ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE...

79
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS Carlos Augusto Oliveira Lajeado, novembro de 2013

Transcript of ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE...

Page 1: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA

FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS

Carlos Augusto Oliveira

Lajeado, novembro de 2013

Page 2: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

Carlos Augusto Oliveira

ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA

FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS

Monografia apresentada na disciplina de

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia

Ambiental do Centro Universitário Univates,

como parte da exigência para a obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Dr. Eduardo R. R. de Santana

Lajeado, novembro de 2013

Page 3: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

Carlos Augusto Oliveira

ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA

FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS

A banca examinadora abaixo aprova o trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro

de Ciências Exatas e Tecnológicas, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da

exigência para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental:

Prof. Dr. Eduardo Rodrigo Ramos de Santana –

Orientador

Centro Universitário Univates

Lajeado, 17 de novembro de 2013

Page 4: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e aos meus pais Dorival e Maria pelo amor e ensinamentos de vida

que me transformaram na pessoa que sou hoje, um homem de coragem e uma pessoa de bem,

e aos meus amigos Carlos, Israel, Guilherme, Nelson e Rodrigo pelo companheirismo.

A minha esposa Lucimara pela confiança, amor e pela ajuda no dia a dia.

A minha filha Sofia que é o motivo da minha batalha diária por um futuro melhor.

A meu orientador professor Dr. Eduardo R. R. Santana por me orientar na realização

deste trabalho.

A empresa Milenia Agrociencias S.A. por ter permitido a realização de meu estágio e

contribuído com o desenvolvimento do meu trabalho de conclusão de curso.

Não posso deixar de agradecer aos meus colegas de trabalho e amigos Ederson,

Luciano e Luis que colaboraram para este momento chegar e pela parceria nas rotinas do dia a

dia.

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste

trabalho.

OBRIGADO!

Page 5: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

RESUMO

A atividade antrópica vem intensificando a degradação ambiental. Tanto é assim que há uma

clara associação da industrialização com o uso dos recursos naturais e a geração de impactos

ambientais através de resíduos, efluentes, emissões, ruídos, entre outros.A poluição

atmosférica, uma das formas de contaminação bem conhecida, ocorre há milhares de anos

pela própria natureza, através de atividades vulcânicas e queimadas. Entre suas consequências

destacam-se a degradação do ambiente, prejuízos à saúde, à segurança e ao bem estar dos

seres vivos, envolvendo não apenas a contaminação do ar como também do solo e da água. É

relevante destacar o monitoramento da qualidade do ar, ambiental ou nas fontes, processo de

medição repetitiva, contínua e de observação sistemática, como ferramenta importante para

controle de emissões e de preservação ambiental. Como forma de controlar as emissões

atmosféricas os órgãos ambientais têm também estabelecido limites de acordo com as

diferentes tipologias industriais, entre as quais as emissões nas caldeiras.Este estudo leva em

conta os diferentes aspectos relativos aos combustíveis de duas caldeiras: custos, produção de

energia e emissões. Assim o trabalho consiste em uma avaliação comparativa de aspectos

econômicos e ambientais de duas caldeiras flamotubulares, uma à lenha e outra à óleo

combustível do tipo baixo ponto de fluidez (BPF), face a legislação em vigor. A avaliação é

realizada com base em dados de mercado e de análises de monitoramento de compostos

legislados, tais como: dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e

particulados na chaminé das caldeiras e resíduo sólido final.Dados preliminares apontam que

a caldeira à lenha pode contribuir para a redução da emissão de poluentes, melhoria da

qualidade do ar e geração de um resíduo menos danoso ao ambiente. Estes aspectos bem

como o atendimento aos requisitos legais previstos na Resolução do CONAMA nº 382/2006

serão objeto de estudo de conclusão de curso.

Palavras-chave: Degradação ambiental. Poluição atmosférica. Preservação do meio

ambiente. Caldeira. Emissões.

.

Page 6: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

ABSTRACT

The anthropogenic activity has intensified the environmental degradation. Besides that, it’s

clear the association of industrialization and the use of natural resources as well the

generation of several environmental impacts through waste, effluents, emissions and noise

produced, among others. Air pollution is also well known, it happens for thousands of years

even through natural phenomena such as volcanic activity or natural firings. Among its

impacts are environmental degradation, damage to health, safety and welfare of living beings,

including also effects over soil and water. It is relevant to highlightthat monitoring of

emissions, process of repetitive measurement, continuous and systematic observation, asan

important tool to control emissions and to the environmental preservation. Environmental

agencies have been also applying threshold values to restrict emissions from different

industrial types, including emissions from boilers. This study takes into account different

aspects related to fuels of two boilers: cost, energy production and emissions. Therefore this

work is a comparative evaluation of economic and environmental aspects of two fire-tube

boilers, one using wood and other one using oil (GMP) as fuel, under the laws in force. The

evaluation will be performed according to market and analysis monitoring data. Legislated

emissions such as sulfur dioxide, nitrogen dioxide, carbon monoxide and particulates

(including captured fraction) will be evaluated. Preliminary data points that replacement of

the fuel boiler to wood can contribute to reduction of pollutants, to improve air quality and to

generate a residue less dangerous to the environment. These features as well meeting the legal

requirements set in CONAMA Resolution 382/2006 will be considered in the second phase of

this work.

Keywords: Environmental degradation. Air pollution. Preservation of the environment.

Boiler. Emissions.

Page 7: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Camadas componentes da atmosfera ....................................................................... 21

Figura 2 – Caldeira a óleo......................................................................................................... 44

Figura 3 – Caldeira a lenha ....................................................................................................... 46

Figura 4 – Filtro de mangas ...................................................................................................... 49

Figura 5 - Imagem de satélite da área de instalação das caldeiras à óleo (seta vermelha) e à

lenha (seta azul). ....................................................................................................................... 51

Figura 6 - Amostrador Isocinético de Gases padrão ABNT NBR – 12019 ............................. 53

Figura 7 - Desenho esquemático do equipamento 3 utilizado para a amostragem: ................. 53

Figura 8 – Duto de amostragem ............................................................................................... 54

Figura 9 – Gastos na compra de óleo BPF e lenha em tora nós últimos 13 anos ..................... 60

Figura 10 – Vista lateral da caldeira HBFC ............................................................................. 61

Figura 11 – Vista frontal/geral da caldeira HBFC .................................................................... 61

Figura 12 – Vista da boca de visita da caldeira HBFC ............................................................. 62

Figura 13 – Comparação de gastos nos primeiros meses do ano. ............................................ 63

Figura 14 – Gastos somados e ganho até agosto. ..................................................................... 63

Figura 15 – Gráfico comparativo MP, conforme TCA ............................................................ 67

Figura 16 – Gráfico comparativo MP, corforme Conama 382 ................................................. 68

Figura 17 – Gráfico comparativo MP, conforme L.O. ............................................................. 68

Figura 18 – Gráfico comparativo SOx, conforme TCA ........................................................... 69

Figura 19 – Gráfico comparativo SOx, corforme Conama 382 ............................................... 69

Figura 20 – Gráfico comparativo SOx, conforme L.O. ............................................................ 70

Page 8: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

Figura 21 – Gráfico comparativo MP, conforme Resolução Conama nº 382 .......................... 71

Figura 22 – Gráfico comparativo MP, conforme L.O. ............................................................. 72

Figura 23 – Gráfico apresenta a diferença na utilização dos filtros de mangas. ...................... 72

Page 9: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Poluentes atmosféricos x danos à saúde e meio ambiente ..................................... 30

Quadro 2 – Característica técnica caldeira óleo ....................................................................... 45

Quadro 3 – Característica técnica caldeira lenha...................................................................... 46

Quadro 4 - Pontos de coleta de dados....................................................................................... 50

Quadro 5 - Especificação do ponto de coleta ........................................................................... 55

Quadro 6 - Especificação do plano de amostragem ................................................................. 55

Page 10: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição da atmosfera seca................................................................................ 20

Tabela 2 – Limite de emissões atmosférica caldeira óleo ........................................................ 24

Tabela 3 – Limite de emissões atmosférica caldeira lenha ...................................................... 25

Tabela 4 – Limite de emissões atmosférica caldeira até 10 MW ............................................. 25

Tabela 5 - Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/90) . 36

Tabela 6 - Padrões de qualidade do ar ...................................................................................... 37

Tabela 7 - Evolução plantio no RS ........................................................................................... 58

Tabela 8 – Comparações entre óleo BPF e lenha em tora por ano ........................................... 59

Tabela 9 – Comparações entre óleo BPF e lenha em tora por mês .......................................... 62

Tabela 10 – Limites de emissões (TCA) .................................................................................. 66

Tabela 11 – Limites de emissões (CONAMA 382) ................................................................. 66

Tabela 12 – Limites de emissões (LO) ..................................................................................... 66

Tabela 13- Monitoramentos da caldeira óleo ........................................................................... 67

Tabela 14 – Limites de emissões (CONAMA 382) ................................................................. 70

Tabela 15 – Limites de emissões (LO) ..................................................................................... 70

Tabela 16 - Monitoramentos da caldeira de biomassa ............................................................. 71

Page 11: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADN – Ácido Desoxiribonucléico

ARN – Ácido Ribonucléico

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica

BPF – Óleo de baixo ponto de fluidez

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CNTP – Condições Normais de Temperatura e Pressão

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CO – Monóxido de carbono

CO2 – Dióxido de carbono

DEFAP – Departamento de Florestas e Áreas Protegidas

DOE – Diário Oficial do Estado

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental

H2SO4 – Ácido sulfúrico

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial

K - Kelvin

km– Kilômetro

kPa–Quilopascal

LI – Licença de Instalação

LO – Licença de Operação

LP – Licença Prévia

Page 12: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

MAA – Média Aritmética Anual

MGA – Média Geométrica Anual

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MP – Material particulado

MTR – Manifesto de transporte de resíduos

N2 – Nitrogênio

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

NO2 – Dióxido de nitrogênio

NOx – Óxidos de nitrogênio

NR – Norma Regulamentadora

O2 - Oxigênio

ONU – Organização das Nações Unidas

PCI – Poder Calorífico Inferior

PI – Partículas Inaláveis

ppm- Partes por milhão

PQAr – Padrões de Qualidade do Ar

PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PTS - Partículas totais em suspensão

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

SAP – Sistema aplicativos e produtos para processamento de dados

SISNAMA –Sistema nacional de meio ambiente

SO2 – Dióxido de enxofre

USEPA - Agência Norte Americana de Proteção Ambiental

Page 13: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16

2.1 Breve histórico das questões ambientais ............................................................................ 16

2.2 Composição da atmosfera ................................................................................................... 19

2.3 Poluição atmosférica parâmetros ........................................................................................ 21

2.3.1 Resíduos sólidos .............................................................................................................. 26

2.3.1.1 Principais poluentes atmosféricos ................................................................................ 28

2.3.1.2 Efeitos da poluição ....................................................................................................... 30

2.3.2 Fatores que influenciam a poluição atmosférica ............................................................. 32

2.3.3 Monitoramento da qualidade do ar .................................................................................. 33

2.3.3.1 Equipamentos para monitoramento da qualidade do ar ............................................... 33

2.3.3.2 Padrões de qualidade do ar ........................................................................................... 35

2.3.3.3 Índice de qualidade do ar .............................................................................................. 36

2.3.3.4 Aspectos econômicos ................................................................................................... 37

2.3.4 Questões legais ................................................................................................................ 38

2.3.4.1 Processo de combustão ................................................................................................. 39

2.3.4.2 Caldeiras ....................................................................................................................... 40

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 43

4 DISCUSSÕES DE RESULTADOS .................................................................................... 57

5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75

Page 14: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

13

1 INTRODUÇÃO

As políticas ambientais são conjuntos de metas e instrumentos que tem por objetivo

reduzir os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente e são necessárias para

conduzir a posturas e procedimentos mais sustentáveis, reduzindo a quantidade de poluentes

lançados no ambiente e minimizando os impactos aos recursos naturais (LUSTOSA et al.,

2003).

Este estudo desenvolvido em parceria com a empresa Milenia Agrociencias na cidade

de Taquari-RS, teve por finalidade realizar um estudo comparativo da queima do óleo e da

lenha como combustíveis de caldeiras. Neste estudo foi levado em conta os diferentes

aspectos relativos aos combustíveis: custos, produção de energia, qualidade dos fumos,

agressão ao meio ambiente e consequentemente saúde dos seres vivos e atendimento as

legislações vigentes. Com relação aos equipamentos, os dados foram coletados nas duas

caldeiras instaladas na empresa.

A empresa Milenia Agrociencias S.A. é uma indústria do segmento agroquímico, com

mais de 40 anos de história no agronegócio, possui duas unidades industriais, sendo uma em

Taquari/RS e outra em Londrina/PR.

A companhia faz parte do grupo israelense Makhteshim Agan e chinês ChemChina,

presente em mais de 100 países e responsável por congregar empresas que estão entre as mais

avançadas do mundo no setor de química fina.

Page 15: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

14

A companhia tem certificação OHSAS 18001 que atesta a gestão dos processos com

foco na saúde e segurança dos trabalhadores e ISO 14001, que atesta a gestão de produtos e

processos em conformidade ambiental.

Segundo Colombo (2006), o desenvolvimento sustentável vem sendo considerado um

fator essencial para a competitividade das organizações, levando muitas dessas a rever seu

modelo operacional, buscando alternativas mais eficientes, racionais e responsáveis. O

mercado consumidor está cada vez mais exigente e consciente, e um dos principais fatores

que contribuiu para este quadro é a melhoria do nível educacional da sociedade, além da

velocidade de disseminação de informações.

Hoje, as questões ambientais priorizam o controle da poluição, responsável por danos

econômicos reais, por perdas ecológicas e pelo comprometimento da qualidade de vida.

Consequentemente, os tomadores de decisão devem introduzir mecanismos inovadores

no processo de gestão e programar o controle ambiental, de forma que os seus resultados se

traduzam efetivamente em ganhos na qualidade ambiental e de vida da população (SANTI,

2010).

Evidencia-se o surgimento de enfermidades derivadas da poluição, desde simples

irritações nos olhos e derme até graves e letais lesões respiratórias e cardiovasculares,

causando passivos sociais, ambientais e econômicos. Além disto, há ainda os prejuízos às

atividades turísticas, bem como à agricultura e à pesca (PINTO, 2005; SALA, 1999).

O grande desafio é a possibilidade de minimizar, mitigar e reverter o atual processo de

deterioração do meio ambiente. Esse processo não é fácil, pois alguns aspectos apresentam

características subjetivas e não quantificáveis e dependem de medidas que auxiliem à eliminar

ou atenuar os impactos negativos e maximizar aqueles que são positivos.

Este trabalho vem ao encontro dessas possibilidades: quantificar, qualificar e mostrar

vantagens ambientais e econômicas na substituição de uma caldeira que utiliza óleo de baixo

ponto de fluidez (BPF) por outra à lenha e apontar medidas que possam contribuir para a

melhoria das condições ambientais no processo.

Além do capítulo de Introdução, este trabalho é composto por mais quatro capítulos,

conforme descrição a seguir.

Page 16: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

15

O capítulo 2 fornece informações gerais sobre a poluição suas características e os

efeitos dos principais poluentes, principalmente aqueles típicos de caldeiras.

O capítulo 3 apresenta a metodologia aplicada na realização dos estudos e os

equipamentos utilizados.

O capítulo 4 descreve os resultados e discussões após a aplicação da metodologia

apresentada.

No capítulo 5 é apresentado a conclusão deste trabalho.

Page 17: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Breve histórico das questões ambientais

A preocupação com a conservação dos recursos naturais e a ação antrópica no meio

ambiente em função do crescimento econômico começou a ser estudada com maior

intensidade, apenas em meados do século XX, na década de 60, quando um grupo de

cientistas denominado Clube de Roma utilizou-se de modelos matemáticos para prever o

esgotamento dos recursos naturais (VALLE, 2000).

Na década de 70, mais precisamente em 1972, a Organização das Nações Unidas

(ONU) realizou a Conferência de Estocolmo, a partir da preocupação internacional sobre os

riscos de degradação do meio ambiente. Nesta época os debates ainda não focavam as

questões de desenvolvimento sustentável, apenas a proteção dos recursos naturais

(ALMEIDA, 2002). Poluir passa então a ser crime em diversos países (VALLE, 2000).

As questões ambientais ganharam foco no Brasil a partir de 1981, com o

estabelecimento da Política Nacional de Meio Ambiente que criou o Sistema Nacional de

Meio Ambiente (SISNAMA), através da Lei Federal 6.938/81 (MMA, 1981).

A nova Constituição Federal (1988) incorporou um capítulo especial ao meio

ambiente – o artigo 225, que estabeleceu que “todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

vida” (VALLE, 2000).

Page 18: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

17

Nos anos 90 a preocupação com o uso racional dos recursos naturais tomou grandes

proporções. Em 1990 criou-se o Fundo Mundial do Meio Ambiente, como parte do Programa

Nacional do Meio Ambiente (PNMA), com a finalidade de financiar projetos de

proteção ao meio ambiente (VALLE, 2000).

Em 1992 realizou-se a Conferência das Nações Unidas, que tratou sobre o Meio

Ambiente e a necessidade de um desenvolvimento sustentável. Conhecida também como

Cúpula da Terra ou Rio 92, tratou as questões ambientais como objeto de preocupação de toda

a humanidade, entrando em vigor neste mesmo ano as normas britânicas BS7750 -

Specification for Environmental Management Systems (Especificação para Sistemas de

Gestão Ambiental) que serviram de base para a elaboração de normas em nível mundial

(VALLE, 2000).

Em dezembro de 1997, cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas

reuniram-se em Quioto no Japão, para a realização de uma conferência a qual culminou na

decisão por consenso de adotar-se um protocolo segundo o qual os países industrializados

reduziriam suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis

de 1990 até o período entre 2008 e 2012, prometendo reverter uma tendência histórica de

crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos.

O Protocolo de Quioto foi aberto para assinatura em 16 de março de 1998. Entrou em

vigor 90 dias após a sua ratificação, incluindo os países desenvolvidos que contabilizaram

pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em 1990 (FUJIHARA, 2009).

Em agosto de 2002, em Johannesburgo, na África do Sul, ocorreu a reunião da Cúpula

Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10), onde 189 países se reuniram para

fazer o balanço de década de iniciativas para preservar os ambientes do planeta e melhorar a

qualidade de vida dos seres vivos, como também para avaliar e desenvolver novos caminhos

para alcançar o desenvolvimento sustentável. Porém, foi possível constatar nessa reunião, que

não só os indicadores ambientais estão piorando com o passar do tempo, como esta

degradação ocorre nas florestas e clima. Os movimentos para o desenvolvimento sustentável

estão enfraquecidos por crises globalizadas de difícil adequação entre os países, delineada por

“uma relativa distensão das relações internacionais, permeada pela perplexidade e o novo

Page 19: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

18

conhecimento que as transformações geopolíticas impõem” (CAPOBIANCO, 2002;

PULITANO, 2003).

Diante desse atual quadro de degradação e da consciência de que os recursos naturais

são finitos, evidencia-se a urgência para buscarmos uma nova postura ambiental, que busca o

desenvolvimento com equilíbrio. Por essas questões, a tomada de decisão deve ser

direcionada com vistas à produtividade dos recursos: a ecoeficiência. O seu conceito foi

desenvolvido principalmente entre as empresas do setor privado para designar

aperfeiçoamento no uso do material e redução do impacto ambiental durante os processos

produtivos. Harmonizar as metas ecológicas com as econômicas exige não só a ecoeficiência,

mas também a observância a três princípios adicionais, todos interdependentes e a reforçarem-

se mutuamente, sendo considerados importantes em iguais proporções, os aspectos: a)

econômicos; b) ambientais; e c) sociais (HAWKEN et al., 1999).

Portanto, a busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável, deve estar

direcionada: a) à reestruturação dos sistemas produtivos, com ênfase nas necessárias

transformações sociais, econômicas e tecnológicas, onde a máxima prioridade política deve

ser aumentar a equidade e não só o crescimento econômico; b) ao estudo da capacidade de

absorção de impactos negativos pelos ecossistemas, devido à intervenção humana; c) aos

acidentes naturais e suas inter-relações; e d) às questões relativas à governabilidade ambiental,

no que diz respeito a legislações, processos e instituições pelas quais a sociedade civil, o

estado e os países possam administrar o desenvolvimento de forma sustentável (GUNTER,

1999; PNUD, 2003).

É necessário uma advertência sobre a conceituação e origem do termo “sustentável”

que vem se generalizando desde a década passada, consagrado na CNUMAD, na ECO - 92,

sendo em alguns casos mal interpretados. Sustentabilidade significa conservação do volume

ambiental oferecido pela natureza, definido como os possíveis usos em função das nossas

necessidades físicas, contudo, com o entendimento que devem existir questões éticas a serem

respeitadas. Nesse contexto, para atingir o desenvolvimento sustentável, há que se considerar

o ser humano como parte integrante desse ecossistema, e este deve buscar uma utilização

adequada para a devida manutenção da vida de forma equilibrada, onde sejam atendidas as

suas necessidades básicas sem degradações acima da capacidade de absorção da natureza.

Deve-se, portanto, garantir a qualidade de vida das gerações atuais e, também, das gerações

futuras (HUETING e REIJNDERS, 1998).

Page 20: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

19

Tundisi (2003) também reforça a vida continua em seu eterno ciclo, mas para se

perpetuar, o homem deve incluir-se nele e dele participar, recuperando-o e mantendo-o.

2.2 Composição da atmosfera

A atmosfera terrestre é uma mistura de gases, inodora e incolor, consequência de

fenômenos físico-químicos e biológicos iniciados há milhões de anos, que forma uma camada

protetora ao redor do planeta. Uma das funções desta camada protetora é absorver parte da

radiação infravermelha emitida pelo sol e aquela reemitida pela Terra, atuando no equilíbrio,

manutenção e balanço da temperatura do nosso planeta. A atmosfera é de fundamental

importância para a vida na terra, uma vez que os seres humanos são dependentes de ar para

sobreviver (LISBOA, 2007; VIEIRA, 2009).

Mais de 99% da massa de toda a atmosfera está confinada aproximadamente dentro

dos primeiros 30 km sobre nossas cabeças (MANAHAN, 1984), e que a troposfera (camada

da atmosfera terrestre onde vivemos) é uma região com apenas 15 km de espessura e que

contém 85% da massa de toda a atmosfera (BAIRD, 1998)

A atmosfera tem papel fundamental no Ciclo Hidrológico, pois atua como

transportadora de água dos oceanos aos continentes e é nela que há a deposição de gases

como o dióxido de carbono (CO2) e o oxigênio (O2) resultantes dos processos respiratórios e

fotossintéticos de plantas terrestres e aquáticas e de compostos nitrogenados fabricados por

bactérias e plantas a partir de nitrogênio (N2) atmosférico e de particulados (MELO, 1996).

A atmosfera seca é constituída por 78% em volume de nitrogênio, 20,9% de oxigênio,

0,9% de argônio, 0,035% de dióxido de carbono e por vários outros gases em pequenas

concentrações. Possui quantidade variável de vapor de água, dependendo do local, hora,

estação do ano, etc., chegando a 0,02% em volume nas regiões áridas e 4% em regiões

equatoriais úmidas, conforme se visualiza na tabela 1 (MELO, 1996).

Page 21: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

20

Tabela 1 - Composição da atmosfera seca

Componentes gasosos Composição ppm (volume) Composição ppm (% - peso)

Nitrogênio 780.900 755.100

Oxigênio 209.500 231.500

Argônio 9.300 12.800

Dióxido de carbono 300 460

Neônio 18 12,5

Hélio 5,2 0,72

Metano 2,2 1,2

Criptônio 1 2,9

Óxido nitroso 1 1,5

Hidrogênio 0,5 0,03

Xenônio 0,08 0,36

Fonte: Silva (2006)

Além dos componentes citados, existem outros componentes de origem natural ou

liberados através de ações antrópicas com concentrações variáveis, são: óxidos de nitrogênio

produzidos de forma natural pelas descargas elétricas durante as tempestades ou por ações

humanas, como a combustão em caldeiras; dióxido de enxofre; fluoreto de hidrogênio; cloreto

de hidrogênio e sulfeto de hidrogênio provenientes das erupções vulcânicas e da queima de

combustíveis que contêm enxofre, como óleo diesel; ozônio formado fotoquimicamente ou

por descargas elétricas; poeiras diversas formadas principalmente por ações humanas em

atividades como mineração (LISBOA, 2007).

A divisão da atmosfera é feita a partir das variações de temperatura e altitude dada

pela interação dos seus componentes com a entrada e energia proveniente do Sol e a saída de

energia proveniente da Terra (LISBOA, 2007).

De conformidade com o critério térmico (baseado na distribuição vertical média da

temperatura do ar, observada em todo o planeta), a atmosfera está dividida em quatro camadas

(figura 1) aparentemente homogêneas: a troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera, as

quais são separadas por três zonas de transição: tropopausa, estratopausa e mesopausa

(VAREJÃO-SILVA, 2006).

Page 22: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

21

Figura 1 - Camadas componentes da atmosfera

Fonte: Adaptado de Manahan, 1984, Moore e Moore, 1976.

A troposfera é a mais importante das camadas da atmosfera, pois nesta zona que

ocorre fenômenos meteorológicos sujeito à influência de poluentes. Realizando alterações nos

compostos naturais, que vem causando danos físicos e a saúde dos seres vivos. Ainda na

estratosfera acontecem reações químicas na camada de ozônio (decomposição pela radiação

ultravioleta do sol das moléculas de oxigênio do ar em átomos de oxigênio, criando uma

camada que, combinam e se transformam em ozônio) (VAREJÃO-SILVA, 2006; VIEIRA,

2009).

2.3 Poluição atmosférica parâmetros

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 04/2013), os processos industriais e

de geração de energia e queimadas, estão entre as atividades antrópicas com maior introdução

de substâncias poluentes à atmosfera, muitas delas tóxicas à saúde humana e responsáveis por

danos à flora, fauna e aos materiais.

Page 23: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

22

Os resíduos gasosos podem ser primários, liberados da fonte para a atmosfera, ou

secundários, formados por reações químicas entre constituintes naturais da atmosfera e

poluentes primários ou mesmo entre estes últimos. (DERÍSIO, 1992)

A poluição atmosférica pode ser definida como qualquer forma de matéria ou energia

com intensidade, concentração, tempo ou características que possam tornar o ar impróprio,

nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à

fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e à qualidade de vida

da comunidade (CONAMA, 1990).

A prevenção à poluição refere-se a qualquer prática que vise a redução e/ou

eliminação, seja em volume, concentração ou toxicidade, das cargas poluentes na própria

fonte geradora. Inclui modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos,

reformulação ou replanejamento de produtos e substituição de matérias primas ou até mesmo

a substituição de um equipamento ou todo o sistema que resultem na melhoria da qualidade

ambiental (FIGUEIREDO et al., 2000).

De uma forma geral, a qualidade do ar é produto da interação de um complexo

conjunto de fatores dentre os quais destacam-se a magnitude das emissões, a topografia local

e as condições meteorológicas da região, que podem ser favoráveis ou não à dispersão dos

poluentes gerados. Esta dispersão depende também diretamente das características físico-

químicas dos poluentes gerados (FIGUEIREDO et al., 2000).

Frequentemente, os efeitos da má qualidade do ar não são tão visíveis e fáceis de

identificar comparados a outros fatores de contaminação que ocorrem em águas e solo.

Contudo, os estudos epidemiológicos têm demonstrado de forma cada vez mais consistente,

correlações entre a exposição aos poluentes atmosféricos e os efeitos de morbidade e

mortalidade causadas por sintomas respiratórios (asma, bronquite, enfisema pulmonar e

câncer de pulmão) e cardiovasculares, mesmo quando as concentrações dos poluentes na

atmosfera não ultrapassam os padrões de qualidade do ar vigentes já podem gerar danos à

saúde da população. Estes sintomas hoje são mais comuns em populações de grandes cidades

ou próximos a centros industriais. As faixas etárias mais vulneráveis são as crianças, os idosos

ou as pessoas que já apresentam doenças respiratórias (FIGUEIREDO et al., 2000).

Page 24: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

23

A gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento sócio-

econômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para tanto, se fazem

necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da

degradação do ambiente atmosférico. Para atingirmos o objetivo mencionado é preciso

trabalhar na conscientização dos lideres de países, cidades, empresas e comunidades

(DERÍSIO, 1992).

De acordo com a Resolução nº 03/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) poluente atmosférico é qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e

em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis

estabelecidos por esta norma, e que tornem ou possam tornar o ar:

a) Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;

b) Inconveniente ao bem-estar público;

c) Danoso aos materiais, à fauna e flora;

d) Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais

da comunidade.

Ainda, segundo Cavalcanti (2010), a poluição atmosférica pode ser definida como a

alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas normais da atmosfera. Tais

alterações são dadas a partir das emissões atmosféricas, substâncias em forma de partículas,

gases e aerossóis que se formam como subprodutos dos processos de combustão ou das

transformações de matéria-prima que, quando lançadas à atmosfera em concentrações

superiores à capacidade do meio ambiente em absorvê-las, causam alterações na qualidade do

ar.

A contaminação é o aumento, ou às vezes a redução de certos componentes da

atmosfera, que não existiriam ou seriam em menor ou maior concentração sem a atividade

antrópica. A atmosfera do planeta tem sofrido profundas mudanças em sua constituição ao

longo dos tempos, até mesmo por fenômenos naturais (erupções vulcânicas, incêndios

florestais e tormentas de areia, decomposição de plantas e de animais, incluindo os aerossóis

emitidos pelos oceanos) que têm provocado significativas alterações locais, regionais e

Page 25: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

24

mesmo continentais, evidenciadas nos valores dos componentes atmosféricos

(CAVALCANTI, 2010).

Existem legislações regulamentadoras que estabelecem limites de emissões

atmosféricas para as indústrias como, por exemplo, a Resolução nº 382/2006 do CONAMA,

tendo em conta os altos níveis de poluição atmosférica já alcançados, principalmente nas

regiões metropolitanas, e seus reflexos negativos sobre a saúde, o meio ambiente e economia;

a crescente industrialização, com o consequente aumento do nível de emissões atmosféricas e

da degradação da qualidade do ar; a necessidade de desenvolvimento econômico-social com a

preservação da qualidade do meio ambiente, desenvolvimento com equilíbrio ecológico; a

necessidade de recuperação ou manutenção da qualidade do ar; a necessidade de se

estabelecer definição dos limites de emissão de poluentes atmosféricos e posterior análise dos

órgãos ambientais para emissões de LO de empeendimentos.

A poluição deve ser controlada na fonte, seja por meio de equipamentos de controle,

como filtros ou pela utilização de processos/equipamentos menos poluidores, em razão do

Princípio de Prevenção à Poluição. Existem tecnologias disponíveis para a redução da

emissão de poluentes para diversos processos produtivos.

A Resolução CONAMA nº 382 estabelece os seguintes limites máximos de emissão

para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da

combustão externa de óleo combustível, conforme tabela 2:

Tabela 2 – Limite de emissões atmosférica caldeira óleo

Potência térmica nominal (MW) MP NOx

(como NO2)

SOx

(como SO2)

Menor que 10 300 1600 2700

Entre 10 e 70 250 1000 2700

Maior que 70 100 1000 1800

Fonte: Resolução Conama nº 382 (2006)

Os resultados devem ser expressos na unidade de concentração mg/Nm³, em base seca

e 3% de excesso de oxigênio.

Page 26: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

25

A Resolução CONAMA nº 382 estabelece os seguintes limites máximos de emissão

para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da

combustão externa de derivados de madeira, conforme tabela 3:

Tabela 3 – Limite de emissões atmosférica caldeira lenha

Potência térmica nominal (MW) MP NOx

(como NO2)

Menor que 10 730 N.A.

Entre 10 e 30 520 650

Entre 30 e 70 260 650

Maior que 70 130 650

Fonte: Resolução Conama nº 382 (2006)

Os resultados devem ser expressos na unidade de concentração mg/Nm³, em base seca

e corrigidos a 8% de oxigênio.

A critério do órgão ambiental licenciador, para sistemas com potência de até 10 MW,

alternativamente aos limites da tabela acima, poderá ser aceito:

O monitoramento periódico de monóxido de carbono. Neste caso, o limite máximo de

emissão para este poluente será o estabelecido na tabela 4:

Tabela 4 – Limite de emissões atmosférica caldeira até 10 MW

Potência térmica nominal (MW) CO

Até 0,05 6500

Entre > 0,05 e ≤ 0,15 3250

Entre > 0,15 e ≤ 1,0 1700

Entre > 1,0 e ≤ 10 1300

Fonte: Resolução Conama nº 382 (2006)

Os resultados devem ser expressos na unidade de concentração mg/Nm³, em base seca

e corrigidos a 8% de oxigênio.

Page 27: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

26

2.3.1 Resíduos sólidos

Resíduos sólidos são originados das atividades dos diversos ramos da indústria, tais

como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia etc, sendo bastante variados,

podendo ser representados por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos,

papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, dentre outros

(NAUMOFF & PERES, 2000).

A NBR 10004 classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio

ambiente e à saúde pública, pra que possam ser gerenciados adequadamente.

Conforme NBR 10004 o resíduo sólido podem se apresentar nos estados sólidos e

semi-sólidos, resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviço e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de

sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle

de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgoto ou corpos de água, ou exijam para isso soluções

técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Conforme NBR 10004, os resíduos são classificados em:

a) Resíduo classe I – Perigoso, resíduos que apresentam características como:

Inflamabilidade: Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável, se uma das

amostras representativa, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:

* Ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme ABNT

NBR 14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24%

de álcool em volume;

* Não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25°C e

0,1 MPa (1 atm), produzir fogo por ficção, absorção de umidade ou por alterações

químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente,

dificultando a extinção do fogo;

* Ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como

resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro

material;

* Ser um gás comprimido inflamável, conforme a legislação federal sobre transporte

de produtos perigosos (Portaria nº 204/1997 do Ministério dos Transportes).

Corrosividade: Um resíduo é caracterizado como corrosivo, se uma das amostras

representativa, apresentar uma das seguintes propriedades:

* Ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou

sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que

apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5;

Patogenicidade: Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra

representativa contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos

patogênicos, proteínas virais, ácido desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico

(ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios,

cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens,

animais ou vegetais.

Page 28: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

27

b) Resíduo classe II – Não perigosos, resíduos que apresentam características

como:

Resíduo classe II A – Não Inertes: Aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I – Perigoso ou de resíduos classe II B - Inertes. Os

resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduo classe II B – Inertes: Resíduos que submetidos a um contato dinâmico e

estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiver

nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões

de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor ( NBR

10004, 2004, p. 3).

A incineração de resíduos sólidos industriais é uma alternativa para redução do seu

volume, sendo bastante discutida. Os que a defendem consideram que é uma forma de

eliminar possíveis riscos para a saúde pública, enquanto os que a combatem argumentam que

a má operação dos incineradores pode ser uma nova fonte de poluição atmosférica pela

geração de gases e material particulado (NAUMOFF & PERES, 2000).

A disposição dos resíduos em aterros industriais é muito utilizada, pois podem

armazenar um grande volume. Contudo, os aterros sanitários precisam ser construídos e

operados com grande segurança e monitoramentos eficientes, para que não ocorra contato do

resíduo com o solo ou percolação de líquidos para o aquífero livre (NAUMOFF & PERES,

2000).

Neste caso o desenvolvimento deste estudo foi realizado junto à empresa Milenia

Agrociencias S.A. em cuja licença de operação, emitida pela FEPAM, prevê-se que os

resíduos sólidos gerados deverão ser segregados, identificados, classificados e acondicionados

para armazenagem temporária em área devidamente projetada, observando a NBR 12.235 e a

NBR 11.174, da ABNT, em conformidade com o tipo de resíduo, até a posterior destinação

final dos mesmos. Antes de encaminhar o resíduo para o destino final, a empresa deve

verificar o licenciamento ambiental da empresa destino do resíduo, pois conforme o Artigo 9º

do Decreto Estadual número 38.356 de 01/04/98, a responsabilidade pela destinação adequada

dos mesmos é da fonte geradora, independente da contratação de serviços de terceiros.

A empresa deve ainda preencher uma “Planilha Mensal de Resíduos Sólidos

Industriais Gerados”, mantendo informações sobre o estoque, e encaminhar à FEPAM,

bimestralmente. A transferência dos resíduos Classe I gerados na empresa, deve ser

acompanhada de“Manifesto de Transportes de Resíduos – MTR”, conforme Portaria

Page 29: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

28

FEPAM nº 034/2009, publicada no DOE em 06/08/2009 e realizada por veículos licenciados

pela FEPAM para fontes moveis com potencial de poluição ambiental.

2.3.1.1 Principais poluentes atmosféricos

A atmosfera apresenta uma grande variedade de substâncias, o que torna difícil a

tarefa de se estabelecer classificações. É importante salientar, que para as mesmas condições

de emissões, a qualidade do ar pode mudar em função das variáveis meteorológicas, que

determinam maior ou menor diluição dos poluentes. É por isso que a qualidade do ar piora

durante o inverno, quando as condições meteorológicas são mais desfavoráveis à dispersão

dos poluentes (MELO, 1996).

A qualidade do ar está restrita a um grupo de poluentes, por sua maior freqüência ou

pelos efeitos adversos que causam ao meio ambiente. O grupo de poluentes básicos

consagrados universalmente como indicadores mais abrangentes da qualidade do ar é

composto por: dióxido de enxofre (SO2), partículas totais em suspensão (PTS), partículas

inaláveis (PI), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2). Segue uma breve

descrição destes poluentes:

Dióxido de enxofre: Resulta principalmente da queima de combustíveis que contêm

enxofre, como derivados do petróleo. Na atmosfera, este poluente pode ser oxidado,

originando ácido sulfúrico (H2SO4) (SALDIVA, 1998), contribuindo para outro grande

problema, conhecida como “chuva ácida”. Essa oxidação dependerá de diversos fatores, como

incidência de radiação solar, temperatura e umidade do ar, absorção do gás na superfície das

partículas e tempo de permanência na atmosfera. O gás é corrosivo e tóxico, mas a ameaça

para a saúde ocorre quando o dióxido de enxofre se combina no ar com o vapor de água e

outros compostos, para formar o ácido sulfúrico e sulfatos (CETESB, 2002).

Material particulado: É uma mistura de partículas líquidas e sólidas em suspensão no

ar, com composição e tamanho dependentes das fontes de emissão (CETESB, 2009).

Tem tamanho inferior a 100 μm, suspensos na forma de poeira, neblina, aerossóis,

fumaça ou fuligem. Suas fontes principais são os processos industriais, exaustão de veículos

motorizados, poeira de rua em suspensão e queima de biomassa (CETESB, 2003).

Page 30: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

29

Partículas totais em suspensão (PTS): Podem ser definidas de maneira simplificada

como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 50 μm. Uma parte destas partículas

são inaláveis e podem causar problemas à saúde, principalmente ao sistema respiratório. As

partículas não inaláveis vão interferindo nas condições estéticas do ambiente (SALDIVA,

1998).

Partículas Inaláveis (PI): Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas

cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 μm. As partículas inaláveis podem ainda ser

classificadas como partículas inaláveis finas – MP2,5 (<2,5 μm) e partículas inaláveis grossas

(2,5 a 10 μm). As partículas finas, devido ao seu tamanho diminuto, podem atingir os alvéolos

pulmonares, já as grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratório (SALDIVA,

1998).

Monóxido de carbono: É um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta

de combustíveis de origem orgânica, combustíveis fósseis, biomassa, etc. Em geral, é

encontrado em maiores concentrações nos grandes centros urbanos. Os efeitos da exposição

de seres humanos ao monóxido de carbono estão associados à capacidade de transporte de

oxigênio no sangue. O monóxido de carbono compete com o oxigênio na combinação com a

hemoglobina no sangue, uma vez que sua afinidade com este gás poluente é 210 vezes maior

do que com o oxigênio. Quando uma molécula de hemoglobina recebe uma molécula de

monóxido de carbono forma-se a carboxiemoglobina, que diminui a capacidade do sangue de

transportar oxigênio (ALMEIDA, I., 1999).

Dióxido de nitrogênio: O NO2 causa prejuízos à saúde, como irritações ao sistema

respiratório. O NO e NO2 são formados durante processos de combustão. Dentre as fontes

desses poluente incluem-se as caldeiras de geração de vapor, processos de geração de calor a

partir da combustão externa. O NO, nas condições atmosféricas e sob a ação de luz solar, se

transforma em dióxido de nitrogênio (NO2) o qual tem papel importante na formação de

oxidantes fotoquímicos, como o ozônio. Esse processo acontece como resultado da foto-

oxidação dos compostos orgânicos voláteis, pelo radical hidroxila, na presença de luz e

oxigênio, provocando o “smog” oxidante. Dos óxidos de nitrogênio (NO e NO2), o NO2 é o

mais preocupante, pois devido à sua baixa solubilidade é capaz de penetrar profundamente no

sistema respiratório e dar origem as nitrosaminas, algumas das quais podem ser

carcinogênicas (CAVALCANTI, 2010).

Page 31: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

30

2.3.1.2 Efeitos da Poluição

Os efeitos da poluição atmosférica se caracterizam tanto pela alteração de parâmetros

considerados normais como pelo aumento de problemas pré-existentes. Esses efeitos podem

ser de intensidade global ou ocorrer em níveis local e regional (ALMEIDA, 1999).

Os efeitos da poluição atmosférica em escala global são caracterizados pela alteração

da acidez das águas da chuva (chuva ácida), pelo aumento da temperatura do planeta (efeito

estufa) e pela modificação da intensidade da radiação solar, ou seja, aumento da radiação

ultravioleta, causado pela depleção da camada de ozônio (ALMEIDA, 1999).

De modo geral os efeitos da poluição atmosférica manifestam-se na saúde dos seres

vivos, na flora, fauna e sobre os materiais (ALMEIDA, 1999).

Efeitos sobre a saúde humana: Poluentes atmosféricos podem afetar a saúde

humana, sendo que os efeitos vão desde simples desconfortos, podendo levar até a morte.

Alguns desses efeitos incluem irritação dos olhos e das vias respiratórias; redução da

capacidade pulmonar; aumento da suscetibilidade a infecções virais e doenças

cardiovasculares; dores de cabeça; agravamento de doenças crônicas do aparelho respiratório

tais como, asma, bronquite, enfisema e pneumoconioses; danos ao sistema nervoso central;

alterações genéticas; nascimento de crianças defeituosas e câncer (ALMEIDA, 1999)

Quadro 1 - Poluentes atmosféricos x danos à saúde e meio ambiente

Poluentes

Monitorados

Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Efeitos Gerais ao Meio

Ambiente

Partículas

Inaláveis

(MP10)

Processos de combustão

(indústria e veículos

automotores), aerossol

secundário (formado na

atmosfera).

Interfere no sistema

respiratório, pode afetar os

pulmões e todo o organismo.

Danos a vegetação,

deterioração da

visibilidade, contaminação

do solo e água.

Partículas em

suspensão

(poeira)

Processos industriais,

veículos Motorizados

(exaustão), poeira de rua

suspensa, queima de

biomassa. Fontes naturais:

pólen, aerossol, marinho e

solo, queimadas e poeiras

diversas.

Interfere no sistema

respiratório, pode afetar os

pulmões.

Danos a vegetação,

deterioração da

visibilidade, contaminação

do solo e água.

Dióxido de

Enxofre

Queima de combustíveis

fósseis que contenham

Ação irritante nas vias

respiratórias, o que provoca

Pode levar a formação da

chuva ácida, causar

Page 32: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

31

Poluentes

Monitorados

Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Efeitos Gerais ao Meio

Ambiente

SO2 enxofre, como óleo

combustível, carvão mineral

e óleo diesel.

tosse e até falta de ar.

Agravando os sintomas da

asma e da bronquite crônica.

Afeta, ainda, outros órgãos

sensoriais.

corrosão aos materiais e

danos à vegetação: Folhas

e colheitas.

Óxidos de

Nitrogênio

NO2 e NO

Queima de combustíveis em

altas temperaturas em

veículos, aviões fornos e

incineradores.

Agem sobre o sistema

respiratório, podendo causar

irritações e, em altas

concentrações, problemas

respiratórios e edema

pulmonar.

Pode levar a formação de

chuva ácida, danos a

vegetação e a colheita.

Monóxido de

Carbono

CO

Combustão incompleta de

materiais que contenham

carbono, como derivados de

petróleo e carvão.

Provoca dificuldades

respiratórias e asfixia. É

perigoso para aqueles que têm

problemas cardíacos e

pulmonares.

Fonte: CETESB (1999, 2012)

Efeitos sobre o meio ambiente: Os danos podem ocorrer de forma aguda ou crônica e

são ocasionados pela redução da penetração da luz, com conseqüente redução da capacidade

fotossintetizadora, geralmente por deposição de partículas nas folhas; penetração de poluentes

através das raízes após deposição de partículas ou dissolução de gases no solo; pela

penetração dos poluentes através dos estômatos (ALMEIDA, 1999).

A camada de gases que envolve o planeta é, fundamentalmente, importante na

manutenção da vida. O acrescimo na concentração dos gases, que absorvem radiação, causa

um aumento na retenção de calor, levando a um aumento da temperatura da Terra (MENINI,

2004).

Tal fato ocasiona maior degelo das calotas polares, com consequente aumento do nível

dos oceanos; alterações climáticas, alterações no regime de chuvas e secas; aumento da

proliferação de vetores, causando maior incidência de doenças tropicais (malária, dengue etc.)

e aumento na freqüência de eventos climáticos extremos (por exemplo, ciclones, El Niño

etc.). O dióxido de carbono é considerado o principal responsável pelo efeito estufa e sua

principal fonte de emissão é a queima de combustíveis fósseis (MENINI, 2004).

Efeitos sobre a fauna: Os efeitos dos poluentes atmosféricos aos animais irracionais é

o enfraquecimento do sistema respiratório, danos aos olhos, dentes e ossos, aumento da

Page 33: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

32

probabilidade a doenças e outros riscos ambientais relacionados ao “stress”, a diminuição das

fontes de alimento e a redução da capacidade de reprodução (ALMEIDA,1999).

Efeitos sobre os materiais: O efeito visível da poluição atmosférica sobre os materiais

é a deposição de partículas. Os efeitos dessa deposição sobre estruturas incluem basicamente

descoloração, erosão, corrosão, enfraquecimento e decomposição de materiais de construção

(ALMEIDA, 1999).

2.3.2 Fatores que influenciam a poluição atmosférica

A concentração dos poluentes no ar depende, tanto dos mecanismos de dispersão,

como de sua produção e remoção. Normalmente, a própria atmosfera é capaz de dispersar os

poluentes, misturando-os, eficientemente, a um grande volume de ar, o que contribui para que

a poluição fique em níveis aceitáveis (CAVALCANTI, 2010).

Meteorologistas e climatologistas indicam a velocidade e direção dos ventos, a

turbulência e a estabilidade atmosférica como fenômenos meteorológicos importantes para a

dispersão dos poluentes atmosféricos numa escala local (VAREJÃO-SILVA, 2006).

A influência da topografia também é um importante fator devido ao aquecimento

diferenciado do solo; topos de montanhas se aquecem e se resfriam mais rapidamente que

vales, pois as camadas de ar frio mais denso se acumulam no fundo dos vales acentuando a

estabilidade, e dificultando a dispersão de poluentes (CAVALCANTI, 2010).

Portanto, mesmo mantida a condição das emissões, a qualidade do ar pode mudar em

função das condições meteorológicas e estações do ano bem como do relevo, que determinam

uma condição maior ou menor de diluição dos poluentes. Geralmente a qualidade do ar piora

com relação aos parâmetros de CO, MP e SO2 durante os meses de inverno, ou seja, as

condições meteorológicas menos favoráveis à dispersão dos poluentes (CETESB, 2006).

É necessário estabelecer por legislação, padrões de qualidade, definindo o limite

máximo de concentração de um componente lançado para a atmosfera, garantido padrões

adequados de emissões, de concentração ambiental e proteção da saúde dos seres vivos.

Devido a estas questões, deve-se estabelecer um monitoramento contínuo das emissões em

indústrias para adequação dos parâmetros legais e também para uma otimização nas relações

Page 34: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

33

de queima para melhor aproveitamento de combustível. As empresas devem verificar a

qualidade do combustível e estudar os equipamentos, pois é fator fundamental no controle das

emissões, e neste contexto devem também ser observadas as diferenças de gases gerados

pelos diferentes combustíveis (CAVALCANTI, 2010).

2.3.3 Monitoramento da Qualidade do Ar

São dois os tipos de medição da poluição do ar: medição no ambiente (o que o público

respira) e a medição na fonte de emissão. O que vai determinar o quão poluidor ou o quanto

de malefícios provoca à saúde é indicado por comparação a parâmetros pré-estabelecidos na

legislação. (NEVERS, 1995)

Nas amostragens é importante saber que as concentrações dos poluentes podem variar

rapidamente e em alguns casos em um curto período de tempo. Segundo Reeve (1994), as

concentrações médias relativas a um fixo período de tempo, são a forma mais apropriada de

medida em pesquisas de longa duração, porém a avaliação de acidentes ambientais, demanda

determinações instantâneas de concentrações.

As técnicas de concentrações médias relativas a um período de tempo fixo incluem

sistema de absorvedores de gases que são levados ao laboratório para análises. Análises em

cromatógrafos, permitem determinações de concentrações baixas, um requisito fundamental

em análise de atmosfera. As determinações instantâneas podem ser feitas através de leitura

direta como, por exemplo, através de espectrometria por “infravermelho”, técnica empregada

para análises de óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e ozônio (REEVE, 1994).

2.3.3.1 Equipamentos para monitoramento da qualidade do ar

O monitoramento da qualidade do ar é um dos instrumentos determinantes para a

gestão ambiental, pois dá suporte para as ações a serem implantadas. Vale destacar que, o ser

humano é o maior interessado em ter uma boa qualidade do ar, mas também é o maior

responsável pela poluição da atmosfera. É através do monitoramento que se pode constatar a

evolução das concentrações dos poluentes e aferir a eficácia dos processos de controle de

emissões (LANDMANN, 2004).

Page 35: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

34

Entretanto, para se ter uma melhor compreensão dos problemas causados pela

poluição do ar, se faz necessário saber onde ocorrem os valores máximos das concentrações

de gases e material particulado e quais as concentrações nos locais onde as pessoas estão mais

expostas e para isso, os equipamentos de medição devem ser capazes de garantir que os dados

gerados possam ser comparados com os padrões legais de qualidade do ar, ou seja, os

equipamentos devem ser devidamente aferidos e possuírem certificados de calibração emitido

por laboratório/empresa credenciada em órgãos como INMETRO (LISBOA, 2007).

De acordo com Reeve (1994), os equipamentos de medição de poluentes atmosféricos

podem ser divididos em quatro tipos, dependendo da metodologia utilizada: amostradores

passivos, mostradores ativos, analisadores automáticos e sensores remotos. Uma breve

descrição destes sistemas é apresentada a seguir com base em relatos do mesmo pesquisador.

Os amostradores passivos consistem em um corpo cilíndrico com uma extremidade

aberta, protegida do vento por uma membrana equivalente, para minimizar a interferência de

partículas e difusão turbulenta; e outra fechada, para evitar transporte convectivo. Após o

espaço de difusão, próximo a extremidade fechada, encontra-se um filtro com material

absorvente, específico para cada poluente, que posteriormente, é analisado em laboratório.

Nos amostradores ativos, certo volume de gás é sugado por uma bomba e passa

através de um meio coletor químico ou físico por um determinado período de tempo. A coleta

pode ser feita por processo de absorção, adsorção, impactação, filtração, difusão, reação ou

por uma combinação desses processos. Posteriormente, as amostras são analisadas em

laboratório para determinação da concentração do poluente de interesse.

Os analisadores automáticos fornecem medidas com frequência de tempo

relativamente alta. A amostra é analisada online e em tempo real por métodos eletro-ópticos

(fluorescência no ultravioleta, quimiluminescência, absorção no infravermelho, absorção no

ultravioleta, etc.). As médias obtidas pelos analisadores automáticos possuem alto grau de

precisão, mas exigem um trabalho rigoroso de operação, manutenção e controle de qualidade

dos dados obtidos.

Os sensores remotos fornecem informações de concentração de poluentes em tempo

real, por meio de técnicas de espectroscopia, sem a necessidade de contato direto com os

elementos poluidores. São dispositivos capazes de detectar a radiação eletromagnética

Page 36: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

35

(microondas, infravermelho ou ultravioleta) proveniente de um poluente, transformá-la em

um sinal elétrico e registrá-lo, de tal forma que esse possa ser armazenado ou transmitido em

tempo real (PAYAN et al., 2002).

Além dos métodos de monitoramento que utilizam equipamentos, ainda existe o

método de avaliação da qualidade do ar por meio de bioindicadores. O biomonitoramento é

um método experimental indireto de se verificar a existência de poluentes numa certa área,

utilizando-se de organismos vivos, que respondem ao estresse a que se encontram submetidos

por modificações nos ciclos vitais ou pela acumulação de poluentes (CARNEIRO, 2004).

2.3.3.2 Padrões de qualidade do ar

Um padrão de qualidade do ar define legalmente o limite máximo para a concentração

de um componente atmosférico a fim de proteger o meio ambiente e a saúde dos seres vivos.

Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por

poluentes específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de

segurança adequada. De acordo com a Resolução CONAMA nº 03/90, padrões de qualidade

do ar são concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas poderão afetar a saúde,

a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos

materiais e ao meio ambiente em geral. A resolução prevê a aplicação diferenciada de padrões

primários e secundários, requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III, e

prevê ainda que, enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões aplicáveis

serão os primários.

São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que,

ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis

máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de

curto e médio prazo.

São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes

atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da

população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em

geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,

constituindo-se em meta de longo prazo.

Page 37: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

36

Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão,

fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de

nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar são apresentados na tabela 5.

Tabela 5 - Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/90)

Poluente Tempo de

amostragem

Padrão

Primário

µg/m³

Padrão

Secundário

µg/m³

Método de Medição

Partículas

totais em

suspensão

24 horas¹

MGA²

240

80

150

50 Amostrador de grandes volumes

Partículas

inaláveis

24 horas¹

MAA²

150

50

150

50 Separação inercial/filtração

Fumaça 24 horas¹

MAA²

150

60

100

40 Refletância

Dióxido de

enxofre

24 horas¹

MAA³

365

80

100

40 Pararosanilina

Dióxido de

Nitrogênio

1 hora¹

MAA³

320

100

190

100 Quimiluminescência

Monóxido de

carbono

1 hora¹

8 horas¹

40.000

35 ppm

10.000

9 ppm

40.000

35 ppm

10.000

9 ppm

Infravermelho não dispersivo

Ozônio 1 hora¹ 160 160 Quimiluminescência

1 - Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano. 2 - Média geométrica anual. 3 - Média aritmética anual.

Fonte: Conama nº 03 (1990)

2.3.3.3 Índice de qualidade do ar

Conforme a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), o Índice de

Qualidade do Ar é uma ferramenta matemática utilizada para transformar as concentrações

medidas dos diversos poluentes em um único valor adimensional que possibilita a

comparação com os limites legais de concentração para os diversos poluentes denominado

“Padrões de Qualidade do Ar” (PQAr), cujo objetivo é proporcionar entendimento sobre a

qualidade do ar local em relação aos diversos poluentes atmosféricos existentes nas

Page 38: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

37

amostragens, como Partículas Totais em Suspensão, Partículas Inaláveis, Dióxido de Enxofre,

Dióxido de Nitrogênio, Ozônio e Monóxido de Carbono.

Conforme estabelecido nos Padrões de Qualidade do Ar, segue as classificações

(conforme FEPAM, 2000).

Tabela 6 - Padrões de qualidade do ar

Qualidade Índice

Níveis de

Cautela

sobre a

Saúde

PTS**

(µg/m³)

PI10

(µg/m³)

SO2

(µg/m³)

NO2

(µg/m³)

CO

(ppm)

O3

(µg/m³)

Boa 0-50 0-80 0-50 0-80 0-100 0-4,5 0-80

Regular 51-100 81-240 51-150 81-365 101-320 4,6-9,0 81-160

Inadequada 101-199

* Insalubre

para Grupos

Sensíveis

241-375* 151-250* 366-586*

587-800 321-1130*

9,1-12,4*

12,5-15,0

161-322*

323-400

Má 200-299

Muito

Insalubre

(nível de

atenção)

376-625 251-350

351-420* 801-1600 1131-2260 15,1 -30 401-800

Péssima 300-399

Perigoso

(nível de

alerta)

626-875 421-500 1601-2100 2261-3000 30,1-40 801-1000

Critica Acima de

400

Muito

Perigoso

(nível

emergência)

> 876 > 2100 > 3000 > 4000 > 1001

* Os índices, até a classificação REGULAR, atendem aos Padrões de Qualidade do Ar, estabelecido pela Resolução

CONAMA 03 de 28/06/1990

** PTS: Partículas Totais em Suspensão

*** PI10: Partículas inaláveis menores que 10 mícrons Fonte: FEPAM (2000)

2.3.3.4 Aspectos econômicos

O conhecimento econômico como um todo é essencial para o sucesso da empresa. Esta

deve analisar o mercado, levando em consideração o ambiente de crescente competição no

mercado mundial. É evidente que as empresas buscam uma gestão de negócios sustentáveis,

ou seja, estar buscando incorporar compromissos financeiros com qualidade ambiental. As

empresas buscam diariamente o aumento dos lucros e, entre suas alternativas, está a redução

do custo de produção pela evolução tecnológica, pelo barateamento dos insumos e o aumento

da quantidade produzida. Quem não reduzir custos tende a cair fora do mercado.

Page 39: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

38

Se a empresa consegue uma redução no custo de produção, amplia sua margem de

lucro ou reduz o preço para buscar um aumento de sua participação no mercado. Atualmente

amplia-se a necessidade de investir em tecnologias que tragam benefícios econômicos e

ambientais que possa traduzir-se em vantagens competitivas para as empresas (CHRISTIAN,

2002).

2.3.4 Questões legais

O licenciamento das atividades industriais precisa ser fundamentado em estudos que

avaliem o impacto do empreendimento no meio ambiente, de modo a definir com segurança

técnica a proteção do meio. É preciso que sejam conhecidas as modificações ambientais

decorrentes da instalação da unidade de processamento, pois essas alterações devem ser

previstas e aprovadas por órgão controlador.

Sempre devem ser atendidas as recomendações dos órgãos de proteção ambiental, as

empresas devem realizar a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a serem submetidos à aprovação do órgão estadual

competente a Fundação Estadual de Proteção Ambiental “FEPAM” no Rio Grande do Sul,

para posterior emissão da licença de operação.

Ainda no planejamento do empreendimento deve ser elaborado cronograma para

ajustar as atividades desenvolvidas pela indústria com os requisitos exigidos para obtenção

das três licenças ambientais: a Licença Prévia (LP), a Licença de Instalação (LI) e a Licença

de Operação (LO).

As empresas dependem de L.O. emitida pela Fundação Estadual de Proteção

Ambiental, criada pela Lei Estadual nº 9.077, de 04/06/90 que define questões especificas

para cada tipologia industrial e equipamentos empregados. No presente caso, a empresa

Milenia deve atender requisitos como o teor de enxofre no óleo combustível BPF utilizado

pela empresa, não deve ultrapassar 1% em massa; as emissões resultantes da queima de óleo

combustível em caldeiras devem atender aos limites máximos de emissão - “Material

Particulado: 70 mg/Nm3 e Dióxido de Enxofre: 400 mg/Nm

3; Substituição da caldeira a óleo

por caldeira a lenha/ cavacos; devera ser prevista o Alvará para Atividade com Cadastro

Florestal-RS do fornecedor da lenha a ser utilizada na caldeira/forno e atentado para que o

Page 40: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

39

mesmo se encontre cadastrado junto ao DEFAP - Departamento de Florestas e Áreas

Protegidas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, a empresa

devera prever a amostragem de chaminé com periodicidade anual.

Os relatórios de monitoramento devem ser entregues à FEPAM junto a anotação de

responsabilidade técnica (ART) do responsável pela elaboração do relatório de amostragem;

os certificados de calibração dos equipamentos utilizados na campanha de amostragem; as

planilhas de cálculo devem conter os dados necessários para a validação do número de pontos

de amostragem e validação do local destes pontos assim como para a validação dos valores

apresentados (regime de produção do empreendimento, combustíveis utilizados e seus

respectivos volumes, vazão, temperatura na chaminé, umidade dos gases, dimensões da

chaminé, número de pontos da amostragem).

A FEPAM deverá ser informada, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, das

datas de programação das amostragens das emissões atmosféricas para acompanhamento do

órgão de fiscalização se este julgar necessário. A empresa deve alertar os responsáveis pela

realização das amostragens sobre as precauções que devem ser tomadas quando da realização

das mesmas em relação à toxicidade dos produtos, descontaminação de equipamentos, uso de

EPIs adequados e todas as questões relativas à segurança do trabalhador.

Os relatórios de monitoramento e manutenção dos sistemas e dispositivos de controle

da poluição do ar devem ser apresentados a FEPAM anualmente. Se ficar constatado, após a

analise do relatório das campanhas de amostragem, a necessidade de implantação de

equipamento(s) de controle ou de melhorias nos equipamentos existentes, a empresa deverá

apresentar Cronograma de Implantação e implantá-los no prazo máximo de 180 (cento e

oitenta) dias, após a comunicação da FEPAM, podendo ser este prazo prorrogado.

2.3.4.1 Processo de combustão

A combustão é um processo químico no qual um oxidante reage rapidamente com um

combustível, liberando energia térmica, geralmente na forma de gases em altas temperaturas.

A finalidade do processo é a obtenção de calor (GARCIA, 2002).

A fim de obter o máximo de calor, deve-se buscar o maior rendimento da combustão,

ou seja, uma combustão eficiente, com a melhor mistura ar combustível, e também com

Page 41: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

40

transferência do máximo de calor da combustão para o material a ser aquecido (SERFATY,

2007).

O ar de combustão é o ar atmosférico que toma parte na combustão. Algumas vezes

este ar entra em combustão sem maiores cuidados, mas em alguns casos pode receber um

tratamento especial como filtragem, aquecimento, enriquecimento com oxigênio, etc.

(SERFATY, 2007).

Para se alcançar uma melhor homogeneização entre o ar e o combustível o processo de

combustão industrial faz uso de excesso de ar. Entretanto, isto é válido até certo limite, pois o

ar que não participa da combustão tende a esfriar a chama sem contribuir para a reação.

(GARCIA, 2002).

Também é preciso considerar a velocidade do ar no processo de combustão, já que o

calor da chama é transferido ao material a ser aquecido, entre outros meios, também por

condução dos gases quentes, os quais devem ter um contato com o material com uma duração

mínima para que essa transferência seja eficiente (SERFATY, 2007).

2.3.4.2 Caldeiras

Conforme Norma Regulamentadora 13, caldeiras a vapor são equipamentos destinados

a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de

energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de

processo.

Somente profissional habilitado, isso é, aquele que tem competência legal para o

exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção,

acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e

vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no País.

Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estive instalada, a seguinte

documentação, devidamente atualizada:

a) Prontuário da Caldeira, contendo as seguintes informações:

- código de projeto e ano de edição;

Page 42: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

41

- especificação dos materiais;

- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da

PMTA;

- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil

da caldeira;

- características funcionais;

- dados dos dispositivos de segurança;

- ano de fabricação;

- categoria da caldeira;

b) Registro de Segurança

c) Projeto de Instalação

d) Projetos de Alteração ou Reparo

e) Relatórios de Inspeção

De acordo com a NR 13, as caldeiras são classificadas em 3 (três) categorias, assim

como segue:

a) Categoria A: são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960 KPa

(19.98 kgf/cm2);

b) Categoria C: são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588 KPa

(5.99 kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 (cem) litros;

c) Categoria B: são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias

anteriores (NR 13, 2008, p. 2).

Estes equipamentos podem ser classificados, de uma maneira genérica, de acordo com

o tipo, em caldeiras aquatubulares e caldeiras flamotubulares (ALTAFINI, 2002).

As caldeiras aquatubulares têm a circulação de água por dentro dos tubos, envolvidos

por gases quentes. Apresentam uma utilização mais ampla, possuindo vasos pressurizados

internamente e de menores dimensões relativas, o que viabiliza econômica e tecnicamente a

possibilidade de maiores espessuras e assim operar com pressões mais elevadas. São mais

Page 43: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

42

utilizadas em instalações de maior porte e também para se obter vapor superaquecido (LEITE

e MILITÃO, 2008).

As caldeiras flamotubulares, são aquelas onde os gases quentes passam por dentro de

tubos e a água a ser aquecida e evaporada está ao redor destes tubos. Por motivos de seu

aspecto construtivo, as caldeiras flamotubulares apresentam valores limitados de produção e

pressão, já que as partes internas submetidas à pressão são relativamente grandes, o que

impede o emprego de chapas de maiores espessuras (ALTAFINI, 2002).

Page 44: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

43

3 METODOLOGIA

Conforme mencionado anteriormente a quantificação e qualificação das emissões de

poluentes nas fontes, é fundamental para uma adequada determinação do impacto destas

fontes na qualidade do ar da área e seguimentos ligados, como destinação de resíduos sólidos.

A capacidade poluente das caldeiras é grande. A queima de combustíveis para

produzir e acumular vapor sobpressão superior à atmosférica, libera gases e partículas para a

atmosfera, alterando sua constituição original e tornando-a poluída.

As organizações devem buscar seu desenvolvimento no mercado, porém este deve ser

sustentável, levando em conta os fatores econômicos e ambientais, que hoje é um fator

essencial para a competitividade das organizações. Fatores que levam as empresas a rever seu

modelo operacional, buscando alternativas mais eficientes e responsáveis.

A empresa Milenia Agrociencias S.A. buscou uma nova alternativa no mercado, tendo

em vista a necessidade de realizar investimentos para crescimento econômico e proteção

ambiental.

Antes de realizar a substituição da caldeira a óleo “Alborg – AWN – 10” pela caldeira

a lenha “ H Bremer” foi realizado um estudo de viabilidade, ou seja, foi resgatado os valores

gastos com petróleo de baixa fluência (B.P.F) de 1999 à 2011 na Milenia Agrociencias S.A.

Foi realizado um levantamento no sistema de aplicativos e produtos (SAP), sistema que

controla transações de compra e venda de produtos e materiais na Milenia, entre outras

funções.

Page 45: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

44

A empresa entrou em contato com a empresa Seta S.A. que atua na comercialização

da biomassa, para obter valores de mercado da lenha de acácia dos últimos 13 anos.

A caldeira de biomassa já está em funcionamento e hoje a empresa Milenia

Agrociencias S.A. esta realizando levantamentos para comprovar a eficiência econômica e

ambiental na substituição da caldeira de óleo BPF. Segue um breve descrição das caldeiras

deste estudo.

Caldeira óleo: O Gerador de Vapor AALBORG - AWN é totalmente automático, do

tipo flamotubular, de construção horizontal, com três passagens de gases, dotado de fornalha

excêntrica e fornecido com sistema de combustão próprio para a queima de óleo 1A/4A.

Figura 2 – Caldeira a óleo

Fonte: Autor (2013)

A seguir é apresentado o Quadro 2 que mostra as características técnicas da caldeira

Aalborg.

Page 46: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

45

Quadro 2 – Característica técnica caldeira óleo

Gerador de vapor Alborg - AWN-10

Número da ordem 10269

Modelo 10

Ano fabricação 2001

Capacidade da caldeira (kcal/h) 6447500

Consumo de combustível (kg/h) 727 kg/h

Consumo de combustível e geração 1 kg de óleo p/ 13 kg vapor

Produção de vapor (kg./h) 10.000

Pressão máx. de operação 10 kgf/cm²

Categoria B

Superfície de aquecimento (m²) 191

Fonte: Autor (2013)

Caldeira lenha: A caldeira HBFC é um equipamentos destinados a produzir e acumular

vapor, sob pressão superior a atmosférica, utilizando como fonte de energia um combustível

sólido “lenha”. Este combustível é depositado na grelha, onde é queimado.

A consequência disso é a geração de calor. Os gases provenientes da queima do

combustível transferem o calor para a água da caldeira primeiramente na fornalha (que é

aquatubular refrigerada) e logo após em dois passes de tubos instalados no cilindro gerador

(seção flamotubular). Com o aquecimento da água e elevação de sua pressão até a de trabalho,

inicia-se a evaporação na superfície do nível de água e esse vapor é utilizado no processo.

Page 47: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

46

Figura 3 – Caldeira a lenha

Fonte: Autor (2013)

A seguir é apresentado o Quadro 3 que mostra as características técnicas da caldeira

HBFC.

Quadro 3 – Característica técnica caldeira lenha

Gerador de vapor H.Bremer

Número da ordem 1761

Modelo HBFC-5

Ano de fabricação 2012

Capacidade da caldeira (kcal/h) 5613474

Consumo de combustível (m³/h) 2

Consumo de combustível e geração 1 m³ de lenha p/ 4 kg vapor

Produção de vapor (kg/h) 8

Pressão máx. de operação 10 kgf/cm²

Categoria B

Superfície de aquecimento (m²) 299,21

Fonte: Autor (2013)

Page 48: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

47

A Resolução CONAMA nº 382, de 26 de dezembro de 2006, estabelece limites

máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. Os limites são fixados por

poluente e por tipologia de fonte conforme estabelecido nos anexos da Resolução.

De acordo com esta resolução as unidades e forma obrigatória de expressão de

resultados são:

Concentração: relação entre a massa de um poluente e o volume em que ele está

contido (C = m/V), devendo ser sempre relatada em miligramas por normal metro

cúbico(Nm³), isto é, referido às condições normais de temperatura e pressão (CNTP), em base

seca e, quando aplicável, na condição referencial de oxigênio estabelecida, utilizando-se

sempre a notação - mg/Nm³, CNTP, sendo as Condições Normais de Temperatura e Pressão:

Pressão = 1013 mBar (correspondente a 1 atmosfera ou 760 mmHg); e

Temperatura = 273 K (correspondente a 0°C).

Conversão às condições referenciais de oxigênio: a conversão da concentração medida

para a condição referencial de oxigênio é apresentada abaixo, não sendo aplicável quando

ocorrer injeção de oxigênio puro no processo:

CR=21-0

R *CM

21-0M

Sendo:

CR - Concentração do poluente corrigida para a condição estabelecida nesta

Resolução;

OR - Percentagem de oxigênio de Referência, estabelecida para cada fonte fixa de

emissão;

OM - Percentagem de oxigênio medido durante a amostragem;

CM - Concentração do poluente determinada na amostra;

Page 49: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

48

Fator de emissão: o valor representativo que relaciona a massa de um poluente

específico lançado para a atmosfera com uma quantidade específica de material ou energia

processado, consumido ou produzido (massa/unidade de produção);

Taxa de emissão: o valor representativo que relaciona a massa de um poluente

específico lançado para a atmosfera por unidade de tempo (massa/tempo) exemplo kg/h, g/s.

Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração

de calor a partir da combustão externa de óleo combustível e derivados de madeira.

Para aplicação, devem ser consideradas as seguintes definições dos termos:

Capacidade nominal: condição máxima de operação da unidade de geração de calor

para o qual o equipamento foi projetado, determinado em termos de potência térmica, com

base no Poder Calorífico Inferior-PCI, calculado a partir da multiplicação do PCI do

combustível pela quantidade máxima de combustível queimada por unidade de tempo;

Condições Típicas de Operação: condição de operação da unidade de geração de calor

que prevalece na maioria das horas operadas;

Óleo Combustível: derivado líquido obtido de material fóssil;

Derivados de madeira: madeira em forma de lenha, cavacos, serragem, pó de

lixamento, casca, aglomerado, compensado e assemelhados, que não tenham sido tratados

com produtos halogenados, revestidos com produtos polimerizados, tintas ou outros

revestimentos;

Plena carga: condição de operação em que é utilizada pelo menos 90% da capacidade

nominal;

Processo de geração de calor por combustão externa: processo de queima de óleo

combustível realizado em qualquer forno ou caldeira cujos produtos de combustão não entram

em contato direto com o material ou produto processado.

Em teste de desempenho de novos equipamentos, o atendimento aos limites

estabelecidos deverá ser verificado nas condições de plena carga. Na avaliação periódica, o

atendimento aos limites estabelecidos poderá ser verificado em condições típicas de operação,

a critério do órgão ambiental licenciador (CONAMA, 2006).

Page 50: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

49

Em função das características locais da área de influência da fonte poluidora sobre a

qualidade do ar, o órgão ambiental licenciador poderá estabelecer limites de emissão mais

restritivos, inclusive considerando a alternativa de utilização de combustíveis com menor

potencial poluidor.

Para atendimento a legislação muitas vezes as empresas tem que buscar equipamentos

auxiliares como a utilização de filtros mangas para limpeza do ar. A primeira patente relativa

de um filtro manga consta em 1852, nos Estados Unidos, onde, um simples projeto de manga

para a recuperação de fumaças de óxido de zinco foi patenteado. Com o desenvolvimento de

fibras sintéticas em meados do século passado, ocorreu a fabricação de tecidos de alta

qualidade e, assim, os filtros de tecido entraram na era moderna (ROCHA et al, 2010).

Figura 4 – Filtro de mangas

Fonte: Autor (2013)

O principio de funcionamento do filtro de manga é simples. Trata-se da passagem da

mistura gasosa que contém partículas através de um tecido, sendo que o gás atravessa os

poros do tecido e as partículas ficam retidas. Os filtros devem ser substituídos de tempos em

Page 51: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

50

tempo, pois pelo acumulo de partículas vai dificultar a passagem do gás (ROCHA et al.,

2010).

Os mecanismos envolvidos na coleta de partículas em filtros de manga são

principalmente a impactação inercial, a difusão, a atração eletrostática, força gravitacional e

intercepção. O filtro de mangas tem alta eficiência de coleta, podendo chegar a valores

maiores de 99,9% (ROCHA et al., 2010).

A quantificação e qualificação das emissões de poluentes nas fontes é fundamental

para uma adequada determinação do impacto destas fontes na qualidade do ar. Este estudo

buscará quantificar e qualificar as emissões atmosféricas das caldeiras apresentadas nas

figuras 2 e 3.

As caldeiras onde serão realizados os monitoramentos ficam na cidade de Taquari-RS

na empresa Milenia Agrociencias, conforme quadro 4 e figura 7.

Quadro 4 - Pontos de coleta de dados

Fonte: autor (2013)

Ponto Local Coordenadas WGS 84

Seta vermelha Área I (caldeira óleo) Latitude: 29°48’36,96”S

Longitude: 51°50’23,71”O

Seta azul Área IV (caldeira biomassa) Latitude: 29°48’37,41”S

Longitude: 51°50’20,03”O

Page 52: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

51

Figura 5 - Imagem de satélite da área de instalação das caldeiras à óleo (seta vermelha) e à

lenha (seta azul).

Fonte: Google Earth

A amostragem em chaminé é um procedimento experimental padronizado utilizado

para avaliar características dos fluxos gasosos emitidos por processos industriais, a fim de

avaliar o processo quanto ao rendimento e quanto à conformidade com as legislações

aplicáveis.

A informação sobre os parâmetros da fonte, junto com as análises quantitativas

realizadas em laboratório, permitem calcular o total de poluentes que estão sendo emitidos à

atmosfera.

As coletas e análises laboratoriais devem ser realizadas conforme métodos da

CETESB, ABNT e USEPA para dutos e chaminés de fontes estacionárias. A realização dos

ensaios tem por objetivo, quantificar as emissões de gases, material particulado e a densidade

colorimétrica pela escala Ringelmann, presentes nos efluentes gasosos gerados durante a

queima de combustível no processo de geração de vapor utilizado na fabricação de

Page 53: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

52

agrotóxicos, os quais devem ser coletados na chaminé de saída da caldeira e correlacionar a

Resolução do COMANA nº 382 ou solicitações específicas da FEPAM.

Para a realização das medições deve ser utilizado o Amostrador Isocinético de Gases

Padrão ABNT NBR – 12827 ou ABNT NBR – 12019 e Amostrador de Gases de Combustão

e Emissão Padrão USEPA CTM 030.

EQUIPAMENTO 1 – Amostrador Isocinético de Gases Padrão ABNT NBR – 12827.

O trem de amostragem utilizado durante as coletas é o ISOSTAC modelo Basic,

fabricado pela TECORA. Constituído de um compartimento de caixa fria, extensão flexível e

sonda com porta filtro que é introduzido no interior da chaminé e painel de controle que

permite realizar os ajustes automaticamente não sendo necessário que o operador calcule e

faça correções conforme as condições fluodinâmicas. Partes do equipamento tais como

gasômetro e tubo de Pitot são calibrados segundo norma NBR - 12020 - Dutos e chaminés de

fontes estacionárias.

EQUIPAMENTO 2 – Amostrador Isocinético de Gases Padrão ABNT NBR – 12019.

O trem de amostragem utilizado durante as coletas é o ISOTEC modelo TE – 750,

fabricado pela TECNAL Equipamentos de Laboratório, constituído de um painel de controle,

compartimento de caixa quente e fria, extensão flexível e sonda. Partes do equipamento tais

como: gasômetro, placa de orifício e tubo de Pitot, são calibrados pelo fabricante segundo

norma NBR - 12020 - Dutos e chaminés de fontes estacionárias - Calibração dos

equipamentos utilizados na amostragem de efluentes gasosos. Um desenho esquemático do

equipamento utilizado é apresentado a seguir na figura 6.

Page 54: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

53

Figura 6 - Amostrador Isocinético de Gases Padrão ABNT NBR – 12019

Fonte: MB-3355 (1990)

EQUIPAMENTO 3 – Amostrador de Gases de Combustão e Emissão Padrão USEPA

CTM 030.

O trem de amostragem utilizado durante as coletas é o TESTO modelo 340. Este

equipamento utiliza um sofisticado sistema de células eletroquímicas, com um sistema

eletrônico comandado por uma central portátil. Ele é constituído por uma caixa analisadora,

uma central de comando, uma extensão flexível com sonda. Partes do equipamento como as

células eletroquímicas são calibradas periodicamente com gases padrões.

Figura 7 - Desenho esquemático do equipamento 3 utilizado para a amostragem:

Fonte: Testo (1990)

Page 55: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

54

Para determinação dos pontos de coleta e realizar o presente trabalho, foi

confeccionado um ponto de amostragem na chaminé observando a norma ABNT – NBR

10701.

Figura 8 – Duto de amostragem

Fonte: Autor (2013)

O duto vertical tem aproximadamente 6,50 metros e o ponto de amostragem está

localizado aproximadamente a 1,5 metros a jusante da primeira singularidade e a distância a

montante é aproximadamente de 5,0 metros da segunda singularidade.

Os pontos de amostragem ficaram distribuídos conforme esquema apresentado:

Page 56: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

55

Quadro 5 - Especificação do ponto de coleta

DADOS DUTO/CHAMINÉ: Chaminé Caldeira

SEÇÃO: Circular

TRECHO RETO: ~ 6,50 metros

DIÂMETRO: 0,65 metros

TRECHO A MONTANTE: ~ 1,5 metros

TRECHO A JUSANTE: ~ 5,0 metros

Nº DE PONTOS DE COLETA: 12 unidades

Nº DE EIXOS: 02 unidades

PONTOS POR EIXO: 06 UNIDADES

MONTANTE

DM= 2,3 Ø internos

Altura= 6,50

(unidades em metros) PONTO

JUSANTE

Ø 0,65 M DJ= 7,7 Ø internos

Sentido

do fluxo

Fonte: NBR 10701(1989)

Quadro 6 - Especificação do Plano de amostragem

Fonte: NBR 10701(1989)

Enfim, as coletas e análises laboratoriais foram realizadas conforme métodos da

CETESB, ABNT e USEPA para dutos e chaminés de fontes estacionárias. Entre outras

normas consideradas podem ser listadas as seguintes:

Norma CETESB L9.210 – Análise dos gases de combustão através do aparelho de

Orsat;

DISTÂNCIA DOS PONTOS

A1 = B1 = 2,9 cm

A2 = B2 = 9,5 cm

A3 = B3 = 19,2 cm

A4 = B4 = 45,8 cm

A5 = B5 = 55,5 cm

A6 = B6 = 62,1 cm

Page 57: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

56

NBR 10700 – ABNT - planejamento de amostragem em dutos e chaminés de fontes

estacionárias;

NBR 10701 – ABNT – Determinação de pontos de amostragem em dutos e chaminés

de fontes estacionárias;

NBR 10702 – ABNT - determinação da massa molecular, base seca;

NBR 11966 – ABNT - determinação da velocidade e vazão;

NBR 11967 – ABNT - determinação da umidade;

Norma USEPA CTM 0030 – Determinação de óxidos de nitrogênio, oxigênio,

monóxido de carbono e dióxido de carbono usando analisadores portáteis.

Page 58: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

57

4 DISCUSSÕES DE RESULTADOS

Os ganhos econômicos de uma empresa são essenciais para sua sobrevivência, estas

analisam o mercado e buscam novas tecnologias, matérias primas acessíveis, entre outros,

com objetivo de uma gestão de negócio sustentável e hoje é fundamental a busca do

compromisso financeiro aliada a qualidade ambiental.

O modelo energético mundial baseia-se, fundamentalmente, na utilização de

combustíveis fósseis. O Brasil, de uma forma geral, se apresenta como um grande produtor de

biomassas, porque possui a maioria dos predicados para a produção de recursos naturais de

caráter renovável.

O combustível escolhido para ser usado foi a acácia em tora, porém a biomassa deve

estar seca, ou seja, deve ter sido cortada no mínimo há seis meses. Um dos benefícios é o

aumento do poder calorífico em função da baixa umidade. A qualidade da madeira para

energia está relacionada ao seu teor de umidade e à sua massa específica. Quanto maior o teor

de umidade da madeira, menor é o seu poder de combustão, resultado do processo de

evaporação da água que absorve energia no decorrer da combustão.

A madeira é uma importante fonte renovável de energia. A lenha é um dos primeiros,

se não for o primeiro combustível a ser utilizado pelo ser humano, e até os dias de hoje ainda

representa uma importante fonte energética, por ter um custo relativamente baixo e sua

exploração não requer mão de obra muito qualificada, sendo que hoje a tecnologia utilizada

para extração da matéria prima “lenha” é de extrema eficiência, com máquinas de última

geração.

Page 59: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

58

Foi realizado um estudo para avaliar a melhor opção para substituição da matéria-

prima utilizada na caldeira AAlborg e tendência no estado do novo combustível, para evitar

problemas futuros de fornecimento ou grande elevação de preços devido a baixa

disponibilidade no mercado. A Tabela 7 apresenta os números deste levantamento realizado.

Tabela 7 - Evolução plantio no RS

Ano 2001 *1

2004 *2

2005 *2

2006 *2

2007 *3

2008 *2

2010 *2

Gênero

Florestal Área plantada (ha)

Acácia 96.400 115.370 123.377 142.461 158.961 188.326 174.150

Eucalipto 111.525 132.689 179.690 214.245 222.245 277.316 301.260

Pinus 153.583 159.766 165.080 201.378 182.378 183.163 263.360

TOTAL 361.508 407.825 468.147 558.084 563.584 612.810 738.770

Fonte: Autor (2013)

*1 SEMA-RS/UFSM – Inventário Florestal Contínuo RS – 2001, *2 AGEFLOR/ABRAF e *3 Hendges, E.R.

Tese Doutorado – UFSM – 2007

Foi considerada a possibilidade de adaptação do equipamento existente “caldeira

AAlborg” para a utilização da nova matéria prima “lenha em tora”. Os custos levantados são

apresentados a seguir.

Valor para adaptação:R$1.276.200,00

Pavilhão de lenha: R$150.000,00

Concluiu-se que a melhor opção, ao invés da adaptação do equipamento em uso, era a

sua substituição, já que no local de instalação da caldeira AAlborg não havia espaço para

construção de um depósito. Ademais o valor de adaptação da caldeira foi considerado alto em

comparação ao valor investido em um equipamento novo, e após esta definição se iniciou um

novo estudo para adquirir o novo equipamento, sendo que os modelos considerados e

respectivos custos, em reais, podem ser visualizados a seguir.

Caldeira Berks: R$2.032.977,71

Caldeira H.Bremer: R$1.816.461,00

Caldeira Biochamm: R$1.944.976,00

Page 60: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

59

Independente do modelo há um custo adicional para o pavilhão de lenha de R$

150.000,00.

Cabe uma avaliação comparativa da substituição da caldeira a óleo “AAlborg – AWN”

pela caldeira a lenha H.Bremer (HBFC). Dados históricos de consumo do petróleo de baixa

fluência, de vapor produzido, de poder calorífico e de custo de lenha, permitem realizar uma

comparação econômica entre as duas opções de combustível. Isto pode ser visualizado nas

figuras que seguem com base em dados de 13 anos.

Tabela 8 – Comparações entre óleo BPF e lenha em tora por ano

Ano BPF R$/kg

(s/Impostos)

Consumo BPF

(kg)

Custo BPF

R$/ano

Produção

vapor

(ton/ano)

Consumo

lenha

(m³)

lenha

R$/ano

Custo

Lenha

R$/m³

1999 0,229 1.807.000 413.803 23.491 15.661 418.923 26,75

2000 0,326 2.334.000 760.884 30.342 20.228 541.099 26,75

2001 0,396 2.096.000 830.016 27.248 18.165 558.947 30,77

2002 0,516 1.959.000 1.010.884 25.467 16.978 628.016 36,99

2003 0,817 1.935.000 1.580.895 25.155 16.770 726.644 43,33

2004 0,836 2.231.640 1.865.651 29.011 19.341 870.340 45,00

2005 1,026 2.616.486 2.684.515 34.014 22.676 1.055.578 46,55

2006 0,867 2.038.707 1.767.590 26.503 17.669 737.142 41,72

2007 0,856 2.288.020 1.958.545 29.744 19.830 773.946 39,03

2008 1,093 2.243.170 2.451.785 29.161 19.441 918.578 47,25

2009 0,733 1.976.750 1.448.960 25.698 17.132 668.142 39,00

2010 0,927 1.979.381 1.834.886 25.732 17.155 703.340 41,00

2011 0,951 999.180 950.220 12.989 8.660 402.670 46,50

Fonte: Autor (2013)

Page 61: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

60

Figura 9 – Gastos na compra de óleo BPF e lenha em tora nos últimos 13 anos

Fonte: Autor (2013)

Finalmente, a caldeira H.Bremer foi adquirida pela empresa, as figuras que seguem

ilustram a instalação deste equipamento:

-0.50

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Estudo de economia de BPF x Lenha

Custo BPF R$/ano Custo lenha R$/ano Econômia R$/ano

R$ (milhões)

Page 62: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

61

Figura 10 – Vista lateral da caldeira HBFC

Fonte: Autor (2013)

Figura 11 – Vista frontal/geral da caldeira HBFC

Fonte: Autor (2013)

Page 63: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

62

Figura 12 – Vista da boca de visita da caldeira HBFC

Fonte: Autor (2013)

De forma análoga à comparação de dados históricos apresentada anteriormente, após a

instalação da nova caldeira pode ser feito uma avaliação atualizada à luz de dados mais

recentes do mercado dos combustíveis e demanda de vapor da empresa. Esta análise é

apresentada na tabela seguinte, bem como nas figuras 13 e 14, esta última com dados

cumulativos de 2013.

Tabela 9 – Comparações entre óleo BPF e lenha em tora por mês

Mês Lenha

R$/m³

Consumo

lenha mês

(m³)

lenha

R$/mês

Produção

vapor

(ton/mês)

BPF

R$/kg

Consumo

BPF mês (kg) BPF R$/mês

Janeiro 45 279 12.533 418 1,43 32.135 45.953

Fevereiro 45 619 27.833 928 1,43 71.365 102.053

Março 45 731 32.873 1.096 1,43 84.288 120.533

Abril 45 743 33.435 1.115 1,43 85.731 122.595

Maio 45 570 25.650 855 1,43 65.769 94.050

Junho 45 958 43.110 1.437 1,43 110.538 158.070

Julho 45 1.052 47.340 1.578 1,43 121.385 173.580

Agosto 45 855 38.475 1.283 1,43 98.654 141.075

Fonte: Autor (2013)

Page 64: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

63

Figura 13 – Comparação de gastos nos primeiros meses do ano.

Fonte: Autor (2013)

Figura 14 – Gastos somados e ganho até agosto.

Fonte: Autor (2013)

45,953

102,053

120,533 122,595

94,050

158,070

173,580

141,075

12,533

27,83332,873 33,435

25,650

43,110 47,34038,475

33,420

74,220

87,660 89,160

68,400

114,960126,240

102,600

0

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

180,000

200,000

Jan/13 Feb/13 Mar/13 Apr/13 May/13 Jun/13 Jul/13 Aug/13

R$ BPF x R$ Lenha

Custo BPF R$/mês Custo lenha R$/mês Econômia R$/mês

957,909

261,249

696,660

0

200,000

400,000

600,000

800,000

1,000,000

1,200,000

BPF x Lenha 2013

Custo total BPF Custo total Lenha Econômia até agosto

Page 65: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

64

A queima de óleo BPF na antiga caldeira AAlborg “AWN” implicava na geração de

resíduos sólidos (cinzas), os quais eram classificados, conforme a NBR 10004, como

perigosos (Classe I). Ou seja, estes resíduos apresentavam riscos potenciais ao meio ambiente

e à saúde dos seres vivos e, portanto, requeriam disposição final adequada.

A disposição dos resíduos em aterros industriais é muito utilizada, pois podem

armazenar grandes volumes. Contudo, os aterros sanitários precisam ser construídos e

operados com grande segurança e monitoramentos eficientes, para que não ocorra contato do

resíduo com o solo ou percolação de líquidos no solo e lençóis freáticos.

A licença ambiental de operação da Milenia Agrociencias S.A, emitida pela Fundação

Estadual de Proteção Ambiental, prevê que os resíduos gerados devem ser segregados,

identificados, classificados e acondicionados para armazenagem temporária em área

devidamente projetada, observando a NBR 12.235 e a NBR11.174, da ABNT, em

conformidade com o tipo de resíduo, perigoso (Classe I) ou não perigoso (Classe II),

respectivamente, até a posterior destinação final dos mesmos. Antes de encaminhar o resíduo

para o destino final, faz-se necessário verificar se a empresa para qual se destina o resíduo

está com o licenciamento ambiental em dia, pois conforme o Artigo 9º do Decreto Estadual

número 38.356 de 01/04/98, a responsabilidade pela destinação adequada dos mesmos é da

fonte geradora, independente da contratação de serviços de terceiros.

Ainda, como parte do protocolo da licença ambiental, a empresa mantém registro do

estoque deste tipo de resíduo e informa à FEPAM, bimestralmente através da “Planilha

Mensal de Resíduos Sólidos Industriais Gerados”, ferramenta do órgão ambiental. Além disto,

a transferência dos resíduos Classe I gerados na empresa, deve ser acompanhada de

“Manifesto de Transportes de Resíduos – MTR”, conforme Portaria FEPAM nº 034/2009,

publicada no DOE em 06/08/2009, e realizada por veículos licenciados pela FEPAM para este

fim.

Até então o resíduo da caldeira de BPF - “Classificado como Classe I” – era destinado

para aterro da empresa “Essencis Tratamento e Destinação”, havendo um custo de um real e

vinte e cinco centavos por kg de resíduo destinado (R$1,25/kg). O custo médio anual era de

R$ 2.306,90. Neste valor não está computado o gasto com transporte, pois o resíduo era

enviado juntamente com outros resíduos de características/processo diferente.

Page 66: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

65

Sabe-se também que a queima de biomassa também implica em geração de resíduos

sólidos. Contudo, os resíduos sólidos gerados na caldeira HBremer “HBFC” são classificados,

de acordo com a NBR 10004, como Classe II (não perigosos).

Uma alternativa para este tipo de resíduo, ao invés de deposição em aterro, é sua

aplicação no solo. Evidentemente que esta aplicação requer um estudo das cinzas e do solo

que se pretende a aplicação. Outra possibilidade interessante, além da aplicação direta no

solo, é a utilização destas cinzas como fonte mineral para compostos orgânicos.

Em função da não periculosidade das cinzas da caldeira a lenha, a empresa está

destinando este material para a empresa ECOCITRUS, localizada na cidade de Montenegro-

RS. Neste caso, o gasto de destinação dos resíduos da caldeira de biomassa é de treze

centavos por kg (0,13R$), previsão de R$1.300,00 por ano.

A empresa possui um laudo de análise da cinza gerada, ou seja, tem todas as

determinações de compostos e está estudando também a possibilidade de disposição de cinzas

em campos de cultivo ao lado na empresa e está em fase de testes agronômicos, essenciais

para determinação aplicação das quantidades adequadas que ofereça benefícios e sem riscos

ao solo.

Outra vantagem da caldeira de biomassa sobre à caldeira óleo é que o balanço de

dióxido de carbono pode ser considerado igual a zero, devido à sua absorção no processo de

fotossíntese das árvores plantadas para este fim.

Assim, são várias as vantagens, além de econômicas e ambientais, houve evolução

tecnológica das caldeiras de biomassa que se tornaram mais eficientes.

Estes monitoramentos foram realizados em função da necessidade da empresa de

avaliar e monitorar suas emissões, investigar quaisquer impactos existentes ou que possam a

vir a existir, visando buscar a melhoria contínua do programa de monitoramento e qualidade

total e também por determinação dos órgãos ambientais competentes, ou seja, o cumprimento

dos parâmetros estipulados pelo órgão ambiental competente - FEPAM.

Inicialmente a Milenia Agrociencias deveria cumprir o Termo de Compromisso

Ambiental (TCA), que tinha com base na Resolução do CONAMA nº 08/1990 que,

Page 67: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

66

estabeleceu os limites máximos de emissões para caldeira à óleo como a AAlborg. Conforme

tabela 7 abaixo:

Tabela 10 – Limites de emissões (TCA)

Termo de Compromisso Ambiental MP SO2

02/2002 350 mg/Nm3 5000 mg/Nm

3

Fonte: Termo de compromisso ambiental

Após a empresa passou a cumprir a Resolução CONAMA nº 382/2006, que estabelece

os seguintes limites máximos de emissão de poluentes para caldeiras do tipo AAlborg,

conforme suas especificações, conforme apresentado na próxima tabela.

Tabela 11 – Limites de emissões (CONAMA 382)

Conama MP SO2

382/2006 300 mg/Nm3 2700 mg/Nm

3

Fonte: Conama 382 (2006)

Em 2011 a Milenia Agrociencias passou a cumprir a licença de operação que

estabeleceu novos limites máximos de emissões para caldeira AAlborg, conforme tabela

seguinte.

Tabela 12 – Limites de emissões (LO)

Licença de Operação MP SO2

2881/2011 70 mg/Nm3 400 mg/Nm

3

Fonte: Licença de operação

A Tabela seguinte resume os resultados do monitoramento realizado entre 2006 e

2011.

Page 68: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

67

Tabela 13- Monitoramentos da caldeira óleo

Ano Parâmetros Caldeira

BPF Resultados (mg/Nm³) Limite FEPAM (mg/Nm³)

2006 MP 185,62 350

SOx 678,54 5000

2007 MP 122,4 300

SOx 534,17 2700

2008 MP 79,34 300

SOx 666,27 2700

2009 MP 78,81 300

SOx 502,2 2700

2011

MP 161,86 70

SOx 347 400

NOx 178,14 N.A

Fonte: Autor (2013)

As figuras 15, 16 e 17 apresentam os monitoramentos de material particulado em

comparação com os diferentes limites estabelecidos pela legislação e órgão fiscalizador.

Figura 15 – Gráfico comparativo MP, conforme TCA

Fonte: Autor (2013)

185.62

122.4

79.34 78.81

161.86

350

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

MP

Comporativo Anos TCA (mg/Nm³)

MP LimiteTolerância TCA

Page 69: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

68

Figura 16 – Gráfico comparativo MP, conforme Conama 382/2006

Fonte: Autor (2013)

Figura 17 – Gráfico comparativo MP, conforme L.O.

Fonte: Autor (2013)

185.62

122.4

79.34 78.81

161.86

300

0

50

100

150

200

250

300

350

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

MP

Comporativo Anos Conama 382 (mg/Nm³)

MP LimiteTolerância Conama 382

185.62

122.4

79.34 78.81

161.86

70

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

MP

Comparativo Anos LO (mg/Nm³)

MP LimiteTolerância LO

Page 70: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

69

As figuras 18, 19 e 20 apresenta os monitoramentos de dióxido de enxofre com os

diferentes parâmetros estabelecidos pela legislação e licença de operação.

Figura 18 – Gráfico comparativo SOx, conforme TCA

Fonte: Autor (2013)

Figura 19 – Gráfico comparativo SOx, conforme Resolução CONAMA 382/2006

Fonte: Autor (2013)

678.54 534.17 666.27 502.2 347

5000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

SO

x

Comparativo Anos TCA (mg/Nm³)

SOx LimiteTolerância TCA

678.54534.17

666.27502.2

347

2700

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

SO

x

Comporativo Anos Conama 382 (mg/Nm³)

SOx LimiteTolerância Conama 382

Page 71: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

70

Figura 20 – Gráfico comparativo SOx, conforme L.O.

Fonte: Autor (2013)

Após a instalação da caldeira HBFC, em 2012, a empresa deveria atender a novos

limites, também constantes na Resolução CONAMA nº 382/2006, conforme apresentados na

tabela que segue.

Tabela 14 – Limites de emissões (CONAMA 382)

Conama MP SO2

382/2006 730 mg/Nm3 Não Aplica

Fonte: Conama 382 (2006)

Entretanto, a FEPAM, também em 2012, restringiu mais as emissões conforme se

apresenta na próxima tabela:

Tabela 15 – Limites de emissões (LO)

Licença de Operação MP SO2

7474/2012 70 mg/Nm3 Não Aplica

Fonte: Licença de operação

678.54

534.17

666.27

502.2

347400

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2006 2007 2008 2009 2011

Co

nce

ntr

ação

SO

x

Comporativo Anos LO(mg/Nm³)

SOx LimiteTolerância LO

Page 72: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

71

A empresa realizou monitoramentos conforme solicitação do órgão ambiental e após o

1º monitoramento realizado, verificou a necessidade de realizar ajustes no equipamento, para

cumprir o limite, conforme Tabela 16 abaixo:

Tabela 16 - Monitoramentos da caldeira de biomassa

Data Parâmetros Caldeira

Lenha Resultados (mg/Nm³) Limite FEPAM (mg/Nm³)

19.12.2012 MP 193,67 70

25.03.2013 MP 19,45 70

Fonte: Autor (2013)

As figuras 21 e 22 apresentam os monitoramentos de material particulado com os

diferentes parâmetros estabelecidos pela legislação e licença de operação.

Figura 21 – Gráfico comparativo MP, conforme Resolução CONAMA 382/2006

Fonte: Autor (2013)

193.67

19.45

300

0

50

100

150

200

250

300

350

19.12.2012 25.03.2013

Co

nce

ntr

ação

MP

Comparativo Conama 382 (mg/Nm³)

Data Limite Tolerância Conama 382

Page 73: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

72

Figura 22 – Gráfico comparativo MP, conforme L.O.

Fonte: Autor (2013)

Conforme registrado acima foi identificado a necessidade de realizar uma ação, para

cumprimento dos parâmetros de MP, estipulado para caldeira HBFC, sendo assim, foi um

sistema de abate de partículas com filtros mangas. A figura 23 abaixo apresenta os ganhos

com a instalação do equipamento.

Figura 23 – Gráfico apresenta a diferença na utilização dos filtros de mangas.

Fonte: Autor (2013)

193.67

19.45

70

0

50

100

150

200

250

19.12.2012 25.03.2013

Co

nce

ntr

ação

MP

Comparativo LO (mg/Nm³)

Data Limite Tolerância LO

193.67

19.45

0

50

100

150

200

2012 2013

Uso Filtros de Manga

Sem Filtro Com Filtro

Page 74: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

73

5 CONCLUSÕES

A empresa Milenia Agrociencias S.A. realiza um controle sobre as emissões geradas

na suas unidades produtivas e utilidades, busca diariamente o cumprimento das legislações

pertinentes, pois tem consciência da deterioração da qualidade do ar que pode causar, devido

às emissões atmosféricas sem um controle rigoroso.

A poluição atmosférica tem sido extensivamente estudada por causar sérios danos ao

meio ambiente e por afetar a saúde humana, os ecossistemas e os materiais. Estudos

mostraram que quando exposta a altos níveis de poluição, a população pode sofrer de sérias

infecções respiratórias, doenças crônicas pulmonares e outros.

As caldeiras são fontes importantes de poluentes como o monóxido de carbono,

dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e particulados. Desta forma, é importante monitorar

e controlar a concentração dos poluentes de forma a atender aos preceitos legais e minimizar

impactos ambientais.

Uma ação importante realizada pela empresa Milenia Agrociencias S.A. foi a

substituição da caldeira que utilizava óleo BPF por uma caldeira que utiliza lenha em tora,

como matéria prima.

Pôde-se constatar com o presente estudo que a caldeira que utilizava óleo BPF vinha

tendo dificuldades em manter os padrões de emissões dentro dos padrões estipulados pela

Resolução CONAMA nº 382/2006 e licença de operação, pois o equipamento vinha tendo

oscilações na geração de poluentes. É importante ressaltar que todas as ações preventivas e

regulamentares (NR-13) eram realizadas.

Page 75: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

74

Após estudos se chegou à conclusão que seria importante a substituição da caldeira

AAlborg por um novo modelo HBFC com benefícios econômicos e ambientais.

A nova caldeira foi instalada e está se verificando ganhos econômicos e cumprimento

da legislações ambientais, através de monitoramentos.

O primeiro monitoramento indicou a necessidade de ações, pois o parâmetro de

particulado ficou além do limite legal.

Foi instalado um filtro de mangas e feito o segundo monitoramento comprovou a

eficiência da ação realizada, ou seja, o limite da licença de operação, foi plenamente

atendido.

Um grande ganho ambiental é que o CO2 gerado na queima é consumido no ciclo de

novas florestas plantadas.

Outro ganho ambiental é quanto ao resíduo gerado hoje que é inserido em um

composto utilizado para fins de cultivo.

Por fim, constatou-se a partir dos resultados deste trabalho, que a substituição da

caldeira a óleo por lenha trouxe benefícios econômicos para a empresa e ganhos ambientais

ao gerar resíduos e emissões com menor periculosidade. Contribui para a redução do impacto

ambiental o emprego de sistema de abate de emissões para atender às exigências legais. De

qualquer forma a empresa deve continuar realizando as manutenções regulares, preventivas e

corretivas, assim como os monitoramentos para garantir o controle dos poluentes gerados no

equipamento.

Page 76: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

75

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, F.A., O Bom Negócio da Sustentabilidade. Editora Nova Fronteira, 2002. Rio

de Janeiro/RJ, ISBN 8520912664.

ALMEIDA, I.T., A Poluição Atmosférica por Material Particulado na Mineração a Céu

Aberto, Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, SP,

1999.

ALTAFINI, C. R. Curso de engenharia mecânica: Caldeiras. Caxias do Sul:

Universidade de Caxias do Sul, 2002.

Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos,

2004.

BAIRD, C. Environmental Chemistry. Nova Iorque: W.H. Freeman and Company, 557 p,

1998.

CAPOBIANCO, J. P. R. Desenvolvimento insustentável. Folha de São Paulo, São Paulo, 24

ago. 2002. Caderno especial, p.6.

CARNEIRO, R.M.A. Bioindicadores vegetais de poluição atmosférica:uma contribuição

para a saúde da comunidade. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, 2004

CAVALCANTI, P.M.P.S., Modelo de Gestão da Qualidade do ar – Abordagem

Preventiva e Corretiva, Tese de Doutorado COPPE/UFRJ em Planejamento Energético, Rio

de Janeiro, RJ, 2010.

CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,

disponível em http: \\ www.cetesb.sp.gov.br.

CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, Legislação Federal (Leis e

Decretos), Série Documentos, São Paulo, 1994.

CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL 1999,

Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo – São Paulo, SP.

Page 77: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

76

CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, Relatório de Qualidade do

Ar no Estado de São Paulo – 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009.

CHRISTIAN, E.L.S., Faculdades Bom Jesus, Economia empresarial / Fae Business School.

Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, 2002.

COLOMBO, B.A., et al. Responsabilidade Social das Empresas – A contribuição das

universidades. Volume 5, Editora Pierópolis, 2006, São Paulo/SP, ISBN 85-7596-075-X.

DERISIO, José Carlos. Introdução ao controle de poluição ambiental. São Paulo: Companhia

de Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1992. 201 p.

FIGUEIREDO, M.G; SANTOS, M. S.; FERRARI, L. R. Estação de Tratamento de Efluentes

das Indústrias Têxteis: otimização através da implantação de medidas de prevenção à

poluição. In: CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E

AMBIENTAL, 27., 2000, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, 2000.

FUJIHARA, M.A e LOPES F.G., Sustentabilidade e Mudanças Climáticas, Editora

SENAC, São Paulo/SP, 2009, ISBN 978-85-7359-918-3

FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL LUÍS HENRIQUE LUIZ

ROESSLER - FEPAM, disponível em http://fepam.rs.gov.br

GARCIA, R. Combustíveis e combustão industrial. Editora Interciência. Rio de

Janeiro, 2002.

GUNTER, P. UPSIZING: Como gerar mais renda, criar mais pontos de tranbalho e

eliminar a poluição. Porto Alegre, RS: FUNDAÇÃO ZERI BRASIL/L&PM, 1999. 356P.

HAWKEN, P.; LOVINS, A.; LOVINS, L. H. Capitalismo natural. São Paulo, SP:

CULTRIX, 1999. 358P.

HUETING, R., REIJNDERS, L. Sustainability is an objective concept. Ecological

Economics, V.27, P.139-147, 1998.

LANDMANN, M.C, Estimativa das Emissões de Poluentes dos Automóveis na Região

Metropolitana de São Paulo Considerando as Rotas de Tráfego, Doutorado em Ciência

Ambiental, Universidade de São Paulo – USP, São Paulo/SP, 2004.

LEITE, N. R. e MILITÃO, R. de A. Tipos e aplicações de caldeiras. PROMINP –

ENGENHEIRO DE SUPRIMENTOS. Disciplina : Fabricação e Montagem de

Caldeiras e Trocadores de Calor. Escola Politécnica, Departamento de Engenharia

Mecânica. 2008

LISBOA, H. de M., Controle da Poluição Atmosférica, Universidade Federal de Santa

Catarina - UFSC, Florianópolis, SC, 2007.

LUSTOSA, M.C.J, et al., Economia do Meio Ambiente: teoria e prática, Editora Campus.

2ª tiragem. Rio de Janeiro/RJ, 2003. São Paulo/SP, ISBN 85-352-0965-4.

Page 78: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

77

MANAHAN, S.E. Environmental Chemistry. Monterrey/Califórnia: Brooks/Cole

Publishing Company, 612 P., 1984

MELO, G. C. B., Efluentes atmosféricos e qualidade do ar. Apostila da escola de

Engenharia da UFMG. 1996. (Uma excelente introdução ao estudo da poluição atmosférica).

MENINI, S.E., Análise do Perfil de Emissões Atmosféricas para o Sistema de Transporte

Público por Ônibus Híbrido e Movido a Gás Natural: O Caso de Juiz de Fora, Tese de

Mestrado, COOPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2004.

MMA (Ministério do Meio Ambiente, disponível em http://www.mma.gov.br, acesso em:

abril/2013.

MOORE, J.W. E MOORE, E.A. ENVIRONMENTAL CHEMISTRY. NOVA IORQUE:

ACADEMIC PRESS, 500 P., 1976.

NAUMOFF, ALEXANDRE FERAZ; PERES, CLARITA SCHVARTZ. Reciclagem de

matéria orgânica. IN: D’ALMEIDA, MARIA L. O.; VILHENA, ANDRÉ. Lixo Municipal:

Manual de Gerenciamento Integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.

NBR 10701 – ABNT – Determinação de pontos de amostragem em dutos e chaminés de

fontes estacionárias.

NEVERS, N., Air Polluition Control Engineering, Waveland Press, Long Grove, IL, ISBN

9781577666745, 1995.

Norma Regulamentadora – 13 – Caldeiras e vasos de pressão de 27 de dezembro de 1994.

PAYAN, S.et al. A review of remote sensing techniques and related spectroscopy

problems. Comptes Rendus Physique, V. 36, p 4555-4561, 2002.

PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO.

Relatório do desenvolvimento humano 2003. Lisboa, Portugal: Mensagem, 2003. 367p.

PINTO, P.M.G.da C., Análise das Emissões Veiculares em Regiões Urbanas e

Metodologia para Quantificação de Poluentes, Tese de Mestrado, UERJ, Rio de Janeiro,

RJ, 2005.

PULITANO, F. M. Análise da estrutura e funcionamento de reflorestamento de mata ciliar

aos 18 e 28 anos após o plantio, no município de Cândido Mota, SP. 2003, 152f. Tese

(Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos -

Universidade de São Paulo, São Carlos.

REEVE, R.N. Environmental analysis.Singapura: John Wiley & Sons. 263p.,1994.

RESOLUÇÃO CONAMA nº 3, de 28 de junho de 1990 - Publicada no DOU, de 22 de agosto

de 1990, Seção 1, páginas 15937-15939.

RESOLUÇÃO Nº 382, 26 de dezembro de 2006.

Page 79: ESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE · PDF fileESTUDO COMPARATIVO DA QUEIMA DE PETRÓLEO DE BAIXA FLUÊNCIA E BIOMASSA EM CALDEIRAS ... Figura 12 – Vista da boca de visita

BD

U –

Bib

liote

ca D

igita

l da

UN

IVAT

ES

(htt

p://w

ww

.uni

vate

s.br/

bdu)

78

ROCHA, S.M.S. Estudo da influência da velocidade e dos ciclos de filtração na formação da

torta na limpeza de gases em filtro de mangas. (Tese Doutorado). Departamento de

Engenharia Química – Universidade Federal de Uberlândia, 2010.

SALA, J. F., Valoração dos Custos Ambientais Relacionados à Saúde – Estudo de Caso:

Setor de Transportes da Cidade de São Paulo. Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de

Janeiro, RJ, Brasil. 1999.

SALDIVA, P.H.N. Poluição atmosférica e saúde: uma abordagem experimental.

GREEPEACE, SOS, chega de poluição. Brasil, 1998.

SANTI, A. M.M., Monitoramento da Qualidade do Ar: Avaliação de Metodologia

Baseada no Licenciamento Ambiental, XXVII Congresso Interamericano de Engenharia

Sanitária e Ambiental, 2010.

SERFATY, R. Combustão e queimadores. CENPES. 2007

SILVA, V.M.A., Meteorologia e Climatologia, Versão Digital 2, Recife, PE, Brasil, 2006.

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: RiMa, 2.ed., 2003.

248p.

VALLE, C.E.do, Como se preparar para as normas 14000: Qualidade Ambiental: O

desafio de ser competitivo protegendo o meio ambiente. 3ª edição, Biblioteca Pioneira de

Administração e Negócios, 2000. São Paulo/SP ISBN 85-221-0010-1.

VIEIRA, N. R., Poluição do ar: Indicadores ambientais - Editora E-papers, Rio de Janeiro

– RJ, 2009, ISBN 978 85 7650 2159.