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Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.9, n.9, p.44-68, jan/jun. 2017
Empreendedorismo em Ribeirão Preto: um estudo do perfil empreendedor
dos graduandos no curso de administração
Drielly de Paula Bispo – acadêmica do Curso de Administração, Centro Universitário Estácio
de Ribeirão Preto. [email protected];
Fernando Scandiuzzi – docente do Curso de Administração, Centro Universitário Estácio de
Ribeirão Preto. [email protected]
Resumo
Entender o perfil empreendedor: esta é uma questão importante para a atualidade. Em um
mundo dinâmico, ser empreendedor e administrar seu próprio negócio é sinônimo de correr
riscos, mas, ao mesmo tempo, concretizar ideias inovadoras. Em todos os lugares, é possível
ver idealizadores criativos e ideias bem sucedidas. Essa também é uma verdade para a realidade
dos estudantes de graduação do curso de Administração na cidade de Ribeirão Preto. Questionar
se o empreendedorismo é uma opção para esses indivíduos ao se formarem é frutífero no sentido
de entender as motivações e desejos desses graduandos, bem como traçar o perfil de
empreendedor que eles podem constituir. Muitos são os estudos que apontam a realidade do
empreendedorismo no Brasil, seus aspectos históricos, bem como os dados que estão ao seu em
torno. Este trabalho, especificamente, teve como objetivo realizar um estudo do perfil
empreendedor dos graduandos no curso de Administração na cidade de Ribeirão Preto,
buscando as principais motivações que levaram ou levarão esses estudantes a criarem o próprio
negócio. A partir dessas motivações, podemos dividir em duas principais vertentes: o
empreendedorismo por oportunidade versus empreendedorismo por necessidade. Citamos a
primeira opção ligada a um empreendedor visionário que sabe onde quer chegar; já a segunda
caracteriza o empreendedor que começou seu negócio por falta de opção no mercado de
trabalho.
Palavras-Chaves: empreendedorismo, empreendedor, perfil empreendedor, administração, curso
de administração
Abstract
Understand the entrepreneurial profile: this is an important issue for the present. In a dynamic
world, being entrepreneurial and running your own business is synonymous with taking risks,
but at the same time delivering innovative ideas. Everywhere, you can see creative idealizers
and successful ideas. This is also true for the reality of undergraduate students of the
Administration course in the city of Ribeirão Preto. Questioning whether entrepreneurship is
an option for these individuals when graduating is fruitful in the sense of understanding the
motivations and desires of these undergraduates, as well as outlining the entrepreneurial profile
they may constitute. Many are the studies that point out the reality of entrepreneurship in Brazil,
its historical aspects, as well as the data that are around you. This study specifically aimed to
carry out a study of the entrepreneurial profile of undergraduates in the Administration course
in the city of Ribeirão Preto, searching for the main motivations that led or will lead these
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students to create their own business. From these motivations, we can divide in two main
aspects: the entrepreneurship by opportunity versus entrepreneurship by necessity. We quote
the first option linked to a visionary entrepreneur who knows where he wants to go; the second
characterizes the entrepreneur who started his business due to lack of choice in the job market.
Key-words: Entrepreneurship, entrepreneur profile, administration, administration course
Introdução
O empreendedorismo, como particularidade de indivíduos, juntamente com
organizações ou pessoas que, em sua autonomia, enxergam oportunidade de crescimento em
diversas áreas de negócios, vem sendo estudado e analisado em contexto mundial, assim como
nas regiões menores e interiores. No primeiro caso, o empreendedorismo e a característica dos
empreendedores são estudados de forma mais ampla, apresentando comparações entre vários
tipos de empreendedores ao redor do mundo; no contexto regional, uma pesquisa poderia
indicar influencias diferentes e mais peculiares nos motes que levam indivíduos à criação do
próprio negócio. Nesse sentido, o estudo desse ramo de atividade abre portas para compreender
muito da perspectiva mais geral sobre os perfis dos empreendedores. A execução da análise
permite compreender aspectos diretamente relacionados à construção de cada empreendimento,
por exemplo, motivações, meios, necessidades e oportunidades. Perscrutar esse caminho
permite também conseguir observar cada perfil, traçando as semelhanças das iniciativas de
sucesso e das emergentes. Voltando-se à análise do perfil jovem de graduandos do curso de
Administração que empreendem na cidade de Ribeirão Preto - SP, grupo da sociedade que se
mostra, cada vez mais, interessado e inserido no desenvolvimento de negócios próprios, o
presente trabalho visa entender e construir seus perfis, de forma a mapear os principais fatores
que os levarão, no final da graduação, ao mundo do empreendedorismo.
O trabalho aqui apresentado, pois, procura captar, nos diferentes perfis dos estudantes,
as principais motivações, pessoais ou profissionais, que podem servir de estímulo na inserção
desses indivíduos ao mundo do empreendedorismo. Busca-se compreender e mapear, entre os
estudantes que se lançam nesse universo, as condições e necessidades, ou oportunidades, que
vão influenciar nas escolhas dos negócios. No âmbito da análise dos perfis, procura-se entender
elementos como: faixa etária, sexo, renda, universidade em que estuda (ano, período), ocupação
profissional, pretensões pós graduação; já na esfera das motivações pessoais e auto avaliação,
os aspectos principais são: comprometimento e determinação, obsessão pelas oportunidades,
tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas, criatividade, auto confiança, habilidade de
adaptação, liderança, motivação e superação. A partir disso, a pesquisa pauta-se, também, na
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relação e no debate em torno da questão oportunidade versus necessidade. Pretende-se, por
meio da análise e construção do perfil empreendedor, entender a pretensão dos negócios como
fruto de uma visão de oportunidade, ou, por outro lado, como resultado de uma necessidade
específica. O GEM, Global Entrepreneurship Monitor, avaliação anual de nível nacional da
atividade empreendedora, cuja atuação engloba mais de 80 países, define a origem do
empreendedorismo em duas partes: a primeira, ligada à oportunidade, configura a ação de um
empreendedor visionário que sabe aonde quer chegar; a segunda, ligada à necessidade, remete
ao empreendedor que começa seu negócio por conta da falta de opção no mercado de trabalho.
(DORNELAS, 2015, p. 9). Assim, o artigo ora proposto parte de tais concepções para
aprofundar-se na análise e mapeamento do perfil empreendedor entre os estudantes de
graduação do curso de Administração, na cidade de Ribeirão Preto, de forma a concluir se as
motivações estão mais ligadas à questão da oportunidade ou da necessidade. Para cumprir o
objetivo proposto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica que se atentou às principais questões
desse ramo importante para a atualidade.
1. Quadro Teórico
A história do empreendedorismo remete, primeiramente, ao desenvolvimento do
liberalismo econômico e das primeiras forças econômicas modernas a partir das ideias iniciais
dos pensadores do século XVIII e XIX. Somente a partir da evolução do pensamento econômico
desse período é que o empreendedorismo, como ramo da economia, pôde ser pensado e
definido. A influência de tais pensadores - conforme a criação da ideia de livre mercado e
concorrência - desenvolveu as bases para a formação do empreendedorismo e das novidades
em relação aos negócios (CHIAVENATO, 2007, p.5). Adam Smith, principal referência da
política econômica liberal do século XIX, acreditava que as ações individuais, influenciadas
pelo interesse próprio, poderiam requintar as formas de negócios, controlada por uma “mão
invisível”, o Estado (SMITH, 1983). Posterior à criação dessas primeiras ideias, o
empreendedorismo pôde nascer ligado à perspectiva da inovação e criatividade.
A origem da palavra e a formação do conceito remetem, também, ao século XVIII e
XIX. Conforme Louis Jacques Filion, o empreendedorismo não estava somente ligado à área
econômica, pois a leitura atenta de seus pensadores pioneiros ̵ Richard Cantillon e Jean Baptiste
Say ̵ revelam que o interesse estava, além da economia, em entender a criação de novos
empreendimentos, gerenciamento de negócios e empresas em geral (FILION, 1998, p.6.).
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Ainda para Filion (1998), Say e Cantillon, portanto, foram importantes para o desenvolvimento
e crescimento do empreendedorismo enquanto ramo específico do mundo dos negócios. Em
suas palavras, esses autores poderiam considerar os riscos porque “investiam seu próprio
dinheiro [...]. Os empreendedores eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades
com a perspectiva de obterem lucros, assumindo os riscos inerentes” (FILION, 1998, p.7). Say
(2006), especificamente, definia o empreendedor como aquele indivíduo mais voltado aos
negócios, responsável por reunir os fatores de produção para o empreendimento. Seus estudos
o fizeram ganhar a alcunha de “pai do empreendedorismo” (APUD, FARIA; SILVA, 2006).
A partir disso, o empreendedorismo como ideia começou a ganhar maior definição. No
século XX ̵ período em que foi criado a maior parte das invenções que mudaram o modo de
vida das pessoas em geral ̵ e, principalmente, XXI, a área e o perfil do empreendedor, bem
como a sua importância, ganhou um papel mais central, configurando o que alguns autores
denominaram “a era do empreendedorismo”. Para Dornelas,
... o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os
empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando
distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas
relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza
para a sociedade. (DORNELAS, 2015, p.9)
Após a globalização e a era da internet, o ramo do empreendedorismo modificou-se de
modo a incrementar as relações de negócios e das empresas. Esse contexto específico é o ideal
para o aumento do número de empreendedores no mundo, bem como, e principalmente, no
Brasil. O crescimento do empreendedorismo, de modo geral, passou, com o tempo, ao centro
das discussões, tanto no âmbito privado, quanto no âmbito público. A partir disso, o interesse
sobre a área, na maioria dos países, aumentou na década de 1990 e teve uma proporção mais
acelerada no ano 2000. Com esse aceleramento, foram desenvolvidas ações, no ramo das
políticas públicas, tais como: a área da educação para a formação do empreendedorismo como
disciplina no ensino fundamental até a graduação; subsídios do governo; criação de empresas
que dão suporte a empreendedores, como por exemplo o SEBRAE; fácil acesso ao crédito, entre
outros (DORNELAS, 2015). Na educação, especificamente, a criação do empreendedorismo
como área do saber motivou as gerações mais jovens à opção de iniciar seu próprio negócio.
Sendo assim, o empreendedor demonstra características comuns que o define como um
indivíduo criativo e inovador. Não se pode realizar um estudo do empreendedorismo sem antes
entender as tipologias e os perfis comportamentais e sociais que rodeiam o agente do
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empreendimento, ou seja, o próprio empreendedor. Em seu livro, “O segredo de Luísa”,
Fernando Dolabela pontua que o empreendedor é, mais do que um homem de negócios, um ser
social, produto do meio em que vive (época e lugar). Para ele, o empreendedorismo é algo que
está interno e nasce inerente a cada um, não é um tema novo ou um modismo, a espécie é, em
si, empreendedora. O empreendedor, portanto, nasce com certas características que o
possibilitam desenvolver a partir do ambiente favorável, ou seja, o meio que ele cresce e se
firma enquanto no ramo dos negócios (DOLABELA, 2005). De forma semelhante, o professor
Dornelas acredita que o “processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer
pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio”
(DORNELAS, 2015 p.30). Ainda a partir de suas ideias, os empreendedores inatos continuam
existindo – sendo referência para inovação e sucesso -, mas outros tipos de pessoas podem
adentrar-se nesse ramo também, entretanto, o ensino do empreendedorismo não garante,
sozinho, a criação de novos mitos empreendedores (como exemplo: Steve Jobs e Mark
Zuckerberg), essa questão baseia-se na junção de fatores internos e externos. De todo modo, o
aprendizado do empreendedorismo poderá auxiliar na criação e desenvolvimento de melhores
empresas e empresários, bem como a evolução da economia e riqueza do país.
Para Filion (1998), o empreendedor, entretanto, pode ser definido de modo a realçar
algumas caraterísticas mais específicas. Nos seus estudos, quatro perfis básicos foram definidos
para a formação conceitual de uma tipologia para o empreendedor específico de pequenas
empresas. Nesse ínterim, Filion (1998) definiu os seguintes perfis: lenhador, sedutor, jogador,
hobbysta, convertido e o missionário. Todos partilham em comum a ideia de serem indivíduos
empreendedores. Os lenhadores formam o perfil de empreendedor que, a partir dos bons
resultados enquanto funcionários de uma empresa, acreditam que na própria habilidade para
abrir um novo negócio. Esse perfil, ainda, tem a característica de ser visionário no sentido de
chegar em um determinado momento da vida profissional e ser capaz de perceber que a empresa
pode se tornar maior. O perfil de sedutor, menos reservado, é, entretanto, explosivo em suas
decisões, ou seja, gosta de empreender de forma que os resultados sejam rápidos. Na sua
complexidade, esse perfil perde o entusiasmo vendendo os seus negócios e reiniciando com
novas ideias. Essa tipologia tem como ponto final garantir lucros em empresas em decadência,
uma vez realizado essa meta, o prazer de negócio se perde. Mais velhos, esses podem se tornar
“os jogadores”.
Ainda conforme Filion (1998), em seu turno, os jogadores, de forma metafórica, são
“indivíduos apaixonados por algum esporte, ou determinado tipo de lazer”, e a partir do negócio
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de família – normalmente rica – querem fazer aquilo que lhes proporcionam prazer, ou seja, “o
negócio se torna um meio para realizar outros desejos”. O negócio familiar se torna apenas um
suporte financeiro. Os hobbystas, entretanto, são indivíduos que, sendo empregados,
aventuram-se no mundo empreendedor, mantendo duas funções: uma oficial e outra como
empresário do seu próprio negócio nas horas livres. Esses têm grande dificuldade em tomadas
de decisões “porque, em seu cargo oficial, ocupam um nível hierárquico baixo”. Já os
convertidos são criadores e inventores, acreditam piamente na ideia revolucionária que
inventaram, por isso tem dificuldade em aceitar opiniões contrárias. Por fim, os missionários
são pessoas que consideram seus empregados parte do seu negócio para a evolução do seu
empreendimento, por isso, sabem ser, mais do que um patrão comum, um verdadeiro líder
(FILION, 1998, p.16).
Dessa maneira, a criação ou caracterização do perfil geral do empreendedor passa por
diversas questões. Indivíduos criativos e inovadores tendem a se aventurar no mundo do
empreendedorismo, tornando-se importantes para a economia do país. Esse aspecto pode ser
evidenciado de maneira geral e em âmbito global, entretanto, há traços e particularidades
específicas de cada região. Especialmente, o Brasil, tido pela Global Entrepreneurship monitor,
desde 2000 até o relatório de 2015, como um país empreendedor, apresenta peculiaridades nas
suas formas de negócios e nas maneiras diferentes de empreender. Assim, o perfil
empreendedor no Brasil pode ter aproximações ou distanciamentos daquele construído de
forma geral, pensado no contexto mais amplo, e articula relações diferenciadas entre os agentes
dos respectivos negócios. Pretende-se, nesse momento, revelar aspectos dessas
particularidades.
Conforme Dornelas, “o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar
forma na década de 1990, quando entidades como SEBRAE e Sociedade Brasileira para
Exportação de Software (Softex) foram criadas” (DORNELAS, 2015, p.13). A partir dessas
organizações, a atividade empreendedora passou a ter baliza e apoio maior para o seu
desenvolvimento, antes, entretanto, o país não oferecia um ambiente econômico e político ideal
para o crescimento de negócios e de perfis empreendedores, aspecto este resultado da falta de
auxílio e investimento por parte de organizações governamentais ou privadas. A ideia do perfil
empreendedor brasileiro, assim, passa não só pela necessidade, mas pelas questões culturais e
políticas. De modo geral, antes da década de 1990, o brasileiro, a partir da sua realidade e dos
seus antecedentes históricos, não obtinha possibilidade de pensar empreendedoramente,
verdade alterada de forma paulatina.
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Nesse sentido, o artigo de Pedroso, Nakatani e Mussi, traçam, de forma histórica, a
construção do termo de “jeitinho brasileiro” juntamente com a elaboração e crescimento do
perfil empreendedor. Para os autores, há a possibilidade de enxergar possíveis interfaces entre
o “jeitinho” e o empreendedorismo (et al PEDROSO, 2009). Concepções que retomam a
criação da identidade brasileira desde o século XIX podem ser vistas na prática e na ação dos
empreendedores dos dias atuais. Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro Raízes do Brasil,
constrói a evolução da identidade do brasileiro como “Homem cordial” e, dessa maneira,
propõe estruturas que se consolidaram nas relações de poder desde a colônia, isto é,
personalismo, protecionismo, receptividade ao estrangeiro e, principalmente, o “jeitinho”,
engajado, por sua vez, com a construção do homem cordial (HOLANDA, 1995). Essas
características, muitas vezes, apresentam-se na prática da ação empreendedora, uma vez que
estão enraizadas na cultura brasileira. O empreendedor brasileiro, especialmente, demonstra ser
filho de um país que nasceu mestiço, com atividade de negócios galgada na prática portuguesa
e vivente entre a cordialidade e a ousadia.
A partir desses antecedentes, pode-se chegar aos pontos que determinam o perfil de cada
negócio e do empreendedor brasileiro na atualidade. Conforme o relatório da Global
Entrepreneurship Monitor, de 2015, os empreendedores são classificados como iniciais
(nascentes e novos) e estabelecidos. Entre tais, os nascentes
... estão envolvidos na estruturação de um negócio no qual são proprietários, mas
que ainda não pagou salários pró-labores ou qualquer outra forma de renumeração
aos proprietários por mais de três meses. Já os empreendedores novos administram
e são proprietários de um novo negócio que pagou salários, gerou pró-labores ou
qualquer outra forma de renumeração aos proprietários por mais de três meses e
menos de 42 meses. Os empreendedores nascentes e novos são considerados
empreendedores iniciais ou em estágio inicial (GEM, 2015, p.8).
Assim, os empreendedores iniciais são, essencialmente, parte importante dos negócios
crescentes no país, parcela que se relaciona com as condições que interferem na atividade
empreendedora, isto é, finanças, políticas e programas governamentais. Já os empreendedores
estabelecidos, são proprietários que administram “um negócio tido como consolidado, que
pagou salários, gerou pró-labores ou qualquer outra forma de renumeração aos proprietários
por mais de 42 meses (3,5 anos)” (GEM, 2015, p.8). Desses, outros números podem ser
avaliados a partir do mesmo relatório: a taxa total de empreendedorismo para o Brasil (TTE),
por exemplo, foi de 39,3%, cujos iniciais nascentes foi de 6,7% e iniciais novos de 14,9%, em
2015; já os estabelecidos, a taxa foi de 18,9% da população entre 18 e 64 anos.
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Os números percentuais dos empreendedores do Brasil podem se subdividir entre os
ramos diferentes de negócios. Segundo a plataforma online do SEBRAE, DataSebrae, em
relação aos pequenos negócios, as empresas se dividem entre os seguintes setores:
agropecuária; comércio; construção civil; indústria e serviços. A atividade de cada setor
contribui no aumento do número de pequenos empreendedores. Em média, o setor da
agropecuária colabora com 1%; já o do comércio, com maior efetividade, pontua 43%; a
construção civil com 6%; indústria é de 13%; serviços com 37%. Esses dados, atualizados de
forma recorrente, fazem parte de um projeto, inaugurado em maio de 2016, do SEBRAE, que
apoia empreendedores, empresas e políticas públicas com o oferecimento de indicadores
econômicos e sociais, além de dados sobre pequenos negócios (DATA SEBRAE, 2016).
Há que se considerar, também, o crescimento, no Brasil, da atividade empreendedora
entre os jovens. A inserção de pessoas mais jovens nessa área pode revelar aspectos importantes
da atividade no país. Em artigo realizado, Bulgacov, Cunha, de Camargo, Meza e Bulgacov
apresentam as principais características e pontos que demonstram o número crescente de jovens
empreendedores. Também a partir do binômio posto entre necessidade e oportunidade, os
autores corroboram a ideia de que, em contraposição aos países desenvolvidos com perspectivas
maiores de qualificação e formação, no Brasil, assim como na América latina e nos países do
Brics, a tendência tem sido o aproveitamento do jovem das experiências precoces no mercado
de trabalho, isto é, como aspecto ligado a necessidade, o jovem, inserido cedo no mercado de
trabalho, passa a se sentir pronto para iniciar sua própria empreitada no mundo do
empreendimento (BULGACOV et al, 2011, p.704.).
Todos esses elementos centrais constituem, de forma geral, a ação e o perfil do
empreendedor no Brasil. Pontos que podem ser importantes para a definição do
empreendimento no país e que, de forma semelhante, podem ser vistos na avaliação da área
empreendedora em regiões menores no mesmo recorte espacial. Em outras palavras, os fatores
mais gerais do perfil empreendedor no Brasil, enquanto delimitação dos dados e estatísticas,
podem variar conforme o olhar mais atento entre regiões menores. Em pesquisa realizada pelo
SEBRAE, os empreendedores no estado de São Paulo, dentre formais e informais (com CNPJ
e sem CNPJ, respectivamente), chegam ao número de 3,9 milhões. Dessa maneira, 1 em cada
5 paulistas, com 18 anos ou mais, possui um pequeno empreendimento ou pensa no
investimento breve de um novo negócio. A pesquisa ainda demonstra que a maioria dos
empreendedores estavam empregados ou eram autônomos antes de investir em um novo
negócio, nos indicando, portanto, a hipótese da característica da oportunidade no perfil do
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empreendedor de São Paulo (SEBRAE, 2003). A questão oportunidade versus necessidade,
entendida como os principais fatores de motivação do empreendedorismo, podem ser elementos
de definição da forma de empreendedorismo de cada pessoa. Assim,
Os empreendedores por necessidade são aqueles que iniciam um empreendimento
autônomo por não possuírem melhores opções para o trabalho, então abrem um
negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias. Os empreendedores por
oportunidade optam por iniciar um novo negócio mesmo quando possuem
alternativas de emprego e renda, ou ainda, para manter ou aumentar sua renda pelo
desejo de independência no trabalho. (GEM, 2011, p.47)
De forma específica, também é importante considerar o perfil do empreendedor entre os
universitários, característica que vem crescendo, a cada dia, de acordo com os estímulos e
investimentos das próprias universidades. De acordo com estudo realizado pela Endeavor,
maior organização de apoio ao empreendedorismo e aos empreendedores de alto impacto,
“tanto as Universidades, como os estudantes, assim como a sociedade em geral, observam o
empreendedorismo com bons olhos” (MELHADO, MILLER, 2012). Essa pesquisa demonstra,
entre outros fatores, as estatísticas em torno do interesse de estudantes, na maioria jovens, pelo
ramo do empreendedorismo. Os números demonstrados na pesquisa, ainda, apontam que de
6.215 estudantes de graduação entrevistados, 16,5% eram do curso de Administração. Muitos
dos entrevistados, conforme o estudo, entendem esse curso como uma disciplina do
empreendedorismo, ou seja, viam os elementos da Administração como um estudo das
características do empreendedor e do empreendedorismo. Todas essas questões se tornam
importante, também, para o desenvolvimento das peculiaridades do trabalho que aqui se
apresenta.
A partir dessas premissas, o presente estudo pretende, portanto, envidar uma análise
sobre o perfil desses universitários, especificamente da área da Administração, na cidade de
Ribeirão Preto. O quadro teórico apresentado permite embasar a pesquisa realizada. A fim de
demonstrar, de maneira breve, o perfil do empreendedor graduando de Administração, a
metodologia usada desdobra uma análise quantitativa e qualitativa do questionário enviado aos
estudantes. Busca-se, assim, demonstrar os principais fatores e, especialmente, o perfil
empreendedor que podem os levar a abrir o próprio negócio. Dessa forma, a revisão
bibliográfica aqui apresentada torna-se importante para a apreciação do tema.
2. Metodologia
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A revisão bibliográfica foi realizada a partir do levantamento e estudo de diversos textos
que versam sobre o tema escolhido. Conforme Santos (2006), é necessário iniciar a leitura
exploratória do tema, buscando conceitos novos e marcando definições para posterior
aprofundamento. A partir disso, a pesquisa elaborada pretende desenvolver a questão do
empreendedorismo em Ribeirão Preto, levando em conta os fatores e a literatura disponível
sobre o assunto em termos mais globais. Assim, para a realização da pesquisa foi utilizado um
questionário como forma de fonte primária de dados, que se destina a construir o embasamento
para a análise quantitativa e qualitativa dos resultados. Tal questionário foi constituído com
questões fechadas, de modo a possibilitar a apreciação do tema em termos estatísticos, bem
como analíticos e descritivos. No questionário, ainda, apontamos como questões as
características e apontamentos propostos pelo professor Dornelas, isto é, indagações que visam
medir o grau de empreendedorismo de cada indivíduo.
O questionário foi aplicado através do Google Docs, uma ferramenta online que permite
a entrega das questões aos diferentes indivíduos participantes, bem como facilita o cálculo dos
dados na fase posterior da pesquisa. A investigação, destinada inicialmente à 200 estudantes,
obteve como resposta o número de 65 questionários. É importante salientar que, a partir da
pesquisa elaborada e das ferramentas e instrumentos utilizados, o objetivo principal foi
construir um perfil empreendedor que possibilite a análise mais ampla do binômio oportunidade
versus necessidade entre os estudantes de Administração na cidade de Ribeirão Preto, isto é,
chegar a conclusão plausível dos principais elementos por trás da decisão de cada
empreendedor: dificuldade ou chance. Parte-se, deste ponto, à análise do que foi delimitado
como o empreendedorismo no estado de São Paulo para, enfim, construir as tendências de
Ribeirão Preto.
3. Análise e discussão dos resultados
Com base na análise de 65 questionários respondidos, foi possível inferir questões
importantes relativas ao perfil empreendedor dos estudantes de graduação em Ribeirão Preto.
É necessário salientar que o questionário visa principalmente entender as motivações e a auto
avaliação dos estudantes como empreendedores, isto é, possibilitar uma análise qualitativa do
modo como os próprios entrevistados se veem no ramo do empreendedorismo e como a
graduação pode ajudar na inserção dos seus negócios. Entre as questões de âmbito pessoal,
pudemos captar que os estudantes apresentam idade entre 17 a 51 anos, sendo a maioria do sexo
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masculino (52,3%). A maior renda mensal (76,9%) se divide entre a classe B (R$ 4.720,00 a
R$ 14.695,00) e classe C (R$ 1.957,00 a R$ 4.720,00). A universidade Moura Lacerda,
Uniseb/Estácio e USP obtiveram o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, em
número de respostas. Ao serem questionados quanto ao ano e período cursado, a maioria dos
entrevistados (38,5%) responderam quarto ano e período noturno (58,5%). (Ver gráficos 1.2;
1.3; 1.4; 1.5; 1.6).
Sobre as questões mais concernentes ao empreendedorismo, é possível identificar que
36,9% dos entrevistados estão trabalhando registrados no momento; 29,2% estão
desempregados; 20% estão fazendo estágio; 7,7% trabalham sem registro e apenas 6,2% já
possuem seu próprio negócio. Desse total, 41,5% pretendem abrir uma empresa no final da
graduação; os outros 41,5% querem administrar empresas de terceiros e 12,3% procuram
administrar empresas da família, sendo o setor de Serviços com maior interesse de atuação
(46,2%). (Ver gráficos 1.7; 1.8; 1.9). Esse último dado, a respeito da preferência pelo setor de
Serviços, pode ser associado à pesquisa realizada pelo Sebrae (já mencionada na página 8 deste
artigo), cujos resultados demonstram que esse campo apresenta maior atividade
empreendedora. A pesquisa demonstra, ainda, a tendência desse setor contribuir para o aumento
de pequenos empreendedores no Brasil e isto justifica a resposta dos entrevistados que
pretendem começar seus negócios a partir desse ramo.
Diante da avaliação dos dados, apesar do desejo de administrar negócios já
solidificados, a maioria das pessoas entrevistadas (52,31%) demonstram temer a incerteza, além
de não saber correr os riscos de um novo empreendimento; por isso, é possível inferir que mais
da metade não apresentam o perfil empreendedor no sentindo de começar a empresa do zero e,
assim, estar sujeito às incertezas e instabilidade. Por seu turno, as questões relativas às
motivações apontam que 47,69% pretendem ou já estão ligados ao próprio negócio, o que nos
permite indicar mais precisamente o perfil empreendedor em que eles se encaixam. Desse
número, a partir da definição postulada por Jacques Louis Filion, é possível mencionar a
existência de 6 perfis mais gerais de empreendedores – lenhador, sedutor, jogadores, hobbystas,
convertidos e missionários (os significados já estão descritos no quadro teórico na página 5).
Partimos, assim, desse elenco para cruzar as informações com o questionário e apontar, de
forma mais ampla, as possibilidades de perfis dos estudantes de Administração em Ribeirão. A
maioria se considera proativo; tenaz; obstinado; disciplinado; persistente; disposto a fazer
sacrifícios; imerso totalmente no empreendimento; disposto a correr riscos calculados e
minimizá-los; tolerante às incertezas e estresse; adaptável às novas situações com medo de
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falhar; orientado por metas e dirigido pela necessidade de crescer; auto confiante, possui
iniciativa, poder de auto controle e paciente (ver gráficos 2.1; 2.2; 2.3; 2.4; 2.5; 2.6; 2.10; 2.11;
2.12; 2.13; 2.17; 2.18; 2.20; 2.21; 2.23; 2.26; 2.27; 2.29). A partir da análise dos questionários,
essas conclusões nos faz inferir que as características se encaixam, majoritariamente, nos perfis
de lenhador, convertido e missionário. Esses, conforme Filion, são considerados bons líderes,
visionários, crentes no negócio e têm o controle maior dos objetivos.
Como já mencionado, portanto, é possível perceber que, entre a totalidade das pessoas,
por um lado, a maioria não tem o desejo de abrir o próprio negócio após o término da graduação
em Administração; por outro lado, um pouco menos da metade apresentam essa vontade ou já
iniciaram os planos de empreendimento. Dentre esses últimos, as características da auto
avaliação nos permite concluir que são associados aos perfis de lenhador, missionários e
convertidos descritos pelo autor Jacques Filion. Essas questões podem nos levar a concluir os
objetivos gerais e as motivações (necessidade vs oportunidade) de cada pessoa.
Considerações Finais
Iniciativa e atitude são duas qualidades essenciais para o desenvolvimento de qualquer
grande empreendedor. O ponta pé inicial para a abertura de um empreendimento está na postura
daquele que começa o negócio. O empreendedorismo, como ramo de conhecimento, pode ser
ensinado e desenvolvido, mas as características inatas também são importantes na formação de
um empreendedor bem sucedido. Fatores internos e externos contribuem para a formação do
negócio e, consequentemente, para a construção do seu idealizador. Ser empreendedor depende,
como demonstrado, dos aspectos inatos, porém o nascimento do empreendedor se dá, também,
pelo esforço dedicado ao negócio. As motivações para o empreendimento, assim, se ligam às
oportunidades encontradas, mas igualmente, às necessidades da vida. Muitas vezes, a criação
de uma empresa é resultado não de uma oportunidade, mas da falta dela. A necessidade pode
levar ao desenvolvimento de uma ideia de sucesso. Diante disso, pode-se notar que, entre os
estudantes de Administração em Ribeirão Preto, é também realidade o objetivo de criação do
negócio como resultado da condição de desempregado. Metade dos entrevistados se encontram
sem trabalho fixo e em busca de uma solução, amiúde encontrada na atividade autônoma.
O objetivo deste trabalho, portanto, foi o de apresentar um estudo do perfil
empreendedor dos estudantes de administração, mas notamos que menos da metade dos
mesmos pretendem abrir o próprio negócio ao se formar. Ser empreendedor muitas vezes é lidar
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com incertezas e falhas, a maioria dos entrevistados não se consideram aptos a lidar com
incertezas e falta de estrutura, além de ter medo de falhar. Sendo assim, por conta desse medo,
os estudantes ainda preferem administrar empresas de terceiros ou familiares. Ser
empreendedor não basta apenas a ideia, é preciso ter coragem de correr os riscos e de falhar. É
possível sugerir muitas questões a partir dos dados levantados, inclusive aquelas que nos levam
pensar as motivações em torno do negócio, bem como a possibilidade de traçar um perfil
empreendedor. Pode-se dizer que o perfil continua basicamente o mesmo entre os estudantes
de graduação do curso de Administração em Ribeirão Preto (ativo, visionário, persistente etc),
mas o medo da incerteza, decorrente, talvez, da atual situação econômica do país, é o que mais
tem feito os estudantes não empreenderem. Apesar das iniciativas de fomento do governo,
vistas em diversos ramos, a crise econômica, conjunta com a política, pode ser uma barreira
consciente e inconsciente colocadas entre eles. Esta última questão, por seu turno, pode ser
objeto de um estudo específico, isto é, analisar o peso da crise na criação de novas empresas e
de novos tipos de empreendedores.
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APÊNDICE 1 - GRÁFICOS
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APÊNDICE 2 – INSTRUMENTO DE PESQUISA
Esse questionário tem como base captar, nos diferentes perfis, as principais motivações,
pessoais ou profissionais, que serviram de estímulo na inserção no mundo do
empreendedorismo. As respostas aqui apresentadas serão utilizadas para fins acadêmicos, tais
como, publicação de um artigo.
Questionário
1.1.Qual a sua idade:
1.2.Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
1.3.Rendimento familiar mensal
( ) Classe A (a cima de R$ 14.695,00)
( ) Classe B (R$ 4.720,00 a R$ 14.695,00)
( ) Classe C (R$ 1.957,00 a R$ 4.720,00)
( ) Classe D/E (até 1.957,00)
1.4.Estuda em qual universidade?
( ) Uniseb/Estácio
( ) Unaerp
( ) Anhanguera
( ) Moura Lacerda
( ) USP
( ) Uniesp
( ) Faculdade de Negócios Metropolitana
( ) Faculdade REGES
1.5.Em qual ano você está cursando Administração?
( ) 1º ano
( ) 2º ano
( ) 3º ano
( ) 4º ano
( ) 5º ano
1.6.Em qual período você estuda?
( )Manhã
( )Tarde
( )Noite
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1.7.No momento você está
( ) Trabalhando Registrado
( ) Trabalhando sem registro
( ) Fazendo estágio
( ) Desempregado
( ) Já possuo meu próprio negócio
( ) Outros: ___________________
1.8. Ao se formar você pretende
( ) Abrir seu próprio negócio
( ) Administrar empresa de terceiros
( ) Administrar empresa da família
( ) Outros: ___________________
1.9.Qual setor você gostaria de trabalhar
( ) Agropecuária
( ) Comércio
( ) Construção Civil
( ) Indústria
( ) Serviços
2.0 Autoavaliação do seu perfil empreendedor
Você deverá atribuir uma nota de 1 a 5 para cada uma das características.
Todas as questões são obrigatórias.
Características
Ex
cele
nte
Bom
Reg
ula
r
Fra
co
Insu
fici
ente
5 4 3 2 1
1. Proatividade na tomada de decisão.
2. Tenacidade, obstinação.
3. Disciplina, dedicação.
4. Persistência em resolver problemas.
5. Disposição ao sacrifício para atingir metas.
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6. Imersão total nas atividades que desenvolve.
7. Procura ter conhecimento profundo das
necessidades dos clientes.
8. É dirigido pelo mercado (market driven).
9. Obsessão em criar valor e satisfazer aos
clientes.
10. Toma riscos calculados (analisa tudo antes de
agir).
11. Procura minimizar os riscos.
12. Tolerância às incertezas e falta de estrutura.
13. Tolerância ao estresse e conflitos.
14. Hábil em resolver problemas e integrar
soluções.
15. Não-convencional, cabeça aberta, pensador.
16. Não se conforma com o status quo.
17. Hábil em se adaptar a novas situações.
18. Não tem medo de falhar.
19. Hábil em definir conceitos e detalhar idéias.
Motivação e superação
20. Orientação a metas e resultados.
21. Dirigido pela necessidade de crescer e atingir
melhores resultados.
22. Não se preocupa com status e poder.
23. Autoconfiança.
24. Ciente de suas fraquezas e forças.
25. Tem senso de humor e procura estar animado.
26. Tem iniciativa
27. Tem poder de autocontrole
28. Transmite integridade e confiabilidade
29. É paciente e sabe ouvir
30. Sabe construir times e trabalhar em equipe
Fonte: DORNELAS, José Assis. Empreendedorismo Corporativo: Como ser empreendedor, inovar e se
diferenciar em organizações estabelecidas, Rio de Janeiro, Campus, 2003