e de percepção de vida: Consiste em um

questionário com informações como idade, escolaridade, profissão, número de filhos,

estado civil e renda dos participantes e histórico da doença e tratamento. Também

constam questões fechadas referentes à percepção de vida, com múltiplas alternativas

onde os indivíduos poderiam optar por uma alternativa do qual mais lhe representaria,

quais sejam: qual é o diagnóstico?; Há quanto tempo recebeu o diagnóstico de câncer?;

Como era a vida antes e após o diagnóstico?; Qual foi a mudança mais significativa na

sua vida com a vivência do câncer?; Após o diagnóstico, o que te motivou para lutar

contra a doença?; Como você define sua qualidade com a vida hoje?; Qual o valor

principal da tua vida hoje e o que você utilizou como estratégia de enfrentamento do

câncer.

Mini-Exame do Estado Mental – MEEM – (Bertolucci, Brucki, Campacci &

Juliano, 1994): Constituído de sete questões que procuram investigar as funções

cognitivas de orientação temporal (cinco pontos), orientação para local (cinco pontos),

registro de três palavras (três pontos), atenção e cálculo (cinco pontos), lembrança das

três palavras (três pontos), linguagem (oito pontos) além da capacidade construtiva

visual (um ponto). A pontuação varia de zero a 30 pontos, sendo o ponto de corte 18

para pessoas que cursaram até o ensino fundamental e 24 para escolaridade de mais de 8

anos.

Questionário de Saúde Geral - QSG-60 (Goldberg, 1972): É um instrumento de

autorrelato para a detecção de transtornos mentais menores. O questionário consiste em

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60 questões que avaliam sintomas como o estresse psíquico, o desejo de morte, a

desconfiança no próprio desempenho, os distúrbios do sono e os distúrbios

psicossomáticos. Apresenta uma escala de 4 pontos referente ao quanto uma pessoa tem

experimentado sintomas acima . As respostas “de jeito nenhum” são codificadas em 1

ponto, as respostas “não mais do que de costume” são codificadas em 2 pontos, as

respostas “mais do que de costume” são codificadas em 3 pontos, e as respostas “muito

mais do que de costume” são codificadas em 4 pontos. A soma total dos pontos se

classificam em < 4 ou ≥ 4, sendo esta última opção indicativa de probabilidade do

indivíduo apresentar um transtorno mental comum.

Escala de Satisfação com a vida (The Satisfaction Life Scale – SWLS):

Instrumento foi desenvolvido para realizar a autoavaliação do bem-estar subjetivo. São

5 perguntas que as pessoas podem concordar ou discordar. Usa-se uma escala que vai de

1 a 7 que indica o quanto concorda ou discorda com cada uma delas. As frases do

questionário são: 1 – Na maioria dos aspectos, minha vida é próximo ao meu ideal; 2 –

As condições da minha vida são excelentes; 3 – Estou satisfeita com a minha vida; 4 –

Dentro do possível, tenho conseguido as coisas importantes que quero da minha vida e;

5- Se pudesse viver uma segunda vez, não mudaria quase nada da minha vida.

Procedimentos

Esta pesquisa é um recorte do projeto de pesquisa intitulado “Forças de caráter,

percepção de suporte família, saúde geral e satisfação com a vida de idosos”, aprovado

pelo Comitê de ética da Universidade São Francisco (em anexo). Foi realizado o

encaminhamento do projeto ao comitê de pesquisa do Hospital São Vicente de Paulo,

para a aprovação, a fim de que fosse viabilizada a coleta de dados com mulheres idosas

pacientes da oncologia em tratamento de radioterapia. Foram utilizadas salas de

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consultórios médicos no setor, uma vez que este é um ambiente confortável e acolhedor.

Para a realização da triagem das mesmas, contamos com o auxílio da secretaria do setor

que utilizava do sistema para verificação da idade das entrevistadas (acima de 60 anos).

Após o recrutamento as idosas eram convidadas a participar da pesquisa

individualmente, enquanto aguardavam o tratamento, e ao aceitarem eram conduzidas

até os consultórios. As entrevistas duravam em média de 2 horas por indivíduo, pelo

fato de ser um questionário mais elaborado e pela dificuldade que as mesmas se

encontravam.

As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –

TCLE (Anexo 1), em duas vias, com uma via entregue às participantes e a outra

permanecendo com a pesquisadora. Após a assinatura do TCLE, foi realizado o MEEM

e em seguida iniciou-se a aplicação dos questionários.

Análise de dados

Primeiramente os dados foram codificados no Excel e, posteriormente

analisados através do SPSS20, realizando-se a análise estatística descritiva e

correlacional.

Resultados

As idosas entrevistadas encontravam-se entre as faixas de 60 anos (66,7 %), 70

anos (30%) e 80 anos (3,3%). Quanto ao estado civil observa-se maior prevalência de

idosas casadas (46,7%), seguido de viúvas (36,7%); 73,3% declararam que moravam

com a família. Ao que diz respeito à escolaridade, verificou-se que 56,7% apresentou

até 4 anos de estudos, seguido de 5 a 10 anos de estudo (23,3%), sendo que 90% delas

declarou-se católicas. Todas eram aposentadas, e tinham como profissões do lar

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(36,7%), urbano (trabalham em diferentes profissões nas áreas urbanas) (33,3 %) e

agricultura (30,0%).

Sobre o diagnóstico de câncer, a prevalência maior foi de mama (56,7%), câncer

de colo de útero (10%) e demais (26,7%), principalmente intestino e pele. Em relação

ao tempo de diagnóstico, a maioria havia recebido o diagnóstico há menos de um ano

(36,7%), seguida daquelas que tiveram o diagnóstico há menos de 6 meses (23,3%) e

entre 1 e dois anos (20,0%). Em relação à comorbidades, as idosas relataram além do

câncer, doença crônica (3,3%) autorrelatou hipertensão. Referentes a sintomas (80%)

relatam ter até 2 destes sintomas: incontinência urinária, incontinência fecal, problema

de memória, perda ou ganho de peso não intencional, problema com o sono e quedas,

sendo mais relevante problemas com o sono. As idosas entrevistadas são atendidas pelo

convênio SUS (73,3 %) e outros convênios (20,0%).

Com relação à participação em grupo, apenas 10% das idosas referiram ter

frequentado grupo de apoio por menos de 1 ano, e 80% relataram não utilizar os

serviços da psicologia. No que concerne à percepção e mudanças de vida ocorridas com

a vivência do câncer e a satisfação com a vida, os resultados obtidos por meio da

correlação de Pearson apontaram que a autopercepção de saúde obteve correlação

significativa e positiva em como era a vida da idosa antes do diagnóstico (p= 0,003 r =

0,5). A mudança mais significativa da vida obteve correlação significativa e positiva

com viver mais o hoje (p=0,02; r = 0,2). Os resultados indicam que quanto mais

negativa era a percepção de vida antes do diagnóstico , maior tende a ser a satsfação

com a vida após o diagnóstico (p=0,09, valor de r = - 0,3). Observa-se que 63,3% das

idosas assinalam que na vida antes do câncer era boa, e que após o diagnóstico sua

qualidade de vida está boa ou muito boa.

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A correlação entre satisfação com a vida e fatores do QSG (estresse psíquico,

desejo de morte, desconfiança no próprio desempenho, distúrbios do sono e distúrbios

psicossomáticos), apontou que somente o fator “desejo de morte” obteve correlação

negativa (r= -0,42, p= 0,030) com a satisfação com a vida. Indicando que quanto maior

satisfação com a vida, menor é o desejo de morte.

Discussão

Este trabalho investigou a percepção e satisfação com a vida de mulheres idosas

com câncer e a relação entre percepção de vida após o diagnóstico de câncer, qualidade

de vida e satisfação com a vida.

Em relação caracterização da amostra estudada, observa-se a prevalência do

diagnóstico de câncer foi o de mama, reafirmando como o câncer que mais acomete as

mulheres hoje (INCA, 2016). Azevedo e Lopes (2010) mostram que a elevada

incidência de casos deste câncer torna-se muito preocupante, principalmente pelos

prejuízos que ele acarreta tanto físicos, psicológicos e sociais para a saúde de mulheres.

O diagnóstico faz com que as mulheres preocupem-se com os estigmas da doença, o

confronto com a autoestima passando a constituir grandes dificuldades que começam a

se enfrentar no cotidiano.

Os resultados indicaram que as idosas apresentam doenças crônicas associadas,

principalmente a hipertensão. Souza et al., (2015), ressaltam os cuidados com o

tratamento cardiovascular de pacientes com câncer, incluindo o controle da hipertensão,

com um fator importante a ser observado no tratamento, principalmente para aqueles

que realizam quimioterapia. Entre os principais sintomas e problemas relatados pelas

idosas participantes, observa-se as dificuldades com o sono e insônia. Segundo

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Sintomas (2000) é comum a insônia noturna com inversão do ciclo sono-vigília, uma

queixa frequente em pacientes com doença avançada e que deve ser tratada.

A maioria das idosas entrevistadas utilizava o SUS para realizar seu tratamento.

A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer garante o atendimento integral a

todos os doentes com câncer, por intermédio das Unidades de Assistência de Alta

Complexidade em Oncologia (INCA, 2016).

Os resultados mostraram que a maior parte das idosas não utilizava serviços

prestados pela psicologia como parte do tratamento e enfrentamento da doença.

Domingues et al., (2013) afirmam que os pacientes que se encontram fora de

acompanhamento terapêutico tem diante de si próprio uma situação de medo, angústia e

muita insegurança. Há uma nova situação imposta, com a qual terá que lidar sozinho, a

despeito de tudo. Nesse sentido, os autores reforçam a importância do acompanhamento

terapêutico como uma medida importante durante o tratamento.

Em relação à percepção e mudanças de vida ocorridas com a vivência do câncer

e a satisfação com a vida, os resultados indicaram que quanto melhor era a percepção de

vida como boa antes do diagnóstico, melhor é a autopercepção de saúde mesmo após o

diagnóstico. Estes resultados corroboram com o estudo de Lima e Borges (2009) que

aponta que uma percepção de melhor qualidade de vida auxilia no tratamento e

prognóstico do paciente, percebido por este como uma melhor autopercepção de saúde e

de bem estar possível.

Os resultados também indicaram que quanto mais negativa era a percepção de

vida antes do diagnóstico, maior tende a ser a satisfação com a vida após o diagnóstico.

Lima et al (2011) ao avaliar qualidade de vida e mudanças decorrentes ao adoecimento

observou que muitos pacientes oncológicos classificavam sua vida como boa ou muito

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boa após o diagnóstico de câncer. Rzeznik & Agnol (2000) afirmam que mesmo o

câncer ser visto como fatal, produz nas pessoas profundas repercussões de vida e, as

mudanças ocorridas pela vivência do câncer podem ser vistas como positivas

dependendo da forma em que vê o diagnóstico e constrói seu processo de viver diante

do ocorrido.

Os resultados deste estudo mostraram que a mudança mais significativa da vida

após o câncer foi pensar em viver mais o hoje. Entende-se que desejam viver mais o

hoje e ver de forma mais positiva o enfrentamento da doença. Pode-se inferir que uma

melhor aceitação da vivencia do câncer (Soares et al., 2011), a busca por bem-estar

psicológico e manutenção de um senso de autoeficácia (Castro et al., 2011), procurando

viver com maior qualidade de vida no dia-a-dia são fatores que auxiliam no

enfrentamento da doença e na saúde mental.

Verificou-se que as idosas participantes neste estudo demonstraram que quanto

maior é a satisfação com a vida, melhor a compreensão sobre a doença, diminuindo o

“desejo de morte”. Conforme Rzeznik e Agnol (2000) a maioria das pessoas, num

primeiro momento, veem o câncer como algo amedrontador e não acreditam que possa

ser superado. Há dificuldade em compreender como uma pessoa que tem câncer pode

apresentar um comportamento de aceitação e entender os motivos da doença.

Corroborando com isto, Silva, Aquino & Santos (2008) afirmam que o modo como o

paciente percebe os acontecimentos e busca formas de enfrentá-los pode resultar na

possibilidade de satisfação com a vida, apesar da vivência com o câncer. Desta forma,

os resultados deste estudo indicaram que quanto mais houver desejo de viver, maior

será a satisfação com a vida. Estes achados se assemelham aos resultados de Mera e

Ortiz (2012), onde enfrentar o câncer com otimismo e com positividade o resulta em

melhor qualidade de vida.

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O processo de enfrentamento de uma doença ameaçadora à vida, como o câncer,

pode ser cerceado de medo. Com isto, os indivíduos buscam produzir comportamentos

que aumentem o bem-estar psicológico e reduzam o possível desequilíbrio causado pelo

impacto do diagnóstico, de modo que a pessoa possa suportá-la e também lidar consigo

mesma de maneira mais positiva (Costa & Leite, 2009). Frohlich, Benetti e Stumm

(2014) afirmam que o fato de vivenciar o câncer provoca sofrimento, porém, também

contribui positivamente na vida de cada uma delas, pois nesse momento elas têm a

oportunidade de refletir, repensar e mudar aspectos da vida.

Considerando que é cada vez mais evidente o número de diagnósticos

oncológicos, faz-se necessário realizar e aprofundar os estudos sobre o respectivo tema,

em prol dos indivíduos acometidos pelo câncer e que necessitam de um olhar e cuidado

diferenciado, pois estão fragilizados e em constante luta pela sua sobrevivência. Nesse

sentido, os resultados deste estudo possibilitaram conhecer a forma como idosas com

diagnóstico oncológico percebem a satisfação de vida e principalmente a percepção

diante do contexto vivido, podem auxiliar no cuidado e a atenção dispensada a estes

pacientes na promoção de bem estar e qualidade de vida perante a doença.

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Anexos 1: Termo de Consentimento Livre Esclarecido (1ª via: para o sujeito)

FORÇAS DE CARÁTER, SAÚDE, PERCEPÇÃO DE SUPORTE FAMILIAR E

SATISFAÇÃO COM A VIDA DE IDOSOS

Eu, ________________________________________, RG _________ abaixo assinado

dou meu consentimento livre esclarecido para participar como voluntário do projeto de

pesquisa supracitado, sob a responsabilidade da pesquisadora Juliana Frighetto, aluna

do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São

Francisco e da Dra Ana Paula Porto Noronha, professora do referido programa.

Assinando o Termo de Consentimento estou ciente de que:

1 – O objetivo da pesquisa é relacionar as forças de caráter dos idosos com percepção de

suporte familiar, saúde geral e satisfação com a vida. Mais, especialmente, objetiva-se

investigar se as forças de caráter podem predizer a percepção de suporte familiar, a

saúde geral e a satisfação com a vida de idosos. Também serão avaliadas eventuais

diferenças de médias entre as forças de caráter quanto aos sexos, idades, renda e local

de residência.

2 – Durante o estudo responderei ao Mini-Exame do Estado Mental, cuja aplicação dura

em torno de sete minutos. Se tiver pontuação superior a 18, responderei os questionários

de um dos grupos previamente organizados. Ou o Questionário Sociodemográfico, a

Escala de Forças de Caráter, Inventário de Percepção de Suporte Familiar e a Escala de

Satisfação da Vida, estimando-se em 45 minutos o tempo para o preenchimento dos

instrumentos. Ou a Escala de Forças de Caráter e o Questionário de Saúde Geral,

estimando-se em 40 minutos o tempo para o preenchimento.

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3 – Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a

minha participação na referida pesquisa. As aplicações serão individuais, nas

dependências da residência ou da instituição. Se interditado legalmente não serei incluso

na pesquisa.

4 – A resposta a estes instrumentos não causam riscos conhecidos à minha saúde física e

mental, não sendo possível, também, que causem algum desconforto emocional;

5 – Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa, o

que não me causará nenhum prejuízo;

6 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na

pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,

incluída sua publicação na literatura.

7 – Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para

apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 – 24548981;

8 – Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Profª Juliana, sempre que

julgar necessário pelo telefone: (54) 3622-7414;

9 – Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em

meu poder e outra com o pesquisador responsável.

..............................,____________________________ Data: __________________

Assinatura do participante/Telefone: _______________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável _______________________

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Anexo 2: Parecer consubstanciado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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Anexo 3: Questionário de percepção de vida

Número do sujeito:

1 - Diagnóstico:

o 1 Câncer de mama

o 2 Câncer de Colo do útero

o 3 Outro: Qual? ___________________________

2 - Há quanto tempo recebeu o diagnóstico de câncer?

o 1 Há menos de seis meses

o 2 Há menos de um ano

o 3 Faz entre um e dois anos

o 4 Faz mais de dois anos

o 5 Cinco anos ou mais

3 - Qual o tipo de convênio utilizou para o tratamento?

o 1 SUS

o 2 Particular

o 3 Outros convênios

4 - Ao realizar o atendimento ambulatorial:

o 1 Vou sozinha

o 2 Vou acompanhada

5 - Como utiliza seu tempo de lazer?

o 1 Leitura

o 2 Dança

o 3 Atividade física

o 4 Arteterapia

o 5 Outra: Qual? _______________________________

6 - Quando não está em casa, quem assume teu papel lá?

o 1 Cônjuge

o 2 Filhos

o 3 Nora/genro

o 4 Irmãos/pais

o 5 Outros: quem? ______________________________

7 - Continua realizando tratamento (radioterapia...)?

o 1 sim

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o 2 não

8 - Como era sua vida antes do diagnóstico?

o 1 ótima

o 2 boa

o 3 regular

o 4 ruim

9 - Qual foi a mudança mais significativa na sua vida com a vivência do câncer?

o 1 Repensar mais na vida

o 2 Viver mais o hoje

o 3 Realizar aquilo que desejo

o 4 Me aproximar mais dos familiares

o 5 Outros: Qual:

10 - Após o diagnóstico, o que te motivou para lutar contra a doença?

o 1 Família

o 2 Amigos

o 3 Desejo de viver

o 4 Outros: Qual:

11 - Como você define sua qualidade com a vida hoje?

o 1 ótima

o 2 boa

o 3 regular

o 3 ruim

12 - Qual o valor principal da tua vida hoje?

o 1 dar mais valor à mim mesma

o 2 sentir-me amada

o 3 não me importar com os outros

o 4 outro:.......

13 - O que você utilizou como estratégia de enfrentamento do câncer?

o 1 Buscar apoio da família

o 2 Utilizar mais da espiritualidade

o 3 Fortalecimento da auto-estima e crenças sobre mim msma

o 4 Busca de apoio médico e equipe

Muito obrigada pela sua participação nessa pesquisa!

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Anexo 4: Questionário Sociodemográfico

1. Sexo:

( ) Masculino

( ) Feminino

2. Idade:

( ) De 60 a 69 anos

( ) De 70 a 79 anos

( ) De 80 a 89 anos

( ) De 90 a 99 anos

( ) Acima/igual de 100 anos

3. Estado Civil:

( ) Solteiro

( ) Casado

( ) Viúvo

( ) Outros. Qual?

4. Escolaridade:

( ) Até 4 anos de estudo

( ) De 5 a 10 anos de estudo

( ) Mais de 10 anos de estudo

5. Profissão até a aposentadoria? ______________________

6. Mora com a família?

( )Sim

( ) Não

( ) ILPI (Instituição de longa permanência )

7. Quantas pessoas moram contigo?

( ) Mora sozinho

( ) Uma pessoa

( ) Duas ou mais pessoas

8. Qual sua religião?

( ) Não tenho religião

( ) Cristã Evangélica

( ) Cristã Católica

( ) Cristã Luterana

( ) Espírita

( ) Outra

9. Frequenta algum grupo de apoio?

( ) Sim

( ) Não

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10. Se frequenta grupo de apoio, há quanto tempo?

( ) Até um ano

( ) De 1 ano até 2 anos

( ) Mais de 2 anos

11. Autorrelato de doença crônica:

( ) Doença do coração

( ) Hipertensão

( ) AVC

( ) Osteoporose

( ) Depressão

( ) Diabetes

( ) Doenças pulmonares

12. Sinais e sintomas nos últimos 12 meses:

( ) Incontinência urinaria

( ) Incontinência Fecal

( ) Problemas de memória

( ) Perda ou ganho de peno não intencional

( ) Problemas de sono

( ) Caiu

13. Fuma

( ) Não

( ) Sim

14. Pratica atividade física?

( ) Não

( ) Caminhada/ academia diárias

( ) Caminhada/ academia 1x na semana

( ) Caminhada/ academia 2 x na semana

15. Utilizou algum serviço da área da psicologia?

( ) Sim

( ) Não

16. Se não, por que não utilizou de serviços na área de

psicologia?_____________________________________________