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1 Estratigrafia e geo-história Susana Prada Idade das rochas Geocronologia absoluta: obtida a partir de um espectrómetro de massa, pesa os elementos radioactivos e os seus produtos de desintegração radioactiva. Tendo como base o conhecimento do período de tempo de desintegração desses elementos é possível determinar o tempo decorrido desde a formação da rocha, a partir da quantidade de isótopos originais e de isótopos derivados, presentes nessa rocha. Isótopo-pai Isótopo-filho Meia-vida Materiais datados Urânio (U-238) Chumbo (Pb-207) 45 000 Ma Zircão Potássio (K-40) Árgon (Ar-40) 1 250 Ma Biotite, moscovite, rochas vulcânicas Carbono-14 (C-14) Azoto (N-14) 5730 anos Conchas, calcários, materiais orgânicos Geocronologia relativa: atribuição de idade relativa através da análise das relações geométricas entre as diferentes rochas e dos fósseis nelas contidos. 1. Princípio da horizontalidade original 2. Princípio da sobreposição 3. Princípio da continuidade lateral 4. Princípio da intersecção 5. Princípio da inclusão 6. Princípio da identidade paleontológica

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Estratigrafia e geo-históriaSusana Prada

Idade das rochas

• Geocronologia absoluta: obtida a partir de um espectrómetro

de massa, pesa os elementos radioactivos e os seus produtos

de desintegração radioactiva. Tendo como base o

conhecimento do período de tempo de desintegração desses

elementos é possível determinar o tempo decorrido desde a

formação da rocha, a partir da quantidade de isótopos originais

e de isótopos derivados, presentes nessa rocha.

Isótopo-pai Isótopo-filho Meia-vida Materiais datados

Urânio (U-238) Chumbo (Pb-207) 45 000 Ma Zircão

Potássio (K-40) Árgon (Ar-40) 1 250 MaBiotite, moscovite, rochasvulcânicas

Carbono-14 (C-14) Azoto (N-14) 5730 anosConchas, calcários, materiais orgânicos

• Geocronologia relativa: atribuição de idade relativa

através da análise das relações geométricas entre

as diferentes rochas e dos fósseis nelas contidos.

1. Princípio da horizontalidade original

2. Princípio da sobreposição

3. Princípio da continuidade lateral

4. Princípio da intersecção

5. Princípio da inclusão

6. Princípio da identidade paleontológica

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1. Princípio da horizontalidade original

• Os sedimentos depositam-se sempre,

salvo raras excepções, próximo da

horizontal, formando estratos ou

camadas

• no limite entre duas camadas

diferentes existe uma

descontinuidade, o plano de

estratificação, que constitui uma

zona de fraqueza

2. Princípio da sobreposição

• Numa sucessão de estratos não deformados,

qualquer deles é mais recente do que o que lhe serve

de base e mais antigo do que aquele que o cobre, ou,

• Numa série qualquer não dobrada as camadas

inferiores são as mais antigas

Excepções ao princípio da sobreposição

I. Série tombada

II. Cavalgamento

III. Intrusões

IV. Terraços fluviais

V. Depósitos em grutas

II. Cavalgamento

I. Nas dobras tombadas as

camadas de um dos flancos estão

invertidas

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3. Princípio da Continuidade

• Uma camada sedimentar limitada por um muro

(camada inferior) e um tecto (camada superior) e

definida por determinada fácies é da mesma idade em

todos os seus pontos.

• A camada B é mais recente que a A e mais antiga que

a C:

4. Princípio da intersecção

• Uma estrutura é mais nova do que as formações que

intersecta. A falha que afecta ou intersecta

determinadas camadas é posterior à última camada

intersectada e anterior à primeira camada que não

foi afectada (também se aplica a intrusões

magmáticas)

• Intrusões magmáticas: qualquer intrusão ígnea (filão,

soleira, batólito, lacólito etc.) é sempre mais recente do

que a rocha que foi atravessada ou intruída.

• Truncaturas (são inconformidades): implicam erosão. Uma superfície de erosão é sempre mais recente do que as camadas que afecta.

• Também se aplica a vales, estes são sempre posteriores às rochas que escavaram.

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Grand Canyon: sequência com várias

truncaturas (discordância = inconformidade angular)

5. Princípio da Inclusão

• Uma estrutura ou uma rocha é mais nova

do que as rochas que inclui ou que

assimilou.

• Inclusões de fragmentos de rochas de

uma unidade (x), dentro de outra unidade

(M), são mais antigos do que a rocha que

os contém

• Se uma rocha (B) contém inclusões de fragmentos de outra rocha (A), é mais recente do que os fragmentos que contém

6. Princípio da identidade paleontológica:

A idade do estrato que contém um fóssil é a mesma do

fóssil. Admite, ainda, o sincronismo entre estratos

caracterizados pelas mesmas associações paleontológicas,

mesmo que afastados no espaço.

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História geológica de uma região